Rezas Aos Orixas
Rezas Aos Orixas
Rezas Aos Orixas
Oh! mamãe Oxum, proteja-me, faça que o amor seja constante em minha vida, e que eu
possa amar toda a criação de Olorum. Proteja-me de todas as mandingas e
feitiçarias. Dai-me o néctar de sua doçura e que eu consiga tudo o que desejo: a
serenidade para agir de forma consciente e equilibrada.
Que eu seja como suas águas doces que seguem desbravadoras no curso dos rios,
entrecortando pedras e se precipitando as cachoeiras, sem parar nem ter como voltar
a traz, apenas seguindo meu caminho. Purifique minha alma e meu corpo com suas
lágrimas de alento. Inunda-me com sua beleza, sua bondade e seu amor, enchendo
minha vida de prosperidade. ORA YE YE Ô Oxum!”.
OXÓSSI
Ele é espalhado sobre o OPON- IFÁ, onde o BÀBÁLÁWÓ faz a marcação dos ODÚ e
posteriormente, após ritual próprio, esse ÌYÈROSÙN que foi encantando, poderá ter
diversas utilidades.
É empregado em beberagens, banhos, sabão para banho, em diversas formas para
proteção e sorte, podendo ainda dependendo a situação ser espalhado sobre oferendas
aos ÒRÌSÁ ou a ÒRÚMÌLÁ.
Mas somente terá valor litúrgico se for preparado por um BÀBÁLÁWÓ.
Elbein dos Santos (1986) apresenta uma classificação do axé em categorias: sangue
vermelho, sangue branco e sangue preto. O sangue vermelho, no reino animal
compreende o sangue propriamente dito, animal e humano, aí incluído o fluxo
menstrual; no reino vegetal, inclui o epo, azeite de dendê, o osun, pó vermelho
extraído de pterocarpus erinacesses e o mel, sangue das flores. O sangue branco
incluem no reino animal, o hálito, o plasma, o sêmen, a saliva, o suor e outras
secreções; no reino vegetal, a seiva, o sumo, o álcool e as bebidas brancas
extraídas de palmeiras e de alguns vegetais, o ori, manteiga vegetal e oiyerosun,
pó esbranquiçado extraído do irosun; no reino mineral, os sais, o giz, a prata, o
chumbo, etc.
O sangue preto compreende, no reino animal, as cinzas de animais; no vegetal, o
sumo escuro de certas plantas, o ilu, índigo extraído de diferentes tipos de
árvores, pó azul escuro chamado wáji; no reino mineral, o carvão, ferro, etc.
Para poder atuar, o axé deve ser transmitido através de uma combinação particular
que contém representações materiais e simbólicas do branco, do vermelho e do preto,
do Aiyê e do orun, competindo ao oráculo à definição da composição necessária do
axé a ser implantado ou restituído.
O sangue – animal, vegetal ou mineral – é substância indispensável para a
restauração da força. Todo ritual, seja uma oferenda, um processo iniciativo ou uma
consagração, realiza implante da força ou revitalização.
O que vive, para poder realizar-se ou realizar, precisa de axé e, não sendo a fonte
inesgotável, a reposição se faz necessária e é obtida através da prática ritual que
reatualiza a força do tempo primordial, o tempo da criação!
A importância da regularidade dos ritos reside no fato de que a presença das
entidades sobrenaturais é favorecida pela atividade ritual, ocasião privilegiada da
transferência e redistribuição do axé. Este, oriundo das mãos e do hálito dos mais
antigos, na relação interpessoal, é recebido através do corpo e atinge níveis
profundos, incluídos os da personalidade, através do sangue mineral, vegetal e
animal das oferendas.
Primeiramente, gostaria de citar que existem diferenças entre efun e pemba, osùn e
urucum, wàji e anil, estes primeiros facilmente importados do continente Africano,
não havendo a necessidade de substituí-los.
Efun é um nome jeje-nago dado a vários tipos de pó, utilizados nos rituais afros
brasileiros. É muito mais conhecido pelos leigos e na Umbanda como pemba,
nomenclatura utilizada pela nação angola.
No Afro-brasileiro utilizamos somente três pinturas durante a cerimônia do EFUN
AGBÉ: efun – (um tipo de argila branca), osùn – um tipo de pó vermelho, obtido da
árvore Baphia nitida e Peterocarpus osun ambas Leguminosae Papilionoideae e o wáji
– um tipo de pó azul, obtido da árvore Indigofera sp. Leguminosae Papilionoideae.
Cada uma destas cores está relacionada com determinados Odus e existem vários
significados para as pinturas, poderei citar as três principais, a saber: As três
representam as três passagens do dia, o amanhecer (efun) o crepúsculo (osùn) e o
anoitecer (wàji). Essas pinturas também representam uma forma de proteção contra as
forças maléficas das três principais Iyami Àjé (as feiticeiras) impedindo-as que
pousem sobre as pessoas e uma das principais características destas pinturas, tem
como objetivo vincular todo o àse transmitido ao noviço durante os ritos da
iniciação.