Queimaduras - Urgência e Emergência

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FACULDADE BEZERRA DE ARAÚJO – FABA

Beatriz Galdino Pessôa


Letícia Machado Coelho
Ramon Silva

QUEIMADURAS

Rio de Janeiro
2023
Beatriz Galdino Pessôa
Letícia Machado Coelho
Ramon Silva

QUEIMADURAS

Projeto de Pesquisa apresentado à Faculdade Bezerra de


Araújo, curso de Enfermagem.

Rio de Janeiro
2023
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1 QUEIMADURAS

A queimadura é considerada uma lesão traumática, dependendo da área e


profundidade atingida, pode ser considerada grave e de risco a vida da vítima. É
ocasionada por agente térmico, químico, elétrico ou até mesmo radioativo em contato
direto com a pele.
A pele por ser o maior órgão do corpo humano é a mais atingida, pois ela protege
e reveste o corpo. Lesão de primeiro grau atinge a camada superficial da pele, a lesão
de segundo grau atinge a camada da epiderme e superficial ou profunda da derme, já a
lesão de terceiro grau atinge todas as camadas da pele.
A frequência em que ocorre uma lesão por queimadura é um causador importante,
além de acarretar sequelas físicas e funcionais (relacionados a estética e qualidade de
vida), a vítima acaba tendo problemas psicológicos. Pode ser classificada por acidental
(acidentes domésticos em sua maioria), intencional (ocasionado por algum tipo de
violência) ou até mesmo por auto aflição (suicídio).
De acordo com a OMS, países subdesenvolvidos por falta de políticas públicas,
tem a maior incidência de casos de queimaduras. No Brasil estima-se que ocorra 1
milhão de casos por acidente de queimadura no ano, porém, em média de 100 mil
pacientes vítimas de queimadura precisam de atendimento especializados e 2.500
desses pacientes irão a óbito.
As lesões por queimadura é um problema de saúde pública, pois sua prevenção,
tratamento e reabilitação depende de um conjunto de ações do governo. Estima-se que
um milhão de pessoas no Brasil são vítimas de lesão por queimaduras todos os anos.
A Atuação da equipe multidisciplinar, da enfermagem no primeiro contado com o
paciente vítima de queimadura é crucial para alcançar o melhor resultado, a fim de
diminuir a taxa de morbidade e mortalidade. Uma equipe multidisciplinar bem
estruturada, equipada, e importante, pois juntos promovem uma boa comunicação com
o paciente, promovendo uma recuperação e reabilitação dele.

1.1 Tipos de queimaduras

As queimaduras podem ser classificadas da seguinte maneira:

Quanto à profundidade:
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• 1º grau: atinge a epiderme (camada superficial da pele). Apresentação com


vermelhidão sem bolhas e discreto inchaço local. A dor está presente;
• 2º grau: atinge a epiderme e parte da derme (2ª camada da pele). Há presença
de bolhas e a dor é acentuada;
• 3º grau: atinge todas as camadas da pele, músculos e ossos. Ocorre necrose da
pele (morte do tecido), que se apresenta com cor esbranquiçada ou escura. A dor
é ausente, devido à profundidade da queimadura, que lesa todas as terminações
nervosas responsáveis pela condução da sensação de dor.

Quanto à extensão: a extensão de uma queimadura é representada em percentagem da


área corporal queimada.

• Leves (ou "pequeno queimado"): atingem menos de 10% da superfície corporal;


• Médias (ou "médio queimado"): atingem de 10% a 20% da superfície corporal;
• Graves (ou "grande queimado"): atingem mais de 20% da área corporal;

A regra utilizada pelo ATLS para "medir" a extensão da queimadura:


Regra dos nove: é atribuído, a cada segmento corporal, o valor nove (ou múltiplo dele):

cabeça - 9%
tronco frente - 18%
tronco costas - 18%
membros superiores - 9% cada
membros inferiores - 18% cada
genitais - 1%

Também é possível classificar a gravidade do paciente vítima de queimadura em:


Pequenos Queimados, Médios Queimados e Grandes Queimados. Os Pequenos
Queimados são pacientes que apresentam queimaduras de 1° e 2° grau com até 10%
da superfície corporal queimada; os Médios Queimados possuem queimaduras de 1° a
2° grau com 10% a 25% da superfície corporal queimada e de 3° grau até 10% da
superfície corporal queimada; os Grandes Queimados apresentam queimaduras de 1° e
2° grau acima de 25% da superfície corporal queimada e de 3° acima se 10%.
As queimaduras de mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, quaisquer que sejam a
profundidade e a extensão, necessitam de tratamento hospitalar.

1.2 Abordagem pelo ATLS

• A: vias aéreas
Avaliação de sinais indicativos de comprometimento de permeabilidade; Manutenção da
permeabilidade.
• B: ventilação
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Avaliação da adequação do padrão respiratório, profundidade das incursões


principalmente em pacientes com queimadura circunferencial no tronco, que pode
restringir a expansibilidade torácica;
Suplementação de oxigênio a 100% em pacientes com suspeita de lesão inalatória.
• C: circulação
Monitorização cardíaca e oximetria;
Obtenção de dois acessos venosos profundos;
Reposição volêmica com cristalóide - Ringer lactato (considerando o peso corporal e
SCQ)
Avaliação da perfusão de extremidades atentando para constrição por edemas em casos
de queimadura circunferencial.
• D: disfunção neurológica
Avaliação pela Escala de Coma de Glasgow;
Alterações por traumas associados, hipóxia por lesão inalatória ou abuso de
substâncias.
• E: exposição
Exposição completa do paciente para avaliação das queimaduras e remoção de roupas
e outras fontes de calor (ex.: joias);
Controle da temperatura. O ambiente aquecido ou uso de cobertores pode prevenir a
hipotermia durante o processo. As áreas queimadas podem ser resfriadas com água em
temperatura ambiente, por 3 a 5 minutos;
Quantificar área corpórea queimada.

1.3 Complicações decorrentes de lesões por queimadura

As principais complicações nos pacientes queimados é a sepse, todavia,


comprometimento da função cardiovascular, renal e outras associações também podem
ocorrer como consequência da lesão. Para o presente trabalho, foi realizada uma coleta
observacional, avaliando o número de internações, média de permanência e óbitos do
seguinte procedimento: tratamento de grande queimado.
Segundo a Revista Acadêmica da ULBRA, assim que ocorre a lesão por queimadura,
automaticamente acontece ruptura na pele, ocasionando um grande desiquilíbrio em
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todas as propriedades as quais ela fornece, dando ênfase então a colonização por micro-
organismos patógenos.
Uma das complicações mais comuns no paciente queimado são as infecções do local
da lesão, respiratórias e infecções na corrente sanguínea. Sobretudo, a infecção seguida
de septicemia é uma das principais causas de morbimortalidade.
Nas queimaduras extensas, o organismo se encontra hemodinamicamente instável, e o
sistema imune torna-se incapaz de delimitar a infecção, o que provoca uma resposta
sistêmica hipermetabólica, gerando um enorme aumento do catabolismo muscular,
podendo levar à desnutrição, assim se tornando maior tempo de permanência hospitalar
e tendo um maior risco de mortalidade.
Neste sentido, a administração de dieta hipercalórica, hiperproteica, ômega 3, vitaminas
A, C, E, de minerais como zinco e selênio, bem como de imunomoduladores como
glutamina e arginina, mostram ser um importante papel na melhora do estado nutricional
e cicatrização.

1.4 Conduta do enfermeiro no intra-hospitalar

• Instalar sonda gástrica para esvaziamento conforme necessidade.


• Realizar aspiração de tubo orotraqueal quando necessário.
• Avaliar frequência respiratória e saturação de oxigênio em intervalos regulares.
Instalar cateter vesical de demora e avaliar débito urinário a cada hora.
• Verificar e controlar a temperatura corporal com intervalos de horários conforme
o quadro clínico do paciente (hora/hora nas primeiras seis horas).
• Administrar analgesia endovenosa com opioide.
• Realizar limpeza inicial e curativos evitando a exposição do paciente por tempo
maior que o necessário.
• Manter o paciente no leito com a cabeceira elevada (30o), com os membros
superiores e inferiores queimados também elevados, evitando agravar a
progressão do edema.
• Investigar o status vacinal para tétano.
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2 Conclusão

Demonstra-se nesse trabalho a importância da atuação efetiva na abordagem com o


paciente vítima de queimadura, bem como é fundamental o conhecimento do mesmo
quanto a gravidade de uma queimadura.
Queimadura é uma lesão grave, com risco de infecção, que pode evoluir ao óbito em
alguns casos. O tratamento é doloroso e em casos mais sérios é prolongado,
frequentemente o paciente vítima, precisa de todo um cuidado integral da equipe
multidisciplinar. A enfermagem além de promover os cuidados com o paciente,
inevitavelmente desenvolve um papel de promoção de ajuda psicológica.
Sendo assim está pesquisa visa destacar como uma equipe multidisciplinar instruída,
com conhecimentos técnicos, consegue proporcionar uma boa recuperação do
paciente, além de diminuir as complicações, que uma lesão por queimadura pode
ocasionar.
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REFERÊNCIAS

Queimaduras. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/asdonha/queimaduras-


55601839>. Acesso em: 19 out. 2023.

RIBEIRO, C. Esquema de Lund-Browder (Área de Superfície Corporal Queimada -


SCQ). Disponível em: <https://enfermagemilustrada.com/esquema-de-lund- browder-
area-de-superficie-corporal-queimada-scq/>. Acesso em: 19 out. 2023.

ALVES, B. / O. / O.-M. Queimaduras | Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível em:


<https://bvsms.saude.gov.br/queimaduras/#:~:text=Queimadura%20%C3%A9%20to
da%20les%C3%A3o%20provocada>.
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