1 Casamento de Mentira (Contrato Com o CEO) - Mamy Chris
1 Casamento de Mentira (Contrato Com o CEO) - Mamy Chris
1 Casamento de Mentira (Contrato Com o CEO) - Mamy Chris
Nota da autora:
Este livro contém cenas de sexo explícito, práticas e linguagem
adulta e pode ser considerado ofensivo para alguns
leitores. Se você se sentir desconfortável, por favor, pare de ler,
não, insista em algo que não lhe faz bem. Gatilho emocional.
Agradecimentos:
Era para ser apenas uma noite de bebedeira, uma transa casual
entre dois desconhecidos. Mas os planos de Enzo no dia seguinte
eram outros, uma proposta inesperada de casamento, mas não por
amor, por um contrato. Valentina, com sua personalidade
determinada, jamais se viu casada por contrato, mas os planos que a
vida tem para ela não são o que ela espera e se vê obrigada a
aceitar. O que ela não espera é que após se casar sua vida muda
ainda mais ao descobrir que ele é nada mais e nada menos que o
CEO da empresa que trabalha. Quando dois mundos distintos se
unem, o que vai prevalecer? Será que um simples contrato de
casamento vai arruinar todos os planos que Valentina tem para sua
vida ou vai mudá-la completamente e encontrar a felicidade que
nunca imaginou ter? E Enzo, será que seu mundo recluso vai se
quebrar e seu coração se renderá ao um verdadeiro amor ou será só
mais um negócio na vida do CEO com prazo de validade do
contrato? Uma coisa é certa, a vida tem mais cláusulas para
adicionar nesse contrato que eles nem imaginam…
Respiro aliviada.
Olhei a roupa dele jogada pela cadeira e o paletó exposto
perfeitamente e não acreditei que ele era rico, seu relógio Rolex
brilhava no pulso e a carteira de grife no criado mudo. Eu não
acredito que dormi com estranho! Eu nunca fiz isso, eu procurei a
minha calcinha e não encontrei e passo as mãos nos cabelos
nervosos.
Caminhos Cruzados, vidas e sentimentos opostos, acabei fazendo
loucura e tive a minha primeira transa casual. Mas agora estou
olhando o misterioso dormir. E me lembro de tudo que aconteceu, eu
balanço a cabeça indignada comigo.
"Perdi o juízo."
Eu acordei a
cabeça girando a boca seca, eu sabia que eu tinha aprontado todas
que ódio, eu ainda passei as mãos nos cabelos e dei um sorriso. E
quando eu o olhei tinha me marcado o pescoço, que merda… Eu não
conseguir para de pensar nele, foi algo diferente e eu jamais imaginei
que eu teria coragem. Eu transei com um estranho, ou melhor, vou
me casar com estranho.
— O que você acha? Ele riu da minha cara, essa foi a verdade e eu
toda sem graça o empurro e ele tira meu corpo de volta. — Podemos
ser deseja tanto.
Me virei na cama e sinto ser tão gostosa, tão macia, ainda tento abrir
os olhos e respiro forte, sinto o gosto de álcool na boca e passo as
mãos nos cabelos e quando meus olhos por fim abrem vejo que
ainda estava na suíte do hotel.
Após tomar uma garrafa de champanhe e comer chocolate com
morango, eu só queria saber que hoje era feriado. Meu corpo doía e
eu sentia um calafrio pelo corpo. E quando meus olhos abrem de
uma vez, eu vejo a claridade entrando pela flecha da cortina.
— Que ressaca…
— É melhor você arrumar uma boa desculpa, porque ele está muito
nervoso. Ele está fuzilando por perder a reunião.
— Que merda.
Quando o elevador abriu, lá estava ele no seu terno azul-marinho,
com cara de bravo, os cabelos molhados para trás. O que ele tinha
de bonito. Ele tinha de ruim. Eu levantei o rosto, balancei os meus
cabelos e olhei nos olhos dele.
— Bom dia, Senhor Matarazzo.
Eu olhei, balancei a cabeça sem intender muita coisa, mas sabia que
no momento ele estava me salvando do meu chefe, mas todos me
olharam. E pelo que eu vejo, ele,
e o novo chefe. Eu ainda dou minhas coisas, a minha amiga e sigo
para a sala dele e todos me olhando.
E todos iam ficar me perguntando e o que eu vou dizer agora para
eles? Não tenho muito o que dizer a não ser. Entrei na sala e estava
de costas olhando a janela e sua respiração estava forte.
Eu paro no meio da sala à espera de uma justificativa.
Nem eu sabia o porquê eu estava entrando naquela sala, me deixou
à espera, as pernas ficaram bambas. Ele se virou e bateu as duas
mãos em cima da mesa, olhou para mim, balançou a cabeça. Nada
gostou e eu achando que ele estava me ajudando.
Eu não sabia nem como me portar ou dizer quem é esse homem que
me confunde desse jeito.
— Eu espero que não aconteça de novo. Mas você está aqui para
trabalhar, ninguém pode saber sobre a nossa relação. Você
entendeu? Ele abria a boca tão mansamente e, ao mesmo tempo, a
voz saia grossa e forte. — Eu espero que você guarde segredo.
Porque eu não quero que meu nome fique por aí, todo mundo
falando. Você entendeu?
— Sim, eu entendi todas as regras, não precisa você ficar repetindo
o tempo todo, está tudo bem. Algo mais, senhor?
— Apenas faça seu trabalho.
Eu não acredito que estou com medo de ficar sozinha com ele nesse
apartamento. Eu quase rir alto e ele se aproxima e eu estava carente
demais para ficar assim tão próxima, mas também eu estava com
ódio dele.
Que filho da puta ele tinha razão, eu caio no papo dele e fui
enganada por mim mesma.
A chuva batia no carro e ele falava sem parar. Às vezes ele tem
uma mania de apertar os dedos, batia no volante, como se ele
estivesse insatisfeito. Ainda deu um sorriso, olhando pela janela. E
um trânsito terrível. Eu ia demorar a chegar em casa hoje eu moro
tão longe. Ele ainda continua a dizer. E enquanto ele falava eu
observava os gestos dele e vi estar irritado, mexia demais o corpo. E
ao balançar a cabeça por várias vezes ou era um toque, ou nervoso.
Sinto que nós dois estávamos nervosos e a tensão entre nossos,
corpo era grande.
— Fique no meu aparte hotel, pelo menos você não vai se atrasar
novamente, não é, Valentina?
Não posso negar que entre nós tem uma corrente de luxúria. Eu
me sinto invadida com seu olhar. Tento me manter calma e sei que
não vai rolar nada e apenas um, gentileza dele eu rir e caminhando
pela suíte eu ainda olho para trás e ele falava ao telefone. Esse
homem respira trabalho.
Parecia que ele estava ali a algum tempo, era tudo organizado e
se você reparar não parece um hotel e sim uma casa, tem até um,
porta retrato com foto dele. Eu caminhei ainda com a roupa molhada
e vi a enorme cama com lençóis claros. E a organização que ele tem
no escritório ele tem aqui. Tudo no lugar, essa é a verdade. Quando
eu olhei uma enorme cama King. Com os melhores Lençóis, olhei
ainda pela janela. Uma paisagem perfeita ficava apenas 5 minutos
do escritório. Assim, era mais fácil.
— Vista isso para esquentar. Ele não queria me ver nua e por
pressa ele estende a não e eu me movi rápido para pegar o banheiro
molhado eu escorrego e desequilibrando o meu corpo eu seguro nele
para não cair. E era tarde, nós dois nos desequilibramos e caímos
um, no corpo do outro. E eu rir e ele tirou meus cabelos do rosto e
sinto sua ereção pulsante batendo na minha perna.
Foi algo mágico. Ele enfiou a sua língua sobre meus lábios. Eu
sentia minha língua dançar sobre a dele, uma entrega total dos dois
e ele ainda gemeu na minha boca. Os nossos corpos entregues às
nossas mãos grudadas, uma na outra. Ele me puxou para cima do
corpo dele.
— Não, você não fez isso, você não fez isso comigo, pelo amor de
Deus, eu não posso comer camarão. Eu preciso ir ao médico, pelo
amor de Deus, eu não posso ficar assim, eu vou ficar todo inchado.
Ele gritava desesperado.
Quando chegamos no hospital, ele olhou para mim, o olho já estava
pequenino e eu me assustei. O que era aquilo, meu Deus? Eu nunca
vi aquilo na minha vida. O homem estava inchando porque comeu
camarão. Quando eu cheguei no hospital, não acreditei. Ele foi
levado lá para dentro e eu esperando. Não consegui nenhuma
notícia sobre o que aconteceu e horas depois ele saiu, e eu corri e o
abracei, me segurou, abraçou no meu corpo e mal respirava.
— O que aconteceu? Eu estava desesperada aqui esperando
notícias e ninguém aparecia. O que aconteceu com você, pelo amor
de Deus, fala com uma coisa.
— Eu não posso comer frutos-do-mar, nem camarão acabou que tive
que fazer uma lavagem. E me deu uns medicamentos. Agora, veja
se você aprende que eu não posso comer frutos-do-mar nenhum.
— Eu não sabia. Se você tivesse falado quando eu estava
cozinhando, você viu e não falou nada.
— Eu não vi nada e você queria me matar.
— Envenenar, afinal você é ardiloso. Eu rir.
— Para quê?
— Mas que beleza, Valentina, minha querida. Achei que você não
ia vir. Achei que você está me evitando.
Ele ainda riu porque até ela gostou da brincadeira, mas para mim
parecia sério que ele estava mesmo acreditando que eu seria capaz
e a minha vontade era de cuspir na massa de tanta raiva.
Eu estava apenas brincando com ela e sei que ela não seria
capaz de fazer isso. Ou teria? Eu ainda olho para ela mexendo a
massa e sai para a varanda com a minha avó que andava
lentamente e sorridente. Estava feliz por me ver casado e já meus
pais não aprovaram.
Depois que passei mal com o camarão, tudo ficou mais difícil. Eu
já senti um pouco de falta de ar, dores de cabeça, um cansaço.
Fiquei um dia sem o escritório e isso atrapalhou tudo. O meu serviço,
mas também ela teve que me ajudar a organizar tudo novamente e
ela cuidou de mim, mas eu fiquei ressabiado com essa história. Não
gostei da atitude. Ela poderia ter me perguntado se eu gostava de
frutos-do-mar, assim ia saber. Eu fiquei com tanta raiva. Mas, ao
mesmo tempo, eu senti que ela estava sendo verdadeira, então
resolvi levar ela para conversar com a minha avó e quem sabe assim
ela aprende alguma coisa. Ela queria fazer parte da família porque
ela dava sorrisos. E a minha avó, a abraçava, beijava e a minha avó
cantava enquanto ela mexia nas panelas. Eu fiquei olhando aquilo
tudo estava me irritando, porque na realidade eu estava com a
cabeça em outro lugar. Eu estava com a cabeça no passado. E foi
quando meu telefone tocou novamente e eu vi ser ela. Eu achei
melhor não atender.
— Vejo que vocês não estão bem. O que está acontecendo com
você, Enzo? Ainda o passado te atormenta.
— O Alô?
Mas quando eu saí, ele ainda dormia e agora ele está irritado, ainda
olho no meu celular, nada de me chamar para ir ao seu escritório.
Então olhei novamente para a minha amiga e disse:
Ainda olho aquela mesa toda arrumada e a minha vontade era jogar
tudo ao chão, mas me controlei e olho de novo e bati uma foto e
mandou para a Carol e fui para o quarto. Eu deveria saber que ele ia
me deixar sozinha após me evitar o dia todo.
E eu fui para a minha cama deixando-o com outra mulher.
Acordei pela
manhã, ouvi o barulho na cozinha e quando ouvi meu celular
despertando, eu me mexi na cama. Eu percebi que ele dormiu
grudado em mim a noite inteira e quando eu olhei a cama toda
desarrumada do lado dele. Balancei a cabeça e sabia. Porque ele
cheguei bêbado e se deitou, eu fingi, não vê. E quando acordei pela
manhã, ouvi o barulho na cozinha, o cheiro de café e uma bagunça
danada.
Eu fui até o banheiro, fiz a minha higiene pessoal, cuidei de mim,
coloquei o meu terninho. Arrumei a minha saia lápis no corpo,
colocando a meia transparente e a blusa branca para combinar o
terninho vinho. Soltei os cabelos e sai do quarto sorridente. E fui em
direção a cozinha e parecia feliz, parecia realizado. Dei um sorriso,
quando me aproximei da porta, coloquei a mão na cintura e eu disse:
— Sério mesmo que você está fazendo bagunça na cozinha logo
cedo.
— Eu estou preparando um café da manhã para você e afinal preciso
retribuir o jantar. Se eu soubesse que você tinha preparado um
jantar, eu veio para casa.
— Eu te liguei, mandei mensagem, mas você não quis atender.
Achei que você estava em boas companhias.
— Mas eu não sabia da próxima vez que você me avisar que eu vou
comparecer.
— Não vai existir próxima vez, só para você saber. Enzo, eu fiz
porque eu percebi que você estava chateado, nada mais.
— Mas venha, eu espero que você goste, eu preparei para você
especial.
Eu me sentei, ele colocou uma xícara de café. E um copo de suco de
laranja e olho o bolo. Eu vi que ele já tinha comido bolo e eu sorri.
— O que você achou do sabor do bolo? Olhando para o bolo ele riu.
— Eu acho que você vai ter que fazer outro assim, eu vou
experimentar melhor, porque esse não deu para saborear, sabe se
estava saboroso, você entende, né?
— Eu entendo que você, guloso que você comeu a metade do bolo e
tem a coragem de dizer para mim que não deu para saber o sabor e
isto.
— Então você faz outro, eu vou ficar à espera.
Eu apenas sorri e ele estava tão lindo só cabelos molhados e eu amo
o cheiro que ele exala pela casa meu deus, eu não posso me
apaixonar por esse homem. Era a única coisa que eu pensava
naquele momento e eu rir e ele engoliu o último pedaço do bolo e
solta.
— O que eu fiz? Desconfiado.
— Eu preciso ir, não posso me atrasar, meu chefe e muito
reclamão… Eu me levanto da mesa e eu ainda olho para trás e grito:
— Deixe tudo aí que eu arrumo na hora do almoço.
— A empregada faz isso, afinal ela é paga para limpar.
Ele sempre queria ter a última palavra e ainda riu.
— Que grosserias Enzo…
- Vamos logo antes que eu desista de ir com você. Ele me puxa pelo
braço e o elevador chega e saímos rindo um do outro. — Sujou a
minha camisa.
Ele sempre queria ter a última palavra e ainda riu.
— Não sabe comer, né, Enzo?
Saímos rindo e ele falou da reunião que ia ter hoje. E eu entro com
ele no escritório e nem percebemos o que estávamos fazendo e eu
percebi em meio clima de romance e esbarra na mesa e tropeça na
cadeira e caiu deixando os papéis cair ao chão e ele se abaixa e a
ajuda sorridente. Eu ainda olho nos olhos dele, ficamos em meia
confusão de sentimentos e ele sorri.
- Você está bem?
— Sim… me desculpe, mas entramos juntos, esquecemos dos
outros.
— Nada ele não foi ao jantar se quer saber e digo mais eu dormi
sozinha sua boba.
Não acreditei. Ele estava tão eufórico com ela na sala, mas eu me
entreguei ao meu trabalho e fui fazer as coisas que eu tinha para
fazer e o deixei de lado e mesmo com raiva. Fui à sala do meu chefe
e falei com ele por alguns minutos e ele me deu uma tarefa. Ele dizia
tantas coisas e eu apenas me preocupando com o que ele
conversava com ela. E vi quando ela se sentou na ponta da mesa e
ele rindo todo derretido. Não acreditei no que vi, ele ainda acariciou a
mão dela, eu estava tão distante e sinto o meu chefe me tocar.
― Está tudo bem Valentina as cores?
― Mil desculpas, eu estava pensando na minha mãe que está
internada. Mas sim, senhor está decidido as cores e tamanhos e vou
mudar apenas o neon.
― Confio em seu talento e vai ser a melhor.
― Obrigado senhor Matarazzo.
Não ouvi o que ele me disse apenas estava pensando no que vi e da
sala dele dava para ver melhor e fico com tanta raiva.
― O que disse?
― Você foi culpa sua, você está louca? Você jogou café em cima de
mim que está se fazendo de coitada. Ela disse e ficou um jogo de
empurra. E ele chegou e já segurou a minha mão e viu que queimou.
― O que ouve aqui?
― Essa mulher, essa louca, jogou o café para cima.
― Mentira, ela veio para cima e eu me assustei.
― Claro que não. E aqui está errado. Eu acho melhor você tirar
essa parte e colocar essa parte aqui, vai ficar bem melhor.
Ele sabia que se tratava e que é muito importante para mim. Mas
ele estava mais empenhado do que eu.
Acordei
cansada, eu custei dormir e ainda olho a hora e estava adiantada.
Mas eu achei melhor depois do que fiz em beijá-lo. Dou um pulo da
cama e corro para o banho eufórica. Me olho no espelho e vejo as
olheiras, os olhos, inchado, com sono, mas animada eu precisava
me dar bem. E não queria encontrá-lo estava com vergonha do que
aconteceu.
Eu quero ver o Enzo quando ele vir o projeto todo pronto por que
acabei mudando detalhes. E quando eles começaram a falar, um
apresenta daqui a outra apresentação e eu ali esperando a minha
vez.
― Carol, eu nem dormi de tanto que trabalhei. Eles não vão encher o
meu e sabe que eles me odeiam.
― Pense positivo.
―Arrebentou…
Eu acordei
sem barulho na casa e às vezes ouço o barulho do secador. Foi tudo
tão quieto a noite anterior ela fugiu de mim, ela não quis ir até o final,
eu achei melhor assim, nós não íamos nos envolver tanto. Eu ainda
estava enrolado, envolvido com o meu passado. Mas eu me levantei
e corri para preparar um café da manhã.
Ela olhou para mim e ele estava sendo pelos outros sócios que
faziam perguntas e ele todo feliz sendo elogiado, ela balançou a
cabeça, não estava gostando nada e eu vi nos olhos dela que ela
ficou triste. Todos elogiavam o projeto e faziam questionamentos,
perguntas e ele balançava a cabeça, respondia sorridente,
recebendo todo o crédito. Como se o crédito fosse dele. E eu sabia
que era dela. Vi que ela não estava gostando, abaixou os olhos
tristes e eu entrei no meio, questionei:
―, mas quem fez o projeto foi você. O projeto é muito bem
elaborado, muito bem-feito. Como os núcleos combinam os modelos
também o tecido.
― Sim, senhor…
" Perdi a cabeça e me convido a comemora com ela." "Não posso! "
Eu ouvir a palavra
“promovida” eu quase pulei nos braços dele e ainda olho vejo o seu
sorriso e estava tentando disfarçar a alegria. Eu sabia que eu tinha
conseguido, porque eu sou boa no que eu faço… não porque eu
estava com ele ou porque eu me casei com ele, ela deu um sorriso.
Eu saí da sala quando fui abraçado pelos meus amigos de verdade.
Antunes e a Carol. E nós fizemos a maior festa, nos abraçamos e
rimos juntos.
― Então, hoje nós vamos comemorar?
― Claro que sim. E tudo pela minha conta.
― Vamos encher a cara galera. Carol disse rindo e olhando para a
galera da enorme sala. ― Agora temos uma chefe de verdade.
Ele passou ao meu lado e olhou, deu um sorriso, entrou na sala
dele. Mas ele não se contentou. Eu sabia que ele queria falar alguma
coisa, mas eu não ia poder chamá-lo, mas eu vou. Mesmo assim, ao
entrar na sala, ele chegou na porta e disse:
― Valentina, por favor, podemos falar um minuto?
― Acabei de ser promovida e lá vem uma bronca. Eu disse, arrumei
a saia no lugar. Meu colete em cima da blusa e entrei na sala dele,
quando eu entrei, aí eu fechei a porta. Aí eu vi que ele não estava
com a cara ótima. ― Aconteceu alguma coisa.
― Você vai sair para comemorar, mas eu esqueci de te avisar que
amanhã temos uma viagem para a casa da minha avó. Infelizmente,
não vai ter como você não ir.
― Sério logo, amanhã? Eu balançar a cabeça e rir. ― Eu queria te
convidar para ir conosco beber, mas eu sei que seria impossível.
Mas fica aqui o convite, caso você queira aparecer para tomar uma
tequila com a sua nova chefe.
― Parabéns mereceu.
― Obrigado, Obrigado. Eu vejo então mais tarde.
Saí em direção à galera toda feliz. Eu sabia que ele não ia, mas eu
fiz o convite mesmo assim, quando chegamos no bar já estavam
animação total rodada para todo mundo é o balcão lotado com todas
as bebidas.
― Vocês são os únicos amigos que eu tenho. Obrigado.
― Você merecia Valentina, foi a melhor apresentação e olha que eu
sou seu concorrente, mas foi maravilhosa.
― Eu passei a noite inteira fazendo aquilo, eu precisava disso. Agora
quero ver todo mundo fica falando que é porque eu tô com chefe.
Tudo em cima do chefe, por isso que ganhei.
― Com certeza eles vão falar, sabe como eles são, eu sei, mas eu
ignoro.
― E pode apostar que vão falar. Ele disse me puxando.
―Sabe que tudo isso é uma farsa. E ainda me disse até quando
vai durar isso?
―Que louca! Eu grito assustada e tento não pensar que ele saiu
com ela. Mas, por que não me esperou para almoço?
―Por favor, eles merecem. Estão ainda falando mal de mim por
aí?
―Que raiva desse povo que não tem o que fazer. Ele é culpado.
Eu fiquei ouvindo tudo que ela tinha para dizer e olhando aquele
chefe ali eu sabia que era ela a tal amiga de infância que ele é
apaixonado. E nesse momento ela estava me mostrando que ela não
o merecia. Eu peguei o cheque e abri e ri.
―Então, Valentina, como nós vamos fazer o que eu vou dizer? Onde
eu vou colocar a minha família?
―Calma Enzo, nós vamos dar um jeito. A gente resolve tudo isso.
Tem tantas coisas piores para a gente resolver.
― O que você tem em mente é que nós não podemos brigar e temos
que manter a calma, porque senão, como nós vamos passar por
eles?
― Vó, já me acostumei aqui, tem que ser tudo assim para ter
espaço. Mas vem avó, vou levá-la ao seu quarto. Assim a Senhora
pode ficar à vontade.
―Eu não sabia que a gente estava com tanta indiferença assim. O
que está acontecendo com você está distante.
― Não quer falar do assunto agora. Eu não posso, Enzo, mas quem
sabe depois vai lá fazer companhia para elas.
― Já viu quanta coisa essa mulher tem vó? Tem um pouco aqui e
fora do meu quarto. Ela ocupa os dois. Daqui a pouco ela vai querer
ocupar a casa inteira.
― Os filhos que vão ocupar tudo. Você vai ver, vão ficar correndo,
aqui vai ser pequeno, você vai ter que comprar uma casa bem
grande, Enzo. Porque esse apartamento vai ser pequeno para as
crianças.
―Eu já disse isso para o Enzo, pode deixar que nós vamos
providenciar uma casa, não Enzo?
―Sim, meu amor, vamos providenciar. Então boa noite para vocês.
Se precisarem, é só bater na porta.
―Eu tenho medo, mãe, de que ele diga que não, quer.
― O que é isso?
― E pelo jeito, vai sobrar para mim e tenho que finalizar isso aqui
porque deu errado no projeto. Eu ainda olho para ver se Enzo havia
saído e vejo a sala grande toda vazia. ―Todo mundo já está saindo,
eu vou fazer o quê, Carol, vou ter que ficar.
― Eu metia o pé nessa porcaria. Palhaçada dele sabe que ele
quer pegar no seu pé.
― Relaxa amiga, aproveite sua noite e beije muito.
― Você também vê uns gatos bonitão.
Não tive nem reação para mandá-lo se ferra que ódio sentir de
tudo aquilo, mas me aproximei dele. ― Faça bom aproveito, divirta-
se bastante no seu projeto. Valentina.
Ele ia saindo e eu fico irritada e grito:
Eu achei que ele tinha ido embora, mas seu cheiro exalando na
minha sala e ele se aproxima e continua.
― Olhe para mim agora. Ele grita. ― Quem disse isso?
― Nessa história toda, com esse contrato, eu ganhei somente o
desprezo dos meus colegas, eles me odeiam por isso, porque todo
mundo na empresa acha que eu sou sua amante. Eles falam aos
quatro canto que eu sou sua amante e que eu só ganhei promoção
porque eu me envolvi com você.
Eu sabia que ele tinha que saber de tudo eu estava cansada de levar
nomes.
― Meu chefe disse que ganhei esse presente por dormir com você e
ganhar a promoção. Eu continuei a falar e respiro aliviada após
contar. ― Nós não temos nada a não ser um acordo.
E quando eu me viro ele já não estava mais ali e sim saiu e eu fiquei
com cara de boba olhando a sala vazia.
Há muito
tempo que eu estava ouvindo conversas fiadas de um lado para o
outro, todo mundo fazendo comentários, brincadeirinhas e eu estava
levando tudo numa boa, até porque se eu tomasse partido dela eles
iam ter a certeza de que somos amantes. Mas ela não merece isso e
agora chega, vou dar um basta nisso.
― Você está despedido. A partir de hoje, você não faz mais parte
do meu grupo e eu quero que você passe no Rh e sai aquela porta,
nunca mais olhe para trás. Ele ficou me olhando e sem dizer uma
palavra, até porque eu não deixei. ― E falar qualquer coisa da
Valentina, eu te processo.
― Largue tudo aí e vamos embora. Quem quiser que faça, mas você
não vai fazer nada.
― E cadê ela?
Eu pensava enquanto ando pela sala vendo o que ela fazia. Ela fez
de tudo para minha família quando esteve na minha casa. Ela deu
amor, ela deu carinho, ela foi atenciosa e nunca conheci uma pessoa
como a Valentina, ela é forte, decidida e sabia que eu estava
ferrando essa noite ao ver o que ela preparou.
“Essa é a Valentina.”
Me surpreende a cada dia.
Abri o vinho, servi na minha taça. Quando eu olhei para trás, ela
estava vindo perfeita, linda, em um vestido de seda rosa. A primeira
coisa que percebi que estava sem sutiã. E toda sorridente caminhou
e me tomou a taça.
― Enzooooo…
Acordei pela
manhã com um cheiro diferente na cama. Quando eu coloquei a
minha mão ele já não estava mais, ele já tinha saído.
Passei a mão nos cabelos, olhei para o lado e lembrei ser dia
dele viajar, que ele disse na noite anterior.
E quando eu o vi colocou uma das rosas que ele me deu em cima
da cama. Eu ainda sorri, peguei a rosa, dei um beijo e me levantei.
Eu tinha que trabalhar e ter um dia cheio, era um dia de reuniões e
decisões.
Corri para o escritório, toda feliz, o sorriso lado a lado. Eu sabia
que hoje ia ser um novo dia e quando eu cheguei já tive a surpresa.
Todo mundo estava alvoroçado, todo mundo me olhava, e outros
cochichavam. Já passei e olho para a minha amiga e eu precisava
saber o que estava acontecendo ali.
― Você soube o que aconteceu?
― Eu não soube, mas o que aconteceu, gente?
O que está acontecendo, essa bagunça toda, esse rebuliço, todo
mundo me encarando, todo mundo falando ao mesmo tempo. O que
houve?
― O Matarazzo foi mandado embora. Ontem, você não soube
disso?
― Me conta essa história, o que ouve?
― Disse que Enzo estava bravo com ele, os dois discutiam, o
chefe bateu na mesa e disse para ele com todas as letras que ele
não fazia mais parte do escritório. Ela falava fofoca e eu me
lembrava que Enzo foi até a sala dele. ― E ele saiu falando para
todo mundo que foi por sua culpa.
― Eu não sabia, e eu nada fiz, ele que foi um estúpido comigo.
Ontem, quando eu saí daqui o Enzo foi para sala dele e discutiram,
mas ele não falou nada.
― E cadê ele? Cara, tá todo mundo comentando que ele o
mandou embora porque ele deu em cima de você.
― Como assim? Nada foi disso que aconteceu, e ele foi na minha
sala dizer ser para mim, ficar porque eu dei o golpe ficando com o
Enzo para poder ser promovida. Foi isso que ele fez, ele não deu em
cima de mim.
― Quem falou isso?
― A galera toda tá falando. E que o Enzo ficou com ciúmes que
estavam enciumados devido a você e mandou ele embora.
― Nossa, que loucura! Esse povo é louco, esse povo inventa
demais. Mas se ele foi mandado embora, ele mereceu porque ele é
um filho da puta.
Eu passei o dia inteiro trabalhando no projeto, terminei e quando
eu cheguei em casa à noite, ele ainda não havia chegado, ele me
mandou uma mensagem que só viria no outro dia, porque ele ainda
estava enrolado nas reuniões.
E eu fiquei pensando na noite que estivemos juntos, em nós dois.
Foi tão diferente, foi maravilhoso, senti ele em meu corpo
novamente depois de tudo que aconteceu, foi como se existisse
sentimento.
Ele me enviou uma mensagem e eu dei um sorriso ao ver.
“Eu não vou hoje, amanhã, não se esqueça que nós temos
prova do vestido e não se atrase porque a minha família odeia
atrasos.
Boa noite, minha flor.”
Quando chego a empresa eu sabia que ia ter que enfrentar de
novo os olhares e entro no escritório e passo o dia em reunião com o
novo chefe, ele dava as novas ordens e vi que meu telefone não
parava de tocar e dei um sorriso.
―Está tudo bem, Valentina?
―, sim, senhor…
Vi quando ele chegou da viagem e veio direto e passou na porta
da reunião e meu coração acelerou e a Carol me contou. Acabamos
de ir a uma balada e curtir.
― Não posso viajar, o primo dele vai se casar e preciso ver o
vestido.
― Nossa está atrasada, deveria ter comprado antes.
― Foi escolhido a loja pela noiva e eu estou odiando tudo. Mas
sigo firme, minha vontade era de corre para os braços dele, mas me
contive, afinal foi apenas um sexo casual.
― Você está radiante, Valentina viu um passarinho chamado
Enzo safada.
― Não vou mentir para você que estou feliz sim. Mas não é nada
foi apenas sexo casual amiga.
― Mentira que rolou? Ela grita sorridente e já me agarra.
Poderíamos sair nesse fim de semana.
― Não posso e preciso ir viajar o casamento esse fim de
semana. Mas marcamos depois.
Meu telefone tocava sem parar e era ele e eu dei um sorriso e ela
saiu. ― Nos falamos depois.
Eu providenciei tudo, deixei tudo arrumado para o final de
semana, que íamos passar distante da cidade. Visitei a minha mãe
pela manhã e corri para a garagem.
Quando cheguei, ele estava ouvindo música e falando ao celular.
Quando ele me viu, dei um sorriso e senti vontade de beijá-lo, mas
apenas passei a mão no rosto dele.
― Como foi a viagem, deu tudo certo?
― Sim, deu tudo certo, graças a Deus.
Consegui tudo o que eu precisava.
Mas já deixei tudo reservado na loja e deixei também o hotel
reservado.
―Não vamos ficar na casa dos seus pais, dessa vez não.
― Dessa vez vamos ficar no hotel, porque vai ser mais próxima à
festa.
E assim, voltamos antes, porque eu estou muito cansado.
E quase não conversamos, parecia que nós dois tentamos nos
evitar. Mas eu fiquei com a sensação de que faltava algo. Eu queria
acariciar o rosto dele, os cabelos, sentir o cheiro, essa era a verdade.
Mas me afastei e deixei acontecer novamente, natural.
― Você está distante, o que aconteceu? Está tudo bem com
você?
― Só estou um pouco cansada, trabalhei muito essa semana e
sem o chefe da empresa, que estava distante, foi complicado. Mas
deu tudo certo.
― Os supervisores disseram que foi um sucesso o projeto.
― E por que você não me disse que mandou o Matarazzo
embora? Escondeu-me.
―Não, eu escondi, simplesmente não achei necessário dizer e ia
acabar descobrindo na empresa mesmo e lá comentam demais,
então você ia acabar sabendo. Ele abaixa o som do carro e joga o
celular no repartimento. ― Eu o mandei embora porque era o
momento de ser mandado.
Porque um chefe que ganha os elogios e os créditos e do seu
próprio funcionário, isso não é um chefe bom.
― E, por que experimentar a roupa toda no mesmo lugar?
― Essas noivas são difíceis demais.
Senti que ele estava meio irritado, ele não queria conversar,
então eu achei melhor me calar, deixá-lo dirigir e horas depois já
estávamos no interior, ele estava bem desanimado, o rosto cansado
e quando entramos na loja ele já sentou e ficou olhando os vestidos.
― Temos esses três modelos porque a cor vocês já sabem né, as
cores são essas. Uma das vendedoras disse sorridente e olhando
para ele.
Entrei na cabine para trocar a roupa e quando eu saí ele
balançou a cabeça que não, era um vestido todo em tafetá vermelho
puxando para o vinho e ele balançou a cabeça que não, aí vestiu o
segundo ele também disse que não e quando eu me vesti o terceiro
ele balançou a cabeça que sim.
― Esse está perfeito, esse ficou lindo.
Eu ainda desfilei para ele ver o vestido e as atendentes e outros
clientes que estavam lá ficaram admirando e dizendo:
― Ficou linda nesse vestido nosso, a cor combinou.
― É linda de qualquer jeito. Uma senhora disse rindo.
Ele apenas sorriu e entrei na cabine para trocar o vestido e
quando eu entrei eu não conseguia tirar, eu fiquei desesperada e eu
olhei pela frestinha da cortina e gritei:
― Enzo… Enzo me ajuda aqui, o vestido emperrou?
Não acreditei que ele estava acreditando nela. Quando ela olhou
para mim novamente e eu tinha que acabar com ela de uma vez ou
eu ia sair por baixo.
— Você é baixa, uma dissimulada. Você me puxou. Você me puxou
e eu caí com tudo para cima de você e para gente não cair no chão
nós caímos na piscina. Fala a verdade, Valentina descarada,
mentirosa.
— Chega Cecília. Ele grita.
— Eu não fiz nada disso, Enzo, eu juro. Elas estão mentindo. —
Então pega as câmeras, traz as câmeras. Deve ter câmera nesse
lugar, não é possível. E você vai ver que eu não fiz nada. E eu quero
que você prove isso. Ele parecia acreditar nela e eu tentando culpá-
la e ainda outras pessoas disseram que foi ela e parecia bravo.
— Você é uma maldita, você vai ter que provar porque senão eu vou
arrastar a sua cara no asfalto.
— Aí, está vendo como ela é agressiva Enzo? Eu disse para você
que ela é agressiva, mal-educada. Como você pode querer uma
mulher dessa? Maldita.
E eu fui para cima dela com tudo e ela veio para cima de mim e ele
nos separou e ela saiu andando.
— Cadê os seguranças? Traz as câmeras aqui. Eu quero agora
quero prove.
— Chega Valentina. Ele disse a puxando-a.
— Alô!
— Oi, Valentina sou eu o seu pai, precisamos nos encontrar.
Ele foi direto ao assunto e não perdeu tempo e eu sem entender
nada até ontem estava morto e agora está aqui querendo conversar.
— O quê? Não estou entendendo nada. Quem é?
— Sou eu, o seu pai. Precisamos nos encontrar. E tem que ser
urgente. Preciso falar com você.
Aquilo ficou batendo na minha cabeça. E eu ia ter que rever o
meu pai depois de tantos anos. O que ele quer é comigo agora?
— Descarado...
Depois de todos esses anos que ele nos abandonou ele agora volta
e quer dinheiro com certeza é para bebida. E, porque ele fez isso
conosco, a única coisa que ele sabe fazer e soube fazer nos magoar,
nos machucar. Olha como a minha mãe está. Ele nem sequer
perguntou dela. Ele nem sequer quis saber como eu estou. E já veio
me pedindo dinheiro. São carmas que a gente carrega na vida e vejo
que para o resto da vida essa é a verdade, eu olhei para ele, quase
chorei, mas eu segurei as lágrimas.
— Você veio até aqui pedir dinheiro, você nem sequer perguntou da
minha mãe, nem como eu estou, você faz isso por quê? Para usar
bebidas e olha como você está, que pai é você?
Balançou a cabeça e disse:
— Estou aqui e o que importa é quero dinheiro, não quero saber de
nada nem de ninguém. Se você não me der eu não sei o que fazer,
preciso desse dinheiro, Valentina e tem que ser agora porque senão
eu não vou conseguir andar nas ruas. Eu fiquei com dó dele. Olhei
novamente e tirei o que eu tinha dentro da minha carteira. E coloquei
na mesa e saí. Não olhei para trás. Eu não podia, não aguentava,
fiquei perto do restaurante e chorei tanto quando eu o vi saindo. Eu o
segui, eu queria saber onde ele vivia, o que ele estava fazendo e
porquê de volta agora. Após sumir sem ao menos se despedir de nós
e quando eu me aproximei ele dobrou a esquina e ele foi para o lado
debaixo da ponte central e eu fui junto, fiquei olhando.
E eu não suportei ver aquilo. Meu Deus! Ele estava comprando
drogas. Um rapaz todo tatuado, estranho. Ainda olhou e eu me
escondi e ele comprou e saiu de lá todo feliz com aquilo na mão. Eu
não acreditei nisso. Ele está vivendo embaixo das da ponte. E ainda
usa drogas. Meu Deus, esse é o meu pai?
Não acreditei. Dois caras mal-encarados me seguem ao me ver ali
próximo e eu me escondo e sem forças eu sair correndo. Eu ainda
consegui sair daquele lugar horroroso. Aqueles homens mal-
encarados. Quando eu cheguei em casa eu não suportei a dor. Eu
comecei a beber e a chorar. A chorar sem parar. Ainda bem que
Enzo não estava em casa, assim eu não tinha que dar satisfação.
Mas eu chorei tanto e eu bebi. Eu olhava a foto dele e não acreditava
que aquele homem era esse? É um estranho para mim e agora ele
estava me magoando mais uma vez quando ouço a porta se abrir ele
chegou e me viu ali cabisbaixa e bebendo ele olhou para mim e
questionou:
— Palhares, eu preciso dos seus serviços e tem que ser urgente que
seja agora de preferência.
— Sim, senhor Enzo. O que precisa?
— Quero que investigue algo para mim, ou melhor, uma pessoa e
me traga a resposta urgente. E eu andava na sala e vi que ela estava
triste em sua mesa, quase não falou essa manhã. — Você não
enrola. É questão de vida ou morte.
— O pai dela é um viciado e vive por aí nas ruas. E por isso ele as
deixou.
— Não acredito! Eu digo assustado e me sento, passo as mãos nos
cabelos imaginando o que ela passou. — O que mais?
— Não é por outra mulher, nem nada disso. Ele até tentou, mas ele
não conseguiu. A garota foi criada sozinha, a mãe trabalhava muito e
vivia doente e soube que ela pegava restos na feira.
— Não pode ser? O que fizeram com ela?
— Bom dia! Nossa, hoje você não vai trabalhar? Ela sorriu e me
tomou xícara de café. — Só porque a chefe acha que pode?
— Como assim?
— Não, eu não posso. Eu tenho uma reunião com o meu chefe hoje.
Ela ficou me olhando e viu que eu rir. — Você se esqueceu?
— Você está exigindo demais, você não acha não, Enzo? O que
você está aprontando?
— Alguma coisa. Então, não demore. Não demorou e ela voltou de
conjunto de moletom e de tênis. Eu balancei a cabeça e rindo—
faltou amarrar os cabelos.
— Ó, precisa disso também? Não acredito. Eu dei um sorriso e a
gente desceu juntos. E ela estava conversando, falou um pouco
mais, mas ainda estava com um ar de tristeza nos olhos.
— E hoje nós vamos fazer algo especial. Colocar uma música para
gente daquelas que tira toda a tristeza não me coloca música de
corno, não pelo amor de Deus.
— Corno não, eu já sou uma corna na vida, ainda tem que ouvir
música de corno! Enzo por favor.
— Meu Deus, é tudo tão lindo, né? Nossa, é enorme, nós não vamos
conseguir andar nesses brinquedos todos?
— Por que você vai querer andar em todos?
— Ah, já que eu estou aqui, né? Vou passar o dia aqui com você, ter
que te aturar, então é melhor eu passar em todos os brinquedos.
— Mas primeiramente nós vamos comer cachorro-quente, vamos
comer pipoca, algodão-doce.
— Maçã do amor. Ela disse deu um sorriso— Vamos jogar lá no tira o
alvo porque eu vou ganhar um ursinho para você enfeitar a casa que
esses ursinhos são ridículos, mas tudo bem.
— Não acredito! Você está muito romântico e o que está
acontecendo com você?
— Só quero me divertir é isso. Estou cansado de trabalhar e preciso
me divertir.
— Então vamos andar de cavalinho. Aí eu vou adorar andar de
cavalinho.
— Imagina eu andando no carrossel. Valentina? Eu parei e ela
me puxava. — Imagina se eu saio na revista de moda andando de
carrossel? Eu rir e ela ficou me esperando. — “CEO da moda
andando de carrossel".
— Chegamos.
— Foi tudo tão rápido. Nem percebemos. Eu disse ainda em
êxtase pelo beijo.
Eu não fiz tudo isso para levá-la para a minha cama, mas confesso
que eu queria muito e ando numa carência. E quando entramos do
apartamento eu sou surpreendido pela boca dela que grudou a
minha e já começamos ali mesmo. Aproximo-me, disposto a fazer
com que ela se entregue, e ela se entregou assim como eu estava
loucos por esse momento.
Tranca as pernas à minha volta e eu seguro seu pescoço,
colando a boca na pele macia que se encontra com o ombro. Mordo
e sugo. Ela geme, me dando um pouco daquilo que se tornou minha
droga favorita: seus lamentos de tesão.
— Perdemos o juízo...
Eu não ia deixar barato sei tudo sobre a vida dela.
— Ela está no hospital aqui perto. E a sua filha, ela está casada com
um homem cheio de dinheiro. Porque você não aproveita e aparece
lá e pede sua parte.
— Elas não querem saber de mim.
— E daí e seu direito pega o dinheiro que ele dá para filha. E vai lá
no hospital, porque a velha está entre a vida e a morte.
E se ela morrer, você não vai ter mais de onde tirar dinheiro. Eu
quase rir e me afasto, ele fedia. — Porque eu sei que você tirava
dinheiro dela para você não se aproximar daquela filha horrorosa.
Eu quero ver se ele vai continuar com ela, a família dele vai aceitar
ela com o pai viciado, é uma vagabunda que tem vários homens,
isso não vai ficar assim.
Enzo você pode até tentar me dispensar, mas você não vai
conseguir porque eu voltei. E você vai ser meu.
Não acreditei
que ele estava tudo tão perfeito, maravilhoso. Ele estava todo
sorridente, carinhoso. E essa noite estava diferente nos entregamos
de verdade e sei que o foi o momento do parque que me fez ceder.
Eu estava realizando sonhos.
— Continuação, Enzo?
Quando eu ouvi aquilo, não acreditei que meu pai tinha feito isso. E
por quê? Ele nunca se importou conosco e olhando a minha mãe
assim tão debilitada eu perco a cabeça. Eu saí do quarto e aflita. Não
podia perder a minha mãe e só tínhamos uma à outra nessa vida
toda ela esteve ao meu lado. Eu ainda respiro querendo desabar,
mas precisava ser forte.
Nós saímos pelas ruas à procura dele. Passamos três vezes perto da
ponte central e ele não estava, o Enzo chamou um dos garotos que
estavam por ali e ele chegou com a mão no bolso, levou um susto e
disse:
— O que quer tio? Qual vai ser a fita de hoje?
— Nenhuma eu quero uma informação e se você me der eu pago
muito bem. E dá para não me chamar de tio?
— O que o tio precisa?
Ele balança a cabeça e ri e contínua a conversa com o garoto até
bem-vestido, mas muito mal-encarado.
- Procuro um homem que fica sempre aqui barbudo, cabelos
castanhos.
— Aqui Enzo. Eu passo a foto que tirei no restaurante e eles
conversam.
— Ah! O Toninho eu sei quem é ele está com uma cicatriz no rosto.
Ele fica lá na rua da esquerda. Você vai embora reto lá no final da
rua, você vira à esquerda. Lá tem outro ponto. É ali que ele fica.
Enzo pagou e nós saímos dirigindo bem preocupados e olhando para
todo lado por o carro ser um carrão bem-vestido, eu já fiquei com
medo logo. Ele olhou para mim, segurou minha mão e disse:
— Fique tranquila, vai dar tudo certo.
Deixamos o carro e entramos e saímos andando pelas esquinas e
pela viela daquele lugar horrível, sujo, fedendo, a fezes, fedendo, a
estrume, coisas, horrível, a urina, quando eu o olhei olhou e a minha
mão e veio um garotinho e ele chama-o.
— Preciso de uma informação se você me der eu pago bem. O
garoto olhou para nós dois, balançou a cabeça.
— Então dá-lhe o tio.
— Eu procuro esse homem. E me disseram que ele fica aqui.
— Ah… Sempre está lá no final da rua e onde está aquela barraca
azul. Não sei se ele vai estar agora, mas ele fica lá nessa hora.
Chegamos lá ele não estava e nós olhamos e eu já estava com
medo do lugar. Ele ofereceu dinheiro para mais um garoto e nos
levou onde ele estava. Quando nós o chegamos estava sentado com
uma lata na mão, todo sujo, ele me viu e já ia se levantar para sair
correndo, mas o Enzo o segurou e sem forças para olhar para ele
daquele jeito e respirei fundo.
— Por que você foi lá? Fazer maldade com a minha mãe porque
você foi lá ela piorar. Eu só tinha questionamentos e raiva do que
ouve. — Você nos abandonou, nos deixou. E agora você quer matar
a minha mãe. Por que você fez isso, pai? Ele estava assustado e eu
enchendo-o de perguntas. — Era só me pedir que eu lhe dado mais
dinheiro. Não precisava ter ido lá falar com ela.
— Me solta, me solta. Estava desesperadamente e eu comecei a
chorar e o Enzo soltou e ele olhou para mim e ele sem dó sem nada
era como se ele tivesse raiva de mim naquele momento ele olhou
novamente e disse: — A moça me pagou. Ela me deu o dinheiro e
mandou eu ir lá falar com a sua mãe. E eu fui.
— Que moça é essa? E do que está falando?
— É uma moça bonita, achei que fosse sua amiga, ela disse que sua
mãe estava lá entre a vida e a morte e que ela tinha muito dinheiro
que o moço aí está levando para ela, então eu fui lá buscar minha
parte ou eu não tenho direito?
— Você não tem direito a nada. Você me abandonou. Você me
deixou e minha mãe. Nós passamos fome, moramos debaixo da
ponte por sua culpa. E olha o que você fez com ela. Eu jamais vou te
perdoar se ela morrer.
Enzo me abraça e me faz calar, eu já estava soltando coisas ruins
demais. Eu limpo o rosto e ele fica cabisbaixo.
— Ela é morena com os cabelos aqui assim no ombro, deu uns olhos
cor de mel, bem-vestida e num carro preto e muito mal-educada,
ruim, tem um coração de pedra ali. Ela mandou e eu fui. Ele se
afasta e joga a lata longe. — Me perdoa, Valentina, me perdoa. Eu
não queria fazer mal para vocês, eu só queria o dinheiro. Me perdoa.
Eu não tenho culpa de ser doente, não tenho culpa de estar assim
Valentina, me perdoa. Eu já tentei, mas eu não consegui largar
minha filha. Do nada ele mudou o repertório e já parecia arrependido
e tentando me consolar. — Não chora Tina, não chora. Ele veio para
me abraçar e o Enzo do lado olhando.
— Senhor, nós podemos te ajudar. E o que você acha de ir para
longe e assim se cuida. O que acha Valentina?
Enzo me abraça e eu apenas balancei a cabeça com medo de tudo
aquilo, medo da de perder a minha mãe e eu não tinha nem
condições de querer nada e nem pedi, nem pedir nada. Eu só
balancei a cabeça aqui sim.
— Por favor, eu sei que a sua família, que a sua vida (tá) em jogo,
mas também precisamos pensar no depois, nos prós, entendeu?
Não podemos fazer as coisas com a cabeça quente do jeito que
estamos.
— Então vamos... Eu disse saindo do carro.
Ele foi lá e eu fiquei perto do carro. E quando eu a vi vindo que ela
abriu a porta eu desci do carro e eu já fui para cima dela gritando e aí
empurrei.
— Por que você fez isso? Por que você o mandou lá na para visitar
a minha mãe? A minha mãe está morrendo por culpa dela. Ele me
segura e eu fico furiosa me debatendo nos braços dele. — Por que
você me odeia tanto?
— Eu não fiz nada para você, eu nem te conheço. Você é louca? Ela
ficou furiosa e vermelha e veio para cima. Você também, Enzo? Você
está apoiando essa agressividade? O que está acontecendo com
você?
— Por favor, Cecília… por mandar o pai dela ir ao hospital sabendo
que a mãe dela está muito doente. Por que você fez isso? Estava
bravo e a segurou pelo braço— Por que dessa maldade Cecília?
Olha para mim e diga eu não estou te reconhecendo.
Ele estava como eu cheio de perguntas e pior que já sabíamos da
resposta. — Você tem que me dar um motivo para você ter feito isso.
Eu jamais vou te perdoar.
— Porque eu te amo, Enzo, te amo, o que sinto por você é amor de
verdade e não quero te perder. É por isso que fiz tudo isso para tirar
ela dá sua vida e te mostrar que ela não serve para você.
— Não te reconheço, Cecília.
— Eu odeio Valentina e tudo sua culpa… Eu tento respirar e me
segura porque eu queria partir para cima dela e ele com o corpo na
frente— Odeio desde o dia que eu te vi pela primeira vez, eu odeio
tudo que envolve essa mulher. E, porque você é meu Enzo, eu te
amo e eu tentei matá-la e eu vou matá-la e destruí-la.
Não acreditei quando ela disse na minha cara tudo aquilo. Ela me
odeia e ainda quer me matar e o Enzo ficou em choque me olhando
e eu parto para cima dela com tudo.
— Valentina calma vai dar tudo certo você precisa ter fé minha filha
que vai dar tudo certo Enzo vai sair dessa, mas por que ela fez isso?
— Por ciúmes ela estava com ciúmes do Enzo e ela jurou que ia me
matar. Não foi culpa minha por favor não foi culpa minha.
— Nós fizemos tudo que podia ser feito, mas infelizmente agora só
depende dele. A única coisa que podemos fazer é rezar.
— Você precisa comer alguma coisa, está pálida. Ele vai precisar de
você inteira.
— Eu não estou conseguindo comer nada. Desde ontem estou sem
conseguir comer. Na verdade, a única que tomei um cafezinho. Não
sinto fome.
— Ele vai sair dessa e precisa pensar positivo. Você precisa comer
alguma coisa na Valentina. Você está cuidando dele e esquece de
você.
— E eu estou bem vó. Eu não consigo comer nada, não para nada
no meu estômago. Acho que eu estou muito nervosa pelo que
aconteceu. Essa é a verdade. Mas depois eu como alguma coisa.
— Ele está bem ainda em coma, mas precisa ter cuidado e pensar
que o bebê está muito fraco. Estava com a glicose baixa demais e
faz mal ao bebê. Eu fiquei olhando para ela e tentando entender o
que ela estava falando e ainda respiro olhando para a pequena
enfermeira de uns cinquenta anos ali na minha frente ela repete. —
Está fraca demais e precisa do soro e se não for por você pense
nesse bebê que não tem culpa de nada.
“O que ela estava falando?” Penso ainda passando a mão
sobre os cabelos.
— Bebê? O que está falando?
— Que está gravidíssima…
Depois de algum tempo em outro mundo vivendo inconsciente,
eu não sabia nem onde eu estava com os meus olhos, ardia a minha
boca amarga, meus olhos queimavam e pisquei várias vezes quando
respiro forte o ar volta ao meu pulmão e abro os olhos. Tento ver
todos ali presente, mas vejo somente a minha vó ali me olhando.
Ela ainda passou a mão no meu rosto e deu um sorriso. E eu segurei
a sua mão naquele momento, eu percebi que eu estava vivo, que o
meu coração ainda batia e que eu ainda tinha esperança de algo na
minha vida que estava no passado. E pensei nela. O meu coração
estava doendo, uma dor estranha, uma amargura. Eu olhei para ela
e gritou de emoção.
Quando eu olho, a minha mãe veio para cima de mim, chorando e
gritando.
— Enzo, meu filho, você acordou que bom meu filho, que
saudades…
Todos ali falando, sorrisos, abraços e todo mundo falando ao mesmo
tempo, a minha cabeça girando, a minha cabeça doía, eu ainda olhei
para minha mãe, tudo estava estranho, o gosto da minha boca e
disse:
- Cecília? Eu quero vê-la. Eu respiro e ela me olha cheios de
lágrimas. — Eu quero vê-la.
— Você está sentindo alguma dor?
Eu balanço a cabeça que não tento me mover e todos me olhando e
chocando e eu confuso. Dores pelo corpo e fome.
— Mas eu quero falar com a Cecília.
— Ela esteve aqui, mas foi embora.
Minha mãe disse me beijando.
— Não, Enzo, você não pode fazer isso com ela, esteve o tempo
todo com você e não te deixou um minuto, você não vai fazer isso
com a Valentina.
Todos falavam ao mesmo tempo, da minha mãe gritando em cima
da minha avó.
— Ela não vale nada, eu nunca gostei dela. Ela é muito sonsa. Eu
já liguei para Cecilia e ela já está vindo. Elas brigavam e eu tentando
entender por que não me lembro de nada da tal moça. — E você
mãe, não diga nada. Porque aquela garota entrou na vida dele para
destruir ele e está aqui por causa dela. Eu não suporto aquela
garota.
— Por favor, gente sem brigar. Meu pai grita.
— Já está decidido. Eu vou me separar dela. Eu quero o divórcio
porque eu vou me casar com a Cecília. Eu esperei esse momento a
vida inteira e agora eu quero estar com ela. E mesmo sem nem ver a
garota, eu já tinha decidido porque o meu coração estava mandando.
— Eu quero o divórcio.
Depois do
exame eu fiquei em choque ao saber que estava grávida. E pedi que
não dissesse a ninguém por enquanto queria que fosse sigilo.
Os dias se passaram e ele esteve internado e ainda em coma e eu
cuidando de tudo.
Eu ia à empresa e depois a avó dele ia embora para casa, eu
passava o resto da tarde e à noite com ele.
Era assim os meus dias, eu estava dividindo entre ir lá na empresa e
cuidar do Enzo.
Eu e a avó dele, nos dividimos, cada um ficava um pouco com ele,
assim eu resolvia as minhas coisas e ela me ajudava.
Quando eu cheguei em casa estava cansada, com dor de cabeça, o
dia foi cansativo, puxado.
Após ir à empresa com duas reuniões eu ainda fui para clínica cuidar
dele. Eu contava o meu dia no escritório e contava sobre o bebê.
Quando eu cheguei em casa ela tinha razão, eu precisava me cuidar.
Mas eu tinha que voltar para casa, eu tinha que retomar a minha vida
e podia deixar que aquilo me abalasse daquela forma. E foi isso que
fiz. Quando cheguei em casa, eu não chorei. Eu entrei embaixo do
chuveiro e tomei um banho quente e pensando no meu bebê, passei
a mão em meu ventre e só pensava nele, naquele momento. Ao
lembrar do que ouvir no hospital.
Os dias passaram
tão rápido e eu estava de volta ao trabalho. Eu não consegui ficar em
casa, eu não consegui ficar parada, era como se me faltasse algo, eu
não sabia o que era.
Eu estava me sentindo como um peixe fora d'água, essa é a verdade
na casa dos meus pais.
Eu olhei novamente, era como se eu não morasse ali, como se ali
não fosse o meu lar.
E eu entrei no meu carro e passei para pegar a Cecilia e nós íamos
fazer junto um novo projeto. Ela me apresentou um projeto
maravilhoso e nós íamos fazer juntos.
Ela ia me ajudar a voltar ao mundo real, essa era a verdade.
Porque muitas coisas eu ainda não me lembro, principalmente coisas
mais novas, agora as antigas do passado, eu lembro de cada
detalhe, que coisa estranha.
Peguei a Cecilia e nós chegamos na empresa e nós dois sorridentes
conversando e ela contando de quando nós fomos ao casamento do
meu primo, nós rimos e ela me abraçou no meio do corredor e eu vi
a garota distante, ela conversava e pulava e parecia feliz, parecia
alegre e todos me olharam no corredor e ouço os cochichos.
Eu entrei na minha sala e estava me incomodando, quando eu olhei
eu vi alguns retratos, mas não tinha foto dela, na minha sala. E como
ela era minha esposa? E olhei novamente para a sala dela e estava
abraçada com outra pessoa e pulando, ela estava feliz, então vai ver,
está satisfeita pelo divórcio.
Eu não me importei, continuei o meu trabalho, sorrindo e
conversando com a Cecilia e ela me disse:
— Podíamos sair hoje à noite, o que você acha? E assim vamos nos
lugares que sempre íamos.
- Vamos, eu preciso me distrair. E chega em casa e encontrar os
meus pais discutindo é muito para minha cabeça, eu preciso
urgentemente arrumar um apartamento porque fica na casa dos
meus pais. Já não tenho mais idade para isso.
— Ah! Você tem uma parte hotel que vai ficar nele.
— Ah! é verdade. Isso mesmo. É, eu vou para o meu Apart Hotel.
Ainda bem que você me lembrou dele.
— Então eu vou buscar um café para gente. Você quer com a sem
açúcar né?
— Claro.
Eu dei um sorriso e ela saiu para buscar o café,
e eu estava cabisbaixo, olhei novamente para sala dela e não a vi. E
eu vi um burburinho, uma bagunça pelo corredor. E eu fui à sala do
presidente da empresa e dei de cara com ela na cantina e ela
escorregou e a seguro pela cintura, apertei e puxo seu braço. Mas vi
que ela pressionava Cecilia e ela discutia e a puxava olhando em
seus olhos.
— Não quero ver você com provocações a minha noiva e se afaste
dela é melhor para você. Ela me olha assustada e me empurra e tira
minha mão. — E larga de ser inconveniente e ficar fazendo essas
coisas, isso é coisa de criança. Seja mulher e assume os seus erros,
garota.
— Eu não sou garota. Meu nome é Valentina
Moretti só para você saber.
Ela fez questão de jogar na minha cara que ela era minha esposa.
Maldita garota. Quem ela pensa que é? E eu a empurrei e ainda
olhei novamente para ela.
— Eu já te dei o recado, não se aproxime mais da minha noiva.
Certeza que ela fez de propósito e aquilo ficou na minha cabeça. Eu
vi a cara dela de raiva, de ódio, de deboche e ela ainda saiu rindo,
rebolando. Ah, garota, pensa que pode comigo, você não pode. Isso
não vai ficar assim, eu voltei para minha sala com a Cecilia e ela
irritada falando e questionando e eu sabia que eu ia ter que mandar
essa garota embora. Essa é a verdade e balancei a cabeça
novamente e ela disse:
— Vamos beber um pouco assim a gente esquece tudo isso. É
estressante trabalhar com essa garota aqui. Você não acha?
— Sim, ela é insuportável.
— Está aí. Eu espero que ela aceite assinar. Agora você não vai
poder dispensá-la. É melhor aguardar mais um tempo para ter a
certeza de que realmente ela está grávida. E aí, sim, depois você
pode se decidir. Até lá você não vai poder fazer nada.
— Eu já imaginava, já sabia que ia ter que esperar. Então eu vou dar
bastante serviço para ela, ficar distante de mim. Porque eu não
quero assunto com essa garota atrevida. Teve a descarado de bater
em mim.
Eu estava irritado e não olhei mais em direção a sua sala.
— No meio do escritório? E você também não é fácil. Ele ainda me
culpava, eu não acreditei. — Aposto que deve ter feito alguma coisa.
— Nada demais e sabe que ela ainda me disse? Que vai me
processar por assédio sexual. Não é minha esposa, porra?
Ele riu, balançou a cabeça em negação e eu perguntei:
— O que foi? Por que riu?
— Agora você lembrou que ela e sua esposa por dizer que ela te
processaria, mas você sabe que dá processo né? Então é melhor
você ficar distante dela, uma mulher quando está magoada e ferida é
capaz de tudo. E isso eu aprendi há muitos anos com o meu próprio
divórcio.
— Sim, mas eu vou assinar essa merda de uma vez. Olhando aquele
papel novamente
e assinei e jogo a caneta, eu estava com raiva dela. — Maldita
garota.
— Mande-a assinar, manda tudo por e-mail, e assim você se livra
mais rápido possível.
O meu telefone não parava de tocar. E quando eu olhei, a minha
secretária bateu na porta para você na linha três.
— É senhor Maldivan. Ela ainda ia saindo e eu gritei.
— Mandei a Valentina vim à minha sala.
Ela saiu e eu respiro fundo e atendo a ligação e ele estava bravo.
— E aí achei que você já tinha se resolvido, eu estou tentando falar
com você há horas.
— Mas me diga o que aconteceu? Estava em uma reunião.
— Eu preciso que você venha ao interior para fazer aquele projeto
com designer de noivas. E traga a sua esposa porque cada um vai
levar a sua esposa. É um evento muito importante. Não deixe de
comparecer. E depois conversamos finalização.
Eu me sento com o pedido dele e sabia que não ia conseguir e agora
que estou pedindo o divórcio? Ainda olho os papéis na mesa e ela
falava sem parar sobre o projeto e eu pensando em como ia fazer.
Ele desligou e eu corri para resolver as coisas antes que ela
aparecesse.
Ela saiu batendo a porta e nem sequer me ouviu e não falou mais
nada. Maldita. Eu bato na mesa e olho para ela que andava de um
lado a outro em sua sala.
Eu sabia que ela ia fazer isso, eu sabia que ela ia aproveitar para se
vingar de mim.
- Enzo, você é muito rápido. Ela disse rindo. — Veio dar em cima da
minha amiga no escritório?
— Claro que não. Me desculpe e não que você não seja linda. Que
merda eu falei demais e fico sem graça. — Eu nunca venho nessa
empresa e quando eu vou dar em cima de uma funcionária, eu não
posso, o meu irmão me mataria, olha a cara dele. Eu rir e ela olha
vendo ele olha da enorme sala. — Ah! Com certeza ele já vai querer
me matar, mas tudo bem. Me diga eu preciso da tua ajuda. Eu tenho
um plano para ajudar o Enzo a recuperar a memória.
— OH, não seria tão fácil assim, ele é um homem complicado, mas
o que você acha?
— Bem eles iam muito visitar a mãe dela no hospital eles foram num
parque de diversão eles iam
cinema essas coisas não ou no bar aqui ao lado é o máximo.
Ou com sua família era somente isso.
— Sim, claro que eu quero. Então bora lá. Vamos para o parque de
diversão.
Eu falava sem parar e contava como eles tinham que fazer no
parque e eu e a Carol rirmos.
— Olha só. Ele nem sequer coloca a mão nela. Eu mostro a Carol
que riu e segurou na minha mão rindo. — Precisa mudar essas
atitudes dele. Ele não era assim.
— Vai ser mais fácil para você recuperar a memória e assim também
não serão pegos de surpresa pelos sócios e sabe que eles são bem
chatos.
Os dois se olharam e acabaram aceitando a volta e um bom começo.
Não foi fácil a volta ao parque e muito menos fazer tudo aquilo que
fizemos juntos. Ele nem sequer conversou comigo, estava distante e
toda hora olhava o celular. Eu queria me esconder e para piorar as
coisas a avó dele chegou de surpresa e ele ainda não voltou de vez.
Ele tentou arrumar outro plano.
Ela me ajuda na cozinha e conversamos sobre o bebê e
planeávamos.
Ele voltou para casa e eu sabia que ia ser difícil para a gente
recomeçar ainda mais com ela no meio de nós dois. E eu resolvi
seguir. Mas eu não podia deixar continuar assim. Ele entrou, olhou
para mim e disse:
— Vamos ter que nos aturar um ao outro e afinal pelo que eu estou
vendo isso daqui não foi nenhum casamento, isso foi um acordo.
Eu fiz gestos para ele e riu quando viu a avó ali de surpresa e a
abraçou e eu ia para sair e ela me segurou pelo braço.
Ele me encerrou e eu sabia que não ia poder deixar para depois e foi
isso que fiz. Ela se foi e eu aproveitei e soltei tudo.
— Vejo que isso daqui é muito mais do que um casamento, isso aqui
é um acordo comercial e te propõe a levar até o final e cumprir com a
sua parte. E vou lhe recompensar com certeza.
— Sim. Então vamos fazer dar certo até finalizar tudo isso. E eu vou
com você ao tal evento. Eu vou apenas esperar a minha mãe
melhorar e aí divorciamos e eu sigo a minha vida. Eu apenas passo
as mãos no rosto e digo alto. — Vou lhe dar o divórcio.
Eu fui para o meu quarto e chorando eu sabia que aquilo ali não era
o que eu queria, abri a minha gaveta e lá estava a lembrança dos
nossos momentos juntos. Fechei os meus olhos e voltei ao nosso dia
no parque. Aquele dia no qual estava destruída na qual estava
quebrada
e ele me levou para me divertir para que eu pudesse ver uma nova
vida. Não estava acreditando. Eu sinto seus lábios e o quanto
estávamos apaixonados. Passei a mão em meu ventre e chorando
em minhas lágrimas em meios sussurros eu disse ao meu bebê:
— Me perdoa meu amor por não conseguir dar uma família a você e
não ter um pai de verdade por não estarmos juntos, me perdoa. Mas
eu vou ser o seu tudo, a sua mãe e o seu pai, eu prometo o meu
bebê, meu amor, é por você que eu estou aqui. Não é só por mim e
nem por acordos, mas por você.
Não ia
retroceder após ser humilhada e ele dizer com todas as letras que
ela que ama. Eu fiz de tudo, passei por cima do meu orgulho para
ajudá-lo e mesmo sofrendo e sabendo que ia ser difícil. Eu tomei a
decisão.
Eu chorei nos braços da minha avó, eu estava péssima e depois
de tudo que ouve ainda tinha meu bebê. Mas eu estava pensando
nele, a verdade é essa.
— Ele quer se casar com ela e deixou claro que a ama.
— Eu não quero que você faça nenhuma coisa errada, minha
filha. Você precisa pensar, não só em você, mas no bebê e no Enzo.
Ele perdeu a memória agora, mas daqui a pouco ele vai
recuperar, você vai ver.
Ela falava o tempo todo. — Você não pode jogar seu casamento
fora, Valentina.
Pense nisso.
— Vó, eu quero que você entenda.
Ele não se lembra mais de mim e ama ela e diz a todas as
pessoas que ele ama.
— Calma Valentina.
— Então se ele ama ela, agora que ele perdeu a memória, é
porque ela ainda está no coração dele. Em meia a lágrima da
angústia. — Não sou eu a dona do coração dele.
Essa é a verdade.
Eu vou seguir a minha vida. Eu já decidi que vou dar o divórcio
para ele e eu vou seguir o meu caminho. Ela se afastou e percebeu
que eu estava decidida. — Eu vou embora para o interior e minha
mãe, e vou viver minha vida. E assim não vamos ter mais problemas
e quero que a senhora entenda.
— Minha filha, você sabe o quanto você é importante para mim.
Eu já tenho você como uma neta. E quando você quiser e
precisar, eu sempre vou estar à sua disposição.
— Eu agradeço, vó, por tudo que tem feito por mim.
Eu tinha que seguir e deixá-lo e mesmo que me machucasse era
o momento de ir. Eu mal consigo dormir e quando eu acordo eu vejo
que a avó já tinha ido e ele estava sentado na sala com cara de
bravo.
— O que ouve? Eu ainda o vejo assustada.
— Ela se foi e disse que te ligaria depois. Ele se levanta e me
olha bravo— Foi melhor assim. Ele ia saindo e volta eu me sento na
mesa para tomar café— Saímos em uma hora e não se atrase.
— Sim, senhor.
Eu disse debochando dele e estava decidida a ser a esposa e sim
pela minha mãe, ainda olho a enorme janela e respirou vendo que o
dia ia ser quente. Eu volto ao quarto e me troco e choro novamente.
Não me manterei
casado com ela, eu não consigo ser amável e nem a tocar. Eu
preciso da minha vida de volta, eu quero ser feliz com a Cecilia após
anos a espera dela eu não ia estragar tudo agora.
Ela não gostou, mas aceitou o que eu ia fazer.
Minha avó ficou brava e disse um monte de coisas e eu fiquei
com dores. Eu apenas ouvi e deixei que ela se decidisse e se quer
assim para mim seria a melhor decisão. E ela foi embora no outro dia
e nem se despediu.
Fizemos um acordo de estarmos juntos, porque eu precisava dela
também.
Viajamos calados o tempo todo e apenas a música que tocava no
rádio. Eu ainda a olhava de lado e vi estar triste, os olhos inchados e
fiquei pensando em como eu me meti nesse enrosco. Eu sempre
esperei a Cecilia e o que eu me lembre a última vez ela me prometeu
que voltaria em um ano. Eu respiro olhando a estrada e ela suspirou
do lado e passou a mão na barriga e aí tirou a minha atenção.
E agora ainda tem o bebê e quem será o pai? Ela não toca no
assunto e eu ali olhando os detalhes do corpo dela que safado eu me
tornei. Eu sabia que ia ter quer ser um grande ator no fim de semana
e ainda olho vejo que adormeceu, ela é linda e parece ser uma boa
pessoa. Eu fico com aquilo na cabeça e pensando em como dizer a
Cecilia que não dei entrada no divórcio. Eu me perco em meus
pensamentos e chegamos à cidade e coloco a mão em seu braço
para acordá-la.
— Chegamos e vejo que estamos atrasados.
— Eu me troco em um minuto.
Subimos ao hotel e não demorou eu já estava na sala a espera
dela e confesso que valeu a pena a espera ela saiu do quarto
perfeita. Os cabelos castanhos ondulados na cintura, o vestido
tomara que caia deixando os ombros de fora. E o tubinho marcando
o corpo e nada vulgar, eu ainda respirei e sabia que ela ia chamar
atenção. E para cortar o clima que ficou eu apenas balanço a cabeça
e grito:
— Demorou demais.
E quando chegamos ao banquete, ela toda sorridente segurou a
minha mão e eu apertei a cintura dela. Fizemos o papel de um casal
perfeito, de um casal feliz, mas, no fundo, cada um queria ir ali, sair
correndo e viver a sua vida. Os olhares eram todos dela que marcou
a presença ao chegar e o sorriso leve deu o ar mais sexy. E os
homens ficaram vidrados ao ombro de fora aveludado.
Cecilia não sabe da metade da história. Achei melhor não dizer
nada e por que estou pensando nisso agora?
Entre sorrisos e conversas, abraços, e ela segurou em meu rosto,
fez o papel da esposa carinhosa. E todos na festa o elogiaram e eu
vi os olhares e suspiros do macho em volta dela.
— Mas me diga, Gonçalves, o que você tem em mente?
— Eu quero todas as minhas lojas feitas para os vestidos de um
casal apaixonado, de um casal que se ama de verdade.
Essa é a verdade.
Eu tinha que jogar pesado e fazer de tudo para pegar o projeto.
— Eu e Valentina vamos nos casar novamente.
Não é mesmo, Valentina?
— Sim, é verdade.
Enzo tem em mente fazer uma megafesta, já que nós não
fizemos o nosso primeiro casamento.
— Então vamos fazer assim.
Eu gostei desses modelos que você me mostrou.
Eu adorei o projeto, os tecidos, gostei demais. E assim as minhas
noivas vão ficar muito felizes vestindo uma coleção da sua empresa.
Eu abri o sorriso olhando para ela que apenas afixou o rosto. — Você
ganhou a minha confiança, Enzo.
E eu vou dizer para você, eu estou ansiosa pelo casamento de
vocês.
— Vai ser um prazer.
Você será o padrinho, é claro.
— Com certeza vai ser um prazer para mim.
Eu balancei a cabeça e sabia que estava fazendo a pior merda da
minha vida, mas o projeto era meu. Ela se comportou como uma
esposa de verdade, dava sorrisos e era carinhosa. E me ajudava nas
opiniões e concordava com tudo.
Apertei sua cintura e vi que estava muito brava comigo e eu fui
atrás dela e não deixa ela ter esperanças. Ela parou porque foi
segurada por uma das nossas clientes e sorriu sem graça.
Ela olhou para mim e saiu bufando para o canto entre os sorrisos
e cumprimentos. E vi estar com um sorrisinho no rosto e eu tinha que
cortar antes que ela ache que tudo era verdade. E eu tinha que
desmentir e acabar com as dúvidas dela e fui atrás dela.
Vi que eu estava tomando água e eu a segurei pela cintura e
olhando seus olhos eu acabei ali com suas dúvidas.
— Não pense você que o que eu disse agora ao cliente é
verdade. Eu dei um sorriso fingindo estar apenas conversando. —
Eu apenas disse por que quero o projeto e você não é digna de usar
o vestido, apenas uma pessoa pode usá-lo e minha noiva.
— Olha Enzo, pouco me importa o que você pense e queira. E
nada do que disse é o que quero para mim. Ela riu e ainda passou a
mão em meu rosto. — Eu desejo toda felicidade do mundo a vocês
dois vivam a vida de vocês e eu e a minha e eu quero que você vá
para o inferno, faça bom aproveito da sua festa.
— Não seja cínica, eu vejo em seus olhos que adorou tudo que
eu disse.
— Se acha muito Moretti e seja feliz vocês merecem. Ela ia
saindo e eu a seguro e não deixo. — Me solte e não tem esse
direito.
— Esqueceu que ainda estamos na festa? E minha esposa
querida.
— E um canalha, Enzo. E vai se arrepender por isso.
— De um sorriso querida. E está me ameaçando? Eu apenas
digo a verdade.
— Então viva a realidade e não essa farsa que você montou. E
quem não te quer sou eu Enzo Moretti.
Arrancando a minha mão de sua cintura ela saiu batendo o pé
ainda olhou para trás e eu vi que ela saiu na direção da saída do
clube eu fiquei muito puto com aquilo eu estava mega chateado com
raiva com ódio, mas eu mesmo não sei o porquê eu estava sentindo
aquilo e fiquei muito chateado. Odiei a situação um sentimento de
perda, uma desilusão, não sei explicar passei a mão nos meus
cabelos e eu estava chateado porque ela foi embora essa era a
verdade. Mas o porquê desse sentimento?
Não vou deixá-lo sair impune dessa e se me quer terá que provar.
Ela está em vantagens, afinal além de ser esposa está grávida.
Eu ainda passo as mãos sobre meus cabelos e grito batendo no
volante que maldito. Ele não deu entrada no divórcio, eu vi em seus
olhos que não.
Entrei no banho e fiquei por algum tempo para esquecer tudo aquilo
que acabei de sonhar. Eu não acredito que eu estava sonhando estar
noivo da Valentina e não da Cecília.
Fui para escritório, eu fiquei lembrando de tudo que aconteceu, dos
meus sonhos, e lembrando dela de novo.
Eu só não estava entendendo por que eu estava lembrando dela,
sendo que ela não era nada para mim. Ela não fazia o meu tipo, não
é o tipo de mulher que eu quero para a minha vida. Eu estava
distante.
Uma coisa tenho que dizer, a filha da puta é muito gostosa. Essa é a
verdade, mas ela não faz o meu tipo, e eu amo a Cecília. Eu repetia.
Depois do que
aconteceu e eu achei melhor fica no meu canto, deixei que ele fosse
viver a vida com ela. Até incentivei, mas estava doendo dentro do
meu peito. Eu estava amargurada, chateada e eu sabia que ia ter
que ser assim. Não só por ele, mas por mim também.
Chega de me humilhar, de correr atrás. Se ele quer assim, será. E
depois do que ele disse no evento ele tinha as razões dele. Ela é a
mulher certa para ele e não eu, então eu fui para o meu trabalho,
passei a semana inteira cuidando de mim, cuidando do bebê, fui ao
trabalho, fiz tudo o que eu tinha para fazer e voltava para casa, mas
eu estava tão cansada e com tanta raiva de tudo que estava
acontecendo deitada naquele sofá olhando as estrelas a escuridão
eu vejo que eu estava sozinha, e que não tinha ninguém. Eu não o
tinha, não tinha a minha mãe, o meu pai estava longe. E naquele
momento eu estava totalmente sozinha com uma criança que ainda
estava para vir ao mundo. Eu não suportava mais tudo aquilo. Eu
olhei novamente para o celular e vi que já era tarde e ele não
chegou. Ele nem sequer perguntou como está o bebê e nem como
eu estou
eu fui até o quarto, olhei novamente as coisas jogadas em cima da
cama e eu respirei fundo e eu queria conversar com ele, dizer a
verdade e acabar logo com tudo isso, não ia suportar ficar esperando
e ficar nessa casa do jeito que estava. E sabendo que uma hora
dessa ele estava com ela e não comigo, olhei novamente o celular e
eu estava decidida quando ele entrar aquela porta eu
eu vou acabar tudo, vou dizer que não vou conseguir que tudo se
resolva e eu quero acabar com tudo logo de uma vez e que seja
hoje. E cada um vai viver a sua vida
olhei para a porta e nada dele chegar, eu liguei para a Carol.
— Carol e aí? O Enzo está tão atarefado assim que até agora não
veio para casa?
— Nada. Eu só queria conversar com ele, mas eu vejo que ele deve
ter ido encontrar com ela com certeza.
— Deve ter ido porque ela ligou hoje umas cinco vezes e eu vi assim
de longe os dois discutindo.
— Então ele foi vê-la. É não vai ter jeito mesmo. Eu passo a mão em
meu ventre e vi que já não ia se resolver mesmo. — Mas eu já
imaginava, a gente se fala amanhã... Obrigada por tudo.
Era de se espera que fosse ver a lambisgoia ela não dá espaço para
ele. Eu fiquei naquele sofá magoado e chorei novamente. Ao saber
que ele tinha ido vê-la e que eu estava ali novamente sozinha entre
lágrimas e desesperos, eu tinha que acabar com tudo isso e ir
embora de uma vez. Eu fico na sala a espera dele e ia dizer umas
verdades e acabar com isso e ainda ia dizer que esse filho é dele.
Deitado ao divã
voltando ao passado e falando dos medos e das angústias que
afligiam ao meu peito. Ela não veio na minha memória, não estava
dentro da minha cabeça ao contrário. Nem sequer consegue lembrar,
nem do cheiro dela. Aquela luz batia no meu rosto. Refletia sobre a
minha pele. Eu fechei os olhos. Eu quase adormeci. Mas ela nem
sequer voltou à minha memória. Nem um toque ao contrário, a única
coisa que vinha na minha mente era Cecilia nos nossos momentos,
as nossas brigas, às despedidas e, porque eu lembrei daquelas
rosas e daquele momento, não acreditei, respirei fundo.
— Já pensou que você não queira lembrar? Ele disse me encarando
e eu me levantei rápido e bravo.
— Acha que quero passar por tudo isso que estou passando? Que
profissional é você?
- Senhor Moretti. Eu vejo que está bloqueado as memórias dela e
virá lentamente.
- Psiquiatra de merda.
— Tudo bem, pode deixar que eu resolva tudo para você, mas eu
não vou poder falar com você agora. Eu falava com a cliente Soares.
— Eu tô com outra cliente na linha, depois a gente se fala.
— O que aconteceu?
— Eu estou cheio de coisas para resolver e ainda não consigo
convencer a cliente a aceitar o projeto que mandei. E ainda de
ressaca. Não sei mais nem o que fazer e eu não conseguir mandar o
projeto de noiva. Tudo resolveu cair em cima de mim hoje.
— Calma, deixa eu falar com a cliente. Mas é sobre o quê?
— É sobre os vestidos de noiva.
— Fique tranquilo que eu vou resolver isso. Ela respirou fundo e
riu. - Sim, senhor Ramírez, eu vou mandar agora e tem preferência
em mudanças e cores? Ela fazia gestos e ria— Sim, mas o que o
senhor não gostou? Eu vou mandar agora está tudo pronto e assim
me diz o que não quer. Moretti teve que ir à reunião, mas fica
tranquilo que eu mesma vou pessoalmente e mostro o projeto. Posso
levar uma modelo e assim ela veste o modelo e pode verificar os
modelos. Se eu posso ir amanhã? Eu balancei a cabeça afirmando e
ela riu. — Eu sempre estarei à sua disposição. Eu te vejo em breve.
Eu fiquei olhando para ela e vendo o quanto ela era profissional.
Eu não pude mentir, ela era eficaz demais em seu trabalho, dona de
um coração imenso, muito profissional.
Enquanto ela resolvia tudo aquilo ali, eu fiquei observando quanto
ela era profissional, o oposto do que eu imaginava dela. Eu acho que
foi aquele vestido vermelho que a deixou muito vulgar e aquilo eu
odiei, mas ela é totalmente profissional, diferente do que pensei. Eu
acho que nós dois sermos casados, merecemos pelo menos ser
amigos, essa é a verdade. Enquanto ela falava eu fiquei observando
cada passo, cada gesto dela. Ela é delicada, ela é profissional, forte,
decidida. Ela tomou a frente do meu negócio e ela decidiu tudo em
questão de segundos enquanto eu estava desesperado. Eu fiquei ali
viajando em cada gesto que ela falava e ela deu um sorriso.
— Pronto Enzo, tá vendo? Foi tudo resolvido. Você é muito
exagerado.
— Não, eu não posso e não tenho como sair agora. Eu olho para
ela que mexia nos papéis. — Vamos ter que deixar para outra hora.
Eu te ligo assim que resolver tudo aqui.
Mas vejo que seja como se fosse uma defesa. Continue fazendo o
meu trabalho e olhando para ele que discutia com a sua namorada e
os dois pareciam estar brigando feio. Eu balancei a cabeça e
continuei e ainda olho para ele e digo:
Eu não
acreditei quando ele simplesmente saiu e me deixou sozinha e saiu
sem dizer nada. Mas, por quê? Me levantei correndo e ainda paguei
a conta e quando pego o meu carro eu saí naquela chuva.
E apenas me lembrando da cara dele enquanto eu falava do
nosso futuro, ele sorridente e estava distante. E aquela vadia.
Não pode ser? Além dela está grávida agora ele está correndo
atrás.
Eu dirigia tão rápido e pensando que ia acabar com tudo isso. E
fui direto para o escritório e a essa hora ela estaria, então eu ia vigiá-
la já que não sabia ao de onde ela estava.
E quando eu chego na porta do prédio eu parei e respirando com
ar de ódio e abaixo o rosto para olhar. A chuva tomou conta da
cidade, estava um dilúvio e esperei e olhando no relógio do carro eu
me assusto ao ver a cena.
Enzo estava abrindo a porra do carro para ela e ainda a tocou na
cintura dela todo sorridente. Eu quase desmaio ao ver a cena e ela
rindo toda derretida. E quando ela ia entrar ele acariciou a mão dela
e eu grito:
“Desgraçado eu vou matar essa vadia e aí verá quem é sua
mulher.”
Ali parada vendo a cena eu já tomei a primeira providência e seria
o momento certo, assim eu acabaria com os dois de uma vez. Ela e
o bastardo.
— Richard, eu preciso de você e não me venha com desculpas.
— Calma Cecilia e já conversamos sobre suas grosserias.
— E o que me diz do velho que mandei achar? E depois me diz
que sou grossa e que esses serviços me sairão caro.
— Eu já achei e fica calma. Eu sei das minhas obrigações está
precisando transar. Ele ainda rir acha que estou brincando. — Qual o
serviço sujo dessa vez?
- Quero eliminar minha inimiga.
Alguma coisa
estava mudando em Enzo, eu via seus olhares para mim e eu ficava
sem graça. Eu cheguei antes dele e vi quando entrou correndo a
chuva forte e estava com os cabelos molhados e eu rir. Depois que
me buscou no serviço ele mudou do nada, estava irritado e ficou
calado. Eu me assustei quando eu o vi na minha frente e a minha
espera e quando abriu a porta do carro eu fiquei sem ação. Não
entendi nada.
Mas sei que largou ela para me buscar. Deve estar uma fera com ele
e comigo, mas eu estava feliz de saber que ele se lembrou de mim.
— Não sei nem como agir diante da sua família, Enzo. Ele
balançou a cabeça e me encara de novo como se pensasse em
algo. — Estou falando sério, eles vão ficar fazendo um monte de
perguntas.
— Mas quando você vai apresentar ela à família, não diga que
ela é minha amiga, porque se você disser, eles vão odiá-la. Assim
como a sua mãe me odeia.
— Minha mãe não te odeia, ela só fica com ciúmes, porque ela
acha que a Cecilia é a melhor opção para o filho querido. Essa é a
verdade.
— Tenha paciência querida. Ela vai cair por terra logo. Porque eu
tenho certeza de que o Enzo te ama. E não fique pensando essas
coisas não fazem bem para você.
— Calma Valentina, vai dar tudo certo, minha filha, vamos subir.
— Ela disse que eu me vendi para ele por uns trocados, ela não
sabe a metade da minha vida, avó. E ela disse essas coisas.
— Ela disse que o meu pai era um viciado, à minha mãe uma
prostituta e eu me vendi por uns trocados. Ela me provoca o tempo
todo, ela fala coisas horríveis para mim e eu ainda tenho que ficar
aceitando? Eu não acredito nisso, ela é uma maldita, ela é ruim.
— Quer dizer que você está preferindo-a do que eu? Você está
ouvindo o que você acabou de dizer, Enzo? Não acredito que você
fez, está falando isso para mim. Você está acabando de dizer que
preferia que ela viesse do que eu.
― Valentina?
― Enzooooo…
Foi o pior
final de semana da minha vida. Eu passei trancada no quarto todo o
tempo. Não queria encontrar com ela e nem discutir com ninguém,
muito menos olhar na cara do Enzo. Eu mal me alimentei. Eu mal
conversei como todos eles.
“Tenta entender e faça de tudo para dar certo, você precisa dele, ele
precisa de você, ele perdeu a memória.”
Eu segui o meu caminho. E ele não veio atrás. Pelo menos eu não vi
mais entrei na loja de bebê e comecei comprar umas coisas e assim
também eu pensava em outra coisa, não ficava pensando no Enzo
nem naquela vagabunda da Cecilia e eu ia pensar somente em mim,
passei a mão em meu ventre e comprei algumas coisas ainda tendo
celular e vendo que ia começar a chover.
— Eu estou com a minha vida toda amarrada. Eu não sei nem o que
fazer, tenho o que falar. A única coisa que eu tenho feito ultimamente
é chorar.
— Deixe que eu entrego e assim pego a minha pasta que ficou com
ela. E obrigado.
— Ela não pode ter esse bebê? Eu respiro fundo ainda em choque
lendo aquilo e com todas as letras ele deixa claro que ela não pode
ter o bebê porque é arriscado a saúde dela. — Que merda!
Ele não estava satisfeito, ele queria brigar, queria discutir. Mas
não comigo porque hoje eu estava cansada e ele nem sequer
perguntou o que aconteceu, porque eu sumi e ignora. Se eu tivesse
morrido uma hora dessa ele ia estar agradecendo porque ele ia estar
divorciado para se casar com ela.
isso aí Valentina larga de ser boba, ele vai ter ciúmes de você?
Claro que não ele ama a bruxa, eu custei, mas adormeci com os
meus pensamentos. Acordei indisposta demais, muito enjoo, a boca
seca e quando eu ouvi o barulho ele já estava lá na cozinha. Me
preparei com roupas leves e amarrei os cabelos e chego à cozinha
toda desanimada e ele nem me olhou e se levantou e quando olho
para o bolo ele comeu quase todo bolo e eu puxei assunto.
— Eu que fiz.
— Você está tão distante? Não quis conversar nem falar nada.
— Ah! Aquele que você fez cena até abaixou o vidro do carro
para ver. Não é meu amigo. Ele apenas me salvou de uma situação,
— É e vai ficar com mais pressa ainda porque ela está marcando
cerrado e queria vir e eu disse que não.
— Mas vó você não pode ficar brigando com ela porque é a
mulher com quem ele vai se casar.
— E daí? Ele pode até casar-se com ela, mas você que vai ser
sempre a minha favorita,
— Claro que você sabe, você a ama. Você está aí falando horas
e só fala dessa mulher.
- Eita... ela gostou de você. Eu só não vou dizer para você cair
matando porque eu sei que você está aí sofrendo por outra.
— Você não pode ter esse bebê. Você corre risco de vida,
Valentina. Ele entre o bebê e você. Eu estou escolhendo você. Eu
estava aflito e ela calada ouvindo aquilo e olhando os papéis e me
encarando de novo. — Eu não quero esse bebê. Então você tem que
tirar esse bebê. Não por mim, mas por você. Pela sua vida, pela sua
saúde.
— Maldito, você não vale nada, você não tem coração. Como
você se atreve a achar que eu tenho que tirar o meu filho? Nunca
mais me toque, nunca mais fale comigo. Some da minha vida, Enzo,
eu te odeio por isso.
— Nossa! Ela sorriu. — Que bom meu filho, vocês se amam e tem
que pensar no bebê. E por que você acha que isso foi merda que
você fez?
Ela estava com o olho inchado e muito chateada. Ela nem quis ficar
para o café. Ela não quis nem conversar. E eu ia dizer o quê? Tenho
que mudar, eu tenho que parar de ser impulsivo, e grosseiro desse
jeito. Eu senti medo de perdê-la. Essa foi a verdade. Por isso eu agi
dessa forma, eu olhei para ela se despedindo de todo mundo e vi o
quanto eu errei com ela.
Depois do
que aconteceu eu me afastei totalmente do Enzo. Fiquei no meu
canto chorando e triste e tudo que ele disse bateu na minha cabeça
e como ele se atrevia a dizer isso do meu bebê.
Quando eu chego na empresa eu me tranco na minha sala e vi que
ele não chegou, então deve estar com a bruxa. Eu fiquei cabisbaixa
pensando no que ele disse.
— Valentina, eu esperei você ontem e nada
— O que ouve Carol? Está com cara de assustada.
— Mas você já avisou o chefe que você está fugindo? Porque você
anda no mau-humor danada.
— Mentira que você vai fazer isso. Você é audaciosa, minha amiga.
— Não. Não sou audaciosa. Eu estou é cansada,
é a verdade.
— Não, você não pode fazer isso comigo. Eu preciso desse dinheiro.
— Então vá fazer qualquer coisa que você quiser. Rouba, mata, faz o
que você quiser. Mas eu não vou te dar um dólar e me solte. Eu
empurrei e ele me segurou forte, olhou dentro dos meus olhos,
e ouço o grito:
Eu fiquei com
raiva de saber que ele estava rondando a Valentina e já o coloquei
em seu lugar, afinal ela ainda é minha esposa. E eu a segurei pela
cintura e apertou e olho para ele de homem para homem.
Ele saiu e eu fiquei com ódio, de saber que ele estava rondando o
escritório e não ia ficar assim.
- Venha, precisamos conversar.
E quando ele saiu puxando para dentro do escritório, ela tirou a mão
e disse:
Eu não ouço mais nada e desligo na cara dele e bravo, jogo o celular
no banco do carro e fico com raiva de tudo isso e agora eu tenho que
levar o carro para trocar o óleo. Inaceitável essa situação. Se já
bastasse o que tenho eu aturo da Valentina e aquele maldito eu vou
acabar com ele de uma vez.
E a primeira coisa que fiz foi deixar o carro para manutenção. Ele já
estava gritando assim como eu.
— E por que ele estava andando atrás dela? Alguma coisa ele
queria e sem me atingir.
Eu não sabia quem era aquele homem, mas o rosto não parecia
estranho e ele também parece que me conhece bem e já se
aproximou e rindo.
“A minha cabeça.”
Eu já
estava decidida, eu tinha que acabar com ela de uma vez por todas.
Ou era ela, ou eu, eu já não aguentava mais ter que ficar dividindo a
atenção. Ela é uma vagabunda, o pai dela é um viciado e a mãe é
uma prostituta. O que ela pensa que ela é?
— Que ela é páreo para mim?
Nunca… então aproveitei que o Enzo não estava na empresa, ia
ser agora. Eu ia acabar com essa farsa, acabar com esse
relacionamento, com esse amor de merda que eles estão tendo. Eu
estava furiosa, eu bati no volante do carro e quando eu me dirigi até
lá. Eu mal parei na porta do prédio e disse, furiosa.
— Vê se guarda direito e sem nenhum arranhão. Porque senão
eu vou mandar descontar do seu salário, serviçais que não servem
nem para guardar um carro.
Eu estava furiosa quando eu subi, eu estava com sangue nos
olhos E quando eu passei pelo corredor eu vi a oportunidade e eu
olhei, um dos funcionários. Eu olhei para ele e disse:
— Diga à Valentina que a noiva do Enzo está na sala esperando-
a agora.
— Ela não está aqui, ela subiu lá no depósito, se você quiser eu
posso estar avisando quando ela
chegar.
— Isso, então não demore.
Eu fiquei andando de um lado para o outro à espera dela e nada
dela aparecer.
“Maldita garota, quem ela pensa que é?”
Eu estava furiosa, odiando tudo aquilo ali. Como se não bastasse
ter que dividir ela com o Enzo, ela tem que ser o centro das atenções
da família. Que raiva, na mesma hora o interfone da sala do Enzo
tocou. E ele disse:
— Ela está indo para o corredor…, mas não demore, ela está
descendo agora, nesse exato momento.
Foi quando eu corri para o corredor e nem agradeci a ele, eu
tinha que ir em encontro era o meu momento. E eu queria que fosse
diante de todo mundo e não escondido.
— Vou acabar com você, vadia…
Eu tive um dia
difícil, a minha vida estava complicada, além de ter que aturar o meu
pai, com todas aquelas crises dele. Por que agora ele foi aparecer,
depois de tudo que o Enzo fez por ele, ele ainda agora cismou que
eu tenho que dar dinheiro para ele. Eu tenho medo dele ir ao hospital
fazer ameaças para minha mãe, eu tinha que proibir a entrada dele.
Essa é a verdade, porque senão ele poderia matar minha mãe de
desgosto. Eu balancei os ombros, estava tudo doendo, as costas
queimando e eu subi ao depósito, tinha um monte de coisas para
resolver. E quando eu chego lá, estava tudo fora de ordem, as cores,
os modelos e eu comecei a arrumar, mas nada estava dando certo
Enzo sumiu o dia todo, ele nem sequer me mandou uma mensagem,
também depois do que aconteceu.
- Está tudo fora do lugar, Maria.
— Sim eu disse ao senhor Moretti.
A chuva começou a cair e eu vi que o trânsito estava infernal,
olhei novamente para a pequena televisão que passava as notícias.
Os funcionários estavam trabalhando e vi que estava
engarrafamento. Um deles gritou:
— Com essa chuva vai ficar tudo parado mesmo, com certeza.
Eu ainda olhei a chuva e tinha que voltar ao meu escritório e
ainda tinha que mandar o e-mail à fábrica.
— Eu vou para o escritório, qualquer coisa, vocês me interfonam
que eu volto novamente. Mas eu acho que agora vai ficar tudo
correto, essas cores, mas não façam nada sem antes eu verificar as
cores corretas e o modelo. Porque senão a gente vai ter que refazer
todo o trabalho.
— Sim, senhora, eu ligo.
— Obrigada por tudo.
Quando eu desci, eu estava cabisbaixa, olhando no meu celular
para ver se tinha alguma mensagem do Enzo simplesmente sumiu e
eu tinha uma mensagem do Noah e ele me disse:
“Desculpa pelo acontecido da manhã, eu prometo que nunca
mais vai acontecer, beijos Noah.”
Eu respondi com um sorriso e um coração.
Quando eu estava passando pelo corredor, cabeça baixa, eu
ainda balancei a cabeça dando um sorriso.
Eu sou esbarrada, eu quase caio, meu corpo ainda bateu na
parede e eu olhei, era ela, maliciosa, ela olhou para mim, balançou a
cabeça e disse:
— Não olha para onde anda?
— Você que me empurrou de propósito, você pensa que eu não
conheço o seu veneno, Cecília, mas eu acho que você deve estar no
lugar errado, porque o Enzo não está aqui.
— Eu estou no lugar certo e eu acho que quem está no lugar
errado é você, mas é assim mesmo, adora ser enganada, pela
família, pelo pai, drogado, pela mãe prostituta e agora pelo
namoradinho, que acha que ele gosta de você, que ele está nem um
pouco se importando com você, sabe por quê?
— Vai e uma vadia. Eu a empurro tentando sair da parede.
— Sério mesmo, você não tem o que fazer não, Cecília. Eu estou
trabalhando, você está me incomodando. Você veio aqui, me
empurrou e agora você está falando que eu te empurrei?
— Me poupe. Você é muito maliciosa.
— Você que é. Não vale nada e pensa que eu não sei que você
está aqui interessada no dinheiro do Enzo?
— Se fosse dinheiro do Enzo, eu teria aceitado o dinheiro que
você queria me dar. Você não acha? Eu comecei a gritar e dizer um
monte e quando eu vi tinha várias pessoas olhando. — Me poupe
das suas mentiras, das suas maldades.
Eu não quero saber de você. Por que você não fica com ele para
você? Eu não quero esse homem e eu não quero saber de você. Eu
só quero viver minha vida.
— Que vida? Essa vida que você tem?
Ela começou a me maltratar, a dizer coisas horríveis e ela tentava
me puxar e cada vez mais ela ia me empurrando com o corpo e eu
olhando para trás quando eu tentava me esquivar da escada e ela
me puxou novamente e quando eu vi nós estávamos próximo da
escada e ela disse você não presta sua maldita.
Ela disse bem no meu rosto, quase que cuspiu em mim.
— Você vai pagar maldita.
Enquanto ela falava, ela me empurrava e eu estava tentando tirar
o meu corpo para que ela não me empurrasse e machucasse o meu
ventre, coloquei a minha mão ainda em meu ventre para que ela não
fizesse nenhuma loucura, medo, vai que ela sabe que eu estou
grávida. E ela olhou dentro dos meus olhos e ela continua a dizer
barbaridades para mim e ela me empurrando cada vez mais e ela
olhou novamente, deu uma rodadinha de víbora, aquelas bem de
bruxa e ela disse:
— E você não sabe da maior, sua trouxa, ele não perdeu a
memória, sabe por que ele está fazendo tudo isso? Porque ele não
quer ficar com você, ele quer se separar, mas aí você não quer dar o
divórcio para ele, mas ele não perdeu a memória, burra.
Eu olhei para ela assustada, e tentou tirar meu corpo e ela me
segurava pela blusa e sinto a dor na carne a unha grande me
machucou.
— Você é mentirosa, você é louca.
— Você é que não vale nada, você está aqui vivendo de favores,
ele está louco para separar de você, sua vagabunda.
— Vagabunda é você, quem você pensa que é?
— Quem você pensa que é?
Quando eu senti ela me empurrou, com tudo e eu a segurei com
tudo para que eu não caísse e nós duas saímos rolando a escada,
eu grito desesperadamente e chorando pela dor.
— Nãoooooo…
— Maluca, você é louca, você tentou me matar.
Ela gritava desesperadamente e quando eu tentei me levantar,
olhei para o meu corpo, eu estava sangrando, estava correndo em
minhas pernas, eu levei um susto e eu caí sentada gritando e todo
mundo me olhando dizendo que eu havia sido culpada, eu me
desesperei e comecei a chorar.
— Você me empurrou sua invejosa. Ela grita.
Eu estava chorando desesperadamente, eu não sabia o que
fazer, eu estava sangrando, as minhas pernas todas jorradas de
sangue e ela caída lá e gritando dizendo que foi o que fiz.
— Você que me empurrou, sua maldita.
— Me ajude, socorro, meu bebê, meu bebê.
Quando eu disse isso, eu olhei, o Enzo estava chegando, ele
olhou assustado para nós duas, ele não sabia o que fazer e ele
disse:
— O que aconteceu aqui, pelo amor de Deus?
Valentina, Valentina, por favor, Valentina, o que é isso, o que
aconteceu?
— Façam alguma coisa, chamem uma ambulância, ela precisa ir
para o pronto-socorro.
Todo mundo falava, todo mundo gritava ao mesmo tempo, e eu já
não aguentava mais a dor insuportável e o sangue jorrando pelas
minhas pernas e ele falou no telefone e eu olhei para ele e disse:
— Você está bem respira, respira Valentina, vai dar tudo certo,
você está bem Cecília, calma, calma que vai dar tudo certo.
Não demorou, foi questão de segundos, eu senti o meu corpo ser
levantado e eu fui para o hospital com a mão em meu ventre.
Eu fui para o hospital sozinha, mas isso não vai ficar assim. Eu vou
acabar logo com isso.
— Por que não atende essa merda? Eu preciso de você urgente.
— Pare de ficar me cobrando, nem me pagou o que me deve.
— Vai começar com essa ladainha que eu estou te devendo? Eu sei
que eu estou te devendo. E eu disse que você pode cobrar o preço
que for. Então pronto, já está decidido. Eu grito. — Eu quero que
você mate uma pessoa.
— Matar uma pessoa?
— Está questionando? Você já matou tantos, se matar mais um não
vai te fazer diferença nenhuma. Eu vou te mandar a foto, o endereço
e o nome dela. Eu estava irritada demais e com raiva e queria matar
ele também. — Quero ela morta, você entendeu? Porque senão eu
não vou te dar um centavo e não vou sair com você. Você decide.
Estou cansada de te pedir as coisas e você não fazer. Você já achou
o pai dela? Não achou, né? Só que ele já está andando aqui pela
cidade.
— Eu falei para você que ele estava na cidade. Você não prestou
atenção.
— Você me falou? Não me lembra disso não.
— Claro que você não vai se lembrar. Porque você quer ficar
andando atrás do seu ex-namoradinho. Mal sabe ele o que você faz
por trás. Não é mesmo, Cecília?
— Vai se ferrar. Faz o seu serviço, eu faço o meu.
Me despertei
ainda, sonolenta, passei a mão sobre o meu ventre, apertei, respirei
fundo e eu tentei abrir os olhos, eu não conseguia, parecia que eu
tinha sido sedada forte, respirei fundo novamente, quando eu olho
para o lado, lá estava ele se sentando, adormecido no banco.
Eu olhei e eu gemi na cama, com uma dor imensa nas costas, a
perna e dentro de mim, olhei novamente e resmunguei comigo
mesmo, e tento me mover, mas eu não conseguia, tentei me mover
novamente e quando olhei na janela a chuva batia forte, trovões e eu
resmunguei para que ele acordasse.
Porque eu senti uma dor no meu abdômen e ele se assustou e
gritou:
— Valentina, você está bem? Ele ficou me olhando e eu ia dizer o
quê?
— Mas o que aconteceu? Parece que dormi um ano da minha vida, o
meu corpo todo dói, não consigo nem respirar direito, o que
aconteceu? Enzo, como está o meu bebê? Me desesperei ao ver que
ele se calou. — Meu bebê está bem por Deus diga?
Eu comecei a gritar, comecei a falar com ele e começou a ficar
falando coisas que eu odiava e misturava, todo gaguejando.
— Calma, Valentina, por favor, calma, você precisa ser forte, você
precisa entender, não pode ficar assim. Não entendi muita coisa,
mas o que ele queria dizer não saia. — Você ainda é nova. E quando
ele começou a falar aquela manteigueira de bebês, olhei novamente
para ele e disse:
— Fala logo Enzo, eu quero ouvir, falar não me esconda nada.
— Infelizmente o bebê não conseguiu resistir, mas não fica assim,
fica calma, você poderá ter muitos bebês e nós poderemos ter. Ele
gaguejou e novamente segurou minha mão e meio que dando uma
raspada na garganta, ele acabou soltando. — Nós podemos ter mais
no futuro, não fica assim, eu não quero que você tenha ficado
chateada.
— O bebê se foi por culpa dela. Ela é muito maldosa. Você ainda
acredita nas coisas que ela diz que é uma mentirosa.
— Quem não sabe é você que além de perder uma memória, perdeu
a vergonha na cara. Ou você deveria colocar aquela Cecilia no lugar
dela. Ela fez a Valentina, ela perdeu o seu filho. E agora você vem
com essa cara descarada de dizer que a cobra está certa.
Ela saiu e ele ainda quer trazer ela para cá que ódio. O porquê de
tudo isso? Ele ainda ama e ainda tem a coragem de dizer para mim
que vamos ter outro filho no futuro. Filha da puta que ódio de mim
que ódio de tudo isso e agora eu perdi o meu bebê o meu coração
chorava e as lágrimas rolam desesperadamente me sinto a pior das
piores mulheres. Fiquei calada ali chorando em meio a lágrimas, em
meio ao desespero, vendo tudo aquilo. Por que de tudo aquilo? Meu
Deus, como ele é malicioso e ele ainda acredita nela.
o amor é cego
Eu dormi após o sedativo, eu ainda sentia muita dor pelo corpo,
dor no abdômen, a minha pele parecia estar sendo esticada, de tanta
dor que eu sentia as minhas costas queimavam. Eu passei a pior
noite de toda a minha vida. Quando eu acordei, o dia estava
chuvoso, ainda tentei me levantar com maior dificuldade quando
ouço meu telefone tocar. Corri e atendi já com o coração na mão e
respirei fundo.
— Sim, Valentina, é que tentei falar com você ontem, mas eu não
consegui. E aí acabou que liguei lá na empresa onde você trabalha,
também não consegui falar com você, falaram que você sofreu um
acidente. Você está bem?
— É melhor você vir no hospital, a sua mãe não está nada bem e
é melhor você vir o mais rápido possível.
— Me ajude…
— Não, claro que não. Mamãe pelo amor de Deus não me deixa
eu preciso de você nesse momento e não faça isso comigo por favor
não me abandone. Eu chorei ali desesperadamente e sinto o meu
corpo mole e a dor no peito e cai.
— Mas estava tudo tão bem, ela disse que ia fazer alguns
exames, você mesmo me disse isso doutor e depois você ia liberá-la
e terminar o tratamento em casa.
— Sim, mas depois que ela recebeu uma visita que ela ficou
assim.
Mesmo sem forças. Eu subi com ele. E quando nós chegamos ele
disse:
— E o meu pai.
— Fique tranquilo porque não vai rolar nada para você. Mas eu
preciso dar um corretivo nele. Quanto você quer para me ajudar?
— Tá aí o doido.
— Segura firme porque você matou a minha mãe seu doente. Ela
morreu por sua culpa.
— Ela foi com meu pai ao hospital. Ela fez a situação da minha mãe
piorar. Você não sabe da metade do que ela é capaz.
— Eu não fiz nada, Enzo. Eu juro para você que eu não fiz nada. Eu
sou uma vítima e veja como ela é violenta e está com ciúmes de
você rico. Essa é a verdade. Cecilia chorava e contava a versão
dela. — Ela me empurrou e me jogou
da escada e agora está dizendo que fui lá. Eu não fui em lugar
nenhum. E fora que você estava no hospital comigo. Você sabe que
eu não seria capaz disso.
— Ela está inventando Enzo, você sabe muito bem do que ela é
capaz. Ela me empurrou da escada e agora está inventando isso. Ela
é louca. Essa mulher é capaz de tudo. Estava transtornada e
chorando com a mão na barriga. — Você que é mentirosa. Você
matou a minha mãe Cecília você foi capaz de tirar a vida de pessoas
inocentes como o meu bebê e minha mãe. Eu perdi o meu bebê, eu
perdi a minha mãe, tudo por sua culpa e você tem que pagar por
isso.
Eu saio
daquele lugar sujo arrasada, eu não queria machucar ninguém e
muito menos o meu pai, eu estava arrasada ao saber do que ouve
com a minha mãe e quando eu chego em casa e vejo que ele estava
com ela tudo desabou.
Eu saí indignada da casa sem olhar para trás e ele ainda gritou.
— Noah, eu não posso falar agora, eu não estou bem, eu perdi tudo.
Eu vi cada gesto deles, cada gesto que ele fazia e que ela ainda ria,
debochando de mim. A minha mãe se foi, eu estou sozinha,
caminhando pela chuva.
E eu, ainda que meio acordando, olhei para ele com o corpo ainda
todo dolorido e disse em meios gemidos:
— Eu sei o que você está passando. Já passei por algo assim. Mas
tente não pensar nisso. E todas às vezes que você lembrar, você vai
chorar. É natural. Ele perdeu alguém, mas não quis me dizer e eu
fiquei olhando— Quando a dor da perda é uma das mais difíceis de
você esquecer e passar não tão fácil. E as pessoas sempre dizem
para gente, você vai esquecer, você precisa esquecer, mas não é
fácil. E eu vou estar aqui do seu lado sempre que você precisar.
Segurou a minha mão e me colocando a fruta na boca e riu. — E
você pode ficar aqui em casa o tempo que for necessário para você
se curar e para você esquecer tudo que você está passando. Mas
agora você vai comer e nós vamos conversar sobre trabalho.
— Eu te agradeço por tudo que tem feito por mim. E não tem como
agradecer.
Carol disse que ela estava muito bem, que ela não queria falar
comigo, que ela nem queria ouvir falar o meu nome. E eu fiquei
preocupada com ela, desesperado, sem saber por onde ela andava.
Ela simplesmente saiu, sem dizer adeus.
E quando chego na empresa, eu ouço a Carol dizer sobre o enterro
da mãe dela e não acreditei, ela deixou passar todo esse tempo.
— E amanhã Sandra e ela está bem vai ser no cemitério são Luiz.
Elas conversavam e eu corro para o escritório e encomendo uma
coroa de flores e eu sabia que tinha que ir, algo me cobrava. Eu não
ia conseguir ir sozinho. E quando eu cheguei, eu dei de cara com
ele. Eu ainda o vejo de novo e vi que ele chorava nos braços dele e
acariciando os cabelos dela. Então ela estava com ele esse tempo
todinho.
Eu senti raiva da cena que vi, senti vontade de voar no pescoço dele
e acabar com aquela palhaçada.
Mas eu não podia, afinal ela escolheu, ela quis assim, ela quis estar
com ele e não comigo. Eu cheguei, me aproximei e olhei bem nos
olhos dela, com toda raiva, com toda aflição que eu estava sentindo.
— Não faço questão de brigar com você, hoje. Eu disse com raiva.
— Quem é você, Enzo, para falar com qualquer coisa? E o que a sua
namoradinha faz aqui? Você deveria ter vergonha.
— Porque eu não me lembro de ter convidado vocês.
Eu saí sem olhar para trás, mas com muita raiva do que vi.
Eu estive do lado
dela o tempo todo e uma boa garota e depois do que passou ela
precisava de um ombro amigo. Eu vi quando ele chegou e para
provocá-lo eu abracei mesmo a Valentina, ele merecia passar raiva
pelas coisas que fez com ela. E se depender de mim ela ficará
comigo.
- Noah, você não existe. Mas eu vou aceitar, não quero ficar sozinha.
Eu não queria que parecesse vingança, mas ele está sendo o pior
dos homens com ela e eu me levanto indo até à porta, eu não queria
que ela ouvisse.
— Mas não acho que ele merece um empreendimento como esse e
acho que devemos pensar.
— Você está louca, você não pode fazer isso. Olha para mim,
Valentina, vamos conversar. Ele tenta me segurar o braço. — Olha
para mim, volta para casa, chega disso, vamos conversar. Nós dois,
de frente a frente.
— Eu não quero mais saber de nada, eu não quero mais lembrar que
um dia eu estive casada com você. Quando eu disse isso, eu saí
para o quarto e vi que ele me puxou com toda força. Arrancou a
gravata dele e me puxou, me levando para o canto do quarto.
Ela começou a
dizer aquelas barbaridades, jogando tudo na minha cara, como se eu
fosse um nada para ela, como se eu nunca tivesse existido e que eu
tivesse sido apenas uma conta bancária para pagar suas dívidas, as
suas contas, era isso. Me senti um lixo naquele momento, quando
ela olhou dentro dos meus olhos, sem gaguejar, e disse que não
tinha sentimentos por mim. Eu não acredito. Depois de tudo isso que
vivemos dos nossos momentos juntos, eu não acredito que não teve
sentimentos. Quando eu a toco, é como se eu sentisse a pele dela
queimar, eu vejo os olhos dela lacrimejar, eu sinto o amor vim da
pele sair pelos poros, e agora ela vem com essa história, não
acredito. Ela ali sentada na minha frente, amarrada, e eu disse
novamente.
— Você nunca me amou, essa foi a verdade.
— Nunca foi amor, Enzo, e sim um contrato.
Quando ela disse isso, eu queria tirar a prova e ver se era verdade,
porque se ela não me amou, ela não vai sentir nada. Eu me
aproximei dela, passei a mão em seus cabelos, os meus olhos
lacrimejados de lágrimas, eu quase chorando, e eu senti que eu ia
morrer ali naquele momento. Eu estava em pedaços, como se eu
estivesse perdendo a minha própria vida, e eu a beijei, sugando
todos os lábios, e todo o ar do seu pulmão, sentindo o gosto da sua
boca.
— Não consigo. Eu não podia deixar ela sair sem tentar a última
carta que eu tinha.
Eu corri e falei com a minha avó. Ela ainda sabia de tudo que estava
se passando e não ia deixá-la sair sem antes dizer tudo. — Ela
acabou de assinar o divórcio, vó.
Eu vi nos olhos dela, quando ela disse adeus à minha vó, que ela
quase chorou, ela segurou as lágrimas. Eu sei o quanto ela está
sofrendo, mas eu também sei o quanto eu estou sofrendo. Eu sou
muito egoísta, mas eu não quero perdê-la. Ela simplesmente
balançou a cabeça e disse:
— Adeus vó, obrigada por tudo. Ela jogou o telefone em cima do sofá
e ela saiu. Quando ela saiu, eu não suportei, eu não suportei saber
que ela estava indo e eu corri até o elevador e ela já tinha descido,
eu corri atrás dela. Eu queria impedi-la de me dizer adeus, eu queria
estar com ela e eu ia implorar e dizer o quanto eu a quero na minha
vida. E quando eu chego na portaria, eu a vejo abraçando-o e entra
no carro e eu fiquei ali parado, destruído olhando que ela me deixou
e foi embora com ele.
Eu saí de lá
arrasada, com o coração explodindo, infeliz, triste, porque eu sabia o
que eu estava fazendo. Não eram coisas que eu queria fazer, mas a
minha mente me fez fazer, porque seria o melhor para mim. Enzo só
me trouxe infelicidade, eu fui infeliz com ele. Aconteceu coisas
horríveis em minha vida, eu perdi o meu filho, a minha mãe, eu perdi
a dignidade, eu fui humilhada. E agora eu preciso me recuperar, eu
preciso me achar novamente. Eu olho para o Noah do meu lado, ele
é um grande homem, mas não é o homem que eu quero. Eu quero
ficar sozinha, eu preciso de mim. Ele segurou a minha mão e sorriu.
— Eu estou aqui, para o que der e vier. Isso tudo vai passar e
quando você olhar para trás, você vai dar um grande sorriso e vai
dizer para mim, tinha razão, Noah, entendeu? Ele era carinhoso e
me fazia bem. — Então, olhe para frente e eu vou te ajudar.
— Eu quero recomeçar a minha vida, eu quero recomeçar do nada.
Eu não quero te magoar, eu gosto muito de você, mas eu não posso
me envolver com ninguém nesse momento. E eu sei que você está
me ajudando com segundas intenções.
— Por que você acha isso?
— Porque Enzo disse que você não vale nada e que ele desfez a
sociedade com vocês, porque estavam trapaceando.
— Não foi bem assim, Valentina, o que aconteceu. As coisas entre
nós é muito mais do que isso, mas ele preferiu ficar com a empresa
da família da Cecília, essa foi a verdade. Ele não quer dizer isso,
mas essa foi a verdade. Mas a gente já tem projetos novos e quanto
aos projetos que ele tem, nós temos outros. Você sabia que a ideia
de implantar os modelos de vestido de noivas e moda com as joias
foi da minha família, da nossa empresa? Ele começou a contar tudo
de outro jeito. — Eles roubaram a nossa ideia, mas eu também não
vou brigar por isso. O meu pai simplesmente tirou as nossas joias lá
da empresa dele e nós recomeçamos a nossa, sem eles. Realmente,
nós tivemos um prejuízo muito grande quando a gente desfez a
sociedade com eles, mas nós recomeçamos. E hoje nós estamos
num segmento diferente, nós estamos fabricando nossas joias, e
eles não apenas desenham. Eu fiquei olhando e percebi ter muita
coisa que eu não sabia. — Já o Enzo mexe com roupas e outros
segmentos e misturou a joia.
— Ele tem ótimos projetos, ele entende bem as cores e foi assim que
comecei a trabalhar lá e eles me tiraram dos desenhos para ficar nas
cores e paletas de tecidos.
— Mas eu sei que você tem um portfólio de joias, e maravilhoso.
— Como você sabe. Porque foi apresentado uma vez na reunião e
ele não aceitou.
Quando ele disse isso, não acreditei e fiquei me lembrando da
conversa com o meu chefe depois dessa reunião.
— Meu pai adorou o seu portfólio. Podemos acrescentar no nosso
portfólio e fazemos uma grande equipe, o que você acha? E assim
você recomeça a sua vida. E outra coisa, eu vou te ajudar a arrumar
um apartamento e terá sua própria vida. E assim você não vai
depender de homem nenhum e eu não vou ficar te atrapalhando. E
quantas segundas intenções. Ele sorriu. — Realmente eu tenho
segundas intenções. Quem não teria? Você é uma mulher
maravilhosa.
— Mentiroso, você é especial em minha vida.
— Então vamos jantar e assim a gente conversa sobre o trabalho. E
posso te pedir um favor? Ele disse sorrindo.
— Sim. E todos os favores.
— Então não chore mais. Tente deixar o Enzo lá atrás e recomeçar.
— Eu prometo que farei o possível. Mas vou viajar e depois vamos
trabalhar juntos. Eu preciso colocar as minhas ideias em ordem e
fazer com que todo o meu passado não venha me magoar.
— Você merece esse tempo sozinha, Valentina. E eu estarei aqui à
sua espera.
E um adeus Enzo, eu quero a minha vida de volta.
Ela se foi com ele
e não vou mentir, eu estou arrasado em ver que se foi com outro e
um sentimento de perda. E, por que deixei acontecer?
Ele já tem planos prontos e um deles era tirá-la de mim não só, da
minha vida, mas do trabalho também. Eu sabia o que ele queria. E
ele estava conseguindo porque eu sou um grande idiota. Eu deixei-
me levar por tudo isso. E mesmo sem lembrar de cada palavra do
passado, de tudo que aconteceu entre nós dois, eu tenho grandes
recordações dos nossos momentos. Dos momentos que fomos ao
parque, e tentou me fazer lembrar, me lembrar de que ela é o amor
da minha vida. Quando ela segurou a minha mão embaixo da chuva,
nós dois ali esperando o táxi, ela balançou a cabeça e disse:
" Você sabia que isso já tinha acontecido?”
É porque eu não consegui lembrar de tudo aquilo? E quando eu
estive doente, ela esteve ao meu lado me apoiou no
empreendimento das noivas. Ela me ajudou a escolher cada cor,
cada pedra para cada vestido, para cada noiva. E eu deixei que tudo
isso acabasse. Por quê? Porque eu sou um grande idiota.
— Enzo, que bom que você já acordou e fiquei sabendo que você
já recuperou a sua memória e que agora você é o antigo Enzo. E
cheio de graça meu sócio se acha. — Parabéns e seja bem-vindo a
realidade.
— Impossível você não achar? Foi por isso que descobri toda a
verdade, mas eu te desejo boa sorte Enzo Moretti.
— Você disse bem, eu larguei tudo para ficar com as suas mentiras e
não com você, porque você mentiu para mim desde o primeiro
momento. Você deveria ter dito a verdade fora daqui, Cecília.
— Que bom que vocês chegaram. Assim vocês veem quem é essa
Cecília, a Nora que você tanto adora mamãe. Eu não parei estava
irritado com tudo e depois que a minha memória voltou as dores
estavam piores. — Ela me atropelou, ela armou tudo para me
separar da Valentina, ela fez tudo isso, ela empurrou a Valentina, ela
fez toda a maldade. Essa é a Nora que você quer para você, não é
mesmo mamãe? Eu andei me segurando naquela cama irritado com
ela. — É vovó, você tinha razão, ela era uma serpente. Eu não quero
ouvir você, Cecília, não quero falar com você.
— Olha Cecília, eu quero que você saia daquela porta e nunca mais
olhe para mim, mas por tudo que a sua família
representa a minha família, eu vou deixar esse assunto quieto, mas
nunca mais se aproxime de mim, porque eu não quero mais falar
com você, nem ouvir a sua voz. Essa é a verdade, então fora da
minha vida, fora.
— Não, Enzo, por favor, não faça isso. Eu não me lembro de nada
disso. Nada disso aconteceu, não é possível.
— Não, vó, não é nada disso. Ela disse tentando tocar a minha avó
que tirou a mão dela e a empurra. — Avó é uma merda, eu não sou
sua avó, nem nunca fui. Eu nunca gostei de você. É melhor você sair
à porta fora e sumir daqui, porque senão você vai sair no tapa. Eu
vou te dar uma surra.
— Calma Enzo, você precisa conversar com ela, vocês têm que se
entender.
— Eu não sei mais o que eu vou fazer, ela não me atende, não quer
falar comigo, eu preciso ver se eu preciso dela. Eu
fecho os olhos e me lembro do que eu disse para ela, a minha
cabeça latejava.
— Eu já percebi que não tem jeito mesmo, eu vou ter que eu andar
atrás da Valentina porque nem para buscar uma notícia dela você
prestou.
— Nossa, você voltou com toda a arrogância, esse é o meu irmão.
Seja bem-vindo ao mundo.
— Mas vamos ao que interessa ir embora. Me tire daqui que eu não
suporto esse cheiro.
Horas após discutir com ele que eu tinha que ficar em casa olhando
a parede, ele se foi depois de eu o convencer a me deixar no
escritório e eu fiquei aqui olhando a chuva. Sentado ali na minha
sala, olhei e me sinto sozinho, fechei os meus olhos, voltei naquele
final de tarde que eu a vi sorridente e eu aposto que foi quando ela
descobriu estar grávida ela pulava de alegria e eu olhava para mim
com olhar tão ingênuo, tão inocente. Quando a Cecilia chegou e
grudou em meu pescoço e beijou os meus lábios sorridentes e eu
olhei novamente ela simplesmente balançou a cabeça, é a amargura.
Que me corrói, mas é a culpa, a de saber que ela foi embora por
minha culpa.
Eu deixei isso tudo acontecer.
— Quer dizer que você não sabe onde ela está? Carol.
— Não, não sei e eu já disse ao Henrique.
— Eu vou descobrir e não adianta esconder. Então volte aos seus,
trabalho. E ela continuou ali me encarando. — E o que você continua
me olhando?
— Sério mesmo Henrique? Não estou a fim. Você veio aqui para
falar na minha cabeça. Eu não estou a fim de conversar e quero ficar
sozinho.
— Eu sei que você quer ficar sozinho. Mas você não pode se
entregar à solidão. Você sabia que a depressão mata.
— Não vou poder vovó e dizer para a mamãe que eu a amo, mas
não posso ir.
— Sim ela saiu da empresa, ela foi trabalhar em outro lugar. Mas
temos grandes profissionais aqui.
— Eu vou preciso lhe dizer algo, mas não conte que foi, eu por
favor. Ele ainda andou de um lado ao outro e me puxa. — Ela está
indo embora e o voo e hoje à noite.
— Que horas?
— As nove da noite e a Carol vai com ela, mas não diga que foi,
eu.
Quando ele disse isso eu olho no relógio e vejo que faltava pouco eu
desligo o telefone e corro o mais rápido que eu podia. Sai
atropelando todo mundo.
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