Trabalho em Grupo 2023 Didactica de PLA
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Plurilinguismo e QECR
Curso de Licenciatura em Ensino de Português com Habilidades em Línguas Estrageiras
Albertina Gremo Fole
Alfrinda Bento Quembo
Alex Samuel Jotamo
Amélia João Jone
Benilde Júlio Campira
Claudino Chissoni
Victoria Amor
Tete
Agosto, 2023
Albertina Gremo Fole
Alfrinda Bento Quembo
Alex Samuel Jotamo
Amélia João Jone
Benilde Júlio Campira
Claudino Chissoni
Victoria Amor
Plurilinguismo e QECR
Tete
Agosto, 2023
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................
1.1. Objectivos da pesquisa.........................................................................................................
1.1.1. Objectivo Geral.................................................................................................................
1.1.2. Objectivos Específicos......................................................................................................
1.1.3. Metodologia da pesquisa...................................................................................................
2. Plurilinguismo e QECR............................................................................................................
2.1. Contextualização...................................................................................................................
2.1.1. Segunda língua e língua estrangeira..................................................................................
2.1.2. O que é Plurilinguismo?....................................................................................................
2.1.3. Conceito de plurilinguismo...............................................................................................
2.1.4. Competência plurilíngue...................................................................................................
2.1.5. Por que é QECR é necessário?..........................................................................................
2.1.6. Objectivo de QECR..........................................................................................................
2.1.7. Aplicação do QECR........................................................................................................
2.1.8. Países selecionados........................................................................................................
2.1.9. Necessidade de QECR....................................................................................................
3. Considerações Finais..............................................................................................................
Referências Bibliográficas.............................................................................................................
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1. Introdução
1. O que é o plurilinguismo?
2. Por que é que o QECR é necessário?
Conforme observa De Angelis (2007:10), uma terceira língua ou adicional é muitas vezes
denominada L3, independentemente de ser uma terceira, quarta ou sexta língua.
Alguns pesquisadores, em consonância com esta investigadora, rotulam porém as línguas com
base na ordem de aquisição, sem terem em atenção o grau de proficiência. É evidente que a
questão da proficiência coloca problemas, visto que a duração de instrução numa dada língua
pode ser importante no que se reporta a possíveis influências na aquisição de novas línguas.
Acontece todavia que não é somente a instrução a única responsável por fenómenos de
interferência entre línguas. Se assim fosse, seria provável que a L1 tivesse um papel
preponderante, o que nem sempre se passa por razões de similaridade tipológica De Angelis
(2007:7).
O objetivo geral refere-se a uma visão global e abrangente do tema de pesquisa. Ele está
relacionado com o conteúdo intrínseco dos fenômenos, dos eventos ou das ideias estudadas
(Lakatos & Marconi, 2003).
Lakatos & Marconi, (2003), os objetivos específicos apresentam um caráter mais concreto. A sua
função é intermediária e instrumental porque auxilia no alcance do objetivo geral e, ainda,
permite aplicá-lo em situações particulares.
Para o efecto da realização deste tivemos como nosso principal motor a Internet, onde recorremos
a algumas referências bibliográficas e as mesmas aparecem citadas na última página.
2. Plurilinguismo e QECR
Conforme já mencionado nas notas introdutórias temos como base de investigação as seguintes
questões: o que é o plurilinguismo e por que é que o QECR é necessário.
2.1. Contextualização
Um estudo realizado por Pinto e Carvalhosa (2012), revela como estudantes sérvios a aprender o
Português Europeu como L3 manifestaram sobretudo a influência do Espanhol nas produções
escritas analisadas, em virtude naturalmente da similaridade tipológica entre as duas línguas, e
não tanto da sua primeira língua, que eles dominavam sem dúvida melhor e de que possuíam
incontestavelmente uma instrução mais prolongada.
Schmidt (1990), quando nos relata a sua aprendizagem/aquisição do Português do Brasil, atesta
com muita pertinência a influência que exerceu a língua francesa na sua aquisição das formas
interrogativas longas, formas que ele teve mais dificuldade em apreender do “input” a que estava
exposto porque efetivamente não as percecionava como tal.
“To learn a foreign language is to learn to respect the Other in his difference, it is to acquire a
sense of the relative and the spirit of tolerance” (itálico no original) (KRAMSCH, 2002: 9).
De acordo com o Quadro Comum Europeu, o conceito de plurilinguismo está ligado ao ensino de
línguas estrangeiras.
Este conceito difere do multilinguismo, na medida em que este se refere basicamente à oferta de
diferentes línguas estrangeiras para a aprendizagem e ao processo de motivação dos alunos para a
aprendizagem de diferentes línguas, enquanto que o plurilinguismo não se refere apenas ao
domínio de diversas línguas, mas também à estreita relação entre língua e cultura.
Afirma o Documento:
Para estas autoras, o contato com outras vivências e outros modos de ser e estar na vida promove
o enriquecimento humano e fomenta uma maior abertura de espírito, condições fundamentais na
construção de uma competência plurilíngue e intercultural que conduza à compreensão e
aceitação de outras maneiras de pensar, de encarar a realidade e de agir.
Deste modo, e tendo em conta o objetivo acima mencionado, as autoras afirmam que as práticas
de educação em línguas terão que se reconceitualizar “preocupando-se em fazer do sujeito, não
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um bilíngue perfeito, mas alguém dotado de uma competência que evolua no sentido de
uma competência plurilíngue” (Gonçalves; Andrade, 2007:64).
Esta competência é relativamente autônoma face aos conteúdos e materiais escolares, já que se
estrutura e evolui para além da escola, noutros contextos que são os contextos de vida e de
formação dos próprios sujeitos, afirmando-se como uma competência plural, evolutiva e
flexível, necessariamente desequilibrada e aberta ao enriquecimento de novas competências
em função de novas experiências verbais (Gonçalves; Andrade, 2007:66).
O Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR) foi concebido pelo Conselho
da Europa para assegurar unidade em matéria educativa e cultural entre os seus Estados-Membros
no que diz respeito à aprendizagem de línguas estrangeiras, de forma a promover a transparência
e a coerência no ensino e na aprendizagem de línguas modernas na Europa.
O QECR foi oficialmente publicado em 2001 e disponibiliza um quadro geral que indica o
que é necessário que os estudantes de línguas aprendam para poderem utilizar eficazmente
uma língua estrangeira na prática. Desse modo, o quadro cria uma base comum para as
qualificações, para os manuais, para a avaliação e para as orientações ou programas de
aprendizagem de línguas nos Estados europeus.
O QECR tem por base uma abordagem orientada para a ação no que diz respeito à aprendizagem
e à utilização das línguas. Este quadro inclui seis níveis de competência para a aprendizagem de
línguas estrangeiras. Para além de procurar facilitar a comparabilidade entre países (com base
num quadro conceptual partilhado para a aprendizagem de línguas), o QECR pretende igualmente
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respeitar as tradições e os sistemas nacionais no que diz respeito aos níveis de competência
linguística.
No que diz respeito à aplicação, em geral, é referido o seguinte: de acordo com as políticas de
aprendizagem de línguas de cinco dos seis países selecionados, a aprendizagem de uma
primeira língua estrangeira moderna é obrigatória para os alunos no ensino secundário. Foram
identificadas grandes diferenças nas políticas no que concerne à aprendizagem de uma segunda e
de uma terceira línguas estrangeiras modernas.
Alguns países (Suécia, Países Baixos, França e Hungria) obrigam os alunos a aprenderem mais
do que uma língua, ao passo que noutros países tal é opcional (Reino Unido (Escócia) e Áustria).
O incentivo aos alunos para que atinjam melhores resultados e níveis de competência mais
elevados nas línguas estrangeiras modernas é um tema de grande debate nos países selecionados.
Além disso, a aplicação do QECR dentro da sala de aula exige diferentes competências
dos professores de línguas estrangeiras modernas. Como tal, vários países (França, Países Baixos
e Suécia) estão preocupados com a utilização do QECR por parte dos professores de
línguas estrangeiras modernas.
O QECR é necessário porque, os países aplicam e utilizam o QECR em diferentes graus, que
vão desde a integração dos resultados da aprendizagem relacionados com o QECR na legislação,
à completa ausência de referência ao QECR. Em termos gerais, pode concluir-se que
quanto mais o QECR é aplicado e utilizado em documentos de orientação (legislação,
programas escolares nacionais), mais este é utilizado na avaliação, nos manuais escolares e
na formação de professores.
O QECR é necessário porque, existe uma relação entre o grau de aplicação do QECR e os
níveis de competência registados, ou seja, o grau de aplicação parece ser superior em países com
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níveis mais elevados de competência. Contudo, em primeiro lugar, a relação causal entre
estes dois aspetos não é clara e, em segundo lugar, outros fatores (contextuais) desempenham
um papel mais importante na explicação dos níveis de competência (nomeadamente, o facto
de a língua oficial ser muito utilizada fora do próprio país e o panorama linguístico).
3. Considerações Finais
Depois da pesquisa desencadeada pelo grupo e que culminou com a realização deste trabalho
concluímos que o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas foi desenvolvido
pelo Conselho da Europa para promover a transparência e a coerência no ensino e na
aprendizagem de línguas modernas na Europa. O QECR tenta facilitar tanto a comparação
entre países (com base num quadro conceptual comum para a aprendizagem de línguas),
como respeitar as tradições e os sistemas nacionais de níveis de competência em línguas.
E que o plurilinguismo não terá sido sempre o termo eleito, na literatura por nós consultada, para
designar um falante de diversas línguas; todavia, acreditamos que importa que se distinga de
multilinguismo, termo que preferíamos ver reservado para denominar a presença de variadas
línguas no mesmo espaço geográfico.
Se, ao longo do século passado, foram várias as tensões sociais que levaram a não ver vantagens
no bilinguismo, termo que terá abrangido em determinadas condições mais do que duas línguas,
atualmente é quase impensável ver no bilinguismo ou no plurilinguismo só desvantagens, seja do
ponto de vista cultural, seja numa ótica cognitiva. Estar de posse de uma mente multicompetente
numa perspetiva também linguística traduzir-se-á, em nossa opinião, num trunfo, porquanto o
treino cerebral que o uso alternado de línguas implica poderá ser transferido para outras situações
que requeiram mecanismos de atuação da mesma ordem.
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Referências Bibliográficas
European commission. (2007). Commission of the European Communities. Final report. High
level group on multilingualism. Luxembourg: Office for Official Publications of the European
Communities.
Kramsch, Claire. (2002). Beyond the second vs. foreign language dichotomy: The subjective
dimensions of language learning. British Studies in Applied Linguistics.
Lakatos, E. & Marconi, M. (2003). Fundamentos de metodologia Cientifica. 5 ed. São Paulo.
Atlas.
Pinto, G. Carvalhosa A. (2012). Cross- linguistic influence in third language acquisition. Series
Editor Miroslaw Pawlak. Berlin Heidelberg: Springer-Verlag.