Apostila - Curso Classificação de Sondaegm - OUT-2019
Apostila - Curso Classificação de Sondaegm - OUT-2019
Apostila - Curso Classificação de Sondaegm - OUT-2019
1
CURSO CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGEM
Geól. Ivan José Delatim, MSc
Programa do Curso:
1. Bibliografia:
2. A importância da investigação para o conhecimento do arcabouço geológico.
3. Métodos de Investigação – Sondagens: Trado, Percussão, Rotativa e Mista.
4. A apresentação dos resultados das investigações – Breve histórico.
5. Perfis Individuais de Sondagens – Não conformidades.
6. A Classificação do Solo:
a. Caracterização / Classificação
b. Classificação Tátil-visual:
c. Análise granulométrica
d. Fração dos Solos
e. Critérios para Identificação das Frações dos Solos
f. Resistência do Solo – SPT
g. A cor dos Solos
h. Gênese dos Solos / horizontes geológicos
7. Aula Prática.
2
Sumário
1. Introdução ..............................................................................................................................4
2. CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS: ..................................................................................................5
2.1. Análise Granulométrica - As Frações dos Solos. ............................................................5
2.1.1. Solos Finos: .....................................................................................................................6
2.1.2. Solos Grossos: .................................................................................................................7
2.2. Identificação Visual e Tátil do Solo. ...............................................................................8
2.3. Critérios para identificação da fração do Solo: ..............................................................9
2.4. Resistência dos Solos - Consistência e Compacidade. .................................................13
2.5. A cor do solo. ................................................................................................................15
2.6. Classificação Genética: .................................................................................................16
2.6.1. Aterro ............................................................................................................................17
2.6.2. Coluvio / Elúvio. ............................................................................................................17
2.6.3. Tálus ..............................................................................................................................18
2.6.4. Aluviões.........................................................................................................................19
2.6.5. Terraços Aluvionares ....................................................................................................19
2.6.6. Sedimentos Terciários ..................................................................................................20
2.6.7. Solos “in situ” ou Residuais ..........................................................................................20
2.7. Aula Prática ..................................................................................................................22
3. A CLASSIFICAÇÃO DOS TESTEMUNHOS DE ROCHAS............................................................23
3.1. Recuperação .................................................................................................................23
3.2. Classificação Geológica – (identificação genética ou Litológica) .................................24
3.3. Grau de Alteração ........................................................................................................28
3.4. Grau de Coerência ........................................................................................................29
3.5. Grau de Fraturamento .................................................................................................31
3.6. Índice de Qualidade da Rocha – IQR / RQD .................................................................32
3.7. Condição das Descontinuidades ..................................................................................34
3.8. Condutividade Hidráulica .............................................................................................39
3.9. Aula Prática ..................................................................................................................42
ANEXOS.........................................................................................................................................43
3
CURSO CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGEM
Geól. Ivan José Delatim, MSc
1. Introdução
O curso Classificação de Sondagem tem por objetivo auxiliar geólogos, engenheiros
geotécnicos e técnicos de geologia e de mecânica de solos a apresentar uma
descrição/classificação para amostras de solos e rochas provenientes de sondagens mecânicas
(trado, percussão, rotativa e mista), para a apresentação em perfis individuais de sondagens.
Todo projeto de engenharia inicia-se pelo conhecimento das condições geológicas da
área onde se pretende implantar uma obra civil. O nível do conhecimento geológico exigido
está diretamente ligado ao grau de complexidade do projeto. Como ponto de partida para o
conhecimento do subsolo, as sondagens diretas (trado, percussão, rotativa e mista) são,
indiscutivelmente, as investigações mais rápidas e de menores custos para obtermos
informações da geologia local.
O resultado de uma sondagem é apresentado na forma de um “Perfil Individual de
Sondagem”, ou “Log” como também é conhecido e deve representar um diagnóstico das
condições geológico-geotécnicas do local em estudo.
Nele devem estar apresentados os dados referentes à sua identificação geográfica
(coordenadas e cotas), nome do cliente, número da sondagem, posicionamento do lençol
freático, resistência do solo (para as sondagens a percussão e mistas), parâmetros geotécnicos
e hidrogeológicos (sondagens rotativas e mistas) e a descrição dos materiais atravessados,
necessários para compreensão das características do maciço terroso ou rochoso.
As amostras de solos e rochas coletadas nas sondagens, representam parte de um
contexto geológico maior que precisa ser interpretado. Não basta identificar um horizonte só
pelo aspecto granulométrico (fração do solo) é necessário identificar sua gênese.
Para cada tipo de obra, seja estrada, barragens, metro, pontes e até uma simples
edificação, há a necessidade de se conhecer os horizontes geológicos presentes, suas
caraterísticas como, profundidade das camadas, resistência, o posicionamento do nível de
água e demais aspectos que caracteriza o material sob uma perspectiva geológico-geotécnica,
que auxilie na identificação do comportamento dos materiais frente às solicitações a que
serão submetidos e, consequentemente, definir como será escavado e/ou tratado, para
receber uma obra de engenharia.
Diante do exposto a classificação dos materiais provenientes de sondagens é de
fundamental importância na definição dos parâmetros a serem utilizados nos diversos
estudos geotécnicos para a implantação de obras civis.
Estamos utilizando o termo classificação em substituição ao termo descrição, uma vez
que toda análise a ser realizada se baseia na “Classificação tátil-visual”, a qual conjuga a
identificação visual dos materiais, como o próprio nome diz, e o tato, a partir de
procedimentos para identificação das frações do solo e da qualidade da rocha. Trata-se de
uma classificação qualitativa.
Vale registrar que, do ponto de vista da engenharia, quando falamos de “classificação”
nos reportamos às classificações clássicas para os solos (therzaghi, MCT, SUCS, etc, cujas
4
determinações dependem de ensaios de laboratório) e as Classificações Geomecânicas de
Barton e Bieniawski para maciços rochosos.
Antes de qualquer discussão sobre a forma como são apresentadas as descrições dos
materiais, é preciso ressaltar que há uma Norma Brasileira que orienta como deve ser
apresentada a classificação das amostras de solo. Trata-se da NBR-6484/2001, que apresenta
no item 6.6 os procedimentos para identificação das amostras e elaboração do
perfil geológico-geotécnico da sondagem.
Partindo do princípio que, se já existem normas que orientam a realização dos serviços de
investigações, bem como a descrição dos solos provenientes desses serviços, a proposta desse
curso é propor uma metodologia e procedimentos de trabalho para descrição de amostras, em
conformidade com os critérios estabelecidos pelas Normas brasileiras e pelos manuais da ABGE,
largamente difundidos no meio técnico brasileiro.
Solos:
Granulometria + resistência do solo + cor + origem
(NBR-6484/2001)
5
A curva granulométrica é a representação gráfica da distribuição das frações de um solo, onde
a abscissa é o tamanho das partículas, crescente para a direita, em escala logarítmica e a ordenada é a
percentagem acumulada do solo seco em relação à massa total seca, com diâmetro menor que o
tamanho correspondente (NBR-6502).
O que normalmente acontece é que não dispomos de curvas granulométricas das amostras que
precisamos classificar daí a necessidade de apreender a identificar as frações presente na amostra
e escolher a mais representativa daquele horizonte. Outro fator importante é que a classificação
táctil-visual identifica o solo a partir do seu comportamento plástico.
6
A FRAÇÃO DO SOLO:
- Argilas
1. SOLOS FINOS
- Siltes
➢ Características:
✓ Mais difíceis de serem identificados.
✓ Identificáveis pelo ensaio de Sedimentação.
✓ É a fração que passa na # 200.
❑ ARGILA: Mais fina, não visível a olho nu, altamente coesiva,
baixíssima permeabilidade.
❑ SILTE: mais permeável que as Argilas; alta erodibilidade;
dificuldade de grau de compactação.
7
podem também ser de rocha. Normalmente podem-se identificar três frações para os pedregulhos,
finos, médios e grossos.
- Areias
2. SOLOS GROSSOS
- Pedregulhos
➢ Características:
✓ Fração facilmente identificada, tanto pelo tato como visualmente.
✓ São ásperos ao tato.
✓ Não são Moldados, pois não há coesão.
✓ Desagregabilidade.
O processo de identificação visual é muito mais que apenas olhar o material coletado.
A visualização passa primeiramente por um conhecimento geológico do local
investigado, isso é fundamental na identificação do material para entender os horizontes
geológicos.
Na classificação tátil-visual, a identificação dos materiais passa por critérios,
procedimentos e manuseios que auxiliam na identificação da fração que compõe o solo, que
ajudará a definir a nomenclatura mais adequada ao comportamento do material. Isso significa
que nem sempre a classificação que vamos adotar tem relação direta com o percentual
granulométrico que compõe determinado material.
Entende-se por Classificação Tátil o manuseio, literalmente, dos materiais. É a leitura
pelo tato, onde é possível identificar a ocorrência ou não de matéria estranha ao solo (raiz,
8
pequenas conchas, matéria orgânica, etc.); a cor natural da amostra; o teor de umidade;
minerais reconhecíveis, no caso de solos granulares, odores estranhos e a granulometria. Este
procedimento pode ser executado à medida que as amostras vão sendo retiradas,
diretamente no campo e repetido em laboratório para confirmação.
Essa identificação das características do solo é quase simultânea e praticamente não
exige equipamento, exigindo sim uma grande experiência no reconhecimento e trato com o
solo.
Com exceção da granulometria, todas as observações são imediatas. A classificação
granulométrica, valendo-se equipamentos simples, além do tato, visão e experiência, é a mais
difícil, entretanto há alguns testes básicos, que são usados como procedimentos de rotina no
reconhecimento das amostras.
Para execução desses testes são necessários os seguintes instrumentos:
- água corrente
- bisnaga de plástico ou borracha.
- Proveta
- Recipiente de vidro
- Almofariz de porcelana e mão de borracha.
Como na classificação tátil-visual não dispomos de análises
granulométricas, precisamos adotar procedimentos que facilitam a identificação
das frações.
São seis teste os testes a serem aplicados para identificação da fração dos
solos:
9
TESTE DE SUJAR AS MÃOS
Faz-se uma pasta de solo + água e esfrega-se na palma das mãos, colocando-se em seguida sob
água corrente:
- o solo mais arenoso lava-se facilmente, isto é, os grãos de areia limpa-se rapidamente das mãos.
- o solo mais siltosa só se limpa depois que bastante água correu sobre as mãos, sendo necessária
sempre alguma fricção para a limpeza total.
- o solo mais argiloso, distingue-se pela dificuldade de se desprender da palma das mãos, porque
os grãos muito finos impregnam-se na pele, sendo necessário friccionar vigorosamente a palma da
mão para se livrar da pasta.
10
TESTE DA MOBILIDADE DA ÁGUA INTERSTICIAL.
Faz-se uma mistura homogênea de solo e água até a consistência de pasta, sem chegar ao
estado de lama. Coloca-se essa pasta na palma de uma das mãos em concha e com o auxílio
da outra mão, provocam-se vibrações na pasta de solo. A reação a esse movimento é o
aparecimento de uma superfície úmida e brilhante, na pasta de solo com a mão em concha;
a seguir abre-se a mão, o que provocará o aparecimento de fissuras e o ressecamento
aparente da superfície da pasta.
O tempo de reação da massa de solo, isto é, sob a vibração, rapidamente assumi o aspecto
liso e brilhante, indica a presença de maior porcentagem de partículas grossas. Também
ao se abrir a mão, o solo rapidamente se fissura e torna a absorver a água superficial, indica
a facilidade de movimento de água através das partículas ou presença de solos grossos.
A reação lenta, tanto no aparecimento da superfície brilhante, como na fissuração reduzida,
indica a presença de solos finos, ou seja, indica a dificuldade de movimentação das
partículas de água aderente ou coesa às partículas de solo.
Plasticidade:
É a propriedade que o solo apresente de mudar continuamente de forma, pela ação da
força aplicada e de manter a forma imprimida, quando cessa a ação da força.
Para determinação de campo da plasticidade, rola-se, depois de amassado, o material do
solo entre o indicador e o polegar e observa-se se pode ser feito ou modelado um fio ou
cilindro fino de solo, com cerca de 4 cm de comprimento, conforme figura abaixo:
11
Pegajosidade:
É a propriedade que que a massa de solo pode apresentar de aderir a outros objetos.
Para avaliação de campo, a massa de solo, quando molhada e homogeneizada, é comprimida
entre o indicador e o polegar e a aderência é então observada.
OBS: A verificação da consistência em amostra molhada, para solos muito intemperizados, como
é boa parte dos Latossolos, demanda que se trabalhe bem a amostra com as mãos, com o intuito
de desfazer completamente os agregados, vistos que tais solos apresentam-se com estrutura
granular forte, que pode dificultar a avaliação desta característica.
Nota:
✓ Esses testes descritos são simples e um tanto rudimentares, entretanto são de valor
inestimável e devem ser feitos com critérios.
✓ Como o solo é uma mistura heterogênea de areia, silte e argila, com presença ou não de
pedregulho, esses teste servem para classificar a granulometria predominante na amostra.
12
Manuseio da Amostra:
A amostra deve ser manuseada com cuidado, para que possamos identificar
primeiramente a presença de estrutura no solo. A estrutura nos indica a condição em que
determinado solo foi gerado. Como exemplo, citamos dois bastante conhecidos: A
Porosidade, característica de solos coluviais e eluviais, daí o que normalmente se escreve nas
descrições “Argila Porosa” e a Estrutura reliquiar, facilmente observada em solos de alteração
de rocha, quando se observa que as características da rocha mãe estão preservadas. É certo
que as amostras coletadas nas sondagens a trado e a percussão, por exemplo, deformam o
material coletado, mas mesmo assim é possível observar essas estruturas.
A partir dos valores de resistências obtidos nos ensaios de SPT, durante a execução da
sondagem a percussão, obtêm-se os valores de compacidades, para as areias e siltes arenosos
e de consistências, para as argilas e siltes argilosos. Lembrando que o valor do SPT
corresponde à penetração dos 30 cm finais do amostrador padrão. Na tabela abaixo estão
indicados os estados de compacidade e consistência de acordo com a NBR-6484/2001.
13
2. Resistência do Solo.
❑ A resistência à penetração é expressa
pelo número de golpes necessários para
cravar o 2° e o 3° trechos (últimos 30 cm).
(Trezaghi)
3
5
2 SPT = X –Y
5
14
22 X = n° de golpes necessários para penetrar 45 cm.
Y = n° de golpes necessários para penetrar do 1° 15 cm.
26
29
35
38 Ex: aos 10 m: SPT = 50 – 12 = 38
43
45
14
2. Resistência do Solo.
✓ Cálculo do SPT em solos Resistentes.
40/26
46
Para determinação das cores dos solos, o ideal seria a utilização de cartas de cores
convencionais, como a carta de Munsell (Munsell book of color), figura abaixo, largamente
utilizada em pedologia. No Brasil não se tem o habito de utilizar essa ferramenta para
identificação das cores dos solos. Desta maneira a cor dos solos apresentada nos perfis
individuais de sondagem é de reponsabilidade direta de quem a identifica, valendo-se da
subjetividade e experiência de cada profissional. Soma-se a isso possíveis problemas de
daltonismo por parte do profissional, que resultará em distorções e variações de matizes,
ficando tal interpretação muito pessoal e particular.
15
A NBR-6484/2001, sugere a utilização de nove cores para os solos tropicais brasileiros,
que são: branco, cinza, preto, marrom, amarelo, vermelho, roxo, azul e verde, admitindo as
designações complementar claro e escuro. Entretanto, vivemos em um país tropical, cujo
manto de intemperismo é bastante espesso que, associado a todo processo erosivo, cria uma
palheta de cores bastante variada. Entretanto, há determinados horizontes bastante
conhecido pelo meio técnico, cuja cor já indica o tipo de solo a que se referem como a “terra
roxa” no sul e sudeste, as argilas “variegadas” da Bacia de São Paulo e as areias coloridas dos
sedimentos encontrados no nordeste brasileiro. O termo variegado, que significa “de cores
várias, matizado”, é largamente utilizado sem nenhum critério, como sugestão, ao utilizá-lo
deve-se indicar a cor predominante, ex: “variegado marrom”.
Figura 2. Padrão de cores sugerido pela NBR-6484: Branco, cinza, preto, marrom,
amarelo, vermelho, roxo, azul e verde.
2.6.1. Aterro
O aterro é uma unidade geotécnica presentes em praticamente todas as sondagens
executadas nos grandes centros urbanos, ao longo de estradas (rodoviárias e ferroviárias),
unidades industriais e em toda área que tenha sofrido alguma intervenção humana para
implantação de obras civis.
Definidos como depósitos tecnogênicos, pelo fato de terem sido formados em
decorrência da atividade humana (Clemekov – 1983) os aterros podem ser executados com
diversos tipos de materiais, muitas vezes com os materiais da própria área ou mesmo
provenientes de diversas fontes. Desta maneira a heterogeneidade da composição é uma
característica que identificam esses depósitos.
“As características de um aterro dependem do tipo de material utilizado e de sua
finalidade. Solos argilosos compactados são pouco permeáveis e solos granulares tem alta
permeabilidade, prestando-se à construção de filtros e camadas drenantes (Soluções de
Engenharia, pag 482, Livro Geologia de engenharia)”.
Em algumas sondagens há certa dificuldade em identificar o limite da camada de
aterro (contato) com o pacote subjacente, principalmente quando estes aterros são
construídos com os mesmos materiais das escavações, muito comum em construções de
estradas com corte/aterro, onde o material depositado possui a mesma composição
granulométrica do material “in situ”.
Nos centros urbanos os aterros estão normalmente presentes ao longo das vias, sejam
pavimentadas ou não, nesse caso, muitas vezes, de fácil identificação, pois normalmente
utiliza-se de matérias que conferem maior suporte ao futuro pavimento e sua composição é
bastante variada.
Coluvio / Elúvio.
Os coluviões são caraterísticos por posicionarem a meia encosta, de composição
homogênea, porem com a presença de linhas de seixos (stone line) na base (conceito clássico
17
para identificação) ou muitas vezes com blocos de rocha de tamanhos centimétricos a
decimétricos. Muitas vezes são confundidos com os solos maduros “in situ”, também
chamados de Eluviais.
Localizam-se sempre em encostas. São formados pela ação da água e principalmente
pela gravidade, recobrindo encostas de serras. Geralmente são poucos espessos (0,5 a 1 m) e
com compostos pela mistura de solo e blocos de rocha pequenos (15 a 20 cm).
Entretanto, tem sido considerados solos coluvionares:
Stone Line
Coluvião
Coluvião
2.6.2. Tálus
Tem sua origem ligada aos desmoronamentos do regolito de vertentes muito íngremes
e à queda de lajes de esfoliação mais ou menos espessas produzidas pelos grandes paredões
nus. Uma vez depositado no tálus, os fragmentos tendem a ser decompostos e colonizados
pela vegetação, Mousinho e Bigarella (1965). Em síntese, acumulações de detritos de antigos
escorregamentos.
“Depósitos inconsolidados geralmente em forma de leques na superfície do terreno e
em sopés de encostas e escarpas, constituídos por fragmentos grosseiros de rocha, mal
selecionados, geralmente de granulação grossa e forma angulosa, Caracteriza-se por ser área
instável. (Glossário de termos Técnicos de Geologia de Engenharia e Ambiental - ABGE, 2012)
18
Depósitos de tálus nas margens do rio Teles Pires – MT.
2.6.3. Aluviões
Sempre associados a ambiente fluvial, os sedimentos aluvionares são constituídos por
materiais erodidos, retrabalhados e transportados pelos cursos d´água e depositados nos seus
leitos e margens, bem como no fundo e margens de lagos e lagoas.
Apresentam-se com características bastante distintas, dependendo da bacia em que
estamos trabalhando, pois a variação da natureza dos materiais e a capacidade de transporte
refletem na formação das camadas. Cada camada possui uma identidade própria e representa
uma fase de deposição, com espessura, continuidade lateral, mineralogia e granulometria. O
pacote aluvionar é heterogêneo, entretanto uma camada isolada pode apresentar-se muito
homogênea.
Normalmente os aluviões são compostos por areias que variam de fina a grossa, com
intercalação de bancos argilosos ricos em matérias orgânicas, de coloração cinza escura a
preta característica e presença de cascalho na base.
O termo não se aplica a depósitos no fundo do mar ou em praias e mangues, os quais
são chamados de sedimentos marinhos.
20
ou no seu limite, é a presença de uma linha de seixos de espessuras variáveis (desde alguns
centímetros até 1,5 m), delimitando o horizonte laterítico do saprolítico
Vale ressaltar que há uma boa parcela de consultores que não gosta de utilizar essa
denominação, preferindo o termo “Solo de Alteração ou Solo Residual” com a subdivisão em
“solo Jovem” e “Solo Maduro”.
Ponto Negativo: Mantos de solos residuais muito espessos pode impossibilitar a fundação de
obras hidráulicas de concreto sobre o maciço de rocha sã, que se encontra a grandes
profundidades, obrigando que essas fiquem apoiadas em solos residuais.
21
2.7. Aula Prática
Material Necessário:
1. Boletim de campo da sondagem (Sondador)
2. Ficha de classificação
3. Prancheta
4. Calculadora
5. Lapiseira/lápis/caneta, etc.
6. Sacos plásticos para amostragem
7. Canivete
8. Água
9. Pano para limpeza das mãos.
O lugar deve ser arejado e iluminado (de preferência iluminação natural) e munido de
mesa ou bancada.
22
3. A CLASSIFICAÇÃO DOS TESTEMUNHOS DE ROCHAS
3.1. Recuperação
❑ É a relação entre a somatória dos comprimentos dos testemunhos (peças
recuperadas) e o comprimento da manobra de avanço da perfuração, expressa em
porcentagem.
MANOBRA: É a denominação do avanço da sondagem, pelo processo rotativo, sempre
indicado por uma profundidade inicial e final na caixa de testemunhos .
i =1
Σi
i =n
R= x 100%
L
ONDE:
R = Recuperação
i = comprimento de cada peça
L = comprimento da manobra
n = número de peças
0,35 m 0,45 m
0,35 m
23
NOTAS:
1. A recuperação corresponde a um parâmetro que facilmente caracteriza as
condições geomecânicas das regiões do maciço.
2. Cuidado: Nem sempre baixa recuperação corresponde sempre a trechos
de rocha alterada ou friável (equipamento/sondador, etc).
3. Os barriletes (amostrador) devem ser adequados ao tipo litológico do qual
se está investigando.
0,73 m 49 %
1,50
0,00
1,50 m
1,20 m 60 %
2,00 m
0,95 m 63 %
3,50
1,50 m
5,00
0,68 m 68%
1,00 m
6,50
100 %
0,78 m 62%
1,25 m
1,05 m 100%
1,05 m
❑ “A Classificação geológica deve ser breve, clara e relevante, para que seja entendida por
geólogos, engenheiros e demais profissionais envolvidos no trabalho.“ (DIRETRIZES PARA
CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGENS – 1ª tentativa, ABGE/2013)
NOTAS:
✓ A classificação genética deve ser padronizada para cada local, ou mesmo para cada
etapa da obra.
✓ A terminologia pode ser mantida ou revista.
✓ A classificação pode necessitar de análise petrográfica.
✓ Devem-se utilizar denominações litológicas simplificadas.
✓ A classificação geológica das amostras de sondagens precisa ser estabelecida com base
em um modelo de perfil de alteração ou de intemperismo (*).
24
Comparação entre os perfis de Intemperismo proposto por Deere e Pathon (1971), Zhao et al
(1994) e Vaz (1996). Fonte: Livro Geologia de Engenharia, V2, Capítulo 3. Solos em Geologia
de Engenharia, 2018 – ABGE.
PROCESSOS
ALTERAÇÃO
MÉTODOS DE
CLASSES
HOMOGÊNEO
ISOTRÓPICO
SOLO
SOLO RESIDUAL
LÂMINA DE AÇO
ELUVIAL - OU LAVAGEM
(SE)
IMPENETRÁVEL AO SPT
1ª
HETEROGÊNEO
ANISOTRÓPICO
SOLO DE
ALTERAÇÃO A4
(SA)
Topo RAM
INTEMPÉRICOS
QUÍMICOS
ESCARIFICADOR
IMPENETRÁVEL À
(PICARETA)
ROCHA
ALTERADA
A3
2ª
MOLE
(RAM)
DEPENDE DO TIPO DE
Topo RAD
ROCHA
ROCHA
ROCHA
ALTERADA
DURA A2
(RAD)
INCIPIENTES OU
EXPLOSIVO
Topo RS
AUSENTES
ROTATIVA
3ª
FA
LH
ROCHA SÃ
A
(RS) A1 VEIO DE
QUARTZO
25
❑ Classificação dos tipos de rochas (adaptado de Matula, 1981)
(Symposium on Engeneering Geollogical Problens of Contruction on Soluble Rocks,
Istanbul; Turquie. IAEG, 1981, p. 235-274)
ROCHAS ÍGNEAS
ESTRUTURA MACIÇA
Feldspato e
Pelo menos 50% Quartzo, feldspato, micas Minerais
minerais
COMPOSIÇÃO dos grãos são de e minerais máficos máficos
máficos
rochas ígneas
Ácida Intermediária Básicas Ultrabásica
Grãos arredondados
Tamanho dos Grãos (mm)
60 PEGMATÍTO
AGLOMERADO
Grãos angulares
BRECHA
2 VULCÂNICA
GABRO
GRANITO DIORITO
DIABÁSIO PIROXENITO
TUFO PERIDOTITO
0.06
Grãos finos
0,002 TUFO
RIOLITO ANDESITO BASALTO
Grãos muito finos
TUFO
Vidro
VIDRO VULCÂNICO
Amorfo
ROCHAS METAMÓRFICAS
GRUPO
METAMÓRFICA
GENÉTICO
ESTRUTURA FOLIADA MACIÇA
BRECHA TECTÔNICA
Tamanho dos Grãos (mm)
60 MIGMATITO HORNEFELS
GNAISSE MÁRMORE
GRANULITO
2 QUARTIZITO
XISTO
ANFIBOLITO
FILITO
0.06
ARDÓSIA
0,002 MILONITO
26
ROCHAS SEDIMENTARES
GRUPO
SEDIMENTOS DETRÍTICOS QUÍMICA / ORGÂNICA
GENÉTICO
ESTRUTURA ESTRATIFICADA
Grãos de fragmentos
RUDÁCEAS
de rocha Rochas salinas
ROCHAS CALCÁRIAS
60 HALITA
Grãos arredondados CALCI-RUDITO
ANIDRITA
CONGLOMERADO GIPSO
Tamanho dos Grãos (mm)
Grãos angulosos
2 BRECHA
ARENOSAS
FOLHELHO
CALCI-SILTITO
MARGA
de grãos finos DOLOMITO
0,002
ARGILITO: 50%
de grãos muito CALCI-LUTITO
finos Rochas silicáticas
CHERT
SILEXITO
Rochas carbonáticas
LINHITO
CARVÃO
maciço
vesicular
folheado
xistoso
calcífero
Informações que ajudem a
amigdaloidal
NOME DA TEXTURA ESTRUTURA caracterizar um nível
ROCHA + COR + (granulometria) + (importantes) + eatratigráfico e a maior ou + mícáceo
Ex: - Granito cinza, são, granulação fina a média, maciço, coerente e pouco
fraturado. Presença de fraturas inclinadas e subhorizontais.
- Arenito marrom, coerente, granulação fina, estratificação plano paralela
27
3.3. Grau de Alteração
Alteração
Resistência da Rocha
28
A1 A2 A3
A4 A5
3. Grau de Alteração
29
Grau de Coerência (GUIDICINI et al, 1972)
30
3.5. Grau de Fraturamento
O fraturamento é expresso pela quantidade de descontinuidade que intercepta o
testemunho, expresso em número de fraturas por metros, definido com trechos com
espaçamento homogêneo. Ao considerar o valor medido para o comprimento de cada “peça”,
descartando-se as quebras decorrentes do manuseio e execução da sondagem, obtêm-se
facilmente o valor do fraturamento.
NOTA 2: Para trechos do maciço com recuperação inferior a 75%, o grau de fraturamento
é determinado apenas em situações especiais, devidamente justificado.
31
- Diaclases (ou juntas) – são quebras de origem
geológicas, não possuindo visíveis movimentos.
Fratura
- Juntas
- Micro-falhas / falhas – apresentam movimentos.
Termo Coletivo
- Contato litológico
- Contato entre camadas,
- Fraturas,
- Plano de fraqueza, depende
Descontinuidades - Acamamento, da escala
- Xistosidade, de estudo
- Horizonte de rocha
alterada,
Sentido mais amplo - Fissuras,
- etc
32
❑ O IQR é uma adaptação à prática brasileira do Rock Quality Designation – RQD,
definido por Deere.
✓ Que é a relação (em porcentagem) entre a somatória dos “tarugos” ≥ 10 cm e o comprimento
do trecho de fraturamento homogêneo considerado.
Agrega parâmetros:
Pi Comprimento das peças ≥ 10 cm
Grau de Fraturamento n= Comprimento do trecho de fraturamento homogêneo
e Recuperação
Possibilita correlacionar
com índices de resistência
mecânica e com módulo de
deformabilidade
NOTAS:
✓ IQR tem relação direta com o grau de Fraturamento.
✓ Aplicar com restrição para rochas friáveis.
✓ Não aplicável a maciços com elevado grau de alteração.
✓ Somente para rochas sã e alterada dura.
✓ O diâmetro mínimo a ser considerado é de 76 mm (NW).
✓ Recuperação mínima de 75%.
✓ Evitar trechos inferiores a 0,50 cm.
✓ A contagem das peças ≥ 10 cm obriga a adoção de dois critérios, também usado para o
Grau de Fraturamento: computar todas as fraturas, ou apenas as fraturas naturais do
maciço.
✓ Para sondagens verticais, quando ocorrer fraturas subverticais, tem sido
recomendado penalizar o trecho, descontando-se 10 cm da peça cortada pela fratura
subvertical.
33
3.7. Condição das Descontinuidades
A classificação das descontinuidades, sempre que possível, deve ser feita tendo como
objetivo a futura classificação geológico-geotécnica ou geomecânica do maciço rochoso
(Ojima e Serra Jr., 1998; Dobereiner, Camargo e Jácomo, 1987).
É necessário adotar uma padronização para a classificação das descontinuidades.
Parâmetros a ser verificado nos testemunhos de rocha.
❑ Orientação:
ÂNGULO ENTRE A DESCONTINUIDADE E O
GRAU DENOMINAÇÃO
PLANO NORMAL AO TESTEMUNHO
H Horizontal 0 – 5°
SH Subhorizontal 5° – 20°
I Inclinada 20° – 70°
SV Subvertical 71° – 90°
34
✓ Rugosidade:
• A rugosidade das fraturas pode se definida como as ondulações que ocorrem
nas superfícies das descontinuidades e é considerado um parâmetro fundamental
durante a caracterização da resistência ao cisalhamento do maciço rochoso.
• Estas ondulações podem ser observadas em corte das superfícies dos planos
de descontinuidades em duas escalas distintas: em escala milimétrica a
centimétrica, sendo denominadas de fraturas ásperas, lisas ou polidas (ou
estriadas); e em escala métrica, sendo designado de fraturas planares,
onduladas ou irregulares.
• A rugosidade é um parâmetro muito empregado durante as descrições de
sondagens e o procedimento para sua caracterização consiste na análise tátil-
visual do perfil da descontinuidades nos testemunhos e comparação aos perfis
definidos por BARTON e CHOUBEY,1977 (FIGURA 3)..
Plana
Estriada
35
Condição das Descontinuidades – Escala métricas
Planares - Irregulares e Onduladas.
DESCRIÇÃO PERSISTÊNCIA (m)
Muito pequena Menor que 1
Pequena de 1 a 3
Média de 3 a 10
Grande de 10 a 20
Muito grande Maior que 20
Persistência das descontinuidades (modificado - ABGE/CBMR, 1983)
➢ Abertura
ABERTURA: É a distância perpendicular que separa as paredes das descontinuidades,
quando não existe preenchimento.
“FRATURA ABERTA PASSA AR E ÁGUA”
✓ A abertura é, desta maneira, diferente da largura de uma descontinuidade preenchida.
Descontinuidades que foram preenchidas, mas que tiveram seu preenchimento lavado
localmente, também estão incluídas nesta categoria.
ABERTURA DESCRIÇÃO FEIÇÕES
< 0,1 mm Bem fechada
0,1 - 0,25 mm Fechada Feições fechadas
0,25 - 0,5 mm Parcialmente Aberta
0,5 - 2,5 mm Aberta
36
Condição das Descontinuidades - Abertura
➢ Preenchimento.
O termo preenchimento é empregado para descrever os materiais que separam as
paredes de duas descontinuidades (fraturas). O tipo de material avaliado
conjuntamente com a espessura pode fornecer dados importantes referentes à
resistência ao cisalhamento do maciço rochoso.
Nas falhas, o material de preenchimento corresponde, em geral, ao material rochoso
esmagado pelo processo tectônico que as originou, podendo se encontrar em fase
mais ou menos avançada de cominuição e alteração.
Sua caracterização é realizada a partir da análise tátil-visual, observando-se aspectos
referentes à constituição (mineralogia, cor, granulação) e espessura do material
(SERRA e OJIMA , 1998).
Sem com contato rocha / rocha
Descontinuidade com suspeita de
PO
preenchimento
Descontinuidade preenchida por material
P1 (5) Granular granular incoerente (indicada a espessura
em mm)
Descontinuidade preenchida por material
P2 (5) Misto granular e argiloso (indicada a espessura
em mm)
Descontinuidade preenchida por material
P3 (5) Argiloso
argiloso (indicada a espessura em mm)
37
Condição das Descontinuidades - Preenchimento
❑ Sem contato rocha/rocha ✓ Exemplos de materiais de
Sem com contato rocha / rocha preenchimento:
Descontinuidade com suspeita de ag argila
PO
preenchimento si silte
Descontinuidade preenchida por material ca carbonato
P1 (5) Granular granular incoerente (indicada a espessura ox óxido
pz quartzo
em mm)
Descontinuidade preenchida por material
P2 (5) Misto granular e argiloso (indicada a espessura
em mm)
Descontinuidade preenchida por material Preenchimento
P3 (5) Argiloso
argiloso (indicada a espessura em mm) Misto
Preenchimento Arenoso
Preenchimento Argiloso
Preenchimento
Pétreo -
Carbonato
38
espaçamentos tem-se fundamentalmente o efeito condicionante do tamanho dos blocos.
Estes efeitos estão relacionados com a persistência das descontinuidades (Mecânica das
Rochas – Apostila G.AP-AA001/03 – André Assis).
ESTÁGIOS PRESSÃO
2
1º P min = 0,1 kgf/cm
2º P inter = 1/2 P máx . kgf/cm2
3º P máx = kgf/cm2
4º P inter = 1/2 P máx . kgf/cm2
2
5º P min = 0,1 kgf/cm
Onde:
h =Pprofundidade
máx = pressãoem metro
máxima emna vertical a contar da boca do furo até a metade
kgf/cm2
hdo=trecho ensaiado.
profundidade (para trechos
do obturador de (m)
em metros baixa profundidade poderá ser
considerado apenas a profundidade do obturador)
39
L = trecho ensaiado (m)
Arranjo para o Ensaio de Perda D’ água Sob Pressão - EPA
Altura do
Manômetro
Q = Vazão (L/min)
L = Comprimento do trecho de ensaio (m)
2
P = Pressão Efetiva (kgf/cm )
40
CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA (H)
PERMEABILIDADE (k cm/s)
( l / min / m / kg / cm² )
CONDUTIVIDADE BAIXA
H2 10-5 < k < 10-4
( 0,10 A 1,00)
CONDUTIVIDADE MÉDIA
H3 10-4 < k < 5x10-4
(1,00 A 5,00)
CONDUTIVIDADE ALTA
H4 5x10-4 < k < 10-3
(5,00 A 10,00)
41
3.9. Aula Prática
Material Necessário:
OBS: O lugar deve ser arejado e iluminado (de preferência iluminação natural) e
munido de mesa ou bancada.
42
ANEXOS:
- Check List para Perfis Individuais de Sondagens.
(p.43 e 44)
- Tabela para Descrição/Classificação dos solos provenientes de sondagens
mecânicas.
(p. 45)
- Sequencia para Descrição de Rocha em Perfis Individuais de Sondagem
(p. 46).
- Cálculo do IRP (SPT) – Índice de Resistência a Penetração.
(p. 47 à51)
- CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGEM A PERCUSSÃO.
(p. 52)
- DESCRIÇÃO DE SONDAGEM MISTA / ROTATIVA - GEOLOGIA - ALTERAÇÃO –
COERÊNCIA.
(p. 53)
- DESCRIÇÃO DE SONDAGEM MISTA / ROTATIVA - CARACTERÍSTICAS DAS
DESCONTINUIDADES.
(p.54)
43
Check List Para Perfis Individuais de Sondagens
Fonte: Manual de Sondagem, Boletim Nº 3 - 5ª edição - São Paulo/2013
NBR-6484 - FEV/2001
ITEM DADOS QUE DEVEM CONSTAR NOS PERFIS DE SONDAGENS OBSERVAÇÕES ST SP SR SM
1 Nome do Projeto Projeto/Obras a que se destina a investigação x x x x
11 Data de Emissão do Relatório. Data em que foi entregue o relatório das investigações. Dia/Mês/Ano x x x x
19 Profundidade das camadas atravessadas em "m" ou Elevação Indica o limite entre as diversas camadas existente no subsolo x x x x
20 Classificação geológica dos materiais (gênese) Indicação sobre a origem dos materiais atravessados. x x x x
21 Convenções gráficas dos solos, ou rochas, atravessados Verificar as convenções indicadas pelas normas. x x x x
Cada Empresa adota uma maneira de apresentar a resistência dos
solos, obtidas nas sondagens a percussão. As vezes na forma de
Resultados dos ensaios de penetração - SPT . Gráfica e
22 fração, para cada trecho de 15 cm cravado; ou em forma de números x x
numericamente. inteiros em duas colunas onde a primeira indica os 30 cm iniciais e
outra para os 30 cm finais (SPT); ou simplesmente os 30 cm finais.
Resultados dos ensaios de Lavagem Por Tempo (LT) , com
23 intervalo ensaiado, avanço (cm) e tempo de operação da peça (**) ver formato abaixo. x x
de lavagem (min).
24 Descrição sucinta dos materiais (descrição da rocha) Descrição do material atravessado x x
44
ABREVIAÇÕES: LEITURAS DE NÍVEIS DE ÁGUAS
ST = Sondagem a Trado DATA HORA PROF. PROF. ESGOTA/O
N.A. (m)
SP = Sondagem a Percussão (DD/MM/AA) (HH:MM) SOND. (m) REVEST/0 (m) (m)
SR = Sondagem Rotativa
SM = Sondagem Mista
NA = Nível D´água
EPA = Ensaio de Perda d´água sob Pressão
2
PE = Perda d´água específica em kgf/cm //L/im/m.
SPT =Standard penetration test
LT = Ensaio de Lavagem por Tempo
N = Coordenada Norte
E = Coordenada Leste
LAVAGEM POR TEMPO
TEMPO DE PARA AVANÇO (m)
10' 10,70 10,72 0,02
10' 10,72 10,76 0,04
10' 10,76 10,81 0,05
Total 0,11
45
Tabela para Descrição/Classificação dos solos provenientes de sondagens mecânicas.
GRANULOMETRIA
RESISTÊNCIA COR GENESE
1ª FRAÇÃO 2ª FRAÇÃO 1° COMPLEMENTO 2º COMPLEMENTO
46
Sequencia para Descrição de Rocha em Perfis Individuais de Sondagem
maciço
vesicular
folheado
xistoso
calcífero
Informações que ajudem a
amigdaloidal
NOME DA TEXTURA ESTRUTURA caracterizar um nível
ROCHA + COR + (granulometria) + (importantes) + eatratigráfico e a maior ou + mícáceo
47
Aula Prática - Cálculo do IRP (SPT) – Índice de Resistência a Penetração
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
48
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
49
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
50
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
51
30 cm 30 cm
Iniciais Finais
(I) SPT
52
CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGEM A PERCUSSÃO
LOCAL:
OBRA: Sondagem Nº:
DATA:
Trecho s ho mo gêneo s Subtrecho Unidade
Geo ló gico - Descição do Material
DE A DE A geo técnica
53
CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGEM MISTA / ROTATIVA - GEOLOGIA / ALTERAÇÃO / COERÊNCIA
LOCAL:
OBRA: Sondagem Nº:
DATA:
Trecho s ho mo gêneo s Subtrecho Unidade
A lteração /
Geo ló gico -
Co erência
Descição Geológica do Material
DE A DE A geo técnica
54
CLASSIFICAÇÃO DE SONDAGEM MISTA / ROTATIVA - CARACTERÍSTICAS DAS DESCONTINUIDADES Sondagem Nº:
LOCAL:
TIPO INCLINAÇÃO Condição das MATERIAL DE - Fe - Película de argilo-mineral escuro (filme escuro).
Regularidade Asperesa - Fv - Película de argilo-mineral esverdeado (filme
J= JUNTA SH = (≤ 20°) Descontinuidades: REVESTIMENTO esv.)
nas paredes das - Ox - Película oxidada.
T= CONTATO I= (21° < I < 70°) F = Fechada. P= Plana L = Lisa - Pc - Película carbonática
fraturas.(x) "Letra
H= FALHA SV = (> 70°) --------------------------- C= Curva R = Rugosa maiúscula seguida - Su - Película sulfetada, descontínua
- Es - Estrias de fricção em película de revestimento
de minúscula." - Pb - Película de material branco (sílica amorfa ?)
ZF = Zona Falha A= Aberta I= Irregular E = Estriada
MATERIAIS DE PREENCHIMENTO: ( x) "Letras minúsculas." - si - silte / ag - argila / ca - carbonato / ox - óxido / qz - quartzo / - ( mm ) - Espessura em mm do material de preenchimento
P1 = Fraturas Justapostas com Paredes Sãs P2 = Fraturas Preenchidas por Material Pétreo P3 = Fraturas Justapostas com Alteração Incipiente das Paredes
P4 = Fraturas com Alteração Milimétrica das paredes, justapostas ou não, sem preenchimento - (Aberta) P5 = Fraturas com paredes Alteradas e Preenchimento
Ficha de classificação de So ndagem - Desco ntinuidades - M A R/2017
55