Queimaduras
Queimaduras
Queimaduras
INTRODUÇÃO
As queimaduras são lesões traumáticas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo a
cada ano. Elas podem ser causadas por uma variedade de fatores, incluindo calor extremo,
produtos químicos corrosivos, eletricidade e até mesmo a exposição prolongada ao sol.
Independentemente da causa, as queimaduras têm o potencial de causar dor intensa, danos
irreparáveis à pele e até mesmo ameaçar a vida. Este trabalho tem como objetivo explorar a
natureza das queimaduras, suas causas, classificação e tratamento. Além disso, analisaremos
as implicações psicológicas e sociais que as queimaduras podem ter nas vidas das vítimas,
enfatizando a importância da prevenção e da conscientização sobre este problema de saúde.
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2. QUEIMADURAS
2.1. Definição
Queimaduras são lesões dos tecidos do revestimento do corpo, causadas por agentes térmicos,
químicos, radioactivos ou eléctricos. O envolvimento das camadas da pele pode ser parcial ou
total até atingir as estruturas mais profundas (músculos, tendões e ossos).
2.2. Causas
Localização: queimadura da face, mãos, pés, as dobras das juntas e do períneo são
funcionalmente graves;
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2.3.1. Extensão e Localização
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Perna esquerda 7
Pé direito 3.5
Pé esquerdo 3.5
Fonte: http://www.waterjel.com/burn-md/burn-classification/
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2.3.2. Profundidade das Queimaduras
1ᵒ Grau
2ᵒ grau
superficial
Fonte: http://dermaamin.com/site/atlas-of-dermatology/2-b/215-
burn-scald-second-degree-
Figura 2. Queimadura de 2º grau superficial.
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Envolvimento da epidermide e da camada mais profunda da
derme . Pele branca com manchas vermelhas e sensação reduzida
2ᵒ grau
profundo
3ᵒ grau
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É preciso ter em conta que a queimadura é um processo dinâmico, particularmente nas
primeiras 48 horas. Isso significa que uma queimadura de primeiro grau pode passar para
o segundo assim como uma queimadura de segundo grau pode passar para o terceiro
grau. Por isso, é preciso avaliar regulamente nos primeiros dias a evolução das lesões.
Superficiais/Ligeiras ou moderadas
O paciente está em bom estado geral, não tem queimaduras na face, mãos, perineo
ou nas dobras das juntas e a área da superfície corporal queimada é:
o 3ᵒ grau: menor de 2%
Severas
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com material carbonizado, mudança de voz, estado mental alterado, queimaduras no
rosto, cor da mucosa oral e nasal (se for preta como de carvão), edema da orofaringe.
Tratamento local das lesões para facilitar a resolução das mesmas, prevenção de
infecções e das contracturas.
As queimaduras moderadas (2º grau) serão tratadas de forma seguinte (ver detalhes no
bloco da demonstração):
Tirar-lhe a roupa e arrefecer a área queimada com água morna (8-23 °C)
Não rebentar as flictenas, a não ser que sejam muito grandes e aplicação de
pomada antibiótica (avaliar risco de infecção)
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Manter elevada a zona queimada (sobretudo se forem extremidades)
Tratar a dor
Consiste em deixar a área queimada aberta (sem penso), após a sua limpeza e
desinfecção.
O paciente deve ser transferido e tratado a nível hospitalar, possivelmente (não sempre
possível) numa estrutura de nível terciário ou quaternário.
Antes de chegar ao Hospital, os primeiros socorros que devem ser fornecidos em caso
de queimaduras severas são:
Tirar vestidos apertados, jóias para prevenir que estes permitam a extensão da
queimadura e do edema.
Em caso de vestidos queimados tirá-los e por solução salina nos vestidos que
estão em contacto com a pele afectada para arrefecê-los.
Arrefecer a área queimada com água morna (a água fria pode causar hipotermia).
Em caso de queimaduras por agentes químicos, irrigar a zona com água abundante
por 15-30 minutos evitando a contaminação da pele intacta.
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Onde for possível, assegurar um acesso venoso e iniciar a infusão de fluidos: o
acesso venoso deve ser posicionado na pele íntegra (mas também pode ser na pele
não íntegra se for o caso)
NOTA: em pacientes com queimaduras severas extensas (mais do que 25% da superfície
corporal) deve-se evitar o arrefecimento com água morna devido ao elevado risco de
desenvolver hipotermia. O uso de água fria nas queimaduras mais profundas (2º e 3º
graus) pode causar vasoconstrição com extensão da profundidade e da superfície da
lesão.
A Nível Hospitalar
Tratamento sistémico
Avaliar o ABC: sobretudo o edema nas vias respiratórias que pode desenvolver-se
rapidamente em caso de inalação de fumaça. Caso haja edema das vias aéreas a
indicação é a entubação do paciente (ver aula 12 sobre a entubação endotraqueal)
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O volume total calculado deve ser administrado da seguinte maneira: 50% da quantidade
total nas primeiras 8 horas após a queimadura e o resto nas 16 horas seguintes (ver
demonstração no bloco 3).
4 (ml) x 30 (%) x 60 (kg) = 7200 ml. A metade (50%) da quantidade total (3600 ml) deve
ser administrada durante as primeiras 6 horas desde a chegada ao hospital (ou seja, 8
horas após acidente) e a outra metade nas 16 horas subsequentes.
Deve ser sublinhado que a fórmula fornece uma estimativa da quantidade de líquido a
administrar e que quantidades maiores ou menores de líquidos podem ser necessitadas
para manter uma adequada perfusão tecidual. Os melhores indicadores de boa
perfusão tecidual são a diurese (manter entre 0.5-1 ml/kg/hora) e a ausência de
sinais pulmonares de híper-hidratação.
Depois de 24 horas:
Tratar a dor
Por uma sonda nasogástrica (ver Aula 14) nos pacientes entubados, ou com
náusea e vómito e abdómen distendido (o ílio paralítico é muito comum nos
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pacientes com queimaduras que envolvem mais do que 20% da superfície
corporal)
Tratamento Local
O tratamento local das queimaduras é muito importante para prevenção das infecções,
diminuir a perda de fluidos e de calor e promover o conforto do paciente.
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E preciso ter em conta que todas as queimaduras são dolorosas. A dor por queimadura
pode ser dos seguintes tipos:
A dor deve ser avaliada regularmente usando por exemplo a escala numérica de auto-
avaliação da dor. Isso é fundamental para escolha apropriada do tipo e dosagem de
analgésico a ser administrado.
2.4.4. Nutrição
Deve ser iniciada precocemente com recurso à terapia analgésica e respeitando medidas
rígidas de assepsia. É muito importante para prevenir contracturas, rigidez articular,
pneumonia de estase e deformidades (ver disciplina de Traumas e Emergência do quinto
semestre).
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3. DEMONSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE TRATAMENTO LOCAL PELO
DOCENTE
3.1. Tratamento Local das Queimaduras Moderadas
3.1.1. Material Necessário
Recipiente limpo.
Compressas esterilizadas.
Pinças esterilizadas.
Tesoura esterilizadas.
Com ajuda duma outra pinça retire por completo todos os segmentos de pelequeimada
de bolhas rebentadas; deixar intactas (não rebentar) as de pequeno tamanho (< 2 cm) e
rebentar as de tamanho maior.
Secar a ferida com compressas.
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Cobrir as lesões com compressas estéreis sem abri-las; nunca rodear um membro só
com uma compressa.
Em seguida colocar algodão estéril (para almofadar)
Colocar uma ligadura elástica de algodão tendo cuidado para não criar excessiva
tensão.Elevar os membros para prevenir edema.
Retirar o material usado, e fazer o descarte adequado: seringas no balde de lixo
comum (se não tiver entrado em contacto com secreções); luvas, compressas e bolas
de algodão no balde de lixo infeccioso; material perfuro-cortante na caixa
incineradora
Registar o procedimento no processo clínico
Lavar as mãos.
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Lavar as mãos ou fricciona-las com álcool glicerinado se não estiverem visivelmente
sujas
Calçar as luvas estéreis com ajuda da pinça pegar a compressa embebida em soro
fisiológico e lavar cuidadosamente a queimadura evitando de fazer sangrar as lesões;
passe uma única vez cada lado da compressa.
Remover as partículas visíveis de sujidade em volta usando uma pinça.
Com ajuda duma outra pinça retire por completo todos os segmentos de pele das
bolhas rebentadas; deixar intactas (não rebentar) as de pequeno tamanho (< 2 cm) e
rebentar as de tamanho maior.
Enxaguar com soro fisiológico secar a ferida com compressas estéreis.
Cobrir as lesões com compressas estéreis sem abri-las; nunca rodear um membro só
com uma compressa.
Aplicar uma camada de algodão estéril (para almofadar)
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4. CONCLUSÃO
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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