Analise Global Sistema Refrigeração

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JOÃO FARRET FERZOLA

ANÁLISE GLOBAL DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL

Monografia apresentada ao Departamento de En-


genharia Mecânica da Escola de Engenharia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, co-
mo parte dos requisitos para obtenção do diploma
de Engenheiro Mecânico.

Orientadores: Prof. Dr. Francis H. R. França

Porto Alegre
2010
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia Mecânica

ANÁLISE GLOBAL DE UM SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO INDUSTRIAL

JOÃO FARRET FERZOLA

ESTA MONOGRAFIA FOI JULGADA ADEQUADA COMO PARTE DOS REQUISITOS


PARA A OBTENÇÃO DO DIPLOMA DE
ENGENHEIRO(A) MECÂNICO(A)
APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELA BANCA EXAMINADORA DO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

Prof. Walter Jesus Paucar Casas


Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. FERNANDO MARCELO PEREIRA


UFRGS/DEMEC

Prof. Dr. SÉRGIO LUIZ FREY


UFRGS/DEMEC

Prof. Dr. SÉRGIO V. MÖLLER


UFRGS/DEMEC

Porto Alegre
2010
ii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a meus pais, namorada, família e amigos.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Francis H. R. França, que sempre esteve disposto a ajudar e
esclarecer meus questionamentos.

iii
de modo especial à minha querida Tatiana Medina.

iv
“No final tudo dá certo.
Se ainda não deu é porque não chegou ao final.”

Jean Rostand

v
FERZOLA, J. F.; Análise global de um sistema de refrigeração industrial. 2010. 22f. Mo-
nografia (Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Mecânica) – Departamento de En-
genharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

RESUMO

Este trabalho aborda a análise global de um sistema de refrigeração industrial para produção e
envase de bebidas. O sistema foi simulado em uma planilha Excel levando em conta todos os
acoplamentos entre os componentes que o compõe, com o intuito de verificar a influência das
variações nas temperaturas e pressões na temperatura final da bebida. Foi utilizado o progra-
ma CoolPack como fonte de dados das propriedades do fluido refrigerante presente no siste-
ma. Por fim, os resultados são comparados com os dados reais, a fim de validar o simulador e
verificar a qualidade do método analítico utilizado.

PALAVRAS-CHAVE: Análise Global, Sistemas Térmicos, Acoplamentos, Simulação, Ex-


cel, CoolPack.

vi
FERZOLA, J. F.; Global analysis of a industrial refrigeration system . 2010. 22f. Mono-
grafia (Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Mecânica) – Departamento de Enge-
nharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.

ABSTRACT

This work deals with the global analysis of an industrial refrigeration system for filling and
production of beverages. The system was simulated in an Excel datasheet taking into account
all the couplings between the making up components, in order to verify the influence of the
temperature and pressure variations on the exit temperature of the beverage. The program
CoolPack was used as a data resource for the properties of the system refrigerant. At the end,
the obtained results were shown and a comparison was made with the data collected from a
real system, to validate the simulator and verify the accuracy of the proposed analytic method.

KEYWORDS: Global Analysis, Thermal Systems, Couplings, Simulation, Excel, CoolPack.

vii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
1.1 JUSTIFICATIVAS ............................................................................................... 1
1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 2
2.1 COMPRESSOR .................................................................................................... 2
2.2 CONDENSADOR ................................................................................................. 2
2.3 VÁLVULA DE EXPANSAO ................................................................................ 3
2.4 EVAPORADOR .................................................................................................... 3
3. DESCRIÇÃO DO SISTEMA .......................................................................................... 3
3.1 ESPECIFICAÇÃO DOS COMPRESSORES ...................................................... 3
3.2 ESPECIFICAÇÃO DOS CONDENSADORES ................................................... 4
3.3 ESPECIFICAÇÃO DO SISTEMA....................................................................... 4
4. MODELAGEM FÍSICA-MATEMÁTICA ..................................................................... 4
4.1 EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA.......................................................................... 4
4.2 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE EVAPORAÇÃO NA CAPACIDADE
DE REFRIGERAÇÃO ........................................................................................................ 6
4.3 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE CONDENSAÇÃO NA
CAPACIDADE DE REFRIGERAÇÃO.............................................................................. 6
4.4 EFICIÊNCIA ISENTRÓPICA ............................................................................. 7
4.5 EFEITO DAS TEMPERATURAS DE EVAPORAÇÃO E CONDENSAÇÃO
NA EFICIÊNCIA DO SISTEMA........................................................................................ 8
4.10 EFEITO DA VAZÃO NA PRESSÃO DE SUCÇÃO E DE DESCARGA ........ 9
5. METODOLOGIA ............................................................................................................ 9
6. RESULTADOS E ANÁLISES....................................................................................... 10
7. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 15
8. REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 16
9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................................ 17
APÊNDICE A - FORMULAÇÃO EXCEL (EXEMPLIFICAÇÃO) ................................ 18
APÊNDICE B - DIAGRAMA DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ESTUDADO ..... 19
ANEXO A - MODELO: TABELA PROPRIEDADES AMÔNIA UTILIZADA ............ 20

viii
1

1. INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVAS

O estudo de sistemas térmicos é de grande importância devido à preocupação crescente


com o consumo de energia elétrica, diretamente ligado à eficiência de funcionamento dos
componentes que os constituem. Com isso, é fundamental fazer uma análise global do funcio-
namento do sistema antes de detalhar cada particularidade existente em seus constituintes.
Os sistemas de refrigeração industriais atualmente utilizados em larga escala nesses e
em outros setores da economia fundamentam-se na capacidade de algumas substâncias, de-
nominadas agentes refrigerantes, absorverem grande quantidade de calor quando passam do
estado líquido para o gasoso.
Esses sistemas são constituídos, comumente, por compressores, trocadores de calor,
ventoinhas, bombas, tubulações, dutos e controles. Mas, diferentemente dos sistemas de con-
dicionamento de ar residenciais (dominantes no mercado), a refrigeração industrial é constitu-
ída muitas vezes de compressores, evaporadores e condensadores em paralelo (Figura 1.1).
Portanto, por ser modular, ao ampliar a necessidade de refrigeração basta adicionar compo-
nentes ao sistema em paralelo.

Figura 1.1 - Compressores em paralelo – Fonte Electromotion Refrigeration

O trabalho busca a criação de uma ferramenta que auxilie na análise das possíveis com-
binações de parâmetros do sistema para verificar com qual combinação que o sistema atinge o
melhor coeficiente de performance, reduzindo o consumo energético da planta estudada. A-
lém disso, como se trata de um sistema real, busca-se utilizar as condições do ambiente (tem-
peratura, umidade relativa, ...) onde este está inserido.

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo a análise de consumo e eficiência energética de um


sistema de refrigeração industrial, para isso se fará o desenvolvimento de um simulador em
Excel que atenda a maior parte das condições encontradas no sistema de refrigeração real.
Com isso, os vários pontos de operação do sistema serão determinados com base na configu-
ração ideal para suprir as demandas da fábrica com o menor consumo de energia.
2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Um ciclo de refrigeração nada mais é do que um sistema térmico que transfere energia
em forma de calor de uma região de baixo potencial energético para uma região de alto poten-
cial energético. Como o saldo de variação de energia é positivo, significa que a energia aden-
tra no sistema, portanto, em um ciclo de refrigeração se faz necessária uma fonte de energia
externa.
Basicamente, um ciclo de refrigeração é composto por uma saída de calor, uma entrada
de calor e uma entrada de trabalho. Esta entrada de trabalho é a responsável pelo salto energé-
tico do ciclo. Pode-se observar um ciclo de refrigeração na figura 2.1.

Figura 2.1 – Ciclo térmico de refrigeração

2.1 COMPRESSOR

O compressor é o equipamento responsável pelo fornecimento de trabalho ao fluído


refrigerante na forma de compressão do mesmo. É o componente mais controlável do sistema,
podendo ser determinadas as suas pressões máximas e mínimas de trabalho, vazão volumétri-
ca e potência do motor utilizado.
Se o compressor não suporta a vazão mássica gerada no evaporador, ocorre um aumento
da pressão de sucção e, consequentemente, da temperatura de sucção.

2.2 CONDENSADOR

O condensador é responsável pela retirada de calor do sistema para o ambiente. Após o


fluído refrigerante ter sua temperatura e pressão elevadas no compressor, ele passa pelo con-
densador onde passa da fase gasosa para a líquida, fornecendo calor para o ambiente na forma
latente.
Se o condensador está super dimensionado para o sistema ocorre também um pouco de
troca de calor sensível ao final do processo (sub-resfriamento), onde o fluído já condensado
libera calor para o ambiente. Se o condensador não é capaz de trocar calor suficiente com o
ambiente, ocorre um aumento de pressão e, consequentemente, de temperatura, na descarga
do compressor, diminuindo a eficiência do sistema.
3

2.3 VÁLVULA DE EXPANSAO

Na válvula de expansão ocorre a diminuição da pressão do fluído refrigerante com uma


mudança de fase parcial de líquido para líquido mais gás. Com a diminuição da pressão a tro-
ca de calor na forma de vaporização do fluído no evaporador fica favorecida, além disso, a
temperatura mais baixa também favorece a troca térmica.
Normalmente, os sistemas industriais com evaporador inundado possuem, após a válvu-
la de expansão, um separador de líquido, o qual tem como objetivo principal manter o evapo-
rador cheio de líquido e aumentar a geração de vapor, favorecendo a troca de calor latente.

2.4 EVAPORADOR

No evaporador ocorre a entrada de calor do ambiente no sistema. Quanto maior for essa
entrada de calor, maior será a geração de vapor e maior será a vazão mássica do sistema.
No sistema estudado, o evaporador está acoplado a um separador de líquido, onde o gás
mais leve é succionado pelo compressor e o líquido inunda o evaporador. O principal motivo
de se evitar enviar líquido ao compressor é impedir a ocorrência do “golpe de aríete” no sis-
tema, que poderia danificar o compressor e seus componentes.

3. DESCRIÇÃO DO SISTEMA

O sistema térmico analisado e utilizado como base para o desenvolvimento da ferra-


menta de simulação numérica é um sistema de refrigeração industrial. Este sistema é compos-
to por vários componentes, sendo suas descrições técnicas dadas nos subitens seguintes. De-
ve-se utilizar o Apêndice B para uma melhor compreensão deste capítulo.

3.1 ESPECIFICAÇÃO DOS COMPRESSORES

O sistema é composto por cinco compressores, dois destes são compressores parafuso
Sabroe SAB 163 HF TWIN, significando, na denominação do compressor, o número 163, o
diâmetro dos rotores em mm, a letra F que o rotor fêmea move o rotor macho e a palavra
TWIN que os dois compressores estão montados na mesma estrutura. A vazão volumétrica
deslocada por cada compressor a 3550 rpm (60 Hz) é de 1147 m³/h e a capacidade de refrige-
ração é de 634 kW (com temperatura de evaporação em -10ºC e de condensação em 35ºC). Os
compressores parafuso possuem a taxa de volume interno variável, o que gera uma variabili-
dade de 0 a 100 % na capacidade de refrigeração do compressor. Estes são os compressores
principais do sistema.
Além dos compressores parafuso, o sistema possui três compressores alternativos: o
compressor maior é o Sabroe SMC 8-180, o diâmetro do pistão é dado pelo número 180 (em
mm) e o número 8 determina quantos pistões há no compressor. Sua vazão volumétrica a 850
rpm (60 Hz) é de 1148 m³/h e a capacidade de refrigeração é de 616 kW nas mesmas condi-
ções dos compressores parafuso. A modulação da vazão volumétrica é dada de 25 em 25 %
devido aos pistões estarem aos pares e às válvulas abrirem-se para cada conjunto quando ne-
cessário.
Os compressores menores são os Sabroe SMC 108L, tendo o diâmetro do pistão 108
mm e 8 cilindros distribuídos dois a dois. A vazão volumétrica deslocada a 1200 rpm (60 Hz)
4

é de 565 m³/h e a capacidade de refrigeração é de 335 kW para as mesmas condições anterio-


res. A modulação se dá da mesma forma que o compressor 8-180. Estes são os compressores
secundários do sistema.

3.2 ESPECIFICAÇÃO DOS CONDENSADORES

O sistema é composto por três condensadores evaporativos da SemcoBac modelo VXC


454. A capacidade de rejeição de calor é de 1956 kW para cada um.

3.3 ESPECIFICAÇÃO DO SISTEMA

Os compressores são divididos em dois sistemas, o primeiro, composto por um com-


pressor parafuso e um alternativo pequeno, opera com uma pressão de sucção mais baixa, já o
segundo, com uma pressão de sucção mais alta. O compressor SMC 8-180 funciona como
coringa, sendo ativado quando um dos compressores parafuso está em manutenção (pode ser
acoplado tanto no primeiro como no segundo sistema). A idéia da diferença de pressão de
sucção entre os dois sistemas é diminuir o impacto no compressor quando da entrada de um
produto com gradiente de temperatura muito alto, que poderia acarretar em um aumento mui-
to grande da pressão de sucção nos compressores do segundo sistema.
Além dos condensadores e compressores, o sistema é composto também por dois evapo-
radores (primeiro e segundo sistema) do tipo de placas inundadas com refrigerante (amônia)
no estado líquido. Estes evaporadores trocam calor com um sistema secundário de água com
etanol diluído a 15% para evitar o congelamento no trocador. A montagem foi realizada dessa
forma para evitar que a amônia entre em contato com o produto que vai ser envasado na linha
de produção (causando contaminação), e garantir uma inércia maior do sistema a mudanças
de temperatura e vazão de produto nas linhas de produção.

4. MODELAGEM FÍSICA-MATEMÁTICA

Neste capítulo será explicitada a formulação utilizada no simulador para o cálculo das
diferentes condições de contorno.

4.1 EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA

A eficiência volumétrica de um compressor (ηv) é um termo chave para explicar tendên-


cias na capacidade de refrigeração e potencia necessária de compressores. A fórmula básica é
dada por:

ã 
é   
çã ( ³)
 =  . 100 (4.1)

       ( )

A eficiência volumétrica é menor do que 100% devido às perdas com vazamentos nos
anéis dos pistões, à queda de pressão nas válvulas de sucção e descarga, ao aquecimento do
gás na sucção e à expansão do gás que permaneceu no espaço nocivo (volume mínimo da
câmara de compressão) durante a compressão.
5

Para um compressor de pistões, pode-se calcular a eficiência volumétrica da seguinte


forma:

#$
= ! " & . ', (4.2)
%

onde, V = volume deslocado em um ciclo do pistão [m³]; D = diâmetro do êmbolo [m];


L = curso do pistão [m];

(= . ). * (4.3)

Onde, Vd = volume deslocado pelo compressor [m³/s]; N = número de pistões; n = rota-


ções por segundo [RPS];
-.
+, = (4.4)
/012

Onde, +, = vazão mássica [kg/s] gerada no evaporador dada à troca qr; qr = capacidade
de refrigeração [kW] (dado pelo fabricante); 34 = efeito do refrigerante, diferença de en-
talpia da entrada e saída do evaporador [kJ/kg];

, = +,. 5 (4.5)

Onde, 5 = volume específico do gás na sucção do compressor [m³/kg];

,
 = . 100 (4.6)


Onde,  = eficiência volumétrica [%];


A variável que mais controla a eficiência volumétrica é a razão de compressão, pode-se
verificar isso no gráfico (figura 4.1) que relaciona taxa de compressão com eficiência volumé-
trica para o compressor Sabroe SMC 108L.
Eficiência Volumétrica [%]

Razão de Compressão

Figura 4.1 - Eficiência Volumétrica versus Taxa de Compressão (Sabroe SMC 108L) – Fonte STOEC-
KER, W. F.; Industrial Refrigeration Handbook.
6

Pelo comportamento linear, o comportamento da eficiência volumétrica para os com-


pressores foi tomado para dois pontos fornecidos no manual (temperatura de evapora-
ção/temperatura de condensação: -10ºC/35ºC e 0ºC/35ºC) do fabricante e feita a interpolação
linear para que se encontrassem os valores em outras taxas de compressão.

4.2 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE EVAPORAÇÃO NA CAPACIDADE DE RE-


FRIGERAÇÃO

Junto com a potência requerida, a capacidade de refrigeração é a característica chave de


um compressor. Para um compressor possuir certa capacidade de refrigeração, ele deve ser
capaz de comprimir uma vazão de gás refrigerante da sua pressão de sucção à sua pressão de
descarga, fornecendo energia necessária para esse salto de entalpia. Esse salto na pressão do
gás refrigerante será o ponto fundamental na definição da taxa de transferência de calor no
evaporador do sistema.
A equação que expressa a taxa de refrigeração é:


6 = (7 1008(15 )Δh;< (4.7)

Como se pode observar na figura 4.2, a taxa de refrigeração aumenta quanto mais se
aumenta a temperatura de evaporação para uma mesma temperatura de condensação. Isso
acontece porque a eficiência volumétrica aumenta significativamente quando se diminui a
razão de compressão (pode se observar na linha pontilhada na figura 4.2 a temperatura de
evaporação para uma razão de compressão 9), eis que quanto maior a temperatura de sucção,
maior a pressão de sucção.

Temperatura de Evaporação [ºF]


Capacidade de Refrigeração [kW]

Capacidade de Refrigeração [TR]


Razão de Compressão = 9.0

Temperatura de Evaporação [ºC]


Figura 4.2 – Capacidade de refrigeração versus temperatura de evaporação – Fonte STOECKER, W. F.;
Industrial Refrigeration Handbook.

4.3 INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA DE CONDENSAÇÃO NA CAPACIDADE DE


REFRIGERAÇÃO

Ao se fixar a temperatura de evaporação e variar a temperatura de condensação, ocorre


uma variação na capacidade de refrigeração do sistema. Pode-se observar na figura 4.3 que ao
7

se aumentar a temperatura de condensação diminui a taxa de evaporação do sistema. Isso se


deve ao fato de a taxa de compressão aumentar com o aumento da temperatura de condensa-
ção. Além disso, a eficiência volumétrica cai devido a este aumento e o delta de entalpia entre
o ponto de entrada do evaporador e o ponto de saída do evaporador diminui. Considerando
todas essas mudanças na equação 4.7, obtém-se o gráfico a seguir:
Temperatura de Condensação [ºF]

Capacidade de Refrigeração [kW]

Capacidade de Refrigeração [TR]


Temperatura de Condensação [ºC]

Figura 4.3 – Capacidade de refrigeração versus temperatura de condensação – Fonte STOECKER, W. F.;
Industrial Refrigeration Handbook.

4.4 EFICIÊNCIA ISENTRÓPICA

Para obter o valor real da potência consumida no compressor, devem-se levar em conta
as perdas reais do compressor. No entanto, para o cálculo de um compressor ideal não se leva
em conta o atrito do êmbolo com o pistão (ou do fuso com a carcaça), nem a troca de calor do
compressor com o ambiente.
A eficiência isentrópica depende da taxa de compressão da forma mostrada na figura
4.4 determinada para o compressor Sabroe SMC 108L. Utilizando o método das diferenças
divididas de Newton, obtém-se uma curva ajustada aos dados da figura 4.4:
Eficiência Isentrópica [%]

Taxa de Compressão

Figura 4.4 – Curva obtida pelo método das diferenças divididas sobreposta a curva obtida no livro STO-
ECKER, W. F.; Industrial Refrigeration Handbook.

=(> ) = ?2,1164. 10DE > FG H 0,00079365> M ? 0,1275> N H 0,11486> P ?


0,6344> Q H 2,1978> E ? 4,638> % H 5,3044> R ? 1,9732> S ? 1,3797> H 1,6682 (4.8)
8

Onde, x = taxa de compressão; f(x) = eficiência isentrópica [%];


Com o valor de eficiência isentrópica encontrada para a faixa de operação atribuída,
pode se achar a potência real consumida no compressor,

,∆VWX
T= (4.9)
YZ

Onde, P = Potência real consumida pelo compressor [kW];  = Eficiência Isentrópica;


∆4 = Diferença de entalpia da saída do compressor e da entrada do compressor [kW/kJ];

4.5 EFEITO DAS TEMPERATURAS DE EVAPORAÇÃO E CONDENSAÇÃO NA EFICI-


ÊNCIA DO SISTEMA

Conhecidas as influências da temperatura de evaporação e condensação na capacidade


de refrigeração e a potência real consumida pelo compressor, pode-se calcular a eficiência do
sistema como um todo. Para sistemas de refrigeração industrial, essa eficiência é chamada de
Coeficiente de Performance (COP [kW/kW]). O principal objetivo de se calcular esse coefici-
ente é descobrir o menor consumo energético possível que ainda atenda às necessidades de
refrigeração da planta. Basicamente o COP pode ser calculado pela seguinte equação:

6
[\T = T (4.10)

Como se pode observar na figura 4.5, quanto maior o Coeficiente de Performance, mais
eficiente é o sistema de refrigeração. Ou seja, menor é o consumo de energia elétrica para
gerar uma mesma capacidade de refrigeração.

Temperatura de evaporação [ºF]


Coeficiente de Performance

Temperatura de
Condensação
HP/TR

Temperatura de evaporação [ºC]

Figura 4.5 – Coeficiente de performance versus temperatura de evaporação (curvas variando a tempera-
tura de condensação) – Fonte STOECKER, W. F.; Industrial Refrigeration Handbook.
9

4.10 EFEITO DA VAZÃO NA PRESSÃO DE SUCÇÃO E DE DESCARGA

A vazão mássica do sistema pode ser determinada no evaporador pela transferência de


calor efetiva entre o etanol e a amônia. Como o evaporador do sistema trabalha totalmente
inundado por amônia no estado líquido, a equação para a vazão mássica se resume a:

6
+, = 4 (4.11)
]^

Onde, hfg = calor latente de vaporização da amônia [kJ/kg];


Com essa informação, obtém-se a vazão mássica e sabendo a vazão volumétrica de cada
compressor é possível determinar a que pressão deverá estar o gás na sucção (100% de gás na
sucção devido ao sistema possuir separador de líquido). As vazões volumétricas dos compres-
sores são dadas pelo fabricante e com elas se obtém a densidade do gás utilizando a equação
4.5.
Tendo a densidade e a temperatura de saída do evaporador, é possível achar na tabela
das propriedades da amônia para qual pressão corresponde.
No caso do condensador, a vazão é definida pela taxa de troca de calor entre a amônia
condensando e o ar que circula entre as serpentinas, quanto maior essa taxa, maior é a vazão
suportada pelo condensador e, consequentemente, menor será a influência na pressão de des-
carga dos compressores.

5. METODOLOGIA

Para resolver o problema com diferentes parâmetros e configurações, foi utilizado o mé-
todo numérico, baseado em formulações simples e em aquisição de informações de um banco
de dados contendo as informações características do gás utilizado (amônia). O sistema estu-
dado está representado no apêndice B.
A informação que pode ser pré-determinada nos equipamentos é a pressão de sucção,
além disso, é possível obter a temperatura ambiente e umidade relativa do ar. Com estas in-
formações calcula-se a capacidade de refrigeração do sistema de geração de frio (figura 5.1).

Figura 5.1 - Fluxograma do programa


10

O simulador em Excel é baseado em referências circulares para o método de iteração,


utilizando um coeficiente de sub-relaxamento para amortecer a variação de cada iteração e,
assim, facilitar a convergência. Ao todo foram praticamente 2000 equações resolvidas no si-
mulador em cada iteração, o que gerou uma planilha de 60 megabytes (pode ser vista uma
parcela da formulação no apêndice A).
A maior dificuldade encontrada no simulador foi deixar os acoplamentos de evapora-
dor-compressor e compressor-condensador livres ao mesmo tempo, o que gerou uma instabi-
lidade muito grande, então, para resolução do problema optou-se por fixar o acoplamento
compressor-condensador.
Como fonte de dados das propriedades da Amônia (NH3) foi utilizado o CoolPack, que
possui as propriedades termodinâmicas de interesse a cada décimo ºC. Esses dados foram
exportados para o Excel (exemplo pode ser visto no Anexo A).
Algumas simplificações foram feitas, como:
• Temperatura de condensação diretamente ligada à temperatura de bulbo úmido (dado
fornecido pelo fabricante);
• Propriedades termodinâmicas da água, água mais etanol diluído a 15 % e ar não varian-
do com o aumento ou diminuição da temperatura;
• Efeito da refrigeração do óleo lubrificante dos compressores parafuso pelo sistema de
amônia desconsiderado;
• Efeito da refrigeração da água de arrefecimento dos compressores alternativos nos con-
densadores evaporativos desconsiderado;
• Determinação da temperatura da saída do produto envasado em 3 graus centígrados
(dado fornecido – Fonte BARNABE, D.; VENTURINI, G. W. F.; Análise Energética ...),
constante, gerando uma troca térmica do etanol no evaporado fixa;
• Determinação da carga térmica do fan-coil da sala de sopro em 45000 kcal/h;
• Capacidade térmica dos condensadores em função da diferença de temperatura de con-
densação e temperatura de bulbo úmido;
As principais variáveis do sistema são a temperatura ambiente, que influi diretamente na
capacidade de condensação, a temperatura do produto que é refrigerado pelo sistema, e a u-
midade relativa do ar (intercambiável com temperatura de orvalho, ou temperatura de bulbo
úmido, ou carga de umidade). Além dessas variáveis, têm-se as estritamente relacionadas ao
tipo de produto e quantidade sendo produzida na fábrica. Ou seja, quantos vasilhames por
hora estão sendo produzidos e qual o volume envasado por hora.
Com todas essas variáveis, se calcula a capacidade de refrigeração dos evaporadores e
também a eficiência volumétrica e isentrópica dos compressores. Assim, é possível a determi-
nação do ponto de consumo energético ideal e a configuração ideal para o sistema em cada
condição com base no Coeficiente de Performance máximo.

6. RESULTADOS E ANÁLISES

Com o sistema real utilizado no trabalho, foi possível colher as informações necessárias
para ajustar e validar o simulador em Excel. Como no problema constam muitos dados de
entrada (como diferentes cargas dos compressores, aberturas de válvulas, pressões), o método
iterativo é a melhor forma de solução.
Buscou-se nos resultados o ponto de máximo Coeficiente de Performance.
11

Basicamente, os compressores parafusos trabalham em escada e modulam os outros


compressores, ou seja, quando todo sistema está ligado, as válvulas de retorno dos compress
compresso-
res alternativos só ficarão 100% fechadas quando os compressores parafusos de seus sistemas
estiverem em 100% de carga. Isso pode ser visto na tabela 6.1 logo abaixo:

Tabela 6.1 - Condições de Funcionamento dos Compressores


Condição 1 Condição 2 Condição 3
Carga Psuc Carga Psuc Carga Psuc
(%) (bar) (%) (bar) (%) (bar)
1 Parafuso SAB 163 HF 100 2,8 78 3 100 2,9
2 Parafuso SAB 163 HF 100 3,7 65 3,9 0 NA
1 Alternativo SMC 108L 75 2,8 0 NA 50 2,9
2 Alternativo SMC 108L 50 3,7 0 NA 0 NA

As propriedades aplicadas do ambiente são dadas pela tabela 6.2 a seguir:

Tabela 6.2 – Propriedades Ternofísicas


Etanol
Prop.Físicas 10,4ºBrix 65ºBrix 15% Ar Água
ρ (kg/m³) 1.040,0 1.310,0 972,0 1,2 1.000,0
Cp (kcal/kgºC) 0,934 0,65 1,02 0,24 1

Sendo ºBrix = quantidade de açúcar diluído em água (solvente); Etanol 15% = solução
de água mais etanol diluído a 15 %.
A temperatura do ambiente foi determinada para as condições
ões estudadas como 22ºC e
umidade
midade relativa de 54%, o que gera o resultado observado abaixo (tabela 6.3), em pressão
ótima de condensação e temperatura de condensação.

Tabela 6.3 - Simulador Excel


Preencher com
Temp. Ambiente (ºC) Temperatura Amb
Ambi-
22
ente [ºC]
Preencher com
Umidade Relativa
Umidade Relativa
(%) 54
[%]
Temp. de Bulbo Ú- Cálculo Automático
mido (ºC) 15
5,1 ºC TBU [ºC]
Pressão de Descar- 8,99 bar (rel)
10,0 bar (abs)
ga Ótima*
Pressão e Temper
Tempera-
Temperatura de 24,9 °C tura Ótima de Co
Con-
Condensação
densação

Além disso, é determinada a pressão mínima de sucção, sendo ela a principal determ
determi-
nante da porcentagem de carga dos compressores secundários do sistema (SMC 108L)
108L). Já nos
compressores principais (SAB 163HF) é determinada a temperatura de salmoura (temperatura
que sai o etanol do evaporador de temperatura mais baixa). Com todas essas informações, o
sistema se torna bem dinâmico, e devido aos compressores alternativoss terem cargas que vari-
var
am de 25 em 25%, é extremamente difícil as iterações atingirem um ponto de estabilidade. O
que ocorre é uma representação bem fiel da realidade (baseada na observação do comport
comporta-

*Tabela fornecida pelo fabricante. Fonte SEMCO; Procedimentos e Dados de Seleção – VXC 454.
12

mento do sistema real), onde o compressor principal fica em 100% de carga e o compressor
secundário varia sua modulação de carga baseado na pressão de sucção.
A partir da discussão no capítulo 4.5, pode-se ter uma noção maior desse dinamismo
causado pela variação da vazão requerida no sistema pelos compressores, além disso, pode-se
expandir a análise para os condensadores, os quais, quando não conseguem atingir a vazão
volumétrica ideal de condensação, causam um aumento da pressão de descarga dos compres-
sores considerável.
Vale ressaltar a grande influência desses saltos e quedas de pressão em toda a eficiência
térmica do sistema e a sua real capacidade de refrigeração. Além disso, o sistema estudado,
quando nas condições mais extremas, sofre com a falta de capacidade nos condensadores de
rejeição de calor quando o sistema está rodando na condição mais extrema (apesar do sistema
ter um excesso de compressores, mais do que suficiente para suprir a demanda máxima da
fábrica).
Portanto, a demanda de vazão dos compressores é diretamente proporcional à taxa de
transferência de calor do evaporador (a demanda real de troca térmica), que, por conseguinte,
é influente em grande parte dos parâmetros que determinam todo o funcionamento do sistema
de refrigeração. Por este motivo a vazão mássica foi escolhida como abscissa nos gráficos que
seguem.
Na figura 6.1a a seguir pode-se avaliar a influência dessas variações no sistema geral
para um compressor parafuso SAB 163 HF. Principalmente a variação da vazão mássica dada
pela requisição de mais troca térmica do sistema de etanol. Isso acontece por causa de um
aumento de produção nas linhas de envase ou de uma temperatura de entrada maior do produ-
to no trocador de calor da linha de produção (Anexo B).

1900 0,9
Volume Específico Amônia
Efeito Refrigerante [kW]

1700 0,8
1500 0,7
0,6
1300
[m³/kg]

0,5
1100
0,4
900 0,3
700 0,2
500 0,1
300 0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6

a Vazão Mássica [kg/s] Vazão Mássica [kg/s] b


Figura 6.1 - Influência da Vazão Mássica no Efeito Refrigerante (a) e no volume específico (b).

Observa-se um crescimento linear do efeito refrigerante com o aumento da vazão, isso


se deve, basicamente, ao aumento da quantidade de massa que circula no sistema, o qual é
diretamente responsável pelo aumento do efeito refrigerante, como pode ser visto na equação
4.11.
Já o volume específico demonstra um comportamento decrescente (figura 6.1b). Isso se
deve, justamente, pela relação da pressão com o volume específico dado para um gás isotrópi-
co. A pressão aumenta com o efeito refrigerante, que aumenta devido à vazão mássica maior.
A temperatura de evaporação aumenta com o aumento da vazão mássica figura 6.2a
devido ao aumento da pressão de sucção, figura 6.2b. Isso ocorre, pois o compressor (ou o
grupo de compressores) possui uma limitação de vazão volumétrica dada pela sua geometria e
13

construção. Com o aumento da pressão de sucção ocorre o aumento da temperatura de evapo-


ração.
O ideal para o sistema é a temperatura se manter entre 0 ºC e -5 ºC, no limite superior
para manter a evaporação da amônia no evaporador e acima de -5 ºC para evitar o congela-
mento da água com etanol diluído a 15 %.

15 7
Temperatura de Evaporaçao

Pressão na Sucção [bar]


10 6
5 5
Amônia [°C]

0
4
-5
3
-10
-15 2
-20 1
-25 0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6

Vazão Mássica [kg/s] Vazão Mássica [kg/s]


a b
Figura 6.2 - Influência da Vazão Mássica na Temperatura de Evaporação da Amônia (a) e na Pressão de
Sucção (b).

Como no texto descrito para a figura 6.2a que demonstra a influência da vazão mássica
na temperatura de evaporação, na figura 6.2b pode-se observar o efeito da restrição geométri-
ca do compressor na pressão de sucção com o aumento da vazão. Para o compressor poder
aumentar a vazão mássica, deverá ocorrer um aumento da pressão de sucção para mais massa
ser transportada no mesmo volume deslocado, causando um aumento no efeito refrigerante.
A eficiência volumétrica do compressor está diretamente ligada à taxa de compressão
do mesmo, com um aumento da pressão de sucção ocorre uma diminuição da taxa de com-
pressão (se mantida constante a pressão de escape) e um decorrente aumento da eficiência
volumétrica, como pode ser observado na figura 4.1. Isso decorre, principalmente, do fato de
menos gás escapar pelas folgas presentes nos componentes do compressor e uma menor quan-
tidade de gás comprimido presente no espaço nocivo do compressor re-expandir após o ciclo
de compressão e fechamento da válvula de escape. Portanto, como se pode observar na figura
6.3a, o aumento da vazão mássica acarreta o aumento da eficiência volumétrica.

95% 93%
Eficiência Isentrópica [%]
Eficiência Volumétrica [%]

93% 91%
90% 89%
88% 87%
85%
85%
83%
83% 81%
80% 79%
78% 77%
75% 75%
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6

a Vazão Mássica [kg/s] Vazão Mássica [kg/s] b


Figura 6.3 - Influência da Vazão Mássica na Eficiência Volumétrica (a) e na Eficiência Isentrópica (b).
14

Todos esses dados foram obtidos com a pressão de condensação de 8,50 bar, de-
terminada pela condição do dia sobre análise. Utiliza-se a temperatura de condensação subtra-
indo-se a temperatura de sub-resfriamento para se chegar nessa pressão. Com essas informa-
ções é possível determinar a real influência da vazão mássica (ou solicitação do sistema) no
Coeficiente de Performance.
Como a eficiência isentrópica está diretamente ligada à taxa de compressão dos com-
pressores presentes no sistema, a curva que rege essa variação se comporta da forma demons-
trada pelo fabricante, com alguma variação para mais ou para menos na curva dependente da
construção do sistema como um todo (curvas, isolamento térmico, comprimento da tubulação,
etc.). Pode se observar que o comportamento da curva de eficiência isentrópica (figura 6.3b)
do sistema estudado coincide com o comportamento da curva dada pelo fabricante (figura
4.4), somente mudando de taxa de compressão para vazão mássica.
Pela figura 6.4 observa-se que o ponto, neste caso, de maior eficiência para o compres-
sor SAB 163 HF seria o de vazão mássica 1,3 kg/s, ou seja, uma pressão de sucção de 5,4 bar
e temperatura de evaporação em 6,28 ºC, porém, o sistema precisa trabalhar com o etanol sa-
indo a 0ºC e não acima de 6,28 ºC. Sendo assim, o ponto que deve ser escolhido deve con-
templar essa temperatura. Portanto, o ponto ideal para essa combinação de produção da fábri-
ca e ambiente seria o de vazão mássica a 1 kg/s, até esse ponto o sistema consegue manter a
temperatura do etanol em 0 ºC utilizando apenas um compressor parafuso. Caso a solicitação
aumente, os compressores auxiliares devem ser ativados. É possível reparar que abaixo da
vazão mássica de 1 kg/s, o compressor parafuso começa a diminuir a sua vazão volumétrica
aumentando a abertura de sua válvula de retorno (varia de 0 a 100%) para a temperatura não
cair demasiadamente e acarretar em um congelamento da mistura etanol 15% mais água den-
tro do evaporador.

9
Coeficiente de Performance

8
7
6
5
4
3
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6

Vazão Mássica [kg/s]

Figura 6.4 – Influência da Vazão Mássica no Coeficiente de Performance.

No caso de um aumento de vazão no sistema devido à solicitação de carga térmica


maior por parte da produção da fábrica (maior demanda de troca térmica) os compressores
auxiliares assumem a sua parcela na vazão reduzindo a temperatura de evaporação da amônia,
já que a pressão de sucção baixa consequentemente com o aumento da vazão volumétrica
disponível. Como se pode observar na condição 3, ativando o compressor SMC 108L a 50%
de carga a temperatura de evaporação cai para 1,26ºC e a pressão de sucção cai para 4,5 bar
15

para a mesma vazão de 1.3 kg/s. Se fosse definida uma pressão de sucção de 4 bar, o com-
pressor iria oscilar de 100% de carga e 75% ad aeternum já que o ponto ideal ficaria entre
esses dois valores de carga (nota-se que carga é quantas válvulas de retorno para a sucção
realmente estão abertas, o que gera uma redução da vazão volumétrica; o compressor alterna-
tivo possui 8 pistões em 4 pares com 4 válvulas).

7. CONCLUSÕES

Conclui-se com este trabalho que o Coeficiente de Performance deve ser determinado
para cada condição de produção da fábrica e ambiente, pois os parâmetros determinados pelo
ambiente que são necessários para verificar a melhor condições de consumo energético do
sistema variam em relação a hora do dia, dia da semana e mês do ano. Portanto, a aplicação
do simulador seria mais útil com captação de dados online e variação dos parâmetros dos
compressores baseado na demanda instantânea do sistema de etanol, gerando instantaneamen-
te a configuração ideal do sistema e o COP real. Como a troca de calor do etanol para a amô-
nia foi considerada constante para a solução final, já que para determinar a troca de calor real
em um evaporador do tipo de placas com ranhuras é necessária toda uma análise e formulação
mais complexa.
Algumas conclusões relacionadas ao comportamento do sistema foram observadas:
• A condição 3 atinge o maior Coeficiente de Performance em vazões mássicas maiores,
isso se deve ao fato da vazão volumétrica disponível ser maior. Além disso, o ponto de máxi-
ma do Coeficiente de Performance para a condição 3 coincide com o intervalo ideal de tempe-
ratura de evaporação de amônia;
• Os compressores parafusos do sistema estudado são mais eficientes tanto volumetrica-
mente quanto isoentropicamente do que os compressores alternativos. Isso pode ser observado
pelo efeito prejudicial que a adição do compressor alternativo SMC 108L tem nesses dois
parâmetros;
• O compressor alternativo modula de 25 em 25% sua vazão volumétrica, o que dificulta
a convergência do sistema a um ponto de equilíbrio estático. O que ocorre no sistema real é
bem similar ao que ocorre no sistema simulado, o compressor parafuso fica modulado em
100% enquanto o alternativo fica variando sua modulação sem parar;
• O ponto ótimo do sistema depende da combinação de vários parâmetros do sistema,
portanto deve ser determinado para cada caso. Para a condição 3 seria a 1,3 kg/s de vazão;
Para futuros trabalhos, é desejável desenvolver a análise do sistema de refrigeração de
etanol – produto acabado, pois é um sistema bastante complexo com tubulações de distribui-
ção paralelas, trocadores de calor de placas de diferentes tamanhos, trocadores de calor do
tipo fan-coil e válvulas reguladoras de vazão moduláveis de 0 a 100%. Para resolver esse sis-
tema também se faz necessário um método iterativo.
16

8. REFERÊNCIAS

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17

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9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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18

APÊNDICE A - FORMULAÇÃO EXCEL (EXEMPLIFICAÇÃO)


19

APÊNDICE B - DIAGRAMA DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ESTUDADO


20

ANEXO A - MODELO: TABELA PROPRIEDADES AMÔNIA UTILIZADA


T S saturated
[Deg. p P saturated T saturated H saturated S gas [kJ/(kg liquid [kJ/(kg v liquid v gas Cp liquid Cp gas Cv gas Heat of evap.
C] [Bar] liquid [Bar] liquid [Deg. C] H gas [kJ/kg] liquid [kJ/kg] K)] K)] [dm^3/kg] [m^3/kg] [kJ/(kg K)] [kJ/(kg K)] [kJ/(kg K)] [kJ/kg]

-12 1 2,678530691 -33,59320524 1465,532993 145,4636562 6,316909551 0,796766971 1,527470029 1,25084988 4,522489105 2,209902681 1,655464255 1301,375066

-12 1,1 2,678530691 -31,68196889 1464,450612 145,4636562 6,267159166 0,796766971 1,527470029 1,134912207 4,522489105 2,226662767 1,665085842 1301,375066

-12 1,2 2,678530691 -29,90652821 1463,364475 145,4636562 6,221446988 0,796766971 1,527470029 1,038290696 4,522489105 2,243555525 1,674739877 1301,375066

-12 1,3 2,678530691 -28,24682215 1462,274541 145,4636562 6,179123556 0,796766971 1,527470029 0,956527703 4,522489105 2,260583203 1,684426712 1301,375066

-12 1,4 2,678530691 -26,68701648 1461,180767 145,4636562 6,139683999 0,796766971 1,527470029 0,886439197 4,522489105 2,277748106 1,694146706 1301,375066

-12 1,5 2,678530691 -25,21441231 1460,083113 145,4636562 6,102728054 0,796766971 1,527470029 0,82569022 4,522489105 2,295052595 1,703900226 1301,375066

-12 1,6 2,678530691 -23,81865208 1458,981534 145,4636562 6,067933017 0,796766971 1,527470029 0,772529554 4,522489105 2,312499091 1,713687645 1301,375066

-12 1,7 2,678530691 -22,4911707 1457,875986 145,4636562 6,035034905 0,796766971 1,527470029 0,725618029 4,522489105 2,330090077 1,723509342 1301,375066

-12 1,8 2,678530691 -21,22479955 1456,766425 145,4636562 6,003815013 0,796766971 1,527470029 0,683914068 4,522489105 2,347828098 1,733365703 1301,375066

-12 1,9 2,678530691 -20,01347487 1455,652804 145,4636562 5,974090111 0,796766971 1,527470029 0,646595375 4,522489105 2,365715766 1,743257124 1301,375066

-12 2 2,678530691 -18,852019 1454,535077 145,4636562 5,945705158 0,796766971 1,527470029 0,613004108 4,522489105 2,38375576 1,753184005 1301,375066

-12 2,1 2,678530691 -17,73597356 1453,413197 145,4636562 5,918527791 0,796766971 1,527470029 0,582607731 4,522489105 2,401950828 1,763146756 1301,375066

-12 2,2 2,678530691 -16,66147037 1452,287114 145,4636562 5,892444106 0,796766971 1,527470029 0,55497053 4,522489105 2,420303792 1,773145794 1301,375066

-12 2,3 2,678530691 -15,62513035 1451,15678 145,4636562 5,867355369 0,796766971 1,527470029 0,529732566 4,522489105 2,43881755 1,783181545 1301,375066

-12 2,4 2,678530691 -14,62398332 1450,022145 145,4636562 5,843175433 0,796766971 1,527470029 0,50659389 4,522489105 2,457495074 1,793254442 1301,375066

-12 2,5 2,678530691 -13,65540363 1448,883156 145,4636562 5,819828679 0,796766971 1,527470029 0,485302545 4,522489105 2,47633942 1,803364927 1301,375066

-12 2,6 2,678530691 -12,71705821 1447,739761 145,4636562 5,797248366 0,796766971 1,527470029 0,465645333 4,522489105 2,495353725 1,813513453 1301,375066

-12 2,7 2,678530691 -11,80686398 1446,591908 145,4636562 5,775375285 0,796766971 1,527470029 0,447440642 4,522489105 2,514541213 1,823700478 1301,375066

-12 2,8 2,678530691 -10,92295294 1445,439541 145,4636562 5,754156665 0,796766971 1,527470029 0,430532804 4,522489105 2,533905196 1,833926472 1301,375066

-12 2,9 2,678530691 -10,06364309 1444,282604 145,4636562 5,73354527 0,796766971 1,527470029 0,414787621 4,522489105 2,553449082 1,844191915 1301,375066

-12 3 2,678530691 -9,227414164 1443,121041 145,4636562 5,713498641 0,796766971 1,527470029 0,400088786 4,522489105 2,573176371 1,854497296 1301,375066

-12 3,1 2,678530691 -8,412887282 1441,954795 145,4636562 5,693978475 0,796766971 1,527470029 0,386335001 4,522489105 2,593090663 1,864843113 1301,375066

-12 3,2 2,678530691 -7,618798715 1440,783805 145,4636562 5,674950094 0,796766971 1,527470029 0,373437628 4,522489105 2,613195665 1,875229878 1301,375066

-12 3,3 2,678530691 -6,844022952 1439,608011 145,4636562 5,656381996 0,796766971 1,527470029 0,361318771 4,522489105 2,633495186 1,885658109 1301,375066

-12 3,4 2,678530691 -6,087500182 1438,427352 145,4636562 5,63824548 0,796766971 1,527470029 0,349909701 4,522489105 2,653993149 1,896128338 1301,375066

-12 3,5 2,678530691 -5,348268125 1437,241764 145,4636562 5,620514314 0,796766971 1,527470029 0,33914954 4,522489105 2,674693591 1,90664111 1301,375066

-12 3,6 2,678530691 -4,625441249 1436,051183 145,4636562 5,603164462 0,796766971 1,527470029 0,328984173 4,522489105 2,695600671 1,917196977 1301,375066

-12 3,7 2,678530691 -3,918202697 1434,855543 145,4636562 5,586173837 0,796766971 1,527470029 0,319365337 4,522489105 2,716718671 1,927796508 1301,375066

-12 3,8 2,678530691 -3,225797262 1433,654777 145,4636562 5,569522097 0,796766971 1,527470029 0,310249847 4,522489105 2,738052002 1,938440282 1301,375066

-12 3,9 2,678530691 -2,547525238 1432,448816 145,4636562 5,553190462 0,796766971 1,527470029 0,301598946 4,522489105 2,759605212 1,949128891 1301,375066

-12 4 2,678530691 -1,882737033 1431,237589 145,4636562 5,537161551 0,796766971 1,527470029 0,293377752 4,522489105 2,781382985 1,95986294 1301,375066

-12 4,1 2,678530691 -1,23082842 1430,021025 145,4636562 5,52141925 0,796766971 1,527470029 0,285554787 4,522489105 2,803390153 1,97064305 1301,375066

-12 4,2 2,678530691 -0,591236345 1428,79905 145,4636562 5,505948581 0,796766971 1,527470029 0,278101568 4,522489105 2,825631699 1,981469854 1301,375066

-12 4,3 2,678530691 0,036564791 1427,571588 145,4636562 5,490735603 0,796766971 1,527470029 0,270992262 4,522489105 2,848112766 1,992344 1301,375066

-12 4,4 2,678530691 0,653066431 1426,338563 145,4636562 5,475767308 0,796766971 1,527470029 0,264203382 4,522489105 2,870838658 2,003266152 1301,375066

-12 4,5 2,678530691 1,258728809 1425,099895 145,4636562 5,461031542 0,796766971 1,527470029 0,25771353 4,522489105 2,893814854 2,014236988 1301,375066

-12 4,6 2,678530691 1,853983577 1423,855504 145,4636562 5,446516924 0,796766971 1,527470029 0,251503167 4,522489105 2,917047006 2,025257204 1301,375066

-12 4,7 2,678530691 2,43923616 1422,605307 145,4636562 5,432212785 0,796766971 1,527470029 0,245554415 4,522489105 2,940540958 2,036327512 1301,375066

-12 4,8 2,678530691 3,014867876 1421,34922 145,4636562 5,418109101 0,796766971 1,527470029 0,239850887 4,522489105 2,964302744 2,04744864 1301,375066

-12 4,9 2,678530691 3,581237839 1420,087155 145,4636562 5,404196443 0,796766971 1,527470029 0,23437753 4,522489105 2,988338604 2,058621336 1301,375066

-12 5 2,678530691 4,138684679 1418,819024 145,4636562 5,390465926 0,796766971 1,527470029 0,229120497 4,522489105 3,012654987 2,069846366 1301,375066

-12 5,1 2,678530691 4,687528094 1417,544735 145,4636562 5,376909166 0,796766971 1,527470029 0,224067025 4,522489105 3,037258564 2,081124513 1301,375066

-12 5,2 2,678530691 5,22807026 1416,264194 145,4636562 5,363518239 0,796766971 1,527470029 0,219205332 4,522489105 3,06215624 2,092456582 1301,375066

-12 5,3 2,678530691 5,76059711 1414,977307 145,4636562 5,350285647 0,796766971 1,527470029 0,214524523 4,522489105 3,087355156 2,103843399 1301,375066

-12 5,4 2,678530691 6,285379494 1413,683975 145,4636562 5,337204283 0,796766971 1,527470029 0,210014511 4,522489105 3,112862707 2,115285808 1301,375066

-12 5,5 2,678530691 6,802674244 1412,384096 145,4636562 5,324267402 0,796766971 1,527470029 0,205665941 4,522489105 3,138686558 2,126784679 1301,375066

-12 5,6 2,678530691 7,312725135 1411,077568 145,4636562 5,311468595 0,796766971 1,527470029 0,201470125 4,522489105 3,164834644 2,138340901 1301,375066

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