TCC Maiko Saturnino Impressão
TCC Maiko Saturnino Impressão
TCC Maiko Saturnino Impressão
DEZEMBRO – 2018
MAIKO SATURNINO CABRAL DE OLIVEIRA
DEZEMBRO – 2018
MAIKO SATURNINO CABRAL DE OLIVEIRA
_________________________________________
Prof. Dr. Edvan Cruz Aguiar– Orientador
Universidade Federal de Campina Grande (UAAC/CH/UFCG)
_______________________________________
Prof. Dr Ivanildo Fernandes Araújo
Universidade Federal de Campina Grande (UAEP/CCT/UFCG)
_________________________________________
Profa. Susane de Farias Gomes
Universidade Federal de Campina Grande (UAEP/CCT/UFCG)
DEZEMBRO – 2018
AGRADECIMENTOS
A Deus agradeço por todas as Suas bênçãos, por guiar os meus passos a cada dia, me
levantar nos momentos de fraqueza e por me preencher com a fé que preciso para acreditar nos
meus objetivos.
Aos mais preciosos professores que eu poderia ter, meus pais Paulo José e Maria das
Graças, agradeço e dedico este trabalho. Por criarem com maestria e carinho quatro engenheiros
e pelo incentivo e educação que me deram, por seus ensinamentos diários e pelos exemplos de
pessoas que são.
Aos meus irmãos, Melquesedeck Saturnino, Polyany Cabral e Phablo Cabral, agradeço
pelo apoio incondicional, por serem inspirações como pessoas e engenheiros, e pelo
companheirismo de toda a vida.
Aos meus tios Rosália Oliveira e Francisco Torres, bem como meus primos Hícaro
Torres e Phaloma Torres, agradeço por me presentearem com um segundo lar, com carinho e
apoio desde que comecei a minha graduação.
Ao meu orientador, Prof. Edvan Aguiar, agradeço pelos importantes ensinamentos, por
sua disposição e dedicação em viabilizar este trabalho.
Aos professores Fernando Schramm e Vanessa Batista, agradeço pela contribuição para
a construção deste estudo, bem como pelos ensinamentos enquanto líderes do Laboratório de
Desenvolvimento de Sistemas de Apoio a Decisões Sustentáveis (DeSiDes), do qual tive a
honra de fazer parte.
Por me darem força e me apoiarem em tantos momentos, agradeço em especial a Júnior
Cesar, Diêgo Victor, Davi Lucas, Ana flávia Alves, Carolina Silveira, Maria Thila e Beatriz
Oliveira.
Por fim, todos estes, assim como outras valorosas pessoas, foram fundamentais para a
conclusão deste trabalho e por isto sempre lhes serei grato.
OLIVEIRA, M. S. C. Business Intelligence: proposta de implantação em uma indústria de
pequeno porte. 54 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia de
Produção) – Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, 2018.
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo propor a implantação de uma plataforma Business
Intelligence alinhada às demandas estratégicas de uma indústria de pequeno porte, tendo como
objeto de estudo uma indústria de colchões e estofados situada na cidade de Campina Grande-
PB. Após um levantamento teórico a respeito da gestão estratégica da informação, dos
principais conceitos relacionados à Business Intelligence, e das principais plataformas
oferecidas no mercado; foi adotada uma abordagem de pesquisa mista, em que na fase
exploratória se identificou as principais singularidades da empresa, direcionando assim os
critérios a serem considerados nas propostas de plataformas a serem utilizadas; e na fase
descritiva foi realizada a escolha da plataforma ideal utilizando o método multicritério
PROMETHEE II, apoiado por uma agregação de preferencias a partir da avaliação das
alternativas por três especialistas da área de tecnologia da informação. Deste modo, pôde-se
considerar as oportunidades oferecidas pelas alternativas apresentadas e escolher, dentre elas,
uma proposta de solução ideal para a empresa em estudo. Neste sentido, verificou-se que há um
grande potencial estratégico na aplicação da gestão de tecnologias da informação e do
conhecimento, de modo a apoiar tomadas de decisões mais assertivas. No entanto, para que esta
aplicação seja realmente eficiente deve-se considerar as necessidades da organização em
questão, de modo que se torna relevante a aplicação de métodos consistentes de seleção,
agregando mais confiabilidade aos projetos da empresa e elevando suas capacidades
competitivas.
ABSTRACT
The present study aims to propose the implementation of a Business Intelligence platform
aligned to the strategic demands of a small industry, having as object of study an industry of
mattresses and upholstery located in the city of Campina Grande-PB. After a theoretical study
on the strategic management of information, the main concepts related to Business Intelligence,
and the main platforms offered in the market; a mixed research approach was adopted, in which
the exploratory phase identified the main singularities of the company, thus directing the criteria
to be considered in the proposed platforms to be used; and in the descriptive phase the choice
of the ideal platform was made using the PROMETHEE II multicriteria method, supported by
an aggregation of preferences based on the evaluation of the alternatives by three experts in the
area of information technology. Thereby, it was possible to consider the opportunities offered
by the presented alternatives and to choose, among them, a proposal of ideal solution for the
company under study. In this regard, there has been a great strategic potential in the application
of the management of information and knowledge technologies, in order to support more
assertive decision-making. However, for this application to be really efficient the needs of the
organization in question must be considered, so that the application of consistent selection
methods becomes more relevant, adding more reliability to the company's projects and
increasing its competitive capabilities.
AI - Artificial Intelligence
BI - Business Intelligence
DM - Data Mart
DW - Data Warehouse
ROC - Rank-Order-Centroid
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 13
1.1. Objetivos.............................................................................................................................. 16
1.1.1. Objetivo geral.................................................................................................................... 16
1.1.2. Objetivos Específicos ........................................................................................................ 16
1.2. Justificativa .......................................................................................................................... 16
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 19
2.1. Gestão estratégica da Informação ...................................................................................... 19
2.2. Business Intelligence ............................................................................................................ 24
2.3. Soluções em Business Intelligence ...................................................................................... 27
3. MÉTODO DA PESQUISA ............................................................................................... 31
3.1. Natureza da pesquisa .......................................................................................................... 31
3.2. Procedimentos de coleta..................................................................................................... 32
3.3. Procedimentos de análise ................................................................................................... 33
3.3.1. Análise da fase exploratória.............................................................................................. 33
3.3.2. Análise da fase descritiva .................................................................................................. 33
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 38
4.1. Caracterização do caso ........................................................................................................ 38
4.2. A proposta ........................................................................................................................... 40
4.3. Implicações Práticas ............................................................................................................ 45
5. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 46
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 47
APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA .................................................................... 51
APÊNDICE B - QUADROS DE AVALIAÇÃO DAS SOLUÇÕES EM BI....................... 53
APÊNDICE C – QUADROS DE ORDENAÇÃO DOS CRITÉRIOS .................................. 54
13
1. INTRODUÇÃO
Acerca das entidades de entrada para um sistema produtivo, é possível verificar que os
recursos de informação têm representado um insumo tão relevante quanto os recursos de
matéria prima ou de mão de obra. A informação representa um elemento fundamental para o
sucesso de uma organização, utilizada como uma ferramenta de atualização, aumento de
produtividade, qualidade, desempenho e vantagem competitiva (PINOCHET, 2016). Com isto,
pode-se reforçar a sua importância como um aspecto notável na composição da competitividade
estratégica, já que o ambiente industrial se desenvolve em acompanhamento à globalização e
aos avanços tecnológicos dos sistemas produtivos.
Segundo Davenport e Prusak (1998), a informação coletiva pode representar para uma
empresa a vantagem sustentável mais valiosa que ela possui, à medida que relaciona este
recurso com a eficiência dos seus processos de negócio e a tendência em gerar novos
conhecimentos. Lugoboni et al. (2018) corroboram ao observar que ferramentas que
consolidam e contribuem na gestão das informações, internas e externas, são capazes de
direcionar de forma mais consistente e sustentável uma empresa aos seus objetivos.
Neste sentido, North (2010) observa que uma organização que dedica esforços ao
conhecimento busca empregar o recurso da informação no intuito de elevar sua eficiência e seus
parâmetros de qualidade, gerando assim vantagens competitivas sustentáveis. Barbosa (2008)
acrescenta ainda que existe uma relevante importância na integração entre a gestão da
informação e os ambientes organizacionais, de modo a reafirmar a sua utilização como uma
capacidade estratégica.
Em seu estudo, Almeida et al. (2017) categorizaram diversas tecnologias que têm sido
implementadas na indústria 4.0 de acordo com as suas funcionalidades, a saber: (i) Análise e
processamento de dados; (ii) Realidade aumentada; (iii) Computação em nuvem; (iv)
Dispositivos móveis; (v) Internet das Coisas; (vi) Manufatura aditiva; e (vii) Sistemas físicos-
cibernéticos.
Por meio da classificação das tecnologias propostas para representar o que vem
tornando-se conhecido como a 4ª revolução industrial, é possível verificar a relevância e o papel
da gestão da informação para o desenvolvimento da indústria moderna e a manutenção da sua
competitividade. Inclusive, por meio da visão já defendida por Porter (1985), de que a vantagem
competitiva pode ser gerada por meio da criação de valor e da sustentabilidade das ferramentas
que se utiliza para tal, que neste caso são evidenciadas pelas tecnologias implementadas na
indústria 4.0.
Business Intelligence (BI) pode ser conceituado como sendo um conjunto de sistemas
de informação capazes de apoiar tomadas de decisão com base em outras tecnologias de
armazenamento, análise e mineração de dados (AFFELDT e SILVA JUNIOR, 2013). Com isto,
BI pode se tornar um dos principais focos de investimento para organizações de qualquer tipo
de segmento, que demonstram interesse crescente por parte dos gestores executivos e relevância
na tomada de decisões com base em ferramentas de análise da informação (MARQUES, 2013;
ALI et al., 2017).
Marques (2013) observa que os estudos acerca dos modelos BI têm acompanhado o
crescimento do interesse por parte das indústrias neste tipo de investimento, o que demonstra a
percepção da necessidade em monitorar estratégias de gestão da informação. Além disto, Cano
(2007) acrescenta que o aumento de opções de ferramentas de BI acompanha ainda uma
tendência de democratização do uso das informações por parte de diferentes colaboradores das
organizações, dando-lhes acesso às informações necessárias para que possam realizar melhor
suas atividades.
Os modelos BI, como uma forma de solução, tornam-se viáveis para qualquer tipo de
organização que possa registrar, coletar e analisar informações sobre seus processos, compras
e vendas, pois permite a redução dos tempos dos ciclos de negócios, viabiliza alterações no
funcionamento interno e reforça a atenção em variações do mercado, destacando assim a
importância da informação dentro dos processos produtivos (INACIO, 2017).
BI que possa apoiar as futuras tomadas de decisões no âmbito estratégico. Neste sentido, o
presente estudo apresenta como problemática o seguinte questionamento: Qual plataforma de
Business Intelligence, considerando as opções existentes no mercado, é mais adequada para
implantação em uma indústria de pequeno porte?
1.1. Objetivos
1.2. Justificativa
Segundo Carvalho e Laurindo (2010) as tecnologias da informação têm sido vistas como
importante força competitiva ao momento em que não apenas apoiam as operações de negócios,
mas também viabilizam a construção de novas estratégias. Porter (1996) identifica que o avanço
da competitividade empresarial tem provocado mudanças cada vez mais frequentes, fazendo
com que as organizações busquem cada vez mais serem flexíveis e eficientes para poder se
17
adaptar ao ambiente em que estão inseridas. O autor aponta ainda que esta eficiência deve se
tratar de uma eficiência operacional, baseada em ferramentas gerenciais que possibilitem
atividades contínuas diferenciadas ou pelo menos desempenhadas com maior qualidade do que
por seus concorrentes.
Com isto, Porter (1996) defende que a estratégia de uma organização deve originar uma
posição diferenciada e valiosa em relação aos seus concorrentes, com a definição de atividades
internas que possibilitem isto. Neste sentido, é possível observar que a utilização da gestão do
conhecimento pelas indústrias tem se fortalecido não apenas como um suporte, mas também
como uma ferramenta estratégica.
soluções, com acesso interativo por parte de seus usuários para que possam realizar as análises
necessárias de forma adequada.
A modernização das indústrias, evidenciada pela Indústria 4.0, tem tornado os sistemas
de produção cada vez mais informatizados, o que muitas vezes representa uma dificuldade para
empresas de pequeno e médio porte. Vai (2010) identifica que as organizações distribuidoras
de soluções em BI possuem como público específico empresas de grande porte, em razão da
facilidade que estas organizações possuem em aderir este tipo de tecnologia, tanto em relação
aos seus processos já estabelecidos quanto a sua capacidade financeira.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Davemport e Prusak (1998) definiram dados como sendo um conjunto de fatos objetivos
que podem ser trabalhados no intuito de obterem valor e constituírem uma informação. Segundo
Turban et al. (2005), elementos de dados são descrições elementares de coisas, eventos,
atividades e transações, que ao serem registradas, classificadas e armazenadas não passam por
uma organização de modo que possam ter significados específicos. Desta forma, podemos
entender que dados são observações obtidas aleatoriamente de modo a não representarem um
contexto ou um direcionamento que indique um significado.
Turban et al. (2005) acrescentam ainda que as informações podem ser coletadas,
processadas, armazenadas, analisadas e disseminadas com uma finalidade específica,
compondo assim um Sistema de Informação (SI). Mattos (2005) corrobora ao afirmar que
sistemas de informações tratam do processamento e comunicação de dados ou informações,
20
Segundo Sordi (2015), a partir dos anos 90 o processo informacional das organizações
foi redesenhado em acompanhamento ao movimento da reengenharia. Neste contexto, o
processamento de dados deixa de se limitar aos processos de coleta, armazenagem e distribuição
de informações, passando a considerar uma visão macro deste processamento com a
contextualização da informação. Passou-se a considerar o público-alvo da informação, as
atividades responsáveis ao setor de comunicações e as relações públicas das organizações, as
informações passaram a ser organizadas de maneira mais elaborada com adoção de critérios e
parâmetros, e a sua utilização e absorção por parte dos colaboradores recebeu maior atenção.
Turban et al. (2005) identificam que dados ou informações que são tratados para
carregar experiências, aprendizados acumulados e especialidades de modo a se aplicarem a
problemas ou atividades específicas são entendidos como conhecimentos. Desta forma, o
21
Processados INFORMAÇÕES
Relevantes e
DADOS acionáveis CONHECIMENTO
De acordo com Figura 1, apresentada por Turban et al. (2005), é possível verificar um
sistema no qual dados e informações podem ser considerados insumos para a composição do
valoroso capital que o conhecimento representa. No entanto esta construção não deve ser
considerada completa sem que haja uma adequada gestão deste capital.
Diversos autores (Davenport, 1993; Bukowits e Williams, 1999; Probst et al., 2000;
Sordi, 2015) apresentam perspectivas a respeito da composição de sistemas de Gestão do
Conhecimento. Para Turban et. al. (2005), a gestão do conhecimento pode ocorrer por meio de
um ciclo que compreende as 6 etapas ordenadas e apresentadas pelo Quadro 1:
22
Neste sentido, Porter (1980) identifica que as empresas devem estabelecer a meta de
encontrar uma posição no setor em que estão inseridas de modo que possam articular-se e se
defender de 5 forças competitivas, sendo estas: (i) Ameaça de novos entrantes, que trata da
facilidade que um concorrente pode possuir em iniciar negócios em um setor; (ii) Pressão de
produtos substitutos, que relaciona a facilidade que um comprador pode possuir em substituir
um produto ou serviço por outro; (iii) Poder de barganha dos compradores, sobre a capacidade
que os clientes possuem de abaixar preços ou simplesmente se recusar a comprar um produto
ou serviço; (iv) Poder de barganha dos fornecedores, sobre a capacidade dos fornecedores em
elevar preços ou influenciar na compra de insumo; e (v) Rivalidade entre concorrentes, que
relaciona a competição entre concorrentes por um número limitado de clientes.
23
Neste sentido, Obrien e Marakas (2013) alinharam estas estratégias a possíveis soluções
empresariais através do uso da Tecnologia da Informação (TI). Os autores definem a TI como
sendo “os principais conceitos, desenvolvimentos e questões gerenciais envolvidos com
hardware e software de computador, redes de telecomunicações, tecnologias de gerenciamento
de recursos de dados e outras tecnologias”. De forma semelhante, para Rezende e Abreu (2001),
a TI representa um conjunto de recursos tecnológicos e computacionais que tem por objetivo
gerar e provocar o uso da informação. Com isto, podemos observar o uso da TI como uma
valiosa ferramenta para a aplicação das estratégias competitivas de Porter, como apresentado
pelo Quadro 2 abaixo:
afirmar que o uso eficaz da informação é um gerador das condições necessárias para que uma
organização possa obter desempenho superior em relação aos seus concorrentes.
A evolução das Tecnologias de Informação não apenas tem acompanhado como também
proporcionado importantes avanços na forma como as indústrias produzem e gerenciam seus
recursos. Neste sentido, Obrien e Marakas (2013) citam tecnologias como os sistemas de
processamento eletrônico de dados (eletronic data processin – EDP), sistemas de apoio a
decisão (decision support systems– DSS), técnicas da inteligência artificial (artificial
Intelligence – AI), sistemas integrados de gestão (enterprise resource planning – ERP) e a
inteligência de negócios (Business Intelligence – BI), que contribuíram para a resolução de
problemas na gestão de informações organizacionais e ofereceram novas ferramentas para o
melhoramento do desempenho das atividades industriais.
Além dos componentes supracitados, Inácio (2017) destaca ainda as ferramentas que se
referem aos componentes de OLAP (On Line Analytical Processing), que são orientadas à
27
solução de BI. Neste sentido, torna-se relevante detalhar alguns aspectos e funcionalidades
características de cada um destes produtos considerados líderes de mercado.
Ao longo do relatório da Gartner, Sallam et. al. (2018) destacam que a posição de líder
da Qlik® no quadrante está relacionada ao seu roteiro para anàlises ampliadas, melhorias na
estratégia e sua facilidade de uso. Além disto, o relatório identifica forças no que diz respeito à
utilização em aplicações robustas, marketing, desenvolvimento de conteúdo para ampliação da
plataforma e uma rede de parceiros que contribuem para a extensão do produto. No entanto,
observa também que o fornecedor possui restrições de custos que limitam algumas
funcionalidades
O Power BI® da Microsoft®, por sua vez, possui foco na conexão de dados e relatórios
que possibilitam a consulta de informações por diversos usuários, integrando ainda demais
tecnologias da Microsoft® já consagradas no mercado (ISEMINGER, 2018). Sallam et. al.
(2018) afirmam que o Power BI® viabiliza a descoberta e preparação de dados, sua
apresentação e análise por meio de painéis interativos, destacando ainda a sua operação de baixo
custo, o que a coloca em evidência na escolha para clientes de referência que possuem altos
níveis de interesse.
O Power BI® destaca-se ainda pela facilidade de uso, pela disponibilização de melhores
informações e insights que viabilizam o crescimento comercial de seus clientes, obtendo
também uma boa visibilidade de marketing. As fraquezas desta ferramenta estão principalmente
relacionadas a limitação em ampliação de seus recursos, o que dificulta sua utilização para
tarefas mais complexas (SALLAM et. al., 2018).
O QlikView destaca-se por ser uma plataforma de fácil manuseio. Seus painéis e
QlikView® aplicativos interagem com rápida resposta às mudanças de dados, proporcionando
avaliações com eficiência.
3. MÉTODO DA PESQUISA
Nesta sessão serão apresentados os métodos utilizados para que fosse possível atingir o
objetivo de propor a implantação de uma plataforma Business Intelligence alinhada às
demandas estratégicas de uma indústria de pequeno porte. Após um aprofundamento teórico
acerca do tema abordado, realizou-se um estudo de caso em uma indústria na cidade de
Campina Grande – PB.
Para a viabilização deste estudo de caso utilizou-se uma abordagem de pesquisa mista,
que para Creswell (2010) representa a combinação dos pontos fortes das pesquisas qualitativa
e quantitativa. Isto permite a obtenção de mais insights do que em casos em que se adota apenas
uma destas metodologias de pesquisa isoladamente, proporcionando ainda maior compreensão
dos problemas de pesquisa.
Por meio desta caracterização a respeito da abordagem, pôde-se dividir a pesquisa que
o sustenta em duas fases: exploratória e descritiva. Para a fase exploratória utilizou-se a
abordagem qualitativa. Nesta fase, foram analisados aspectos que pudessem descrever os
comportamentos envolvidos na situação, de modo a definir os critérios a serem considerados
para a escolha de uma plataforma BI ideal.
32
Com as informações obtidas por meio do roteiro de entrevista aplicado aos gestores da
empresa, pôde-se avaliar as soluções propostas em relação a oito critérios apresentados, a saber:
Confiabilidade; Facilidade de manuseio; Facilidade de interpretações; Interatividade com
outros sistemas; Mineração de dados; Política de segurança e acesso; Ferramentas de
Planejamento; e Custo-Benefício. Além disto, apontou-se ainda o nível de importância para
cada critério, parâmetro necessário para a aplicação das informações obtidas no método
PROMETHEE.
33
Microsoft®. Estes três fornecedores serão considerados como alternativas para implantação na
empresa objeto de estudo. No entanto, deve-se verificar qual destas alternativas melhor se
adequa às necessidades e interesses da empresa, de modo que se torna relevante basear-se em
uma metodologia de tomada de decisões consistente.
Gomes (2004) descreve o processo da MCDA através de três fases: (i) Fase de
estruturação, na qual deve-se identificar os decisores, alternativas e critérios, caracterizando e
organizando todos os fatores relevantes para a decisão; (ii) Fase de avaliação, onde aplica-se
uma metodologia multicritério para apoiar a análise das preferências, avaliando as alternativas
em relação aos critérios estabelecidos, considerando suas importâncias relativas, tornando
possível a análise global do problema; e (iii) Fase de recomendação, na qual é proposto aos
decisores a melhor intervenção a ser feita para o contexto de decisão.
Andrade et. al. (2018), o princípio deste método está na comparação par a par das alternativas,
relacionando-as aos critérios definidos. Para isto, deve-se definir dois parâmetros junto ao
decisor, sendo estes os pesos dos critérios e as suas respectivas funções de preferência.
Para a definição dos pesos dos critérios a serem considerados, utilizou-se o método
PROMETHEE-ROC. Este método estabelece uma definição de importância relativa dos
critérios através da regra de pesos substitutos ROC (Rank-Order-Centroid). Para isto, é
necessário um ordenamento qualitativo dos critérios a serem considerados, de modo a atribuir
valores para a posição destes critérios por meio da Equação 1:
Para uma análise mais consistente das alternativas propostas para a implantação neste
estudo de caso, optou-se por adotar uma abordagem de decisão grupo, considerando a
utilização, de forma independente, do método PROMETHEE por três especialistas. Neste
sentido, para a obtenção da resposta que viria a identificar a solução ideal para a empresa em
questão, utilizou-se uma agregação de preferências através da soma ponderada dos fluxos
líquidos para cada alternativa, considerando um peso igualmente equivalente para cada um dos
especialistas, conforme a Equação 2.
Onde:
R são decisores, r = 1, 2, ..., R;
𝛷(𝑎𝑖 ) é o fluxo líquido da alternativa 𝑎𝑖 para o decisor r
𝜔𝑟 é o peso do decisor, de modo que ∑𝑅𝑟=1 𝜔𝑟 = 1
Deste modo, a escolha pela alternativa adequada para o estudo de caso se mostrou mais
transparente e robusta. Assim, na sessão que se segue, serão apresentadas as análises e
discussões a respeito das informações obtidas e da proposta apresentada aos gestores da
empresa objeto de estudo, bem como as suas implicações.
38
Por questões éticas, este trabalho não mencionará o nome da empresa utilizada como
objeto de estudo empírico. Esta empresa possui 5 anos de atuação e trata-se de um grupo
composto por 2 unidades fabris e três lojas varejistas que comercializam os produtos fabricados
pela própria empresa e por outros fornecedores. A empresa tem por atividade principal a
produção de colchões e sofás personalizados, tendo, porém, um catálogo de modelos sobre os
quais os consumidores podem fazer as alterações que desejarem em aspectos referentes a
tamanhos e composição de materiais dos produtos.
Com base nas atividades desenvolvidas pela empresa e nos conceitos apresentados por
Slack (2002), pôde-se relacionar o sistema produtivo da empresa como sendo do tipo Produção
em Jobbing, considerando que os recursos de produção são compartilhados de acordo com a
necessidade dos processos e que existe um volume médio/baixo de produção e uma variação
média/alta entre os produtos.
Embora a organização possua três lojas e duas unidades fabris, uma dedicada a produção
de sofás e outra dedicada a produção de camas e colchões, o gerenciamento dos recursos de
produção bem como o planejamento logístico de entrega dos produtos finais são realizados
apenas em uma das unidades, demandando um eficiente sistema de informação e comunicação
entre as instalações.
O principal sistema de informação utilizado pela organização trata-se de um sistema
ERP, que representa a integração de informações em um banco de dados capas de armazenar
dados de diferentes setores de uma organização, relacionando e auxiliando suas atividades
internas em tempo real (OBRIEN e MARAKAS, 2013; NUNES et al., 2018).
Com o uso deste sistema, a empresa objeto de estudo realiza o registro de ordens de
compras, vendas e serviços, cadastro de fornecedores e clientes, monitoramento de status dos
pedidos, emissão de notas fiscais e relatórios históricos. Para o envio das ordens de produção,
utiliza-se comunicação via e-mail, já que estas são emitidas pelos vendedores em loja logo após
a confirmação da venda dos produtos. Além destes sistemas, utiliza-se ainda um aplicativo de
troca de mensagens instantâneas e telefonemas para comunicação entre todas as instalações da
organização.
39
No entanto, por meio do roteiro de entrevista aplicado aos gestores da empresa, ao longo
da fase exploratória, foi possível identificar algumas lacunas existentes a respeito da maturidade
da empresa em relação aos seus sistemas da informação.
Quando questionados sobre as principais dificuldades da empresa em relação a gestão
de informações, destacou-se uma “dificuldade grande para mensurar quanto realmente custa
um produto para ser produzido”. Além disto, destacou-se também uma “dificuldade em realizar
um controle completo, (...), dificuldades na parte fiscal e gestão de estoque”.
Segundo os gestores da empresa, existe uma deficiência na geração de relatórios mais
precisos, capazes de confrontar custos de produção e receitas, e de viabilizar a realização de um
controle adequado de estoques. Em relação a sistemas de informação, a empresa possui
experiência em sistemas como Tiny, Sage Start, Maxximus, Datasync e Excel. A busca pela
implantação de um sistema BI está relacionada a necessidade de coletar dados específicos desde
a entrada até a saída de todos os materiais utilizados, de modo que o setor administrativo possa
acessar estas informações com segurança de maneira mais ágil, tomando decisões para melhor
gerir seus recursos e seus planejamentos.
A empresa tem como objetivo integrar o sistema BI aos dados obtidos através do Tiny,
do Excel e de sistemas fiscais, de maneira intuitiva e com fácil manuseio. Para este projeto,
dispõe de um capital de investimento de, em média, R$ 75,00 mensais, podendo alcançar até
R$ 800,00 mensais, mediante apoio governamental e planejamento a longo prazo, a depender
do custo-benefício do produto que venha a ser adquirido.
Partindo do princípio de que uma solução em BI busca integrar informações dos
processos empresariais para apoiar tomada de decisões, este tipo de solução torna-se ideal para
uma elevação no nível de gestão de informações dentro desta empresa, principalmente ao
ressaltar a fala dos gestores quando dizem: “A pretensão é conseguir cruzar todos os dados, da
entrada a saída de todos os materiais. Integrar todos os movimentos da empresa”.
Como apresentado por Araújo et al. (2018), o uso adequado das informações disponíveis
em uma empresa de micro ou pequeno porte representa exequibilidade, servindo como suporte
para a resolução de demandas de difícil visibilidade. Neste sentido, a gestão da informação se
tornará um forte aliado dos planejamentos estratégicos da empresa.
Com isto, seguiu-se adiante em direção ao objetivo proposto: implantar uma plataforma
Business Intelligence alinhada às demandas estratégicas de uma indústria de pequeno porte.
Assim, os resultados obtidos com a aplicação da fase descritiva são apresentados no tópico a
seguir.
40
4.2. A proposta
Para avaliar as alternativas, por meio de questionário (ver Apêndice B), os decisores
atribuíram notas variáveis entre 0 e 10 para cada alternativa em relação a cada critério. Além
disto, atribuíram para aos critérios apresentados uma ordenação, de modo a classificar suas
importâncias relativas, e assim, os pesos a serem considerados para a etapa de Cálculo do índice
de preferência no método PROMETHEE II.
Tendo a avaliação das alternativas em relação aos critérios, adotou-se como função de
preferência a função do tipo 3, gerando para cada decisor um nível de preferência por meio de
comparação par a par, como apresentado pelas Tabela 1, 2 E 3.
41
Por meio das Tabelas 1, 2 e 3 é possível verificar que, ao longo das comparações par a
par, as diferenças positivas entre as alternativas foram transformadas em valores entre zero e
um, que representam proporcionalmente a intensidade de preferência de uma alternativa em
relação à outra.
43
Com isto, deu-se continuidade às etapas do método PROMETHEE II. Para cada decisor
realizou-se o cálculo dos índices de preferência de cada critério (Tabelas 4, 5 e 6), bem como
os seus fluxos positivos, negativos.
Obtendo um ranqueamento das alternativas por meio dos seus fluxos líquidos, como
mostrado nas Tabelas 7, 8 e 9 a seguir, ressalta-se a escolha destes decisores de que a plataforma
Power BI® é considerada a mais adequada para a empresa em estudo, já que obteve o maior
valor numérico em relação ao fluxo líquido.
44
TABLEAU -0,020
QLIK -0,006
POWER 0,003
BI
Fonte: Autor (2018)
Tabela 8:Cálculo dos fluxos líquidos para o Decisor 2 Tabela 9:Cálculo dos fluxos líquidos para o Decisor 3
Assim como para o Decisor 1, de acordo com os cálculos obtidos por meio das
avaliações dos decisores 2 e 3, é possível verificar que a plataforma Power BI® obteve o melhor
desempenho com a aplicação do método PROMETHEE. Deste modo, realizando a soma
ponderada dos resultados dos decisores como forma de agregação das suas preferências, tomou-
se como resultado final que a plataforma Power BI® é a mais adequada a ser tida como proposta
para este estudo (Tabela 10).
Isto significa que, embora possa ter recebido avaliações inferiores em relação a alguns
critérios, quando comparada às outras alternativas, a alternativa escolhida representa a melhor
decisão para os interesses, necessidades e capacidades da empresa em estudo, podendo
contribuir para o seu crescimento por meio de tomadas de decisões mais assertivas. O tópico a
seguir apresenta algumas implicações práticas a respeito da proposta realizada.
Dois critérios se destacam em relação aos mais relevantes para a chegada ao resultado
obtido, são estes os que dizem respeito à facilidade de interpretação das informações e
interatividade com outros sistemas. Em ambos critérios a plataforma Power BI® obtém
avaliação positiva, tanto por sua capacidade de integrar-se aos demais sistemas utilizados pela
empresa, quanto por sua interface familiar, atendendo aos aspectos destacados por Miah (2014)
ao definir o BI.
Além disto, a proposta apresenta uma oportunidade de baixo custo, tanto por sua
aquisição em versão gratuita, quanto por não precisar de elevados conhecimentos técnicos para
o seu manuseio. Desta forma, apresenta-se uma solução ideal em relação aos questionamentos
levantados por Stefanini et. al. (2012) em relação ao custo benefício deste tipo de aplicação em
empresas de pequeno porte.
As conclusões obtidas por meio desta proposta e dos estudos realizados para que fosse
possível alcançá-la serão apresentadas no capítulo que se segue.
46
5. CONCLUSÕES
Por meio deste estudo, teve-se como objetivo propor a implantação de uma plataforma Business
Intelligence alinhada às demandas estratégicas de uma indústria de pequeno porte na cidade de Campina
Grande. Para isto, buscou-se identificar por meio de fase exploratória, as principais necessidades
relacionadas a sistemas da informação da empresa em questão.
Observando as atividades e processos associados à gestão da informação na empresa em
questão, foi possível identificar as lacunas existentes e que deveriam ser consideradas para a
proposta de uma plataforma de BI que melhor se adequassem às suas necessidades. Deste modo,
ao longo da fase descritiva, pôde-se avaliar, utilizando o método PROMETHEE II e uma
agregação de preferências, as alternativas que possuem destaque no mercado, relacionando-as
aos aspectos observados ainda na fase exploratória.
Com tudo, pôde-se observar a relevância dos sistemas de informação como componente
fundamental para o planejamento estratégico de uma organização, a qual vem se desenvolvendo
em acompanhamento às tecnologias associadas aos novos sistemas de produção. Neste sentido,
observou-se que a tomada de decisões, baseada em tecnologias de informação, pode agregar
mais confiabilidade aos projetos de uma empresa, elevando suas capacidades competitivas.
REFERÊNCIAS
R: Gerar relatórios mais precisos que faça o confronto de custo do produto x custo de
produção. Hoje temos dificuldade grande para mensurar quanto realmente custa um
produto para ser produzido. Além disto temos dificuldade em realizar um Controle
completo, conseguimos rodar bem as vendas e o financeiro. Porém temos dificuldades
na parte fiscal e gestão do estoque.
5. Em quais níveis a empresa tem interesse em dispor acesso ao sistema a ser adotado?
R: Setor Administrativo
R: Gerar relatórios para maior controle e melhora dos sistemas de produção, vendas e
custos. Gerar receita com a melhor gestão dos recursos.
7. Com quais outros sistemas a empresa tem interesse em integrar à plataforma BI a ser
utilizada?
8. Qual o nível de capacitação que a empresa possui para o manuseio deste tipo de
tecnologia da informação?
R: Básico
52
9. Qual o limite de valor que a empresa estaria disposta a investir em um sistema BI?