Trombosevenosaprofunda - 202311 230220 201129 1677526884
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Venosa
Profunda
SUMÁRIO
1. Introdução...........................................................................................................3
2. Fisiopatologia......................................................................................................3
3. Classificação ......................................................................................................5
4. Epidemiologia......................................................................................................6
5. Quadro clínico.....................................................................................................8
6. Diagnóstico.......................................................................................................11
7. Tratamento........................................................................................................15
Tratamento farmacológico......................................................................................... 15
Tratamento não farmacológico................................................................................. 17
8. Profilaxia ..........................................................................................................17
Referências ...................................................................................................... 19
1. INTRODUÇÃO
Trombos são massas sólidas ou tampões formados na circulação por constituintes
do sangue (plaquetas e fibrina forma a estrutura básica), que podem levar à isquemia
por obstrução vascular local ou embolia a distância. A trombose venosa profunda
(TVP) caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, com obs-
trução parcial e oclusão, sendo mais comum nos membros inferiores.
Lesão endotelial
Trombo
2. FISIOPATOLOGIA
A tríade de Virchow sugere que há três componentes importantes na formação do
trombo:
O trombo inicialmente está livre na corrente sanguínea, preso apenas pela cabeça; a ir-
ritação da parede da veia desencadeia um reflexo simpático que determina venospasmo,
o qual fixa o trombo, com consequente bloqueio da circulação. A parede da veia, irritada,
torna-se sede de um processo inflamatório. Formam-se capilares de neoformação que,
atravessando a parede da veia, penetram no trombo, organizando-o. A veia e o trombo se
transformam num cordão fibroso e duro.
Com isso, a parte livre do trombo, isto é, a que flutua na corrente sanguínea, pode
desprender-se parcial ou totalmente, ocasionando a embolia pulmonar.
Quanto mais rápida for a organização, menor será o fragmento do trombo que se
destaca, menor por conseguinte a gravidade da embolia. Quanto mais lento for o flu-
xo sanguíneo nas veias atingidas, maior é o crescimento do trombo, possibilitando
a formação de caudas compridas e grossas que, quando se destacam, ocasionam
embolias mais graves.
Podemos, para fins didáticos, separar as alterações da fisiopatologia da TVP em
alterações regionais e sistêmicas:
• Alterações regionais:
Efeito mecânico: Obstrução de uma ou mais veias por trombo ocasiona blo-
queio do retorno venoso, cuja gravidade depende do calibre e da extensão
das veias trombosadas. O bloqueio do retorno venoso provoca um a série de
alterações nas veias e nos tecidos distais à trombose, tais como: hiperten-
são venosa, dilatação e insuficiência valvular das veias profundas, comuni-
cantes e ramos superficiais.
Reação inflamatória: Desenvolve-se um processo inflamatório nas veias afe-
tadas, que se estende nos tecidos vizinhos, inclusive artérias e nervos.
Efeito reflexo: A irritação da parede da veia pelo trombo e a reação inflama-
tória atingem os filetes nervosos e desencadeiam um reflexo vasoespástico
que compromete artérias e veias.
• Alterações sistêmicas: Podemos dividi-las em três fases:
3. CLASSIFICAÇÃO
A TVP nos membros inferiores é dividida, de acordo com a localização:
Proximal: Quando acomete veia ilíaca/ femoral/ poplítea.
Distal: Quando acomete veias localizadas abaixo da poplítea.
4. EPIDEMIOLOGIA
A TVP é a terceira causa de doença vascular mais prevalente no mundo, atingindo
2/1000 indivíduos a cada ano, com taxa de recorrência de 25%. O local mais comum
é nos membros inferiores (80-95% dos casos).
As principais complicações são: insuficiência venosa crônica/síndrome pós-trom-
bótica e embolia pulmonar (EP). Aproximadamente 5-15% de indivíduos não tratados
da TVP podem morrer de EP.
Os principais fatores de risco estão diretamente ligados à gênese dos trombos:
estase sanguínea, lesão endotelial e estados de hipercoagulabilidade. Assim, idade
avançada, câncer, procedimentos cirúrgicos, imobilização, uso de estrogênio, gravi-
dez, distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos, são os principais
fatores de riscos relacionados. A incidência aumenta proporcionalmente com a
idade.
Para efeitos didáticos podemos classificar os riscos como genéticos ou
adquiridos.
• Indeterminado;
• Localizado;
• Tromboembólico.
EP
Exame físico: Análise do quadro clínico, podendo consistir de dor, edema, eritema,
cianose, dilatação do sistema venoso superficial, aumento de temperatura, empasta-
mento muscular e dor à palpação.
Durante o exame físico, alguns testes clínicos podem auxiliar no diagnóstico, en-
tre eles:
Câncer ativo (paciente recebeu previamente tratamento para câncer pelo menos a 6 me-
1
ses ou atualmente recebendo tratamento paliativo)
Imobilidade no leito por 3 dias ou mais, ou cirurgia maior nas últimas 12 semanas com
1
anestesia geral ou regional
Perna edemaciada, pelo menos 3 cm maior do que lado assintomático (medida realizada
1
10 cm abaixo da tuberosidade da tíbia)
Interpretação:
• -2 a 0: baixa probabilidade;
• 1 a 2: média probabilidade;
• > 3: alta probabilidade.
O escore de Wells apresenta melhor resultado para avaliação de pacientes jovens sem
comorbidades ou história prévia de tromboembolismo venoso, que em outros pacientes.
Diagnóstico de imagem:
Sintomas
clínicos/suspeita de TVP
Critério de Wells
Probabilidade
Baixa probabilidade
moderada ou alta
Se (-): Ausência TVP Se (+): Doppler venoso Se (+): TVP confirmada Se (-): D-dímero
• Tratamento farmacológico;
• Tratamento não farmacológico.
Tratamento farmacológico
Anticoagulantes
Para pacientes com alta suspeita clínica de TVP, recomenda-se iniciar o tratamen-
to com anticoagulantes enquanto se aguarda a confirmação do diagnóstico. O obje-
tivo é evitar a extensão do trombo e dar tempo para o sistema fibrinolítico fisiológico
degradar a rede de fibrina e normalizar o fluxo. O tratamento inicial deve ser realiza-
do com: Heparina de Baixo peso molecular (HBPM), Heparina não fracionada (HNF),
fondaparinux ou anticoagulantes orais em longo prazo.
Recomenda-se a duração do tratamento inicial por pelo menos 5 dias. Associado
aos antagonistas da vitamina K (AVK) desde o primeiro dia de tratamento, até que
o RNI (relação de normatização internacional) esteja em nível terapêutico, que é
entre 2-3, por dois dias consecutivos. A partir desse momento, as drogas parente-
rais podem ser suspensas com segurança. Não é recomendado o tratamento inicial
APENAS com AVK, pois está associado a altas taxas de recorrência sintomática e ao
risco de necrose cutânea.
A terapia estendida é recomendada para: pacientes com primeiro episódio de TVP
proximal idiopática, sem fatores de risco para hemorragias e que possam ser subme-
tidos a uma boa monitorização da anticoagulação; pacientes com segundo episódio
de TVP idiopática. Durante a terapia anticoagulante estendida, recomenda-se a rea-
valiação periódica para cada paciente, sobre os riscos e benefícios da continuidade
do tratamento.
Fibrinolíticos
Deambulação
Recomenda-se a deambulação precoce, pois está associada a uma diminuição
dos sintomas agudos de TVP. Exercícios físicos regulares não aumentam os sinto-
mas nos membros inferiores na existência de TVP prévia e pode prevenir ou melho-
rar a síndrome pós-trombótica.
8. PROFILAXIA
Indicado para pacientes em pós-operatório de grandes cirurgias, traumas e lesões
graves, cirurgias de lesões medulares, insuficiência cardíaca congestiva, acamados,
história prévia de TVP ou EP.
Os métodos de profilaxia podem ser mecânicos ou farmacológicos. Dentre as
medidas mecânicas, incluem: deambulação e a utilização de meias de compressão
graduadas. A ativação do mecanismo da bomba da panturrilha é um meio efetivo de
profilaxia e reduz a incidência de TVP em pacientes cirúrgicos. Sugere que seja devi-
do à prevenção da estase venosa.
A profilaxia farmacológica inclui a utilização de anticoagulantes em doses baixas,
alguns autores relatam como “minidoses” fixas de heparina. A dose tradicionalmente
utilizada é de 5000 unidades de heparina não fracionada, a cada 8 ou 12 horas.
Sanar
Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770