Transtorno de Ansiedade
Transtorno de Ansiedade
Transtorno de Ansiedade
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE PSICOLOGIA CLINICA
Transtorno de Ansiedade
Transtorno de Ansiedade
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i
Nampula, Março 2023
Índice
Introdução...........................................................................................................................................3
1.Conceitos básicos............................................................................................................................4
1.1.Transtorno.....................................................................................................................................4
1.1.2Ansiedade...................................................................................................................................4
1.1.3.Transtorno de Ansiedade...........................................................................................................4
1.2.Historial dos transtorno de ansiedade...........................................................................................4
1.3.Epidemiologia de transtorno de ansiedade...................................................................................6
1.4.Etiologia e Factores de Risco.......................................................................................................6
1.5.Classificação segundo a CID-10...................................................................................................6
1.6.Manifestações Clínicas.................................................................................................................7
1.7.Diagnóstico Diferencial................................................................................................................8
1.7.1.Transtorno de Pânico.................................................................................................................8
1.7.2.Transtorno de ansiedade social (fobia social)............................................................................8
1.7.3.Transtorno obsessivo-compulsivo1,2(D)...................................................................................8
1.7.4.Transtorno deansiedadegeneralizada1,2(D)..............................................................................9
1.8.Tratamento....................................................................................................................................9
1.8.1.Inibidores da Recaptação de Serotonina (IRSs)......................................................................10
1.8.2.Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSNs).........................................10
1.8.3.Transtorno de ansiedade social (fobia social)..........................................................................11
1.8.4.Transtorno Obsessivo-Compulsivo.........................................................................................12
1.8.5.Transtorno de Ansiedade Generalizada (Tag).........................................................................12
Conclusão.........................................................................................................................................13
Referências Bibliográficas................................................................................................................14
ii
Introdução
Todas as pessoas sentem ansiedade e esta faz-se essencial para o desenvolvimento humano, porém
quando esta traz complicações psicossociais e/ou sofrimento importante para o indivíduo, é
considerada patológica. O presente trabalho tem como tema: Transtornos de ansiedade. O
objectivo geral de trabalho é de compreender sobre os transtornos de ansiedade e tem como
objectivos específicos:
3
1.Conceitos básicos
1.1.Transtorno
Define Mirnada (2010), que “os transtornos são condições de ordem psicológica e/ou mental que
geram comprometimento na vida normal de uma pessoa ” (p.87).Essas alterações mentais são
tratadas, geralmente, por psicólogos e psiquiatras e têm aumentado na actualidade devido a
situações do dia-a-dia, como o stresse.
1.1.2Ansiedade
Para Fiqueira (2003), “Todas as pessoas sentem ansiedade e esta faz-se essencial para o
desenvolvimento humano, porém quando esta traz complicações psicossociais e/ou sofrimento
importante para o indivíduo, é considerada patológica” (p.11). A ansiedade pode ser entendida
como manifestação normal de um estado afectivo, como um sintoma encontrado em vários
transtornos e um termo utilizado para nomear um grupo de transtornos mentais nos quais é uma
característica clínica fundamental.
1.1.3.Transtorno de Ansiedade
Declara Narda (2005), que a“ palavra ansiedade frequentemente é contrastada com a palavra
angústia. Apesar de muitos autores utilizarem os dois termos como sinónimos, existe uma relação4
mais directa de angústia com a sensação de aperto e compressão retroesternal” (p.87). A dicotomia
ansiedade angústia é mais evidente nas línguas românicas (português: ansiedade e angústia,
espanhol: ansiedad e angustia, francês: anxieté e angoisse, italiano: ansietà e angòscia), que
provêm das expressões em latim ānxietās e angor, ambas, por sua vez, derivadas de uma raiz
proto-indo-europeia Ank associada a estreiteza.
Os estados ansiosos eram entendidos como características morais dos indivíduos, mais
relacionados a defeitos ou vícios, do que como transtornos psíquicos, ainda que não fosse
incomum considerar-se medo ou ansiedade como aspectos de condições mentais
patológicas mais amplas, como melancolia e mania. Há uma discussão sobre se a ansiedade
passou a ser considerada como uma entidade patológica somente a partir do século XIX.
Contudo, existem indicativos de que a ansiedade era claramente identificada como um
estado de afecto negativo distinto por filósofos e médicos greco-romanos,9 a exemplo do
mencionado acima, na distinção feita por Cícero, ( Narda, 2005,p.43)
Após a Idade Média, em que o tema das condições mentais foi visto sob uma óptica religiosa e
mágica, surgiram, nos séculos XVIII e XIX, novas descrições com base no desenvolvimento do
pensamento científico. A ansiedade, raramente vista como entidade nosológica separada, era
incluída, quase sempre, dentro de outras categorias diagnósticas. Boissier de Sauvages (1706-
1767) utilizou o termo panophobia para um temor que é experimentado à noite, na ausência de
uma causa óbvia.
Confirma Barlow (2016), que “George Miller Beard, em 1869, introduziu o termo neurastenia,
condição centrada na fadiga de origem nervosa e outros sintomas tais como inapetência, fraqueza,
neuralgias, histeria, hipocondria e ansiedade” (p.57). Em 1895, Sigmund Freud (1856 - 1939)
diferenciou da neurastenia uma nova síndrome chamada de neurose de ansiedade ou de angústia
(Angstneurose). Esse novo conceito, concebendo pioneiramente a ansiedade como uma síndrome
independente, foi um precursor directo do actual grupo de transtornos de ansiedade.
5
1.3.Epidemiologia de transtorno de ansiedade
Há estudos que apontam uma prevalência geral de transtornos de ansiedade em cerca de 27%.
Dentre eles, o TAG apresenta uma prevalência em 12 meses que varia de 0,4 a 3,6% entre países, e
uma prevalência ao longo da vida na casa dos 9%. ( Barlow,2016,p.58).
Quando se analisa os factores de risco, observa-se maior prevalência do Transtorno de Ansiedade
Generalizada em determinados grupos, como mulheres, pessoas com mais idade, indivíduos com
menor quantidade de anos de estudo, pessoas de baixa renda, fumantes, etilistas e aqueles que
apresentam comorbidades crónicas.
Para Goodman (2010), “na CID-10, eram elencadas nos subgrupos “transtornos fóbico-ansiosos” e
“outros transtornos ansiosos” além de dois transtornos previamente classificados no grupo de
“transtornos emocionais e de comportamento com início ocorrendo habitualmente na infância ou
adolescência”: transtorno de ansiedade de separação e mutismo selectivo” (p.76).
O transtorno misto de ansiedade e depressão não mais aqui figura, sendo que o grupo dos
transtornos do humor agora contém a categoria diagnóstica “transtorno misto de depressão e
ansiedade. A nomenclatura dos transtornos em questão, reflectindo o esforço já mencionado pela
harmonização entre ambas. Uma comparação entre a CID-10 e a CID-11 revela que certas6
características definidoras de alguns dos transtornos ansiosos foram modificadas em razão de
avanços significativos decorrentes de pesquisas sobre a detecção, fenomenologia e psicobiologia,
implicando incremento na validade, utilidade clínica e aplicabilidade da classificação,11 conforme
serão apresentados caso a caso.
O diagnóstico de transtorno de pânico, na CID-10, não pode ser feito se os ataques de pânico
ocorrem em um indivíduo portador de fobia, porque são considerados como expressão da
gravidade da fobia, que deve ter precedência diagnóstica. Na CID-10, há a possibilidade de
registar, no diagnóstico da agorafobia (F40.0), a presença ou ausência de transtorno de pânico, por
meio do acréscimo de mais um caractere na codificação (F40.00 - sem transtorno de pânico - e
F40.01 - com transtorno de pânico)
1.6.Manifestações Clínicas
Declara Narda (2005), que “os aspectos clínicos dos transtornos aqui descritos têm por base a CID-
10, o DSM-5 e os livros-texto de referência. Na CID-10, para serem diagnosticados, esses
transtornos devem resultar em sofrimento ou prejuízo individual, familiar, social, educacional,
ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento” (p.113). O DSM-5 enumera as
comorbidades associadas, o que é típico de seu esquema organizacional. Cabe reafirmar que as
DCDD da CID-10 ainda serão publicadas, após o que os clínicos terão a seu dispor os elementos
necessários para melhor realização desses diagnósticos.
1.7.Diagnóstico
1.7.1.Transtorno de Pânico
A manifestação central do transtorno de pânico é o ataque de pânico, um conjunto de
manifestações de ansiedade com início súbito, rico em sintomas físicos e com duração limitada no7
tempo, em torno de dez minutos. Os sintomas típicos são: sensação de sufocação, de morte
iminente, taquicardia, tonteiras, sudorese, tremores, sensação de perda do controle ou de “ficar
louco”, alterações gastrointestinais.
Com a progressão do transtorno, o paciente fica cada vez mais dependente dos outros e com seu
espectro de actividades cada vez mais limitado. Outros transtornos mentais são comumente
associados com o transtorno de pânico e precisam ser bem investigados para a elaboração de um
plano de tratamento adequado, como depressão ou abuso de álcool ou drogas.
1.7.3.Transtorno obsessivo-compulsivo1,2(D)
Obsessões são pensamentos, imagens e impulsos que ocorrem de modo repetitivo, intrusivo,
usualmente associados com ansiedade, que a pessoa não consegue controlar, apesar de reconhecer
seu carácter anormal. Compulsões são actos ou comportamentos, recorrentes e repetitivos, que o
paciente é forçado a realizar, sob pena de entrar em um estado de acentuada ansiedade. As
compulsões costumam se elaborar em rituais com actos relacionados com limpeza, verificação e
contagem, (Narda, 2005). O paciente toma dez, trinta banhos por dia, de acordo com um esquema
predeterminado. Lava as mãos toda vez que se encosta a certo tipo de objecto.
1.7.4.Transtorno deansiedadegeneralizada1,2(D)
1.8.Tratamento
A intervenção de primeira linha para o tratamento do TAG consiste na utilização dos Inibidores
Seletivos da Receptação de Serotonina (ISRS), como Fluoxetina, Paroxetina, Citalopram e
Escitalopram. A Venlafaxina, da classe dos Inibidores da Receptação de Serotonina e
Noradrenalina (IRSN), também tem eficácia comprovada no tratamento do TAG e é um tratamento
de primeira linha. Antidepressivos tricíclicos, como a Amitriptilina e a Nortriptilina, também
podem ser utilizados, contudo têm eficácia comprovada em menos ensaios, e têm um maior perfil
de efeitos adversos.
Princípios Gerais Os dois componentes principais do tratamento dos transtornos de ansiedade são
o emprego de medicamentos em médio e longo prazo e/ou a psicoterapia cognitivo-
comportamental3 (A) 4 (B). O diagnóstico deve ser abrangente para se elaborar um plano de
tratamento com objectivos bem definidos. Os graus de incapacitação variam Existe dentre
especialistas a noção de que a clomipramina seria superior à imipramina quanto à eficácia no
tratamento do transtorno de pânico, (Narda, 2005).
Nos poucos estudos nos quais os dois tricíclicos foram comparados, em apenas um, com uma
amostra pequena, foi encontrada superioridade da clomipramina9 (B). Em alguns estudos não-
controlados, a clomipramina foi eficaz em doses baixas (10–50 mg/dia), mas nos estudos
controlados as doses eficazes foram em torno de 100 mg/dia. Nos estudos controlados com a
imipramina, em subgrupos de pacientes, doses menores, em torno de 50 mg/dia, foram eficazes no
controle da sintomatologia do pânico. Em um único estudo controlado foi adequadamente estudada
a questão da dose da imipramina eficaz no transtorno de pânico, comparando-se três níveis, 50,
100 e 200 mg/ dia. Os níveis de 100 e 200 mg/dia foram comparavelmente eficazes e superiores ao
placebo. O nível de 50 mg/dia foi tão eficaz quanto o placebo10(A)
Dois Inibidores da Receptação de Serotonina (IRSs), a sertralina e a paroxetina, têm eficácia bem
demonstrada no tratamento do transtorno de pânico em estudos randomizados, duplo-cego,
placebo-controlados11,12(A) 13(B) 14(C). Nos estudos com diferentes níveis de doses fixas, os
níveis de 50, 100 e 200 mg/dia de sertralina foram comparavelmente eficazes e todos superiores ao
placebo15 (A). No estudo de doses fixas com a paroxetina, com 10, 20 e 40 mg/dia, houve clara
tendência de curva doseresposta, tendo sido a dose de 40 mg/dia nitidamente superior às outras16
(A), (Narda, 2005).
10
Benzodiazepínicos de Alta Potência O alprazolam, depois da imipramina, é o medicamento mais
estudado no tratamento do transtorno de pânico, com eficácia comprovada em estudos
randomizados, duplo-cego, placebocontrolados19,20(B). Na maioria das pesquisas com o
alprazolam, as doses eficazes para o controle da sintomatologia do pânico foram em torno de 6
mg/dia. Poucos estudos foram realizados com doses fixas. Apesar da evidência obtida em estudos
de doses fixas ser pequena, parece que o alprazolam pode ser eficaz em grande proporção de casos
em doses de 3 a 6 mg/dia. O alprazolam, em decorrência da meia-vida plasmática curta, deve ser
administrado em quatro doses por dia: manhã, almoço, jantar e ao deitar. Quando isso não é feito,
o paciente pode sofrer de sintomas.
1.8.4.Transtorno Obsessivo-Compulsivo
As doses desses medicamentos que se mostraram eficazes foram relativamente altas, 226, 200,
249, e 60 mg/ dia, respectivamente36 (A) 37(B). Em duas meta-análises foram avaliados os
resultados obtidos até 1994 em estudos randomizados, duplo-cego, placebo-controlados, no
tratamento do transtorno obsessivo compulsivo36 (A)37(B). Nessas duas metaanálises, a
clomipramina foi associada com um efeito terapêutico em relação ao placebo maior do que os da
sertralina, fluvoxamina ou fluoxet entre a clomipramina e os outros IRSs, contudo, não foram
encontradas diferenças quanto à eficácia. A paroxetina, outro IRS, foi comparavelmente eficaz à
clomipramina no tratamento do transtorno obsessivo compulsivo em um estudo randomizado,
duplo-cego, placebocontrolado (A).
Por causa das dúvidas quanto à importância clínica do transtorno de ansiedade generalizada e do
predomínio do emprego de outras categorias diagnósticas de ansiedade, poucos estudos
controlados foram realizados sobre o tratamento dessa condição. O primeiro estudo randomizado,
duplocego, placebo-controlado, sobre o tratamento do transtorno de ansiedade generalizada
definido de acordo com o sistema DSM-IV, foi realizado com a venlafaxina XR. Três doses de
venlafaxina XR, 75, 150 e 225 mg/dia foram superiores ao placebo quanto à eficácia em um
período de tratamento de seis meses. Os três níveis de doses foram comparavelmente eficazes e
todos superiores ao placebo40 (A).
12
Conclusão
A ansiedade é uma reacção normal a uma ameaça ou a um stresse psicológico. A ansiedade normal
tem sua raiz no medo e desempenha um importante papel na sobrevivência. Quando uma pessoa se
vê perante uma situação perigosa, a ansiedade desencadeia uma resposta de luta ou fuga A
angústia mental que ocorre imediatamente ou logo após vivenciar ou testemunhar um evento
extremamente traumático não é mais classificada como um transtorno de ansiedade. Esses
transtornos são actualmente classificados como transtornos relacionados a trauma e a stresse e
incluem o transtorno de stresse agudo, o transtorno de adaptação e o transtorno de stresse pós-
traumático.
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Referências Bibliográficas
Miranda-Sá LS J (2010). O diagnóstico psiquiátrico ontem e hoje. E amanhã. Rio de Janeiro: ABP
Editora
Barlow, D.H (2016) Manual clínico dos transtornos psicológicos 5. ed. – Porto Alegre : Artmed,
Goodman L, G A (2010). As bases farmacológicas da terapêutica. 11ª Ed. Porto Alegre: AMGH
Editora Ltda
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