Apostila LOTHUC - 2019
Apostila LOTHUC - 2019
Apostila LOTHUC - 2019
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO......................................................................................................4
2.0 CONCEITOS GERAIS EM ORTOPEDIA .............................................................5
3.0 SEMIOLOGIA DO TRAUMA RAQUIMEDULAR ...............................................17
4.0 SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA ..............................................................................26
5.0 SEMIOLOGIA DO OMBRO ................................................................................47
6.0 SEMIOLOGIA DO COTOVELO .........................................................................52
7.0 FRATURAS DE MEMBROS SUPERIORES ......................................................55
8.0 SEMIOLOGIA DA MÃO .....................................................................................63
9.0 SEMIOLOGIA DO QUADRIL .............................................................................73
10.0 SEMIOLOGIA DO JOELHO .............................................................................81
11.0 SEMIOLOGIA DO PÉ E TORNOZELO ............................................................92
12.0 RADIOLOGIA ORTOPÉDICA ........................................................................104
13.0 MEDICAMENTOS ..........................................................................................112
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................120
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INTRODUÇÃO
4
CONCEITOS GERAIS EM ORTOPEDIA
2.0 LESÕES LIGAMENTARES
São lesões causadas por trauma na região articular que provocam um
movimento que ultrapassa a amplitude normal da articulação de uma ou mais
direções. Podem causar desde pequenos estiramentos ligamentares (entorses),até
rupturas completas de ligamentos e de cápsula articular e consequentemente
provocar uma luxação.
2.1 ENTORSE
Entorse é a perda momentânea da congruência articular durante o
traumatismo, acarretando lesões de ligamentos ,seguido pela redução espontânea
da articulação. O entorse mais comum é o entorse se tornozelo lateral, com lesão do
ligamento talo-fibular anterior associado ou não ao calcâneo -fibular, provocando
súbita inversão e flexão plantar do pé, durante um tropeção. Existe vários tipos de
entorse, como em punho, joelho, em tornozelo(inversão e eversão).
2.2 LUXAÇÃO
A definição de luxação é lesão traumática onde ocorre perda da congruência
articular ,isto é, perda da relação anatômica de suas superfícies articulares.
2.4 FRATURA
Fraturas são definidas como perda da solução de continuidade óssea. Do
ponto de vista mecânico fratura representa a perda da capacidade do osso de
transmitir normalmente a carga durante o movimento , por perda da integridade
estrutural. Podem ser classificados em :exposta(aberta), e fechada.
5
2.5 TRAUMA MUSCULO-ESQUELÉTICO
2.5.1 INTRODUÇÃO
Segundo do ATLS, 85% de todos os traumas fechados têm acometimento do
sistema músculo-esquelético, ou seja, o acadêmico deve estar preparado a abordar,
investigar e ter em mente as possíveis complicações.
Lesões músculo-esqueléticas graves são sugestivas de trauma de alta energia. Por
exemplo, fraturas de fêmur ou úmero podem ter acometimento interno do tronco. Fraturas
do anel pélvico podem resultar em alterações hemodinâmicas graves (choque). Edemas e
esmagamentos graves podem ocasionar respectivamente em Síndrome Compartimental e
Rabdomiólise Traumática – insuficiência renal por liberação de substâncias musculares
tóxicas.
As lesões músculo-esqueléticas não podem alterar o protocolo de atendimento
preconizado pelo ATLS. Mas também não devem ser ignoradas.
b) RADIOGRAFIAS
Faz parte do exame secundário; o paciente só sai da sala de emergência , se estiver
estável.
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C) EXAME FÍSICO
Procure por alterações quanto à cor e à perfusão, quanto a deformações e a
edemas, e por hematomas ou equimoses.
Não esquecer de rodar o paciente politraumatizado em bloco a procura de possíveis
lesões ocultas no dorso. A observação da função motora espontânea do membro
acometido é importante na procura por lesão. A capacidade de mover ativamente, apesar
da dor, a articulação na sua amplitude indica que a parte neuromuscular está íntegra e a
articulação estável. As extremidades devem ser palpadas para averiguar sensibilidade da
pele e se há pontos dolorosos. Presença de dor, hiperestesia, edema e deformação
sugerem fratura. Qualquer mobilidade anormal de uma articulação indica a existência de
possível ruptura ligamentar.
c) AMPUTAÇÃO TRAUMÁTICA
Princípio do ATLS: a interrupção do aporte sangüíneo a uma extremidade deve ser
reconhecida prontamente e as medidas terapêuticas devem ser tomadas em caráter de
7
urgência. Os nervos também são muitos sensíveis à anóxia. O músculo não tolera
interrupção do aporte sangüíneo por mais de 6 horas, após isso se inicia necrose.
A amputação traumática é uma forma grave de fratura exposta que necessita
avaliação urgente do ortopedista. O reimplante é indicado para o caso de lesão isolada de
extremidade.
No caso de necessidade de transporte para um serviço que possa executar o
procedimento de reimplante o membro avulsionado deve ser assim transportado: o membro
deve ser envolto por uma toalha estéril, dentro de um saco plástico e, este por sua vez,
dentro de um isopor com gelo.
d) SÍNDROME COMPARTIMENTAL
Pode ocorrer em qualquer lugar onde o músculo esteja contido dentro de um espaço
fechado delimitado pela fáscia. Desenvolve-se quando a pressão no compartimento osteo-
fascial do músculo é suficiente para produzir isquemia e necrose. Lugares de maior
freqüência: perna e antebraço. Situações de alto risco: fratura de tíbia ou antebraço; gessos
apertados; esmagamentos, etc. Deve-se estar atento nessas situações e verificar a
evolução. Prestar a atenção em pacientes com o estado mental alterado.
A clínica é norteada principalmente pela dor, que é intensa. Também aparecem
parestesia e alteração dos pulsos distais. O tratamento é a fasciotomia, que é a abertura
do compartimento osteo-fascial. A intervenção tardia pode ter como conseqüências a
Contratura Isquêmica de Volkmann e Rabdomiólise.
e) LUXAÇÕES
É também uma emergência, porque a demora no seu atendimento e tratamento
acarreta necrose das estruturas cartilaginosas. É a perda de congruência articular.
Importante fazer analgesia ao paciente num primeiro momento, por dois motivos.
Primeiro dor local intensa e preparação para a redução posterior. Pós-redução deve-se
fazer uma radiografia de controle para averiguar se houve sucesso e nenhuma iatrogenia
pela manobra. 8
f) FRATURAS EXPOSTAS E DO ANEL PÉLVICO
Pela importância, freqüência e complexidade são abordadas em capítulo à parte.
2.7.2 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico e radiográfico. A identificação do mecanismo de trauma é
essencial para o tratamento adequado. Desvios rotacionais ou discrepância de membros
inferiores sem que haja fratura nos membros representa um sinal evidente de lesão pélvica
grave.
O sinal de Destot corresponde ao achado clínico de hematoma genital externo do
paciente. Sangue no meato uretral e espículas óssea tanto na vagina quanto no reto devem
ser pesquisados. As manobras práticas e de triagem de instabilidade do anel pélvico
correspondem à tentativa de abertura da pelve (suave e suficiente para caracterizar o
9
exame de instabilidade rotacional) e pistonagem com o membro inferior em direção à pelve
(instabilidade vertical).
Lesões associadas são comuns como lesão urológica (12 %), neurológica (8%),
genital e proctológica. (lesões genitais ou proctológica podem agravar a evolução pois
tornam a fratura exposta e por ser de difícil diagnóstico, acaba sendo “oculta”).
A pelve pode seqüestrar de 4-5 litros de sangue até que a compressão do hematoma
aconteça. A intervenção na estabilização dela é de fundamental importância para a
reanimação e melhorar o prognóstico do paciente.
A rotina do ATLS deve se realizada para tratar de forma seqüencial e prioritária as
lesões. O anel pélvico tem sua diferença pois sua avaliação de estabilidade corresponde
ao item hemodinâmico de prioridade.
Uma vez estabilizado o paciente, avaliação radiológica adequada deve ser
realizada. Incidências em anteroposterior, in let (60 ° caudal) e out let (45 ° cefálico)
mostram o exame inicial radiológico para classificar e instituir tratamento. Alar e obturatriz
mostram de forma adequada o acetábulo.
A tomografia axial computadorizada (TAC) mostra detalhes ósseos como lesão
sacra e sua extensão e correlação com o ilíaco, localização precisa do traço de fratura,
instabilidades óssea e ligamentar que o raio-x não mostre com clareza. A possibilidade de
reconstrução tridimensional oferece mais recursos para o planejamento cirúrgico ou na
certificação de um tratamento conservador possível.
2.7.3 CLASSIFICAÇÃO
Tile em 1988 propôs a classificação combinando o mecanismo da lesão e o grau de
instabilidade, resultando em instabilidade rotacional e vertical.
2.7.4 TRATAMENTO
Uma vez que os traumatismos de pelve cursam com alta energia, não é incomum
que eles ocorram concomitantemente a múltiplas lesões. Sendo assim é crucial que se
avalie o paciente politraumatizado como um todo, sempre seguindo a sequência
preconizada pelo ATLS, identificando as lesões que põem em risco a vida do paciente e
tratando-as.
O reconhecimento do padrão de fratura e a sua estabilização precoce, realinhando
as estruturas ósseas, diminui o volume pélvico e consequentemente a perda de sangue
aumentando assim a sobrevivência do paciente. Assim que confirmado o diagnóstico de
uma fratura de pelve instável deve-se iniciar prontamente seu manejo que consiste em:
• fixação da pelve, que pode ser provisoriamente realizada na sala de emergência por
antichoque).
• promove a hemostasia;
• sepse (10%);
2.8.1 DEFINIÇÃO
Podemos definir fratura exposta como sendo aquela na qual há uma ruptura na pele
e nos tecidos moles subjacentes, permitindo a comunicação óssea direta ou de seu
hematoma fraturário com o meio ambiente.
Deve-se atentar para o fato que essa comunicação muitas vezes pode estar
mascarada, como em situações em que a ferida é pequena ou está distante do local da
fratura, ou em fraturas do anel pélvico que pode ter comunicação com o meio através do
tubo digestivo ou vagina.
2.8.2 DIAGNÓSTICO
O conhecimento do mecanismo de lesão alerta ao médico para a existência de
possíveis lesões, não evidentes, que poderiam passar despercebidas.
Os tipos de lesão dependem da capacidade dos tecidos de absorver e dissipar a
energia cinética transferida pelo agente causador do traumatismo e da área submetida ao
impacto.
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Essa energia inicia com um descolamento periosteal e rompe a barreira dos tecidos
moles criando um vácuo promovendo a contaminação do interior da ferida. Portanto não
devemos julgar o grau de contaminação de uma fratura exposta apenas pelo tamanho
da ferida.
Deve-se ter em mente que a energia absorvida irá afetar não somente o osso, como
também o seu invólucro (partes moles). São as partes moles que nutrem, protegem e
proporcionam elementos de defesa ao osso. Frequentemente a pele íntegra ou apenas
contundida esconde graves lesões de partes moles.
Traumas de baixa energia quando provocam fraturas expostas, causam dano
tecidual de dentro para fora. Já traumas de alta energia provocam dano tecidual de fora
para dentro e normalmente são mais graves.
A contaminação das feridas se dá comumente no momento ou logo após o trauma,
mas felizmente a maioria destas bactérias são contaminantes cutâneos e ambientais
inócuos. A infecção pode também ocorrer após contaminação hospitalar, com o
Staphylococcus aureus resistente à penicilinas ou cefalosporinas de primeira geração,
Enterococcus ou Pseudomonas.
Antes de uma detalhada avaliação da fratura exposta, o paciente deve ser
estabilizado e situações de risco de vida manejadas de acordo com o Suporte Avançado
de Vida no Trauma – ATLS.
Alinhamento e adequada imobilização do membro com curativo compressivo deve
ser adquirido melhorando a dor, o aspecto anatômico e funcional (vascular e nervoso) do
membro. Grandes desvios podem comprometer a avaliação e função do membro.
Documentar sempre da melhor forma possível o estado neurológico (sensitivo e
motor) e vascular. Após a re-orientação do membro, melhora de sinais como palidez,
perfusão diminuída, temperatura do membro podem melhorar com essa simples manobra.
A localização, tamanho e aspecto da lesão deve ser documentada. Crepitação
subcutânea, flutuação em partes moles são sinais de extensão lesão de partes moles, ainda
que a ferida que comunica o meio externo com a fratura seja pequena.
O mecanismo de trauma, o local e detalhes do acidente devem ser
exaustivamente investigados. Contaminação em ambiente rural ou semelhantes deve
levantar suspeita de contaminação por anaeróbios como Clostridium e acrescentar ao
manejo inicial antibióticos como penicilina cristalina. Imunização para o tétano deve ser
pesquisada e devidamente conduzida se necessário.
Avaliação de doenças prévias, uso (corticoesteróides, antibiótico,
imunossupressores) e alergias a medicamentos, consumo de álcool, tabagismo deve ser
questionado para poder prever dificuldades e impor novas diretrizes ao tratamento.
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Avaliação radiográfica é essencial para classificar, orientar tratamento e estabelecer
um prognóstico da lesão a ser tratada. Radiografias em ântero-posterior e perfil, onde as
articulações acima e abaixo devem estar presentes, representam o mínimo a ser
solicitado. As radiografias revelam ainda contaminação de partes moles com corpos
estranhos, presença de ar em partes moles sugerindo grande dissipação de energia, gás
produzido por bactérias como o Clostridium, E. coli Radiografias em incidências especiais,
tomografias, ressonância nuclear magnética tem suas indicações após o manejo inicial
colaborando na estratégica cirúrgica.
Lesões intra-articulares, luxações, lesão arterial e neurológica devem ser
exaustivamente avaliadas e reavaliadas para as medidas necessárias dessas situações
graves sejam tomadas.
2.8.3 CLASSIFICAÇÃO
A classificação mais utilizada para fraturas expostas é a de Gustillo e Anderson, e
leva em consideração três fatores críticos/fundamentais que devem ser avaliados para
orientar tratamento e estabelecer prognóstico.
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o III B: lesão extensa não permitindo cobertura óssea, normalmente
necessitando reconstrução cirúrgica.
o III C: fratura com lesão arterial que necessita de reparo cirúrgico.
2.8.4 TRATAMENTO
Os objetivos do tratamento das fraturas expostas são basicamente: obter
consolidação da fratura, restaurar a função do membro e prevenir infecção. Este último é o
mais urgente já que é causa de seqUelas e complicações.
Vale lembrar que muitos portadores de fraturas expostas são politraumatizados ou
polifraturados que podem se apresentar com quadro clínico instável. Nesses casos deve-
se realizar o primeiro atendimento segundo as recomendações do ATLS - Advanced
Trauma Life Support
a) ATENDIMENTO INICIAL
Passada esse fase do atendimento e devida avaliação da ferida, devemos proceder
a cobertura com curativo estéril e imobilização provisória re-alinhando o membro (caso não
tenha sido realizado). Retirar corpos estranhos desde que de fácil realização com pinças
estéreis. Não devemos explorar ou manipular a ferida em sala de emergência por ser
um local potencialmente contaminado.
Descrever a lesão e as variáveis envolvidas no trauma como: agente causal, mecanismo
de trauma, localização, tempo decorrido do trauma. Pesquisar pulso, perfusão,
hemorragia ativa, expansão de hematoma e exame neurológico no membro lesado.
Na presença de hemorragia externa devemos fazer curativo estéril compressivo
manual ou com faixa de crepe.
15
b) EXAME RADIOLÓGICO
Deve ser realizado também exame radiológico completo incluindo o segmento afetado e as
articulações proximais e distais à fratura, nas incidências de AP e P, após estabilização
adequada e segura do paciente.
C) ANTIBIOTICOTERAPIA
Patzakis et al mostraram que o índice de infecção foi reduzido à 2,3 % com a
administração inicial de cefalosporina de primeira geração. Com penicilina e estreptomicina
foi registrado 9,7 % de infecções. Sem antibiótico, 13,9 % foi registrado. A
antibioticoprofilaxia está sempre indicada nos casos de fraturas expostas. Nos tipos I e II
de Anderson e Gustilo, somente cefalosporina de primeira geração. Nos tipos III, deve ser
acrescentado um aminoglicosídeo. Ambientes rurais ou semelhantes com contaminação
por terra, cobertura para anaeróbios deve ser realizada com penicilina cristalina ou
metronidazol e deve ser administrada tão logo seja confirmada a fratura exposta, muitas
vezes na própria sala de emergência.
d) TRATAMENTO CIRÚRGICO
São de extrema importância nesse processo: o debridamento cirúrgico e a irrigação
com solução salina, que irão ajudar a:
• reduzir a contaminação bacteriana da ferida;
• remover tecidos desvitalizados;
• remover corpos estranhos e
• criar uma ferida vascularizada.
Após essas medidas, as atenções se voltam para a estabilização das fraturas. O
método ideal de fixação (interno ou externo) vai depender do padrão da fratura. Os
principais fatores que influenciam na tomada de decisão são: tipo de fratura/grau de
cominuição, localização anatômica, grau de lesão de partes moles, tratamento inicial, grau
de contaminação, tempo decorrido desde o acidente e estado geral do paciente.
2.8.5 CONCLUSÃO
As fraturas expostas são lesões muito freqUentes e variadas. Podem trazer
consequências precoces e tardias com consequências gravíssimas sociais e laborais.
Portanto é de extrema importância que seja detectada e tratada corretamente o mais rápido
possível.
O objetivo final no tratamento das fraturas expostas é o re-estabelecimento da
função do membro e do paciente tão precoce e completamente possível.
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SEMIOLOGIA DO TRAUMA RAQUIMEDULAR
3.0 INTRODUÇÃO
O trauma raquimedular (TRM) é definido pela presença de um lesão nos
neurônios do Sistema Nervoso Central (SNC), com ou sem lesão óssea, dentro do
canal vertebral desde o forame magno até a região lombar superior (T12 – L1).
Quando localizado abaixo deste nível (de L2 ao sacro) é chamado radicular ou das
raízes nervosas.
No Brasil, cerca de 40 casos de TRM por milhão de habitantes surgem a cada
ano, totalizando seis a oito mil casos. Um estudo realizado pelo Instituto de Ortopedia
do Hospital das Clínicas da USP mostrou que a maioria dos lesados medulares eram
do sexo masculino (76,4%) sendo que a maior parte se encontrava na faixa etária
dos 21 ao 30 anos (27,1%). As principais causas foram os acidentes automobilísticos,
ferimentos por arma de fogo, quedas de altura e mergulhos em água rasa.
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A medula espinhal possui dois alargamentos para inervação dos membros:
intumescência cervical que se estende de C4 a T1, e a maioria dos ramos anteriores que
se originam dela vão formar o plexo braquial; e a intumescência lombossacral que se
estende de T11 a L1, e os ramos anteriores originados nesta região vão formar os plexos
nervosos lombar e sacral. As raízes dos nervos espinhais formados nesta região e
associados ao cone medular formarão a cauda equina (feixe de raízes nervosas que passa
pelo espaço subaracnóideo).
19
No exame sensitivo utiliza-se a estimulação om agulha (sensibilidade dolorosa) e
com algodão (sensibilidade tátil). A resposta é classificada em: ausente – 0; alterada – 1;
normal – 2.
No exame motor os movimentos são classificados de acordo com a sua ausência
ou presença:
0 – paralisia total;
1 – presença de contração palpável;
2 – movimento que não vence a força da gravidade;
3 – movimento ativo que vence a força da gravidade;
4 – movimento ativo que vence alguma resistência;
5 – movimento ativo com força normal.
20
21
3.3.3 SÍNDROMES MEDULARES
De acordo com a localização, as lesões medulares são divididas em:
ÁREA DE PROGNÓSTICO
MECANISMO DE
SÍNDROME LESÃO DÉFICIT AO EXAME DE
TRAUMA
MEDULAR RECUPERAÇÃO
Nã
Proteção parcial da coluna. o
O paciente está
acordado, alerta e
Nã Si
o m
Si Si
m Não m
N
Proteção total da coluna. A COLUNA É TRATADA.
Consulte centro Mantenha colar cervical.
Revise exames radiográficos em
posição supina: possíveis lesões
despercebidas.
Acompanhamento em serviço
especializado em coluna em 2-3 semanas
para raios-X em flexão- extensão na
NÃO HÁ LESÃO DE
COLUNA.
Mobilização conforme
tolerância do paciente.
Remova colar cervical.
24
3.5 TRATAMENTO
3.5.1 MEDICAMENTOSOS
Até 2013, se fazio o uso de metilprednisolona, um potente glicocorticoide que
ajudava a diminuir o edema e tinha ação anti-inflamatória, porém um estudo feito em 2013
pela NASCIS (National Acute Spinal Cord Injury Study) avaliou que o uso de glicocorticoide
aumentava o risco de infecções nosocomiais, desde então o uso de metilprednisolona é
desestimulado.
3.5.2 CIRÚRGICO
O princípio que deve orientar a cirurgia é estabilizar para reabilitar. Nenhum tipo de
cirurgia atuará diretamente na medula ou na reparação do tecido nervoso lesado, mas a má
indicação cirúrgica aumenta a morbidade.
Devem ser operados pacientes nos primeiros dias após o trauma principalmente os
pacientes que apresentarem lesões instáveis e para evitar complicações pela imobilização
prolongada no leito.
A redução anatômica e fixação rígida da fratura permitem mobilização precoce,
enquanto aguarda-se definição do quadro neurológico. As cirurgias podem ser por via
anterior ou posterior, com o uso de sistemas metálicos para fixação. É importante que após
a cirurgia o paciente possa permanecer livre de gesso, colar ou colete para ser
imediatamente reabilitado.
25
SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA
26
4.1 DESCOLAMENTO EPIFISÁRIO E LESÕES DO MECANISMO DE CRESCIMENTO
O esqueleto é formado por uma estrutura cartilaginosa durante o período
embrionário. A ossificação começa sempre na diáfise dos ossos longos (centro de
ossificação primário) e se estende em direção às extremidades (epífises). No recém-nato,
já existe a ossificação de algumas epífises (centro de ossificação secundário), as demais
começam a se ossificar após o nascimento, surgindo em momentos específicos de acordo
com a faixa etária da criança. Quando a epífise inicia sua ossificação, cria-se um espaço
cartilaginoso, entre a diáfise ossificada e o centro de ossificação secundário, chamado de
placa de crescimento ou placa fisária que mantém o crescimento longitudinal do osso.
Certas fraturas causam lesão à placa fisária, alterando ou até mesmo impedindo o
crescimento da extremidade acometida.
27
4.3 COMPLICAÇÕES DAS LESÕES FISÁRIAS
• ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO DO OSSO LESADO: apesar de rara, é
passível de ocorrer. Em geral ocorre nos 6 a 18 meses após o trauma inicial
• PARADA DO CRESCIMENTO: quanto mais jovem o paciente, maiores são as
potenciais complicações decorrentes da parada do crescimento.
28
4.4.1 TRATAMENTO
a) METAFISÁRIA
• COM DESVIO, INSTÁVEL, > 8 ANOS: redução incruenta, fixação com 01 FK sem
passar pela fise, TAP.
b) DESCOLAMENTO EPIFISÁRIO
• SH II:
29
a) FRATURAS EM GALHO VERDE
b) FRATURAS COMPLETAS
As fraturas proximais à inserção do pronador redondo
devem ser imobilizadas em supinação; as distais ao pronador
redondo devem ser postas em pronação. A posição neutra serve
para as fraturas do terço médio. Crianças com mais de 8 anos
FRATURA EM GALHO
podem necessitar de fixação interna para manter a redução obtida.
VERDE 1
c) DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Pode ocorrer no rádio e/ou ulna. Tratamento: força gradual, para a correção da
deformidade; aplicação de GBP durante 6-8 semanas. Crianças com < 4 anos podem ser
tratadas apenas por observação, nos casos de leve deformidade, por causa do seu alto
potencial de remodelação.
30
d) FRATURA DE MONTEGGIA
Fratura da ulna proximal associada à luxação da cabeça do rádio. É importante a
redução da cabeça radial e da fratura. Redução fechada e GBP, durante 4-6 semanas. Pode
haver necessidade de redução aberta nas fraturas cominutivas ou oblíquas instáveis ou em
caso de cabeça radial irredutível (interposição do ligamento anular), especialmente nas
crianças de mais idade.
e) FRATURA-LUXAÇÃO DE GALEAZZI
Fraturas da diáfise radial distal, com luxação da articulação radioulnar distal.
Tratamento: tração longitudinal e redução; aplicação de GBP com o cotovelo em flexão de
90º e com o antebraço em supinação.
31
MENINAS MENINOS
CAPÍTULO 8a 11m 9a 13m
EPICÔNDILO MEDIAL 5a 8m 7a 9m
TRÓCLEA 7 – 11a 8 – 13a
EPICÔNDILO LATERAL 8 – 11a 9 – 13a
CABEÇA DO RÁDIO 3a 8m 4a 6m
OLÉCRANO 6a 8m 8a 8m
à TRATAMENTO
a) GARTLAND I
b) GARTLAND II E III
Redução incruenta e fixação, TBP com 90º flexão do cotovelo por 04 semanas.
à TRATAMENTO
Por se tratar de uma fratura intra-articular e com grande potencial para o desvio
(inserções musculares) deve ser tratada com redução anatômica e fixação. Aceita-se a
fixação percutânea precoce nas fraturas sem desvio.
à TRATAMENTO
• Imobilização simples: até 30º angulação, GBP por 03 semanas;
• Redução fechada e imobilização: 30 a 60º, teste prono-supinação (>60º de
amplitude), GBP;
• Redução fechada e fixação: técnica de joystick ou Metaizeau;
• Redução aberta e fixação: realizada somente se todos os métodos de redução
incruenta falham, pois tem grande índice de rigidez articular.
33
4.6.5 FRATURAS OLECRANIANAS
Mecanismo: avulsão (flexão - rara), extensão (varo ou valgo), ou força direta.
Fraturas associadas como da cabeça radial, epicôndilo medial, ou luxação radial. Redução
aberta e fixação em banda de tensão se houver impotência funcional (incapacidade para
extensão).
à TRATAMENTO
• Neonatos até 3 anos: usualmente do tipo em galho verde; devemos descartar a
possibilidade de maus tratos. Tipóia canadense ou Velpeau gessado;
• Aos 3-12 anos: usualmente metáfise proximal. Tipóia canadense, tala em pinça de
confeiteiro, GBP pendente;
• Acima dos 12 anos: tala em pinça de confeiteiro, GBP pendente ou aparelho-
gessado tipo cast- brace, para as fraturas diafisárias. Pode ser usado um aparelho
34
gessado toracobraquial (Velpeau), nas fraturas proximais que não podem ser
controladas por outros meios.
à TRATAMENTO
• EXTREMIDADE DISTAL: avaliar desvio inicial, pois trabalha como luxação acrômio-
clavicular. Se o manguito periosteal inferior está intacto e unido ao ligamento
coracoclavicular opta-se pelo tratamento conservador (tipóia canadense), mas se
houver luxação significativa e instabilidade, podemos fazer uma redução fechada e
fixação percutânea.
36
à TRATAMENTO: para confecção de gesso toracopodálico (GTP) imediato, avaliar
condições de partes moles (edema, feridas).
• ATÉ 2 ANOS: GTP imediato na posição humana (90º de flexão, 45º de abdução e
20º de rotação externa) ou suspensórios de Pavlik. Se não houver condições para
confecção do gesso, manter tração cutânea ao zênite, aguardar diminuição de
edema e cicatrização de ferimentos, GTP;
• 2 A 6 ANOS: GTP imediato se encurtamento inicial for < 2cm X tração cutânea (até
30kg) ou esquelética (> 30 kg), Rx controle, GTP com 30º de abdução, 30º de flexão
e 20º de rotação externa do quadril e 20 a 30º de flexão do joelho;
• 6 A 12 ANOS: tração cutânea ou esquelética, GTP x TEN;
• > 12 ANOS: tração esquelética, TEN x RAFI;
• POLITRAUMATIZADO: redução incruenta e TEN x FE.
• SH III: forças em valgo. Acomete côndilo medial com mais freqüência. Pode
causar Incongruência articular, RAFI;
• SH IV: raras. Pode formar ponte óssea na área fraturada levando a distúrbios
do crescimento. RAFI.
A redução aberta pode ser realizada se há falha nos métodos incruentos. A redução
anatômica é importante para evitar alterações do crescimento e degrau articular.
Até 70% das fraturas tibiais em crianças são isoladas, 30% apresentam fratura
fibular associada. É importante a verificação do quadro neurovascular.
à TRATAMENTO
39
Desvios aceitáveis:
a) SUPINAÇÃO - INVERSÃO
• Grau I: SH I ou II da fíbula distal;
• Grau II: grau I associada a SH III ou IV da tíbia distal, raramente SH I ou II;
40
e) COMPRESSÃO AXIAL: SH IV de tíbia distal; facilmente ignorada, pois as radiografias
iniciais não mostram deformidades. Evolui com interrupção do crescimento;
4.12 CALVIN-LEGG-PERTHES
A doença de Calvin-Legg-Perthes é caracterizada pela necrose asséptica da cabeça
do fêmur e é a grande representante das doenças epifisárias na criança.
A placa epifisária funciona como uma barreira natural que impede que o sangue
metafisário chegue até a epífise, que então necessita receber sangue de outra forma,
através de artérias intracapsulares. É importante lembrar que a cabeça do fêmur é
totalmente intra-articular nutrida por ramos das artérias circunflexas lateral e medial do
fêmur. A isquemia e a necrose femoral da cabeça costumam acontecer a partir do bloqueio
do fluxo dessas pequenas artérias intracapsulares. É comum que ocorra a mesma situação
em casos de fraturas de colo femoral, porém na doença de Calvin-Legg-Perthes isso ocorre
de forma idiopática.
Ela é dividida em 4 fases evolutivas: fase precoce, também conhecida como a fase
de necrose óssea. Fase de fragmentação, na qual surge uma pequena fratura patológica
no osso subcondral, no local de maior estresse, na porção ântero-superior da cabeça do
fêmur. A fase de reossificação e a fase de deformação residual.
É mais comum em meninos (4:1), com idades entre 2 a 12 anos, geralmente
unilateral e os sinais clínicos cursam com claudicação e dor referida no joelho (sinal do
obturador). Crianças com menos de 6 anos possuem melhor prognóstico, devido ao maior
tempo de adaptação da epífise durante a maturação e a capacidade do acetábulo de se
adaptar à deformidade.
41
O tratamento do Calvin-Legg-Perthes em crianças menores de 6 anos costuma ser
apenas a observação associada ao tratamento conservador. O grande desafio da doença
é prevenir a deformidade residual. Podem ser realizadas a tração no leito com o membro
em abdução, exercícios de alongamento da coxa e a imobilização gessada de Petrie. Em
indivíduos mais velhos ou casos refratários é indicado a osteotomia.
SINAL DO CAJADO
42
O tratamento é sempre cirúrgico e deve ser programado de forma imediata com a
finalidade de promover o fechamento da placa epifisária, a isso se dá o nome de
epifisiodese.
43
DISPLASIA DO QUADRIL
4.16 OSGOOD-SCHLATTER
A doença de Osgood-Schlatter é considerada uma osteocondrose da tuberosidade
anterior da tíbia (TAT), que pode cursar com dor e limitação do movimento e afeta
preferencialmente crianças do sexo masculino (3:1) dos 8 aos 15 anos. O mecanismo da
doença é desconhecido, porém a teoria mais aceita é que a da tração excessiva da TAT
pelo tendão patelar, resultando em múltiplas fraturas de microavulsão subagudas e/ou
inflamação tendinosa. O que ocorre é que a região proximal da inserção do tendão patelar
se separa, resultando na elevação do tubérculo tibial. Durante a reparação desta
fratura de estresse, o novo osso é formado no espaço da avulsão, o que pode resultar em
um tubérculo tibial desviado e proeminente. Com a persistência das práticas esportivas, o
processo de microavulsão/reparação do tubérculo tibial ferido continua, podendo resultar
em uma proeminência marcadamente pronunciada do tubérculo, com implicações estéticas
e funcionais a longo prazo. Um fragmento separado pode se desenvolver na inserção do
tendão da patela e pode levar à dor crônica, decorrente da não ossificação. Estudos
histológicos apoiam esta etiologia traumática.
O tratamento é sempre conservador, com indicação de repouso relativo e uso de
analgésicos, AINES (benefício controverso) e crioterapia.
44
OSGOOD-SCHLATER
46
SEMIOLOGIA DO OMBRO
47
5.1 EXAME DO OMBRO
a) INSPEÇÃO
Inicialmente avalia-se a simetria entre ambos os membros superiores, com atenção
também para alguma lesão visível. Deve-se sempre comparar o ombro bilateralmente, tanto
na inspeção quanto na palpação, para detecção de alguma anormalidade. É durante a
inspeção que se observam posturas antinaturais e assimétricas, como na “posição do
garçom pedindo gorjeta”, sinal da paralisia de Erb. Na inspeção também é importante
avaliar a clavícula, pois alguma fratura pode ser visível por a clavícula ser próxima à pele.
Deve-se também observar a porção deltóide do ombro, pois em uma luxação o acrômio
será visível (sinal da dragona militar). Por fim, deve-se observar a região posterior da cintura
escapular, para identificar alguma assimetria presente ou atrofia (sinal da escápula alada –
paralisia do nervo acessório).
b) PALPAÇÃO ÓSSEA
A palpação deve ser feita com o examinador colocando-se atrás do paciente
sentado. Deve-se avaliar a incisura supra-esternal, a juntura esterno-clavicular, clavícula,
processo coracóide, articulação acrômio-clavicular, acrômio, grande tuberosidade do
úmero, incisura bicipital, espinha escapular e bordo vertebral da escápula. Lembrando que
a palpação deve ser feita sempre de maneira bilateral, procurando identificar local de dor,
assimetrias, crepitações e outras anormalidades.
d) GRAU DE MOBILIDADE
Os testes de mobilidade avaliam os seis movimentos da cintura escapular (abdução,
adução, extensão, flexão, rotação interna e rotação externa).
e) TESTES ATIVOS
Inicialmente testa-se a abdução e rotação externa (teste de Apley); depois se testa rotação
interna e adução. Depois pode-se pedir ao paciente para “bater palmas” sobre a cabeça,
para se testar a abdução bilateral.
f) TESTES PASSIVOS
1. adução/abdução:envolve as articulações escapulo-torácica e glenoumeral. A
abdução se faz até 120º, quando o colo cirúrgico do úmero colide com o acrômio. A partir
desse ponto, a abdução só ocorre com rotação externa.
2. flexão/extensão: a flexão atinge aproximadamente 90º, enquanto que a extensão
atinge cerca de 45º. Uma limitação nesses movimentos pode ocorrer devido à uma tendinite
ou bursite.
3. rotação interna/externa: o alcance da rotação externa é de cerca de 45º e o da
rotação interna é de 55º
g) EXAME NEUROLÓGICO
O exame neurológico é importante para avaliar se há alguma hipotonia que possa
restringir a amplitude de movimentação.
No exame muscular, além dos 6 movimentos da cintura escapular, também são
avaliados a elevação e a retração da escápula e o prolongamento do ombro (alcance).
49
Nessa parte do exame, o examinador precisa fazer sempre força contra-resistência
do paciente, para testar o tônus muscular.
h) TESTE DE SENSIBILIDADE
Testa-se, na face lateral do braço, a raiz nervosa de C5 (face lateral do deltóide-
nervo axilar), na face medial do braço, a raiz nervosa de T1, na axila a raiz nervosa de T2,
da axila ao mamilo a raiz nervosa de T3 e no mamilo a raiz nervosa de T4.
O nervo axilar é frequentemente lesado em luxações glenoumerais, acarretando
anestesia na face lateral do deltóide.
i) TESTES ESPECIAIS
50
Teste de Hawkins: Teste da Gaveta Teste do Sulco: O Teste de Patte: Avalia o
força a cabeça do Anterior: força a aumento da distância infra-espinhoso e o
úmero contra o cabeça do úmero entre o acrômio e o redondo menor
acrômio. Dor sugere anteriormente. Se úmero poderá ser
síndrome do impacto positivo, o paciente percebido, formando
do ombro. contrairá a um sulco. Avalia as
musculatura subluxações inferiores
impedindo a da cabeça do úmero
subluxação. nos casos de
Teste da Gaveta instabilidade.
Posterior: força o
ombro
posteriormente.
51
SEMIOLOGIA DO COTOVELO
52
6.1 SEMIOLOGIA DO COTOVELO
a) INSPEÇÃO
Ângulo de carregamento é o ângulo lateral formado pelos eixos longitudinais do
braço e antebraço = 5 a 15º (valgo); a avaliação deve ser bilateral analisado com o cotovelo
estendido e antebraço supinado; a presença de anormalidades como cubitus varus e
cubitus valgus são decorrentes de fraturas ou doenças do crescimento esquelético.
b) PALPAÇÃO ÓSSEA
Localizar áreas doloridas, intumescências, aumento de temperatura local e
crepitação; Segurar a face anterior do braço e com a mão livre promover a palpação em
região posterior;
Promover a palpação de: epicôndilo medial, crista supracondilana medial, olécrano,
borda ulnar, fossa olecraniana, epicôndilo lateral, crista supracondilana lateral e cabeça do
rádio. É omportante avaliar a relação entre o epicôndilo lateral, processo olecraniano e
epicôndilo medial, pois promovem a formação de um triângulo isóscele entre eles quando
em flexão. Quando em extensão esse triângulo se transforma em uma linha reta transversa.
d) MOBILIDADE ATIVA
Analisa a capacidade do paciente de movimentação do cotovelo sem auxílio:
• Extensão-flexão: mobilidade normal de 0 – 140 graus podendo variar 10 graus para
mais ou para menos.
• Prono-supinação: a pronação normal varia de 0 – 70 graus e a supinação de 0 – 85
graus.
e) MOBILIDADE PASSIVA
Avaliada quando há limitação da mobilidade ativa: avalia os mesmos movimentos
da mobilidade ativa, isto é, flexo-extensão e prono-supinação; pode-se avaliar uma
limitação de mobilidade é causada por bloqueio mecânico ou por contratura muscular.
f) FORÇA MUSCULAR
• Flexão: com o cotovelo fletido 90 graus, avalia a raiz C5 e C6;
• Extensão: com o cotovelo fletido 90 graus, avalia a raiz C7;
• Pronação: avalia o músculo pronador redondo;
• Supinação: avalia os músculos supinadores, especialmente o bíceps braquial.
54
FRATURAS DE MEMBROS SUPERIORES
7.0.1 CLASSIFICAÇÃO
• Anterior: compreende cerca de 85% dos casos e pode ser de vários tipos.
Ocorre por trauma direto e violento em direção póstero-anterior sobre o ombro
(raro), ou por mecanismo de queda ao solo, acompanhado de movimento
rotacional com membro superior em abdução e rotação externa (muito comum)
• Posterior: de incidência mais rara, ocorre em quadros de choque elétrico ou
crise epiléptica, em que a musculatura dos rotadores externos se contrai com
maior intensidade.
• Inferior: produzida por força violenta com o braço em abdução máxima. A
cabeça do úmero se alojará na axila em posição extra-articular. O diagnóstico
clínico é facilitado pela atitude muito característica do paciente, que chega ao
serviço de emergência segurando o braço em posição elevada.
• Superior: para ocorrer esse tipo raro de luxação, é necessário que ocorra
também a fratura do acrômio e uma provável lesão do manguito rotador. O
efeito gravitacional do peso do braço determinará a redução da luxação.
55
Ao exame físico observa-se o sinal da dragona, que é a ausência da cabeça do
úmero do seu local anatômico, estando luxado anterior ou posteriormente. Observam-se
proeminência do acrômio e um “vazio” anatômico logo abaixo. A luxação anterior é de
simples observação, já a posterior é mais difícil de constatar, porque a cabeça do úmero se
localizará no meio do deltóide posterior. O exame vascular, mediante palpação da artéria
radial e da realização do teste de Allen, é indispensável. O exame neurológico inclui a
pesquisa da sensibilidade e motricidade dos nervos axilar, musculocutâneo, radial, mediano
e ulnar.
CLASSIFICAÇÃO DE ROCKWOOD
56
Grau II Ruptura do ligamento acromioclavicular e
estiramento do ligamento coracoclavicular;
movimentação dolorosa; elevação da articulação
acromioclavicular; subluxação do ombro
Grau III Ruptura dos ligamentos acromioclavicular e
coracoclavicular, com significativa elevação da
extremidade lateral da clavícula
Grau IV Mesmas características do grau III, mas com
deslocamento posterior da extremidade lateral da
clavícula
Grau V Excede o grau II com deslocamento grave
Grau VI Forma rara, com luxação da clavícula sob o acrômio,
acompanhada por edema intenso.
58
7.4 FRATURAS DO COTOVELO
7.4.1 FRATURA DO ÚMERO DISTAL
As fraturas do úmero distal podem ser divididas em supracondiliana, intercondiliana
e fraturas condilianas.
Esta fratura ocorre em indivíduos adultos após queda sobre cotovelo fletido e é
frequentemente cominutiva e de tratamento cirúrgico. Nesses casos a mobilização precoce
do cotovelo é essencial para evitar complicações como a rigidez articular e a osteoartrose,
porém o índice de complicações pós operatórias é grande, havendo falha na fixação e não-
consolidação do osso levando a um quadro de pseudoartrose.
A) FRATURA DE COLLES
Fratura do rádio distal, geralmente com cominuição dorsal, angulação dorsal, desvio dorsal
do fragmento distal e encurtamento do rádio.
B) FRATURA DE SMITH
Fratura do rádio distal com angulação e desvio volar do fragmento distal (reverso da fratura
de Collles)
60
C) FRATURA DE BARTON
Fratura- luxação marginal articular instável com deslocamento do carpo junto com o
fragmento articular, podendo ser volar ou dorsal.
D) FRATURA DE CHAUFFEUR
Fratura oblíqua da extremidade distal do lado radial do rádio, na qual a parte triangular do
osso, incluindo o processo estiloide, é separada do restante do rádio.
61
62
SEMIOLOGIA DA MÃO
8.0 INTRODUÇÃO
A mão do homem realiza funções especializadas na realização das diversas
atividades cotidianas. É um segmento muito ativo e responsável pelo tato, preensão
e pinça, tornando-se fundamental para todas as atividades diárias como alimentação,
higiene, trabalho e lazer. Devido ao fato de estar sempre em atividade e à frente na
defesa do restante do corpo está mais sujeito à traumatismos.
O primeiro dedo (polegar) é o dedo mais importante da mão, representando
cerda de 40% da função. Em conjunto com as metacarpofalângicas dos outros dedos
vão determinar a capacidade para pegar e soltar objetos, de extrema importância.
Na nômina anatômica atual NÃO existe: quirodáctilos. Dá-se preferência ao
nome do dedo: polegar, indicador, etc ou primeiro, segundo, etc. Ainda na nômina
atual: são metacarpais e não metacarpianos.
8.1 ANATOMIA
A mão tem 27 ossos principais, sendo 8 no carpo, 5 metacarpos e 14
falanges, além de pequenos ossos chamados de sesamóides. Os ossos do carpo
estão intimamente ligados ao rádio e à ulna. Todos têm inter-relação e dependência
para conferir os diferentes movimentos.
a) PELE
A pele do dorso é fina e apresenta certa mobilidade enquanto que a pele palmar é
fixa pela fáscia palmar é queratinizada. Na palma, feridas longitudinais às pregas de flexão
podem provocar retrações cicatriciais. Perda de pele ou substância na polpa da falange
distal podem ser tratadas com curativos frequentes conseguindo a cicatrização desejada,
ou ainda com enxerto de pele nas perdas maiores. Quando há exposição do osso, falange
distal, devemos realizar retalhos locais de deslizamento, do tipo V-Y.
64
b) TENDÕES
São estruturas que dão continuidade aos músculos e que se inserem no osso. O
músculo recebe o estímulo nervoso e contrai seu corpo realizando a tração do tendão que
proporcionará o movimento da articulação.
No exame físico devemos observar se há alguma das seguintes condições:
• ”DEDO EM MARTELO”: lesão da inserção do tendão terminal extensor na base da
falange distal, com ou sem pequeno fragmento ósseo da base dorsal visto na
radiografia de perfil do dedo. Exame: ocorre a flexão ou queda da falange distal.
• “DEDO EM BOTOEIRA”: lesão do tendão extensor na base dorsal da falange
média. Exame: ocorre flexão da interfalângica proximal e hiperextensão da
interfalângica distal.
• “DEDO EM COLO DE CISNE”: progressão de um dedo em martelo não tratado
adequadamente ou alterações na articulação interfalângica proximal como artrite
reumatoide. Exame: ocorre hiperextensão da interfalângica proximal e flexão da
interfalângica distal.
c) CARTILAGENS
Tecidos localizados nas extremidades dos ossos que tem correspondência de forma
(concavidade e convexidade) e permitem o movimento das articulações.
d) NERVOS
A inervação da mão é feita principalmente pelos nervos radial, ulnar e mediano. Eles
têm sua origem no plexo braquial formado pela integração das raízes de C5 até T1 e são
responsáveis pela inervação sensitiva e motora da mão.
65
e) VASOS
A vascularização é feita pelas artérias radial e ulnar, ramos da artéria braquial, que
se comunicam distalmente formando os arcos palmares (profundo e o superficial), que são
responsáveis pela perfusão da mão.
8.2 ATENDIMENTO
O atendimento do paciente com trauma de mão inicia-se com a história, que deve
conter: tempo decorrido entre o acidente e o atendimento, condições de higiene do local,
mecanismo de lesão e o que foi feito de imediato.
O exame físico começa com a inspeção do membro, em busca de lesões, feridas,
escoriações e deformidades. Em ferimentos abertos deve-se procurar lesões vasculares,
nervosas e tendinosas.
Caso esteja ocorrendo uma hemorragia deve-se utilizar um curativo estéril ao redor
da ferida e envolvê-lo com atadura de crepe que deverá comprimir a ferida, além de orientar
o paciente para que mantenha o membro elevado.
Caso exista um segmento amputado, essa parte deve ser envolvida numa
compressa embebida em soro fisiológico, introduzida num saco plástico que deve ser
66
colocado dentro de outro saco plástico com água e gelo na proporção de 3/1
respectivamente.
Ainda no exame físico devemos observar sinais como cianose, palidez, presença de
pulso distal à lesão, diminuição da temperatura que são indícios de uma possível isquemia
do membro. Através do teste de Allen o examinador pode testar a perfusão das artérias
ulnar e radial. O examinador comprime as duas artérias e pede para o paciente abrir e
fechar a mão algumas vezes e solta uma das artérias de cada vez, se o fluxo por ela estiver
acontecendo normalmente a mão ficará avermelhada, caso haja comprometimento da
irrigação, a mão continuará pálida.
b) N. ULNAR
Para testar a parte motora deve-se pedir para o paciente realizar os movimentos de
abdução e adução dos dedos. Já a sensibilidade se encontra na face ulnar do 4º e 5º dedos.
Uma lesão do nervo ulnar pode apresentar o aspecto de mão em garra.
c) N. MEDIANO
A parte motora pode ser examinada pelo movimento de pinça do polegar (peça ao
paciente para juntar as pontas do polegar e indicador com força) e sua oponência. A região
sensitiva corresponde a palma da mão do 1º, 2º e 3º dedos e metade radial do 4º dedo até
a região dorsal das falanges médias. Numa lesão do nervo mediano a mão pode apresentar
a chamada “mão de macaco”. Esse nome se deve ao aspecto plano da eminência tenar e
pela ausência da oponência. O polegar permanece ao lado do 2º dedo, em extensão e
abduzido, por causa da ação do extensor longo do polegar e do adutor do polegar. Além
das metacarpofalângicas do 2º e 3o dedos ficarem em hiperextensão.
67
Enfatizamos que em cada lado da palma dos dedos temos os nervos digitais, ramos
do nervo mediano (para polegar, indicador médio e metade do anular) e do nervo ulnar
(para metade do anular e do mínimo), responsáveis pela sensibilidade na metade radial e
ulnar de cada um dos dedos.
INCIDÊNCIAS
DEDOS Póstero-anterior (PA) e perfil (P)
MÃOS Póstero-anterior (PA) e oblíquo (O)
METACARPEANOS Póstero-anterior (PA), oblíquo (O) e perfil (P)
Póstero-anterior (PA), perfil (P), oblíquas (O), PA com
PUNHO
desvio ulnar e PA com desvio radial
8.4 TRATAMENTO
Deve ser iniciado com analgesia do paciente e tratamento de suas feridas (anti-
sepsia, retirada de corpos estranhos, retirada de tecidos desvitalizados, controle
hemorrágico e sutura da pele com fio inabsorvível).
Em casos de fraturas ou luxações deve-se reduzir e estabilizar o mais precoce
possível. Em geral, as fraturas na mão são estáveis e de tratamento conservador, exceto
quando a fratura é exposta ou existe desvio, exigindo tratamento cirúrgico. A imobilização
temporária, por aproximadamente 4 semanas, pode ser feita com talas de gesso ou
alumínio, que mantenham a posição funcional da mão. As imobilizações devem conter as
articulações proximal e distal ao segmento lesionado.
68
8.5 RETALHO DE ATASOY
Caso haja uma avulsão traumática de falange, faz-se o chamado Retalho de Atasoy,
mais conhecido com VY. Esse tipo de retalho proporciona uma boa cobertura para a parte
avulsionada. Porém deve ser cuidadosamente dissecado, preservando sua inervação, tanto
para manter o retalho com sensibilidade como para evitar a formação de neuromas na polpa
digital, os vasos acompanham os nervos e são os responsáveis pela sobrevivência do
retalho.
b) OSTEOARTRITE
A osteoartrite é uma doença articular degenerativa, envolvendo perda de cartilagem
articular, principalmente em membros inferiores podendo estar presente também nas mãos.
Está associada a idade, obesidade, traumas e outras alterações que possam afetar a
biomecânica articular.
Quando ocorre essa alteração nas articulações sinoviais, há uma degradação da
cartilagem articular, porém há uma tentativa do organismo de reparar essa cartilagem, a
manifestação clínica são os nódulos de Heberden e Bouchard, que muitas vezes são
indolores no começo, porém apresentam dor crescente com o tempo. Além disso, o
paciente com osteoartrite apresentará uma articulação rígida, diminuição do arco de
movimento, crepitações, aumento do volume articular, etc.
71
SEMIOLOGIA DO QUADRIL
9.0 INSPEÇÃO
Quando o paciente entra na sala de exame, a marcha deve ser observada
com atenção especial. O exame do quadril deve ser realizado com o paciente despido
ou com roupas íntimas e deve-se procurar por queimaduras, manchas hipocrômicas,
bolhas, sinais de nascença, drenos de cavidade e em particular por abaulamentos,
intumescências ou pregas cutâneas. Em seguida, observe a postura do paciente e
se ambas as cristas ilíacas se acham no mesmo plano horizontal. Quando há
assimetria ao observar a simetria dos bordos inferiores das nádegas que são
delimitados pelas pregas glúteas, pode –se pensar em luxação congênita do quadril,
atrofia muscular, obliquidade pélvica ou diferença no comprimento das pernas.
72
9.2 PALPAÇÃO DOS TECIDOS MOLES
a) Trígono femoral
• delimitado pelo m. satório, ligamento inguinal e m.adutor longo;
• o assoalho é delimitado por porções dos m.adutor longo, pectíneo e iliopsoa;
• no interior se encontra NAVE ( nervo, artéria, veia - de lateral para medial.)
b) Trocânter maior
c) Nervo ciático
d) Crista ilíaca
e) Músculos do quadril e da pelve.
73
9.3 GRAU DE MOBILIDADE
Movimentos:
A - plano sagital → flexo–extensão
B - plano coronal→abdução–adução
C - plano vertical → rotação externa – interna
Flexão – 120°
Flexor primário: m.iliopsoa (nervo femoral L1, L2 e L3)
Extensão - 30°
Extensor primário: m.glúteo máximo (nervo glúteo inferior, S1)
74
9.4 EXAME NEUROLÓGICO
Testes Motores: Os músculos são testados por grupos musculares funcionais: flexores,
extensores, adutores e abdutores. Demonstrado nas figuras anteriores.
Teste de Sensibilidade: A sensibilidade do quadril, região pélvica e coxa é suprimida por
nervos oriundos das raízes torácicas inferiores, lombares e sacrais.
Dermátomo Raíz
Região umbilical T10
Região inguinal T12
Área entre a região inguinal e umbilical T11
Ligamento inguinal L1
Terço médio anterior da coxa L2
Terço distal anterior da coxa L3
75
Região lateral da coxa – cutâneo lateral S3
Região posterior do quadril – nervos cluneais L1 – L2 – L3
Região perianal S1 – S2 – S3
b) TESTE DE THOMAS
Avalia o grau de contratura em flexão do quadril. Segura-se pelo tornozelo um dos
membros tentando estende-lo ao máximo em direção a mesa de exame, ate que a pelve
comece a movimentar.
76
c) TESTE DE OBER
Com o paciente em decúbito lateral, o joelho e o quadril estendidos, o quadril é
abduzido. Tenta-se aduzir o quadril e verifica-se a presença de contratura da musculatura
abdutora, caso o membro permaneca abduzido.
9.7 FRATURAS
CLASSIFICAÇÃO EVANS
CRITÉRIOS DE ESTABILIDADE
• Traço reverso;
• Fratura grande trocanter;
• Cominuição póstero medial;
• Extensão subtrocanteriana.
FRATURAS INSTÁVEIS
• Avaliar condições do paciente;
• Nível de deambulação;
• Estado mental;
• Disponibilidade de material.
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INDICAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO (PRÓTESE FÊMUR PROXIMAL)
• Fraturas patológicas;
• Cirurgias de revisão por falha do tratamento com osteossíntese.
OSTEOSSÍNTESE
Hastes:
- flexíveis;
- rígidas - GK e PFN
Placas:
- DHS 135° / 150°
- DCS 95°
- ANGULADAS 95° / 130°
- OPS
79
SEMIOLOGIA DO JOELHO
10.0 INTRODUÇÃO
O joelho é uma articulação sinovial do tipo condilar composta por cápsula e
cavidade articulares que contêm líquido sinovial e permite movimentos em flexão e
extensão, varo e valgo e rotação sobre um eixo vertical.
As principais estruturas que fazem parte da completa anatomia do joelho, e
que são mais comumente lesadas, são as articulações tibiofemoral e patelofemoral,
os ligamentos colaterais lateral (LCL) e medial (LCM), ligamentos cruzado anterior
(LCA) e posterior (LCP) e os meniscos medial e lateral. Seu exame deve ser sempre
bilateral para fins de comparação.
10.1 INSPEÇÃO
Observar se a marcha obedece a uma movimentação rítmica e uniforme. Sempre
pedir para o paciente tirar a calça e ficar atento para movimentos anormais para compensar
80
a dor ou a rigidez do joelho. Notar a posição adotada pelo paciente, como por exemplo:
com o joelho semi-fletido ou esticado, em rotação, com capacidade de apoio ou não. Em
perfil, o joelho normal deve estender completamente. Observar a presença de geno varo
ou geno valgo. Verificar a presença de bloqueios, crepitação e estalidos. Examinar tônus
muscular, principalmente do quadríceps, por meio da extensão do membro inferior e
sustentação do movimento. Registrar a presença de edema localizado sugestivo de bursites
ou generalizado, que sugerem derrames intra-articulares, equimoses ou deformidades.
10.2 PALPAÇÃO
10.2.1 PARTES ÓSSEAS
10.2.1.1 FÊMUR
• CÔNDILO MEDIAL: medial e superior à interlinha articular, que é palpada
medialmente ao tendão patelar. No epicôndilo medial ocorrem com muita frequência
lesões do LCM, onde ele se insere.
• CÔNDILO LATERAL: lateral e superior à interlinha articular. Pode ser local de dor
na Síndrome do Atrito do Trato Ílio-tibial (TIT), comum em corredores e ciclistas.
• SULCO TROCLEAR: é uma endentação entre os côndilos femorais e onde a patela
s articula. É parcialmente palpável com o joelho fletido (nesta posição a patela se
desloca inferiormente).
• TÚBERCULO DOS ADUTORES: cranial e posterior ao côndilo medial, onde palpa-
se a inserção dos adutores e que pode ser local de tendinites.
10.2.1.2 TÍBIA
• TUBEROSIDADE ANTERIOR DA TÍBIA (TAT): é o local de inserção do tendão
patelar. Localiza-se 5cm abaixo do ponto médio da borda inferior da patela. Local
onde pode ocorrer uma saliência óssea na adolescência chamada de Doença de
Osgood-Schlatter (um tipo de osteocondrose).
TENDÃO
PATELAR
81
• PLATÔ MEDIAL: é sentido como uma eminência quando os dedos movem-se
medialmente a partir do tendão patelar, na interlinha articular, em direção posterior
e inferior. Local de fraturas.
• PLATÔ LATERAL: é sentido como uma eminência quando os dedos movem-se
lateralmente a partir do tendão patelar, na interlinha articular, em direção posterior
e inferior. Nele ocorrem fraturas mais frequentemente do que no medial.
• TUBÉRCUL DE GERDY: localizado inferiormente ao platô lateral, e onde se insere
o TIT.
83
10.3 MOVIMENTAÇÃO ATIVA
Flexão (0-135º), extensão 0º (algumas pessoas tem hiperextensão), rotação interna
(20-30º) e externa (30-40º).
84
• PIVOT SHIFT: uma mão estabiliza o pé e roda mediamente a tíbia e
simultaneamente com a outra mão, lateral ao joelho, realiza o esforço valgo e
flexão. Indica lesão do cruzado anterior quando em 25-30º de flexão há ressalto e
o côndilo femoral lateral pula anteriormente sobre o platô tibial. Aumentando a
flexão da tíbia reduz-se.
85
• TESTE DE MCMURRAY: paciente em decúbito dorsal com joelho flexionado,
polegar e indicador de uma mão ao longo da interlinha articular, e rotação interna
da tíbia com a outra. Positivo para lesão menisacal lateral quando há um estalido
doloroso ou apenas dor. A rotação externa testa o menisco medial.
• APLEY: paciente em decúbito ventral e joelho fletido em 90º, faz-se compressão
pela planta do pé, rodando-se o joelho. Se houver dor na rotação externa é
indicativo de lesão do menisco medial, enquanto na interna, do lateral.
10.7 DERMÁTOMOS
86
10.8 FRATURAS MAIS COMUNS
As fraturas do joelho são divididas em: fraturas do fêmur distal, que são
supracondilianas, intercondilianas e infracondilianas. Fraturas da patela e fraturas do platô
tibial, também chamadas de fraturas do platô tibial. Abaixo traremos mais informações e
exemplificaremos tais fraturas.
88
10.8.5 LESÕES LIGAMENTARES
É comum ouvir dos pacientes: “Meu joelho saiu do lugar”, isso porque eles
conseguem sentir a ruptura do ligamento e ouvir um estalido. Existem 3 graus diferentes
para classificar as lesões nos ligamentos do joelho, que são:
• 1º grau – entorse do ligamento sem instabilidade;
• 2º grau – entorse com instabilidade, mas com continuidade das fibras;
• 3º grau – ruptura completa do ligamento.
89
Os sintomas dessa lesão costumam ser dor na parte interna do joelho, que pode ser
acompanhada de inchaço e uma sensação de instabilidade, além da hemartrose, devido a
ruptura de vasos poplíteos.
90
SEMIOLOGIA DO PÉ E TORNOZELO
11.0 INTRODUÇÃO
O tornozelo é uma estrutura formada pela união de 3 ossos: tíbia, fíbula e
tálus. O tornozelo é formado por três articulações: articulação talocrural - formado
pela extremidade inferior da tíbia e fíbula com o dorso do tálus; articulação subtalar -
entre o tálus e o calcâneo e articulação tibiofíbular - formada pela extremidade inferior
da tíbia e da fíbula.
A articulação do tornozelo é formada por três faces articulares: a face articular
superior do tálus, denominada tróclea, articula-se com a face inferior da tíbia; a face
articular lateral do tálus articula-se com a face articular do maléolo fibular; a face
articular medial do tálus articula-se com a face articular do maléolo tibial.
O pé e o segmento mais distal do membro inferior responsável pela sua
conexão do individuo com o solo. é submetido a grandes esforços e tem flexibilidade
para se acomodar a irregularidades da superfície de apoio e grande força de
propulsão. Além disso, é origem sensitiva e proprioceptiva que alimenta os sistemas
relacionados a postura e ao equilíbrio. Sua superfície plantar é acolchoada com uma
gordura e a pele é rugosa para aumentar o atrito.
É dividido em três partes: retropé, mediopé e antepé: retropé e formado pelo
tálus e o calcâneo, o mediopé pelo navicular, cuboide e cuneiformes e o antepé e
constituído pelos metarsais e artelhos.
O pé possui uma elevação plantar medial o que gera um arco, esse arco ou
cavo é importante porque distribui a forca do pé, sendo as áreas de maior pressão o
calcâneo, cabeça do quinto metatarso e a cabeça do primeiro metatarso. Dentre
todos os artelhos o primeiro é o mais importante porque auxilia na impulsão e troca
do passo.
Os principais pontos de referencia são: maléolo medial e lateral, calcâneo e
a cabeça dos metatarsos.
91
11.1 ANATOMIA
11.3 VASCULARIZAÇÃO
O suprimento arterial do pé é fornecido principalmente pela artéria tibial posterior e
tibial anterior. A artéria tibial posterior dividi-se a nível inframaleolar em artéria plantar
medial e lateral, que suprem a planta do pé e formam o arco plantar. Próximo a sua origem,
92
a artéria tibial posterior fornece a artéria fibular, que irriga os músculos do compartimento
lateral da perna. A artéria tibial anterior irriga os músculos anteriores da perna, passa em
frente ao tornozelo e termina no dorso do pé como artéria dorsal do pé ou pediosa. Ramos
desta artéria irrigam o dorso do pé e se anastomosam com o arco plantar, na planta do pé.
Através do arco plantar há uma intercomunicação entre estas três artérias, formando as
artérias metatársicas e posteriormente as digitais, que são responsáveis pela irrigação
anterior do ante-pé e dos pododáctilos.
O retorno venoso é feito pelas veias digitais dorsais e plantares, posteriormente seguem
como veias metatársicas que confluem para formar os arcos venosos. Na planta do pé
formam as veias plantares mediais e laterais, posteriormente seguem como veias tíbias
posteriores. No dorso do pé formam as veias safena magna e parva e veias tibiais
anteriores.
11.4 INERVAÇÃO
Os nervos tibial, fibular e safeno que vão da perna ao pé inervam os músculos que
realizam os movimentos do tornozelo e dos dedos. Além disso, captam mensagens dos
receptores sensoriais localizados na pele do pé.
O nervo tibial dividi-se em nervo plantar medial e plantar lateral. O nervo plantar
medial inerva a pele da sola do pé e os músculos adjacentes ao hálux. O nervo plantar
lateral inerva a pele e os músculos dos outros quatro dedos do pé.
O nervo fibular controla os músculos dorsiflexores do pé e recebe sensações da
parte anterior da perna e do pé. Ramos do nervo safeno suprem a pele e fáscia na frente
do joelho, da perna e do pé até a base do hálux.
93
Inversão ocorre quando a borda medial do pé dirige-se em direção a parte medial
da perna. A amplitude máxima deste movimento é de 20°. Realizado principalmente pelo
músculo tibial posterior, e auxiliado pelos músculos gastrocnêmios, sóleo e flexor longo dos
dedos.
Eversão ocorre quando a borda lateral do pé dirige-se em direção a parte lateral da
perna. A amplitude máxima é de 5°. Realizado principalmente pelos músculos fibular curto
e longo, auxiliado pelos músculos extensor longo dos dedos e fibular terceiro.
94
Pronação este movimento é triplanar, ocorre com uma combinação de movimentos
sendo formado por uma eversão do calcâneo, abdução e dorsiflexão, onde o calcâneo
move-se em relação ao tálus. Na prática o movimento do pé é semelhante a eversão.
10.6 SEMIOLOGIA
A 95equência semiologia completa do pé e tornozelo é constituída de: inspeção,
palpação óssea, grau de mobilidade, teste de estabilidade do tornozelo, testes especiais,
avaliação vascular e avaliação neurológica.
a) INSPEÇÃO
Verificam-se as condições da pele, se existem ferimentos, sinais de sofrimento
vascular, edema, hematoma, eritema, rubor, equimoses e desvios ósseos. Além disso
verifica-se: pé plano, pé eqüino, halux valgo, halux rígido, pé cavo, valgismo, varismo,
dedos supranumerários, calosidades.
95
b) PALPAÇÃO ÓSSEA
Durante este exame pode-se utilizar a seguinte seqüência, face medial, face lateral,
região do seio do tarso, região posterior do pé e região plantar.
1-Face medial: teremos, cabeça do 1 MMT e articulação MMT-falangeana e MMT-
cuneiforme; tubérculo navicular, cabeça do tálus, maléolo medial, sustentáculo do tálus,
tubérculo medial do tálus e calcâneo.
96
4-Região Posterior: Cúpula calcânea e tubérculo medial do calcâneo.
5-Região Plantar: Cabeça do 1 MMT, osso sesamoides e flexor curto do halux.
97
Teste da Gaveta anterior: avalia a estabilidade do ligamento talo fibular anterior, e
quando este estiver rompido teremos o sinal do vácuo.
98
Teste da Rotação do Talus: Avalia a estabilidade da sindesmose, tíbio-fibular
distal, sendo positivo quando houver dor a rotação na região antero lateral do tornozelo.
100
Musculatura Extrínseca
Musculatura Intrínseca
101
Quadrado Plantar Potencializa o Flexor curto Nervo Tibial – S1 e S2
dos Dedos
Lumbricais Flexão das MTF e extensão Nervo Tibial – L4 e S2
das Interfalangeanas dos
dedos laterais
Interósseos Dorsais Abdução dos Três Dedos Nervo Tibial – S1 e S2
centrais
Interósseos Plantares Abdução dos Três dedos Nervo Tibial – S1 e S2
laterias
Extensor Curto dos Extensão das MTF do Nervo Fibular Superficial – L4, L5
dedos Hálux, MTF e e S1
Interfalangeanas dos dedos
centrais
Abdutor do V dedo Abdução do V dedo Nervo Tibial – L5 e S1
Flexor Curto do V dedo Flexão da MTF do V dedo Nervo Tibial – L5 e S1
L5 Tibial posterior
S1 Aquileu
EXAME
DA RAIZ
S1
EXAME
DA RAIZ
L4
102
RADIOLOGIA ORTOPÉDICA
12.0 INTRODUÇÃO
As modalidades de imagens mais utilizadas na análise das lesões do sistema
ósseo são as seguintes: 1) Radiografia simples e sob estresse, 2) Radiografia digital,
3) Tomografia computadorizada, 2) Artrografia, tenografia, bursografia, mielografia,
discografia e angiografia, 5) Cintilografia óssea e 6) Ressonância magnética.
Em geral são suficientes para a conclusão clínica duas radiografias simples
obtidas em incidências diferentes. Existem, no entanto situações especiais onde é
necessária a aplicação de outros métodos diagnósticos. As incidências sob estresse
são importantes na avaliação de rupturas ligamentares e da estabilidade articular. A
TC é essencial na avaliação de fraturas complexas, particularmente nas regiões da
coluna e da pelve. A cintilografia ajuda a distinguir fraturas antigas e recentes e a
detectar complicações. A artrografia é usada na avaliação de lesões da cartilagem
articular, meniscos, cápsulas articulares e ligamentos. A tenografia se refere lesões
tendinosas. A mielografia isolada ou associada à TC é usada para avaliar
traumatismos da coluna vertebral e sua dimensão neurológica. A discografia ajuda
na suspeita de anormalidades do disco intervertebral. A RM é importante na análise
de traumatismos ósseos e de tecidos moles, muito utilizada em traumas de joelho.
103
12.2 CINTURA ESCAPULAR E COTOVELO
A cintura escapular consiste em componentes ósseos - porção proximal do úmero,
escápula e clavícula, formando as articulações gleno-umeral e acrômio-clavicular – e em
vários músculos, ligamentos e tendões reforçando a cápsula articular.
A maioria dos traumatismos na área do ombro pode ser avaliada suficientemente
com radiografias simples obtidas nas incidências antero-posterior com o braço em posição
neutra, ou em rotação interna ou externa, além de incidência em perfil e axilar. Para que a
incidência antero-posterior demonstre a glenóide em perfil sem que haja superposição de
estruturas é necessário uma inclinação de 40º em direção ao lado de suspeita da lesão,
essa incidência oblíqua posterior especial é chamada: AP verdadeiro, AP verdadeiro de
glenóide ou incidência de Grashey.
• AP VERDADEIRO; observação de glenóide, importante em quase todos os casos
de traumatismo em ombro. Observa espaço articular glenoumeral e cavidade
glenóide em perfil.
• AXILAR: relação exata da cabeça do úmero com a fossa glenóide, necessária na
avaliação de luxações tanto anterior como posterior e fraturas de úmero proximal e
escápula.
• AP COM INCLINAÇÃO CEFÁLICA DE 15º: avaliação da articulação
acromioclavicular, e fraturas de clavícula.
• AP DE CLAVÍCULA: suspeita de fraturas de clavícula.
• PERFIL DE NEER OU TRANSESCAPULAR: relação entre a cabeça do úmero e a
fossa glenóide, fraturas de úmero proximal, corpo da escápula, processo coracóide
e acrômio.
As incidências básicas para avaliar uma lesão da coluna torácica ou lombar são
antero- posterior e lateral, entretanto, assim como nas lesões da coluna cervical, a
tomografia computadorizada e a ressonância magnética são importantes na avaliação
dessas lesões na definição exata da sua extensão. Incidências radiológicas para
traumatismo de coluna torácica e lombar:
• ANTERO-POSTERIOR: fraturas de corpos vertebrais, platôs vertebrais, pedículos
e processos transversos, fraturas luxações, anormalidades dos espaços
intervertebrais, abaulamento paravertebral e sinal do chapéu de Napoleão invertido.
• LATERAL: Fraturas de corpos vertebrais, platôs vertebrais, pedículos e processos
espinhosos, fratura de Chance (pelo cinto de segurança), Anormalidades de
forames intervertebrais e espaços intervertebrais, vértebra limbo, nódulo de 106
Schmorl, espoindilolistese e sinal do processo espinhoso.
• OBLÍQUA: Anormalidades de facetas articulares e porção interarticular,
espondilólise e configuração em “cão escocês”.
12.7 TORNOZELO E PÉ
A articulação do tornozelo propriamente dita consiste nas articulações tibiotalar e
tibiofíbular. Entretanto, em se tratando de lesão, deve-se considerar que a articulação do
tornozelo atua como uma unidade com outras articulações do pé, particularmente a
articulação talo calcânea (subtalar). Assim para se analisar adequadamente o tornozelo
deve-se também ter um estudo comparativo do pé. As incidências radiológicas básicas para
a avaliação desse conjunto são:
• AP DE TORNOZELO: fraturas de tíbia distal, fíbula distal, maléolo medial e lateral,
fraturas do pilão (extensão para a articulação tibiotalar).
• AP DO PÉ: fraturas de porção distal do talus, ossos navicular, cuboide e cuneiforme,
metatarsianos e falanges, luxações na articulação subtalar, peritalar, talar total e
articulação tarsometatarsiana.
• AP COM 10º DE ROTAÇÃO INTERNA DO TORNOZELO: mostra as mesmas
estruturas anatômicas que a incidência AP porem com melhor demonstração do teto
tibial.
• AP COM ESTRESSE (INVERSÃO E EVERSÃO): ruptura do ligamento colateral
lateral e instabilidade do tornozelo.
• LATERAL DE TORNOZELO E PÉ: ângulo de Boehler, fraturas de tíbia distal face
anterior e lábio posterior, articulação tibiotalar, talus, calcâneo, faceta posterior da
articulação subtalar, sustentáculo do talus, ossículos acessórios e osso cuboide,
luxações na articulação subtalar, peritalar e tarsometatarsiana.
• ESTRESSE (TRAÇÃO ANTERIOR): ruptura do ligamento talofibular anterior e
instabilidade do tornozelo.
• OBLIQUA INTERNA E EXTERNA: Fraturas de maléolo medial, talus, tuberosidade
do calcâneo, metatarsianos e falanges.
• TANGENCIAL POSTERIOR: fraturas envolvendo facetas medial e posterior da
articulação subtalar e calcâneo.
• TANGENCIAL OBLIQUA: fraturas envolvendo faceta posterior da articulação
subtalar, calcâneo e sustentáculo do talus.
• AXIAL: fraturas de ossos sesamoides.
109
MEDICAMENTOS
13.0 ANTIINFLAMATÓRIOS
Fosfolipídios da
Membrana Celular
Fosfolipases
Ácido
Araquidônico
Lipoxigenases Ciclooxigenases
110
DERIVADOS DO ÁCIDO SALICÍLICO AAS
DERIVADOS DA PIRAZOLONA Fenilbutazona, Dipirona, Oxifenilbutazona
DERIVADOS DO PARA-AMINOFENOL Paracetamol, Fenacetina
DDERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO Ibuprofeno, Naproxeno, Cetoprofeno
DERIVADOS SULFONIFENÍLICOS Nimezulida, Celecoxibe, umiracoxibe
DERIVADOS DO Indometacina, Sulindaco,
DERIVADOS CONFÊNERES
INDOL-ACÉTICO Etodolaco
DERIVADOS DO Ácido mefenâmico, flufenâmico
ÁCIDO
FENILANTRANÍLICO
DERIVADOS DO Piroxicam, meloxicam
ÁCIDO ENÓLICO
DERIVADOS DO Diclofenaco
ÁCIDO ACÉTICO
A classe das cicloxigenases é composta por duas enzimas diferentes: Cox 1 e Cox
2. A Cox 1 é chamada de cicloxigenase constitucional, que respondendo ao estímulo
fisiológico promove atividade protetora através de seus metabólitos, como exemplo
proteção gástrica e renal. A Cox 2 responde a estímulos inflamatórios e, através das
prostraglandinas, resulta na inflamação.
111
13.3 MEDICAMENTOS MAIS USADOS
a) PARACETAMOL
• NOMES COMERCIAIS: CyfenolÒ, DóricoÒ, TylenolÒ, Tylenol APÒ.
• POSOLOGIA: Adulto VO 1 comprimidos de 500 ou 750mg a cada 6h; crianças 1
gota por kg a cada 6h
• INDICAÇÕES: ação analgésica e antipirética.
• PRINCIPAIS CONTRA INDICAÇÕES: hepatopatia.
• OBSERVAÇÃO: absorção mais rápida em jejum, os alimentos podem afetar a
velocidade de absorção.
• DOSE MÁXIMA: 4 gramas/dia
b) IBUPROFENO
• NOMES COMERCIAIS: DoralivÒ, VoltarenÒ.
• POSOLOGIA: Adulto VO 1 comprimidos de 200/400/600mg a cada 6h
• INDICAÇÕES: ação analgésica e antipirética.
• PRINCIPAIS CONTRA INDICAÇÕES: gastrite, úlcera péptica, asma e nefropatias
• DOSE MÁXIMA: 1,8 gramas/dia
c) DICLOFENACO
• NOMES COMERCIAIS: ArtenÒ, BiofenecÒ, CataflanÒ, FloganÒ, FlogirenÒ,
VoltarenÒ.
• POSOLOGIA: Adulto VO 1 comprimidos de 50mg a cada 8h
• INDICAÇÕES: ação analgésica, antipirética e antiinflamatória.
• PRINCIPAIS CONTRA INDICAÇÕES: gastrite, úlcera péptica, asma, nefropatias e
crianças menores que 12 anos e gravidez.
• OBSERVAÇÃO: aumente risco cardiovascular.
d) NIMESULIDA
• NOMES COMERCIAIS: ScaflanÒ, NisulidÒ.
• POSOLOGIA: Adulto VO 1 comprimidos de 100mg a cada 12h;
• INDICAÇÕES: ação analgésica, antipirética e antiinflamatória. Relativa ação
seletiva sobre Cox 2, oferecendo relativa proteção gastrointestinal e renal.
• PRINCIPAIS CONTRA INDICAÇÕES: semelhante ao diclofenaco, porém por sua
seletividades tem um padrão de maior segurança.
112
e) DIPIRONA
• NOMES COMERCIAIS: AnadorÒ, LisadorÒ, MagnopyrolÒ, NovalginaÒ.
• POSOLOGIA: Adulto VO 1 comprimidos de 500mg a cada 6h; crianças 1 gota por
kg a cada 6h
• INDICAÇÕES: ação analgésica e antipirética.
• PRINCIPAIS CONTRA INDICAÇÕES: reações alérgicas ao medicamentos, asma
e função insuficiente de medula óssea.
• DOSE MÁXIMA: 4g/dia
15.0 ANTIBIÓTICOS
114
. b) GENTAMICINA
• NOMES COMERCIAIS: GaramicinaÒ, GentaplusÒ.
• ESPECTRO DE AÇÃO: gram-negativos aeróbicos, estafilocos e micobactérias
• CLASSE DO ATB: aminoglicosídeos
• MECANISMO DE AÇÃO: inibidores da síntese proteica.
• DOSE INICIAL: 240mg EV ou 80mg 3x ao dia
• EFEITOS COLATERAIS: nefrotoxicidade durante o uso e perda auditiva em alguns
casos.
. c) METRONIDAZOL
• NOMES COMERCIAIS: FlagylÒ, MetronixÒ.
• ESPECTRO DE AÇÃO: maioria dos anaeróbios
• CLASSE DO ATB: nitroimidazólicos
• MECANISMO DE AÇÃO: inibidores da síntese de DNA
• DOSE INICIAL: 1,5g EV
• OBSERVAÇÃO: indicado em contaminações em ambiente rural ou aquático.
. b) PENICILINA
• NOMES COMERCIAIS: Penicilina G benzatinaÒ, BenzetacilÒ.
• ESPECTRO DE AÇÃO: gram-positivos (estafilococos, estreptococos e
enterococos), gram-negativos e cocos anaeróbios.
• CLASSE DO ATB: beta-lactâmicos/penicilinas
• MECANISMO DE AÇÃO: inibidores da síntese da parede celular
• DOSE INICIAL: 1.200.000UI EV
• OBSERVAÇÃO: indicado em contaminações em ambiente rural ou aquático.
. a) CEFALEXINA
• NOMES COMERCIAIS: CefalexinaÒ, CefalexinÒ, KeflexÒ.
• ESPECTRO DE AÇÃO: gram-positivos (Streptococcus sp., Staphylococcus aureus
não MRSA, ação irregular sobre o Staphylococcus epidermitis e sem ação contra
enterococcus), gram-negativos (E. Coli, Proteus mirabilis)
• CLASSE DO ATB: beta-lactâmicos/cefalosporina de 1ª geração
• MECANISMO DE AÇÃO: inibidores da síntese da parede celular.
• POSOLOGIA: Adulto – VO 1 comprimido de 500mg a cada 6h por 7 dias (duração
do tratamento depende do diagnóstico da infecção); Crianças acima de 4 semanas
– dose total de 25 a 100mg/kg/dia, a cada 6h, por 7 dias (duração do tratamento
depende do diagnóstico da infecção).
116
117
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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