Fonoaudiologia Na ATM Modulo IV

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES (ATM)

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES
TEMPOROMANDIBULARES (ATM)

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO IV

5 ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA EM DTM

5.1 ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA DA EQUIPE INTERDISCIPLINAR PARA AS DTMS

Da mesma forma que o diagnóstico das DTMs necessita de uma abordagem


interdisciplinar, seu tratamento também só ocorre de forma integral com a atuação
de diversas categorias de profissionais. Os mais frequentemente envolvidos são
médicos, odontólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e psicólogos.
A disfunção temporomandibular é uma doença que, depois de instalada,
quase sempre possui caráter crônico e progressivo. Portanto, o ideal é a prevenção
e o tratamento precoce destas alterações, o que certamente proporciona melhores
resultados e menos sequelas.

5.1.1 Tratamento medicamentoso

O primeiro objetivo é controlar a dor sem eliminá-la totalmente, o que apenas


encorajaria o uso indevido da articulação. A dor funcional serve para lembrar o
paciente que deve evitar um determinado movimento, permitindo que os tecidos
traumatizados se recuperem. Os analgésicos leves e os anti-inflamatórios não
esteroides são úteis para combater a dor contínua. Drogas que induzem o
relaxamento muscular, diminuindo o espasmo dos músculos envolvidos também
podem ser úteis. Medicamentos ansiolíticos, com efeito, sedante ou calmante e ação
miorrelaxante também podem ser indicados.

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É importante ressaltar que o uso de drogas deve ser realizado somente após
avaliação e prescrição médica, devendo-se evitar a automedicação, que pode levar
a danos à saúde geral do paciente, além de interferir no diagnóstico adequado das
disfunções.

5.1.2 Tratamento cirúrgico

O tratamento das DTMs raramente é cirúrgico. Entre as principais indicações


cirúrgicas estão: hiperplasia unilateral do processo condilar da mandíbula (aumento
de volume da cabeça da mandíbula, resultando em assimetria facial); síndrome do
primeiro e segundo arcos branquiais (hipoplasia unilateral da mandíbula);
osteoartrite; artrite reumatoide com anquilose instalada; luxação grave e recorrente;
fraturas; anquilose; presença de tumores ou cistos.
A cirurgia de ATM pode ser fechada (artroscopia) ou aberta (artrotomia).
Na artroscopia, é introduzida uma cânula com uma lente para vídeo no
espaço articular superior. Pode ser feita uma incisão lateral para permitir a
introdução de instrumentos para biópsia, remodelação de disco articular e lise de
adesões. O aspecto mais importante é a melhora da abertura da boca. As
complicações são raras. A sequela mais comum é a persistência dos sintomas. Pode
ocorrer infecção, fístula sinovial, má oclusão, lesão do ramo temporal do nervo
facial, lesão articular e crepitação. Das complicações mais graves, as mais comuns
são perda auditiva e paralisia facial.
Na artrotomia, normalmente o objetivo é reparar o disco deslocado ou
retirá-lo. A decisão entre reparar ou remover o disco é tomada durante o ato
cirúrgico. Os pacientes devem ser advertidos quanto à possibilidade de persistência
de crepitação, desordens mastigatórias e dor ocasional, além da paresia facial.

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5.1.3 Assistência odontológica

Para o tratamento da sintomatologia dolorosa causada pelas DTMs,


normalmente, a odontologia utiliza-se inicialmente da colocação de placas
interoclusais (FIGURA 58) feitas de material rígido que possuem diversas
denominações (placa estabilizadora; placa de mordida; placa noturna; placa de
bruxismo; aparelho interoclusal; splint oclusal; placa de Michigan; placa
miorrelaxante; placa de Shore). Estas placas são normalmente móveis e podem ser
confeccionadas em acrílico ou silicone. Proporcionam o alívio da dor e o
relaxamento da musculatura facial, possibilitando um posicionamento adequado dos
músculos, ligamentos e componentes articulares.

FIGURA 58 - PLACA OCLUSAL MIORELAXANTE

FONTE: ORII; MISSAKA e CONTIN, 2008.

As maiores vantagens na utilização desses dispositivos terapêuticos são:


custo reduzido e facilidade de confecção; efeitos colaterais mínimos; resposta
positiva rápida dos sinais e sintomas; as funções de mastigação, fonação e outras
podem ser realizadas com pouca interferência do aparelho.
O ajuste oclusal também é um recurso utilizado pela odontologia no
tratamento das DTMs. É caracterizado pelo reestabelecimento da relação funcional
da dentição, para o perfeito equilíbrio com as demais estruturas do sistema

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estomatognático, através de desgaste, melhorando a eficiência e a função desse
sistema. O desgaste seletivo é um procedimento através do qual as superfícies
oclusais dos dentes são precisamente alteradas para melhorar os padrões de
contatos dentários. A estrutura dentária é seletivamente removida até que o dente
tenha contatos oclusais equilibrados.
O ajuste oclusal tem sido indicado nas seguintes situações clínicas: eliminar
o trauma por oclusão em um ou mais dentes; como terapia coadjuvante no
tratamento de alguns casos de bruxismo; quando a estabilidade em determinada
posição e o movimento mandibular está seriamente comprometido; para melhorar a
posição postural mandibular e aumentar o nível de coordenação e repouso dos
músculos mastigadores disfuncionais.
O uso da terapia ortodôntica (colocação de aparelhos fixos), como
tratamento inicial das disfunções da ATM geralmente não é recomendado. Somente
é utilizada quando os principais sinais e sintomas de dor foram eliminados e o
paciente se encontra estável. Os principais objetivos desta terapia como tratamento
coadjuvante das DTMs são: eliminação da mordida cruzada, extrusão de dentes
posteriores, verticalização de dentes posteriores; obtenção de movimento distal de
dentes posteriores, para aumentar o número de dentes de suporte no segmento
posterior; extrusão de dentes anteriores para melhorar a guia protrusiva, eliminação
da rotação de dentes, principalmente no segmento posterior e aumentar a
estabilidade do sistema dentário.

5.1.4 Assistência fonoaudiológica

O objetivo principal da assistência fonoaudiológica é adequar a tonicidade e


a mobilidade muscular, adaptando as funções estomatognáticas (sucção,
mastigação, deglutição, fala e fonação). Pode abranger vários aspectos como:
conscientização e propriocepção, mioterapia e terapia miofuncional.
A conscientização e o conhecimento do problema são importantes para
que o paciente colabore. Explicar o que é ATM, que movimentos realiza e o que
determinado hábito parafuncional provoca na articulação, leva à conscientização

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daquilo que o paciente pode ou não fazer. O trabalho proprioceptivo tem como
objetivo que o paciente perceba suas tensões, modificações posturais ou funcionais
e seus hábitos. Após a percepção e repetição voluntária da situação inadequada, o
paciente pode ser capaz de descrevê-la e evitá-la.
A mioterapia inclui séries específicas de exercícios que levam ao
desenvolvimento e manutenção de um maior controle neuromuscular. Os exercícios
podem ser indicados tanto para relaxar os músculos quanto para melhorar tônus e
função. São realizados exercícios com a musculatura cervical, facial, mastigatória e
lingual.
A terapia miofuncional inclui orientações e exercícios a cerca da forma
adequada de respirar, mastigar e deglutir. Os exercícios miofuncionais devem ser
praticados com o paciente sentado e com a cabeça ereta. Movimentos e postura de
língua na cavidade oral são fundamentais para a condição postural e funções da
mandíbula. Estes exercícios trabalham a musculatura intrínseca da língua (mudança
de forma e movimentos finos) e extrínseca (movimentos para cima e para baixo,
para os lados, para dentro e para fora).

5.1.5 Assistência psicológica

Muitos pacientes com disfunções temporomandibulares apresentam


alterações emocionais importantes. O stress e ansiedade podem ocasionar
apertamento dental e bruxismo, além de tensão muscular exagerada. A dor pode
produzir mudanças de comportamento do paciente que passa a irritar-se a pequenos
estímulos. Observam-se mudanças no comportamento, sentimentos e pensamentos,
além de relevante diminuição da qualidade de vida e de trabalho. A assistência
psicológica é um importante suporte para a remissão da sintomatologia das DTMs e
manutenção dos resultados obtidos com tratamentos físicos.

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5. 2. ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA NO TRATAMENTO DAS DTMS

A fisioterapia tornou-se parte integral da abordagem interdisciplinar para o


tratamento das disfunções temporomandibulares e outras condições de dor
orofacial. Tem como objetivo minimizar a sintomatologia dolorosa, restaurar a função
muscular, melhorar a amplitude de movimento, melhorar a postura, reeducar o
paciente em relação ao posicionamento correto da mandíbula, reduzir a carga na
articulação temporomandibular, evitando a necessidade de cirurgias articulares.
A fisioterapia dispõe de diversos recursos em seu arsenal terapêutico
capazes de reduzir a dor, acelerar o processo de reparo tecidual e melhorar a
função muscular destes pacientes. Entre estes recursos, pode-se citar: orientações
e cuidados gerais, recursos eletroterapêuticos, termoterapêuticos, manuais
cinesioterapêuticos, entre outros. O fisioterapeuta caracteriza-se como um
profissional importante no processo de reabilitação deste tipo de paciente.

5.2.1 Orientações e cuidados gerais

A primeira medida fisioterapêutica consiste na educação do paciente a


respeito da natureza do seu problema e do modo como ele deve agir para reduzir os
sintomas, diminuindo a intensidade da atividade dos seus músculos mastigatórios.
Entre as orientações mais importantes para os pacientes com disfunções
temporomandibulares estão:
 Descansar os músculos e articulações durante os quadros de dor aguda,
porque normalmente ela aumenta com a função muscular;
 Observar a abertura da boca para evitar luxações ou subluxações (evitar
bocejos, gargalhadas, gritar, cantar);
 Manter uma postura adequada;
 Evitar hábitos parafuncionais;

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 Relaxar os músculos da mandíbula tentando manter a língua no céu da
boca;
 Praticar atividades físicas regulares;
 Realizar alongamento cervical;
 Manter uma dieta equilibrada, evitando alimentos duros e que
demandem muito tempo de mastigação;
 Evitar a cafeína presente em chás pretos, refrigerantes, café, por ser
uma substância estimulante e que pode aumentar a tensão muscular;
 Preferencialmente dormir em decúbito lateral (de lado), evitando os
decúbitos ventral e dorsal; evitar posturas viciosas como dormir com as
mãos no queixo;
 Melhorar a qualidade do sono, observando regras básicas:
1. Dormir apenas o necessário, evitando horas de sono adicionais que
atrapalham o sono do dia seguinte;
2. Manter um horário regular de sono mantendo um ritmo próprio e
constante;
3. Não forçar o sono ao deitar. Se não conseguir dormir, deve-se
levantar da cama realizar alguma atividade e retornar quando estiver
sonolento;
4. Reduzir o barulho e a claridade do ambiente onde dorme;
5. Manter agradável a temperatura do ambiente onde dorme;
6. Não dormir com fome, porém, evitar alimentos pesados poucas horas
antes de dormir. Dar preferência a refeições leves;
7. Evitar o uso abusivo de remédios para dormir, sobretudo sem
prescrição médica;
8. À noite, não ingerir bebidas com cafeína ou alcoólicas e não fumar.

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5.2.2 Recursos eletroterapêuticos

Entre os recursos eletroterapêuticos mais utilizados nos tratamentos de


pacientes com DTM estão: a corrente Tens e a corrente interferencial para
analgesia; a microcorrente para acelerar o processo de reparo tecidual; e a
corrente russa para fortalecimento muscular.

5.2.2.1 Eletroanalgesia

A eletroanalgesia é a utilização de corrente elétrica como recurso


terapêutico para o controle da dor. Promove analgesia através da melhora da
circulação local e exerce, por efeito contrairritativo, ativação do sistema supressor de
dor. As correntes mais comumente utilizadas para analgesia são a Tens e a
corrente interferencial (FIGURA 59).

FIGURA 59 - APLICAÇÃO DE CORRENTE ANALGÉSICA

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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5.2.2.1.1 Tens (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea)

Método que utiliza corrente elétrica aplicada à pele com finalidade


analgésica. É uma corrente de baixa frequência (2 Hz a 200 Hz).
Seu desenvolvimento é baseado na teoria da comporta para explicar o
controle e a modulação da dor. A percepção dolorosa é regulada por uma
“comporta” que pode ser aberta ou fechada por meio de outros impulsos
provenientes dos nervos periféricos ou do sistema nervoso central aumentando ou
diminuindo a percepção dolorosa.
Alguns mecanorreceptores de baixo limiar da pele e outras partes sobem
sem fazer sinapse até as colunas posteriores da medula espinhal. Acredita-se que
os impulsos desses mecanorreceptores reduzem efetivamente a excitabilidade das
células nociceptoras aos estímulos geradores de dor (inibição pré-sináptica). Assim,
os impulsos elétricos que estimulam as fibras mecanorreceptoras são efetivos na
redução da percepção de dor. Na dor aguda, a frequência é usada entre 80 Hz e
100 Hz. Na dor crônica, deve-se usar frequência 150 Hz e 200 Hz.
Os eletrodos devem ser posicionados paralelamente à área dolorosa. Caso
necessário, outro par de eletrodos pode ser fixado bilateralmente à coluna vertebral,
ao nível das raízes nervosas que abrangem a área da dor. A intensidade da corrente
deve ser ajustada de acordo com a tolerância do paciente.

5.2.2.1.2 Corrente interferencial

A corrente interferencial é uma corrente de média frequência (4 mil Hz).


Seu princípio terapêutico consiste na produção de duas correntes de média
frequência levemente diferentes que interfiram uma com a outra, sendo assim, uma
nova corrente formada, com amplitude resultante da soma de duas amplitudes de
correntes individuais. Alivia a dor mediante a produção de um bloqueio periférico da

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atividade nas fibras nervosas portadoras de impulsos nocivos. A estimulação das
fibras nervosas aferentes grossas tem um efeito inibidor ou bloqueante sobre a
atividade das finas. Como consequência, a percepção da dor diminui ou desaparece.

5.2.2.2 Microcorrentes (Mens – Micro Electro Neuro Stimulation)

Tipo de eletroestimulação que utiliza correntes contínuas ou alternadas com


parâmetros de intensidade na faixa dos microampères. Seu modo normal de
estimulação ocorre em níveis em que não se consegue ativar as fibras nervosas
sensoriais. Os pacientes não têm percepção da sensação de formigamento
(estimulação subliminar). O plano de atuação das microcorrentes é profundo,
podendo atingir um nível muscular, e apresenta-se com imediata atuação nos planos
cutâneo e subcutâneo (FIGURA 60).

FIGURA 60 - APLICAÇÃO DE MICROCORRENTE

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

A terapia por microcorrente pode ser vista como uma catalisadora nos
processos iniciais de numerosas reações químicas e elétricas que ocorrem no
processo cicatricial, uma vez que acelera em até 500% a produção da adenosina
trifosfato (ATP). O ATP é a molécula responsável pela síntese proteica e
regeneração tecidual. O uso de microcorrente nas áreas lesadas, ajuda na

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normalização da corrente elétrica biológica, resultando numa maior cicatrização de
tecidos lesados e minimização da percepção dolorosa.
Entre seus efeitos terapêuticos estão: analgesia; aceleração do processo
de reparo tecidual; redução de edemas; aumento da osteogênese em fraturas
ósseas; anti-inflamatório; bactericida; diminuição do espasmo muscular.
Entre seus efeitos fisiológicos estão: restabelecimento da bioeletricidade
e homeostase tecidual; aumento da produção do ATP celular local; aumento da
síntese de proteínas; diminuição de edemas teciduais.
As principais indicações são: cicatrizações pós-cirúrgicas; rupturas
miotendinosas; tendinites, tenossinovites; síndromes dolorosas. Seu uso está
contraindicado nos seguintes casos: alergia ou irritação a corrente elétrica;
diretamente sobre útero gravídico; eixo cardíaco; marca-passo; neoplasias;
portadores de implantes metálicos; dermatites e dermatoses cutâneas.

5.2.2.3 Corrente russa (CR)

A estimulação elétrica por corrente russa (FIGURA 61) consiste da aplicação


de um tipo de corrente elétrica (eletroestimulação) com o objetivo de promover uma
contração muscular induzida para correção da hipotrofia muscular. A corrente russa é
caracterizada por apresentar um sinal senoidal de frequência igual a 2.500 Hz,
modulada por uma frequência de batimento de 50 Hz com ciclos de 50%.

FIGURA 61 - APLICAÇÃO DE CORRENTE RUSSA PARA


ESTIMULAÇÃO DO MASSETER

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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De modo geral, as mudanças produzidas no músculo pela eletroestimulação
são semelhantes àquelas produzidas pelas contrações voluntárias: há um aumento
do metabolismo muscular, uma maior oxigenação, liberação de metabólitos,
dilatação de arteríolas e um consequente aumento da irrigação sanguínea no
músculo.
Os principais efeitos da eletroestimulação são:
 Facilitação da contração muscular: auxilia a obter uma contração
muscular voluntária, inibida pela dor ou por lesão recente;
 Reeducação da ação muscular: o repouso prolongado ou o uso
incorreto de uma musculatura pode afetar sua funcionalidade;
 Hipertrofia e aumento da potência muscular: sua aplicação em
intensidades adequadas contribui no processo de hipertrofia e ganho de
potência de um músculo debilitado;
 Aumento da irrigação sanguínea: a vasodilatação muscular e os
reflexos de estimulação sensorial promovidos pela eletroestimulação
propiciam uma melhora na irrigação sanguínea local;
 Aumento do retorno venoso e linfático: ao promover sucessivas
contrações e relaxamentos musculares, a eletroestimulação favorece o
retorno venoso e linfático;
A contração normal das fibras musculares esqueléticas é comandada pelos
nervos motores. Uma fibra nervosa pode inervar uma única fibra muscular ou então
se ramificar e inervar até 150 ou mais fibras musculares. No local de inervação, o
nervo perde sua bainha de mielina e forma uma dilatação que se coloca dentro de
uma depressão da superfície da fibra muscular. Essa estrutura é denominada de
ponto motor.
Os pontos motores são as melhores áreas para a estimulação dos
musculoesqueléticos, pois existe uma menor resistência à passagem de corrente. A
intensidade de corrente necessária para a contração muscular vai ser menor e o
paciente terá uma percepção diminuída ao estímulo. O mapa de pontos motores da
face (FIGURA 62) apresenta suas localizações aproximadas, porém certa
exploração local deve ser efetuada para o conhecimento de sua localização
individual.

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FIGURA 62 - MAPA DE ESTIMULAÇÃO DOS MÚSCULOS DA FACE

FONTE: Adaptado de MARTINS, 2008.

Há algumas considerações importantes a se fazer em relação aos


programas de eletroestimulação por corrente russa:
▫ Alguns programas intercalam a eletroestimulação com a contração
muscular voluntária para potencializar os resultados;
▫ Nas primeiras sessões, a intensidade da corrente deve ser elevada aos
poucos, uma vez que a eletroestimulação é uma experiência sensorial
nova para a maioria dos pacientes;
▫ Para os programas de fortalecimento muscular que necessitam de mais
de um canal, deve-se selecionar a forma sincrônica de estimulação. Já
nos casos de reeducação funcional pode-se optar pela forma sequencial
ou recíproca, posicionando os eletrodos de forma a desenvolver o

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movimento de toda a cadeia muscular envolvida, pretendendo-se com
isso a facilitação do movimento através da contração dos diferentes
grupos musculares;
▫ Em diabéticos ou pacientes que apresentam neuropatias periféricas, a
eletroestimulação pode não ser capaz de provocar a resposta muscular
desejada.

5.2.3 Ultrassom terapêutico (US)

Aparelho que utiliza a energia ultrassônica para produção de vibrações


mecânicas no organismo. Essas vibrações podem ser contínuas ou pulsadas, e são
geradas por um transdutor. A técnica de aplicação mais utilizada é a de contato
direto, realizada quando a superfície a ser tratada é razoavelmente plana, sem
muitas irregularidades, permitindo um perfeito contato de toda a área do transdutor
com a pele (FIGURA 63).

FIGURA 63 - APLICAÇÃO DE US TERAPÊUTICO

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

O cabeçote fica em contato direto com a pele do paciente, entretanto se faz


necessária a utilização de uma substância de acoplamento visando minimizar os
efeitos da reflexão. Normalmente é utilizado gel industrializado a base de água. Para

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assegurar os efeitos do tratamento é necessário manter o cabeçote em movimento
contínuo. Os movimentos podem ser circulares, longitudinais ou transversais,
preferencialmente executados em ritmo lento.
Para a determinação da intensidade correta a ser utilizada em cada caso,
deve-se ter em mente a dose ideal que deverá chegar aos tecidos afetados,
considerando a atenuação que as ondas sonoras sofrem até atingir os locais
lesionados. A duração do tratamento depende do tamanho da área a ser tratada.
Nas disfunções de ATM, o tempo de aplicação raramente ultrapassa cinco minutos.
Segundo o regime de emissão, o US pode ser contínuo ou pulsado. As
frequências usuais são as de 1 MHz (para lesões profundas entre 3 cm a 5 cm) ou
3 MHz (para lesões superficiais de até 2,5 cm).
Entre seus efeitos fisiológicos estão: micromassagem celular; aumento da
permeabilidade da membrana; e fonoforese (habilidade do ultrassom em
incrementar a penetração de agentes farmacológicos ativos através da pele).
Os efeitos térmicos do US são proporcionados pela absorção das ondas
ultrassônicas à medida que penetram nas estruturas tratadas. A quantidade de calor
gerado depende de fatores como o regime de emissão (contínuo/pulsado), a
intensidade, a frequência e a duração do tratamento. Entre eles estão:
vasodilatação; aumento do fluxo sanguíneo e do metabolismo; ação tixotrópica
(propriedade que o US possui de "liquefazer" estruturas com maior consistência
física); aumento das atividades dos fibroblastos, da síntese de colágeno e
proteínas; estimulação da angiogênese; aumento das propriedades
viscoelásticas dos tecidos conjuntivos; analgesia.
Entre os efeitos atérmicos estão: aumento da permeabilidade das
membranas e difusão celular; aumento do transporte de íons de cálcio pelas
membranas celulares; liberação de histamina e agentes quimiotáticos;
aumento da síntese e elasticidade do colágeno; aumento da síntese de
proteínas; e diminuição da atividade elétrica dos tecidos.
As principais indicações são: analgesia, transtornos circulatórios e pós-
operatórios; fibroses e aderências teciduais. Está contraindicada a aplicação direta na
região dos olhos, ovários, ouvidos e testículos; gestação; portadores de marca-passo
cardíaco ou implantes metálicos; pacientes com hemorragias recentes; afecções da
pele; neoplasias; áreas com insuficiência vascular; osteoporose.

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5.2.4 Laser

O laser (FIGURA 64) é um tipo de radiação eletromagnética não ionizante,


monocromática. Suas ondas propagam-se com a mesma fase no espaço e no
tempo. Sua direcionalidade permite a obtenção de alta densidade de energia
concentrada em pequenos pontos. Essas características proporcionam propriedades
terapêuticas importantes (trófico-regenerativas, anti-inflamatórias e analgésicas).
Promovem um aumento na microcirculação local, na circulação linfática, proliferação
de células epiteliais e fibroblastos, assim como aumento da síntese de colágeno.

FIGURA 64 - APARELHO DE LASER

FONTE: KLD Biossistemas, 2008.

Sua principal indicação são os quadros patológicos em que se deseja obter


melhor qualidade e maior rapidez do processo reparacional (quadros de pós-operatório,
reparação de tecido mole, ósseo e nervoso), quadros de edema instalado (onde se
busca uma mediação do processo inflamatório), ou nos quadros de dor (crônicas e
agudas).

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Os protocolos de utilização do laser terapêutico devem considerar a fase do
processo inflamatório em que o paciente se encontra. As densidades de energia para
aumentar a circulação local e promover analgesia estão entre 2 Jcm2 e 4 Jcm2.
Quando o objetivo é a cicatrização tecidual, a densidade deve estar na faixa de 6 Jcm2
a 8 Jcm2. O número de pontos irradiados depende do tamanho da área a ser tratada.
A aplicação do laser na ATM normalmente é feita no músculo temporal, no
côndilo, região retroauricular, no ângulo da mandíbula, e região do pescoço.

5.2.5 Recursos térmicos

Entre os recursos térmicos disponíveis para a utilização do fisioterapeuta


estão o uso do calor e do frio (crioterapia).

5.2.5.1 Calor

O calor pode ser utilizado de forma superficial por condução (parafina,


compressa quente) e/ou convecção (infravermelho, forno de Bier) e profunda por
conversão (ondas curtas, micro-ondas).
A temperatura terapêutica ideal para que os efeitos do calor sejam atingidos
de forma segura, está entre 40ºC e 45°C. Os principais efeitos do calor são:
aumento do metabolismo celular, da permeabilidade capilar, da drenagem
sanguínea e venosa e aumento da elasticidade do tecido conjuntivo.
Para o tratamento das DTMs, o calor é essencialmente indicado em casos
crônicos em que exista tensão muscular aumentada e crises de algia. Seu efeito é
relaxante e analgésico. A aplicação prévia a outros agentes terapêuticos como a
massagem e a cinesioterapia melhora a extensibilidade do colágeno, aquecendo o
tecido para o estiramento e potencializando o resultado do tratamento.

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Normalmente, utilizam-se compressas quentes sobre a articulação e sobre
os músculos masseteres e temporais, seguido de massagens (FIGURA 65). O
tempo de aplicação recomendado é de quinze a vinte minutos.

FIGURA 65 - APLICAÇÃO DE COMPRESSA QUENTE NA ATM

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

O uso do calor é contraindicado na fase aguda de processos inflamatórios,


traumáticos ou hemorrágicos e quando há discrasias sanguíneas, isquemias ou
estases venosas teciduais; radioterapia localizada; infecções regionais; implantes
metálicos; aplicações sobre os olhos e útero gravídico; anormalidades cognitivas e
hipoestesia regional que comprometem a percepção ou o relato da ocorrência de
hipertermia e de queimaduras.

5.2.5.2 Crioterapia

A crioterapia utiliza-se do frio para o tratamento de disfunções inflamatórias


e traumáticas, principalmente agudas, e para diminuição do edema e indução do
relaxamento muscular quando o calor superficial não é eficaz (FIGURA 66). A
crioterapia leva à vasoconstrição por aumento da atividade neurovegetativa
simpática e por ação direta do frio nos vasos sanguíneos, causando relaxamento

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muscular e analgesia em decorrência da redução da atividade dos fusos
musculares, junção neuromuscular, velocidade de condução dos nervos periféricos e
redução da atividade muscular reflexa.

FIGURA 66 - APLICAÇÃO DE CRIOTERAPIA NA ATM

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

Para obtenção de efeitos terapêuticos, a temperatura da pele deve cair para


aproximadamente 13,8°C, para que ocorra a diminuição ideal do fluxo sanguíneo
local e para 14,4°C para que ocorra analgesia.
Na região da ATM, podem ser utilizadas bolsas térmicas geladas sobre a
articulação ou compressas frias por aproximadamente quinze minutos.
As contraindicações são: áreas anestesiadas; alteração do nível de
consciência e cognição do paciente; doença de Raynaud; insuficiência circulatória
periférica; e em casos de alergia ou intolerância ao frio. Nos processos artríticos ou
de rigidez articular a contraindicação é relativa, uma vez que, nestes casos,
normalmente o frio não é bem tolerado.

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5.2.6 Recursos manuais

Os recursos manuais constituem arma terapêutica valiosa do fisioterapeuta


na condução do tratamento das disfunções temporomandibulares.

5.2.6.1 Drenagem linfática manual (DLM)

A drenagem linfática manual é uma técnica de massagem especializada,


representada por um conjunto de manobras suaves, lentas e rítmicas que atuam
sobre o sistema linfático superficial, objetivando drenar o excesso de líquido
acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das anastomoses
superficiais. Objetiva aumentar a atividade linfocinética dos canais linfáticos normais
e a motricidade do linfangion, além do relaxamento e/ou amolecimento do tecido
conjuntivo alterado.
Para ser efetiva, a técnica deve ser aplicada por profissional habilitado, que
saiba aplicar com segurança todos os seus componentes. Ao executar a DLM é
fundamental observar aspectos como o ritmo (lento, suave e homogêneo), a
característica e a pressão (superficial de até 40 mm/Hg) das manobras, além do
sentido do fluxo linfático. Se corretamente executada, a drenagem pode estimular a
abertura dos linfáticos iniciais e aumentar o volume do fluxo da linfa em até 20 vezes.
A drenagem linfática é uma técnica lenta e que induz ao relaxamento. O
tempo médio para drenagem da face é de cerca de 30 minutos, considerando-se
variações como a presença de edema ou linfedema severo, condições nas quais
pode ser necessário um tempo maior. Existe um deslocamento natural da pele
durante as manobras de drenagem, linfática que auxilia na ativação do sistema
linfático. Dessa forma, o uso de produtos deslizantes pode dificultar a realização de
algumas manobras. Em casos de ressecamento extremo da pele podem-se aplicar
algumas gotas de óleo apenas para lubrificação cutânea.

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124
As manobras devem ser repetidas de quatro a seis vezes em cada local,
havendo uma concentração maior de tempo, nos locais onde o edema for maior. Ao
final de cada etapa (cinco manobras de movimentos circulares em cada local de
uma região), procede-se à drenagem da linfa para o local de início da manobra,
seguindo-se ao mesmo caminho inicial (FIGURA 67).

FIGURA 67 - APLICAÇÃO DE DLM FACIAL

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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125
A DLM influencia diretamente: às respostas imunes; à velocidade de filtração
da linfa e absorção pelos capilares sanguíneos; à quantidade de linfa processada pelos
gânglios; à motricidade intestinal; o sistema nervoso autônomo; à formação de fibrose
tecidual e o retorno da sensibilidade dos retalhos descolados em cirurgias;
A DLM influencia indiretamente: o aumento da quantidade de líquido
excretado; favorece a melhora da nutrição e da oxigenação celular e tecidual;
promove a desintoxicação dos tecidos intersticiais; facilita a eliminação de ácido
lático da musculatura esquelética e a absorção dos nutrientes pelo trato digestivo.
Entre as principais indicações estão: edemas e linfedemas; lipoesclerose,
insuficiência venosa; cefaleias e nevralgias; enfermidades crônicas das vias aéreas;
assistência pós-cirúrgica.
Dentre as principais contraindicações estão: tumores malignos não
controlados; tuberculose; processos infecciosos e inflamatórios agudos; edemas
oriundos de insuficiências renais, hepáticas ou cardíacas; insuficiência renal aguda;
trombose venosa profunda, flebites e tromboflebites agudas; erisipela em fase aguda.

5.2.6.2 Massagem clássica

Compressão metódica e rítmica do corpo, ou parte dele, para que se


obtenham efeitos terapêuticos. É um conjunto de diversas técnicas manuais que
atuam nos tecidos corporais, com efeito sob o sistema nervoso, muscular,
circulatório e energético, mobilizando estruturas variadas.
Podem ser utilizadas técnicas de deslizamento (consiste em deslizar a mão
sobre a área a ser tratada, com uma pressão constante, podendo ser superficial ou
profundo); amassamento (compressão rítmica e uniforme de um músculo ou grupo
muscular); fricção (aplicada para liberar e evitar aderências em estruturas
profundas, com pressão forte e velocidade uniforme); percussão (série de golpes
rápidos e alternados); vibração (realização de movimentos vibratórios com a mão
em forma de concha).
Entre seus principais efeitos estão:
▫ Promoção de relaxamento muscular local e geral;

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126
▫ Alívio da dor;
▫ Aumento da circulação sanguínea e linfática;
▫ Liberação de histamina proporcionando hiperemia local;
▫ Melhora da vascularização periférica proporcionando oxigenação
tecidual;
▫ Aumento da nutrição tecidual;
▫ Remoção de produtos catabólitos;
▫ Alívio de sintomas característicos da ansiedade e da tensão (stress);
▫ Aumento da maleabilidade e extensibilidade tecidual;
▫ Aumento da mobilidade articular.
Entre as indicações da massagem clássica que a torna importante recurso
no tratamento das DTMs estão: promoção de relaxamento muscular; alterações
circulatórias, disfunções ortopédicas e lesões nervosas.
São contraindicações: tumores; cardiopatias descompensadas; dermatites
agudas; queimaduras; inflamação aguda de articulações; infecções, hiperestesia da
pele.
Na região facial podem ser utilizados toques e deslizamentos desde a
região da órbita. Na região dos músculos temporais e masseteres são realizados
movimentos lentos e rotatórios, porém firmes (FIGURA 68). Pode ser realizada
manipulação bidigital em masseter, iniciando com vibração para inibir possível
contração reflexa e segue-se deslizando pelo bucinador.

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127
FIGURA 68 - SEQUÊNCIA DE MASSAGEM CLÁSSICA FACIAL
Músculo temporal Músculo esternocleidomastóideo

Músculo masseter Músculo masseter

Músculos mentonianos/supra-hióideos Músculo digástrico

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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128
Também podem ser realizadas manobras de massagem intrabucal,
objetivando relaxamento da musculatura em espasmo (FIGURA 69).

FIGURA 69 - MASSAGEM INTRABUCAL


Região do músculo bucinador Região do músculo pterigoide lateral

Região do músculo pterigoide medial

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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129
Em pacientes com DTM, a musculatura da cintura escapular e do pescoço
costuma apresentar-se muito tensa e são facilmente detectados nódulos de tensão.
Devem ser realizados movimentos de deslizamento e amassamento para
relaxamento local (FIGURA 70).

FIGURA 70 - MASSAGEM CLÁSSICA NA REGIÃO POSTERIOR DAS COSTAS

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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130
5.2.6.3 Traços miofasciais

Os traços miofasciais compõem uma técnica de massagem baseada na


mobilização da fáscia para manutenção da função adequada das estruturas
orgânicas. A fáscia pode ser considerada como um envoltório que reveste todos os
músculos e vísceras do corpo, daí sua enorme importância.
Através de traços em direções específicas, com pressão moderada, focados
nos locais de restrições musculares, o fisioterapeuta busca um aumento da
circulação sanguínea na região, alterações bioquímicas locais, e dessa forma um
alongamento da fáscia, e por consequência do músculo. Os traços são realizados
tanto na direção paralela quanto na perpendicular em relação as fibras musculares,
podendo também ser feita uma combinação de ambas direções. Não são utilizadas
substâncias lubrificantes (FIGURA 71).

FIGURA 71 TRAÇOS MIOFASCIAIS

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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131
5.2.6.4 Pompage

Manobras utilizadas para relaxar a musculatura em torno das articulações.


Estas manobras são realizadas de forma precisa e têm determinadas características
que proporcionam relaxamento da musculatura estática. As pompages facilitam
consideravelmente as mobilizações articulares na recuperação funcional. No sentido
da descompressão têm como objetivo principal a recuperação dessa frouxidão
fisiológica, permitindo a fisiologia ligamentar. Além disso, a mobilização em
descompressão traz resultados rápidos na recuperação das amplitudes prejudicadas
(FIGURA 72).
Por outro lado, com o mesmo objetivo, as pompages em descompressão
podem ser realizadas em todos os planos de movimento: flexão, extensão, abdução,
adução, rotação, de acordo com a rigidez a ser combatida. Este procedimento pode
ser útil em casos de artroses degenerativas. Não é capaz de recuperar os desgastes
já produzidos, mas pode retardar a evolução da degeneração.
Não são utilizadas em dores muito intensas que tem origem imprecisa,
decorrentes, por exemplo, de uma perturbação orgânica. Ela é importante,
essencialmente, para as dores de tensão que raramente são agudas, rapidamente
tornam-se lancinantes e mesmo insuportáveis.

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132
FIGURA 72 - POMPAGE
Pompage global Pompage linfática

Trapézio superior Esternocleidomastoideo

Elevador da escápula Escalenos

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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133
5.2.6.5 Manipulações articulares

Técnica de terapia manual que possibilita o aumento da mobilidade articular e


a capacidade de extensão capsular, proporcionando alongamento e relaxamento dos
músculos mastigatórios (FIGURA 73). São especialmente úteis em casos de
travamentos agudos e hipomobilidade da ATM. Objetivam manipular a mandíbula,
descomprimindo a ATM; reorganizar a função articular; e alongar os músculos
mastigatórios.Também podem ser realizadas nos músculos da região cervical e dorsal
objetivando relaxamento e reposicionamento articular.

FIGURA 73 - MANIPULAÇÕES ARTICULARES


Mobilização da ATM Manipulação cervical

Manipulações torácicas

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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134
5.2.7 Cinesioterapia

Conjunto de procedimentos dirigidos à proteção e recuperação das funções


das estruturas móveis, mediante o uso de propriedades profiláticas e terapêuticas
dos movimentos passivos ou ativos. O tratamento cinesioterapêutico tem por
finalidade alongar, fortalecer, promover propriocepção e coordenação.

5.2.7.1 Exercícios de propriocepção

Objetivam conscientizar o paciente a respeito do movimento de abertura


correto e promover a estabilidade articular através de exercícios de estabilização
rítmica, para melhor consciência do movimento mandibular.
Para a realização dos exercícios, a língua deve estar apoiada atrás dos dois
incisivos superiores (acoplada ao céu da boca), limitando a abertura exagerada da
mandíbula e guiando o movimento (FIGURA 74).

FIGURA 74 - ABERTURA COM APOIO DA LÍNGUA

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

Deve-se solicitar ao paciente que realize os movimentos de abertura e


fechamento da boca, de forma lenta e rítmica, preferencialmente de frente ao

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135
espelho para melhor conscientização do movimento. Observar o correto alinhamento
da postura de tronco e cabeça durante os exercícios. Para guiar o movimento pode
ser utilizada uma régua (FIGURA 75).

FIGURA 75 - ABERTURA GUIADA POR RÉGUA

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

Estes exercícios servem para treinar os músculos da mandíbula e melhorar a


nutrição das estruturas articulares e ao mesmo tempo controlar o grau de abertura.
Possibilita a prevenção das consequências nocivas da imobilidade e promove o
relaxamento dos músculos mastigatórios. São úteis em pacientes com hipermobilidade,
que necessitam readequar o tamanho da abertura mandibular fisiológica.

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136
5.2.7.2 Exercícios ativos

Nas séries de exercícios ativos, o paciente deve ser orientado a realizar


movimentos de abaixamento e elevação mandibular, lateralidade, protusão e
retrusão. Devem ser feitas seis repetições de cada movimento, de forma lenta.
Esses movimentos aumentam a nutrição tecidual local e evitam a rigidez articular.
Em pacientes com hipomobilidade de abertura da ATM, pode-se utilizar
abaixadores de língua para melhora da amplitude de movimento articular. Devem
ser inseridos na boca, uma quantidade de abaixadores aumentada
progressivamente com o ganho de amplitude do indivíduo (FIGURA 76).
A posição deve ser mantida por aproximadamente um minuto, os
abaixadores devem ser retirados e após um breve descanso recolocados e o
exercício repetido por seis vezes.

FIGURA 76 - EXERCÍCIO PARA HIPOMOBILIDADE DE ABERTURA DA ATM

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

Para exercitar e relaxar a musculatura da região cervical podem ser


realizados exercícios ativos com bola. Com o paciente posicionado em decúbito

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137
dorsal e com uma bola pequena e não totalmente inflada embaixo do pescoço, como
suporte (FIGURA 77).
Solicitar ao paciente que realize os movimentos de flexão, extensão e
lateralização da cabeça de forma lenta e rítmica.
Podem-se associar exercícios respiratórios ao movimento para melhorar a
nutrição tecidual local e a conscientização postural.

FIGURA 77 - EXERCÍCIOS CERVICAIS COM BOLA


Flexão de pescoço Extensão de pescoço

Lateralização do pescoço

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

Outros exercícios ativos que podem ser realizados por pacientes com
disfunções temporomandibulares são:

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138
▫ Círculo de ombro: fazer movimentos circulares com os ombros. Os
movimentos devem ser realizados de forma lenta e em ritmo constante;
▫ Desenhar o número 8 com a cabeça: imaginar que a ponta do nariz é a
ponta de um lápis, fazer movimentos como se estivesse desenhando o
número 8.
▫ Mamar: realizar exercícios de sucção com a língua apoiada no palato e a
boca fechada (sucção de chupeta);
▫ Pintar o céu da boca: imaginando que a língua é um pincel, passá-la por
todo céu da boca, como se estivesse pintando (movimentos de vai e vem sem
tirar a língua);
▫ Pintar bochecha: imaginando que a língua é um pincel, passá-la por toda
bochecha, como se estivesse pintando a parte interna da boca (movimentos
de vai e vem sem tirar a língua);
▫ Pintar a gengiva: imaginando que a língua é um pincel, passá-la por toda
gengiva superior e inferior, por dentro e por fora.
▫ Contar dentes: com a língua, passar por cada dente por dentro e por fora
como se fosse contar todos os dentes;
▫ Estalar língua: com a boca entreaberta, fazer estalos com a língua.

5.2.7.3 Exercícios resistidos

São indicados para contratura muscular e deslocamento de disco com


redução nos estágios iniciais, além de aumentar a força muscular da região
envolvida na disfunção temporomandibular. Os pacientes realizam breves
movimentos de abertura a partir da posição postural, enquanto uma resistência é
exercida, com o punho ou a palma da mão do fisioterapeuta. A força de resistência
não deve ser excessiva.
O exercício deve durar alguns segundos e deve ser repetido várias vezes,
em alternância com breves períodos de relaxamento. Esse exercício é baseado no
princípio de que a contração severa de um grupo muscular pode induzir relaxamento
dos músculos antagonistas. Deve ser enfatizado que, se corretamente realizado,

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139
esse exercício pode ser benéfico para função articular, melhorando a amplitude
(FIGURA 78).

FIGURA 78 - EXERCÍCIOS RESISTIDOS PARA OS MÚSCULOS DA ATM


Músculos abaixadores da mandíbula Músculos elevadores da mandíbula

Músculos da protusão mandibular Músculos da lateralização mandibular

FONTE: Arquivo próprio, 2008.

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140
5.2.7.4 Trabalho postural nas DTMs

As alterações posturais podem desencadear alterações oclusais e


disfunções temporomandibulares e vice-versa. Os distúrbios da oclusão
descompensam o sistema tônico postural e os distúrbios posturais desequilibram o
sistema estomatognático e são um obstáculo à sua correção.
Dessa forma, pacientes portadores de DTM devem ser avaliados quanto ao
seu equilíbrio postural e devidamente tratados. A terapêutica deve ser dirigida não
apenas à face, mas ao indivíduo como um todo, através de correções funcionais,
alongamentos e fortalecimentos. A posturologia permite a obtenção de resultados
mais rápidos evitando perturbações frequentemente desastrosas para o sistema
postural.
As técnicas de reeducação postural global (RPG) avaliam e tratam as
cadeias musculares como um todo, através de posturas de contração e
alongamento. A respiração é muito importante nesse processo, sendo trabalhada
junto com a postura de alongamento.

5.8 Acupuntura

A acupuntura é uma técnica de tratamento milenar que objetiva reequilibrar


os meridianos do corpo, mantendo a harmonia da saúde do indivíduo. Consiste na
introdução de agulhas em pontos privilegiados da pele, objetivando a obtenção de
uma resposta terapêutica determinada (FIGURA 79). A energia vital flui pelo nosso
organismo através dos meridianos de uma forma cíclica, com ritmo circadiano (24
horas). De acordo com a perspectiva da acupuntura, o estado de saúde corresponde
a uma condição de equilíbrio e harmonia na circulação da energia, enquanto a
doença seria a desarmonia.
Os meridianos cujos trajetos passam pela vizinhança da ATM e dos
músculos mastigadores são: intestino grosso, vesícula biliar, estômago, triplo
aquecedor e intestino delgado. Sob o ponto de vista da seleção de pontos para a

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141
penetração das agulhas, deve-se escolher fundamentalmente dois: um situado no
local onde se concentra a dor e outro localizado a distância. O ponto distante
necessariamente deverá pertencer a um meridiano que transmite pelo território palco
do processo doloroso.

FIGURA 79 - ACUPUNTURA NO MÚSCULO TRAPÉZIO

FONTE: CARNEIRO, 2008.

Uma vez que as disfunções temporomandibulares normalmente possuem


caráter crônico e necessitam de abordagem interdisciplinar para que haja diminuição
da sintomatologia dolorosa e melhoria do desempenho funcional, a terapia pela
acupuntura deve ser entendida como mais uma opção terapêutica que vai contribuir
para o bem estar do paciente, mas, isolada será incapaz de propiciar a cura se
fatores desencadeantes sistêmicos restritos ao sistema estomatognático se
mantiverem presentes.

5.2.9 Biofeedback

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142
Ferramenta terapêutica que fornece informações com a finalidade de permitir
aos indivíduos, desenvolver a capacidade de autorregulação. Os instrumentos de
biofeedback captam informações fisiológicas e as convertem em sinais facilmente
compreensíveis, possibilitando um processo de treinamento objetivando um progressivo
aumento da capacidade de autorregulação voluntária de uma série de funções
orgânicas até então completamente fora do nosso controle consciente.
Pode ser térmico (mede a temperatura da pele e a traduz em sinais facilmente
reconhecíveis pelo paciente); eletromiográfico (registra a intensidade da atividade
elétrica dos músculos e permite identificar regiões de tensão muscular exagerada) ou
eletrodérmico (a velocidade da condução de eletricidade sobre a superfície da pele é
diretamente influenciada pela quantidade de suor presente).
Durante o tratamento com o biofeedback, o nível de tensão muscular é
monitorado via computador e mostrado em forma de um som cuja tonalidade aumenta
ou diminui à medida que a tensão muscular cresce ou é aliviada. Dessa maneira, é
possível ouvir as variações do nível de tensão muscular. As sessões de biofeedback
costumam durar 40 minutos e ter a frequência de uma ou mais por semana. O objetivo
final é que o paciente possa dispensar o equipamento e levar para o seu dia a dia, as
estratégias de autorregulação aprendidas.
Ao longo do treinamento, o paciente é instruído a tentar reduzir o tom o tanto
quanto possível, o que corresponderá a uma redução da tensão muscular nas áreas
monitoradas. Após algumas sessões de treinamento, através de um processo de
tentativa e erro, descobre-se como relaxar a mandíbula, fronte e pescoço e, assim,
reduzir a frequência do som. O paciente é informado de que tudo aquilo que possibilita
uma redução do tom representa uma manobra bem sucedida de relaxamento muscular.
Ao longo de várias sessões, ele aprende como manter vários desses músculos da face,
mandíbula e pescoço relaxados. O biofeedback tem se mostrado eficaz nos casos de
disfunções temporomandibulares mediadas por causas musculares e tensionais uma
vez que alerta o paciente para a atividade muscular excessiva e inapropriada.

5.3. ETAPAS DA ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA

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143
A assistência fisioterapêutica em pacientes portadores de DTMs demanda
avaliação criteriosa como já mencionado anteriormente. Após detectar as disfunções
físico-funcionais que o paciente apresenta e o estágio patológico em que se
encontra, podemos adequar a terapêutica para o correto tratamento. É importante
que o indivíduo seja reavaliado periodicamente e que seus ganhos funcionais sejam
considerados para a evolução do tratamento e recuperação integral do paciente.
Os objetivos principais do tratamento incluem a redução da dor;
restauração da amplitude articular e força muscular normal, redução de
tensões musculares exacerbadas e pontos gatilho; adequação postural,
sobretudo de cabeça e pescoço, melhora da função mandibular.
As etapas da assistência fisioterapêutica podem ser divididas em quatro
momentos: fase aguda, fase estrutural, fase funcional e fase normativa.

3.5.1 Fase aguda

Na fase inicial do tratamento, em que a dor é aguda e normalmente de


intensidade moderada à alta e as funções da mandíbula podem estar restritas pelo
quadro álgico, o objetivo terapêutico principal é a analgesia. O paciente normalmente
encontra-se tenso e angustiado pela presença da dor e sente receio em movimentar-
se, entrando em um ciclo vicioso de espasmo muscular mediado pela inatividade e
pela tensão. Como recursos terapêuticos, o fisioterapeuta deve utilizar-se de
orientações de posicionamento e cuidados gerais para minimizar a sintomatologia
dolorosa (diminuição da mobilidade, redução de hábitos parafuncionais, qualidade de
sono, postura de trabalho, entre outras). Como terapia física, podemos utilizar a
eletroanalgesia, microcorrentes, laser, termoterapia, ultrassom, terapia manual
para relaxamento.

3.5.2 Fase estrutural

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144
A segunda fase do tratamento é a fase estrutural. Após o controle inicial da
sintomatologia, é possível agregar à terapêutica, recursos de mobilização articular,
trações miofasciais e cinesioterapia específica para correção funcional das
disfunções que o paciente apresenta. Os recursos para controle da dor devem ser
mantidos, caso a sintomatologia dolorosa ainda esteja presente ou o paciente refira
dor após as mobilizações.

3.5.3 Fase funcional

São incluídos nesta fase da terapia, exercícios de força, flexibilidade,


resistência e manutenção da integridade articular. É importante a prescrição de
exercícios para serem realizados em casa pelo paciente, de modo a complementar a
terapêutica.

3.5.4 Fase normativa

A fase normativa é a fase final do tratamento, em que o fisioterapeuta realiza


o acompanhamento do paciente no retorno às suas atividades funcionais normais. É
um bom momento para intensificar as terapias de reequilíbrio postural, caso haja
indicação. O paciente deve adotar hábitos saudáveis de vida, incluindo uma
atividade física regular em seu cotidiano.

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FIM DO MÓDULO IV

GLOSSÁRIO

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Aderência: união anormal das superfícies de determinada estrutura orgânica.
Agentes quimiotáticos: substâncias que ligam receptores da superfície induzindo a
mobilização do cálcio e o agrupamento de elementos citoesqueléticos contráteis.
Angiogênese: termo usado para descrever o mecanismo de crescimento de novos
vasos sanguíneos a partir dos já existentes.
Antiinflamatórios não esteroides (Aines): grupo de fármacos que têm em comum
a capacidade de controlar a inflamação, de analgesia e de combater a hipertermia.
Artrite psoriática: artrite inflamatória, geralmente soronegativa para o fator
reumatóide, associada à psoríase cutânea.
Atrofias: perda do trofismo muscular decorrente da inatividade ou de denervações
centrais ou periféricas.
Cartilagem hialina: tipo de tecido cartilaginoso cuja substância fundamental, de
aparência amorfa, é muito resistente e elástica. A cartilagem hialina é a mais
abundante dos tecidos cartilaginosos. Constitui o anel da traqu eia e dos brônquios,
assim como as partes cartilaginosas do nariz e das costelas, e recobre as
superfícies ósseas articulares (joelho, cotovelo, punho, etc.).
Correntes alternadas: correntes elétricas cuja magnitude e direção variam
ciclicamente.
Correntes contínuas: correntes elétricas cuja magnitude e direção não variam.
Cúspides: cada uma das pontas formadas na extremidade de atrito dos dentes.
Decúbito dorsal: posicionamento do indivíduo com o abdômen voltado para cima.
Decúbito ventral: posicionamento do indivíduo com o abdômen voltado para baixo.
Deglutição: ato de engolir.
Dentina: tecido conjuntivo avascular, mineralizado, especializado que forma o corpo
do dente, suportando e compensando a fragilidade do esmalte.
Dermatite: doença que causa inflamação da pele, lesões cutâneas e coceira.
Diabetes: doença metabólica caracterizada por um aumento anormal da glicose no
sangue.
Diartrose: articulação móvel, que permite movimentos extensos, com uma cavidade
articular limitada por extremidades ósseas revestidas por uma cartilagem lisa e pela
membrana sinovial. A união das peças ósseas é assegurada por uma cápsula
articular, por ligamentos capsulares e extracapsulares.

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Difusão celular: fenômeno de transporte de matéria em que um soluto é
transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido. Estes movimentos
fazem com que seja transportado soluto das zonas de concentração mais altas para
as mais baixas.
Dimensão vertical: dimensão facial pré-determinada geneticamente pelo contato
oclusal entre os dentes da maxila e da mandíbula.
Discrasia sanguínea: qualquer alteração envolvendo os elementos celulares do
sangue, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Doença de Raynaud: condição que afeta o fluxo sanguíneo nas extremidades do
corpo humano (mãos e pés, nariz, lóbulos das orelhas), quando submetidos a uma
mudança de temperatura inferior ou stress.
Edema: acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial devido ao desequilíbrio
entre a pressão hidrostática e oncótica;
Edentulismo: ausência de dentes.
Enxaqueca: tipo especial de dor, que afeta apenas uma área limitada da cabeça.
Em geral, é acompanhada de outros sintomas, como vômitos ou perturbações da
visão.
Equimose: infiltração de sangue na malha dos tecidos. Surge com a rotura de
capilares. As que surgem a distância resultam da migração do sangue extravasado
ou por aumento da pressão venosa por compressão das veias de drenagem.
Erisipela: infecção cutânea causada geralmente por bactérias de tipo streptococcus
do grupo A e aureus. Cursa usualmente com eritema, edema e dor. Na maioria dos
casos também com febre e leucocitose.
Estase venosa: situação em que há diminuição da velocidade da circulação do
sangue.
Fibras colágenas: fibra mais frequente do tecido conjuntivo, sendo constituída por
uma escleroproteína denominada colágeno. Tem como função fornecer resistência e
integridade estrutural aos tecidos.
Fibras elásticas: fibras delgadas, sem estriações longitudinais, que se ramificam de
forma irregular e conferem elasticidade aos tecidos, suportando grandes trações.
São constituídas por elastina.
Fibroblastos: células do tecido conjuntivo que secretam uma matriz extracelular rica
em colágeno e outras macromoléculas.

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Fibromialgia: síndrome dolorosa não inflamatória, caracterizada por dores
musculares difusas, fadiga, cansaço e dor em pontos dolorosos específicos sob
pressão (pontos no corpo com sensibilidade aumentada ou tender points).
Fibrose: formação ou desenvolvimento em excesso de tecido conjuntivo fibroso em
um órgão ou tecido como processo reparativo ou reativo, com a formação de tecido
fibroso como um constituinte normal de um órgão ou tecido.
Fístula: comunicação anormal entre estruturas orgânicas.
Flebites: inflamação da parede das veias que permite a aderência de plaquetas.
Forno de Bier: forno usado com finalidade terapêutica, visando provocar uma
dilatação nos vasos sanguíneos que promoverão uma melhor vascularização;
Hematoma: coleção de sangue num órgão ou tecido, geralmente bem localizado e
que pode dever-se a traumatismo, alterações hematológicas ou outras causas.
Hiperemia: vermelhidão da pele, causada pelo aumento da circulação local.
Hipertensão arterial: disfunção caracterizada pelo aumento da pressão arterial,
medida com esfigmomanômetro, tendo como causas a hereditariedade, a
obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo, stress, entre outras.
Hipertireoidismo: aumento anormal dos níveis dos hormônios tireoidianos no
sangue.
Hipertonia: aumento anormal do tônus muscular e da redução da sua capacidade
de estiramento.
Hipertrofia: crescimento da fibra muscular em resposta a um aumento da demanda
de atividade do músculo.
Hipoestesia: redução da sensibilidade em determinado local.
Hipotireoidismo: diminuição anormal dos níveis dos hormônios tireoidianos no
sangue.
Hipotonia: diminuição anormal do tônus muscular;
Histamina: amina biogênica envolvida em processos bioquímicos de respostas
imunológicas, bem assim como a desempenhar função reguladora fisiológica
intestinal, alem de atuar como neurotransmissor. É uma substância de aspecto
cristalino, incolor, solúvel em água, com ação vasodilatadora e constritora de
músculos lisos.
Homeostase: processo sanguíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio
dinâmico constante pelo organismo.

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Infravermelho: aparelho que emite raios infravermelhos utilizado em fisioterapia
com o objetivo de produzir calor local.
Isquemia: falta de suprimento sanguíneo para um tecido orgânico.
Linfangion: unidade funcional do sistema linfático, responsável pelo mecanismo de
propulsão da linfa.
Linfedema: condição que se desenvolve a partir de um desequilíbrio entre a
demanda linfática e a capacidade do sistema em drenar a linfa.
Linfedema: disfunção do sistema linfático que ocorre quando há um desequilíbrio
entre a demanda linfática e a capacidade do sistema em drenar a linfa.
Lipoesclerose: fibro edema geloide;
Lúpus: doença crônica autoimune de causa desconhecida caracterizada pela
produção de anticorpos contra as células do próprio organismo (autoanticorpos),
impossibilitando o sistema imunológico de combater corpos estranhos.
Macrófagos: células de grandes dimensões do tecido conjuntivo, ricos em
lisossomos, que fagocitam elementos estranhos ao corpo. Os macrófagos derivam
dos monócitos do sangue e de células conjuntivas ou endoteliais. Intervêm na
defesa do organismo contra infecções.
Marca-passo: dispositivo de aplicação médica que tem o objetivo de regular os
batimentos cardíacos.
Mecanorreceptores: estruturas orgânicas que respondem a estímulos como
pressão, tato, calor, frio, posição articular e servem de reguladores para adaptação
orgânica.
Menopausa: parada de funcionamento dos ovários, que deixam de produzir os
hormônios estrógeno e progesterona e de eliminar óvulos, causando a interrupção
dos ciclos menstruais da mulher.
Micrognatismo: hipodesenvolvimento da mandíbula.
Micro-ondas: equipamento de fisioterapia para diatermia, que tem a finalidade de
produzir calor local.
Miosina: uma das proteínas que, com a actina e em presença de ATP, são
responsáveis pela contração muscular.
Mordida profunda: acontece quando os dentes anteriores inferiores mordem no
palato ou tecido gengival atrás dos dentes anteriores superiores. Pode gerar
desconforto e danos ósseos.

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Mucina: composto pertencente a um grupo de glicoproteínas que são as principais
constituintes do muco.
Narcóticos: variedade de substâncias que fazem adormecer, reduzem ou eliminam
a sensibilidade.
Neoplasias: condição orgânica em que há um crescimento exagerado de
determinado tipo celular.
Ondas curtas: equipamento de fisioterapia para diatermia, que tem a finalidade de
produzir calor local.
Ondas senoidais: uma onda senoidal pode ser entendida como um movimento
circular que se propaga ao longo de um eixo, o qual pode representar uma distância
ou tempo.
Órgãos tendinosos de Golgi: órgão receptor sensorial proprioceptivo que está
localizado nas inserções das fibras musculares esqueléticas, mais especificamente
nos tendões dos musculosesqueléticos.
Paquímetro: instrumento usado para medir as dimensões lineares internas,
externas e de profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com
encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor. Em avaliação física é utilizado para
mensurar os movimentos mandibulares.
Parafina: substância atóxica derivada do petróleo que possui propriedades
termoplásticas e de repelência à água, sendo usada para diversas aplicações. Em
fisioterapia é utilizada para manutenção de calor, principalmente em extremidades.
Paresia: alteração na capacidade de movimentação de determinado local.
Posição intercuspidal: aquela em que se dá o maior engrenamento de cúspides,
independentemente de ser cêntrica ou não.
Prognatismo: hiperdesenvolvimento da mandíbula.
Proteínas: grande molécula composta de uma ou mais cadeias de aminoácidos
dispostas em uma ordem específica, determinada pela sequência base dos
nucleotídeos no código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a
estrutura, função e regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada
proteína tem uma função única.
Radioterapia: método capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de
radiações ionizantes.

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Retículo sarcoplasmático: importante organela citoplasmática envolvida no
armazenamento e na síntese de proteínas.
Sinapse: pontos onde as extremidades de neurônios vizinhos se encontram e o
estímulo passa de um neurônio para o seguinte por meio de mediadores químicos
(neuroptransmissores).
Sistema linfático: rede complexa de órgãos linfóides, linfonodos, ductos linfáticos,
tecidos linfáticos, capilares e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido
linfático (linfa) dos tecidos para o sistema circulatório. Importante componente do
sistema imunológico.
Tecido conjuntivo: tipo de tecido orgânico caracterizado por apresentar tipos
diversos de células separadas por abundante material intercelular, que é sintetizado
por elas e representado pelas fibras do conjuntivo e pela substância fundamental
amorfa.
Tendinite: inflamação de um tendão que surge usualmente através do excesso de
repetições de um mesmo movimento.
Terminações de Paccini: mecanorreceptores de pressão que se apresentam sob a
forma de uma terminação nervosa, envolvida por camadas concêntricas de tecido
conjuntivo rico em fibrilas, cujas células são contínuas com o endoneuro. Presente
nas camadas subcutânea da pele, nos ligamentos, periósteo, peritônio, mesentério,
pâncreas e outras vísceras.
Terminações de Ruffini: presentes na pele e nas articulações. Os terminais são
associados com fibrilas colágenas na cápsula, confundindo-se com o colágeno
dérmico. Uma fibra mielinizada entra na cápsula e divide-se em pequenos ramos
não mielinizados. Semelhantes aos bulbos terminais de Krause, porém são mais
achatados.
Terminações nervosas livres: estruturas sensíveis aos estímulos mecânicos,
térmicos e especialmente aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado
envolto por células de Shawn sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma
membrana basal.
Trombose venosa profunda: formação de um coágulo sanguíneo ("trombo") em
uma veia profunda. Geralmente afeta as veias da perna, como a veia femoral e a
veia poplítea ou veias profundas da pelve.

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Tuberculose: doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos
do corpo, em especial nos pulmões. O microorganismo causador da doença é o
bacilo de Koch, cientificamente chamado mycobacterium tuberculosis.
Vasoconstrição: processo de contração dos vasos sanguíneos, em consequência
da contração do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos.
Vasodilatação: processo de dilatação dos vasos sanguíneos, em consequência do
relaxamento do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos.

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FIM DO CURSO!

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