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DEGLUTIÇÃO DE RESPIRADORES ORAIS E NASAIS: AVALIAÇÃO


CLÍNICA FONOAUDIOLÓGICA E ELETROMIOGRÁFICA

Swallowing of oral and nose breathers:


speech-language and electromyography assessment
Tais Regina Hennig (1), Ana Maria Toniolo da Silva (2), Angela Ruviaro Busanelo (3),
Flávia Leães de Almeida (4), Luana Cristina Berwig (5), Luane de Moraes Boton (6)

RESUMO

Objetivo: avaliar e comparar a deglutição de sujeitos respiradores orais e nasais, por meio da avalia-
ção clínica e eletromiográfica dos músculos orbiculares orais, superior e inferior. Métodos: participa-
ram deste estudo 16 sujeitos na faixa etária de 6:8 a 10:10 distribuídos em dois grupos, um de respi-
radores orais e outro de respiradores nasais. Foram submetidos à avaliação clínica fonoaudiológica
e eletromiográfica de superfície. O exame fonoaudiológico contemplou as estruturas e funções do
sistema estomatognático, e a avaliação eletromiográfica consistiu na captação da atividade elétrica
dos músculos orbiculares orais, superior e inferior, durante as situações de isometria e de deglutição.
Da avaliação clínica consideraram-se somente os resultados referentes à deglutição, observando-se
a presença de ação labial e mentual, e de projeção lingual, as quais foram analisados de forma des-
critiva. Para análise estatística dos dados eletromiográficos, utilizou-se o Teste t para comparação
entre os grupos. A significância adotada foi de 5% (p < 0,05). Resultados: na avaliação clínica foram
observadas alterações na deglutição, sendo que 87,5% dos sujeitos respiradores orais apresentaram
ação labial, 75% ação mentual e 75% projeção lingual como características da deglutição adaptada,
enquanto que nenhum dos sujeitos respiradores nasais apresentou tais alterações. Na avaliação ele-
tromiográfica, verificou-se atividade muscular superior nos respiradores orais, em comparação aos
respiradores nasais, em ambos os músculos estudados com diferença estatisticamente significante.
Conclusão: concluiu-se que os respiradores orais apresentam alterações evidentes na função de
deglutição, verificadas por meio da avaliação clínica fonoaudiológica e da avaliação eletromiográfica,
quando comparados aos respiradores nasais.

DESCRITORES: Deglutição; Eletromiografia; Músculos Faciais; Respiração Bucal; Sistema


Estomatognático

(1)
Aluna do Curso de Graduação em Fonoaudiologia da Uni- „„ INTRODUÇÃO
versidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria,
RS.
(2)
Fonoaudióloga; Professora Associada do Departamento de
A função respiratória é a primeira estabelecida
Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Maria, ao nascimento, sendo vital para o organismo e deve
UFSM, Santa Maria, RS; Doutora em Ciências dos Distúr- ocorrer, preferencialmente, por via nasal para que o
bios da Comunicação Humana pela Universidade Federal ar seja purificado, filtrado e aquecido antes de che-
de São Paulo.
gar aos pulmões e assim, proteger as vias aéreas
(3)
Fonoaudióloga; Professora Substituta do Curso de Gra-
duação em Fonoaudiologia da Universidade Federal de
superiores e favorecer a oxigenação. Além disso,
Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS; Mestre em Distúr- a respiração nasal caracteriza-se como fundamen-
bios da Comunicação Humana pela Universidade Federal
de Santa Maria.
(4)
Fonoaudióloga; Fonoaudióloga do Município de Manoel (6)
Fonoaudióloga da Associação de Pais e Amigos dos
Viana, RS; Mestranda em Distúrbios da Comunicação Excepcionais, APAE, Cacequi, RS; Mestranda em Distúr-
Humana pela Universidade Federal de Santa Maria. bios da Comunicação Humana pela Universidade Federal
(5)
Aluna do curso de Graduação em Fonoaudiologia da Univer- de Santa Maria.
sidade Federal de Santa Maria, UFSM, Santa Maria, RS. Conflito de interesses: inexistente

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tal para o crescimento e desenvolvimento adequa- desenvolvido no Laboratório de Motricidade Oral do
dos do complexo craniofacial do indivíduo e o bom Serviço de Atendimento Fonoaudiológico (SAF) da
funcionamento das demais funções estomatogná- instituição de origem.
ticas 1-5. Para compor a amostra do estudo, foram triados
O indivíduo que apresentar algum impedimento 306 sujeitos de primeira a quinta série do ensino
neste processo adotará o padrão oral ou oronasal fundamental de escolas públicas do município de
de respiração, podendo ter causa orgânica ou não- Santa Maria – RS, os quais foram separados em
orgânica (este último também denominado funcio- grupo de estudo (GE) e grupo de controle (GC),
nal ou vicioso). Quando orgânico, pode ter como conforme os critérios de inclusão e de exclusão.
causas hipertrofia das tonsilas, faríngea e/ou pala- Os sujeitos deveriam ter, obrigatoriamente, idade
tina, desvio de septo, corpo estranho, tumores, póli- entre 6 e 11 anos, além de respeitar os seguintes
pos, fraturas, atresias, conchas nasais hipertróficas, critérios de inclusão: respiração oral viciosa para
rinite crônica, entre outros. Já a respiração viciosa, compor o GE; e ausência de respiração mista ou
poderá ocorrer por resfriados, hábitos orais, resul- predominantemente oral para o GC. Como critérios
tante de fatores orgânicos reparados, ou ainda por de exclusão, ambos os grupos não poderiam ter
flacidez dos músculos faciais e mastigatórios 6. recebido tratamento fonoaudiológico e apresentar
Alterações craniofaciais e dentárias, dos órgãos sinais evidentes de comprometimento neurológico;
fonoarticulatórios e das funções orais, e, em alguns e, exclusivamente para o GE, apresentar alteração
casos, alterações corporais são características oclusal significativa que não permitisse o veda-
comumente encontradas na respiração oral 5-12. mento labial espontâneo.
Dentre as funções orais que poderão estar alte- Dos 306 sujeitos avaliados inicialmente, 151 não
radas, tem-se a deglutição, uma vez que estes se adequaram aos critérios da pesquisa, 96 aten-
pacientes tendem a apresentar flacidez e alteração deram aos critérios do GC e 59 aos critérios do GE.
de posição habitual das estruturas orofaciais devido Apenas os responsáveis de 36 sujeitos interessa-
ao uso inadequado das mesmas 9,10,12-15. ram-se e autorizaram a participação no estudo.
Sendo assim, estas alterações poderão deter- Os sujeitos selecionados realizaram avaliação
minar a ocorrência de anormalidades na deglutição fonoaudiológica, ortodôntica e otorrinolaringológica,
como interposição lingual, presença de contração para a comprovação da adequação efetiva dos cri-
da musculatura periorbicular, diminuição da contra- térios pré-estabelecidos. Após essas avaliações,
ção do masseter, contração do músculo mentual, 16 sujeitos alcançaram a etapa final do estudo, oito
interposição de lábio inferior, movimento de cabeça, no GE e oito no GC, ambos os grupos com cinco
ruídos e presença de resíduos alimentares após a sujeitos do sexo feminino e três do masculino, na
deglutição 9,16. faixa etária de 6:8 – 10:10. Com a finalidade de
A avaliação das estruturas e funções do sistema atingir os objetivos iniciais, os mesmos foram então
estomatognático (SE), inclusive da deglutição, submetidos à avaliação clínica fonoaudiológica e
ainda é realizada de forma subjetiva. Entretanto, eletromiográfica.
os avanços e estudos científicos têm possibilitado
A avaliação fonoaudiológica contemplou o
complementar a avaliação clínica por meio de
exame do SE – estruturas e funções, no que diz
exames objetivos, como a eletromiografia (EMG)
respeito à morfologia extra (lábios, bochechas,
de superfície. A EMG estuda os sinais elétricos
mandíbula, crânio/face e ATM) e intra-oral (língua
emanados pelos músculos no momento da contra-
e palato duro e mole), e as funções de sucção,
ção muscular 17, auxiliando na avaliação, no diag-
mastigação, deglutição, respiração e fala. Desta
nóstico e no tratamento fonoaudiológico de forma
etapa, foram analisadas exclusivamente as variá-
fidedigna 18-20.
veis: ação labial, ação mentual e a projeção lingual
Assim, este trabalho justifica-se pela importân- durante a deglutição, por caracterizarem a função
cia da relação entre dados subjetivos e objetivos, como alterada.
e propõe-se avaliar e comparar a deglutição de
A avaliação eletromiográfica consistiu na capta-
sujeitos respiradores orais e nasais por meio da
ção da atividade elétrica dos músculos orbiculares
avaliação clínica fonoaudiológica e eletromiográfica
orais, superior (OS) e inferior (OI), durante as situa-
dos músculos orbiculares orais, superior e inferior.
ções de isometria e de deglutição. A isometria (con-
tração voluntária máxima – CVM) foi realizada para
„„ MÉTODOS posterior normalização dos resultados e adotou-se
como padrão para tal, a compressão recíproca dos
Esse trabalho apresenta caráter observacional, lábios com dentes ocluídos por 5 segundos para
transversal e retrospectivo, sendo realizado com evitar a fadiga muscular 21. A deglutição foi ava-
base no banco de dados de um projeto de pesquisa liada durante a ingesta de quatro goles seriados

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de líquido (água), durante aproximadamente 15 amplitude caracterizado como 100%. Este estudo
segundos, realizados sob comando 22. calculou os valores normalizados com base na
Durante as coletas, os sujeitos permaneceram média da CVM dos músculos orbiculares superior e
sentados, em posição confortável, orientados pelo inferior das crianças respiradoras nasais 24.
Plano Frankfurt e com olhos abertos, sendo realiza- O presente estudo foi registrado e aprovado no
das pelo menos três coletas para cada um dos tes- Comitê de Ética em Pesquisa da instituição de ori-
tes em busca do melhor sinal eletromiográfico 23,24. gem sob o n° 0067.0.243.000-06.
Segundo a padronização internacional 24, para a Os dados clínicos foram analisados de forma
captação do sinal eletromiográfico, foram utilizados descritiva e para análise estatística dos dados ele-
pré-amplificadores ativos com entrada diferencial tromiográficos, foi realizado o teste de normalidade
(Lynx Tecnologia Eletrônica ltda.), ligados a eletro- Shapiro-Wilks, sendo aplicado, para comparação
dos de Ag/AgCl do tipo DOUBLE (Hal Indústria e do GE com o GC, o Teste t. A significância adotada
Comércio ltda.). Os eletrodos possuíam formato de foi de 5% (p < 0,05).
disco, distância fixa de 20 mm entre os mesmos, 10
mm de diâmetro e 2 mm de superfície de contato, „„ RESULTADOS
gel condutor em quantidade fixa e estabelecida pelo
fabricante, ganho de 20X, impedância de entrada
Os resultados das avaliações clínica fonoau-
de 10 GΩ e taxa de rejeição de modo comum
diológica e eletromiográfica dos músculos orbi-
de > 100 dB. A colocação dos eletrodos baseou-se
culares orais, superior e inferior, durante a deglu-
no proposto pela literatura 17,24 e, para evitar interfe-
tição são apresentados na Tabela 1 e Tabela 2,
rências eletromiográficas, foi colocado um eletrodo
respectivamente.
de referência na testa do sujeito. Para diminuir a
interferência da impedância oferecida pela pele 24, a
mesma foi previamente preparada realizando-se a „„ DISCUSSÃO
limpeza nos locais de colocação dos eletrodos com
álcool etílico 70% e algodão. O local das coletas 24 Como resultados da avaliação clínica fonoaudio-
teve o chão revestido por material emborrachado e lógica da deglutição, observou-se que nenhum dos
tomou-se o cuidado de distanciar e desligar equi- oito sujeitos respiradores nasais apresentou alte-
pamentos que pudessem interferir eletromagnetica- rações na deglutição, considerando-se interposi-
mente no exame. ção lingual, presença de contração da musculatura
Os sinais eletromiográficos foram condicionados periorbicular, diminuição da contração do masseter,
e amplificados utilizando o equipamento EMG 1200 contração do músculo mentual, interposição de
(Lynx Tecnologia ltda.), com oito canais de entrada, lábio inferior, movimento de cabeça, ruídos e pre-
conversor A/D de 16 bits e faixa de entrada de sença de resíduos alimentares após a deglutição.
+/-2V. Foi utilizado filtro do tipo Butterworth com fre- Quanto aos sujeitos respiradores orais, sete apre-
quência de corte passa alto de 10Hz e passa baixo sentaram ação labial, seis tiveram ação mentual e
1000Hz. Os sinais foram coletados pelo Software seis projeção lingual (Tabela 1).
BioInspector 1.8. (Lynx), quantificados em root- Na avaliação eletromiográfica dos músculos
mean-square (RMS), expressos em µV (microvolts) orbiculares orais durante a deglutição (Tabela 2),
e salvos em computador portátil sem conexão com verificou-se atividade muscular superior nos res-
a rede elétrica. piradores orais em comparação aos respiradores
Após levantamento dos dados eletromiográfi- nasais, em ambos os músculos estudados, com
cos, foi realizada a escolha qualitativa do melhor diferença estatisticamente significante (p < 0,05).
sinal, quando se considerou o sinal com menor Na respiração oral, em virtude das inúmeras
interferência de ruído, para posterior análise quan- alterações estruturais, ocorrem também alterações
titativa 24. Para a análise quantitativa dos mesmos, funcionais, como a deglutição adaptada, e esta
o sinal foi processado em RMS através do Software pode ser caracterizada pela ação labial, ação men-
AqDAnalysis 7.0 (Lynx). tual e projeção lingual 9,10,12-15.
Em virtude da sensibilidade do sinal eletromio- A projeção lingual ocorre devido à diminuição
gráfico aos fatores intrínsecos e extrínsecos, a nor- de tônus e à postura rebaixada de língua, eviden-
malização do sinal eletromiográfico foi necessária ciadas no respirador oral. Na tentativa de corrigir
para possibilitar a comparação adequada entre estas alterações, a musculatura perioral, incluindo
sujeitos, músculos e aquisições 17,20,23-25. músculos orbiculares orais e mentual, atuará de
A técnica de normalização remeteu à transfor- forma mais ativa objetivando restabelecer o sela-
mação dos valores absolutos da amplitude (μV) mento labial necessário para a adequação da res-
em valores relativos, referentes a um valor de piração 9,12,15,25.

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Tabela 1 – Distribuição dos valores absolutos e relativos quanto às variáveis consideradas na
avaliação clínica fonoaudiológica da deglutição no grupo estudo (n=8)

RO
Variáveis
N %
Ação labial 7 87,5
Ação mentual 6 75
Projeção lingual 6 75
Legenda: RO – respiradores orais viciosos.

Tabela 2 – Médias da atividade muscular dos orbiculares orais, superior e inferior, durante a deglutição
nos sujeitos respiradores orais viciosos e nasais

RN RO
p
Média (DP) Média (DP)
OS 8,24 (6,28) 23,83 (12,12) 0,00608*
Deglutição
OI 8,64 (5,59) 34,44 (17,08) 0,00117*
Legenda: RN – respiradores nasais, RO – respiradores orais viciosos, DP – desvio padrão, OS – músculo orbicular superior, OI –
músculo orbicular inferior.
* Significância pelo Teste t (p < 0,05)

Verificou-se, concordando com a literatura 9, que sujeitos, esta musculatura desempenha maior
a maioria dos sujeitos com respiração oral deste esforço na realização do selamento labial.
estudo apresentou ação labial, ação mentual e pro- O maior esforço para manter o selamento labial
jeção lingual durante a deglutição, caracterizando a relaciona-se com a postura separada dos mes-
função como alterada, o que não foi observado nos mos, a qual os respiradores orais estão habituados.
respiradores nasais. É decorrente, também, da hipotonicidade labial,
A participação compensatória da muscula- encurtamento do lábio superior e eversão do lábio
tura perioral, incluindo músculos orbiculares orais inferior, determinados pela hipofuncionalidade de
e mentual, durante a deglutição representa uma ambos os lábios nesses sujeitos para permitir a
forma de adaptação do SE às alterações morfoló- passagem de ar pela boca 8,9,11,12,15,27,29. A literatura
gicas decorrentes da respiração oral, uma vez que relata que a atividade elétrica dos músculos ava-
a musculatura mastigatória não desempenha a ati- liados está mais relacionada com a competência
vidade muscular necessária para realização desta labial do que com a existência de má oclusão 19.
função 13,25,26. Comparando-se a atividade muscular entre os
Além das alterações clínicas da deglutição músculos orbiculares orais, observou-se, neste
observadas neste estudo, também foram encontra- estudo, que o orbicular inferior foi mais ativo do que
das alterações na avaliação eletromiográfica desta o correspondente superior, desempenhando maior
função. Por meio desta avaliação objetiva, verificou- atividade muscular durante a deglutição nos sujei-
se maior atividade dos músculos orbiculares orais tos com respiração oral. Este aumento da atividade
nos sujeitos respiradores orais quando comparados muscular do orbicular inferior pode ocorrer devido à
aos respiradores nasais, inclusive com diferença atuação conjunta do músculo mentual, objetivando
estatisticamente significante, o que vai ao encontro compensar a hipofuncionalidade verificada nos res-
dos achados da literatura 27. piradores orais 26.
A atividade elétrica aumentada dessa muscula- Apesar da discordância sobre a predominân-
tura, nos respiradores orais, é confirmada por estu- cia do músculo orbicular inferior sobre o superior
dos que mostram que a atividade dos orbiculares durante a deglutição de respiradores orais 29, sabe-
orais é maior, inclusive no repouso, objetivando se que nas demais funções do SE também pode
manter o contato labial, uma vez que o contato haver, assim como na deglutição, padrão mais ativo
entre os lábios é fundamental para que esta função no orbicular inferior, visto que a atividade muscular
ocorra 28. nessas funções seria semelhante, já que utilizam as
A maior atividade elétrica dos músculos avalia- mesmas estruturas 18.
dos nos respiradores orais, quando comparados Deste modo, o desequilíbrio anatômico e funcio-
com os respiradores nasais, sugere que, nestes nal existente nos respiradores orais determina uma

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série de alterações durante a função de deglutição, piradores orais apresentou alteração da degluti-
verificadas por meio da avaliação clínica fonoau- ção com presença de ação labial, ação mentual
diológica, além do padrão alterado de atividade e projeção lingual enquanto que os respirado-
muscular dos músculos orbiculares orais, superior e res nasais não apresentaram nenhuma dessas
inferior, por meio da EMG. alterações.
–– Na avaliação eletromiográfica a atividade mus-
„„ CONCLUSÃO cular nos respiradores orais foi superior em com-
paração aos respiradores nasais, em ambos os
A partir desse estudo, conclui-se que: músculos estudados, com diferença estatistica-
–– Na avaliação clínica a maioria dos sujeitos res- mente significante.

ABSTRACT

Purpose: to evaluate and compare the swallowing of mouth and nose breathers through of speech-
language and electromyography evaluation concerning the orbicularis oris muscles, and lower and
upper lips. Methods: 16 subjects aged 6:8 – 10:10 and divided on two groups participated in this
study, one with mouth and another one with nose breathers. Both groups were submitted to clinical
and surface electromyography evaluation. The speech-language evaluation contemplated the exam
of the structures and functions of the stomatognathic system. The electromyography evaluation
consisted of the captivation of the electrical activity at the orbicularis oris muscles, and lower and
upper lips, during isometry and swallowing situations. In the clinical results were considered only
the swallowing variables. Therefore, our study could observe the presence of labial and mentalis
action and tongue projection, that were analyzed in a descriptive form. The statistical analysis of the
electromyography results was done through the t test in order to compare the groups. The statistical
considered significance was 5% (p<0.05). Results: in the clinical evaluation it was verified that any of
the nose breathers showed atypical swallowing characteris­tics while 7 (87.5%) of the mouth breathers
showed labial action, 6 (75%) showed mentalis action and 6 (75%) showed tongue projection. In
the electromyography evaluation, a higher muscular activity was verified, in the mouth breathers,
when comparing to the nose breathers, in both lips, with a statistical significance. Conclusions:
in this study it was verified that mouth breathers showed significant alterations in the swallowing
functions when compared to the nose breathers that were observed through a clinical examination
and electromyography evaluation.

KEYWORDS: Deglutition; Electromyography; Facial Muscles; Mouth Breathing; Stomatognathic


System

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DOI: 10.1590/S1516-18462009005000046
RECEBIDO EM: 19/12/2008
ACEITO EM: 18/06/2009

Endereço para correspondência:


Tais Regina Hennig
Rua Marechal Floriano Peixoto, 1408 ap. 302
Santa Maria – RS
CEP: 97015-372
E-mail: [email protected]

Rev. CEFAC. 2009 Out-Dez; 11(4):618-623

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