Apresentação LIFE
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1- HISTÓRIA DO SURF
O Surf teve sua origem na polinésia, em uma ilhazinha localizada no Oceano Pacífico, onde as
pessoas viviam da pesca. As pranchas eram usadas como uma técnica para navegar pelo mar
de maneira rápida.
Até aí, não se enxergava o surf como esporte ou entretenimento: ele tinha a finalidade de
otimizar as atividades cotidianas. Somente quando chegou ao Hawaii a prática passou a ser
recreativa e algumas técnicas foram aperfeiçoadas.
2- CHEGADA NO BRASIL
O primeiro registro de surfistas no Brasil é da década de 30, quando três meninos de Santos
construíram uma prancha e se jogaram no mar. Mas foi nos anos 40 que o esporte se
popularizou, quando soldados norte-americanos trouxeram seus apetrechos para surfar em
Copacabana.
3- CONFEDERAÇÃO
A Associação Brasileira de Surf Amador (Abrasa) foi criada em 1987 com a finalidade principal
de desenvolver, padronizar os critérios e coordenar o surfe amador em todo o Brasil. No dia 17
de outubro de 1998, a Abrasa mudou seu nome para Confederação Brasileira de Surf (CBS). Em
2002, a entidade recebeu a vinculação junto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). A CBS é
reconhecida desde 1988 pela International Surfing Association (ISA) como responsável pelo
surf amador no Brasil e também está filiada à Panamerican Surfing Association (Pasa).
4- CAMPEONATOS REGRAS
Não há muitas regras complicadas no surf professional, mas existem algumas delas que são
importantes você conhecer, caso acompanhe o nosso esporte.
O formato dos eventos é composto por rodadas (rounds), e cada rodada é formada por um
determinado número de baterias (heats) de 2 a 4 surfistas cada, com cada um buscando somar
duas melhores notas entre as suas ondas surfadas – cada onda é avaliada de 1 a 10 pontos, em
uma possível soma total de 20 pontos. Um quadro de cinco juízes avalia cada onda surfada na
escala de 1 a 10 pontos com decimais. Para cada nota dada pelos juízes, a maior e a menor
nota (dos 5 juízes) são descartadas e o surfista recebe a média das 3 notas restantes. Não
existe limite quanto ao número de notas que podem ser dadas, mas apenas as duas maiores
(até 10 pontos possíveis) serão consideradas para definir o somatório total de cada surfista
numa bateria (até 20 pontos possíveis).
Os juízes da WSL avaliam os seguintes elementos, quando dão nota às ondas surfadas (este
critério não vale para as provas de Longboard ou eventos do Big Wave Tour:
• Variedade de manobras/repertório
5- CURIOSIDADES
O Brasil é uma das três grandes potências no esporte. A geração de Gabriel Medina, Adriano
de Souza, Filipe Toledo e outros foi apelidada de "Brazilian Storm" (Tempestade brasileira) por
conta de forma de surfar e dos resultados no cenário internacional, com títulos mundiais e
medalhas olímpicas;
6- CARACTERÍSTICAS GERAIS
Além disso, o surfe exige uma capacidade de adaptação às variações das condições das marés
no que se refere à velocidade/direção dos ventos e da correnteza, ao tamanho, à duração e à
quebra das ondas. Para a sua prática, é fundamental a escolha de uma prancha apropriada, o
que irá variar com a expertise do praticante/atleta e com os seus objetivos.
Para a prática do surfe, é necessária a aptidão, do ponto de vista dos sistemas de produção de
energia, ao recrutamento de vias anaeróbicas (para os momentos de explosão muscular e
manobras) e de vias aeróbicas (para o suporte de boa parte da fase do nado e do tempo total
de movimentação).
Cada uma das características da prancha deriva da correlação das análises antropométricas, de
habilidades do esporte e da mecânica clássica/hidrodinâmica para que a vivência do surfe seja
segura, acessível e compatível com a expectativa de quem pratica. Nas competições, o atleta,
de acordo com a sua expertise e as condições do mar, escolhe a prancha mais adequada para o
seu plano de manobras.
7- GESTOS ESPORTIVOS
Os fundamentos do surfe são compostas por dois momentos: Drop (Montada) e Remada.
Remada:
A remada consome aproximadamente entre 40 e 50% do tempo do surfe6 e exige tanto
condicionamento cardiorrespiratório quanto força de membros superiores/coluna compatíveis
para a tarefa de avançar após a linha de arrebentação das ondas (local de marulho das ondas
do mar batendo na praia ou em um recife), além da capacidade de responder às variações do
mar (como correnteza e tamanho das ondas), fazendo com que o ritmo do gesto seja irregular
ao longo do deslocamento.1,6
Drop (montada):
O drop (ou montada) é outro fundamento básico do surfe, momento no qual o atleta sai da
posição pronada para a postura de pé, com a base de sustentação de acordo com a
dominância corporal do atleta. Há a base regular na qual a perna direita fica atrás (para os
destros) e a base goofy, na qual é a perna esquerda que se localiza posteriormente na prancha
(para os canhotos).6
O drop é um movimento rápido de extensão dos braços e do tronco com flexão de membros
inferiores que exige coordenação e resistência muscular anaeróbica para que haja equilíbrio
em cima da prancha. É um gesto que deve ser feito com êxito para que se suceda a realização
das mais variadas manobras
Manobras principais:
Floather
Tubo
Cuttback
Rasgada
8- BIOMECÂNICA
Uma das perspectivas mais avaliadas no surf é a análise biomecânica, envolvendo abordagens
de força, equilíbrio, flexibilidade, geralmente associadas com adaptações morfológicas, nível
de prática e dados antropométricos dos atletas.
Outro momento básico para que o surfe ocorra e que requer habilidade e integridade de
movimentos do atleta é a passagem do posicionamento horizontal para o vertical (drop ou
pop-up), sobre o qual, um estudo recente propôs um modelo laboratorial para a
caracterização desse gesto por meio de reconstrução cinemática em 3D e mensuração das
forças de reação de 23 atletas homens (Figura 9).16
A partir dessa interação, entre outros aspectos, eleva-se a capacidade do atleta, por tentativa
e erro e auto-organização, de responder de forma mais eficiente e inconsciente às variações
de contexto (que, no surfe, são muitas).
Nessa aplicação, o mar é um contexto volátil, incerto, complexo e ambíguo, que exige do
surfista conhecimentos prévios sobre o ambiente, habilidades técnicas e preditivas e atitudes
assertivas em diversas situações para que a competência de surfar seja executada de forma
plausível e efetiva.22
9- FISIOTERAPIA
É essencial direcionar os treinos (de prevenção e/ou recuperação funcional) para movimentos
que simulem gestos do surfe, incluindo as possíveis restrições que o atleta irá experienciar no
esporte, como a escolha da estratégia adequada para ensino da remada do surfe na prancha,
como adaptação do nado crawl, para que se possa desenvolver a estrutura da coluna e os
membros superiores dentro das valências que darão eficiência à tarefa.
Geralmente, as lacerações são lesões comumente relatadas nos estudos descritos, porém, com
o aumento do número de praticantes ao redor do mundo e dos diferentes níveis de prática
(competitiva ou recreacional) de um esporte que requer habilidades contextuais bem
desenvolvidas, levantam-se questões sobre a suscetibilidade e a vulnerabilidade de atletas no
que se refere às lesões musculoesqueléticas, principalmente relacionadas à sobrecarga.
Estudos apontam que 62% das lesões (em uma proporção que pode variar de 1 a 1,8
intercorrências a cada 1.000 horas de surfe) ocorrem durante a trajetória do surfista na onda,
desde a remada forte para entrar na onda e as subsequentes manobras realizadas (wave
riding), momento em que o surfista é exigido em relação ao controle do equilíbrio, da direção
e da velocidade da prancha por meio da rotação do quadrante superior do corpo e do
posicionamento dos pés.16
Os segmentos mais acometidos no surfe são o joelho (49% lesões ligamentares), o tornozelo
(75% entorses) e o ombro (48% instabilidades e ruptura do manguito rotador); em relação aos
membros inferiores, as lesões ocorrem mais na perna de trás. Essas circunstâncias
correlacionam-se com níveis de expertise do atleta, gerenciamento de variáveis e respostas de
treino e condições ambientais.24,25 (IMAGEM)
Microlesões podem ocorrer com o treinamento e/ou a prática do surfe, assim como acontece
em qualquer esporte, mas, quando identificada a sua possível presença por meio de aspectos
qualitativos, por exemplo, como a escala de esforço percebido, o sistema musculoesquelético
torna-se instável, diminuindo a tolerância do tecido a novas perturbações, o que pode
aumentar a suscetibilidade a lesões. A continuidade desse cenário leva ao surgimento de
macrolesões, as quais são limitantes à prática do esporte.
10- REFERENCIAS
Brasil VZ, Ramos V, Goda C. A produção científica sobre surf: uma análise a partir das
publicações entre 2000-2011. Pensar Prát. 2013 Jul–Sep;16(3):619–955.
https://doi.org/10.5216/rpp.v16i3.19466