Prova Paes 2022
Prova Paes 2022
Prova Paes 2022
22/05/2022
Este caderno contém 60 (sessenta) questões objetivas das seguintes áreas: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
Ciências Humanas e suas Tecnologias; Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e a Prova de Produção
Textual.
Instruções Gerais
1 - Não abra o caderno antes de receber autorização. Ao recebê-la, verifique se a impressão, a paginação e a numeração
das questões do caderno estão corretas. Caso observe qualquer erro, notifique o fiscal.
2 - As questões de números 16 a 20, da área de Linguagens, deverão ser respondidas de acordo com a sua opção de
língua estrangeira: Inglês ou Espanhol.
3 - Cada questão tem somente uma opção correta de resposta.
4 - Use apenas caneta, de corpo transparente, preta ou azul, para assinar a planilha-resposta e para marcar suas
respostas. Cubra totalmente o espaço que corresponde à letra da opção de sua escolha.
5 - Assine a planilha-resposta e transcreva a frase de segurança.
6 - A planilha-resposta é insubstituível. Não pode ser dobrada, amassada, rasurada ou manchada.
7 - Você fará seu rascunho de produção textual no espaço destinado a ela neste caderno.
8 - Você fará sua produção textual em folha específica.
9 - O tempo disponível para fazer a prova é de cinco horas. Nada mais poderá ser registrado após esse tempo.
10 - Assine a folha de frequência na presença do fiscal.
11 - Ao terminar de responder a sua prova, entregue ao fiscal a folha que contém a planilha-resposta e a produção textual.
12 - O caderno de provas só poderá ser levado pelo candidato que permanecer em sala até às 18 horas.
Boa Prova!
PAES
2022
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Lá no fim do século XIX e no começo do XX, o Brasil passava pelo dilema que todas as nações
modernas enfrentaram (e, de certa maneira, ainda enfrentam): como criar uma identidade nacional
que justifique e mantenha o Estado?
Notem que eu ouso criar, porque é bem isso mesmo, inventar uma história que servisse aos
interesses da elite dominante e homogeneizasse a população brasileira. Ora, essa população era
formada, principalmente, por pretos escravos ou ex-escravos, indígenas perseguidos e uma parcela
de gente branca. No centro da discussão estava: quem seria o cidadão brasileiro.
Houve quem defendesse a educação para o trabalho: ensinar os pretos amolecidos e degenerados
pela escravidão (faz me rir) a trabalhar resignado. Teve aqueles que achavam que a inferioridade dos
pretos era tão grande que não adiantava educar nem nada, era melhor expulsar ou deixar morrer.
O Brasil, em seus debates sobre a nação e seus cidadãos, bebeu muito das teorias racialistas que
estavam em voga na Europa e sendo amplamente utilizadas para justificar a colonização na África
depois de séculos e séculos de saque humano. [...]
Daí surge o pardo como a gente conhece hoje. O pardo não é raça, não é povo, não é cidadão
brasileiro. Ele é o estágio transitório entre a base da pirâmide (os negros) e o topo (os brancos).
Não é branco, ainda não chegou no estágio sublime de branquitude que garante o direito à vida,
oportunidades e cidadania, mas é prova viva da boa vontade e do esforço de se embranquecer tão
valorizado por uma elite branca que, desde sempre, morre de medo dos pretos fazerem daqui o
Haiti.
Como fala Foucault, o poder, no estado moderno, não é negativo, ele é normatizador. Ou seja,
estabelece normas de conduta, estéticas, discursivas, e beneficia aqueles que fazem o jogo. No caso
do Brasil, o jogo da branquitude. Quanto mais branco você tentar ser, seja usando intervenções
estéticas ou compartilhando o discurso político e social, mais “tolerável” você vai ser. Nisso, nós
que somos claros, temos uma vantagem: o branqueamento estético é mais alcançável para nós.
Mas nada disso garante que você vai passar de boa em uma sociedade racialmente hierarquizada,
o embranquecimento é, sobretudo, uma mutilação. E pra quem ainda tem dúvidas, mutilação é
sempre ruim ok? Não tem gradação de violência e mutilação. [...]
https://medium.com/@isabelapsena/o-n%C3%A3o-lugar-do-pardo
Questão 01
Considerando o contexto de circulação de um artigo de opinião e o propósito discursivo do produtor do texto
acima, os recursos argumentativos utilizados têm a função de
a) defender a importância da tomada de consciência acerca de condutas sociais, a fim de estancar os preconceitos
na sociedade brasileira.
b) influenciar o leitor para um comportamento social mais ético e moral, a fim de hierarquizar a sociedade racial
brasileira.
c) apresentar divergências raciais recorrentes, a fim de ocultar as condições de representatividade étnica.
d) ironizar práticas sociais existentes, a fim de chamar a atenção do leitor para as atitudes preconceituosas
existentes na conduta brasileira.
e) refletir sobre as ideias expostas pelos intelectuais contemporâneos, a fim de ressaltar a topografia étnica
brasileira.
Questão 02
Dos fragmentos a seguir, a palavra sublinhada cuja relação morfossintática difere das demais é
José Pereira da Graça Aranha nasceu, em São Luís do Maranhão, a 21 de junho de 1868. Foi nomeado, em
1890, Juiz Municipal em Cachoeiro de Santa Leopoldina, no Espírito Santo, onde recolheu material para a sua
obra de maior interesse, que publicaria doze anos depois, Canaã. De acordo com a Bíblia, Canaã era a terra
prometida por Deus a Abraão e descendentes. Por extensão, Canaã, na obra literária, poderia ser considerado
um lugar paradisíaco na terra.
Nesse romance ideológico, Graça Aranha expõe uma crítica à fase em que o poder político e o social brasileiros
sofrem influências de ricos cafeicultores no Sudeste do Brasil e do fluxo de imigrantes alemães, que, então,
substituíam a mão de obra escrava dos recém-libertados, marginalizados e injustiçados, em regiões do Espírito
Santo.
O estrangeiro apertou a mão calosa e áspera do velho, que abriu os lábios numa rude expressão
de riso, mostrando as gengivas roxas e desdentadas. A cafuza não se mexeu; apenas, mudando
vagarosamente o olhar, descansou-o, cheio de preguiça e desalento, no rosto do viajante. A criança
acolheu-se a ela, boquiaberta, com a baba a escorrer dos beiços túmidos.
[...]
— Mora aqui há muito tempo? perguntou Milkau.
— Fui nascido e criado nessas bandas, sinhô moço... Ali perto do Mangaraí.
— E, tateando o espaço, estendia a mão para o outro lado do rio. — Não vê um casarão lá no fundo?
Foi ali que me fiz homem, na fazenda do Capitão Matos, defunto meu sinhô, que Deus haja!
O estrangeiro, acompanhando o gesto, apenas divisava ao longe um amontoado de ruínas que
interrompia a verdura da mata.
E a conversa foi continuando por uma série de perguntas de Milkau sobre a vida passada daquela
região, às quais o velho respondia gostoso, por ter ocasião de relembrar os tempos de outrora,
sentindo-se incapaz, como todos os humildes e primitivos, de tomar a iniciativa dos assuntos.
[...]
— Ah, tudo isto, meu sinhô moço, se acabou... Cadê fazenda? Defunto meu sinhô morreu, filho dele
foi vivendo até que governo tirou os escravos. Tudo debandou. Patrão se mudou com a família para
Vitória, onde tem seu emprego; meus parceiros furaram esse mato grande e cada um levantou casa
aqui e acolá, onde bem quiseram. Eu com minha gente vim para cá, para essas terras do seu coronel.
Tempo hoje anda triste. Governo acabou com as fazendas, e nos pôs todos no olho do mundo, a
caçar de comer, a comprar de vestir, a trabalhar como boi para viver. Ah! tempo bom de fazenda!
[...]
— Mas, meu amigo — disse Milkau —, você aqui ao menos está no que é seu, tem sua casa, sua terra,
é dono de si mesmo.
— Qual terra, qual nada... Rancho é do marido de minha filha, que está aí sentada, terra é de seu
coronel, arrendada por dez mil-réis por ano. Hoje em dia tudo aqui é de estrangeiro, Governo não faz
nada por brasileiro, só pune por alemão...
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 3
Questão 04
Dentre os trechos extraídos do diálogo dos personagens, indique aquele em que predomina a intenção crítica do
autor acerca da política da época.
a) “— Fui nascido e criado nessas bandas, sinhô moço... Ali perto do Mangaraí. E, tateando o espaço, estendia a mão
para o outro lado do rio. — Não vê um casarão lá no fundo? Foi ali que me fiz homem, [...]”
b) “O estrangeiro apertou a mão calosa e áspera do velho, que abriu os lábios numa rude expressão de riso [..].”
c) “E a conversa foi continuando por uma série de perguntas de Milkau sobre a vida passada daquela região, às quais
o velho respondia gostoso, por ter ocasião de relembrar os tempos de outrora, sentindo-se incapaz, como todos
os humildes e primitivos [..].”
d) “— Mas, meu amigo — disse Milkau —, você aqui ao menos está no que é seu, tem sua casa, sua terra, é dono
de si mesmo. “
e) “Governo acabou com as fazendas, e nos pôs todos no olho do mundo, a caçar de comer, a comprar de vestir, a
trabalhar como boi para viver.”
Questão 05
Nos fragmentos, observa-se um procedimento descritivo, típico do Naturalismo Literário: detalhismo por meio
de elementos sensoriais. Releia-os.
“A criança acolheu-se a ela boquiaberta, com a baba a escorrer dos beiços túmidos.”
“— E, tateando o espaço, estendia a mão para o outro lado do rio.”
Nas expressões “beiços túmidos” e “tateando o espaço”, destacam-se, respectivamente, os seguintes elementos
sensoriais:
O fragmento a seguir é um dos diálogos entre os dois estrangeiros que protagonizam Canaã.
— Parece que já vi este quadro em algum lugar — disse Milkau, cismando, — Mas não, este ar, este
conjunto suave, este torpor instantâneo, e que se percebe vai passar daqui a pouco, é seguramente a
primeira vez que conheço.
— E por quanto tempo aqui ficaremos? — disse o outro num bocejo de desalento; e o seu olhar pairava
preguiçosamente sobre a paisagem.
— Não meço o tempo — respondeu Milkau —, porque não sei até quando viverei, e agora espero que
este seja o quadro definitivo da minha existência. Sou um imigrado, e tenho a alma do repouso; este será
o meu último movimento na terra...
— Mas nada o agita? Nada o impelirá para fora daqui, fora desta paz dolorosa, que é uma sepultura para
nós?...
— Aqui fico. E se aqui está a paz, é a paz que procuro exatamente...Eu me conservarei na humildade; em
torno de mim desejarei uma harmonia infinita.
Questão 06
ARANHA, G. (1868-1931). Canaã. 3 ed. São Paulo: Martins Claret, 2013.
a) a intenção de Lentz em garantir aos habitantes daquele lugar uma boa convivência com os habitantes daquele
aprazível lugar.
b) a visão latente dos dois estrangeiros em resgatar memórias e saberes a fim de atender às necessidades sociais dos
ainda cativos da hipocrisia dos proprietários das fazendas.
c) a mentalidade de Milkau marcada por uma sutil ambição e um pacto com Lentz, compondo assim uma liderança
política naquela região.
d) a perseverança de Lentz em se manter, como Milkau, ativo e animado para conhecer a tradição significativa dos
ancestrais daquela gente.
e) o ufanismo entusiasta e previsível do estrangeiro Milkau sobre essa terra do seu imaginário, em que pretendera uma
vida útil e agradável vida social.
LENTZ — Até agora não vejo probabilidade da raça negra atingir a civilização dos brancos. Jamais a
África ...
MILKAU — O tempo da África chegará. As raças civilizam-se pela fusão; é no encontro das
raças adiantadas com as raças virgens, selvagens, que está o repouso conservador, o milagre
do rejuvenescimento da civilização. O papel dos povos superiores é o instintivo impulso do
desdobramento da cultura, transfundindo de corpo a corpo o produto dessa fusão que, passada a
treva da gestação, leva mais longe o capital acumulado nas infinitas gerações. Foi assim que a Gália
se tornou França e a Germânia, Alemanha.
LENTZ — Não acredito que da fusão com espécies radicalmente incapazes resulte uma raça sobre
que se possa desenvolver a civilização. Será sempre uma cultura inferior, civilização de mulatos,
eternos escravos em revoltas e quedas. Enquanto não se eliminar a raça que é o produto de tal
fusão, a civilização será sempre um misterioso artifício, todos os minutos rotos pelo sensualismo,
pela bestialidade e pelo servilismo inato do negro. O problema social para o progresso de uma
região como o Brasil está na substituição de uma raça híbrida, como a dos mulatos, por europeus. A
imigração não é simplesmente para o futuro da região do País um caso de simples estética, é antes
de tudo uma questão complexa, que interessa o futuro humano.
ARANHA, G. (1868-1931). Canaã. 3 ed. São Paulo: Martins Claret, 2013.
Questão 07
O contexto sociohistórico da época do Romance Canaã, ainda que seu valor como obra literária seja posto em
dúvida, retrata algumas teses de realidades vitais. Pode-se afirmar que o enredo do romance
Questão 08
O pré-modernismo não é considerado um estilo de época, pois apresenta uma multiplicidade de temáticas. É entendido
como um período literário brasileiro que faz a transição entre o simbolismo e o modernismo. Por isso, é possível
encontrar, nas obras dessa época, características de estilos passados, como parnasianismo, realismo, naturalismo e
simbolismo.
a) “Pelas frestas das árvores, pela transparência das folhas, desce uma claridade discreta, e nessa suave iluminação
se desenrola dentro do mato o cenário pomposo das cores. Elas são em si vivas e quentes, mas a gradação
da sombra, que ora avança, ora se afasta, comunica-lhes da negrura do verde ao desmaio do branco a
matização completa e triunfal.”
b) “Era um grande ajuntamento de colonos da região. Alguns estavam ali havia trinta anos, e a sua pele era
amarela, encolhida como pergaminho; outros ainda eram louros e jovens. Trajavam as suas melhores roupas,
o que fazia também uma mistura de modas de muitas épocas, conservada religiosamente em trajes que se
não acabavam mais.”
c) “— Era preciso formar-se do conflito de nossas espécies humanas um tipo de mestiço, que se conformando
melhor com a natureza, com o ambiente físico, e sendo a expressão das qualidades médias de todos, fosse o
vencedor e eliminasse os extremos geradores. Perfeito ..."
d) “Os dois brasileiros interessavam-se ardentemente por esses contos vindos de um mundo desconhecido e que
lhes sugeriam a reminiscência de tantas outras histórias europeias a eles transmitidas e adulteradas pelos
povos brancos, primeiros geradores da sua raça mestiça”.
e) “Enquanto a conversação se ia desenrolando mansamente, viram passar pelo caminho, à beira do rio, um
velho muito alto e magro, armado de espingarda e carregando um animal morto a gotejar sangue pelas
feridas, que Joca declarou ser uma paca."[...]
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 5
Texto de referência para responder às questões 09 e 10.
[...] E os dois imigrantes, no silêncio dos caminhos, unidos enfim numa mesma comunhão de esperança e
admiração, puseram-se a louvar a Terra de Canaã.
Eles disseram que ela era formosa com os seus trajes magníficos, vestida de sol, coberta com o manto do
voluptuoso e infinito azul; que era amimada pelas coisas; sobre o seu colo águas dos rios fazem voltas e outras
enlaçam-lhe a cintura desejada; [...]
Eles disseram que ela era opulenta, porque no seu bojo fantástico guarda a riqueza inumerável, o ouro puro
e a pedra iluminada; porque os seus rebanhos fartam as suas nações e o fruto das suas árvores consola o
amargor da existência; porque um só grão das suas areias fecundas fertilizaria o mundo inteiro e apagaria para
sempre a miséria e a fome entre os homens. Oh! poderosa!...
Eles disseram que ela, amorosa, enfraquece o sol com as suas sombras; para o orvalho da noite fria tem o calor
da pele aquecida, e os homens encontram nela, tão meiga e consoladora, o esquecimento instantâneo da
agonia eterna...
Eles disseram que ela era feliz entre as outras, porque era a mãe abastada, a casa de ouro, a providência dos
filhos despreocupados, que a não enjeitam por outra, não deixam as suas vestes protetoras e a recompensam
com o gesto perpetuamente infantil e carinhoso, e cantam-lhe hinos saídos de um peito alegre...
Eles disseram que ela era generosa, porque distribui os seus dons preciosos aos que deles têm desejo; a sua
porta não se fecha, as suas riquezas não têm dono; não é perturbada pela ambição e pelo orgulho; os seus
olhos suaves e divinos não distinguem as separações miseráveis; o seu seio maternal se abre a todos como um
farto e tépido agasalho... Oh! esperança nossa!
Eles disseram esses e outros louvores e caminharam dentro da luz...
Questão 09
A presença constante da repetição de termos e de expressões no início do parágrafo é conhecida como anáfora.
O uso da anáfora – Eles disseram – , no contexto, expressa tom
a) profético.
b) letárgico.
c) desesperador.
d) piedoso.
e) indiferente.
Questão 10
No trecho “Eles disseram que ela, amorosa, enfraquece o sol e as suas sombras”, o termo "amorosa" possibilita
duas funções sintáticas distintas. Considerando a anáfora predominante no fragmento, a função sintática
prevalente é
a) vocativo.
b) aposto explicativo.
c) predicativo do sujeito.
d) predicativo do objeto.
e) adjunto adnominal.
Em um salão onde se achavam reunidas muitas pessoas distintas, e bem colocadas na sociedade, e depois de
versar a conversação sobre diversos assuntos mais ou menos interessantes, recaiu sobre o elemento servil.
O assunto era por sem dúvida de alta importância. A conversação era geral; as opiniões, porém, divergiam.
Começou a discussão.
— Admira-me, — disse uma senhora, de sentimentos sinceramente abolicionistas; faz-me até pasmar como
se possa sentir, e expressar sentimentos escravocratas, no presente século, no século dezenove! A moral religiosa
e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto esmagando a hidra que envenena a família no mais sagrado
santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação inteira!
Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em torno da sociedade, e dizei-me:
— Para que se deu em sacrifício o Homem Deus, que ali exalou seu derradeiro atento? Ah!
Então não era verdade que seu sangue era o resgate do homem! É então uma mentira abominável ter esse
sangue comprado a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não verdes o abutre que a corrói constantemente!...
Não sentis a desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?
Reis, Maria Firmina dos, 1825-1917. Úrsula e outras obras [recurso eletrônico] / Maria Firmina dos Reis. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2018. – (Série prazer de ler; n. 11 e-book).
Questão 11
A fala da senhora, ao se contrapor aos escravocratas, apresenta argumentação, ancorada na perspectiva da (do)
a) respeito à pátria.
b) religiosidade cristã.
c) comunhão familiar.
d) cerceamento à liberdade.
e) moralidade social.
Custou a ir à cidade: quando foi demorou-se algumas semanas, e quando chegou, entregou a meu pai
uma folha de papel escrita, dizendo-lhe:
– Toma, e guarda, com cuidado, é a carta de liberdade de Joana. Meu pai não sabia ler, de agradecido
beijou as mãos daquela fera. Abraçou-me, chorou de alegria, e guardou a suposta carta de liberdade.
Então furtivamente eu comecei a aprender a ler, com um escravo mulato, e a viver com alguma liberdade.
Isso durou dois anos. Meu pai morreu de repente, e, no dia imediato, meu senhor disse a minha mãe:
– Joana que vá para o serviço, tem já sete anos, e eu não admito escrava vadia.
Minha mãe, surpresa e confundida, cumpriu a ordem sem articular uma palavra.
Nunca a meu pai passou pela ideia, que aquela suposta carta de liberdade era uma fraude; nunca deu
a ler a ninguém; mas, minha mãe, à vista do rigor de semelhante ordem, tomou o papel, e deu-o a ler, àquele
que me dava as lições. Ah! Eram umas quatro palavras sem nexo, sem assinatura, sem data! Eu também a li,
quando caiu das mãos do mulato. Minha pobre mãe deu um grito, e caiu estrebuchando.
Reis, Maria Firmina dos, 1825-1917. Úrsula e outras obras [recurso eletrônico] / Maria Firmina dos Reis. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2018. – (Série prazer de ler; n. 11 e-book).
Questão 12
Os discursos sexista e escravocrata, manifestações da sociedade patriarcal, denunciadas por Maria Firmina, em
A Escrava, se fazem representados no trecho
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 7
Leia os dois fragmentos retirados dos livros indicados para responder às questões 13 e 14.
TEXTO I
Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a decadência
do comércio; porque o comércio, e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer
a lavoura; porque o seu trabalho é forçado. Ele não tem futuro; o seu trabalho não é indenizado; ainda dela
nos vem o opróbrio, a vergonha; porque de fronte altiva e desassombrada não podemos encarar as nações
livres; por isso que o estigma da escravidão, pelo cruzamento das raças, estampa-se na fronte de todos nós.
Embalde procurará um dentro nós convencer ao estrangeiro que em suas veias não gira uma só gota de
sangue escravo...
E depois, o caráter que nos imprime, e nos envergonha!
O escravo é olhado por todos como vítima – e o é.
REIS, Maria Firmina dos. A escrava. <https://www.letras.ufmg.br/literafro
TEXTO II
E Lentz via por toda parte o homem branco apossando-se resolutamente da terra e expulsando definitivamente
o homem moreno que ali se gerara. E Lentz sorria com orgulho na perspectiva da vitória e do domínio de sua
raça. Um desdém pelo mulato, em que ele exprimia o seu desprezo pela languidez, pela fatuidade e fragilidade
deste, turvou-lhe a visão radiosa que a natureza do país lhe imprimira no espírito. Tudo nele era agora um
sonho de grandeza e triunfo...
ARANHA, Graça (1868-1931). Canaã. 3 ed. São Paulo: Martins Claret, 2013.
Questão 13
Entre os dois textos, embora os fatos atuem em épocas diferentes, as argumentações de ambos constroem uma
literatura de caráter social em que se pode identificar uma relação de
a) hipérbole.
b) eufemismo.
c) hipérbato.
d) paradoxo.
e) quiasmo.
Questão 14
Em relação à coesão textual dos textos I e II, é correto afirmar que, no texto
1 2 3
4 5 6
Questão 15
A charge apresenta uma crítica severa à falta de liberdade do ser humano. Há relação temática, sobretudo,
evidenciada na sequência do segundo ao quarto quadrinhos com o seguinte trecho do conto A Escrava:
a) “– Maldita negra! Esbaforido, consumido, a meter-me por esses caminhos, pelos matos à procura da preguiçosa...
Ora! Hei de encontrá-la; mas, deixa estar, eu te juro, será esta a derradeira vez que me incomodas. No tronco...
no tronco: e de lá foge!”
b) “Ergui ao céu um voto de gratidão; e lembrei-me que era tempo de procurar minha desventurada protegida./
Ergui-me consciente de que ninguém me observava, e acercava-me já da moita de murta quando um homem,
rompendo sua espessura, [...]”
c) “Ah! Minha Senhora. – exclamou erguendo os olhos ao céu, - eu procuro minha mãe, que correu nesta direção,
fugindo do cruel feitor que a perseguia. Eu também agora sou um fugido: porque há uma hora deixei o serviço
para procurar minha pobre mãe, que além de doida está quase a morrer.”
d) [...] "com este negro a coisa muda de figura: minha querida senhora, este negro está fugido: espero, me
entregará, pois sou o seu legítimo senhor, e quero corrigi-lo. / - Pelo amor de Deus, minha mãe, - gritou Gabriel,
completamente desorientado – minha mãe, leva-me contigo."
e) “Não acham isso interessante? /Desculpe-me, senhor Tavares, - disse-lhe – em conclusão, apresento-lhe um
cadáver e um homem livre./ Gabriel ergue a fronte, Gabriel é livre!”
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 9
LÍNGUA INGLESA
MALLOTE, Stan. The Painless Path to Proper English Usage: the basics of law, New York: St. Martin’s Press. 1986.
Questão 16
The option which reflects CORRECTLY the humor approach of the text “The Basics of Law” is
a) the property of the boat changed from Jim and Bill to the thieves because of the possessive pronoun “our”.
b) the possessive pronouns shift on the boat’s name by one of the thieves produced new meaning trigger.
c) the supposed thieves understood the situation because their boat’s name changed.
d) Jim and Bill witnessed someone’s boat being stolen.
e) Jim and Bill believed the thieves’ boat was about to be taken away.
Questão 17
The amount of miles there was in the Atlanta BeltLine by the time the author wrote the text Atlanta, Georgia:
an example of urban-outdoor balance in the face of rapid growth is
a) 2.4 miles.
b) 13 acres.
c) 20 miles.
d) 13 miles.
e) 280 acres.
Questão 18
The option which points out the mayor’s campaign commitment is
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 11
Low-Context Versus High-Context Cultures
If you have traveled much, perhaps you have noticed that people in various parts of the world differ in
how direct and explicit their language is. You may have spent time in both low- and high-context cultures in your
travels, with context here referring to the broad range of factors surrounding every act of communication.
In a low-context culture, people are expected to be direct and to say what they mean. Individuals in low-
context cultures prefer precise, concrete language for sending and receiving messages, and are unlikely to rely
on the context of a message to determine its meaning. The United States is an example of a low-context society,
as are Canada, Israel, and most northern European countries.
In contrast, people in a high-context culture — such as Korea and the cultures of Native Americans
and the Maori of New Zealand — are taught to speak in a much less direct way. In such cultures, maintaining
harmony and avoiding offense are more important than expressing true feelings. Speech is more ambiguous
and people convey much more of their meaning through subtle behaviors and contextual cues, such as their
facial expressions and tone of voice.
The difference between low-context and high-context cultures is evident in the ways in which people
handle criticism and disagreement. In a low-context culture, a supervisor might reprimand an irresponsible
employee openly, to make an example of the individual. The supervisor would probably be direct and explicit
about the employee’s shortcomings, the company’s expectations for improvement, and the consequences of
the employee’s failing to meet those expectations.
In a high-context culture, however, the supervisor probably wouldn’t reprimand the employee publicly
for fear that it would put the employee to shame and cause the worker to “lose face.” Criticism in high-context
cultures is more likely to take place in private. The supervisor would also likely use more ambiguous language
to convey what the employee was doing wrong, “talking around” the issue instead of confronting it directly. To
reprimand an employee for repeated absences, for example, a supervisor might point out that responsibility to
coworkers is important and that letting down the team would be cause for shame. The supervisor may never
actually say that the employee needs to improve his or her attendance record. Instead, the employee would
be expected to understand that message by listening to what the supervisor says and paying attention to the
supervisor’s body language, tone of voice, and facial expressions.
When people from low- and high-context cultures communicate with one another, the potential for
misunderstanding is great. To appreciate that point, imagine that you’ve asked two of your friends to meet you
tomorrow evening for a coffee tasting at a popular bookstore cafe. Tina, an American, says, “No, I’ve got a lot of
studying to do, but thanks anyway.” Lee, who grew up in South Korea, nods his head and says, “That sounds like
fun.” Thus, you’re surprised later when Lee doesn’t show up.
How can you account for those different behaviors? The answer is that people raised in a high-context
culture (such as that of South Korea) are often reluctant to say no—even when they mean no—for fear of causing
offense. Another person raised in the South Korean culture might have understood from Lee’s facial expression
or tone of voice that he didn’t intend to go to the coffee tasting. If you, like Tina, grew up in a low-context society,
however, then you probably interpreted his answer and his nods to mean he was accepting your invitation.
Referência Bibliográfica FLOYD, KORY. Communication Matters. New York: McGraw-Hill Education. 2018.
Questão 19
The traits of a person who’s grown up in a low-context culture country is
a) Concrete language.
b) Facial expression.
c) Tone of voice.
d) Body language.
e) Ambiguous language.
a) “The answer is that people raised in a high-context culture (such as that of South Korea) are often reluctant”
b) “To reprimand an employee for repeated absences, for example, a supervisor might point out that responsibility to
coworkers is important”
c) “If you, like Tina, grew up in a low-context society, however, then you probably interpreted his answer …”
d) “people in a high-context culture — such as Korea and the cultures of Native Americans and the Maori of New
Zealand — are taught to speak”
e) “Lee, who grew up in South Korea, nods his head and says, “That sounds like fun.” Thus, you’re surprised later when
Lee doesn’t show up.”
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 13
LÍNGUA ESPANHOLA
El texto que vas a leer trátase del cuento Viajes, extraído del libro Historias de Cronopios y de Famas, de Júlio
Cortázar. En el texto, se pueden observar trés tipos de seres: los cronopios, los famas y las esperanzas.
Lea el texto y responda las cuestiones propuestas.
Viajes
Julio Cortázar
Cuando los famas salen de viaje, sus costumbres al pernoctar en una ciudad son las siguientes: Un fama va al
hotel y averigua cautelosamente los precios, la calidad de las sábanas y el color de las alfombras. El segundo se
traslada a la comisaría y labra un acta declarando los muebles e inmuebles de los tres, así como el inventario
del contenido de sus valijas. El tercer fama va al hospital y copia las listas de los médicos de guardia y sus
especialidades.
Terminadas estas diligencias, los viajeros se reúnen en la plaza mayor de la ciudad, se comunican sus
observaciones, y entran en el café a beber un aperitivo. Pero antes se toman de las manos y danzan en ronda.
Esta danza recibe el nombre de “Alegría de los famas”.
Cuando los cronopios van de viaje, encuentran los hoteles llenos, los trenes ya se han marchado, llueve a
gritos, y los taxis no quieren llevarlos o les cobran precios altísimos. Los cronopios no se desaniman porque
creen firmemente que estas cosas les ocurren a todos, y a la hora de dormir se dicen unos a otros: “La hermosa
ciudad, la hermosísima ciudad”. Y sueñan toda la noche que en la ciudad hay grandes fiestas y que ellos están
invitados. Al otro día se levantan contentísimos, y así es como viajan los cronopios.
Las esperanzas, sedentarias, se dejan viajar por las cosas y los hombres, y son como las estatuas que hay que ir
a ver porque ellas no se molestan…
Questão 16
¿Cuál es tema del texto ?
Questão 17
En el siguiente trecho:
“Las esperanzas, sedentarias, se dejan viajar por las cosas y los hombres, y son como las estatuas que
hay que ir a ver porque ellas no se molestan.”
a) arrepienden.
b) alarman.
c) contradicen.
d) fastidian.
e) arriesgan.
a) llueve a cántaros
b) llueve chuzos de punta
c) llueve a mares
d) llueve a baldazos
e) llueve sobre mojado
Este es un extracto del romance La ciudad y los perros, de Vargas Llosa, que presenta una encena donde el
protagonista revive pasajes en su ciudad Miraflores. El texto sirve de base para las questiones 19 y 20.
1 “[…] Alberto caminaba de vuelta a su casa, ensimismado, aturdido. El invierno moribundo se despedía
de Miraflores con una súbita neblina que se había instalado a media altura, entre la tierra y la cresta de
los árboles de la avenida Larco: al atravesarla, las luces de los faroles se debilitaban, la neblina estaba
en todas partes ahora, envolviendo y disolviendo objetos, personas, recuerdos: los rostros de Arana y el
5 Jaguar, las cuadras, las consignas, perdían actualidad y, en cambio, un olvidado grupo de muchachos y
muchachas volvía a su memoria, él conversaba con esas imágenes de sueño en el pequeño cuadrilátero
de hierba de la esquina de Diego Ferré y nada parecía haber cambiado, el lenguaje y los gestos le eran
familiares, la vida parecía tan armoniosa y tolerable, el tiempo avanzaba sin sobresaltos, dulce y excitante
como los ojos oscuros de esa muchacha desconocida que bromeaba con él cordialmente, una muchacha
10 pequeña y suave, de voz clara y cabellos negros.”
Mario Vargas Llosa,
La ciudad y los perros (fragmento)
https://citas.in/frases/1186922-mario-vargas-llosa-alberto-caminaba-de-vuelta-a-su-casa-ensimismado
Questão 19
¿De acuerdo con la lectura, el estado anímico de Alberto coincidía con el clima de la ciudad en el que se
encontraba caminando?
Questão 20
¿Qué expresión en el texto marca la transición vivida por el protagonista entre la escena inicial y la escena
imaginada?
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 15
CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 21
A personagem central de A Escrava é uma mulher escravizada que sofre pela perda de seus filhos, retirados à
força de sua companhia e vendidos para outra província, prática conhecida como tráfico interprovincial. Esse
sofrimento materno, associado aos maus tratos decorrentes do cotidiano do cativeiro, resultou na fuga da
escrava e, em seguida, na sua morte.
O trecho selecionado é um diálogo fictício do referido conto e trata de um direito adquirido pelos escravos com
a Lei n. 2040, de 1871, também conhecida como a lei do Ventre Livre.
— Sim, minha cara senhora, redarguiu, terminando a leitura: o direito de propriedade, conferido outrora por
lei a nossos avós, hoje nada mais é que uma burla...
A lei retrogradou. Hoje protege-se escandalosamente o escravo, contra seu senhor; hoje qualquer indivíduo
diz a um juiz de órfãos:
— Em troca desta quantia exijo a liberdade do escravo fulano – haja ou não aprovação do seu senhor.
REIS, Maria Firmina. A Escrava. In. MORAIS FILHO, Nascimento. Maria Firmina: fragmentos de uma vida. São Luís, s/e, 1975.
a) a alforria imediata era um direito das crianças filhas de mulheres escravas crioulas, ou seja, as escravas nascidas
no Brasil, as quais recebiam de imediato o direito de liberdade e de cidadania em todo o território nacional.
b) as alforrias, quer gratuitas ou onerosas, dependeriam exclusivamente da vontade do senhor, para fazer jus
ao direito de propriedade, podendo ser feitas em cartório ou perante um pároco, bastando a presença de uma
testemunha.
c) os filhos das escravas eram considerados livres, mas só usufruiriam desse direito, após uma indenização
monetária ou por serviços, o que implicava em uma liberdade somente aos 21 anos.
d) a liberdade das crianças, filhas de escravas, era restrita aos escravos pertencentes aos proprietários particulares
e do meio urbano, ficando de fora os escravos do eito nas fazendas agrícolas e aqueles que estavam a serviço
da Coroa.
e) a indenização aos senhores de escravos seria feita por meio de um Fundo de Emancipação, em que o estado
colaborava com parte dos impostos e a outra parte seria resultante das taxas cobradas sobre as alforrias.
Questão 22
O quadro Abaporu faz parte do movimento antropofágico nas artes plásticas. A Semana de Arte Moderna, de
1922, ocorreu entre os dias 12 a 17 de fevereiro no Teatro Municipal de São Paulo, no bojo das comemorações
do Centenário da Independência do Brasil.
a) tinha influência do barroco contemporâneo na pintura e na literatura, pelo rebuscamento nas imagens e a
escolha de temas antropomórficos; congregou artistas de diversas áreas, como a pintura, escultura, arquitetura,
dança, música, literatura.
b) seguia os padrões estéticos europeus do realismo, com influência das ideias dos artistas ligados à arte abstrata;
contou com o patrocínio de diversos membros da burguesia industrial que ali se consolidava.
c) representou um momento de renovação artística e cultural da cidade de São Paulo, com a defesa de uma arte
politicamente engajada; seguia a tendência estética da renovação parnasianista, especialmente na poesia.
d) buscava romper com influências das estéticas estrangeiras, adotando uma arte brasileira autêntica; reuniu novos
artistas influenciados pelas vanguardas europeias, tornando a arte moderna uma realidade cultural no Brasil.
e) era contrária ao racionalismo e aos valores burgueses, representando os anseios das ascendentes oligarquias
cafeeiras paulistas; foi promovida por artistas revolucionários, tornando-se um marco para o modernismo brasileiro.
Questão 23
Os conflitos em relação à Independência se fizeram presentes em todo o país. Leia o texto a seguir que serve
de base para responder à questão.
Convém ressaltar: os conflitos em torno da Independência não foram restritos só ao Maranhão, pois outras
províncias, como Piauí, Pará, Bahia e Cisplatina (Uruguai) também não acataram o grito do Ipiranga,
configurando o que foi denominado pela historiografia “Guerras de Independência”, caracterizadas por um
processo de luta nas províncias: contraditoriamente ao que se afirma, nos livros didáticos, que a Independência
foi um ato passivo, ou “pacífico”.
BOTELHO, J. Conhecendo e debatendo a História do Maranhão. 3.ed. São Luís: Gráfica e Editora Impacto, 2019.
A concordância oficial do Maranhão à Independência do Brasil ocorreu, em 28 de julho de 1823, com uma
cerimônia no Palácio dos Leões. As características do processo de Independência no Maranhão são as seguintes:
a) a luta em defesa da independência partiu da capital para o interior, com o auxílio das tropas governamentais;
a junta governativa que presidia a província manteve a fidelidade à corte no Rio de Janeiro.
b) as lutas partiram das províncias vizinhas para a capital, com a tomada de São Luís pelos independentistas; os
escravos participaram das lutas pela independência devido às promessas de liberdade feitas pelos independentes.
c) a capitulação de São Luís se deu pelo cerco do exército libertador, comandado por Lorde Cochrane; os
independentes tomaram São Luís e obrigaram a capitulação da junta de governo.
d) o engajamento à independência ocorreu devido à forte ligação do Maranhão com a corte do Rio de Janeiro; o
processo de independência foi sangrento, com embates entre as tropas nativas e as de Portugal.
e) a adesão à independência foi tardia, devido aos vínculos políticos e comerciais com Portugal; a luta armada foi
promovida pelo exército libertador, composto por fazendeiros, por livres pobres e por escravos.
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Questão 24
Analise a imagem abaixo e leia a notícia a seguir.
Estudante comemora aniversário com bolo com imagem de Hitler e UFPel encaminha caso às autoridades policiais
“Após uma estudante do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) postar nas
redes sociais fotos comemorando aniversário de 24 anos com um bolo confeitado com um retrato de
Adolf Hitler, como mostrou a coluna de Ancelmo Gois, a instituição encaminhou o caso às autoridades
policiais ‘para as providências adequadas’.”
O Globo 18/10/2021
https://oglobo.globo.com/brasil/estudante-comemora-aniversario-com-bolo-com-imagem-de-hitler-ufpel-encaminha-caso-as-autoridades-policiais-25240744
As manifestações de apologia ao Nazismo causam muita preocupação e são combatidas pelas instituições
brasileiras, além de repudiadas pela sociedade, em razão do perigo que representam as ideias desse regime
totalitário.
Sobre os preceitos básicos da ideologia nazista, surgida na Alemanha, após a primeira guerra mundial, e
colocada em prática como política de estado no governo de Adolf Hitler, é correto afirmar que
https://oglobo.globo.com/brasil/palestina
As características das disputas territoriais e dos conflitos que envolvem a Questão Palestina são
a) a aprovação da ONU para a expansão do território israelense em regiões ocupadas por palestinos, o que
gera as intifadas, os enfrentamentos da população palestina aos israelenses com paus e pedras, em busca
de soberania, com apoio da Arábia Saudita.
b) a resistência por parte de Israel em aceitar as determinações da ONU que dão à Palestina o direito sobre
a Faixa de Gaza, sobre a Cisjordânia e sobre a Jerusalém Oriental, o que leva à adoção de uma política
constante de assentamentos israelenses no território palestino e de ações armadas.
c) a autorização por parte da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) do conflito armado contra o
Hamas, que governa a faixa de Gaza, o que acarreta a não aceitação da ingerência de grupos militares nas
negociações com Israel.
d) a política dos ministros israelenses conservadores de buscar uma política de conciliação com os palestinos
na Jerusalém Oriental, o que pode garantir a paz para os colonos judeus e evitar os confrontos armados
entre os moradores da região.
e) o longo histórico de conflitos entre Israel e Palestina, desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando,
após a vitória de Israel, a maioria dos países do Oriente Médio aceitou a soberania israelense na região, o
que propiciou o isolamento dos palestinos.
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
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Questão 26
A charge faz referência à crise energética de 2021, que elevou os valores do quilowatt balizados por bandeiras
de cores que passaram ao patamar mais elevado, o vermelho.
Naquele momento, os reservatórios das usinas hidrelétricas estavam em níveis baixíssimos, mesmo sem
aumento do consumo de energia elétrica, já que o país passava por retração do mercado, aumento da inflação
e diminuição da produção por causa da pandemia causada pelo Sars-Cov-2.
https://web.facebook.com/guilhermecerveira
Questão 27
A charge ilustra um problema causado ao ambiente pelas atividades humanas que atuam diretamente sobre
a dinâmica atmosférica da Terra.
https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/2886515-conceito-desenho-de-poluicao-do-ar
a) o aumento dos efeitos da radiação solar e o consequente aumento das áreas florestais do planeta.
b) o aumento da biodiversidade na escala mundial e a elevação da espessura da troposfera na faixa do Equador.
c) a diminuição da camada de ozônio pelo Cloro Flúor Carbono-CFC e a consequente irradiação por raios ultravioleta
na troposfera.
d) a diminuição da camada de ozônio pelo Cloro Flúor Carbono-CFC e a inversão do comportamento das temperaturas
na estratosfera.
e) o aumento dos gases do efeito estufa e o consequente aumento das temperaturas.
Questão 28
O texto a seguir foi publicado no Diário do Nordeste, antes de deflagrada a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Uma ameaça de guerra entre Rússia e Ucrânia veio à tona. Moscou vem sendo acusado de preparar uma invasão
militar ao vizinho pró-ocidente. O país mobilizou mais de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia, o que
gera temores de uma invasão iminente.
A rivalidade entre os países tem raízes históricas. Rússia e Ucrânia compartilham como origem o chamado Rus
de Kiev, um principado que existiu entre os séculos IX e XIII. Essa entidade abrangia a Rússia contemporânea,
a Ucrânia e Belarus. Moscou considera esta área como seu berço.
Donbass, onde está localizada uma bacia mineira e industrial, é economicamente vital para a Ucrânia. A região
fica ao leste do país e é o epicentro do conflito entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos apoiados por
Moscou desde 2014.
Uma batalha cultural entre Kiev e Moscou também está no centro do conflito. Há argumentos de que a região,
juntamente com grande parte do leste da Ucrânia, é povoada por uma população de língua russa que precisa ser
protegida do nacionalismo ucraniano.
Segundo informações da agência de notícias AFP, a russofilia da região deve-se, no entanto, à russificação
forçada e ao repovoamento da região após a Segunda Guerra Mundial, com a chegada de centenas de milhares
de trabalhadores russos.
https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/ultima-hora/mundo/russia-e-ucrania-entenda-a-rivalidade-e-o-risco-de-guerra-entre-paises-1.3184974
O expansionismo russo sobre a Ucrânia coloca a União Europeia-UE em uma situação paradoxal e de conflito
de interesses, uma vez que
a) os países da UE estão unanimemente a favor da democracia ucraniana, pois dependem dela para abastecer
seu mercado em mais de 50% com automóveis lá montados, computadores e bens da linha branca, além
de dependerem da importação do gás russo, responsável por 30% das necessidades europeias.
b) a UE depende do gás natural russo e de uma balança comercial favorável a ela, sobretudo a Alemanha, por
isso deve combater o sonho de Vladimir Putin em construir uma União Eurasiana - que inclua Rússia,
Ucrânia, Belarus e Cazaquistão -, competindo com a influência da UE, sobretudo, no Leste Europeu.
c) a Rússia, apossando-se da Ucrânia, constrói a União Eurasiana, mantendo a supremacia sobre o transporte
de hidrocarbonetos na Europa, porque por lá passam gasodutos e oleodutos essenciais na distribuição
eurasiana, o que coloca a UE do lado russo na questão ucraniana.
d) a UE, tendo assinado um tratado de livre comércio com a Ucrânia, posto em prática paulatinamente a partir
de 2016, garante a ocidentalização ucraniana, dependendo do mercado russo para seu petróleo do mar do
norte e do gás mediterrâneo.
e) a Rússia que invadiu a Crimeia, em 2010, é exportadora de bens de consumo industriais essenciais à UE,
sendo em contrapartida, o maior comprador de gás natural abundante no mar Mediterrâneo.
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Questão 29
Leia o texto e analise o gráfico para responder à questão.
A Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) é publicada, anualmente, pelo IBGE, desde 1986.
O Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos apresenta as PEVS, no Maranhão,
comparativamente entre os anos de 1998 e 2018, mostrando que, mesmo com pequena participação na
economia estadual, os valores agregados de extrativismo e silvicultura têm aumentado desde 2013 com
maior vigor, principalmente, por conta da celulose. A atividade participou com 3,2% no Valor Adicionado Bruto
do setor primário no Maranhão, ao passo que, apesar de alternar produtos, o extrativismo vegetal mantém
praticamente os patamares percentuais
IMESC. Produção da extração vegetal e da silvicultura: o que mudou no Maranhão nos últimos 20 anos?. São Luís: IMESC, 2019.IBGE. PEVS -
No Nordeste, o Maranhão é o estado que mais produz, em valor, produtos da Extração Vegetal, conforme
o gráfico construído a partir dos dados do IBGE.
No que se refere aos produtos do extrativismo vegetal maranhense, alguns deles têm relação direta com a
situação paisagística transicional entre Caatinga, Cerrado e Amazônia, caracterizadora do estado do Maranhão.
Os três produtos extraídos, com representatividade econômica, no Maranhão, são
a) carvão vegetal, látex-borracha e óleo de dendê.
b) jaborandi, óleo de dendê e carvão mineral.
c) cera de carnaúba, jaborandi e babaçu (amêndoa).
d) látex-borracha, carvão vegetal e açaí.
e) carvão mineral, babaçu (amêndoa) e cera de carnaúba.
https://www.meteorologiaenred.com/wp-content/uploads/2021/11/meandro-del-amazonas-1024x682.png
a) planície, na qual o escoamento dos cursos d'água é reduzido, resultando na formação de meandros.
b) planalto, geralmente ladeadas por escarpas, marcadas pelas variações de sentido no leito do rio.
c) depressão, uma vez que, apenas, nesse tipo de relevo, se pode presenciar alterações do curso d´água que formam
meandros.
d) montanha, na qual são visíveis os processos erosivos causados pela velocidade do curso do rio.
e) serras, na qual o encaixe da vertente propicia que os meandros acompanhem a morraria existente.
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Questão 31
Estudos contemporâneos sobre o racismo delineiam uma conexão genealógica entre escravidão grega e o racismo,
conforme a charge.
http://www.juniao.com.br/chargecartum/
a) Para Aristóteles, a escravidão é determinada pela natureza, pois o senhor se sobrepõe ao escravo, sendo os
gregos superiores aos outros povos. O racismo se estrutura pela discriminação de raças inferiores, definidas
por outras superiores.
b) Para Platão, o escravo é uma necessidade para a cidade, de tal modo que o senhor deve impor sua vontade
para que o escravo a execute. O racismo refuta a sobreposição do indivíduo ao outro, pois o conceito surge
na modernidade, alicerçado nos pilares: fraternidade, igualdade e liberdade.
c) Em Aristóteles, é impossível o escravo ser livre, pois a natureza o define sempre por escravo: um
ser inferior. No racismo, a raça branca ignora a liberdade, por entenderem que essa é um desejo só de raças
inferiores.
d) Em Platão, o escravo grego habita o ambiente doméstico, o que favorece ao cidadão pensar as novas
formas da cidade perfeita. O racismo é próprio de pessoas conservadoras, como os gregos, que imaginam
o modelo da sociedade perfeita.
e) Para Aristóteles, os escravos eram prisioneiros de guerra com uma natureza corporal privilegiada. O racismo
é a determinação dos homens mais capacitados (biogenética e economia) em relação às outras raças, como
os asiáticos.
Questão 32
O filósofo camaronês, Achille Mbembe, descreve que o avanço do neoliberalismo produz o fim do trabalho,
criando o sujeito sem trabalho (“Já não há trabalhadores propriamente dito”) que gera uma “humanidade
supérflua”, um ser totalmente abandonado, inútil para o sistema capitalista. De modo que os indivíduos se veem
diante de uma “vida psíquica”, prisioneira de uma patologia de sintomas como memória artificial e modelados
pela neurociência e neuroeconomia, originando um novo sujeito humano que só tem uma possibilidade, o sujeito
“empreendedor de si mesmo”. A pessoa neoliberal se caracteriza por ser um “sujeito do mercado e da dívida”, ou
seja, uma “forma abstrata já pronta”. Ele fica puramente dependente de elaborar uma reconstrução de sua “vida
íntima” para se ofertar ao mercado como uma mercadoria. Por isso, o homem novo é composto de capitalismo
e animalismo, conceitos cindidos em outros tempos, agora motivados a se conectarem.
MEMBE, A.. Crítica da razão negra. São Paulo: N-1, 2018. Adaptado.
a) determina-se pelo pensamento decolonial, que produz uma ruptura com a colonização e questiona o sistema
econômico neoliberal do ocidente como único caminho a todos os povos, sugerindo o racismo reverso.
b) propõe a biopolítica que pretende gerar igualdade, rompendo com o sistema de desigualdade de raças pelo
colonialismo e aniquilando as formas de gestão da vida dos indivíduos.
c) define-se pela discriminação positiva, aplicação de cotas e programas de acesso às instituições sociais das minorias,
de mulheres e de homens negros e afrodescendentes, enquanto enrobustecimento da discriminação racial.
d) suplanta o colonialismo e o imperialismo, pela regimentação do totalitarismo no avanço da economia capitalista,
que explora os indivíduos sem discriminação, exceção das religiões ao criticar o sistema neoliberal.
e) tem como a sua principal finalidade a gestão da morte dos indivíduos, pelo qual o racismo é a necropolítica, que
atualiza a antiga opressão do negro como modelo universal do assujeitamento de todos pelo racismo capitalista.
a) fortalece a ideologia racial, pois o privilégio dos melhores geneticamente leva à meritocracia, que sobrepuja todas
as desigualdades.
b) efetiva o poligenismo, pois o controle de casamentos aplicado nas colônias, hoje, é nomeado de miscigenação, no
qual o ser humano se sente livre.
c) define a ideia do nacionalismo, pois o racismo da identidade nacional de pessoas puras, hoje, se constitui em
identidade de nação para o mercado não liberal.
d) fundamenta o racismo em dois conceitos estruturais, pois, a luta pela existência e a sobrevivência dos mais aptos
produz a evolução natural do homem.
e) aplica a eugenia, pois a evolução social controla a biogenética pela biopolítica, o que abjura a biocracia.
Questão 34
A filósofa americana Angela Davis, discípula de Theodor Adorno e de Herbert Marcuse, desenvolveu uma
filosofia prática para a transformação da realidade pela militância no combate às injustiças, principalmente,
ao racismo aplicado às mulheres negras, constituído pelo capitalismo que produz um sistema discriminatório
negativo a esse grupo.
O pensamento feminista de Angela Davis está contemplado na seguinte assertiva:
a) Para Angela Davis, a economia capitalista contemporânea do século XXI demonstra uma disposição de
reconhecimento dos gêneros sexuais na possibilidade de eleição de mulheres à presidência dos EUA.
b) Sobre o movimento americano, “Vidas Negras Importam”, Angela Davis, advertiu sobre a luta ideológica dos
negros americanos contra um sistema democrático, pois o Estado já combate o racismo nos EUA.
c) Davis destroça o feminismo burguês, figurado por Hillary Clinton, ex-candidata à presidência dos EUA, pela
falta de uma política de combate ao sistema discriminatório das mulheres negras no mercado dos EUA.
d) Angela Davis, sobre a discriminação sexista, misógina e homofóbica, na economia neoliberal, defende a
abertura do mercado para as mulheres negras, ainda que a remuneração seja díspare.
e) A filósofa Angela Davis valoriza as correntes democráticas que lutam pelo reconhecimento trabalhista das
mulheres, por isso ela criticou o lugar de vice-presidente (2020), Kamala Harris, à eleição nos EUA.
Questão 35
Segundo Silvio Almeida, em O que é Racismo estrutural?, existem três aspectos do racismo: o individual, o
institucional e o estrutural. O racismo individual são atos efetivados pelos indivíduos que discriminam outras
pessoas de raça diferente; o racismo institucional é a discriminação racial de instituições privadas e públicas
dominadas por um tipo de raça, em ambiente institucional, no qual o poder de um grupo persevera; o racismo
estrutural já é mais abrangente, caracterizando-se por uma sociedade que tem toda sua estrutura social, pessoas
e instituições, de modo a privilegiar, apenas, uma classe.
A relação adequada entre tipo de racismo e a situação de discriminação é a seguinte:
a) Racismo individual: a matança de negros, de jovens e de crianças, nas favelas brasileiras, a garantia de segurança
de jovens de condomínios, pois esse tipo de racismo é praticado pela ação individual do policial.
b) Racismo estrutural: a morte de George Floyd, nos EUA, se compõe pela ação violenta dos policiais e a padronização
dessa conduta ao ser normatizada para a comunidade preta.
c) Racismo institucional: a resistência aos programas de cotas dedicados a grupos de minorias, em instituições
públicas, no Brasil, e o chefe que privilegia como seu melhor funcionário pela cor da pele.
d) Racismo individual: a proibição em condomínios à entrada de funcionários através do elevador social e somente
a permissão de entrada desses, nas residências, pela escada.
e) Racismo estrutural: exclui as discriminações negativas (preconceito) das ações das pessoas nas instituições, pois
visa ao combate do preconceito racial nas instituições pelas discriminações positivas (cotas).
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 25
Questão 36
No conto A Escrava, de 1887, Maria Firmina dos Reis expressa sua visão diante da escravidão negra no Brasil, a
exemplo do seguinte fragmento:
“Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a
decadência do comércio; porque o comércio, e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não
pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado. Ele não tem futuro; o seu trabalho
não é indenizado.”
REIS, M. F. dos. A Escrava (conto). In: Literafro, 2001. Disponível em:http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/977-maria-firmina-dos-reis-a-escrava. Adaptado.
Uma das principais características do trabalho escravo, criticamente denunciado no fragmento acima, é
a) a inexistência de direitos econômicos sobre o lucro da produção, visto que os trabalhadores recebem pelo
trabalho realizado, em forma de escambo.
b) a carência de condições de trabalho, haja vista que o trabalhador precisa comprar seus instrumentos laborais,
isentando o patrão desse custo.
c) a escassez de liquidez sobre o trabalho braçal, posto que a maior renda do escravocrata advinha do próprio
tráfego negreiro e não da produção agrícola.
d) a falta de dignidade humana, já que o escravocrata tende a tratar seus trabalhadores como animais de estimação,
mantendo-os alimentados e protegidos, mas sem remunerá-los.
e) a ausência de remuneração monetária sobre a atividade desempenhada, uma vez que o trabalhador é uma posse
do escravocrata.
Questão 37
Leia a matéria jornalística sobre caso de racismo, sofrido por expoente jogador de futebol, no Rio de Janeiro.
Gabigol depõe ao TJD e diz que não pretende deixar caso de racismo passar impune.
O jogador do Flamengo Gabriel Barbosa, o Gabigol, prestou depoimento de forma virtual ao Tribunal de Justiça
Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), na tarde desta sexta-feira (18), no inquérito que investiga as ofensas
racistas contra o jogador. O atleta falou por cerca de uma hora, se mostrou indignado e afirmou que não pretende
deixar o caso passar impune. No depoimento, ao qual a CNN teve acesso, Gabigol narrou os fatos ocorridos na
partida, realizada no dia 6 de fevereiro, contra o Fluminense, no estádio Nilton Santos, o Engenhão. Ele disse que
“no intervalo da partida, ainda em direção ao túnel que dá acesso ao vestiário, ouviu diversos xingamentos e
palavras ofensivas, em especial gritos de ‘macaco”, direcionados a ele.
https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/gabigol-depoe-ao-tjd-e-diz-que-nao-pretende-deixar-caso-de-racismo-passar-impune
a) pessoas negras continuam sofrendo agressões, sobretudo, verbais, diretas ou indiretas, pelo simples fato de
serem negras, a despeito da situação financeira de que dispõem.
b) neonazistas continuam mantendo a defesa da segregação racial por meio de ataques violentos somente
contra indivíduos negros, independentemente da classe social de sua vítima.
c) agentes públicos continuam tratando, de forma pejorativa, minorias raciais, como os negros e os pardos,
apesar de o Código Processual assegurar-lhes mais direitos quando comparados aos indígenas.
d) grupos majoritários economicamente continuam sofrendo mais discriminação racial, muito embora a elite
tradicional aceite a miscigenação étnica em suas famílias.
e) indivíduos que continuam passando por processos geracionais de branqueamento sofrem mais assédios
racistas, com discriminação e com injúria racial, do que seus ascendentes de peles mais escuras.
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2021/04/25/Desigualdade-de-g%C3%AAnero-e-ra%C3%A7a-o-perfil-da-pobreza-na-crise.
I) As pessoas negras encontram-se nos grupos com maior percentual de pobres, em todos os contextos
pesquisados, expressando as desigualdades econômicas e sociais entre brancos e negros.
II) O grupo com maior percentual de empobrecimento, no contexto pandêmico de 2021, é o das mulheres negras,
expressando que esse grupo sofre ainda mais as desigualdades econômicas e sociais, em virtude do gênero.
III) O percentual de homens brancos, entre os pobres, apresenta uma leve redução em 2021, quando comparado
aos contextos anteriores, expressando a vantagem econômica dos homens sobre as mulheres.
IV) As mulheres brancas apresentam gradativo aumento no percentual de empobrecimento, a partir de outubro
de 2020, expressando os efeitos do crescimento econômico direcionado, apenas, para os homens brancos.
a) I e III
b) II e III
c) I e II
d) III e IV
e) II e IV
Questão 39
O Tambor de Crioula do Maranhão é uma
forma de expressão de matriz afro-brasileira
que envolve dança circular, canto e percussão
de tambores. Seja ao ar livre, nas praças, no
interior de terreiros, ou associado a outros
eventos e manifestações. [...] Reconhecido
em 2007 como Patrimônio Imaterial da
Cultura Brasileira pelo Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). [...]
Trazida para o estado por escravizados de
diversas regiões africanas nos séculos XVIII
e XIX, como divertimento ou uma forma de
louvor e de pagar promessa a São Benedito.
Ao ser reconhecido como Patrimônio Cultural
Imaterial Brasileiro, pelo Iphan, o Tambor de
Crioula conquistou um lugar de destaque,
dentre as expressões culturais brasileiras.
https://portalcapoeira.com/geral/cultura-e-cidadania/tambor-de-crioula-do-maranhao-e-reconhecido-como-patrimonio-imaterial/
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 27
Essa manifestação cultural maranhense foi reconhecida como cultura imaterial por
a) expor bens tangíveis de celebrações africanas, como as danças, que, ao serem desenvolvidos, no Brasil, passaram
a representar todos os brasileiros.
b) disseminar cânticos de origem africana, entre os afrodescendentes, garantindo a modernização desse padrão
cultural.
c) divulgar, externamente, a diversidade das expressões culturais brasileiras, tais como brincadeiras, instrumentos
musicais, desenvolvidas no Nordeste.
d) compor práticas, celebrações, representações, conhecimentos e técnicas que expressam a vida cultural de
comunidades e grupos sociais.
e) reunir os elementos universais da cultura brasileira, como roupas típicas, incorporando as contribuições dos três
grupos formadores do país, representados pelos afro-brasileiros.
Questão 40
Na obra Canaã, dentre as temáticas discutidas pelos imigrantes alemães, está a questão das raças e da
miscigenação. O personagem Lentz afirma que
“Não acredito que da fusão com espécies radicalmente incapazes resulte uma raça sobre que se
possa desenvolver a civilização. Será sempre uma cultura inferior, civilização de mulatos, eternos
escravos em revoltas e quedas. Enquanto não se eliminar a raça que é o produto de tal fusão,
a civilização será sempre um misterioso artifício, todos os minutos rotos pelo sensualismo, pela
bestialidade e pelo servilismo inato do negro. O problema social para o progresso de uma região
como o Brasil está na substituição de uma raça híbrida, como a dos mulatos, por europeus. A
imigração não é simplesmente para o futuro da região do País um caso de simples estética, é antes
de tudo uma questão complexa, que interessa o futuro humano.”
ARANHA, G.. Canaã. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
O recorte do diálogo de Lentz apresenta visão sobre os resultados da miscigenação no Brasil que se contrapõe
à perspectiva sociológica de
a) Sérgio Buarque de Holanda, uma vez que, para este intelectual, o problema da complexa formação histórica da
sociedade brasileira era consequência da divisão da sociedade entre o meio urbano patriarcal e a modernização
do meio rural, não estando, portanto, relacionado à sua composição étnico-racial.
b) Gilberto Freyre, pois, para este intelectual, a miscigenação brasileira, ou a mestiçagem, em seus termos,
não poderia ser vista como atraso ou um problema social, mas era, justamente, a construtora da principal
particularidade cultural da sociedade brasileira, que a diferenciava daquelas onde imperava a segregação racial.
c) Roberto DaMatta, tendo em vista que, para este intelectual, desde a colonização portuguesa os grupos étnico-
raciais já se misturavam, sendo a fonte do desenvolvimento da Colônia e da Metrópole, assim como foi com a
chegada dos africanos que, para sobreviverem, mantinham relações estreitas com a população indígena.
d) Darcy Ribeiro, posto que, para este intelectual, a mistura étnica do povo brasileiro, iniciada com a chegada
dos africanos escravizados, possibilitou o desenvolvimento econômico do país, pois eram esses mestiços que
trabalhavam na lavoura do café e da cana-de-açúcar, sendo, portanto, heróis nacionais.
e) Karl Marx, na medida em que, para este intelectual, a miscigenação proporcionava crescimento quantitativo
da população brasileira, sendo esse aumento necessário para o setor produtivo, pois, assim, ter-se-ia a oferta
de mão de obra e, ao mesmo tempo, a oferta de consumidores para os produtos produzidos, o que deveria
incentivar a miscigenação.
Questão 41
Como habitante do planeta Terra, sabemos que o Sol é de suma importância para a manutenção da vida em
nosso planeta. Esse axioma é cantado também pelos cancioneiros populares. A letra da canção do Bumba meu
Boi, da Maioba, Se não existisse o Sol, tem o seguinte trecho:
Na realidade, na perspectiva da Física, se não existisse o Sol, a Terra seria totalmente congelada e, sem a
massa do Sol, não haveria a força gravitacional para manter todos os planetas “presos” em órbitas. Tanto a
Terra quanto a lua e os demais planetas sairiam “voando” espaço afora.
Sabe-se que a força de atração entre a Terra e o Sol é vinte vezes maior que a força de atração entre Marte e o
Sol. Por sua vez, a massa da Terra é nove vezes maior que a massa de Marte. Utilizando o Sol como referencial,
a razão entre os quadrados dos raios das órbitas de Marte e da Terra é
20
a)
9
b) 9
20
2 5
c)
3
d) 2 5
9
e) 3 20
Questão 42
Nas olimpíadas de inverno, dentre várias modalidades esportivas, há o salto com esqui, que consiste em esquiar
por uma rampa íngreme e saltar o mais longe possível. A eslovena Ursa Bogataj foi a medalhista de ouro nas
Olimpíadas de Pequim 2022, saltando 108 m. A distância alcançada pela desportista, nesse salto, é equivalente
ao gramado do famoso estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, de uma ponta a outra.
Imagine que a eslovena recebe um novo desafio: saltar numa pista de esqui que liga dois picos, com as
seguintes medidas da pista: comprimento de 800 m; inclinação θ = 30°; H = 100 m; h = 82 m. A desportista
eslovena parte do repouso do pico mais alto, sem usar os bastões, em direção ao pico mais baixo, conforme
mostra a imagem.
Qual o valor do coeficiente de atrito dinâmico entre a neve e os esquis, para que a esquiadora pare, exatamente,
no pico mais baixo? Considere cos 30° = 0,9
a) 18
b) 0,5
c) 0,12
d) 20
e) 0,025
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 29
Questão 43
A quantização da carga elétrica foi descoberta por Robert Millikan, ao medir a carga contida em gotas de óleo.
Em suas experiências, gotas de óleo caiam entre duas placas paralelas eletrizadas, como mostra a figura.
https://encrypted-tbn0.gstatic.com
Quando uma diferença de potencial era aplicada às placas, as gotas eram afetadas pelo campo elétrico criado
entre elas. Regulando a diferença de potencial delas, Millikan conseguiu manter, em equilíbrio, algumas gotas,
devido ao fato de a força do campo elétrico, criado pelas duas placas, ser igual ao peso da gota.
No experimento de Millikan, as duas placas metálicas horizontais estão fixadas a 4 mm de distância uma da
outra. Nessa prática, a gota de óleo possui 24.10- 15 kg e carga elétrica positiva, de 4,8.10– 19 C.
Qual é a diferença de potencial necessária para manter essa gota em equilíbrio vertical entre as placas?
Desconsidere os efeitos do ar entre as placas e adote g = 10 m/s2 .
a) 20 kV
b) 2 GV
c) 2 mV
d) 2 MV
e) 2 kV
Questão 44
A ficção inspira uma questão de Física. Leia a situação que o protagonista vivencia em Canaã.
"[...] Milkau, alemão, recém-chegado, a uma colônia de imigrantes europeus, no Espírito Santo, aluga um
cavalo para ir do Queimado à cidade de Porto do Cachoeiro.
Milkau deseja arrematar um lote de terra. Schultz apresenta-lhe o agrimensor, Sr. Felicíssimo, que está
para ir ao Rio Doce fazer medições de terra. Milkau, desejando aí se estabelecer, decide se juntar ao
agrimensor e convida Lentz para acompanhá-lo[...]"
ARANHA, Graça (1868-1931). Canaã. 3 ed. São Paulo: Martins Claret, 2013.
a) 6π µT
b) 12 µT
c) 12π µT
d) 6 µT
e) 1,2 µT
Ao considerar que os astronautas viajaram em velocidade constante de 80% da velocidade da luz, em relação à
Terra, determine quantos anos os astronautas viajariam, no referencial da Terra, se dormissem durante 120 anos,
de acordo com o referencial da espaçonave.
a) 200 anos
b) 192 anos
c) 216 anos
d) 240 anos
e) 150 anos
Questão 46
O cultivo do solo é essencial para a prática da agricultura como forma de produção de alimentos. Existem, no
Brasil, cooperativas que promovem agricultura familiar e economia solidária com papel fundamental na vida
de milhares de famílias. Por meio do incentivo e da valorização, muitos agricultores familiares conseguem
alavancar suas produções. Uma das formas de medidas das terras de plantações é a unidade hectare.
Considere uma família que fez um plantio de 15 hectares de terras para o cultivo de bananas. Nessas condições,
a medida, em quilômetros quadrados, corresponde a
a) 10×104
b) 15x10-2
c) 15×104
d) 15×10-1
e) 10×103
Questão 47
Para responder à questão, considere os seguintes conceitos.
https://www.centermedical.com.br e https://cirurgicashop.com.br
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 31
O valor total gasto pela Empresa, representante de equipamentos hospitalares, na aquisição dos produtos
especificados, no quadro, foi de R$ 116.145,00. O lucro obtido por essa Empresa pela venda dos produtos à
Secretaria de Estado foi de R$ 29.444,40.
O lucro da Empresa com a revenda foi obtido da seguinte forma:
Produto A: 30% sobre o total de produtos vendidos.
Produto B: 20% sobre o total de produtos vendidos.
Nessas condições, o preço de custo individual, em reais, dos produtos, é, respectivamente, igual a
a) 6.452,50 e 5.645,05
b) 7.239,00 e 5.555,00
c) 6.906,00 e 5.999,00
d) 5.738,50 e 7.070,50
e) 5.998,00 e 6.609,00
Questão 48
O triângulo de sinalização, também chamado de dispositivo de
sinalização luminosa e refletora de emergência, é um item obrigatório
em todos os automóveis, de uso fundamental para avisar aos outros
motoristas quando há alguém parado logo à frente, evitando, assim,
acidentes. Esse triângulo de sinalização é previsto em lei pela
resolução do CONTRAN nº 014/98 e suas especificações técnicas
constam na resolução nº 827/96. Trata-se de um triângulo equilátero
vermelho, com dimensão de 50cm de lado e 5cm de espessura na
parte vermelha, conforme resolução nº 37/01 do MERCOSUL, que
estabelece o padrão de triângulo de segurança, conforme o modelo.
Para construí-lo, é necessário conhecer a medida de sua área para
aquisição de material específico.
www.ebanataw.com.br/trafegando
Consideremos que o referido triângulo fosse confeccionado completamente com o material vermelho, ou seja,
sem orifício interno.
Nessas condições, a área total do triângulo, considerando, apenas, a medida do lado, corresponde, em cm2, a
a) 1385,60
b) 1167,75
c) 1237,50
d) 1102,88
e) 1082,50
Questão 49
Percentuais de Total
passageiros e de veículos arrecadado
a) 41,50% e 50% R$ 6.670,00
b) 55% e 51% R$ 6.402,00
c) 41% e 55,71% R$ 6.802,00
d) 54,5% e 45% R$ 6.527,00
e) 50% e 56,70% R$ 6.930,00
Questão 50
COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2. A maioria das pessoas que adoece em
decorrência da COVID-19 apresenta sintomas leves a moderados e se recupera, sem tratamento especial. No
entanto, algumas desenvolvem um quadro grave e precisam de atendimento médico. No Maranhão, os casos
de COVID-19 foram registrados, conforme gráfico abaixo.
https://www.corona.ma.gov.br. Adaptado.
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 33
Considerando os intervalos da variável idade, no eixo X, e as quantidades de infectados de cada intervalo
(identificados nas colunas), a média de idade, em anos, dos infectados, confirmados, no Maranhão, dos intervalos
até 70, é de
(Aproximar, para o número inteiro mais próximo, de acordo com as regras de arredondamento)
a) 41
b) 38
c) 26
d) 31
e) 39
Questão 51
Você já sabe:
Ao final de 2019, o mundo foi surpreendido com o surgimento de uma nova doença, a chamada COVID-19,
uma infecção respiratória aguda, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave e com alta taxa de
transmissão. Por isso, embora tenha surgido na China, na cidade de Wuhan, logo se espalhou pelos demais países
e continentes, colocando o mundo num cenário pandêmico único e prolongado, jamais vivido em toda a história
da humanidade.
A extensão da pandemia por mais de 2 anos se dá, em parte, pela alta taxa de transmissão e pelas novas variantes
(Ômicron, Mu, Delta, Lambda, etc) que surgem, especialmente em países populosos, como por exemplo, o Brasil.
Apesar de a pandemia já ter infectado quase 30 milhões e ter levado mais de 600 mil a óbito, só, no Brasil, estudos
apontam que 20% da população dos contaminados no mundo não manifestaram a doença, ou seja, tiveram-na de
forma assintomática. Em outras palavras, tais pessoas não chegarão a desenvolver a doença.
Gov. Ministério da Saúde: O que é convid-19. https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/o-que-e-o-coronavirus
No contexto ora vivenciado, ser assintomático para COVID-19 pode ser algo vantajoso para evolução, uma
vez que pessoas assintomáticas
a) são mais fortes diante da condição adversa da pandemia, com isso tendo menos chances de se reproduzirem.
b) estão mais aptas diante da condição adversa da pandemia, com isso com mais chances de reproduzir e deixar
descendentes.
c) são menos aptas, diante da condição adversa da pandemia, com isso aumentarão as chances de se reproduzirem.
d) estão mais fortes e aptas, diante da condição adversa da pandemia, por isso, terão mais chances de se reproduzirem.
e) são menos fortes, diante da condição adversa da pandemia, por isso não vão desenvolver a doença.
Questão 52
Entende-se por garimpo qualquer área onde a extração mineral, quase sempre ouro, ocorre com baixo volume
e com baixo impacto ambiental, podendo ser praticado por pessoa, cooperação ou associação. Contudo, na
prática, é comum vermos impactos de toda ordem provenientes dos garimpos pelo Brasil, principalmente nos
corpos d’águas. Isto porque, no processo de purificação do ouro, comumente se usa o mercúrio para separar
o ouro do barro, e, por conseguinte, contaminando águas superficiais.
Como efeito direto da contaminação pelo mercúrio estão os organismos aquáticos os quais se distribuem na
estrutura das Cadeias Alimentares, como evidenciado no esquema a seguir.
G1 Amazonas: “Mercúrio usado no rio Madeira cauda lesões nos órgãos de quem se alimenta todos os dias por peixes contaminados”. https://g1.globo.com/am/amazonas/
a) o lambari porque está no terceiro nível trófico. Logo, está mais perto do primeiro nível trófico que são as plantas
do fundo, as quais têm mais mercúrio acumulado.
b) o peixe maior e o lambari porque estão no mesmo nível trófico. Serão pescados, mas estarão contaminados
pelo metal mercúrio.
c) o lambari porque é mais pescado pela população ribeirinha. Por estar no terceiro nível, será a única fonte de
contaminação de mercúrio.
d) o peixe maior porque terá menos mercúrio acumulado. Por estar no quarto nível trófico, será pescado em maior
quantidade.
e) o peixe maior porque está no quarto nível trófico. Logo, tem um maior acúmulo desse mineral, uma vez que o
mercúrio, ao ser ingerido, não é transformado, mas acumulado nos tecidos.
Questão 53
A Baixada Maranhense é uma das sete regiões ecológicas do estado do Maranhão, a qual se caracteriza por
abrigar um conjunto de inúmeros rios, lagos, estuários, agroecossistemas, além de campos naturais, tornando-
se assim um ambiente propício para a proliferação de um hospedeiro típico do ciclo de vida da esquistossomose,
o caramujo (Biomphalaria sp). Por conta disso, no ano de 2014, o G1 Maranhão publicou um artigo, fazendo uma
alerta para o crescente aumento de casos dessa doença nesse estado, especialmente, na Baixada Maranhense.
Sabe-se, portanto, que, no clico de vida do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose, mais conhecida
por barriga d’água, há dois hospedeiros, o caramujo e o ser humano, conforme evidencia a ilustração a seguir.
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 35
Questão 54
Numa pessoa de visão normal, os raios de luz passam pela córnea, que é a primeira lente do olho, e quando
chega à outra lente, a retina, eles se juntam, no mesmo ponto, para formar a imagem. No entanto, a pessoa
míope tem o globo ocular mais “longo”, o que provoca a formação da imagem antes que a luz chegue até a
retina, fazendo com que a pessoa tenha dificuldade de enxergar de longe. A miopia, bem como o albinismo,
são exemplos clássicos de herança autossômica recessiva, enquadrando-se, assim, na Primeira Lei de Mendel,
por se tratar de heranças com dominância completa, ou seja, o tipo de herança com que Mendel trabalhou e
formulou sua primeira lei.
Ministério da saúde. https://bvsms.saude.gov.br/miopia/
Qual a probabilidade de um casal ter um filho míope e albino, sabendo que o marido é heterozigoto para
miopia e albinismo e que sua esposa é albina e míope?
a) 1/8
b) 1/2
c) 1/4
d) 1/3
e) 1/5
Questão 55
https://imirante.com/oestadoma/noticias/2019/10/06/tradicional-festa-da-jucara-comeca-hoje-no-maracana/
a) carnoso, do tipo drupa, por apresentar, geralmente, uma única semente aderida ao endocarpo, que é espesso
e duro.
b) carnoso, do tipo baga, por apresentar sementes livres, facilmente separáveis do fruto.
c) seco deiscente, do tipo cápsula, por ser formado de dois ou mais carpelos que se abrem de várias formas.
d) seco deiscente, do tipo vagem, por apresentar um único carpelo com uma ou várias sementes.
e) seco indeiscente, do tipo aquênio, por apresentar uma única semente, ligada à parede do fruto.
A classificação da formação, a partir da condensação dos glicídios, dos torrões de açúcar, produzidos aqui,
desde o Brasil Colônia, e a sua respectiva justificativa estão contempladas na seguinte opção:
Formação Justificativa
a) maltose e frutose Polissacarídeo formado pelas pentoses solúveis em água.
b) glicose e maltose Dissacarídeo formado por uma hexose e uma pentose, respectivamente.
c) frutose e lactose Polissacarídeo formado por monossacarídeos solúveis em água.
d) glicose e frutose Dissacarídeo formado pela ligação glicosídica entre os dois monossacarídeos.
e) lactose e maltose Dissacarídeo formado pelos dois monossacarídeos insolúveis em água.
Questão 57
Uma equipe multidisciplinar, formada por geólogos, por biólogos e por antropólogos, está revelando uma
parte pouco conhecida da História do Brasil, no Rio de Janeiro. A análise dos restos de um cemitério de
escravos mostra que os trabalhadores que vinham forçados para o Brasil não vieram todos de uma mesma
região, mas de lugares muito diferentes dentro da África.
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão por uma análise química. Eles pegaram o esmalte dos dentes
para descobrir mais sobre a origem dos escravos. O esmalte é a camada externa do dente, formada quase
exclusivamente por minerais, e essa composição permanece inalterada durante a vida desse dente. Por isso,
ela diz muito sobre a infância de uma pessoa. Os pesquisadores escolheram o elemento químico estrôncio
para fazer essa leitura. “O estrôncio é um elemento químico que tem grande afinidade com o cálcio”,
explicou um dos pesquisadores. O cálcio é um mineral importante na composição dos ossos e dos dentes,
logo o estrôncio também é abundante no corpo humano.
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/03/analise-quimica-indica-que-escravos-vieram-de-varios-pontos-da-africa.html. Adaptado.
Considere a seguinte afirmativa: “O estrôncio é um elemento químico que tem grande afinidade com o cálcio”.
Essa afinidade se justifica porque
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 37
Questão 58
O africano foi o responsável pela introdução da fundição do ferro no Brasil na virada do século XVII para o XVIII. Os
ferreiros africanos, além de dominarem técnicas de fundição (maleabilização) e forja do ferro, trouxeram consigo
outros atributos de profundo significado cultural.
A maleabilização é, em princípio, um tratamento térmico ao qual se submetem ferros fundidos com carbono, e
que consiste num aquecimento prolongado, em condições previamente estabelecidas de temperatura, de tempo
e de meio. O princípio do processo consiste no aquecimento do ferro fundido, em caixas fechadas, num meio
oxidante, constituído de minério de ferro. Nessas condições, o carbono do ferro fundido é eliminado sob forma de
gás, conforme a reação:
Fe2O3 + 3 CO → 2 Fe + 3 CO2
Benite, A.N.C., da Silva, J.P., Alvino, A.C., Ferro, ferreiro e forja: O ensino de Química pela Lei n° 10.693/03. Educ. Foco, Juiz de Fora, V. 21, n° 03, 2016. Adaptado.
Quanto de ferro maleável, em gramas, pode ser obtido no tratamento de 0,5 Kg do minério de ferro?
Dados de massa atômica (g/mol): Fe = 56; O = 16; C = 12.
a) 0,35
b) 300
c) 0,5
d) 350
e) 500
Questão 59
“A abolição da escravatura e a vinda dos imigrantes – sobretudo italianos -, trabalhando em regime de colonato,
converteram-se em base tanto para a formação do mercado de trabalho, com fornecimento de mão-de-obra
qualificada, quanto para a formação do mercado interno, dando origem às primeiras manufaturas. Ao fim do
século XIX, foram instaladas fábricas de sabão, de pólvora, de vidros, de papel, de velas, de ácido sulfúrico, de
ácido nítrico, de ácido clorídrico e de cloro. Mas ainda dependíamos da importação de técnicos, juntamente
com equipamentos e com processos”.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/outubro2011/quimica_artigos/olhar_hist_quim_brasil_art.pdf. Acessado em 07 de março de 2022. Adaptado.
Os produtos químicos, destacados no texto, são exemplos de ácidos inorgânicos. A reação de neutralização total
de 2 mols de cada um dos ácidos com o hidróxido de sódio, respectivamente, produzirão uma certa quantidade
de mols de óxido de hidrogênio.
Qual a quantidade total do óxido formada, considerando todas as neutralizações?
a) 6
b) 8
c) 4
d) 10
e) 2
Questão 60
Alcenos são hidrocarbonetos de cadeia aberta, homogênea e insaturada, na qual temos a presença de uma ligação
dupla entre dois átomos de carbono. O fato dos alcenos apresentarem a ligação pi favorece as reações de adição,
pois ao ser rompida, faz com que seja formado um sítio de ligação em cada um dos carbonos que estavam envolvidos
nessa ligação. Um exemplo das adições que os alcenos podem sofrer é a reação de hidratação. Nesse caso, o alceno
sofrerá a adição dos componentes de uma molécula de água em sua estrutura. Vale ressaltar que os íons que
formam uma molécula de água são o hidrônio (H+) e a hidroxila (OH-). A necessidade de se conhecer as reações
de adição dos alquenos está relacionada com o fato de se tratar de um método de obtenção de álcoois.
https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/hidratacao-alcenos.htm.
Para obtenção de um álcool primário, a partir da hidratação de um alceno, é necessário que se tenha um alceno,
contendo, apenas, quanto(s) átomo(s) de carbono?
a) Um.
b) Três.
c) Dois.
d) Quatro.
e) Cinco.
O texto a seguir é indispensável à sua reflexão, antes de escrever sobre o tema proposto para sua redação.
Trata-se de uma fala do diálogo que Milkau e Lentz travam quando caminhavam em direção à Santa Teresa,
afastando-se do Porto do Cachoeiro. Ficam embevecidos pela floresta tropical que avistam, afirmando que
a sensação que a natureza brasileira deixa é muito diferente do que deixa a paisagem europeia. Nesse
diálogo, Milkau afirma que todo o alvo humano é o aumento da solidariedade, é a ligação do homem ao
homem e que “no princípio era a força, no fim será o amor”, ao que Lentz responde:
Considerando a leitura dos livros indicados, o contexto da resposta de Lentz a Milkau e os conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, escreva um texto dissertativo-argumentativo, em prosa, que, apresente,
necessariamente, como um dos argumentos válidos para a sustentação, relação de causa/consequência,
comprovando seu ponto de vista acerca do tema:
“Que importam a solidariedade e o amor? Viver a vida na igualdade é apodrecer num charco.”
Vocabulário:
Charco - água parada, rasa, suja e lodacenta, que se espalha no chão. Poça de líquido orgânico e com detritos.
PROCESSO SELETIVO DE ACESSO À
EDUCAÇÃO SUPERIOR 39
INSTRUÇÕES
Obedeça ao que consta no Edital n.° 04/2022 – GR/UEMA a respeito da correção da produção textual.