Funções Sintáticas
Funções Sintáticas
Funções Sintáticas
Ficha 6
FUNÇÕES SINTÁTICAS
FUNÇÕES SINTÁTICAS A NÍVEL DA FRASE
1. Sujeito
A função sintática de sujeito é desempenhada pelo constituinte da frase que con-
trola a concordância verbal.
Esta função sintática pode ser desempenhada por um grupo nominal (isto é, um
grupo de palavras cujo constituinte principal é um nome ou um pronome e que funciona
como uma unidade sintática) (a), por uma oração subordinada substantiva relativa (b)
ou por uma oração subordinada substantiva completiva (c).
Exs.: a) A amiga da Maria é muito inteligente.
b) Quem muito fala pouco acerta.
c) É fantástico que tenhas conseguido vencer a corrida.
Quando a função sintática de sujeito é desempenhada por um grupo nominal ou
uma oração subordinada substantiva relativa, é possível identificar este constituinte atra-
vés da sua substituição pela forma nominativa dos pronomes pessoais (eu, tu, ele/ela,
nós, vós, eles/elas).
Exs.: a) A amiga da Maria é muito inteligente. → Ela é muito inteligente.
b) Quem muito fala pouco acerta. → Ele pouco acerta.
Quando a função sintática de sujeito é desempenhada por uma oração subordinada
substantiva completiva, podemos identificar este constituinte através da sua substituição
pelo pronome demonstrativo invariável «isso», que deve ser colocado antes do verbo.
É fantástico que tenhas conseguido vencer a corrida. → Isso é fantástico.
Ex.:
Classificação do sujeito
Quando o sujeito está expresso na frase, pode ser classificado como simples
ou composto.
• Sujeito simples — é constituído apenas por um grupo nominal (a) ou por uma
oração (b).
Exs.: a) O João pintou a casa.
b) É essencial que conheças esta obra.
• Sujeito composto — é constituído por grupos nominais coordenados (a) ou por
orações (b) que surgem coordenadas entre si.
Exs.: a) Eu e a Joana jantámos num restaurante ótimo.
A Raquel, o Manuel e o Ricardo também foram juntos ao concerto.
b) Quem leu a obra e quem foi às aulas obteve melhor resultado na prova.
Quando o sujeito não está expresso na frase, estamos perante um sujeito nulo.
O sujeito nulo pode ser subentendido, indeterminado ou expletivo.
• Sujeito nulo subentendido — surge quando é possível identificar o sujeito através
da pessoa e do número da forma verbal.
Ex.:
Comprámos um carro novo. (Através da forma verbal «comprámos»,
é possível identificar o sujeito: «nós».)
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Ficha 6
2. Predicado
A função sintática de predicado é desempenhada pelo grupo verbal da frase (ou
seja, um grupo de palavras que tem como constituinte principal o verbo e que funciona
como uma unidade sintática) (a), do qual fazem parte os complementos (b) e modifica-
dores (c) do verbo.
Exs.: a) O António adormeceu.
b) A Maria telefonou à irmã.
c) O João chegou agora.
4. Vocativo
A função sintática de vocativo é desempenhada pelo constituinte utilizado para
interpelar o interlocutor. O vocativo ocorre, em geral, em frases do tipo interrogativo,
exclamativo e imperativo.
Ex.: Tomás, podes trazer-me aquele livro, por favor?
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ANEXO II. CLASSES DE PALAVRAS, SINTAXE E LEXICOLOGIA
1. Complemento direto
O complemento direto é selecionado pelo verbo. Esta função sintática pode ser
desempenhada por um grupo nominal (a) ou por uma oração subordinada substantiva (b).
Exs.: a) Ele desvendou o mistério.
b) O João garantiu que terminaria o trabalho hoje.
Eles perguntaram se queríamos ir passear.
O grupo nominal com a função sintática de complemento direto pode ser substi-
tuído pela forma acusativa do pronome pessoal — «o/a» ou «os/as» (a). Quando esta
função é desempenhada por uma oração subordinada substantiva completiva, este
constituinte pode ser substituído pelo pronome demonstrativo «o» (b).
Exs.: a) Ele desvendou o mistério. → Ele desvendou-o.
b) O João garantiu que terminaria o trabalho hoje. → O João garantiu-o.
2. Complemento indireto
O complemento indireto é selecionado pelo verbo. Esta função sintática é desem-
penhada por um grupo preposicional, ou seja, um grupo cujo constituinte principal é
uma preposição (frequentemente «a») e que funciona como uma unidade sintática (a).
O grupo preposicional com a função sintática de complemento indireto pode ser
substituído pelo pronome pessoal «lhe/lhes» (b).
Exs.: a) Ela telefonou à irmã.
b) Ela telefonou à irmã. → Ela telefonou-lhe.
3. Complemento oblíquo
O complemento oblíquo é selecionado pelo verbo. Esta função sintática pode ser
desempenhada por um grupo preposicional — que, ao contrário do que sucede com o
complemento indireto, não pode ser substituído pelo pronome «lhe/lhes» (a) —, por um
grupo adverbial, isto é, um grupo que tem um advérbio como principal constituinte e
que funciona como uma unidade sintática (b), ou pelos dois elementos, coordenados
entre si (c).
Exs.: a) O Manuel faltou à aula. → *O Manuel faltou-lhe.
b) Eles moram aqui.
c) Vives aqui ou em Lisboa?
5. Predicativo do sujeito
A função sintática de predicativo do sujeito é desempenhada pelo constituinte
que surge em frases com verbos copulativos (ser, estar, ficar, parecer, permanecer,
continuar, tornar-se) e que predica algo sobre o sujeito.
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Ficha 6
O constituinte com esta função sintática pode ser um grupo nominal (a), um grupo
adjetival — grupo de palavras cujo constituinte principal é um adjetivo e que funciona
como uma unidade sintática (b) —, um grupo preposicional (c) ou um grupo adverbial
— grupo de palavras que tem como principal constituinte um advérbio e que funciona
como uma unidade sintática (d).
Exs.: a) Eles são cientistas.
b) Elas ficaram felizes.
c) A Maria ficou na escola.
d) Os livros continuam aí.
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ANEXO II. CLASSES DE PALAVRAS, SINTAXE E LEXICOLOGIA
1. Complemento do nome
A função sintática de complemento do nome é desempenhada por um constituinte
selecionado pelo nome. Pode ser um grupo preposicional (a) — que pode surgir sob a
forma de uma oração (b) — ou, embora com menos frequência, um grupo adjetival (c).
Exs.: a) O acesso à educação é um direito fundamental do Homem.
b) A ideia de que eles não apreciariam esta homenagem é absurda.
c) Registou-se um considerável avanço tecnológico a partir de meados
do século xx.
1. Complemento do adjetivo
A função sintática de complemento do adjetivo é desempenhada por um consti-
tuinte selecionado pelo adjetivo, sendo um grupo preposicional (a), que ocorre, por
vezes, sob a forma de oração (b).
Exs.: a) Ele está convicto da inocência do seu cliente.
b) Ela está entusiasmada por poder participar na competição.
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