05 Tese Leila 19ago201720190705111625
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TERESINA-PI
2017
MARIA GESSI-LEILA MEDEIROS
TERESINA-PI
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Federal do Piauí
Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da Educação
Serviço de Processamento Técnico
CDD 614.4
Aos meus pais, Onécimo e Alcina (In
memoriam), presenças constantes na
minha vida, pelas lições que
fundamentaram toda a minha existência.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Onécimo e Alcina (In memoriam), por me ensinarem princípios e
valores como a humildade, a perseverança e o entusiasmo pela vida, mesmo diante
das adversidades, pois quanto maior a dificuldade, maior o aprendizado.
Ao Jeferson, pessoa com quem convivi por longos anos – completamos neste ano
de 2017, exatamente, 28 anos juntos –, por me ensinar o verdadeiro sentido deste
trecho da poesia de Fernando Sabino: “[...] façamos da interrupção um caminho
novo... da queda, um passo de dança... do medo, uma escada... do sonho, uma
ponte...”. Muito obrigada por ter sido o meu MAIOR INCENTIVADOR na conquista
dos meus objetivos. Acredite que não me esquecerei de CADA PALAVRA SUA, ao
se referir a mim. Elas serviram como antídotos que fortaleciam todo o meu ser e me
impulsionavam, energizando-me, encorajando-me a nunca desistir de nenhum dos
1
Disponível em: <http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/ubuntu-o-que-a-africa-tem-a-nos-ensinar/>.
Acesso em: 18 dez. 2016.
meus sonhos. Sem as suas palavras de estímulo, certamente eu não teria
conquistado mais este título.
Aos meus filhos, Dalila e Italo, por terem suportado a minha ausência, minha falta de
tempo, e por dividirem comigo meus momentos de alegria e meus momentos de
fragilidade e de dores. Amo vocês com todas as minhas forças.
Aos meus irmãos, Miguel, Glória e Gecina, pessoas muito especiais em minha vida.
Vocês são as minhas referências de amor, de união, de solidariedade e de
generosidade. Amo todos vocês!
A todos os meus sobrinhos, que são como filhos para mim, pelo carinho e pelo
respeito que sempre demonstraram.
Ao meu tio João e às minhas tias, Ana e Dida (In memoriam), pela eterna
demonstração de carinho.
Aos meus cunhados Raimundo e Álvaro, pessoas preciosas para mim, pela
consideração e respeito recíprocos.
À minha cunhada-irmã Sueli, por ter suportado a minha ausência e a falta dos
nossos diálogos.
Ao meu sogro Francisco Leite e à minha sogra Jesus Leite, por terem me acolhido
como filha nos momentos em que mais precisei.
À Ceiça, minha amiga-irmã, por ter feito parte, cotidianamente, da minha história; por
dividir comigo meus momentos felizes e meus momentos tristes. Estamos
sintonizadas na mesma frequência. Quero que a nossa amizade perdure por toda a
minha vida. Obrigada por tudo que você, carinhosamente, tem feito por mim.
À minha amiga Valdênia. Nunca esquecerei o que você proporcionou à minha vida.
Sua generosidade e seus ensinamentos sempre estarão vivos na minha memória.
À minha amiga Dilma, por me presentear com sua amizade, alegria e solidariedade.
Às minhas amigas Lílian, Rejânia, Celene, Suênya, Daíse, Leontina, Jozi, Luiza, e
ao por formamos uma equipe maravilhosa. Adoro vocês!
Às minhas amigas Eliana Freire, Samara Cunha e Chrys Moura pelo grande apoio e
carinho. Vocês são pessoas muito especiais para mim.
Aos meus amigos Waldílio, Maria da Cruz, Edmara e Jânio, por termos
compartilhado carinhosamente a mesma orientadora, profa Bomfim, e por todos os
momentos vividos juntos.
Ao meu amigo Francisco Filho, por ter me ajudado imensamente durante as oficinas
do curso de extensão e por está sempre disposto a colaborar. Muito obrigada!
À Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Alves do Bomfim, minha querida orientadora e amiga,
por sua sabedoria, generosidade, dedicação, bondade e compromisso com a
educação, especialmente, com a Cultura de Paz; por todas as horas dedicadas à
orientação para o aprimoramento deste estudo. A você dedico a minha eterna
gratidão por ter possibilitado a concretização de um sonho muito valioso para mim: o
doutorado.
À Prof.ª Dr.ª Kelma Socorro Lopes de Matos, pelas valiosas contribuições nas duas
bancas de qualificações, e por fazer de sua vida um exemplo de construção de
Cultura de Paz, cujos fundamentos se alicerçam no respeito aos direitos humanos e
na coerência entre teoria e prática.
À Prof.ª Dr.ª Shara Jane Holanda Costa Adad, por ter me proporcionado, desde o
mestrado, ensinamentos imensamente valiosos. Devo grande parte de tudo que
aprendi a você. Você nunca vai deixar de ser minha fonte de inspiração. Muito grata
por tudo!!
À Prof.ª Dr.ª Carmen Lúcia de Oliveira Cabral, por tudo que fez por mim, desde o
mestrado, bem como pelas preciosas contribuições nas bancas de qualificação, as
quais foram muito significativas para o aprimoramento deste estudo.
Ao Prof. Dr. Neuton Alves de Araújo, pela disponibilidade em colaborar com este
trabalho na ocasião da minha segunda banca de qualificação e pelos materiais que
subsidiaram minhas análises. Muito grata!
À professora Josania Lima Portela Carcalhêdo, por sua dedicação ao PPGEd, e por
ser essa pessoa generosa, sempre pronta a contribuir com as demandas dos
discentes. Muito grata, professora!
Ao Prof. Dr. Luis Carlos Sales, amigo muito especial do meu filho, pelo apoio no
momento final deste doutorado. Muito obrigada!
Ao Prof. Dr. Ednardo Monteiro Gonzaga do Monti, por ter atendido, gentilmente, ao
meu pedido de contribuir com a minha defesa de doutorado.
Aos meus alunos e alunas, pessoas muito queridas para mim, pelo incentivo e por
serem fonte muito rica de inspiração.
À Universidade Federal do Piauí, por ter sido minha segunda casa durante o período
do Mestrado e do Doutorado, totalizando sete anos de pesquisa.
The present study defined as main objective to analyze how the possibilities of an
Education for Peace in the Pedagogy course of the Federal University of Piauí
(UFPI) are developed. The research question was constituted from the following
question: how are the possibilities of Education for Peace in the initial formation of
the pedagogue in the Pedagogy course of the UFPI? The conceptions that guide this
work started from the hypothesis that the initial teacher training courses present
limitations in the preparation of the future teachers to face the problems related to the
manifestations of violence that increase in the space of the school. In this sense, it
established as an object of study the training of undergraduates of the Pedagogy
course of the Federal University of Piauí (UFPI), having as parameters the principles
and conceptions of an education focused on peace, according to the references of
this field of study: Bomfim (2008), Matos (2013), (2006), Cobalti (1985), Debarbieux
(1998), Guimarães (2010), Jares (2002), Macêdo and Bomfim (2007), among others.
As a way of understanding the phenomenon investigated, the assumptions of the
Dialectics, based on Afanasiev (1968), Lefebvre (1983), Kopnin (1972), Kosik (1969),
Libâneo (2009), Liberali -Kowarzik (1983), Sousa (2010), among others. The
research process was developed in the light of the qualitative approach articulated to
the action research (BARBIER, 2002; THIOLLENT, 2009; DESROCHE, 2006), since
it is a research in educational scope, involving microstructural and macroestructural
relations determinant of the phenomenon, as well as Contradictions and conflicts
inherent to the object of study. The research participants were: two founding teachers
of the Pedagogy course at UFPI, the then coordinator of the course and seven
students under supervised training. In relation to the dimensions pertinent to the
course of Pedagogy, we selected, among others: Kuenzer (1997, 1999), Pimenta
(1995), Sacristán (2000), Saviani (2004) and Silva (1999). As for the official
documents, the research analyzed the current Curricular Guidelines for the
Pedagogy Course, the normativity present in the LDB, the Curricular Matrix and the
Political Pedagogical Project of the Pedagogy course of the Federal University of
Piauí. Among the results that emerged from the research: the possibilities of
developing an Education for Peace in the course of Pedagogy of the UFPI are still
incipient, considering that in the respective curricular matrix there is no
interdisciplinarity of the conceptions that base the Education for Peace, since the
interlacing Between humanistic formation, with precepts of the culture of peace and
of technical formation, occurs through isolated disciplines, which, because of their
nature, address issues related to human relations permeated by dialogue, awareness
of the diversity of human beings and Their cultures. In this way, such an
implementation would be more effective if these contents were approached in a
transversal and integrated way throughout the course and not only in isolated and
disarticulated disciplines among themselves, necessitating, therefore, that the
curriculum allows the articulation between the different knowledge and the affirmation
Of a practice in which diversity, human rights, values and foundations of mediation
dialogue.
CAPÍTULO 1
2
Pesquisar texto completo em: <http://www.mitologia.templodeapolo.net/mitos_ver.asp>. Acesso em:
12 set. 2015.
20
palavras que traduzam a minha história, o meu enredo, a minha subjetividade, cuja
construção se deu por meio dos fios que se entrecruzaram em muitas páginas lidas,
em muitas obras que foram minhas companhias silenciosas nas incontáveis
madrugadas que afastavam de mim o sono, em muitos autores que foram meus
parceiros e amigos, pois criei com eles intimidade... Com eles, dividi minhas dúvidas,
minhas angústias, meus medos; dividi, sobretudo, minhas noites, meus espaços,
minha mesa, minha cama... Quantas vezes acordei rodeada de livros? Quantas
vezes me embalei com eles em meus sonhos? Não sei dizer.
Entre tantos aprestos e alinhavos, destaco aqui uma disciplina que, entre
tantas outras também importantes, fez-me pensar com mais profundidade sobre a
minha condição de pesquisadora: Pesquisa Qualitativa em Educação II, ministrada
por minha orientadora, Maria do Carmo Alves do Bomfim, no curso de Doutorado,
em que tivemos oportunidade de revisitar a obra de Alberto Melucci, “Por uma
Sociologia reflexiva: Pesquisa qualitativa e Cultura”. Nessa obra, o capítulo três, de
autoria de Federico Neresini, trata da Pesquisa qualitativa e simulação, o qual, com
base em um trecho que narra o suplício de Tântalo, instigou-me à reflexão do meu
papel como pesquisadora, alertando-me também acerca dos desafios, das
limitações e dos entraves enfrentados no decorrer da pesquisa. Para ilustrar,
destaco uma de suas inferências: “[...] o mundo dos fenômenos sociais, no estado
natural, foge do pesquisador que o muda exatamente pelo próprio interesse em seus
confrontos” (NERESINI, 2005, p. 72).
É com base nos conflitos e nos confrontos que vamos descortinando nossas
motivações, construindo nossas trajetórias, elaborando nossas obras... Desse modo,
proponho-me a expor, a seguir, alguns fatores que foram relevantes para a minha
formação como pesquisadora e que me fizeram provar o sabor desta pesquisa de
Doutorado.
1.1 Bebendo nas fontes das minhas memórias: meu encontro com a pesquisa
4
Segundo Tardif (2006, p. 260), os saberes dos professores são temporais, e um dos
sentidos dessa temporalidade diz respeito à sua “[...] própria história de vida [...], de toda
uma bagagem de conhecimentos anteriores, de crenças, de representações e de
certezas sobre a prática docente”.
24
Com base nessas concepções, podemos inferir que ela articula conhecimento
e ação, ou seja, teoria e prática. Com isso, desafia o modelo positivista da produção
da ciência, segundo o qual “[...] a ação demanda a aplicação do conhecimento
teórico, previamente elaborado” (JORDÃO, 2004, p. 9). De acordo com essa
perspectiva, inicialmente, obrigamo-nos a conhecer para depois agir. A pesquisa-
ação contrapõe-se a esse modelo, visto que, primeiramente, a ação converte-se em
objeto de pesquisa, subvencionando a construção de conhecimentos sobre si
mesma. Segundo Pimenta (2002), essa produção requer uma análise subsidiada
pela teoria sobre a prática e, ao mesmo tempo, uma ressignificação das teorias a
partir dos resultados da investigação, possibilitando sua própria transformação. Para
dizer de outra forma: a pesquisa-ação emerge da ciência da práxis (BARBIER,
2002).
Isso quer dizer que esse tipo de pesquisa tem que ser conduzida por pessoas
envolvidas no referido contexto, já que conhecer e agir fazem parte do mesmo
30
CAPÍTULO 2
5
Está presente no prólogo da Parte I do Conto “A Rosa Caramela”, da obra “Cada homem é uma
raça”, de autoria do moçambicano Mia Couto (2015).
36
Selecionamos esse trecho da obra “Cada homem é uma raça”, de Mia Couto,
para abrir este capítulo, o qual discorre sobre pesquisas que abordam Cultura de
Paz, porque ele apresenta um jogo de palavras que denuncia a perspectiva de
inacabamento humano, de efemeridade, de valorização do que não possuímos, do
“entrelugar”, da instabilidade do “caçar” e do se lançar como “caça”, do que
projetamos de nós mesmos quando estamos em movimento, em ação. O autor deu
vida a cada palavra para que pudéssemos refletir sobre nossas ações, sobre o que
valorizamos, sobre o que desprezamos e sobre o que devemos alimentar em nós.
Dentre todos os vocábulos utilizados pelo referido autor, destacamos
“arremesso”, termo muito significativo, pois só arremessamos quando pretendemos
atingir algo, e é justamente sobre o que os pesquisadores alcançaram, ao lançar
suas pesquisas sobre Cultura de Paz em campo, que passaremos a discorrer neste
capítulo, por meio do Estado da Arte.
Com o mesmo sentido que tem hoje, a expressão Estado da Arte foi usada
pela primeira vez em um manual de Engenharia, em 1910, de autoria do
estadunidense Henry Harrison, intitulado “Gás turbina: o progresso no projeto e na
construção de turbinas operados por gases de combustão”. No trecho do manual, o
autor diz: "No estado atual da arte, é tudo o que pode ser feito". Assim, o Estado da
Arte representa as ideias e os avanços do conhecimento já existentes em uma
determinada área, as novas técnicas e os procedimentos no pesquisar.
No Livro I da Metafísica, Aristóteles mostra a diferença entre empiria e
técnica, chamando-as de “experiência e arte”, respectivamente. Segundo ele, a
primeira refere-se aos conhecimentos singulares e a segunda, aos conhecimentos
universais. Desse modo, por seu caráter universal, a arte explica a experiência:
6
Está presente no prólogo da Parte I do Conto “A Rosa Caramela”, da obra “Cada homem é uma
raça”, de autoria do moçambicano Mia Couto (2015).
37
Fonte: <http://www.teses.ufc.br/>.
43
7
A Terapia Reiki foi redescoberta por Mikao Usui, um monge japonês, em meados do século
XIX. Reiki é uma energia cósmica, que é captada por um Reikiano, e repassada para o ser humano
44
por meio das mãos, para fins de tratamento da saúde e equilíbrio dos corpos físico, mental,
espiritual e emocional. É aplicado também em animais e plantas. O método Reiki é um sistema
natural de harmonização e reposição energética que mantém ou recupera a saúde. É um método de
redução de estresse, ou seja, é um sistema próprio para despertar o poder que habita dentro de
nós, captando, modificando e potencializando energia. Funciona como instrumento de
transformação de energias nocivas em benéficas. Disponível em:
<http://www.reikitradicional.com.br/_reiki.html>. Acesso em: 12 ago. 2016.
45
Fonte: <http://www.leg.ufpi.br/bccb/materias/index/mostrar/id/50>.
Todo trabalho acadêmico tem por base teorias que são acumuladas a partir
da leitura de diversos textos afins com a temática escolhida, e cujas ideias serão
incorporadas aos dados da pesquisa, subsidiando as descobertas, as reflexões do
pesquisador. Trata-se do referencial ou embasamento teórico, atrelados à revisão da
literatura. Sua presença no texto ratifica os resultados encontrados por meio de
citações diretas ou indiretas, com a obrigatoriedade de mencionar a fonte. Assim,
indagamos: que referências são comuns aos trabalhos encontrados neste Estado da
Arte? Quais autores e/ou obras são parâmetros quando o assunto é Cultura de Paz
nas escolas? E por quê?
51
de Paz na educação integral vem sendo estudada. Por isso, a autora ressalta a
importância de se divulgar experiências como essas com o objetivo de transmitir
para a sociedade imagens positivas da juventude e dos espaços educativos.
Vejamos: [...] o diálogo com os alunos e a comunidade é a solução, ou pelo menos a
forma mais efetiva de minimizar a violência no espaço escolar. (MATOS, 2006, p.
29). Acrescenta ainda que [...] reconhecer e acolher a espiritualidade dos jovens, e
das pessoas em geral, é ter a oportunidade de educar o sujeito integral, em suas
múltiplas dimensões, alimentando seus diversos potenciais. (MATOS, 2007, p. 3).
Dentre outras obras muito citadas desta autora, temos “A paz protege: Cultura
de paz, juventudes e docentes”, que realça pesquisas realizadas entre os anos de
2007 e 2009, com profissionais graduados, estudantes de Pedagogia e da pós-
graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará, bem como o
estudo “Cultura de Paz, Juventudes e Docentes: experiências de escolas, ONGs e
Secretarias de Educação Estadual e Municipal” (MATOS, 2007). Além disso, a
pesquisadora conta com inúmeras publicações e organização de vários livros, todos
voltados para a temática da Cultura de Paz.
Concluímos que, analisar as referências mais comuns dos trabalhos
selecionados sobre Cultura de Paz nas escolas é de grande valia para quem deseja
debruçar-se sobre essa temática e conhecer os principais autores e/ou obras que
são parâmetros nesse assunto. Com esse levantamento, apresentamos a análise do
referencial teórico utilizado nas teses e dissertações sobre a temática e, ainda, obter
um conhecimento mais aprofundado sobre os principais autores, as áreas em que
atuam, o porquê de serem referências no assunto, quais as obras mais citadas e
quais as suas contribuições para a promoção da Cultura de Paz.
Nessa direção, explicitamos no próximo capítulo, todo o percurso metodológico
adotado neste estudo, por meio do qual estão referenciados, dentre outros
elementos, o método e a abordagem aplicados, a contextualização do campo da
pesquisa e os procedimentos adotados para a produção dos dados.
2.3 Para compreender a diferença entre Cultura de Paz e Educação para a Paz
Educação para a Paz são a mesma coisa? Essas indagações serão respondidas ao
longo desta caminhada para a reflexão e para a compreensão do tema. .
De acordo com Adams (2003), no tocante a todas as mudanças que já
permearam a história da humanidade, a modificação de uma cultura de guerra para
uma Cultura de Paz pela sociedade é, talvez, uma das transformações mais radicais
e amplas do que qualquer outra mudança que tenha ocorrido na história humana.
Compreender essa transformação não é fácil, pois ela é contínua e persistente.
Assim, este capítulo construirá a perspectiva histórica da Cultura de Paz, assim
como apresentará um paralelo entre a Cultura de Paz e a Educação para a Paz.
2.3.1 Cultura
2.3.2 Paz
Mayor (2000) faz uma relação entre paz, desenvolvimento e democracia para
que se possa entender a paz como algo social, uma vez que luta contra a
discriminação, a exclusão e busca pela equidade social e a diversidade cultural.
Esse conceito baseia-se na justiça social.
O conceito tradicional de paz, na cultura ocidental, de acordo com Callado
(2004), é derivado, principalmente, dos conceitos de paz grega (eirene) e de paz
58
romana (pax). Para compreender os dois conceitos, o autor descreve que o último
está relacionado à ideia de respeito e de perpetuação da lei e da ordem
estabelecida, vinculada à visão política e histórica. A primeira relaciona-se à busca
da perfeição da harmonia mental e da tranquilidade interior, a qual se relaciona à
busca de desejos, porém, pouco palpáveis, significado mais próximo da concepção
popular. Mesmo com as suas diferenças, esses conceitos se coincidem quanto
relacionados à significação negativa de paz, ou seja, como ausência de violência,
conflitos e guerras. No tocante à paz negativa, descrita por Callado (2004), e à paz
negativa que será discutida por Galtung (1976), essas concepções serão
importantes para se entender um pouco mais sobre a Cultura de Paz.
No tocante ao conceito de paz negativa, Galtung (1976) ressalta que, por
meio da Pesquisa para Paz, transforma-se em positivo, afirmando que paz não é
oposto à guerra e a guerra não é um único tipo de violência, pois existem várias
formas de violência no sentido de produzir sofrimento no ser humano. Abrangendo
um conceito mais amplo de dinâmico, o Centro Internacional de Investigação e
Informação para a Paz - CIIIP (2002) destaca que o estudo da paz implica a
concepção do seu aspecto dinâmico, não estático ou idealizado, com o intuído de
identificar os vários tipos de violência historicamente construídos pela sociedade que
clama por mudança.
A definição dos conceitos de cultura e de paz é necessária para dar subsídio
à reflexão sobre a Cultura de Paz, a partir de sua perspectiva histórica e da
compreensão de seus objetivos, pois essa cultura precisa de ações individuais e
coletivas para transformar-se na realidade concreta.
Paz definida como ausência de guerras e Paz definida como ausência de todo tipo de
violência direta. violência (direta ou estrutural) e como
presença de justiça social e das condições
necessárias.
O fim justifica os meios, podendo Os meios não justificam os fins, assim como
justificar a violência para garantir a paz. a violência não é considerado um meio para
se alcançar a paz.
Paz como ideal utópico e inalcançável, Paz como processo contínuo e acessível
dependente de fatores externos a ela. por meio de ações cooperação, mútuo
entendimento, dentre outras posturas que
assentam as bases das relações
interpessoais e intergrupais.
61
[...] afinal, de onde é que a paz deverá surgir, a não ser do esforço
sincero, organizado e sistemático de cada integrante da
humanidade? Se indivíduos e estrutura sociais não se
transformarem, como é que o mundo pode se transformar num lugar
de paz e bem-estar?
“É um fato da vida”, faz parte dela e é necessário estar contido para dar
impulso à existência, à construção de novos ideais e à evolução do ser como pessoa
em sociedade, porém quando adquire outro propósito, que não seja esse
apresentado acima, o conflito traz sérios prejuízos à sociedade.
O conceito de conflito parece ser fácil, mas quando interpretado em um
contexto, demanda responsabilidade, cuidado e destreza. E, de acordo com Delgado
(2011), o seu processo de definição envolve dois elementos fundamentais: a
declaração da estrutura essencial juntamente com seus respectivos componentes e
o vínculo que os une.
72
eleições (de
variadas
espécies)
viagens e festas
Fonte: Martinez Zampa (2005).
Por ser indicada para conflitos envolvendo indivíduos que mantêm relações
continuadas, a mediação tem por finalidade manter relações que envolvam o
ambiente escolar. Atitudes, estratégias e técnicas na mediação são importantíssimas
para a resolução efetiva dos conflitos. A proposta mais recente é introduzir o tema
mediação de conflitos no currículo escolar, pois se pensa em transformar o próprio
aluno – criança ou jovem – em mediador de conflitos, esclarecendo-lhes que as
diferenças existem e que, se não forem compreendidas de forma respeitosa, podem
transformar-se em conflito, o qual predispõe a violência (CHRISPINO, 2007).
A proposta de mediação escolar tem seus aspectos positivos apresentados
por Uranga (1998), Smith et al. (2002) e Bullock e Foegen (2002).
80
- Diminui a intervenção dos adultos, que é substituída pelos alunos mediadores ou pelos
os que estão em disputa.
Etapas Recomendações
1ª Etapa – Percepção de interesse É imprescindível que a direção esteja ciente e
da unidade escolar colabore com a realização desta ação.
CAPÍTULO 3
[...] Procusto justificou seus atos dizendo que agia conforme a justiça
e a razão... 8
8
Disponível em: <http://www.profjuliososa.com.br/2013/04/mitologia-grega-o-mito-de-procusto-
e.html>. Acessado em: 15 out. 2015.
86
9
Disponível em: <http://www.profjuliososa.com.br/2013/04/mitologia-grega-o-mito-de-procusto-
e.html>. Acessado em: 15 out. 2015.
87
político que, de um lado, pode ser empregada para assegurar o status quo, forjando
nas massas o consenso referente à visão de mundo do sistema capitalista,
produzindo comportamentos compatíveis com as aspirações do grupo dominante.
De outro, pode também ser utilizada como meio para subsidiar a disputa de poder,
engendrando condições objetivas e subjetivas para subverter a ordem hegemônica
da situação vigente e, assim, viabilizar a construção da emancipação social.
No entanto, para que a educação possa ser aplicada nessa segunda acepção
de Gramsci (1978), é preciso que a filosofia da práxis converta-se na filosofia das
classes dominadas e se estabeleça como uma poderosa antítese das filosofias
predominantes, com possibilidade de transgredir e transcender efetivamente com o
senso comum em vigor, sobretudo no que se refere ao conformismo e à submissão,
reorientando os comportamentos dos indivíduos para uma realidade concreta,
exigindo, com isso, a reinvenção de uma nova sociedade.
Nesse sentido, Gramsci (1978) favoreceu um processo educativo que remete
à formação do ser humano integral, do ser humano em sua capacidade plena, visto
que possui as condições determinadas tanto pela formação tradicional quanto pela
instrução científica e tecnológica. Ele defendia que a classe dominada teria uma
compreensão crítica de si mesma, podendo ser constituída a partir de uma luta de
hegemonias políticas, de direções conflitantes, primeiro no âmbito da ética, depois
da política, alcançando, por fim, uma elaboração superior da própria concepção da
realidade.
Essa compreensão de educação contextualiza também o conceito de
hegemonia e a pauta da formação dos intelectuais. No que se refere a essa última
análise, Gramsci (2013, p. 18-19) situa a função do intelectual na organização das
práticas sociais, o qual pode assumir tanto a posição de defesa e de conservação
dos projetos hegemônicos no capitalismo, quanto a luta por processos democráticos
voltados para a construção de uma nova organização social. Com isso, ele elabora
dois questionamentos: o primeiro indaga “[...] quais são os ‘máximos’ limites da
acepção de intelectual?”; e o segundo interpela se há “[...] um critério unânime para
caracterizar as diversas e díspares atividades intelectuais, distinguindo-as a tempo e
na essência das correspondentes a outros grupos sociais?”. Para responder aos
pleitos, ele diz que é “um erro de método” tentar enxergar o que é diferente no
“plano intrínseco do trabalho intelectual”, ou seja, é preciso posicioná-lo na esteira
da complexa plataforma das relações sociais.
102
Emerge desse entendimento a abordagem que o autor faz das relações entre
os conteúdos escolares e a totalidade da atividade humana, tanto no que se refere
ao domínio da natureza quanto à organização da sociedade. Desse modo, a luta
contra “as sedimentações tradicionais de concepções de mundo” no “folclore”, ou
seja, a dimensão do senso comum é travada a partir da concepção de que os seres
humanos experienciam uma realidade produzida pelo trabalho, isto é, pela ação
transformadora do próprio ser humano (GRAMSCI, 1968, p. 130).
Essa perspectiva de mundo opõe-se às práticas tradicionais, fortemente
influenciadas por crenças místicas e por princípios idealistas. Trata-se de uma
acepção atravessada pelo conhecimento objetivo da natureza e pela organização
coletiva consciente da sociedade.
Conforme Gramsci (1968), esse fazer educativo fomenta-se na escola, como
condição necessária, ainda que não suficiente, para desenvolver instrumentos de
domínio da “ciência dos homens” e da “ciência das coisas”, bem como o domínio da
língua como dispositivo articulador dessas ciências. Assim, o domínio do
conhecimento é a singularidade do saber educacional, do conhecimento concreto e
acessível a todos.
Portanto, a escola deve desenvolver prática pedagógica que possibilite às
novas gerações a compreensão do mundo e a apreensão de conhecimentos
históricos da realidade, evitando, por sua vez, saberes fragmentários. Gramsci
104
elucidação da práxis dos grupos sociais por eles mesmos, com o intuito de melhorar
sua práxis por meio de uma ação que possibilite a transformação da realidade.
Com fundamento na concepção existencialista de Barbier (2002), a pesquisa-
ação não consiste em uma simples inovação ou reestruturação metodológica da
sociologia clássica, mas de uma metamorfose do modo de se conceber e de se
realizar pesquisa em Ciências Humanas, na qual o cotidiano não é desconsiderado
do processo de produção do conhecimento, tanto pelo pragmatismo quanto pela
recorrência no hábito dos saberes dos sujeitos envolvidos.
Além de estimular a articulação entre teoria e prática, a pesquisa-ação tem
como especificidade a perspectiva de intervenção no decorrer do processo
investigativo e não apenas pautando-se como mais uma metodologia cuja
contribuição é apresentar recomendações ao final da pesquisa. Nesse sentido, ela é
considerada por Dick (2003) como uma pesquisa cíclica (ou espiral), constituída por
algumas etapas – intenção, ação e revisão –, ou seja, consiste em organizar a
pesquisa em torno da concepção de processo e de avaliação de uma ação
planejada.
Na visão de Barbier (2002), a pesquisa-ação desenvolve-se em um cenário
de dinâmica social completamente diverso das modalidades aplicadas em pesquisas
tradicionais, conforme destaca, ao remeter-se ao processo de radicalização
epistemológica da pesquisa-ação, o qual, segundo o autor, “[...] deve permitir aos
participantes expressarem a percepção que têm da realidade do objeto de sua luta
ou de sua emancipação” (BARBIER, 2002, p. 57). Ele acrescenta que esse processo
investigativo desenvolve-se geralmente em um tempo relativamente pequeno e os
componentes do grupo pesquisado tornam-se íntimos colaboradores.
De acordo com Barbier (2002, p. 65), os caminhos delineados pela pesquisa-
ação revolucionam inteiramente os procedimentos a partir de uma extensão das
dimensões individuais e comunitárias, obtendo novas concepções que reconhecem
“[...] plenamente a dimensão filosófica da existência humana requalificada [...]”, fator
que estimula sua utilização nos diversos âmbitos da pesquisa em educação.
Já Thiollent (2009) concebe a pesquisa-ação como um tipo de pesquisa social
com função política, relacionada a uma ação ou à solução de um problema coletivo
em que os pesquisadores e o grupo envolvido atuam de forma cooperativa ou
participativa, de modo que os partícipes implicados possuem algo a “dizer” ou a
“fazer”, além do cuidado de que o conhecimento gerado não seja de uso exclusivo
107
dos próprios participantes. Isso permitirá reforçar uma visão relativa e não dogmática
dos processos sociais”.
Para Richardson (2003), essa etapa se inicia a partir dos primeiros contatos
com as pessoas e com as instituições envolvidas na pesquisa. Para tanto, ele
sugere que mesmo antes da primeira reunião de trabalho já sejam aplicados
questionários reflexivos com o grupo, com o objetivo de que as situações e os
problemas que permeiam o objeto de estudo sejam descortinados. O autor defende
que, tão logo o problema da pesquisa seja definido, o planejamento das ações seja
iniciado com os componentes envolvidos, tendo em vista que uma das funções do
pesquisador é contribuir com a mudança da prática, a qual envolve um processo de
planejamento, de ação, de reflexão e de avaliação. A saber:
Foi nessa atmosfera que se deu a criação do curso de Pedagogia, por meio
do Decreto-Lei n. 1190, de 4 de abril de 1939, no contexto da Faculdade Nacional de
Filosofia, Ciências e Letras, como parte da Universidade do Brasil – projeto do então
ministro da Educação Gustavo Capanema, no governo de Getúlio Vargas, visando à
formação de bacharéis e de licenciados para várias áreas, incluindo-se nessa esteira
a Pedagogia (SILVA, 1999).
A duração da formação de bacharéis correspondia a três anos, e para as
licenciaturas era acrescido mais um ano, equivalente à didática, passando a ser
conhecido como o esquema 3+1. Os três primeiros anos eram dedicados às
disciplinas de conteúdo, ou seja, os fundamentos da Educação. O quarto ano,
referente ao curso de Didática, destinado a todos os cursos de licenciatura, contava
com as seguintes disciplinas: Didática Geral, Didática Especial, Psicologia
Educacional, Administração Escolar, Fundamentos Biológicos da Educação,
Fundamentos Sociológicos da Educação (BRZEZINSKI, 1996). O bacharel em
Pedagogia necessitava cursar apenas as duas primeiras disciplinas, pois o restante
já estava incorporado ao Curso.
Segundo Guedes (2006), a instalação desse modelo deixa evidente que o
objetivo principal era que, inicialmente, a formação desse profissional contemplasse
um conjunto de conhecimentos específicos para, somente depois, realizar a
formação voltada para a prática. Ela afirma que essa padronização ainda hoje se
perpetua “[...] em alguns cursos de Pedagogia, justificando, assim, o
descompromisso com uma formação que ofereça a esse profissional a possibilidade
de discutir e analisar a realidade educacional cotidiana” (GUEDES, 2006, p. 61).
A partir desse panorama, apresentamos uma análise concisa das principais
regulamentações pelas quais o Curso passou, buscando compreender a Pedagogia
foi se estruturando e se consolidando ao longo do percurso da história da educação
brasileira.
Em 1945, em um contexto político de redemocratização do país, as
discussões acerca do acesso à educação e à igualdade de oportunidades foram
retomadas, sob o governo do general Eurico Gaspar Dutra, tendo Raul Leitão da
Cunha como ministro da Educação. Na ocasião, foi lançado o Decreto-lei n.
8.558/46, criando-se o cargo de orientador educacional no quadro Permanente do
Ministério da Educação e Saúde, atendendo às exigências do Decreto-lei n.
4.244/42, Lei Orgânica do Ensino Secundário. Esta legislação estabelecia que, para
118
CAPÍTULO 4
10
Disponível em: <http://contosdeaula.blogspot.com.br/2007/05/o-embondeiro-que-sonhava-
pssaros.html>. Acesso em: 12 ago. 2016.
128
11
Disponível em: <http://contosdeaula.blogspot.com.br/2007/05/o-embondeiro-que-sonhava-
pssaros.html>. Acesso em: 12 ago. 2016.
12
O conto faz parte da obra “Cada homem é uma raça”, de autoria do moçambicano Mia Couto
(2015).
13
Embondeiro é o nome utilizado em Moçambique e em Portugal para designar o “boabá”, uma
árvore considerada sagrada para a cultura de Moçambique.
129
verificação do currículo ainda em vigor, n. 4120 (4.5.6), de 2009, cuja estrutura está
composta de “[...] conteúdos eminentemente teóricos, conteúdos teóricos e práticos
e conteúdos eminentemente práticos no campo profissional” (UFPI, 2009, p. 20).
Essa organização utiliza algumas disciplinas que funcionam como elementos
integradores do currículo, ou seja, como eixos articuladores entre os blocos. Elas
são assim denominadas: “[...] Seminário de Introdução à Pedagogia (Bloco I);
Prática e Pesquisa Educativa (Blocos II, V e IX); Prática Pedagógica na Escola
(Blocos III, IV, VI, VII, VIII e IX); Trabalho de Conclusão de Curso (Bloco V ao IX)” (p.
20).
De acordo com o referido PPP (2009), essas disciplinas são fundamentais
para vinculação entre a teoria e a prática, pois elas buscam propiciar “[...] a
fundamentação e a instrumentalização para o trabalho pedagógico, aliada ao
conhecimento da realidade social” (p. 20).
O currículo, segundo Sacristán (2000), é um projeto seletivo e ideológico
edificado a partir do contexto cultural, social, político e administrativo em que está
inserido e torna-se realidade de acordo com as condições da instituição a que
pertence. Dotado de diversos conteúdos organizados sequencialmente, o currículo
apresenta um campo prático e um discursivo.
É importante ressaltar que o documento curricular escrito não é o único
representante das pretensões do que será abordado na formação dos futuros
pedagogos, considerando-se a relevância das experiências em sala de aula e dos
campos de estágio. Todavia, é importante destacar que esse documento influencia
significativamente os conteúdos que serão contemplados no decorrer da formação
do pedagogo.
Nesse sentido, o PPP do curso de Pedagogia da UFPI aponta como um dos
objetivos da formação do pedagogo: “[...] formar um profissional capaz de resolver,
com competência, problemas decorrentes do seu trabalho, considerando as
multidimensões: humana, ética, política, técnica e social – que fundamentam seu
ofício” (UFPI, 2009, p. 18). Para subsidiar o futuro professor no alcance desse
objetivo, o currículo foi dividido em nove áreas, conforme está representado na
figura a seguir, com os seus respectivos percentuais:
131
Áreas do Conhecimento
Fundamentos Históricos da
Educação (180h)
4% Fundamentos Sociológicos da
6%
Educação (180h)
22%
6%
Fundamentos Filosóficos da
Educação (180h)
6%
Fundamentos Político-
Administrativos da Educação
8%
(240h)
Fundamentos Psicológicos da
20% Educação (360h)
12%
Didática e Metodologia (480h)
16%
Áreas Conexas e
Interdisciplinares (615h)
Isso quer dizer que o currículo do curso de Pedagogia deve contribuir para
que o futuro professor compreenda a complexidade que envolve a educação, com
base nos pressupostos que a fundamentam, numa perspectiva crítica e reflexiva,
como também deve articular teoria e prática para subsidiar sua atuação como futuro
profissional da Educação. A partir dessa proposta, problematizamos: quais as
disciplinas do currículo do curso de Pedagogia que apresentam em suas ementas as
concepções de uma Cultura de Paz?
135
. LIBRAS 402908 60 h OB
. Lingüística e Alfabetização 303 60 h OB
. Práticas Educativas e Multirreferencialidade .... 402 60h OP
. Motricidade e Escola 107 60 h OB
. Ludicidade, Aprendizagem e Linguagem 402 60 h Op
.Educação Infantil e diferentes Linguagens 402 60 h Op
. Saúde e trabalho Docente 402 60 h Op
. História das Ideias Políticas e sociais 304530 60 h Op
. Políticas Públicas e Educação 401574 60 h Op
. Cultura Popular 404007 60 h Op
. Tópicos Especiais em Educação I 402886 60 h Op
. Tópicos Especiais em Educação II 402152 60 h Op
. Aspectos Ético-político-educacionais da da Pessoa Portadora de 401570 60 h Op
Necessidades Especiais 401570 60 h Op
. Fundamentos da Arte na Educação 404001 60 h Op
. Técnicas de Expressão Vocal 404 60 h Op
. Educação Ambiental 402909 60 h Op
. Estatística Educacional 260522 60 h Op
. Português I Prática de Redação 303001 60 h Op
. Inglês Instrumental Básico 303600 60 h Op
. Francês Instrumental Básico 303700 60 h Op
. Português II – Pedagogia 303003 60 h Op
. Introdução à Hist. das Ideias Políticas e Sociais 304055 60 h Op
. Prática Desportiva 107801 60 h Op
. Educação Física Escolar 107 60 h Op
. Recreação e Lazer 107 60 h Op
. Dança 107 60 h Op
. Judô 107 60 h Op
. Gestão Educacional e Empreendedorismo 401607 60 h Op
. Economia política da educação 401544 60h Op
. Planejamento e avaliação da educação 401554 60h Op
. Educação e Trabalho 401594 60h Op
. Pesquisa em Psicologia da Educação 401599 60h Op
. Fonética e Fonologia da Língua Portuguesa 303 60h Op
. Ética em Educação 60 h Op
Ao fazer uso da sua vocação, cujos dons remetem à natureza inquisitiva, o ser
humano quer construir saberes, quer conhecer o que está a sua volta. Assim, essas
relações, provocativas e desafiadoras, erigidas nas tecituras dos mais variados
cotidianos, tendo como exemplo o contexto da formação inicial de professores, o
qual remete a novas perspectivas, novos caminhos, novos mundos, são, agora,
realçadas pela Cultura de Paz, que, por sua vez, requer energia e teoria. Daí a
justificativa de se ter selecionado disciplinas relacionadas aos fundamentos
históricos, filosóficos, psicológicos e sociológicos da educação.
No entanto, se considerarmos apenas as disciplinas do Curso que possuem
caráter obrigatório, vamos encontrar uma porcentagem baixa, tendo em vista que a
carga horária total do curso que é de 3.315 horas e a porcentagem de disciplinas
que abordam aspectos que podem se relacionar com a Cultura de Paz foram de,
somente, 12,7%. A figura a seguir mostra as disciplinas, divididas por semestre, que
apresentam os referidos aspectos em suas ementas.
1,5
Fonte: Pesquisa direta do Projeto Pedagógico do curso de Pedagogia da UFPI. (UFPI, 2009).
- Sou licenciada em Filosofia (meu diploma saiu pela UFPI, mas fiz o curso todo na
FAFI, coincidindo o final do meu curso com o último ano de funcionamento da FAFI –
1970; em 1971 essa faculdade foi incorporada à UFPI), fiz o mestrado na UFRGS
(Educação/Ensino) e o doutorado na PUC-SP (Educação: História, Política,
Sociedade).
- Iniciei como professora do CCE em 15 de abril de 1974, mas era um contrato
temporário, de quatro meses, que foi sendo renovado até quando houve uma
regularização do quadro de pessoal da UFPI e todos os professores temporários
foram efetivados. Ao longo desse tempo, exerci em alguns momentos as funções de
sub-chefe e chefe do DMTE (departamento no qual sempre fui lotada), vice diretora e
diretora do CCE, representante docente junto aos conselhos de Ensino Pesquisa e
Extensão (CEPEX) e Universitário (CONSUN), além de ter coordenado diferentes
grupos de pesquisa e extensão. (PROFESSORA B).
Pesquisas Realizadas:
Mais uma vez, a coordenadora aborda a relação entre teoria e prática. Para
dialogar com essa premissa, Mello (2000, p. 4) nos diz que a situação de formação
docente é inversamente simétrica à de seu exercício profissional.
Quando se prepara para ser professor, ele vive o papel de aluno. O mesmo papel,
com as devidas diferenças etárias, que seu aluno viverá tendo-o como professor. Por
essa razão, tão simples e óbvia, quanto difícil de levar às últimas consequências, a
formação do professor precisa tomar como ponto de referência, a partir do qual
orientará a organização institucional e pedagógica dos cursos, a simetria invertida
entre a situação de preparação profissional e o exercício futuro da profissão. As
diretrizes que se seguem procuram avançar nessa característica, buscando tornar
coerente a formação do professor com a simetria existente entre essa formação e o
futuro exercício da profissão. (COORDENADORA, 2016).
Com isso, ela denuncia que as discrepâncias entre teoria e prática, durante a
formação inicial, criam verdadeiros entraves para a atuação do futuro professor na
educação básica.
Dando sequência ao ciclo de perguntas realizadas junto à coordenação do
curso de Pedagogia da UFPI, questionamos acerca das modificações empreendidas
no Projeto Político Pedagógico do curso de Pedagogia da UFPI: quantas
atualizações foram realizadas no PPP do curso, do seu início até agora? Quais as
suas principais mudanças?
O curso de pedagogia da UFPI, até onde sei, passou por três reformulações. Só
posso falar da última atualização, pois foi a que vivenciei como docente do Curso.
Essa última atualização, iniciada em 2009, ocorreu em função das novas diretrizes
curriculares do curso de Pedagogia aprovadas em maio de 2006. As principais
mudanças dizem respeito à organização do currículo por três núcleos: núcleos de
estudos básicos, núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos e núcleos de
estudos integradores. Além disso, houve a ampliação do campo de atuação do
pedagogo que passou a incluir a docência, a gestão e a formação pedagógica, tudo
isso incluindo os espaços não escolares; a inserção da exigência da comprovação de
120h de atividades complementares no período que durar o curso; a exigência da
comprovação no currículo da prática como componente curricular e sua diferença da
prática de ensino ou estágio supervisionado e, por último, a substituição de algumas
disciplinas. Atualmente, em função da nova resolução aprovada em junho de 2015
que regulamenta os cursos de licenciatura no Brasil, certamente nosso curso sofrerá
outra alteração.
14
Deusa africana. Seu nome significa raiz: Nanã é a lama primordial, o barro, a argila da qual são
feitos os homens. Diz a lenda que, quando Orumilá chegou aqui para frutificar a terra, ela já estava.
[...] Nanã pode ser invocada para ajudar nas questões existenciais, já que está relacionada à
formação do indivíduo e sua essência, e também ao nascimento e à morte. Ela é a deusa séria,
sábia e experiente. Disponível em: <http://www.mulher.com.br/estilo/o-poder-das-deusas-africanas>.
Acesso em: 12 out. 2016.
15
Deusa africana. Orixá dos mais famosos no Brasil, ela é cultuada na África pelo nome de Oyá.
Costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa
é sempre invocada para proteger os fiéis de uma tempestade. Nas cerimônias da Umbanda e do
Candomblé, Iansã surge como autêntica guerreira: está presente tanto nos campos de batalha,
como nos caminhos cheios de aventura. Enfim, está sempre longe do lar. Disponível em:
<http://www.mulher.com.br/estilo/o-poder-das-deusas-africanas>. Acesso em: 12 out. 2016.
16
Deusa africana. As lendas dizem que Iemanjá também era um rio que desembocou no mar. De
tanto chorar, porque seu filho Oxossi a abandonou, ela se derreteu. A água, portanto, é o elemento
que rege a mãe de todos os orixás. Disponível em: <http://www.mulher.com.br/estilo/o-poder-das-
deusas-africanas>. Acesso em: 12 out. 2016.
17
Deusa grega. Deusa do amor e da beleza. Disponível em:
<http://www.coladaweb.com/mitologia/deuses-e-deusas-gregos>. Acesso em: 12 out. 2016.
18
Deusa grega. Tida como virgem e defensora da pureza, era também protetora das parturientes e
estava ligada a ritos de fecundidade; embora fosse em essência uma deusa caçadora, encarnava
as forças da natureza e tutelava as ninfas, os animais selvagens e o mundo vegetal. Disponível em:
<http://www.coladaweb.com/mitologia/deuses-e-deusas-gregos>. Acesso em: 12 out. 2016.
19
Deusa grega. Símbolo da inteligência, da guerra justa, da casta mocidade e das artes domésticas
e uma das divindades mais veneradas. Disponível em:
<http://www.coladaweb.com/mitologia/deuses-e-deusas-gregos>. Acesso em: 12 out. 2016.
20
Deusa grega. Deusa do mar. Disponível em: <http://www.coladaweb.com/mitologia/deuses-e-
deusas-gregos>. Acesso em: 12 out. 2016.
166
É a ação de ensinar, não somente teorias, mas questões sociais e universais, a fim
de formar um ser humano, não somente o intelecto, mas o psicossocial. (Nanã);
Acredito que sejam práticas intencionais realizadas pelo professor na sala de aula
com o objetivo de contribuir na aprendizagem do aluno. (Iansã);
Sim. (Nanã);
Alguns subsídios foram importantes na minha formação. Eles são Vigotski e seus
estudos direcionados à linguagem e à construção do conhecimento que me ajudou
bastante no entendimento do papel do professor na aprendizagem do aluno. Piaget e
suas teorias relacionadas a cada fase da criança, também me ajudaram bastante.
(Iansã);
O curso, em si, oferece alguns subsídios para a profissão docente, mas é claro que a
dinâmica de sala de aula é muito mais ampla que isto. Então, muitas vezes, temos
que adequar certas teorias às nossas vivências. As leituras de Freire, Emília Ferreiro,
dentre outros, contribuíram muito. (Afrodite);
Não foram suficientes, mas coloco em evidência Pimenta, pois através da sua
reflexão de prática docente, podemos refletir, levando à sala de aula. Mas na
169
totalidade, o Curso não é suficiente para o preparo de uma profissão docente, visto
que nos deparamos com situações na prática que não fomos preparados para saber
como agir, nem sequer com aprofundamento teórico. (Ártemis);
Não. (Atena);
Nos períodos de estágio, o que mais me chamou atenção foi presenciar uma escola
em que a gestão não estava sintonizada com o espírito que a educação deve ter,
que é a participação. A comunidade escolar precisa se ajudar, se empenhar para que
a educação tenha significado. (Iemanjá);
O principal problema foi no que diz respeito ao planejamento, pois é essencial que
conheçamos as habilidades e competências prévias dos alunos e a pouca
frequência, ou a frequência com grandes intervalos dificulta essa relação, apesar do
diagnóstico, a dificuldade de acompanhar o processo integral do aluno, a violência
por parte de alguns alunos também contribuía pra dinâmica das aulas. (Atena);
É educar, ensinar com base contrária ao que diz a violência. A escola atual enfrenta
conflitos e vários desafios, vive-se essa cultura da violência, que está ligada à
exclusão social, altos índices de desemprego e falta de oportunidade que enfraquece
os alicerces da escola e desnorteia o rumo da escola. (Nanã);
É uma educação que direciona o aluno a viver em harmonia com outras pessoas,
exercendo sua cidadania de maneira saudável. (Iansã);
De modo bastante singelo, pois não possuo nenhum aporte teórico a respeito,
Educação para Paz é a capacidade de nós, como educadores, envolver nossos
alunos em um ambiente onde eles possam ter a nítida compreensão do respeito pelo
outro, pela liberdade, a tolerância religiosa, cultural e etc, solidariedade buscando
sempre a igualdade de direitos. (Afrodite);
Uma educação que busca a mediação dos conflitos, do respeito mútuo. (Atena);
Não me recordo de uma disciplina específica, mas alguns teóricos e o contato com a
sala de aula me fizeram compreender que alguns conflitos dependem do meu
posicionamento, dessa maneira, esse olhar mais humano, compreensivo, deve estar
presente na resolução desses conflitos. (Iemanjá);
Não. (Iansã);
Não. (Afrodite);
Não. (Ártemis);
Não. (Atena);
Não. (Anfitrite)
Acredito que seja uma forma de ensinar as pessoas a lidar com conflitos do dia a dia.
(Iansã);
Mediação é a busca por solucionar de modo mais eficaz uma situação conflituosa. É
ajuda ou mediar para que as pessoas envolvidas se comuniquem, reflitam e
busquem alternativas para solucionar seus problemas. (Afrodite);
Mediar conflito é utilizar do diálogo e da reflexão para resolver atritos que possam
ocorrer e/ou até mesmo para preveni-los. (Atena);
Como pode ser observado, Jares (2008) defende que a mediação de conflitos
é um processo educativo enriquecedor e construtivo para as partes envolvidas, na
medida em que possibilita uma efetiva atuação destes na resolução de seus
problemas.
Segundo Chrispino (2002, p. 43), a mediação pode ajudar muito “[...] para
modificar hábitos litigiosos que foram incorporados na nossa cultura social como
conseqüência de anos de cultura autoritária e de poder hegemônico. A escola, por
tal, encaixa-se perfeitamente nesse quadro”. Como pode ser notado, esse autor
realça alguns fatores que permeiam a realidade da escola, como, por exemplo, o
autoritarismo, o poder e os conflitos.
Chrispino (2002, p. 44) ressalta também que é necessário ter cautela quanto
às expectativas criadas em torno da mediação:
21
A dinâmica da teia de aranha é utilizada para promover a apresentação de pessoas de um grupo.
Os participantes da apresentação formam um círculo que pode ser em pé, sentados no chão ou
em cadeiras. Daí, o facilitador toma a iniciativa, pega o rolo de barbante ou linha de crochê,
amarra a ponta em seu dedo indicador e faz sua apresentação pessoal. Em seguida, escolhe um
183
participante e arremessa com cuidado o rolo para que este pegue e prossiga com a apresentação,
até que todos se apresentem. Ao final, terá sido formada uma teia que pode favorecer várias
discussões sobre a temática que se pretende trabalhar.
184
22
A dinâmica do balão – são distribuídos balões para todos os componentes do grupo que eles
possam enchê-los. Em seguida, ao som de uma música agitada, o facilitador solicita que cada um
proteja o seu balão (utilizando somente essas palavras). Eles interpretam que esse comando
determina que cada um deve estourar o balão do outro e proteger o seu. A discussão deve versar
sobre a extensão semântica das palavras e sobre a forma de interpretá-las, analisando, ainda,
como a dimensão competitiva se estabelece nas relações sociais. Pois, em nenhum momento foi
determinado que eles deveriam estourar o balão uns dos outros.
185
da forte chuva que caiu sobre Teresina – PI neste dia. Com isso, tivemos que fazer
algumas adaptações no planejamento do dia.
Desse modo, iniciamos com a atividade que estava prevista para a tarde. No
primeiro momento, foi solicitado que eles produzissem dois desenhos: o primeiro
representado uma situação conflituosa que eles já tinham vivido; e o segundo
retratando uma possibilidade de Educação para a Paz como forma de transformar o
problema inicial.
partícipes não serão identificadas pelo nome, tendo em vista que foi acordado
previamente que suas identidades seriam preservadas.
Meu primeiro desenho retrata a violência existente principalmente nas salas de aula
e na escola, que é a exclusão, o isolamento de um indivíduo por meio do bullying, de
modo que afeta profundamente o sujeito que sofre a ação. O bullying é um assunto
bastante delicado, pois abrange, muitas vezes, a discriminação, o preconceito,
desrespeitando o indivíduo, isolando o sujeito de uma maneira que ele pode até
adquirir uma doença, uma depressão, por exemplo, um caminho que é altamente
difícil de reverter, dependendo do seu nível. O indivíduo que sobre essa violência se
sente dominado. (APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE 1).
No âmbito escolar, a violência tem várias faces, mas uma que chama atenção é a
exclusão. O meu desenho mostra pássaros voando em formação, de um lado, e de
outro, um pássaro sozinho e triste, simbolizando essa violência tão presente no meio
escolar. Normalmente, a violência mais visível é a física, mas a exclusão é a
violência mais ultrajante, pois fere a alma, o direito de ser e de pertencer como
cidadão de direito. Muitas crianças estão na escola, mas não se sentem parte dela,
pois não se sentem queridas, importantes, não são ouvidas, mesmo quando gritam
193
Este desenho com as crianças de mãos dadas retrata a paz, a paz que convive em
harmonia com as diferenças, pois não existe um ser humano igual, todos são únicos
e, como únicos, são especiais. A paz no mundo e na escola vem através do respeito
e do amor pelo próximo, que devem ser trabalhados e vivenciados em todas as
instâncias e no cotidiano da vida escolar para que possa ultrapassar os muros.
(APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE 5).
O primeiro lado do desenho retrata uma cena em que a criança agride sua mãe com
um tapa na mão, simbolizando o desrespeito, a falta de limite e de educação com a
mãe que não tomou nenhuma atitude no momento. O segundo lado do desenho é
uma medida interventiva como proposta de paz. O diálogo entre a família é de
extrema importância para evitar situações de violência física ou moral, dentro ou fora
do ambiente escolar. (APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE 6).
Este desenho simboliza a desarmonia das crianças, ocasionada pelo descaso, seja
por gestores, docentes ou pais. Essa falta de compromisso resulta na desmotivação
dos alunos em estudar, nos atos de vandalismo e na descrença do poder público. O
desenho possui dois lados simbolizados pelas cores vermelha e azul, personificando
o aspecto negativo e positivo, respectivamente. (APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE
8).
Eu quis simbolizar neste desenho a harmonia que devem ter os espaços escolares e
não escolares, o respeito à natureza, o respeito entre as crianças que frequentam
assiduamente os espaços escolares. Eu quis demonstrar uma sociedade onde as
políticas públicas existam e funcionem de fato. (APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE
8).
Não há como fugir da realidade, pois somos reflexos das nossas experiências, do
que vivemos e do que sentimos. A família é, sem sombra de dúvida, a base da
196
formação do ser humano, e isso não só pelo que carregamos na nossa genética,
mas pelas vivências em família. Os conflitos familiares são capazes de moldar a
personalidade de uma criança, e como é nessa fase que o ser humano forma a maior
parte da sua personalidade, é aí onde se nota o peso que é participar ativamente da
vida de uma criança. Por isso, trago os dois lados da vida em família. Muitos traumas
podem ser acarretados para uma criança que, por exemplo, vê o pai bater na sua
mãe, onde no seu lar ele só consegue ver conflitos. Ele não consegue reconhecer
em casa o que é o amor, quando uma mãe, por ter passado por traumas e situação
de violência, só consegue passar violência para os filhos, formando, assim, um ciclo
de erros, de desestrutura pessoal e familiar. O desenho de violência é um homem
que bate na esposa, e o filho, por trás da porta, vê a cena de violência acontecer em
sua própria casa e fica com a cabeça cheia de tristeza e o coração cheio de mágoas.
(APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE 9).
Neste segundo desenho, eu quis representar a Cultura de Paz. Fiz uma família
unida, um lar onde se vive em harmonia. A televisão encontra-se desligada e é hora
do café da manhã, do almoço ou do jantar. Aquela família sempre se reúne e deixa a
TV de lado, e conversam, se conhecem e se descobrem cada dia mais. Todos os
dias, faça chuva ou faça sol, eles se reúnem. Eles se abraçam. O pai fala de
assuntos considerados “tabus” na sociedade e a mãe complementa, e, assim, a
criança se sente segura e encorajada a falar o que acontece com ela, de como está,
de como foi seu dia, suas aulas, de seus dilemas. Acredito que esse é um caminho
para a paz. (APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE 9).
197
Hoje, os dias estão mais curtos devido à falta de tempo que nos é imposta pelas
atividades do nosso dia a dia. Com isso, nossa sensibilidade, paciência e amor ao
próximo diminuem. Vivemos uma era de inversão de valores e valemos o que temos
(bens materiais). E a televisão aberta impõe o consumismo, mas não apresenta a
importância dos valores morais. O meu desenho apresenta a violência que a
televisão produz. Ela hipinotiza as pessoas, tornando-as cegas para a construção do
caráter das futuras gerações. Criando uma forma de desconstrução de valores
familiares, éticos, espirituais, fortalecendo a cultura da violência e o consumismo
exagerado. De onde e como vem, não interessa. O importante é ter o objeto de
desejo. No caso dos jovens, pode ser um celular de última geração, por exemplo.
(APRESENTAÇÃO DA PARTÍCIPE 10).
198
do grupo. Umas com mais ênfase que outras. Por exemplo, a que falou da postura
de uma professora da UFPI – que ministrava aula no curso de Pedagogia –, ao pedir
que uma das alunas se retirasse de sala, porque esta estava acompanhada de sua
filha, ainda bebê, causou muita comoção no grupo, surgindo, a partir desse relato,
muitos questionamentos, como: o que fazer diante de uma postura como essa? Que
medidas são cabíveis? Algumas sugestões foram lançadas, realçando-se,
principalmente, a necessidade de se ter uma formação baseada na Educação para a
Paz e na mediação de conflitos, visto que este caso consiste em um indicativo que
merecia intervenção à luz da mediação.
A manhã foi finalizada sob a esteira de muita reflexão, pois os casos expostos
emergiam da realidade vivenciada por todos eles e isso mexia muito com suas
emoções, com seus sentimentos, causando, sobretudo, o desejo de mudança.
Durante a tarde, as equipes apresentaram os textos que fundamentaram os
eixos do curso de extensão que são: direito à educação, Educação para a Paz e
mediação de conflitos na escola. A primeira equipe apresentou o texto “O direito à
educação e a nova segregação social e racial – tempos insatisfatórios?”, de Miguel
Arroyo; a segunda prosseguiu com o texto “A educação para a paz como exercício
da ação comunicativa: alternativas para a sociedade e para a educação”, de Marcelo
Rezende Guimarães; e a terceira com “Mediação em contexto escolar: transformar o
conflito em oportunidade”, de Catarina Morgado e Isabel Oliveira.
CAPÍTULO 5
Fonte: https://www.google.com.br/search
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Disponível em: <http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/ubuntu-o-que-a-africa-tem-a-nos-
ensinar/>. Acesso em: 18 dez. 2016.
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Além das rígidas regras exigidas para se elaborar uma pesquisa doutoral, é
necessário percorrer outras veredas, outras trilhas que permitam inspiração para
escrever, pois esta não é uma tarefa fácil, pelo contrário, requer estilo, técnica,
domínio da linguagem, das normas... das muitas normas...
No entanto, a ciência não permite subjetividade na busca das verdades. Mas
o que é a verdade? Ao vestir o aparato de pesquisador, este se despe dele mesmo?
Olha seu objeto apenas pela lente rígida e fria da ciência? Consegue, ao se lançar
na pesquisa, bloquear as suas emoções, seus sentimentos, seus interesses? Essas
foram as perguntas que me fiz quando me tornei pesquisadora. As respostas para
as perguntas postas saltavam das teorias que precisei me apropriar para merecer o
título ao qual me candidatei: doutora em Educação.
É importante ressaltar que o território da ciência é extremamente instigante.
São muitos os ganhos durante o percurso, mas não é fácil de ser atravessado.
Como prêmio, há uma verdadeira transformação pessoal e profissional. Ele muda
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Disponível em: <http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/ubuntu-o-que-a-africa-tem-a-nos-ensinar/>.
Acesso em: 18 dez. 2016.
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seu pensamento, suas ações e sua forma de ver o mundo. Mas lhe furta outras
tantas coisas. Foi muito doloroso sentir o verdadeiro significado da ausência na
presença. E o pior: fazer quem estava próximo de mim sentir a mesma dor. Foram
muitos os momentos de solidão, de silêncio, de medo de não conseguir; como
também de leitura, de reflexão, de análise, de produção... Por fim, deparei-me com o
maior dos desafios: dar um corpo textual para a pesquisa. Para atender a essa
etapa, precisei de inspiração. Recorri à minha paixão: a literatura. Não é fácil para
mim me despir dela, pois ela me fornece energia, vigor. Ela dá cor a palavras
desbotadas, apagadas; aquece palavras frias e letras mortas; dá flexibilidade a
palavras endurecidas, embrutecidas...
Assim, busquei, por meio da metáfora de Tântalo, explicar como me tornei
pesquisadora; procurei traduzir, a partir da mitologia grega e de contos e de lendas
africanas – que apresentam linguagem impregnada de fluxos de imagens –, os
vieses da construção da pesquisa, do método utilizado e da análise dos dados, de
modo a dar movimento à rigidez da linguagem científica.
Para este capítulo final, selecionei a lenda africana “Ubuntu”, em razão da
mensagem que ela transmite, visto que fala de sensibilidade humana, de
solidariedade, de afetação consciente do ser humano em relação ao outro. São
características como essas que constroem caminhos que levam à paz.
Nesse mesmo sentido, Montessori (2004) reafirma que a paz representa um
dos princípios basilares da humanidade, cujo fundamento é a liberdade com
consciência dos seus limites e da sua extensão. “[...] A paz não escraviza o homem,
pelo contrário, ela o exalta. Não humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente
de seu poder no universo.” (MONTESSORI, 2004, p. 54).
No processo educativo, a concepção de paz vem conquistando ascendência
no âmbito das pesquisas científicas, em razão da necessidade que temos,
atualmente, de romper com a cultura da violência, que ainda é predominante na
sociedade global, e de construirmos possibilidades de transição para a Cultura de
Paz, de convivências positivas fundamentadas no diálogo e no respeito pelo outro.
Com base nessa perspectiva, este trabalho se propôs a investigar as
possibilidades da Educação para a Paz na formação do pedagogo, realçando suas
vivências no curso de Pedagogia da UFPI. Desse modo, detivemo-nos à análise do
Projeto Político Pedagógico do referido Curso, verificando como se organiza a
proposta curricular, como essa dialoga com as concepções da Educação para a Paz
204
e qual o impacto disso para a prática dos discentes durante sua atuação no espaço
escolar no momento de estágio supervisionado.
A estrutura curricular do curso de Pedagogia da UFPI organiza-se a partir de
conteúdos especificamente teóricos, de conteúdos teóricos e práticos e de
conteúdos predominantemente práticos, com o desafio de relacionar teoria e prática
em todo o seu processo. Essa organização utiliza algumas disciplinas que
funcionam como elementos integradores do currículo, ou seja, como eixos
articuladores entre os blocos.
Com base nos dados obtidos neste trabalho, ficou constatado que o currículo
do Curso está composto da seguinte forma: disciplinas de fundamentos da educação
– filosóficos, históricos, psicológicos, sociológicos e político-administrativos –
totalizam 38% dos conhecimentos oferecidos no Curso. A prática de ensino conta
com 22%; seguida de áreas conexas e interdisciplinares, com 20%; didática e
metodologia, com 16%; e, por fim, currículo e avaliação, com 4%. Desse modo, a
prática de ensino representa um percentual significativo no contexto curricular, com
predomínio de atividades teóricas, realidade observada até mesmo nas disciplinas
específicas que se propõem, em suas ementas, a abordar os conteúdos teóricos em
articulação com as atividades práticas.
No referido currículo, de modo geral, não há a presença de conteúdos sobre
Cultura de Paz em disciplinas específicas. O entrelaçamento entre a formação
humanística, com preceitos da Cultura de Paz, e a formação técnica ocorre por meio
de disciplinas isoladas, que, em razão de sua natureza, abordam questões
referentes a relações humanas permeadas pelo diálogo, pela consciência da
diversidade dos seres humanos e de suas culturas, portanto, as possibilidades de
desenvolvimento de Educação para Paz ainda são bastante incipientes.
Ficou evidenciado que a matriz curricular do Curso busca atender às
tendências das políticas sociais e das diretrizes curriculares atuais, ao procurar
imprimir concepções humanísticas, sociais, paralelamente aos critérios técnicos da
formação. Entretanto, tal implantação seria mais efetiva se esses conteúdos fossem
abordados de forma transversal e integrada durante todo o curso e não apenas em
disciplinas isoladas e desarticuladas entre si.
Os programas das disciplinas, aqui analisadas, mostram distribuição
desproporcional das que trazem em suas ementas conteúdos relacionados à Cultura
de Paz, contrariando o próprio Projeto Político Pedagógico do Curso, no que se
205
REFERÊNCIAS
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2011.
BAR-TAL, D. The elusive nature of peace education. In: SALOMON, G.; NEVO, B
(Ed.). Peace education: The concept, principles and practice in the world. Mahwah,
NJ: Lawrence Erlbaum, 2002. p. 27-36.
CESCON, E.; NODARI, P. C. (Org.). Filosofia, ética e educação: por uma cultura
de paz. São Paulo: Paulinas, 2011.
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mediation in school. Nova York: A Good Year Book, 1995. p. 42-47.
DELGADO, M. G. Curso de Direito do Trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2011.
GUEDES, N. C. O(s) saber (es) e o(s) fazer (es) do professor formador: reflexões
sobre a prática docente. 2006. 200 f. Tese (Doutorado em Educação) – Centro de
Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
2006.
GUETTA, S. From education to peace to the culture of peace: context and issues.
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______. Por uma Cultura de Paz. Notícias da América Latina e Caribe. Fortaleza:
ADITAL, 2004.
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JARES, X. R. Educação para a Paz: sua teoria e sua prática. 2. ed. Porto Alegre:
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______. Nutrindo uma cultura de paz. Comitê Paulista para a década da cultura de
paz: um programa UNESCO: 2000-2010. Disponível em: <www.comitepaz.org.br>.
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RUOTTI, C.; ALVES, R.; CUBAS, V. O. Violência na escola: um guia para pais e
professores. São Paulo: Andhep: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.
SMITH, S. et al. Conflict resolution and peer mediation in middle schools: Extending
the process and outcome knowledge base. Journal of Social Psychology, Duluth,
v. 141, n. 5, p. 567-586, ago. 2002.
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APÊNDICE
222
Você está sendo convidado/a para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Você
precisa decidir se quer participar ou não. Por favor, não se apresse em tomar a decisão.
Leia cuidadosamente o que se segue e pergunte ao responsável pelo estudo qualquer
dúvida que você tiver. Conforme estabelece a Res. 466/12, toda pesquisa envolvendo
seres humanos envolve risco. Nesse sentido, esclarecermos sobre todas as etapas e
natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o
incômodo que esta possa lhes acarretar, na medida de sua compreensão e respeitando
suas singularidades. Para tanto, utilizaremos uma linguagem clara e objetiva, de fácil
entendimento, para o mais completo esclarecimento sobre a pesquisa a qual se propõem a
participar, para que, de fato, possam ficar cientes do que será desenvolvido durante o
processo da pesquisa, bem como da importância de sua participação, com o cumprimento
dos horários e com o comparecimento no local designado, garantindo-lhes também plena
liberdade de recusar-se a participar ou de retirar seu consentimento, em qualquer fase da
pesquisa, sem penalização alguma. Após ser esclarecido/a sobre as informações a seguir,
no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em
223
duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa
você não será penalizado/a de forma alguma. A referida pesquisa tem como objetivo geral:
investigar como se desenvolvem as possibilidades da educação para a paz no curso de
Pedagogia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Como objetivos específicos: a)
identificar as concepções e os princípios orientadores da formação docente do curso de
Pedagogia da UFPI; b) caracterizar a prática dos discentes do curso de Pedagogia da UFPI
em processo de estágio supervisionado; c) analisar se a prática dos discentes está
articulada com as concepções da educação para a paz. Para contribuir com esta pesquisa,
você será submetido/a a entrevistas por meio de questionário, cujas informações obtidas
serão registradas para posterior estudo e publicação em relatórios. Informamos que os
nomes de todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa serão substituídos por pseudônimo,
portanto em nenhuma hipótese sua vida será exposta publicamente e nem sua privacidade
será invadida. Caso julgue que alguma pergunta ou procedimento possa causar-lhe
constrangimento, você pode não responder. Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso
aos profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. Se
você concordar em participar do estudo, seu nome e identidade serão mantidos em sigilo. A
menos que requerido por lei ou por sua solicitação, somente o pesquisador, a equipe do
estudo, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFPI e o Comitê de Ética desta Instituição
poderão intervir na referida pesquisa.
Local e
data______________________________________________________________________
Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:
__________________________________________________________________________
--------------------------------------------------------------------
Assinatura do pesquisador responsável
Observações complementares
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato:
Comitê de Ética em Pesquisa – UFPI - Campus Universitário Ministro Petrônio Portella -
Bairro Ininga.
Centro de Convivência L09 e 10 - CEP: 64.049-550 - Teresina – PI.
tel.: (86) 3215-5734 - email: [email protected] web: www.ufpi.br/cep
225
TERMO DE CONFIDENCIALIDADE
__________________________________________________
Pesquisadora Responsável
Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Alves do Bomfim
226
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROFESSOR MARIANO DA SILVA NETO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (PPGEd)
CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA
ININGA – CEP 64.049-550 – TERESINA – PIAUÍ
TELEFONE: (86) 3215-5820 – FAX: (86) 3237-1277
2) Qual a área do conhecimento em que atuou e atua e quais as disciplinas que vem
ministrando desde o início do curso como docente?
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Pesquisa de Doutorado sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Alves do Bomfim, com o
seguinte título: POSSIBILIDADES DE UMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ NA FORMAÇÃO INICIAL
DE PEDAGOGO: VIVÊNCIA/EXPERIÊNCIA NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPI.
227
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROFESSOR MARIANO DA SILVA NETO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (PPGEd)
CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA
ININGA – CEP 64.049-550 – TERESINA – PIAUÍ
TELEFONE: (86) 3215-5820 – FAX: (86) 3237-1277
1) Dados de Identificação:
Nascimento _________________
Graduação _________________________________
Outros Cursos – Pós-graduação:
Lato Sensu e Stricto Sensu
Especificar os títulos____________________________________________
Pesquisas:
Realizadas______________________________________________________
Em realização:__________________________________________________
Atividades de Extensão___________________________________________
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Pesquisa de Doutorado sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Alves do Bomfim, com o
seguinte título: POSSIBILIDADES DE UMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ NA FORMAÇÃO INICIAL
DE PEDAGOGO: VIVÊNCIA/EXPERIÊNCIA NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPI.
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6) Você pode informar quantas atualizações houve no PPP do curso, do seu início
até agora? Se houve, quais as suas principais mudanças?
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROFESSOR MARIANO DA SILVA NETO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO (PPGEd)
CAMPUS UNIVERSITÁRIO MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA
ININGA – CEP 64.049-550 – TERESINA – PIAUÍ
TELEFONE: (86) 3215-5820 – FAX: (86) 3237-1277
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Pesquisa de Doutorado sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Alves do Bomfim, com o
seguinte título: POSSIBILIDADES DE UMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ NA FORMAÇÃO INICIAL
DE PEDAGOGO: VIVÊNCIA/EXPERIÊNCIA NO CURSO DE PEDAGOGIA DA UFPI.
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6) O curso de Pedagogia lhe subsidiou para uma educação para a paz? Se sim, em
quais disciplinas e de que modo?