Curso 222858 Aula 01 6504 Completo
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Autor:
Sergio Henrique
09 de Dezembro de 2022
SUMÁRIO
considerados extintos. Ao transferir a corte, Dom João declarou guerra contra os indígenas. Hoje o
avanço da fronteira agrícola pelo cerrado nordestino, pressiona as comunidades tradicionais e há
conflitos pela posse da terra entre indígenas, quilombolas e comunidades extrativistas. Abaixo
temos um temos as principais áreas com indígenas, que sofrem a pressão do agronegócio, como o
povo Kariri em Aldeia Serra Grande, em Queimada Nova, o povo Gamela na comunidade Pirajá e
Currais Novos.
2.1. PECUÁRIA
Nessa época chegou o capitão Domingos Afonso Manfrense, um grande sesmeiro que possuía
dezenas de fazendas criadoras de gado e quando morreu, deixou sua fortuna para a ordem dos
padres jesuítas, a Cia de Jesus. Enquanto todo trabalho nos engenhos do litoral era de pessoas
escravizadas, na sociedade do couro, o indígena e o caboclo mestiço tiveram papel central no
trabalho de vaqueiros, que eram homens livres e remunerados pelas crias dos rebanhos, em geral,
um bezerro de cada cinco da primeira cria. Vaqueiro eram homens pobres que trabalhavam para os
tropeiros, esses homens muito ricos, que recebiam sesmarias e fundavam vilas.
A pecuária nordestina foi impulsionada pela descoberta de ouro nas minas de Vila Rica. O Piauí no
século XVIII abastecia do Maranhão às Minas Gerais. Foi o transporte do gado que abriu estradas
para levar os animais para as feiras baianas ou mineiras, onde negociavam caro os animais. Essas
estradas foram importantes para conectar por terra o interior do Nordeste Brasileiro ao Sudeste.
Havia os caminhos dos tropeiros e havia a navegação pelo rio São Francisco, por onde passavam os
principais fluxos de tropas.
2.2. MISSÕES
como patrimônio imaterial. O principal ritual católico popular são as romarias, e em Oeiras temos a
procissão do fogaréu.
Oeiras - Patrimônio Cultural Brasileiro e Capital da Fé. A religiosidade católica está arraigada no município que encontra seu auge no período da
Semana Santa https://www.pi.gov.br/
3. A CAPITANIA DO PIAUÍ
A partir da segunda metade do século XVIII, no reinado de D. José I e do gabinete de Sebastião
José de Carvalho e Melo inicia-se um processo de fortalecimento do estado português na América.
Bem como, em 1750 tem início um processo de reorganização da conquista das capitanias do Norte.
Mediante esse contexto, D. José I determinou a criação do Estado do Grão-Pará e Maranhão.
Pretendia transferir de São Luís para Belém o centro de poder e ficando responsável pela
administração Francisco Xavier de Mendonça. Foram criadas simultaneamente a Capitania do Rio
Negro e a Capitania do Piauí, a primeira desmembrada do Pará e a segunda do Maranhão. Em 1758
foi criada oficialmente a Capitania de São José do Piauí. Em 1761 a Vila da Mocha foi elevada à
categoria de cidade. Nas cidades ficavam os palácios dos governadores e membros do alto escalão
da administração colonial, a câmara municipal, a sede do governo e um pelourinho. O pelourinho é
um símbolo português, monumento parecido com um obelisco, que representava a presença o da
lei portuguesa e de suas armas.
A Independência do Brasil foi marcada por uma série de eventos ocorridos entre 1822 e 1824,
num contexto de conflitos regionais. A influência de Portugal sobre o Brasil era mantida pelas
guarnições em portos estratégicos e queriam retomar o controle do Brasil. As regiões que estavam
mais ligadas a Portugal, como Piauí, Maranhão, Pará e Bahia, foram atacadas por tropas lusitanas
em resistência à emancipação.
Na Bahia ocorreram episódios de grande conflito, durando de 19 de fevereiro de 1822 e com
desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu povo,
terminou pela inserção da então província na unidade nacional brasileira, durante a Guerra da
Independência do Brasil.
A Província do Piauí, tradicional produtora de gado, os grandes proprietários estavam ligados
à Metrópole, inclusive por laços de sangue. A adesão à Independência do Brasil foi proclamada na
vila de Parnaíba, ao passo que no interior e na capital estava sob o controle das tropas do Exército
português. As tropas brasileiras foram inicialmente derrotadas na batalha do Jenipapo, em 13 de
março de 1823, a data que foi incluída na bandeira do Piauí.
Enviada do Rio de Janeiro, uma frota comandada pelo Lord inglês Thomas Cochrane, que foi
contratado para comandar a Armada Imperial brasileira. Atuou no comando das guerras de
independência do Brasil. Ele era um militar inglês experiente que participou das guerras de
Aconteceu em março de 1823, no vilarejo do Campo Maior, no Piauí, e faz parte de uma série
de conflitos que eclodiram após a declaração da Independência em 1822. O governo português
queria manter seus territórios no norte do país. Em janeiro de 1823, Manuel de Sousa Martins, o
futuro Visconde de Parnaíba, aderiu à Independência e assumiu a presidência da Junta do Governo
do Piauí. O major português João José da Cunha Fidié, fora nomeado para governar Oeiras e liderou
a frota portuguesa nas batalhas navais. Em 13 de março, um grupo de aproximadamente 500
sertanejos mal armados enfrentou as tropas do major Fidié. A batalha durou cerca de cinco horas.
Estima-se que 200 sertanejos morreram no embate. A frota de Fidié, embora vitoriosa, saiu do
conflito enfraquecida e foi derrotada em Caxias, no Maranhão. A cidade de Parnaíba declarou a
independência em outubro de 1822, e foi capital provisória durante a guerra.
O Ministro da Justiça da Regência, Padre Diogo Antônio Feijó, criou em 18 de agosto de 1831,
o Corpo de Guardas Municipais Permanentes no Rio de Janeiro e a Guarda Nacional na Corte e em
todas as províncias, ambos subordinados ao Ministério da Justiça e que constituíram a principal força
armada do Império. Com esta medida as províncias criaram seus efetivos militares. Uma vez eleita e
reunida a primeira Assembleia Legislativa da Província, foi votada a Lei Provincial n° 13, de 25 de
junho de 1835, que criou seu Corpo de Polícia, pelo presidente da Província, o Barão da Parnaíba.
Na ocasião também foi nomeado o primeiro Comandante do Corpo de Polícia da Província do
Piauí, o Capitão do Exército Antônio de Sousa Mendes, escolhido não por ser sobrinho do Barão e
presidente da Província, mas pelo próprio valor militar já demonstrado nas lutas pela independência,
e que se ressaltaria depois na guerra dos Balaios.
Casa da Pólvora, em Oeiras: referência fundamental na História do Piauí e também da Polícia Militar. Visite:
http://www.pm.pi.gov.br/memorial.php
Lançou em 1824 uma nova constituição outorgada (imposta) que possuía 4 poderes:
executivo, legislativo e judiciário e um quarto, que era o poder moderador. Este poder era
representado pela figura do imperador, que passava a ter poderes quase absolutos. De acordo com
esta constituição ele podia dissolver o parlamento (câmara dos deputados) quando quisesse e
convocaria novas eleições, poderia barrar qualquer medida que não concordasse. Só havia
deputados federais e as províncias não poderiam eleger representantes locais. Os governadores de
província eram indicados pelo imperador e os senadores tinham cargo vitalício.
Com pequenas mudanças (a criação das assembleias estaduais e a lei áurea por exemplo) ela se
manteve como a constituição do império até a proclamação da República.
O ato de dissolver a constituição de 1823 gerou muitas revoltas, e no Nordeste eclodiu uma
revolta separatista contra o autoritarismo de D. Pedro: A confederação do Equador. Foi uma revolta
republicana que chegou a se separar, mas foi sufocada. Com a independência as províncias não
passaram a ter mais liberdade, o que era uma reinvindicação dos liberais. Na verdade, a liberdade
tendia a diminuir com as mostras do autoritarismo e do pensamento conservador centralista (que
defendia todo o poder concentrado na capital do país, sem autonomia provincial). Os presidentes
de província, de acordo com a constituição outorgada de 1824 seriam indicados pelo imperador.
Ocorreram muitos protestos contra a nomeação de Pais Barreto. O mesmo ocorreu na
Paraíba e no Ceará. Em Pernambuco a reação mais incisiva foi de Manoel Carvalho Andrade, um
liberal que participou da Revolução de 1817 e se exilou nos EUA. Lá sua convicção liberal republicana
de consolidou. Ele lidera a resistência contra o imperador: A confederação do Equador, que eclodiu
em 1824.
Foi muito importante o papel da imprensa liberal, e destacadamente de dois jornais: O
sentinela da liberdade na guarita de Pernambuco, de Cipriano Barata, e o Tifis Pernambucano,
dirigido por frei Caneca. Realizaram um levante contra o governo do conservador Barreto e seus
aliados que era conhecido como a “junta dos matutos” instalaram uma junta governativa na cidade
de Goiana.
Conclamaram o levante dos estados do Nordeste e o apelo foi seguido pelo Ceará, Rio Grande
do Norte e Paraíba, que formaram a confederação do Equador. Dom Pedro I reagiu violentamente e
usou o máximo da força disponível. Saíram tropas por terra e mar para combater os revoltosos. As
condenações foram severas. Frei caneca por sua destacada ação política liberal foi condenado à
forca. Era tão querido e popular que os carrascos se recusaram a matá-lo. Foi morto por fuzilamento.
Mesmo destino teve Manoel Carvalho. Apesar da confederação do Equador ter sido derrotada,
continua crescente a oposição ao autoritarismo do imperador.
6. PERÍODO REGENCIAL
6.1. BALAIADA
O Período Regencial, compreendido entre 1831 a 1840, isto é, entre a abdicação de D. Pedro
I e o golpe da maioridade de D. Pedro II, foi marcado por grande instabilidade, causada pela disputa
entre os grupos políticos para o controle do Império e também por inúmeras revoltas, que
assumiram características bem distintas entre si.
No Maranhão e Piauí, o processo de reconhecimento da independência política não
acontecera de forma pacífica. Apesar do Sete de Setembro, a realidade das camadas sociais mais
humildes não se modificara. Prosseguiam excluídas e afastadas do poder político e econômico.
Durante o Período Regencial, a província maranhense foi marcada por disputas entre duas correntes
políticas que, conforme prática frequente naquela época, se revezavam no poder. As tentativas dos
grupos para permanecerem no poder, impondo suas ideias com intensidade e virulência, levou o
Maranhão a se transformar em um palco onde aconteciam disputas políticas e eleitorais.
A Balaiada foi uma reação e uma luta dos maranhenses e piauienses contra injustiças
praticadas por elites políticas e as desigualdades sociais que assolavam o Maranão do século XIX. A
origem da revolta remete à confrontação entre duas facções, os Cabanos (de linha conservadora) e
os chamados “bem-te-vis” (de linha liberal). Eram esses dois partidos que representavam os
interesses políticos da elite do Maranhão.
Até 1837, o governo foi chefiado pelos liberais, mantendo seu domínio social na região. No
entanto, diante da ascensão de Araújo de Lima ao governo da província e dos conservadores ao
governo central, no Rio de Janeiro, os cabanos do Maranhão afastaram os bem-te-vis e ocuparam o
poder. Os enfrentamentos entre “bem-te-vis” e “cabanos” agravaram-se após a votação da chamada
Lei dos Prefeitos, que aconteceu durante o governo regencial do político “regressista” Pedro de
Araújo Lima, de 1838 a1840. A lei concedia autonomia local aos presidentes das províncias, pois
ganhavam o privilégio de nomear os prefeitos municipais com poderes que incluíam o de autoridade
policial.
Essa mudança dá início à revolta em 13 de dezembro de 1838. O fato com que se costuma
marcar o início da revolta ocorreu quando Raimundo Gomes, um vaqueiro que administrava a
fazenda do Padre Inácio Mendes (bentevi) passava pela vila do Manga levando uma boiada para ser
vendida em outra localidade. O subprefeito da vila, José Egito, cabano e adversário político de Padre
Mendes, baixa uma ordem para o recrutamento de alguns homens que acompanhavam Gomes e
também para a prisão do irmão do vaqueiro. Reagindo, Raimundo Gomes assalta a cadeia e foge
para Chapadinha. Irrompidas as agitações populares concentradas, num primeiro momento, na
coluna de Raimundo Gomes, o aparecimento de manifestações em outras regiões passa a ser
frequente. Delas tentará se aproveitar o partido bentevi. Entretanto, o movimento, ampliando-se,
seja no raio de ação geográfica, seja no quantitativo dos que a ele vieram trazer a sua participação,
não possuía as características simplistas de mais um pronunciamento de políticos desejosos de
poder. Nesse sentido, vale lembrar a participação de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, construtor
e vendedor de balaios, daí ser chamado 'Manuel Balaio', nome que passaria ao movimento, bem
como a do preto Cosme, que se colocou à frente de três mil negros rebolados. 1
O sucesso da invasão dá a chance de ocupar o vilarejo como um todo. Enquanto a rivalidade
transcorria e aumentava, Raimundo Gomes e Manoel Francisco do Anjos Ferreira levam a revolta
até o Piauí, no ano de 1839.2
Os balaios se movimentavam atacando fazendas e libertando escravos. Enfrentamentos se
espalham alcançando as províncias vizinhas do Piauí e do Ceará. Batalhas renhidas são travadas, com
os rebelados conseguindo algumas vitórias. Em 1839, tomaram a Vila de Caxias, a segunda cidade
do Maranhão em importância, organizando um Conselho Militar, resultado de uma assembleia entre
seus líderes que admitiu elementos “bem-te-vis” da cidade.
Os negros escravos que fugiram das fazendas na ocasião dos conflitos, se aliaram aos
“balaios”, que lutavam contra as injustiças sociais reinantes. Eram pessoas do povo, homens livres e
pobres, como vaqueiros, artesãos, lavradores, negros, mestiços e escravos que enfrentaram a ordem
dominante, representada por setores como o dos grandes proprietários agrários regionais. A ação
que efetivaram foi uma resposta à violência da sociedade escravagista. As principais causas da
Balaiada estão ligadas à pobreza da população da província maranhense, bem como sua insatisfação
diante dos desmandos políticos dos grandes fazendeiros da região.
A repressão atuou violentamente contando com recursos enviados pelo governo imperial. Os
redutos foram invadidos e combates aconteceram corpo a corpo. Os momentos derradeiros da
1
MENDES JUNIOR; RONCARI; MARANHÃO, 2019.
2
SILVA, 2008.
Balaiada foram marcados pelas rivalidades entre os líderes balaios, por traições, deserções, prisões,
torturas e assassinatos atestados nos registros produzidos pelas forças oficiais. Em 1841, um decreto
imperial concedeu anistia aos revoltosos sobreviventes. Contudo, em 13 de maio de 1841, o futuro
Duque de Caxias diria: "Não existe hoje um só grupo de rebeldes armados, todos os chefes foram
mortos, presos ou enviados para fora da Província.
Nos últimos momentos D.Cosme ficou só. Não tinha motivos para entregar-se. Suas tropas
lutavam sem nenhuma esperança, eram escravos, não queriam voltar ao jugo de seus
senhores, pois tinham sido homens livres e temidos. Lutaram até a morte. D.Cosme foi
enforcado em praça pública, oferecendo à população o espetáculo de uma punição
exemplar. Acabava a Balaiada.
Balaiada a construção da memória histórica https://www.scielo.br/j/his/a/8hSqyNvfZJp6mRbSPkKKxPy/?lang=pt
Oeiras surgiu como freguesia de Nossa Senhora da Vitória, em 1697 e foi capital do Piauí
de 1761 até 1882. Entre 1797 e 1801 foi enviado ao conselho ultramarino, o órgão
português que administrava as colônias, mas preferiram mantê-la no lugar.
Após a independência do Piauí, que foi incluída a data na bandeira, em 2017 23 ..... data da
batalha do Jenipapo, a economia do Brasil independente mudou bastante. O rio de Janeiro passou
e passava por muitas reformas urbanas, em que as ideias do positivismo, no século XIX, eram
aplicadas, através de medidas sanitárias, construindo avenidas largas para a melhor circulação do
ar, e realizando obras de aterros e canalização dos rios, como medidas sanitárias, por exemplo, a
proibição de enterrar pessoas nas Igrejas. A cidade era vista como sinônimo de progresso e
civilização, e foi essa mentalidade que guiou a transferência da capital e a construção de Teresina,
que foi a primeira cidade planejada para ser capital, no Brasil Independente, influenciada pelas ideias
de progresso e urbanização.
O ideal mudancista começou a popularizar-se pois Oeiras e seu sítio urbano não comportavam
as mudanças que na mentalidade dos doutores da época era a civilização. Com uma nova capital
poderiam navegar em barcos a vapor, e aumentar a conecção com o Rio de Janeiro.
Desde o ano de 1842 que a câmara municipal desta vila solicitara à Assembleia Provincial a
transferência de sua sede, por conta das frequentes cheias do Poti e a inviabilidade em
permanecerem os moradores no lugar. A igreja Matriz estava seriamente danificada e a ameaça de
ruína era iminente. Mesmo assim, o seu estado precário representava um elemento em comum
com as demais matrizes, quase todas remanescentes do século XVIII: os relatórios governamentais
de 1844 até 1850 enfatizavam o problema, geralmente motivo de análise por parte dos
administradores provinciais. Dessa forma, desde o pedido formal até o início da construção foram
transcorridos quase uma década. [...] repreendeu veementemente França acerca dos atrasos da
obra, iniciada um ano antes, em 8 de janeiro de 1851, quando a pedra fundamental foi lançada em
cerimônia oficial. [...] De janeiro até maio de 1852, Saraiva interferiu diretamente em diversos
aspectos da construção: escreveu sobre castigos, escravos doentes, gastos com trabalhadores,
estratégias de trabalho e sobre os custos desenfreados. Analisada em termos urbanísticos, a
escolha do plano de construção da nova cidade, com ruas perpendiculares em forma de tabuleiro
de xadrez, constituído a partir de uma praça central onde se materializavam, através das
construções, o poder espiritual e secular, parece mesmo uma sofisticação da visão urbanística
presente nas cartas régias de Oeiras, com ruas retas e casas alinhadas em torna da Igreja Matriz.
Teresina foi resultado de uma projeção de futuro do Império, que a partir de conceitos como
civilização e progresso, procurou elaborar a sua imagem política.
A fundação de Oeiras em 1762, foi resultado da criação da Capitania de São José do Piauí
a partir de um projeto urbanístico e civilizatório do Estado português, com conceitos
políticos específicos daquele período.
A nova capital foi batizada em homenagem à imperatriz Teresa Cristina, a esposa do imperador
Dom Pedro II à 300 km de Oeiras.
8. O CICLO DA MANIÇOBA
No início do período republicano foi marcante para o Piauí o ciclo da maniçoba, de onde
extraímos a borracha. O ciclo da borracha piauiense foi simultâneo ao que ocorreu na Amazônia,
entre o final do século XIX e o início do século XX. A demanda internacional ocorreu com a invenção
do automóvel e da borracha vulcanizada. Enquanto o látex amazônico era extraído das seringueiras,
no Piauí era da maniçoba, uma planta típica do sertão, cuja arvore alcança até 12 metros de altura.
A exploração da maniçoba provocou imigração para o sudeste do Estado em municípios como São
Raimundo Nonato, São João do Piauí, Caracol e Canto do Buriti. Vieram trabalhadores de
Pernambuco, Alagoas, Bahia e Ceará.
A decadência do ciclo da maniçoba foi a biopirataria dos ingleses, que roubaram mudas e
sementes de seringueiras para a Malásia, onde passaram a produzir pelo modelo de plantation
(grandes propriedades, monocultoras para exportação), o que fez o preço internacional cair e a
concorrência levou à decadência do ciclo da borracha, que aqui no Brasil era extrativismo da
maniçoba no sertão nordestino e da seringueira na Amazônia.
9. EXERCÍCIOS
Gabarito: C
3. (Quadrix - 2017)
O desenvolvimento da historiografia mundial, fenômeno que o século XX consagrou, permite
novos olhares sobre o passado protagonizado pelas sociedades. No Brasil, multiplicam-se
estudos que lançam luz sobre a trajetória do País, da colônia aos dias atuais. Da independência,
em 1822, passando pela implantação da República, em 1889, ao cenário presente, a história
brasileira é marcada por avanços e recuos, enfrentando percalços e se mostrando ainda
inconclusa em relação à construção da cidadania. Relativamente à história contemporânea, da
produção do conhecimento histórico a alguns dos mais marcantes fatos ocorridos no Brasil e
no mundo, julgue o item.
Ainda que tenha sido conduzida por setores da elite colonial, a independência do Brasil
motivou muitos brasileiros a assumirem a causa da emancipação nacional: levantes populares
ocorreram em vários pontos do País, a exemplo do Pará, do Maranhão, do Piauí e da Bahia.
Comentários
A afirmativa desta questão está certa, pois a Independência do Brasil de fato foi marcada por uma
série de eventos ocorridos entre 1822 e 1824, num contexto de conflitos regionalizados. A influência
de Portugal sobre o Brasil era mantida pelas guarnições em portos estratégicos. Parte da estratégia
portuguesa era retomar o controle do Brasil e impedir a independência de sua colônia mais
importante. Na Bahia ocorreram episódios de grande conflito, durando de 19 de fevereiro de 1822
e com desfecho em 2 de julho de 1823, motivado pelo sentimento federalista emancipador de seu
povo, terminou pela inserção da então província na unidade nacional brasileira, durante a Guerra
da Independência do Brasil.
Já na então Província do Piauí, tradicional produtora de gado, a burguesia comercial e mesmo os
proprietários de terras, estavam ligados à Metrópole, inclusive por laços de sangue. A adesão à
Independência do Brasil foi proclamada na vila de Parnaíba, ao passo que no interior e na capital
estava sob o controle das tropas do Exército português. As tropas brasileiras foram inicialmente
derrotadas na batalha do Jenipapo, em 13 de março de 1823. Mas outras localidades, entretanto,
manifestaram a sua adesão à Independência, alcançando a vitória quando tropas se deslocaram para
apoiar a resistência portuguesa na vila de Caxias, no Maranhão. À época, o Maranhão era uma das
mais ricas províncias da América Portuguesa. O intenso tráfego marítimo com a Metrópole,
justificado pela maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais
com Lisboa do que com o restante da colônia. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em
Portugal. A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta
Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da
Independência no Piauí. Lentamente os brasileiros foram conquistando o apoio de várias cidades e
povoados maranhenses, e aos poucos, os portugueses foram sendo derrotados. Contudo, a capital,
São Luís, permanecia controlada pelos portugueses. Enviada do Rio de Janeiro, uma frota
comandada por Lord Cochrane aproximou-se de São Luís fingindo ser reforços portugueses.
Cochrane conseguiu desembarcar seus homens e aprisionou alguns chefes militares portugueses.
Usando-os como reféns, conseguiu conquistar o controle da cidade. São Luís, a capital provincial e
tradicional reduto português, finalmente bloqueada pelo mar e ameaçada de bombardeio pela
4. (CESPE – 2018)
Tendo em vista que o processo de independência do Brasil pode ser compreendido como parte
das profundas mudanças que marcaram a história ocidental a partir do último quartel do século
XVIII, julgue (C ou E) o item que se segue.
A historiografia recente mostra que a tese da independência do Brasil como movimento
pacífico não se sustenta. Embates armados que duraram meses ocorreram em regiões da
Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Pará e na Cisplatina. A fragilidade do projeto de
independência vencedor em 1822 ficou demonstrada pelos conflitos no período regencial.
Comentários
A afirmativa está certa, pois de fato a Independência do Brasil foi marcada por diversos episódios de
conflito em diferentes regiões do país. Aquelas regiões que estavam mais ligadas a Portugal, como
Piauí, Maranhão, Pará e Bahia, foram coagidas por tropas lusitanas em resistência à emancipação
da sua principal e mais lucrativa colônia, além da Cisplatina (atual Uruguai). Aconteceram
campanhas militares nessas localidades e os combates contra as forças que não aderiram à
independência estenderam-se até 1824. Esses fatos, por seu lado, contrariam algumas
representações mitológicas acerca da emancipação política “pacifica e harmoniosa”. Quando das
tentativas recolonizadoras das Cortes de Lisboa, iniciadas em 1820 com a Revolução Liberal do Porto,
muitas regiões nordestinas sublevaram-se contra a preponderância de D. Pedro, sendo focos desta
resistência as províncias da Bahia, Piauí, Maranhão e Grão-Pará, igualmente dizimadas pela
repressão militar do Rio de Janeiro. Neste contexto especifico, outros fatores devem ser levados em
conta, sobretudo a subordinação dos proprietários de terras e escravos regionais aos grandes
negociantes portugueses que, uma vez expulsos, os privaria de recursos. O caráter abertamente
belicoso da consolidação da independência não deve ser relegado a segundo plano, mas sim
articulado a uma estrutura mais complexa que incluía até mesmo as difíceis condições do
reconhecimento internacional da soberania do Brasil, os conflitos oriundos da hegemonia do
Sudeste e a luta contra a manutenção de certos interesses lusitanos. Dessa perspectiva ressaltaria a
necessidade de imposição da hegemonia do Sudeste sobre as demais regiões, bem como a da
reprodução do funcionamento de um Estado autoritário ou de um projeto autoritário de Império.
(MENDONÇA, 2010).
Gabarito: Certo
Brasil em 1809, onde se tornou senhor de engenho. Considerado um dos mais importantes cronistas
sobre o Nordeste brasileiro, Koster viajou para o Brasil em busca de um clima tropical para curar
uma tuberculose. Teve um papel importante na vida social, artística e até política do Recife na época.
Fez muitas amizades, conheceu governadores, senhores-de-engenho, comerciantes, coronéis.
A alternativa D também está incorreta, pois Robert Walsh foi um médico e capelão inglês, que teve
relações com o Brasil como um funcionário britânico durante o Império Brasileiro. Ora a serviço de
Deus, ora a serviço da Sua Majestade Britânica, viajou do Rio de Janeiro viajou para Minas Gerais,
com destino a São João Del Rey, onde passou a maior parte do tempo, chegou a visitar Vila Rica e
São José (atual Tiradentes). Em sua obra intitulada Notícias do Brasil: 1828-1829, publicada em 1830
e traduzido para o português em 1985, apresenta um breve resumo dos principais fatos que
ocorreram aqui, desde o descobrimento do Brasil até o momento de sua chegada.
A alternativa E também está incorreta, pois John Armitage foi um historiador inglês que escreveu a
História do Brasil em 1836, focalizando a centralidade do comércio como fator de expansão cultural
e refinamento das paixões, dada por meio do contato com as pessoas e coisas. Essa postura de sua
escrita dizia respeito ao projeto de construção do Império Britânico no século XIX.
(SECO, 2006; GASPAR, 2009; VARELLA, 2012; MAXWELL, 2016).
Gabarito: A
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois os negros escravos que fugiram das fazendas na ocasião dos
conflitos, se aliaram aos “balaios”, que lutavam contra as injustiças sociais reinantes. Eram pessoas
do povo, homens livres e pobres, como vaqueiros, artesãos, lavradores, negros, mestiços e escravos
que enfrentaram a ordem dominante, representada por setores como o dos grandes proprietários
agrários regionais. A ação que efetivaram foi uma resposta à violência da sociedade escravagista.
A alternativa B é a resposta correta. No Maranhão, como no Grão-Pará, o processo de
reconhecimento da independência política não acontecera de forma pacífica. Apesar do Sete de
Setembro, a realidade das camadas sociais mais humildes não se modificara. Prosseguiam excluídas
e afastadas do poder político e econômico. Durante o período regencial, a província maranhense foi
marcada por disputas entre duas correntes políticas que, conforme prática frequente naquela
época, se revezavam no poder. Existiam os “bem-te-vis” – liberais que se opunham aos governistas
– e os conservadores – pejorativamente chamados de “cabanos”, termo que se referia, de acordo
com a historiadora Magda Ricci, aos “homens que viviam em casas simples, cobertas de palha”. As
tentativas dos grupos para permanecerem no poder, impondo suas ideias com intensidade e
virulência, levou o Maranhão a se transformar em um palco onde aconteciam disputas políticas e
eleitorais. Os enfrentamentos entre “bem-te-vis” e “cabanos” agravaram-se após a votação da
chamada Lei dos Prefeitos, que aconteceu durante o governo regencial do político “regressista”
Pedro de Araújo Lima, de 1838 a1840. A lei concedia autonomia local aos presidentes das províncias,
pois ganhavam o privilégio de nomear os prefeitos municipais com poderes que incluíam o de
autoridade policial. Os balaios se movimentavam atacando fazendas e libertando escravos.
Enfrentamentos se espalham alcançando as províncias vizinhas do Piauí e do Ceará. Batalhas
renhidas são travadas, com os rebelados conseguindo algumas vitórias. Em 1839, tomaram a Vila de
Caxias, a segunda cidade do Maranhão em importância, organizando um Conselho Militar, resultado
de uma assembleia entre seus líderes que admitiu elementos “bem-te-vis” da cidade.
A alternativa C também está incorreta, ao passo que a revolta da Balaiada contou com a participação
de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos, contra os grandes senhores de terras e negociantes.
As principais causas da Balaiada estão ligadas à pobreza da população da província maranhense,
bem como sua insatisfação diante dos desmandos políticos dos grandes fazendeiros da região.
A alternativa D também está incorreta, pois não se pode afirmar que a Balaiada pretendia instalar a
República no Maranhão. Além disso, receberam o apoio dos bem-te-vis, que eram os liberais
defensores o fim das práticas abusivas tomadas pelos proprietários de terras e pelos comerciantes
portugueses.
A alternativa E também está incorreta, uma vez que a repressão atuou violentamente contando com
recursos enviados pelo governo imperial. Os redutos foram invadidos e combates aconteceram
corpo a corpo. Os momentos derradeiros da Balaiada foram marcados pelas rivalidades entre os
líderes balaios, por traições, deserções, prisões, torturas e assassinatos atestados nos registros
produzidos pelas forças oficiais. Em 1841, um decreto imperial concedeu anistia aos revoltosos
sobreviventes. Contudo, em 13 de maio de 1841, Caxias diria: "Não existe hoje um só grupo de
rebeldes armados, todos os chefes foram mortos, presos ou enviados para fora da Província”.
(ABI-RAMIA, 2016).
Gabarito: B
8. (NUCEPE - 2015)
“A Balaiada teve suas causas nos desmandos dos prefeitos e nas arbitrariedades dos homens
do governo, que, para satisfazer os caprichos partidários, sacrificavam os interesses do povo.
Ela irrompeu no Maranhão e dentro em pouco se propagou pelo Piauí”.
(NUNES, Odilon. O Piauí na História. Teresina: COMEPI, 1975, p. 71).
pecuária. Em nível das camadas dominantes, o quadro da região não difere das demais, na época. A
política da Província era regulada pelos Bentevis (liberais) e Cabanos (conservadores), seguindo os
moldes do revezamento de partidos, adotado durante o Período Imperial. Algumas crises,
estabelecidas sobre o quadro de 'rotatividade de elites' no poder, eram seguidas - ou precedidas
conforme o caso, de agitações locais, envolvendo geralmente as camadas populares corno
instrumento de luta. O fato com que se costuma marcar o início da revolta ocorreu quando
Raimundo Gomes, um vaqueiro que administrava a fazenda do Padre Inácio Mendes (bentevi)
passava pela vila do Manga levando uma boiada para ser vendida em outra localidade. O subprefeito
da vila, José Egito, cabano e adversário político de Padre Mendes, baixa uma ordem para o
recrutamento de alguns homens que acompanhavam Gomes e também para a prisão do irmão do
vaqueiro. Reagindo, Raimundo Gomes assalta a cadeia e foge para Chapadinha. Irrompidas as
agitações populares concentradas, num primeiro momento, na coluna de Raimundo Gomes, o
aparecimento de manifestações em outras regiões passa a ser frequente. Delas tentará se aproveitar
o partido bentevi. Entretanto, o movimento, ampliando-se, seja no raio de ação geográfica, seja no
quantitativo dos que a ele vieram trazer a sua participação, não possuía as características simplistas
de mais um pronunciamento de políticos desejosos de poder. Nesse sentido, vale lembrar a
participação de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, construtor e vendedor de balaios, daí ser
chamado 'Balaio', nome que passaria ao movimento, bem como a do preto Cosme, que se colocou
à frente de três mil negros rebolados.
(MENDES JUNIOR; RONCARI; MARANHÃO, 2019).
Gabarito: A
9. (SEMAD - 2008)
Em 1820 iniciou-se na cidade do Porto um movimento que, apesar de ostensivamente liderado
por militares, aglutinou as insatisfações de muitos setores sociais de Portugal diante do
reordenamento político do Império. Esse movimento foi refletido em várias províncias do
Brasil.
No Maranhão, os desdobramentos da revolução do Porto podem ser percebido a partir da (o)
A) resistência das autoridades instituídas à formação de Juntas de governo e a renúncia de
Filipe Alberto Patroni Martins Maciel acusado de incitar os escravos à luta contra a nomeação
de um novo governador.
B) resistência de antigas autoridades à adesão incondicional às Cortes e da abdicação do
governador João Carlos de Augusto de Oeyenhausen.
C) descontentamento da maioria da população que não era favorável ao retorno de D. Pedro
bem como a permanência dos cargos burocráticos nas mãos da nobreza.
D) denúncias de conspirações sofridas por Manoel Marques de Sousa, então governador da
província, e a criação de uma Junta governativa sob a presidência do capitão Rego Barreto.
E) organização de uma Junta Constitucional organizada pelo governador Bernardo da Silveira
Pinto da Fonseca e a incitação por parte de alguns jornalistas que prometiam, através dos
pasquins, a liberdade dos escravos.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois Filipe Alberto Patroni Martins Maciel participou de forma ativa do
movimento constitucional no Brasil, sendo a província do Pará a primeira a aderir à Revolução
Constitucionalista do Porto. Foi o primeiro brasileiro a falar nas sessões da Assembleia Constituinte,
em 5 de abril de 1821. Foi delegado da Junta Provisória do Governo do Pará e deputado provincial
pelo Pará na legislatura de 1842 a 1845.
A alternativa B também é incorreta, de modo que João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg,
primeiro e único visconde e marquês de Aracati, foi governador do Pará, tendo também governado
a capitania do Ceará (1803-1807), a de Mato Grosso (1807-1819) e a de São Paulo (1819-1822).
Apesar de ter apoiado o movimento pela Independência do Brasil, fez oposição, junto com José da
Costa Carvalho, ao grupo de José Bonifácio, motivo pelo qual foi demitido do cargo de governador
de São Paulo.
A alternativa C também é incorreta, pois os fatos em questão não dizem respeito à contenda do
retorno de D. Pedro à Portugal.
A alternativa D também é incorreta, pois Manoel Marques de Sousa nunca foi governador da
província do Maranhão.
A alternativa E é a resposta certa, pois foi graças à Revolução do Porto, de 1820, ao dar posição de
destaque ao parlamento e ao ampliar a esfera de atuação deste, que no Maranhão o ato de
peticionar propiciou aos habitantes da província o direito de reclamar por escrito, em decorrência
disto, observou-se o surgimento de novas demandas políticas, econômicas e sociais nos primeiros
decênios do século XIX. Se num primeiro momento funcionou apenas como um órgão consultivo,
posteriormente sofreu alterações e passou a ser também deliberativo. Ao unir o parlamento ao
monarca, se estabelece em Portugal uma monarquia constitucional. Neste sentido, o órgão de
representatividade da nação funciona como um instrumento de recebimento destas petições
enviadas pelos cidadãos do além-mar, e em particular, dos cidadãos naturais e dos portugueses
radicados no Maranhão.
(SENA, 2013).
Gabarito: E
O samba enredo A Balaiada, de 1989, foi revisitado pela Escola de Samba Turma do Quinto no
ano de 2008. Sobre essa revolta, que aconteceu no Maranhão e no Piauí no período regencial,
pode-se afirmar que
A) foi um movimento elitista, liderado pelos republicanos, no Maranhão representado pelo
partido Bem-te-vi.
B) deve ser considerada como uma continuidade da Revolta de Beckman uma vez que, várias
reivindicações dos manifestantes representavam os mesmos descontentamentos da revolta
anterior.
C) foi uma revolta de caráter popular que, apesar da participação de expoentes de outras
camadas sociais, as camadas menos abastadas representaram a expressão mais significativa
do movimento.
D) foi uma revolta de caráter popular que, após a tomada do poder, tinha como meta a
implantação de uma Monarquia Constitucional liderada pelo negro Cosme.
E) após a tomada do poder, os revoltosos para que aceitassem a deposição das armas exigiram
que o novo governo aceitasse, na sua administração, representantes de todas as camadas
sociais e que, o negro Cosme fosse nomeado para o cargo de vereador da câmara de Caxias.
Comentários ==20bdfb==
A alternativa A é falsa, apesar da Balaiada de fato ser chamada de Guerra dos Bem-te-vi, não foi um
movimento elitista, pelo contrário, uma vez que foi a mais longa e numerosa revolta popular
ocorrida no Maranhão entre os anos de 1838 e 1841, com início em 13 de dezembro de 1838.
A alternativa B também é falsa, pois a Balaiada aconteceu entre 1838 e 1841, enquanto a Revolta
dos Beckman ocorreu em 1648.
A alternativa C está correta, pois de fato a Balaiada foi uma revolta de caráter popular que, apesar
da participação de expoentes de outras camadas sociais, as camadas menos abastadas
representaram a expressão mais significativa do movimento. mais um capítulo das convulsões
sociais e políticas que atingiram o Brasil no turbulento momento que vai da independência do Brasil
à proclamação da República. Naquele momento, a sociedade maranhense estava dividida,
basicamente, entre uma classe baixa, composta por escravos e sertanejos, e uma classe alta,
composta por proprietários rurais e comerciantes. A Balaiada foi uma reação e uma luta dos
maranhenses contra injustiças praticadas por elites políticas e as desigualdades sociais que
assolavam o Maranhão do século XIX.
As alternativas D e E também são falsas, uma vez que a participação do negro Cosme na Balaiada foi
à liderança de cerca de três mil escravos, que fugiram das fazendas, se aquilombaram e depois
ficaram sob a sua liderança.
(SILVA, 2008).
Gabarito: C
C) Esparta Maranhense
D) Ilha dos Amores
E) Ilha Rebelde
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois a expressão Jamaica brasileira se deu porque houve inicialmente
resistência em associar o reggae a São Luís. O epíteto “Jamaica Brasileira” é adotado até mesmo pela
Secretaria de Turismo de São Luís, que criou um guia turístico do reggae na cidade.
A alternativa B também é incorreta, uma vez que a expressão Atenas brasileira diz respeito à
evocação de um passado glorioso, de grandes nomes da literatura, artes e ciências, encarnado por
jovens filhos de comerciantes e produtores agrícolas, que retornavam de seus estudos na Europa.
A alternativa C é falsa, pois não há registros da expressão ser empregada à São Luís.
A alternativa D também é incorreta, pois a expressão Ilha dos Amores foi empregada com o fim da
Ilha Rebelde, despolitizada pelo regime militar, vislumbrava-se um espaço para São Luís conquistar
outras qualificações, estas, impregnadas de louvação ao amor e à beleza da cidade. Aproveitam-se
dessa lacuna os cantores e compositores maranhenses João Sá ou Claudio Fontana, César
Nascimento e Carlinhos Veloz. Essa apologia musical a São Luís nasce e vinga entre os anos 1970 e
1990. Claudio Fontana, que morava em São Paulo, saiu na frente com uma declaração de amor à
terra em que nasceu e se criou. Com letra e música de sua autoria, lança a canção intitulada Ilha do
Amor.
A alternativa E está correta. A Greve de 1951, em São Luís, no Maranhão, tem um papel importante
na formação do caráter político da massa urbana ludovicense, e foi o mais formidável movimento
urbano da história do Maranhão, o dia em que a Ilha fez fama de rebelde. Na ocasião, como presente
pelos seus 349 anos de fundação, a cidade recebeu a denominação de “Ilha Rebelde”, pela brava
resistência oferecida, à época, aos detentores do poder. Essa resistência ganhou visibilidade na
greve política contra a posse do governador Eugênio Barros, que, segundo os oposicionistas, vencera
a eleição de outubro de 1950, realizada sob os auspícios da fraude eleitoral e com o beneplácito da
Justiça. Contra isso se levantou o povo de São Luís através de um fabuloso movimento popular que
durou mais de seis meses e com presença nas ruas, dia e noite.
(MARTINS, 2018).
Gabarito: E
E) comunismo.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a plutocracia é um sistema político no qual o poder é exercido pelo grupo
mais rico, o que pode se aproximar do período em questão, mas não é a expressão comumente
utilizada.
A alternativa B é a resposta certa, uma vez que a oligarquia sempre teve papel central em termos de
articulação dos processos políticos, apresentando um caráter tradicional, em função do qual a
estrutura de representação e de intermediação de interesses se fundou nas diversas expressões
históricas do patrimonialismo estatal, sendo o sistema de participação caracterizado, sobretudo,
pelo clientelismo político. Em função desse tipo de dominação, as relações estabelecidas
historicamente no Maranhão entre a sociedade e o Estado sempre conferiram a este um papel mais
ativo do que reativo à primeira, tendo a articulação dos grupos sociais se dado sempre de forma
subordinada à instância estatal.
A alternativa C também é falsa, pois teocracia é o sistema de governo em que as ações políticas,
jurídicas e policiais são submetidas às normas de algumas religiões.
A alternativa D também é falsa, pois ditadura é um dos regimes não democráticos ou
antidemocráticos, ou seja, governos regidos por uma pessoa ou entidade política onde não há
participação popular, ou em que essa participação ocorre de maneira muito restrita.
A alternativa E também é falsa, uma vez que o comunismo é uma ideologia política e
socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem
classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum dos meios de produção.
(GUILHON, 2018).
Gabarito: B
Comentários
A alternativa A é incorreta, apesar da balaiada ter ocorrido entre 1838 e 1841, durante o Período
Regencial, a revolta surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com a
participação de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos.
A alternativa B também é incorreta, uma vez que a sabinada foi um movimento que ocorreu na
Bahia, que teve início entre as elites militares, médicas e jornalistas baianas, seu principal idealizador
foi Francisco Sabino, médico e jornalista; entretanto, o movimento se destacou por ter grande
participação das camadas populares.
A alternativa C é a resposta certa. A setembrada foi o levante ocorrido, durante o período regencial,
no Maranhão e também em Pernambuco, levando o nome do mês em que ocorreu (assim como as
chamadas Abrilada e Novembrada), no ano de 1831, refletindo o sentimento anti-lusitano que se
seguiu à Abdicação de D. Pedro I e que teve noutras províncias manifestações similares. O principal
objetivo do movimento era a saída definitiva dos portugueses do Brasil.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que a cabanagem foi uma revolta popular e social
ocorrida durante o Império do Brasil, entre 1835 e 1840, no Período Regencial, influenciada pela
revolução Francesa, na antiga Província do Grão-Pará, que abrangia os atuais estados do Pará,
Amazonas, Amapá, Roraima e Rondônia.
A alternativa E também é incorreta, pois a revolta praieira foi um conflito que teve seu centro no
Pernambuco, ocorrido durante o período imperial brasileiro.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: C
assim chamados por morarem em cabanas à beira dos rios. Violentamente explorados pelas
autoridades governamentais, viviam em estado de quase absoluta miséria.
A alternativa B está incorreta, pois a Balaiada não teve um caráter puramente elitista, tampouco
ocorreu por causa do aumento de impostos sobre a venda do charque e do couro. A Balaiada foi
uma luta popular que sucedeu na província do Maranhão durante os anos de 1838 e 1841. A revolta
surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com a participação de
vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos.
A alternativa C também está incorreta, uma vez que era a Revolução Farroupilha que sustentava
ideais federalistas e republicanos na região Sul do Brasil, e não os governos do Período Regencial.
A alternativa D também está incorreta, ao passo que a Sabinada foi uma revolta autonomista de
caráter separatista transitório, tendo ocorrido de 6 de novembro de 1837 a 16 de março de 1838.
Ocorreu na Província da Bahia à época do Brasil Imperial, seus líderes foram o médico e jornalista
Francisco Sabino e o advogado João Carneiro da Silva.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: A
3. (Quadrix - 2017)
O desenvolvimento da historiografia mundial, fenômeno que o século XX consagrou, permite
novos olhares sobre o passado protagonizado pelas sociedades. No Brasil, multiplicam-se
estudos que lançam luz sobre a trajetória do País, da colônia aos dias atuais. Da independência,
em 1822, passando pela implantação da República, em 1889, ao cenário presente, a história
brasileira é marcada por avanços e recuos, enfrentando percalços e se mostrando ainda
inconclusa em relação à construção da cidadania. Relativamente à história contemporânea, da
produção do conhecimento histórico a alguns dos mais marcantes fatos ocorridos no Brasil e
no mundo, julgue o item.
Ainda que tenha sido conduzida por setores da elite colonial, a independência do Brasil
motivou muitos brasileiros a assumirem a causa da emancipação nacional: levantes populares
ocorreram em vários pontos do País, a exemplo do Pará, do Maranhão, do Piauí e da Bahia.
4. (CESPE – 2018)
Tendo em vista que o processo de independência do Brasil pode ser compreendido como parte
das profundas mudanças que marcaram a história ocidental a partir do último quartel do século
XVIII, julgue (C ou E) o item que se segue.
A historiografia recente mostra que a tese da independência do Brasil como movimento
pacífico não se sustenta. Embates armados que duraram meses ocorreram em regiões da
Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Pará e na Cisplatina. A fragilidade do projeto de
independência vencedor em 1822 ficou demonstrada pelos conflitos no período regencial.
A) do Contestado.
B) do Riachuelo.
C) do Jenipapo.
D) da Cisplatina.
E) dos Tamoios.
8. (NUCEPE - 2015)
“A Balaiada teve suas causas nos desmandos dos prefeitos e nas arbitrariedades dos homens
do governo, que, para satisfazer os caprichos partidários, sacrificavam os interesses do povo.
Ela irrompeu no Maranhão e dentro em pouco se propagou pelo Piauí”.
(NUNES, Odilon. O Piauí na História. Teresina: COMEPI, 1975, p. 71).
9. (SEMAD - 2008)
Em 1820 iniciou-se na cidade do Porto um movimento que, apesar de ostensivamente liderado
por militares, aglutinou as insatisfações de muitos setores sociais de Portugal diante do
reordenamento político do Império. Esse movimento foi refletido em várias províncias do
Brasil.
O samba enredo A Balaiada, de 1989, foi revisitado pela Escola de Samba Turma do Quinto no
ano de 2008. Sobre essa revolta, que aconteceu no Maranhão e no Piauí no período regencial,
pode-se afirmar que
A) foi um movimento elitista, liderado pelos republicanos, no Maranhão representado pelo
partido Bem-te-vi.
B) deve ser considerada como uma continuidade da Revolta de Beckman uma vez que, várias
reivindicações dos manifestantes representavam os mesmos descontentamentos da revolta
anterior.
C) foi uma revolta de caráter popular que, apesar da participação de expoentes de outras
camadas sociais, as camadas menos abastadas representaram a expressão mais significativa
do movimento.
D) foi uma revolta de caráter popular que, após a tomada do poder, tinha como meta a
implantação de uma Monarquia Constitucional liderada pelo negro Cosme.
E) após a tomada do poder, os revoltosos para que aceitassem a deposição das armas exigiram
que o novo governo aceitasse, na sua administração, representantes de todas as camadas
sociais e que, o negro Cosme fosse nomeado para o cargo de vereador da câmara de Caxias.
Até logo...