Biodiversidade Animal

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As temáticas de cada aula serão

Sumário desenvolvidas e discutidas usando


ferramentas de ensino a distância.

Semana 1: Semana 3:
Introdução ao Biodiversidade
pensamento animal
científico

Semana 4:
Conhecendo
Semana 2: as plantas
Microganismos
e saúde
Semana 5:
Corpo Humano
e diversidade

Este livro é interativo.


Para uma experiência completa,
use a versão online.
Sobre o curso Sobre a equipe
Atualização conceitual e
procedimental em Ciências
da Natureza mediante as
demandas da BNCC
O curso Ciências e as Pedagogas surgiu
em fevereiro de 2020 com o intuito de
oferecer uma formação continuada a
pedagogas e professores da educação
básica em procedimentos e conceitos de
Ciências da Natureza seguindo as diretrizes
O curso foi estruturado a partir da
da Base Nacional Comum Curricular
expertise da Equipe Science School
(BNCC).
UFMG. O Science School tem como
objetivo promover o letramento científico
Esta segunda edição do curso foi pensada
no ensino básico por meio da
para o ensino a distância, com
experimentação laboratorial.
apresentação de vídeos de aulas práticas
sobre o conteúdo de ciências, de forma a
Nossa equipe é formada por professores e
instrumentalizar o professor de ciências
cientistas da UFMG das áreas de ciências
com material didático para aulas remotas.
biológicas e da educação, além de
estudantes de pós-graduação e graduação.
Nossas atividades se iniciaram em 2015 e
vem sendo desenvolvidas regularmente
em escolas de Belo Horizonte.

Quer saber mais?


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Sobre o material Sobre os autores

Conheça os autores da temática


Ebook interativo, com diversas desta semana
ilustrações, links e vídeos.

Não deixe de clicar em nada, ou você


perderá o diferencial e exclusivo método
de ensino ScienceSchool. Ana Clara Campideli

Divirta-se aprendendo! Licenciada em Ciências


Biológicas pela UFMG (2018)
Doutoranda em Fisiologia
e Farmacologia pela
UFMG (2019)

Clique para voltar às instruções

Clique para ouvir um áudio Luiz Gustavo Franco

Doutorado em Educação
pela UFMG (2018)
Clique para ver um vídeo Professor Adjunto da
Faculdade de Educação
pela UFMG (2019)
Demais contribuições

Conheça os monitores que contribuíram com o conteúdo da temática desta semana

Ana Elise Bárbara Sartori Augusto César Broilo

Graduanda em Ciências Graduanda em Ciências Licenciatura em Ciências


Biológicas licenciatura Biológicas licenciatura Biológicas pela UFMG (2019)
pela UFMG (2019) pela UFMG (2016) Mestrando em Bioquímica e
Imunologia pela UFMG (2020)
Como usar este material?

Ao longo dessa semana, você deverá:

1- Assistir à video-aula abaixo;

2- Fazer a atividade que está na página 64 em diante do e-book


(esta atividade é fundamental para nossa discussão online no próximo
sábado)
DIVERSIDADE ANIMAL Explorando ideias prévias sobre
diversidade animal
O reino animal constitui o grupo de seres
vivos mais diverso em número de espécies Você já realizou um brainstorm com sua
catalogadas quando comparado ao turma para saber o que eles pensam sobre
número de espécies de plantas, fungos, biodiversidade? Essa pode ser uma boa
bactérias, protozoários e vírus. Apesar da estratégia para introduzir esse assunto em
grande diversidade de espécies animais sala de aula. Quando o biólogo Pirula pediu
atuais, estima-se que uma diversidade aos seus inscritos do youtube que
ainda maior existe de espécies já extintas escrevessem nos comentários em que animal
e de espécies vivas ainda não descobertas. eles primeiro pensavam, o principais
resultados foram os seguintes:
Nesta semana, iremos atualizar e
aprofundar conceitos sobre o reino animal
além de aprendermos como aplicar uma cachorro, gato, cavalo, tigre, zebra,
atividade investigativa desenvolvida para macaco, elefante, girafa e ornitorrinco
esse conteúdo.

Número de espécies descritas no mundo

Bactérias 4.000
Protistas 80.000
Animais vertebrados 52.000
Animais invertebrados 1.272.000
Fungos 72.000
Plantas 270.000
Total descritas 1.750.000
Ainda não descritas 12.250.000 Neste vídeo, Pirula discute melhor esses resultados
e como eles podem ser explorados.
O que separa os animais do A relação entre os grupos de animais
demais grupos de seres vivos? A filogenia é a área da biologia que busca
classificar os organismos de acordo com
A definição do que é um animal não foi
um ancestral comum e organizá-los em
construída facilmente. Existem exceções para
clados. Clados são agrupamentos que
quase todos os critérios que diferenciam todos
incluem uma espécie ancestral e todos os
os animais das outras formas de vida. Porém,
seus descendentes.
algumas características podem ser suficientes
A hipótese mais aceita sobre o ancestral
para definir a maioria dos animais:
comum a todos os animais propõe que ele
Eucarioto: As células animais possuem um era um organismo formado por várias
núcleo definido por uma membrana, a células flageladas unidas umas as outras
carioteca. Essa característica não é formando um organismo multicelular.
encontrada em protistas por exemplo.
Multicelular: Os animais são formados por Representação
várias células e muitas vezes essas células de como
formam tecidos com funções especializadas. seria o
Uma exceção a esse critério são os poríferos ancestral
que são animais sem tecidos verdadeiros. comum de
todos os
Heterotrófico: Diferente das plantas, os animais, um
animais não conseguem produzir suas organismo
moléculas orgânicas sendo que na maioria colonial
dos casos precisam ingerir seu alimento. flagelado.
Reprodução e desenvolvimento: A maioria A partir desse animal original, surgem
dos animais se reproduz sexuadamente e divergências entre os filogenistas quanto as
no geral são diploides durante boa parte de relações entre os mais de 13 clados de
seu ciclo de vida. O zigoto origina um animais. O contínuo debate sobre as
embrião que passa pelo processo de relações entre esses filos é um lembrete de
gastrulação, o qual difere o embrião animal como a ciência é um processo dinâmico e
do embrião das plantas. contínuo de pesquisa e discussão.
INVERTEBRADOS
O invertebrado mais basal, isto é, o mais primitivo na linha evolutiva dos invertebrados, são os
poríferos, que são representados pelas esponjas do mar. As esponjas são os representantes atuais
dos primeiros animais, que foram aqueles que inauguraram a pluricelularidade que é uma das
características mais básicas que definem os animais.
Em seguida, temos os cnidários que são representados pelas águas vivas. Eles inauguram os tecidos
verdadeiros, ou seja, antes do surgimento dos cnidários as células eram unidas de forma
desorganizada, mas agora são unidas de forma organizada em tecidos verdadeiros.
INVERTEBRADOS
Em seguida surgem os platelmintos, que são as planárias e
os vermes achatados. Os platelmintos foram os primeiros
animais com simetria bilateral do corpo. A simetria bilateral
do corpo permitiu aos animais a vantagem de escolher a
direção de seu movimento, como, por exemplo, fugir de um
predador. Animais de simetria radial como a água viva não
conseguem se mover em um sentido unidirecional. Observe o
vídeo ao lado mostrando que uma água viva não consegue se
mover rápido o bastante para escapar nem mesmo de uma
tartaruga.
INVERTEBRADOS

Apesar de serem microscópicos, os rotíferos são animais com uma estrutura bastante complexa. Esse
exemplar da figura abaixo, por exemplo, possui uma cabeça com uma coroa de cílios que se movem
puxando o alimento para a boca. Vale notar que os rotíferos inauguram a separação entre boca e
ânus. Nos grupos anteriores havia um orifício apenas por onde entrava a comida e saía as excretas,
mas agora com os rotíferos temos uma boca e um ânus unidos por um tubo digestório.
Em seguida, temos os lofoforados, que apresentaram uma modificação dessa coroa ciliada. A boca
desses animais é contornada por tentáculos que se movem para capturar o alimento.
INVERTEBRADOS
Agora começam a aparecer os grupos de invertebrados do nosso cotidiano. Os moluscos possuem
corpo mole e muitas vezes uma concha produzida por um tecido chamado de manto. Eles são
representados pelos caracóis, mariscos, lulas e polvos.
Em seguida, temos os anelídeos, que possuem corpo longo e cilíndrico segmentado em anéis e os
nemátodas são os vermes cilíndricos que inauguraram o processo de muda de revestimento do
corpo que foi a ecdise.
A partir daí que a complexidade aumenta bastante a ponto de surgirem os animais mais diversos do
planeta (mais de 70% da riqueza de espécies de seres vivos da Terra) que são os artrópodes.
INVERTEBRADOS
Os artrópodes são definidos pela presença de apêndices articulados, que permitiu a especialização de
várias partes do corpo para tarefas como locomoção, alimentação e voo por exemplo. Além disso eles
possuem o exoesqueleto quitinoso que permitiu uma melhor proteção do corpo. Observe que os grupos
anteriores tinham corpo mole e frágil. Os artrópodes são representados pelos grupos de crustáceos,
insetos, aracnídeos e miriápodas.
Em seguida, temos os equinodermos que são as estrelas e os ouriços do mar, nos quais surgiu o
endoesqueleto, uma característica que evoluiu de maneira independente nos equinodermos e que irá
surgir novamente a partir de outro processo no grupo seguinte que são os cordados.
Como o foco da atividade investigativa que será proposta são os invertebrados mais comuns do nosso cotidiano,
daremos atenção as principais características morfológicas que diferenciam e unem esses grupos mais comuns de
invertebrados em um arquivo anexo.

INVERTEBRADOS
VERTEBRADOS
Os vertebrados se originaram de bilatérios cordados, isto é, animais invertebrados de simetria
bilateral que evoluíram uma estrutura chamada notocorda. A notocorda é um bastão firme que se
estende no sentido longitudinal do corpo e que funciona como um protótipo de coluna vertebral.
Nos craniados, a aquisição do crânio permitiu a sustentação e a proteção do encéfalo e de novos
órgãos sensoriais que surgiram. Isso possibilitou que os craniados coordenassem movimentos e
hábitos alimentares mais complexos.
Finalmente, o surgimento da coluna vertebral caracterizou o grupo dos vertebrados. A partir da
coluna, novos ossos puderam se formar como por exemplo vértebras para proteção dos órgãos e
dentes para defesa e predação.
VERTEBRADOS
Os peixes vertebrados foram os primeiros a adquirir mandíbulas, nadadeiras e pulmões. Isso
possibilitou a gradual transição da vida animal do ambiente aquático para o terrestre. Exemplo disso
é o caso dos quatro membros dos corpo dos tetrápodes, os quais provavelmente se originaram das
nadadeiras musculares dos peixes. Um exemplar do primeiro grupo de peixes a apresentar essas
nadadeiras é o celacantos, um peixe considerado um fóssil vivo.
Os anfíbios apresentam característica intermediárias de adaptação entre o meio aquático e terrestre.
Nas fases iniciais de seu ciclo de vida, eles vivem na água e durante sua metamorfose se tornam aptos
a vida na terra. Mesmo adultos e vivendo na terra, possuem pele úmida que realiza trocas gasosas, além
de pulmões, e precisam estar sempre próximos à corpos d’água.
VERTEBRADOS
A conquista do ambiente terrestre só foi atingida com o surgimento de peles mais resistentes a desidratação como
por exemplo com escamas no caso dos répteis. Outra característica de emancipação do meio aquático foi a postura
de ovos resistentes a dessecação.
No grupo dos répteis se deu a origem das aves. No final dos anos 90, foram desenterrados fósseis de dinossauros
que possuíam penas. O mais famoso exemplar é o Archaeopteryx, a mais antiga ave conhecida, a qual possuía
características intermediárias entre répteis e aves. Com a descoberta dessa ave ancestral e de outros fósseis, a
classificação de aves como um grupo separado dos répteis foi sendo revista. Hoje, as aves são consideradas um
grupo dentro do clado Reptilia.

Por fim, o último grupo de


cordados são os mamíferos,
animais que possuem pelos e
produzem leite.
Recapitulando, essa é a origem
resumida dos principais grupos
de animais: peixes, anfíbios,
répteis, aves, e mamíferos.
[?] Como medir a
biodiversidade?
A diversidade animal em específico pode ser
medida através de vários índices que podem
ser escolhidos de acordo com o objetivo do
A primeira vista, a diversidade biológica pesquisador. Os parâmetros mais básicos de
parece ser uma simples medida de soma de medida de biodiversidade são:
todas as variedades de seres vivos dentro de
um ecossistema. A diversidade é um conceito
central em Ecologia, área da biologia que
estuda o ambiente e os seres vivos que nele
vivem.
Em ecologia, é importante saber que funções
certos grupos de seres vivos desempenham
em seu ambiente, pois é através dessas
funções que podemos valorizar a preservação
de algumas e não de outras. Por exemplo,
uma árvore pode desempenhar a função de
fornecer abrigo, sombra e alimento para os ABUNDÂNCIA DE INDIVÍDUOS =
animais. Os invertebrados que vivem no solo número de indivíduos em um
da mata podem desempenhar o papel de determinado ambiente
reciclar a matéria orgânica através do
consumo das folhas secas que caem das No exemplo acima a abundância total
árvores. Uma onça pode ser importante para equivale a 9 sendo:
controlar a população de determinadas - abundância de formigas = 7
espécies de herbívoros. - abundância de percevejos = 2
Assim, medidas de diversidade que levam em
conta os grupos funcionais que estão RIQUEZA DE ESPÉCIES =
presentes em uma comunidade de seres vivos número total de espécies
são importantes para ações de manejo e diferentes no ambiente
conservação. Porém como o conceito de
diversidade é muito amplo, é um desafio No caso do exemplo acima, a riqueza de
transformá-lo ou reduzi-lo a um número. espécies equivale a 2.
Ainda existem índices mais complexos que ÍNDICE DE DIVERSIDADE β
podem avaliar a diversidade em um ambiente Índice de Whittaker (βw):
(diversidade α) ou comparar a diversidade Mede como a variedade (e em alguns casos
entre vários ambientes (diversidade β). as abundâncias) de espécies difere entre os
ambientes ou amostras ao longo de
ÍNDICES DE DIVERSIDADE α número de gradientes. Sendo assim, quanto menos
espécies espécies diferentes ambientes
compartilham, mais alta é a diversidade β
Índice de Simpson (D):
número de
mede a probabilidade de
espécies
dois indivíduos retirados
aleatoriamente de uma
comunidade pertencer à
mesma espécie (i),
portanto, uma vez que D importância da
aumenta a diversidade espécie i sobre o
diminui número total de
riqueza de espécies média das
indivíduos
amostras de diferentes ambientes

Índice de Shannon (H'): Observação:


dá maior peso para as espécies raras Essas medidas de diversidade mais
complexas não serão exploradas na
número de importância da espécie i atividade investigativa dessa semana. Elas
espécies sobre o número total de são explicadas aqui para aqueles que
indivíduos tiverem curiosidade de entender melhor os
resultados do estudo de caso a seguir. A
ideia é dar uma amostra do procedimento
que um pesquisador da Ecologia costuma
logaritmo natural fazer para avaliar a diversidade na prática.
dessa importância
Estudo de caso: Ecologia O local de estudo foi descrito pelos alunos
como uma unidade de conservação ambiental
de 11.420.000 m² cercada completamente por
Este estudo realizado por estudantes de área urbana, com 930 m de altitude, em uma
Biologia como parte da disciplina Ecologia II. área de transição entre Floresta Atlântica e
O objetivo deste estudo foi avaliar a Cerrado. A vegetação do local contempla mata
diversidade em comunidades de seres vivos semidecídua, floresta tropical e cerrado.
em ambientes antrópicos, de cerrado e de Os parâmetros de diversidade estimados
floresta da Estação Ecológica da UFMG. foram: riqueza de espécies; abundância
relativa de indivíduos; diversidades α; e
diversidade β.

AMBIENTE

ANTRÓPICO

CERRADO
FLORESTA
Maps can only be Maps can only be
viewed online viewed online
Método de coleta de amostras
Pedaços de sardinha enlatada (sardinhas ao próprio suco com óleo comestível enlatada) foram usados
como isca para atrair indivíduos locais. Os pedaços foram colocados sobre guardanapo ao solo em três
parcelas amostrais por ambiente à uma distância de cerca de 22 metros entre si e foram deixados no
local por 30 minutos. Após esse período de tempo, o material foi recolhido e armazenado em sacos
plásticos transparentes fechados. Fotografias anteriores e posteriores a esse tempo foram feitas das
amostras

Iscas de Contagem e
sardinha discriminação
colocadas
na floresta dos indivíduos
no tempo 0
Os indivíduos coletados
foram contabilizados,
separados como
... após morfoespécies com o
30 min auxílio de lupa e então
fixados em álcool 70%.

O termo morfoespécie se refere a espécies definidas com base apenas em sua morfologia, isto é,
as características de seu corpo. Geralmente, zoólogos e ecólogos usam o critério morfológico para
definir espécies nas fases iniciais de pesquisa. Posteriormente eles buscam referências na literatura,
outros especialistas e até mesmo realizam testes moleculares para definir com maior exatidão a
espécie do organismo analisado. Um exemplo de espécie difícil de identificar com exatidão são as
formigas. Existem espécies de formigas que só podem ser discernidas com base em suas moléculas.
Resultados
Um total de 323 indivíduos, classificados em 10 morfoespécies, foram contabilizados nas amostras. No
ambiente antrópico, 264 indivíduos foram capturados (média 88,000 ± 95,640). No ambiente de floresta,
34 indivíduos foram capturados (média 11,333 ± 9,018). No ambiente de cerrado, 25 indivíduos foram
capturados (média 8,333 ± 9,074).

Hemiptera: Ordem Coleoptera: Lepidoptera:


de insetos representada Ordem de insetos Ordem de insetos
pelos barbeiros e percevejos. representada pelos besouros. representada pelas
Possuem dois pares de asas Possuem dois pares de asas borboletas e mariposas.
(um par duro menor e outro (um par duro e outro Possuem dois pares de asas
membranoso maior), peças membranoso), peças bucais cobertas por escamas, uma
bucais para furar e sugar e para furar e mastigar e sofrem boca longa especializada em
sofrem metamorfose completa. metamorfose completa. sugar néctar.
Resultados Há maior riqueza na área antrópica (5
morfoespécies). As áreas de floresta e
A região antrópica apresentou maior cerrado possuem riquezas semelhantes
riqueza de espécies e abundância de entre si (4 morfoespécies), porém, menores
indivíduos que a riqueza da área antrópica (A).
Assim como a riqueza, a abundância
RIQUEZA DE ESPÉCIES também é maior na área antrópica (264
indivíduos), quando são comparadas as três
áreas de estudo (B). A área de floresta (34
indivíduos)
possui maior abundância que a área de
cerrado (25 indivíduos), apesar de possuírem
números bem próximos

Observe a linha de raciocínio científica:


Os critérios de riqueza e abundância não
discriminam as espécies. Lembre-se que a
maioria dos indivíduos e das espécies que
apareceram na região antrópica eram
ABUNDÂNCIA DE formigas. Isso fez os alunos questionarem
INDIVÍDUOS se as formigas deveriam ter o mesmo peso
que as outras espécies para a medida de
diversidade, já que elas são comuns a todos
os três ambientes. Será que uma
ambiente antrópico perto da lata de lixo
cheio de formigas é realmente mais
diverso do ponto de vista da raridade de
espécies? O próximo passo então foi usar
medidas de diversidade que discriminam o
valor das espécies.
A região de floresta tinha espécies A partir do índice de Simpson e Shannon
com maior importância ecológica foi medida a diversidade α. Esses dois
índices levam em conta a importância de
determinada espécie.

ÍNDICE DE SIMPSON (D) É possível observar que, a área de


floresta possui maior diversidade α
(D=2,765), seguida do ambiente
antrópico (D=1,711) e por fim a área de
cerrado (D=1,398) (C).

De acordo com índice de Shannon, a


área de floresta (H´=1,131) é a que
possui maior número de morfoespécies
raras, seguida da área antrópica (H
´=0,715) e da área de cerrado (H´=0,606)
(D).
Observe a linha de raciocínio científica:
ÍNDICE DE SHANNON (H') A partir desses dois índices foi possível
verificar que apenas os parâmetros de
riqueza e abundância não são o bastante
para avaliar a diversidade. Os índices de
diversidade α mostraram que a região
antrópica não é mais diversa, uma vez
que as formigas não são espécies raras.
O próximo passo então foi usar uma
medida para comparar o quão diferentes
são esses ambientes de acordo com as
espécies que compartilham.
A região antrópica foi a que menos Discussão
compartilhou espécies com as demais
Explicação 1 para a maior
diversidade na região antrópica:
ÍNDICE DE DIVERSIDADE β
fatores ambientas favoráveis e
falta de predadores

A riqueza de espécies e a abundância de


indivíduos, obtidos em nossos resultados,
mostra que a área antrópica possui maior
diversidade quando comparada as outras
áreas de estudo. Isso ocorre, pois no
ambiente antrópico diversos fatores como a
alteração na cobertura vegetal, a maior
Comparando as três áreas de estudo, a abertura de dossel, a intensa radiação
diversidade beta é maior para a área antrópica solar e uma maior temperatura, refletem
(βw=2), isso significa que ela compartilha na diversidade vegetal do local e assim
menos morfoespécies com as outras áreas afetam a densidade e a diversidade da
(apenas a morfoespécie 2 com a área de fauna encontrada na região. Muitos grupos
floresta). A área de cerrado compartilha duas podem ter desaparecido em função da falta
morfoespécies (morfoespécies 1 e 5) com a dos recursos necessários a sua
área de floresta, sua diversidade beta é sobrevivência. Aqueles que são mais
intermediária (βw=1). A área de floresta, por adaptados ao local, devido a essas mesmas
sua vez, compartilha três morfoespécies, uma condições, podem não ter muitos
com a área antrópica (morfoespécie 2) e duas predadores. Dessa forma, a abundância de
com a área de cerrado (morfoespécies 1 e 5), morfoespécies de formigas na área antrópica
portanto, sua diversidade beta é a menor é muito maior que nas demais.
(βw=0,5) das três áreas (E).
Explicação 2 para a maior Limitação do estudo
diversidade na região antrópica: Uma limitação significativa deste trabalho foi
homem como engenheiro ecológico o número insuficiente de iscas por
ambiente. O número de réplicas deveria ser
Uma explicação para a maior riqueza e aumentado até que a curva de acumulação
diversidade beta no ambiente antrópico seria a de morfoespécies alcançasse um valor
maior heterogeneidade espacial dessa área. A constante (PERONI & HERNÁNDEZ, 2008).
ação do homem, enquanto engenheiro Dessa forma, o número de amostras por área
ecológico, é capaz de criar uma maior não permitiria tirar conclusões mais
variedade de micro-hábitats, uma gama concretas.
mais ampla de microclimas, refúgios contra
predadores e um aumento na frequência de
Conclusão
micro-sucessões (PERONI & HERNÁNDEZ, Neste trabalho foi possível observar como os
2008). Já na região da floresta, as espécies índices indicam a diversidade. Diferentes
estão mais dispersas, provavelmente índices dão diferentes pesos para cada
devido a grande cobertura vegetal, que aspecto das amostras, então a escolha do
pode abrigar mais predadores. Neste índice deve ser baseada no objetivo do
sentido, a grande quantidade de recursos faz estudo. Apesar de muitos indivíduos terem
com que um pedaço de sardinha não atraia sido coletados, para um estudo mais
tantas formigas nas redondezas e esses não consistente e para que alguma conclusão
aparecem em números absurdamente pudesse ser feita, o número de amostras
grandes como na região antrópica. Sendo deveria ser maior.
assim, como foi demostrado pelo baixo valor
do índice de diversidade beta, não há muitos
indivíduos de uma mesma espécie na floresta. Observe a linha de raciocínio científica:
Intermediário a esses dois ambientes se Uma vez que o pesquisador identifica
encontra o ambiente do cerrado que se problemas metodológicos em um
aproxima mais da floresta em relação à experimento ele deve comunicar que
quantidade de cobertura vegetal, dessa forma houve limitação e que novos estudos
recebeu resultados intermediários as demais devem ser realizados.
regiões.
Observe os passos seguidos pelas turmas
Estudo de caso: 7º ano ao longo da sequência:

Passo 1: Os estudantes saíram pela


Análise de uma atividade realizada em uma escola para montar suas armadilhas. O
turma de 7º ano por um professor da rede professor indicou que o objetivo inicial
municipal de ensino de Belo Horizonte. era coletar diferentes animais que
habitavam a escola para conhecer a
O professor começou a desenvolver a biodiversidade de invertebrados
temática “Invertebrados”, a qual seria presente. Cada turma foi dividida em
realizada ao longo de dois meses. cinco grupos que deveriam escolher
Juntamente com aulas teóricas sobre onde montar as armadilhas. Após a
características de diferentes filos, montagem, deveriam adicionar um
exemplares e certas particularidades, o pouco de detergente no interior do copo
professor desenvolveu uma atividade fora para prender os bichos capturados.
de sala de aula: o uso de pitfalls. Tratam-
se de pequenas armadilhas montadas
com copo descartável enterrado em um
buraco e protegido com um pratinho
também descartável.
Passo 2: descrever o espaço no qual as
armadilhas foram montadas. Cada turma
escolheu um local bastante distinto e
Passo 3: Após os
tiveram que fazer registros escritos
registros, os grupos
descrevendo o espaço:
montaram os pitfalls e
a partir daí entraram
em uma rotina
semanal de coleta. Ao
longo de quatro
semanas, os alunos
foram até as
armadilhas coletar os
animais. As amostras
eram colocadas em
pequenos potes de
maionese e levadas
para sala. Em sala de
aula, cada grupo fazia
observações usando
lupas e deveriam
preencher o seguinte
roteiro de descrição:

Observação:
Nas outras aulas em que não ocorria coleta/observação, o professor mantinha aulas expositivas
teóricas, buscando discutir com os estudantes conhecimentos conceituais como: características de
diferentes grupos de invertebrados, exemplares e certas particularidades.
Passo 4: Após as coletas e descrições, as 3. Professor: Isso, teve o tatuzinho na área
armadilhas foram desmontadas, cada grupo do 7° A. O que mais?
contabilizou suas amostras e montou um 4. Lara: No 7° B também não teve tatuzinho!
gráfico. Este gráfico mostrava o número de 5. Professor: Então tatuzinho só no 7° A.
exemplares de cada animal coletado por cada Vou anotar aqui.
grupo. Escreve no quadro:
INTERPRETANDO OS GRÁFICOS:
Posteriormente, com os dados de todos os - Presença de tatuzinhos apenas na área
grupos, o professor conduziu, desenhando no coberta (7° A)
quadro, um gráfico único para cada sala com 6. Professor: Só isso? Teve alguém que
o total de exemplares coletados. Então, após comentou ontem das formigas, lembram?
essa produção, foram gerados três gráficos: Foi a Júlia!
7. Júlia: É porque tem formiga para todo
Gráfico da área 1 (7° A – jardim); lado!
Gráfico da área 2 (7° B – bosquinho); 8. Professor: Verdade! Tem grande
Gráfico da área 3 (7° C – área aberta). quantidade de formigas nas três áreas, é
isso?
O professor mostrou os gráficos nas três 9. Júlia: Isso!
turmas. Evidentemente, havia diferenças e 10. Professor: Então vou anotar esse outro
semelhanças nos resultados o que gerou ponto aqui.
discussões com os estudantes. Observe um Escreve no quadro:
trecho de uma discussão ocorrida no 7° C: INTERPRETANDO OS GRÁFICOS:
- Presença de tatuzinhos apenas na área
1. Professor: Vamos voltar na pergunta de
coberta (7° A);
ontem, gente! Olha aqui! Como explicar as
- Grande presença de formigas nas três
diferenças observadas nos gráficos?
áreas;
Peguem as folhas com cada gráfico: 7° A, 7°
11. Professor: Mais alguma coisa chamou a
B e 7° C. Ontem vocês comentaram
atenção?
algumas coisas, quem lembra?
12. Túlio: O 7° B tinha uma barata!
2. Lara: No 7° A teve tatuzinho e no nosso
13. Lara: Credo
não!
14. Túlio: Eu vi era desse tamanho
15. Professor: Isso mesmo! O 7° B encontrou A gente vai responder duas perguntas: a
uma barata. primeira é essa da Lívia. A segunda é sobre
Escreve no quadro: as formigas. Eu vou anotar no quadro e
INTERPRETANDO OS GRÁFICOS: vocês vão me entregar escrito.
- Presença de tatuzinhos apenas na área 23. Túlio: Ah não! Não, professor, por
coberta (7° A); favor, vamos só discutir aqui.
- Grande presença de formigas nas três áreas; 24. Professor: A gente vai discutir, mas
- Presença de barata na área do bosquinho; primeiro vamos anotar. É coisa simples
16. Professor: Por enquanto está bom. gente. Só para a gente dar o pontapé inicial
Depois que a gente for trabalhando mais, da nossa análise.
podemos ver se tem mais alguma informação Escreve no quadro:
que chama a atenção. Mas agora é que eu a) Porque, apenas na área A, foram
quero saber. Por que ontem eu já vi alguém capturados tatuzinhos?
dessa turma, a Lívia! A Lívia veio comentar ou b) Por que em todas as três áreas as
xingar não sei (...) porque ela estava meio formigas são abundantes?
revoltada ne, Lívia? 25. Professor: Vamos lá. Anotando e
17. Lívia: Aham tentando responder no grupo porque eu
18. Professor: Por que? vou recolher isso hoje.
19. Lívia: Por que que só o 7° A tinha 26. Túlio: A da formiga é fácil demais. Tem
tatuzinho? formiga para todo lado, igual lá em casa,
20. Professor: Olha a revolta da pessoa (...) A até naqueles buraquinhos da rua tem.
pergunta dela foi: “Por que só o 7° A 27. Professor: É verdade Túlio. Tem para
conseguiu pegar tatuzinho, gente?” todo lado mesmo. Mas, você viu a minha
21. Lívia: Uai (...) Eu não sei! Eles são tão pergunta? Lê de novo aí (...) eu quero saber
fofinhos! o porquê disso. Por que tem tanta formiga
22. Professor: Vamos pensar aqui um pouco. assim? Vocês vão pensar e anotar para a
Eu preciso que o Mateus se segure aí porque gente discutir depois.
essa aula precisa pensar e você está falando
demais. Mateus! Silêncio agora! Foca aqui no
quadro junto comigo!
Passo 5: Esse foi o momento de construir Passo 6: Após ler as diversas explicações, o
propostas de explicação para as diferenças professor levou um texto informativo sobre
observadas nos dados coletados. A proposta os tatuzinhos com informações diversas
do professor Lúcio, foi que os estudantes sobre sua morfologia e fisiologia*.
construíssem explicações para dois resultados Posteriormente, também houve aulas para
das coletas: a presença de tatuzinhos apenas responder á pergunta sobre as formigas.
na área do jardim e a abundância de Aqui daremos enfoque à discussão sobre a
formigas nas três áreas. Inicialmente, os primeira pergunta. Além dos textos, o
estudantes fizeram sugestões naquela mesma professor trouxe também as características
aula, a partir de suas próprias discussões. Por que os estudantes haviam descrito sobre as
exemplo, sobre a primeira questão, os três áreas. Ao levar os textos, a tarefa foi
estudantes fizeram seis propostas: produzir pequenos cartões com alguma
informação sobre os tatuzinhos e as áreas, o
1) os tatuzinhos gostam das plantas do jardim; que seria usado como evidências. Exemplos
2) os tatuzinhos não conseguem viver sem a dos cartões:
água do jardim;
3) os tatuzinhos assustam menos no jardim
porque as pessoas não passam lá; Evidência 1: Evidência 2: A área 2 é
A área 1 é sombreada, mas não
4) tinha tatuzinhos no bosquinho, mas eles
bastante recebe tanta água
não caíram nas armadilhas; sombreada, quanto a área 1 e possui
5) no jardim tem alimentos que os tatuzinhos úmida e com cinco árvores (três de
comem; muita grama e médio porte e duas de
6) o jardim tem uma temperatura mais baixa. outras plantas. pequeno porte).

*Este texto foi produzido a partir de uma


adaptação da introdução da Tese de Doutorado Evidência 3: Evidência 4: O tatuzinho
em Biologia Animal intitulada: Isópodos A área 3 não se enrola como
terrestres (Crustacea, Oniscidea) no Brasil e tem plantas e a adaptação à perda de
análise filogenética de Benthana Budde-Lund, terra não é água e precisa viver em
1908 (Philosciidae) úmida. ambientes úmidos.
Evidência 5: Evidência 6: Evidência 7: Evidência 8: Ele pode obter
O tatuzinho utiliza O tatuzinho O tatuzinho umidade por sulcos cuticulares
da evaporação para prende-se alimenta-se dos urópodes que retiram a água
manter a intensamente ao preferencialmente ao tocarem o solo, transmitem
temperatura solo como forma de plantas para todas as partes do corpo por
corporal. de proteção. novas. sistema condutor de água.

Passo 7: Esses dados foram organizados pelo professor em tabelas, que o professor chamou de Tabela
de Evidências. Nesse modelo das tabelas, temos uma amostra de como a turma desenvolveu a análise:
a tabela cruzava as propostas de explicações com as informações pesquisadas (consideradas
evidências). Quando a evidência poderia sustentar uma proposta, a turma deveria marcar um sinal + na
tabela. Desse modo, o professor pôde mostrar ao final que havia algumas propostas de explicações
mais “fortes” do que outras.
Claro que esse processo foi permeado por discordâncias entre os estudantes sobre o que deveria ou
não ser marcado na tabela, mas ao final das análises, foi possível identificar as respostas mais
consideradas pelo grupo como mais pertinentes. Por exemplo as propostas 2 e 5 receberam maior
apoio. Já as propostas 3 e 4, acabaram sendo descartadas, enquanto a proposta 6 gerou dúvida e,
segundo o professor, demandava acesso a mais informações que eles ainda não tinham.
Evidências
ATIVIDADE INVESTIGATIVA

Armadilha de
invertebrados
Para investigarmos a
diversidade animal e a
interferência humana
sobre o ambiente,
montaremos pequenas
armadilhas montadas
com materiais de baixo
custo e fácil acesso

Essa tarefa deve ser feita


com pelos menos 10 dias
antes do encontro de sábado
MATERIAIS

Pá de jardinagem
Luvas
Prancheta para anotação
Pratos e copos descartáveis
Espetos de churrasco
Detergente e água
Pinças
Celular para fotografar
DIA 1: passo 1 É necessário amostrar pelo menos três
ambientes para que seja possível traçar
Coloque armadilhas em um comparações entre os seres vivos que neles
vivem. O aluno irá colocar armadilhas em um
ambiente de seu cotidiano. ambiente para poder comparar com os
Ex.: jardim, horta, quintal ou mata ambientes escolhidos pelos colegas.

Coloque dois dedos de água com Coloque o prato apoiado pelos espetos para
detergente no copo. Cave um buraco com proteger a armadilha. Você pode furar o prato
a profundidade do copo e enterre-o. com três espetos e fincar no solo.

CUIDADO!
Se certifique que o ambiente é seguro CUIDADO!
e não entre em propriedade de outras O copo deve ficar
pessoas sem consentimento. É abaixo do nível do
indicado que o aluno esteja solo e não como
acompanhado de um adulto. na figura ao lado.
DIA 1: passo 2 Tire fotos do ambiente com seus
arredores e do dossel acima da armadilha
como nos exemplos abaixo.
Descreva o ambiente escolhido
A câmera deve estar
e faça registros fotográficos completamente virada
para cima para tirar a
foto de dossel.
Use a tabela ao lado
para orientar o
registro de dados do foto dossel
ambiente. Repare na
presença de seres
humanos, nos
arredores e nas
condições de
luminosidade,
umidade, solo e
vegetação. Imprima
os roteiros para
facilitar o registro.

foto ambiente

HABILIDADE BNCC
2º ano (EF02CI04): Descrever características de plantas e animais (tamanho, forma, cor, fase
da vida, local onde se desenvolvem etc.) que fazem parte de seu cotidiano e relacioná-las ao
ambiente em que eles vivem
DIA 8: passo 3 Você deve juntar o
material coletado nos dois
Colete e descreva os copos. Descreva os
organismos coletados nas
organismos capturados
duas armadilhas na tabela
ao lado. Registre partes do
Após 1 semana, colete aos organismos que corpo, número de patas,
caíram na armadilha. Para facilitar a antenas, asas, faça desenhos
observação deles, lave e separe cada um em e conte quantos exemplares
uma folha de papel. de cada espécie.

Nesta atividade, usaremos o termo espécie


para se referir a morfoespécie. O termo
morfoespécie se refere a espécies definidas
com base apenas em sua morfologia, isto é,
as características de seu corpo. Geralmente,
zoólogos e ecólogos usam o critério
morfológico para definir espécies nas fases
iniciais de pesquisa. Posteriormente eles
buscam referências na literatura, outros
especialistas e até mesmo realizam testes
moleculares para definir com maior exatidão
a espécie do organismo analisado. Um
interior de uma exemplo de espécie difícil de identificar com
armadilha com exatidão são as formigas. Existem espécies
caracóis de formigas que só podem ser discernidas
com base em suas moléculas.
PASSO 4
Você pode consultar o material em anexo:

Agrupe e classifique os animais coletados

Classifique os animais encontrados em grupos


usando como critério as características que
você descreveu na tabela.

EXEMPLO: Critério 1

possui patas não possui patas

formiga, aranha,
lesma, minhoca, larva
mosca, besouro

HABILIDADE BNCC
3º ano (EF03CI06) Comparar alguns
animais e organizar grupos com base em
características externas comuns
(presença de penas, pelos, escamas, bico,
garras, antenas, patas etc.)
Como agrupar os animais coletados com a turma

Agrupe os animais de acordo com os grupos taxonômicos de invertebrados e discuta os critérios


desses grupos relacionando aos critérios criados pelos alunos. Observe um exemplo abaixo:

corpo cilíndrico
3 pares de patas 4 pares de patas segmentado em anéis
INSETOS ARACNÍDEOS ANELÍDEOS

minhoca

formiga mosca aranha


corpo mole protegido
por concha
MOLUSCOS
corpo articulado, com apêndices e
revestido por exoesqueleto
ARTRÓPODES caracol

Uma estratégia para fazer esse agrupamento com a sua turma seria utilizar o próprio bookcreator
como mural virtual. Essa ferramenta permite a inclusão de imagens do google, fazer anotações e
permite a colaboração de seus alunos em tempo real.
PASSO 5
Com alunos do 3º ano é esperado que essa pesquisa seja feita
em materiais já selecionados e disponibilizados pelo professor.
Descreva como os De preferência com poucas fontes, textos e poucas informações.
animais coletados vivem A partir do 4º ano, os alunos já são relativamente autônomos na
Pesquise sobre cada animal realização dessa tarefa. Você pode disponibilizar as informações
coletado e preencha a tabela selecionadas em fichas como no estudo de caso anterior.
com os dados encontrados:
1. onde habitam
2. como se locomovem
3. o que comem A minhoca e o O tatu bolinha alimenta- As formigas
4. por quem é predado caracol possuem se preferencialmente de vivem em
5. revestimento do corpo uma pele plantas novas. colônias
6. ciclo de vida permeável que debaixo da
precisa estar terra com uma
sempre úmida. A mosca pôe ovos na complexa
água e os ovos eclodem divisão de
em larvas trabalho.

A maioria dos
caracóis são
herbívoros vorazes As formigas podem comer de tudo e até
mas alguns mesmo criar pulgões e cultivar fungos para sua
comem minhocas alimentação

HABILIDADE BNCC
3º ano (EF03CI04): Identificar características sobre o modo de vida (o que comem, como se
reproduzem, como se deslocam etc.) dos animais mais comuns no ambiente próximo.
PASSO 6 PASSO 7

Medindo a diversidade Discuta os resultados


dos ambientes encontrados

A diversidade animal pode ser inferida 1. Quais foram os principais resultados deste
a partir de parâmetros como: levantamento? A ação do homem sobre o
riqueza de espécies e abundância de ambiente influencia esse resultado? A
indivíduos. luminosidade ou algum outro fator do
ambiente interfere no resultado?
2. Existe alguma relação entre as espécies
Esse passo pode ser encontradas no seu ambiente? Existem
iniciado individualmente espécies que poderiam coexistir de acordo
mas haverá um momento com seu modo de vida? Existem espécies que
de compartilhar os dados influenciam na abundância de outra? Utilize
com os colegas para evidências baseadas em seus dados de
comparar diferentes diversidade e nos dados de sua pesquisa
ambientes. Esse momento sobre o modo de vida dos animais.
será realizado no encontro 3. Selecione um dos fenômenos observados
de sábado. durante o experimento e elabore uma
hipótese capaz de explicá-lo. Utilize evidências
capazes de sustentar sua proposta.

Esta atividade da armadilha de invertebrados pode ser realizada de forma gradual ao longos dos anos
iniciais do fundamental começando com uma turma de 2º ano até o momento em que ela chega ao 5º
ano. O passo 6 envolve a descrição de aspectos quantitativos e a tabulação de dados. Alguns autores
consideram que essa habilidade é mais adequada para alunos do 4º ano em diante.
Depois de realizar a atividade investigativa preencha o seguinte formulário.

Link: https://forms.gle/fm1nHVq9DNJQ1dps9
Referências
Brusca, Richard C. - Moore, Wendy - Shuster, Stephen M. PERONE, Nivaldo & HERNÁNDEZ, Malva I. M. Ecologia de
Invertebrados - 3ª Ed. 2018. Editora Guanabara Koogan Populações e Comunidades. Capítulo 7 Influência da
LTDA. competição, da predação e da perturbação na estrutura
de
Hawksworth, D. L. & Kalin-Arroyo, M. T. in Global comunidades. Florianópolis: Universidade Aberta do
Biodiversity Assessment (ed. Heywood, V. H.) 107–191 Brasil, 2011. p. 107
(Cambridge Univ. Press, Cambridge, 1995).
WINK. C, GUEDES, J. V. C., FAGUNDES, C. K.,ROVEDDER, A.
Reece, Jane B., Wasserman, Steven A., Urry, Lisa A., Cain, P., Insetos edáficos como indicadores da qualidade
Michael L., Minorsky, Peter V., Jackson Biologia de ambiental. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages,
Campbell - 10ª Ed. Editora Artmed, 2015 v.4, n.1, p. 60-71, 2005

Hood, Laura. Biodiversity: Facts and figures. Disponível Purvis, Andy, and Andy Hector. "Getting the measure of
em: biodiversity." Nature 405.6783 (2000): 212-219.
<https://www.scidev.net/global/forestry/feature/biodiversity-
facts-and-figures-1.html>. 2010 Tese de Doutorado em Biologia Animal intitulada:
Isópodos terrestres (Crustacea, Oniscidea) no Brasil e
ANTONINI, Yasmine; MARTINS, Rogério P. The flowering- análise filogenética de Benthana Budde-Lund, 1908
visiting bees at the ecological station of the Universidade (Philosciidae) (Campos Filho, 2014). Disponível em de:
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil. www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/129492/
Neotropical Entomology, 2003, 32.4: 565-575. 000951768.pdf?sequence=1.

RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza. 6ª ed. Rio CIZOTO, SA; GODOY, D; JÚNIOR, CS; SASSON, S; SANCHES,
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 546 p. PSB. LIGAMUNDO - CIÊNCIAS. Ensino fundamental 1 -
Manual do Professor 2º ano | Ciências. Editora Saraiva.
BARROS, Ronald E. M. Medidas de Diversidade Biológica. São Paulo, 2019.
Juíz de Fora: UFJF, 2007. 13p.(texto elaborado como parte
dos requisitos da disciplina Estágio Docência do NIGRO, RG. Ápis - Ciências 3º ano. Ensino fundamental -
Programa de Pós-Graduação em Ecologia) anos iniciais - Manual do Professor. Editora ática. São
Paulo, 2017
PERONE, Nivaldo & HERNÁNDEZ, Malva I. M. Ecologia de
Populações e Comunidades. Capítulo 5 Componentes
estruturais e funcionais de comunidades. Florianópolis:
Universidade Aberta do Brasil, 2011. p. 74-81.

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