8 O Reino Messiânico Na Perspectiva Profética

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8. O reino messiânico na perspectiva profética...............

8. O REINO MESSIÂNICO NA PERSPECTIVA PROFÉTICA

O homem recebe o senhorio e o perde

Depois que o Senhor terminou toda a obra da criação, diz a Bíblia


que Deus criou o homem. Deus necessitava de alguém que
representasse Sua autoridade na Sua criação. Depois que Deus
criou o homem à Sua imagem, varão e varoa, dotados com
suficiente poder e autoridade, lhes disse (Gn. 1:28): “E Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a
terra e sujeitai-a(é a palavra chave); dominai sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja
pela terra". Essas eram as três áreas sobre as quais o homem
tinha domínio. Deus deu senhorio ao homem sobre os ares, nas
águas e na terra. Deus queria estabelecer seu reino no universo
começando por esta terra, mas com a representação do homem,
uma criatura inteligente de sua inteira confiança. Mas o homem
falha com Deus. Vem o drama do homem e a antiga serpente, e
o homem entrega este senhorio a Satanás, o mesmo senhorio
que havia recebido de Deus. Satanás incita ao homem a ser
independente de Deus; assegura-lhe que se comer do fruto
proibido seriam abertos seus olhos e seria como Deus, sabendo o
bem e o mal. O homem cai voluntariamente na armadilha, e é
despojado desse senhorio. Queda, pois, sendo Satanás o príncipe
deste mundo, como disse Paulo em Efésios 2 e em 2 Coríntios
4:4, que diz que o diabo é o deus deste mundo, deste século. Por
quê? Porque recebe o senhorio de mãos de quem havia recebido
o senhorio de parte de Deus, ou seja, do homem. De maneira
que o homem fica sendo escravo de Satanás. O apóstolo Paulo
descreve assim: "1 Ele (Cristo) vos deu vida, estando vós mortos
nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade
do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência;3
entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as
inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como
também os demais" (Ef. 2:1-3). De maneira que o homem se
converteu realmente em escravo do diabo.
Mas quando o pecado de Adão é descoberto, há um juízo da
parte de Deus, e vem a maldição da serpente, a maldição de Eva
e a maldição de Adão e a expulsão do homem do Jardim até o
dia que pudesse comer da árvore da vida. Mas em meio de tudo
isso se destaca a promessa de um poderoso Salvador e a luta e
rivalidade históricas entre as duas sementes até que o dragão
fosse julgado e vencido na cruz de Cristo. Deus disse à serpente:
"Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e
o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar" (Gn. 3:15). Satanás, pois, recebe um poder especial
para governar este mundo, e ele conta com uma sofisticada e
poderosa organização hierarquizada que opera nas trevas,
integrada pelos anjos caídos que arrastou o querubim Lúcifer
depois de sua rebelião. Satanás desenvolve assim um reino
chamado de "potestade das trevas".

Israel no Reino

Então esse propósito de Deus de estabelecer seu reino na


criação, teve aqui na realidade um obstáculo, mas com isto não
se cancelou, pois o Senhor já tinha um plano, e começou a se
mover de tal maneira a restaurar as coisas para que seu reino se
estabelecesse plenamente em um homem em quem Ele pudesse
confiar; não no homem caído. O homem caído ficou
desqualificado em sua escravidão. Primeiramente, quando as
coisas se deram, houve uma linha étnica, uma raça na história,
que se lembrava de Deus, que temia a Deus, pela descendência
de Sete, pois a descendência de Caim se esqueceu de Deus; e
nos tempos de Noé a humanidade já havia se saturado de
maldade, sobre tudo de ocultismo, um pecado que aborrece a
Deus sobremaneira, porque se lhe rejeita, e isso acarretou o
juízo de Deus por meio de um dilúvio. Mas o homem não quer
fazer o bem e se esquece de Deus. A torre de Babel é uma
evidência de que o homem não aprendeu a lição do dilúvio,
voltando à prática do ocultismo, pois a torre de Babel, o primeiro
zigurate da história para a adoração ocultista, também é o
primeiro monumento à auto-exaltação. Também da descendência
de Noé, com o tempo Deus escolheu a um varão chamado
Abraão, filho de Tera da descendência de Sem, para ir
conformando as coisas, para ir estabelecendo os princípios a fim
de dar começo e desenvolvimento aos planos de Deus
encaminhados a estabelecer seu reino sobre a terra; e a partir do
capítulo 12 de Gênesis, Ele o chama das terras caldeias para
fazer uma nação de sua semente, uma nação diferente por meio
da qual revelar sua verdade e sua justiça; e Deus estabelece a
Abraão na terra escolhida por Deus, chamada nesse tempo
Canaã, e lhe dá descendência. Nasce Isaque, e Isaque gera a
Jacó, quem mais tarde daria o nome à nação, Israel, e quem por
sua vez gera os doze pais das tribos de Israel, e sua
descendência se multiplica, e por circunstâncias que conhecemos
se vão à terra do Egito e com o tempo chegam a serem milhões
os hebreus, mas escravizados; e depois de quatrocentos e trinta
anos, desse povo elege a um varão, a Moisés, para libertá-los,
tirá-los e levá-los pelo deserto para prepará-los e se revelar a
eles a fim de lhes entregar uma terra onde Ele começaria a
estabelecer um modelo, um princípio, um avanço, um arquétipo
realmente do reino de Deus sobre a terra. No final o reino
abraçará toda a terra, mas Deus começaria por Israel, além de
que dessa raça nasceria a semente da mulher, o Rei messiânico.

E foi assim como depois de 40 anos de perambular pelo deserto,


para suceder a Moisés, elege a um varão da tribo de Efraim
chamado Josué, e com ele na liderança do povo entrega-lhes a
terra e estabelece uma teocracia. O Senhor já os havia dito em
Êxodo 19:6: "vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa".
Deus queria que todo o povo fosse um povo sacerdotal, e um
reino à vez; ou seja, Ele queria fazer de Israel una teocracia,
onde o verdadeiro Rei fosse o próprio Deus. Esta nação foi criada
por Deus para Si mesmo, de maneira que os israelitas, como
nação, foram os primeiros em serem livrados da potestade do
reino das trevas, da jurisdição de Satanás, e ao invés de um
príncipe espiritual satânico, como as demais nações (cfr. Daniel
10:13,20), seu príncipe espiritual que os guardava foi o Arcanjo
Miguel (cfr. Daniel 10:21; 12:1). Mas a eles queriam pedir um rei
humano, como as demais nações do mundo, ao invés de seguir
sendo uma teocracia pura. Então Deus os concedeu no que se
chama a vontade permissiva de Deus. Esse rei, Saul, da tribo de
Benjamin, falhou, e então Deus escolheu a um rei conforme ao
Seu coração e estabeleceu, de certa maneira, a teocracia, pois
mesmo que reinasse Davi, da tribo de Judá, ele fazia a vontade
de Deus, representava a autoridade de Deus, representava a
realeza do Senhor. De todas as maneiras reinaram Davi, seus
filhos e netos, mas faziam a vontade de Deus. Esse era o desejo
de Deus para um reino diferente sobre a terra. Uma única nação
onde realmente ali reinasse Deus e não Satanás. Mas não foi
assim sempre; e diz a Palavra que ao fim eles falharam. E depois
da morte de Salomão o reino se dividiu. Dez tribos no Norte
tiveram seu próprio rei, a Jeroboão iniciando a lista; e as duas
tribos restantes, as de Judá e Benjamin continuaram com
Roboão, filho de Salomão, o rei da linha de Davi.
Lastimosamente ambos os reinos falharam com Deus. Os reis do
reino do norte todos falharam e recusaram a Deus; se
envolveram desde o princípio na idolatria para evitar que o povo
fosse adorar em Jerusalém e ficasse por lá; inclusive chegaram a
trocar a Deus por Baal.

E os reis de Judá, a maioria se apartou dos princípios de Deus


para governar sua nação. Jeroboão se apartou do princípio do
reino, para edificar um reino para si mesmo. Um princípio do
reino é a unidade, e outro é que tem que adorar onde Deus
escolher que se lhe adore, e Jeroboão não permitiu. Claro que
Roboão também teve sua cota de culpabilidade na divisão do
reino; não representou bem o governo de Deus. Então o Senhor
teve que tomar medidas corretivas e permitiu que nações ímpias
e poderosas os assediassem, os sitiassem e os levassem cativos
às terras estrangeiras. Como eles começaram a falhar com Deus,
descuidando os princípios e leis do reino, então tiveram que ser
levados, cada reino por separado, cativos a outras nações
estrangeiras para que vivessem em sua própria carne a realidade
da diferença que é o reino de Deus e os reinos do mundo,
governados por Satanás e suas hostes.
Os dois cativeiros

Se houve um tempo em que havia uma nação que representava


o reino de Deus, e quando essa nação falhou com Deus, já não
se podia dizer que aí reinava Deus, pois mui poucos obedeciam a
Deus; só um pequeno remanescente se recordava de Deus. E
ficaram sabendo até no estrangeiro sobre esta triste realidade,
ante a qual Deus determinou levantar outras nações poderosas,
cruéis e apressadas para castigar aos malfeitores de Israel e de
Judá. A primeira grande falha foi dividir o reino e começar a ser
regidos por egoístas princípios humanos afastados da vontade de
Deus. Claro, sobreveio a idolatria. A idolatria minava os alicerces
da teocracia, mesmo quando esta seja representativa; e muito
mais em um reino dividido.

Em consequência houve dois cativeiros: Primeiro, o cativeiro de


Israel (as dez tribos do norte) pela Assíria em 722 a. C., a causa
do castigo recebido por sua iniquidade. Essas tribos jamais
regressaram; é provável que alguns indivíduos de Israel tenham
regressado com o remanescente de judeus (das tribos
meridionais) depois do cativeiro babilônico. Em verdade,
descendentes das tribos nortenhas tem regressado à Palestina,
mas no presente retorno dos hebreus a sua antiga pátria a partir
de finais do século XIX, e sobre tudo com os eventos do
Holocausto na Alemanha por parte dos nazistas na segunda
guerra mundial, e a criação do moderno Estado de Israel em
1948.

O segundo cativeiro recaiu sobre o reino do sul, Judá, que foi


sitiado, derrotado e levado em cativeiro para a Babilônia em 605
a. C., a mando do rei Nabucodonosor, durante setenta anos,
conforme a profecia de Jeremias;*(1) foram sitiados, vencidos e
levados por causa de sua idolatria. Quando esse tempo se
cumpriu, Deus preparou um pequeno remanescente dos judeus
para que regressassem, pois em sua própria terra deviam
conformar o verdadeiro povo por meio do qual viria o Salvador
dos homens, e verdadeiro rei que ao final dos tempos
restabeleceria o trono de Davi, o reino de Deus sobre a terra. O
propósito de Deus com o retorno desse remanescente era que
eles se pusessem nas mãos de Deus e começassem um processo
para o restabelecimento do reino; tratando Deus de restabelecer
Seu reino em Israel; mas agora seria completamente distinto.
Seria um rei em quem Deus poderia confiar plenamente, e para
ele seria necessário que nascesse a semente da mulher, o Filho
de Deus encarnado, e morresse e ressuscitasse, e ascendesse à
glória, e enviasse a seu Espírito, e se formasse a Igreja, e
passasse o tempo necessário para seu glorioso retorno à terra a
estabelecer seu reino. De modo, pois, que com o retorno de um
remanescente não ia restaurar o reino imediatamente; eles
seguiriam sob o domínio dos impérios mundiais que se
sucederiam na história.
*(1) Cfr. Jeremias 27:19-20; 29:10

Grandes revelações no livro de Daniel

O caso, pois, é que a partir do cativeiro de Babilônia, Israel não


voltou a ser livre até sua destruição total pelos exércitos do
Império Romano, no ano 70 do primeiro século. Sucessivamente
na história, Israel esteve sob o jugo das grandes potencias que
tem dominado o mundo. Deus se revelou com luxo de detalhes a
um profeta exilado na Babilônia, um homem temeroso de Deus
que havia sido levado com os primeiros cativos. A revelação está
contida nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel. Mesmo quando
eles regressassem à sua terra, não seriam de todo livres, pois
Deus não tinha a intenção de por no trono a homem comum
algum, senão a seu próprio Filho. Vejamos, pois, como Deus
revela a este profeta o curso total da história até estabelecer
Deus plenamente Seu reino nesta terra, conforme Seu propósito
original antes da criação de Adão. Deus lhe deu toda a
autoridade, autonomia e poder a Adão, mas como Adão falhou,
Ele se propôs estabelecer a alguém que não falhe jamais. O rei
que virá já tem toda a potestade da parte de Deus.*(2)
*(2) Cfr. Mateus 28:18

Nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel há uma revelação sob os


enfoques. Um (capítulo 2) é feito em parte a um rei pagão; digo
em parte, porque Nabucodonosor não teve conhecimento de fato
até que o profeta de Deus o revelou. Tenhamos em conta que o
rei havia esquecido o sonho, e o profeta o desconhecia; só o
soube depois que Deus o revelou. De maneira que a verdadeira
revelação daquele sonho, Deus fez ao profeta. E há uma segunda
parte, um segundo ponto de vista revelado diretamente ao
profeta, que se encontra no capítulo 7. No capítulo 2 a revelação
começa de acordo com o ponto de vista do homem. O homem só
vê a majestade que em torno de si mesmo se cria, a glória que a
si mesmo se dá ou lhe outorgam os demais; glória efêmera
envolta em vanglória. Mas Deus vê a realidade intrínseca das
coisas; Deus vê o bestial que é a glória e o governo do homem.
No capítulo 2 vemos uma imagem apoteótica; no capítulo 7 Deus
revela esses mesmos impérios mundiais, mas representados em
uma sucessão de bestas, como o que realmente tem sido.

O rei Nabucodonosor recebe a revelação em um sonho, mas o


sonho se esquece. Isso Deus permite a fim de que nenhum mago
especule e faça crer o rei em uma interpretação mentirosa e
acomodada. Este rei era um indivíduo mui centrado em si mesmo
e em sua glória terrena; ele pensava na grandeza da Babilônia,
nesses palácios e jardins maravilhosos, em seu poderoso
exército, em suas futuras conquistas e domínios, etc. Ele estava
preocupado pelo que seria de tudo isso, quantos anos estaria
governando, quem veria depois dele, e como aconteceriam todas
essas coisas. Ele ostentava a coroa de um império mui brilhante.
Imagino que vivia pensando naquilo dia e noite. É possível que o
profeta Daniel também se inquietasse com o futuro de seu povo.
Então Deus deu um sonho ao rei revelando-lhe o futuro, mas
também ao profeta. Depois de haver sido chamados e
consultados todos os caldeus, astrólogos, magos e videntes que
rodeiam um poderoso governante oriental, e ante a
impossibilidade destes de adivinhar e interpretar o sonho do rei;
iam ser levados à morte. Daniel solicitou que não matassem a
estes senhores e que lhe dessem um tempo a ele para mostrar a
interpretação ao rei. Depois de haver orado e recebido a
revelação da parte de Deus, Daniel se apresentou diante do rei,
glorificando a Deus. Diz a Palavra de Deus no livro do profeta
Daniel, capítulo 2:
" 27 Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que
o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o
podem revelar ao rei;28 mas há um Deus no céu, o qual revela
os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de
ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça,
quando estavas no teu leito, são estas:29 Estando tu, ó rei, no
teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser
depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que
há de ser.30 E a mim me foi revelado este mistério, não porque
haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas
para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que
entendesses as cogitações da tua mente".

Os reinos terrenos e o curso da história A continuação o profeta


Daniel continua com a interpretação do sonho de
Nabucodonosor, dizendo-lhe:
" 31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua
(porque Nabucodonosor havia se esquecido do sonho). esta, que
era imensa e de extraordinário esplendor, estava em pé diante
de ti; e a sua aparência era terrível.32 A cabeça era de fino
ouro, o peito e os braços, de prata, o ventre e os quadris, de
bronze;33 as pernas, de ferro, os pés, em parte, de ferro, em
parte, de barro.34 Quando estavas olhando, uma pedra foi
cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e
de barro e os esmiuçou ". Deus mostra a Nabucodonosor quatro
grandes impérios que dominariam ao mundo civilizado até o fim
da história, e se estabeleceria definitivamente o reino de Deus
sobre a terra, cujo glorioso Rei está representando aqui por uma
pedra que cairia do céu, a qual destruiria todo o reinado de
Satanás sobre a terra. A pedra foi cortada não com mão. As
coisas de Deus não se realizam por iniciativa humana, por
projetos idealizados pelos homens, e menos o relacionado com o
estabelecimento de Seu Reino, por muito magníficos que nos
pareçam. Deus tem um plano eterno, incomovível e verdadeiro;
plano que aparece na Palavra e que nos revela por Seu Espírito.
A Palavra de Deus não admite reformas humanas. Todo o escrito
terá seu cumprimento. Tudo está registrado no livro sagrado. "
35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a
prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no
estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios
(aqui vemos que Deus esmiúça toda a glória e os propósitos dos
homens). Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande
montanha, que encheu toda a terra ".

Essa é a pedra angular de que fala Pedro. Deus é quem põe os


reis e os tira, e dá aos homens autoridade para que reinem. O
presidente Álvaro Uribe Vélez acaba de ganhar as eleições para
seu segundo período devido a que Deus lhe deu essa
autoridade. É Deus quem lhe concede prolongar seu mandato.
Segue dizendo Daniel ao rei: " 36 Este é o sonho; e também a
sua interpretação diremos ao rei.37 Tu, ó rei, rei de reis, a
quem o Deus do céu conferiu o reino, o poder, a força e a
glória;38 a cujas mãos foram entregues os filhos dos homens,
onde quer que eles habitem, e os animais do campo e as aves
do céu, para que dominasses sobre todos eles, tu és a cabeça
de ouro".

Babilônia. Israel se aparta de Deus em face à idolatria; Deus já


não era levado em conta ali, e Deus decide transferir o domínio
da terra às mãos dos gentios, e por causa do cativeiro, essa
transferência recaiu na pessoa de Nabucodonosor. Babilônia
então veio a ser essa cabeça de ouro. A Palavra de Deus revela
que Babilônia foi o império mais brilhante e glorioso que tenha
existido em toda a história da civilização. Não o mais poderoso,
pois à medida que foram sucedendo-se esses impérios mundiais,
se iam degradando e perdendo seu brilho de glória, mas
paradoxalmente nessa mesma proporção iam ganhando em força
e poder. Na grande estátua do sonho, depois da cabeça de ouro
(Babilônia) seguia o peito e os braços de prata, logo seu ventre e
suas coxas de bronze, suas pernas de ferro, e por último, seus
pés de ferro e de barro cozido. Os materiais dessa estátua iam se
degradando à medida que descia à terra. É algo que parece
contraditório, mas é a realidade. Os homens, na medida em que
adquirem mais força e poder, mais se degradam moralmente, e
seu coração se desliza mais em face à corrupção e a crueldade. "
39 Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um
terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra
".

Media e Pérsia. Que poder mundial surgiu depois de Babilônia?


Uma colisão dos medos e os persas (os dois braços da estátua
unidos pelo peito) tomaram o poder mundial e derrotaram a
Babilônia. Eram menos brilhantes, contudo, mais poderosos em
força. A prata tem menos valor e preciosidade que o ouro, mas é
mais forte.

Grécia. Depois se levantou um terceiro grande império, Grécia,


em mãos de um jovem macedônio chamado Alexandre, mais
conhecido na história como Alexandre O Grande, filho de Filipos,
rei da Macedônia, quem no curto lapso de dez anos chegou a
conquistar e dominar o mundo; e depois de sua morte seu
grande império foi dividido e prolongado por seus quatro grandes
generais do estado maior, estendendo e implantando pelo mundo
a cultura helenística, usada por Deus inclusive para a expansão
do evangelho.

Império Romano
" 40 O quarto reino será forte como ferro; pois o ferro a tudo
quebra e esmiúça; como o ferro quebra todas as coisas, assim
ele fará em pedaços e esmiuçará".
A Babilônia chegou ao fim; o mesmo sucedeu aos medo-pérsas;
aos gregos também chegaram ao fim de seu poderio por meio da
incursão de um quarto reino muito poderoso, porém
extremadamente sanguinário, chamado Roma. Recordem irmãos,
que o império romano está representado pelas duas pernas de
ferro da estatua. Roma foi um império com duas capitais: Roma
propriamente dita, na parte ocidental, e Constantinopla na parte
oriental. E houve um prolongado tempo em que foram suas
capitais simultaneamente. Esta circunstancia serviu para sua
posterior degradação. Tem sido o império mais cruel e
sanguinário da história.
" 41 Quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte, de
barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino
dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro,
pois que viste o ferro misturado com barro de lodo.42 Como os
artelhos dos pés eram, em parte, de ferro e, em parte, de barro,
assim, por uma parte, o reino será forte e, por outra, será
frágil.43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de
lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão
um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro".

Império Romano ressurgido


O quarto império, o romano, não existe já na história. Roma, sua
capital ocidental, sucumbiu no ano 476, em mãos de Odoacro,
um chefe dos mercenários germânicos da Itália, que depôs ao
imperador Rômulo Augustus e enviou a Constantinopla as
insígnias imperiais. Constantinopla, sua capital da ala oriental, foi
conquistada pelos turcos em 1453, instaurando um regime
islâmico. Entretanto o império romano tem continuado latente
nestes séculos em toda a civilização ocidental; mas ao final dos
tempos ocorrerá um ressurgimento deste império, não com o
poder e a força antiga, senão que termina em dez dedos que não
são totalmente de ferro, e sim que têm parte de barro, para que
se entenda melhor; e o ferro jamais se mescla com o barro;
jamais se compactam; isso ocorre só em aparência; no momento
em que recebam um golpe contundente, cai o ferro por um lado
e os pedaços de ladrilho pelo outro. De maneira que são uniões
aparentes, muito débeis e frágeis.

São dez dedos. O número dez representa a totalidade das


nações surgidas das antigas províncias do Império Romano,
incluindo as nações que foram colônias de ultramar dessas
metrópoles. São as nações que no final dos tempos darão o trono
ao Anticristo, e que em determinado momento estarão
aparentemente unidas. Por exemplo, os países que conformam a
União Européia aparentemente estão unidos por múltiplas
instituições políticas e econômicas, seu parlamento, sua
constituição, o euro, etc., mas seguem mantendo em si mesmos
suas barreiras, ali subjazem nacionalidades e interesses que
defendem por cima dos pactos multinacionais. Os ingleses, os
franceses, os alemães, os espanhóis sempre defenderão o que
são, incluindo sua cultura ancestral, ainda que agora vivam uma
união e aliança continental.

A Pedra lançada por Deus

" 44 Mas, nos dias destes reis (quando estiverem governando o


mundo estes reis; isto não aconteceu ainda na história) o Deus
do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este
reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos
estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,45 como
viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos,
e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O
Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo
é o sonho, e fiel, a sua interpretação".

Eu creio que os romanos jamais pensaram que o império romano


chegaria a ser destruído, que sucumbiria; isso jamais. Mas o Rei
que porá Deus, nunca será destronado. Ele virá a dar fim na
história dos grandes poderes mundiais humanos. Jesus Cristo
esmiuçará e consumará todos estes reinos e todas as nações da
terra terão que submeter-se a sua autoridade e a seu reino.

Ao passarmos para o capítulo 7 de Daniel, vemos o aspecto sob o


qual este profeta viu o curso dos impérios na história da
humanidade. Já temos visto que os reinos do mundo são
apoteóticos, tem uma aparente e efêmera glória, e a
humanidade sonha com viver essas grandezas. Mas a glória dos
grandes impérios e as realezas mundanas é sumamente
aparente, passageira e frágil. Deus é quem vê a realidade das
coisas, e Ele é quem tem em suas mãos a continuação e o
desenvolvimento dos assuntos segundo como Ele o traçou, por
mais que se creia ao contrário. Todo o plano da economia de
Deus ha de realizar-se fielmente. Nada tem sido deixado ao azar.
O governo do Anticristo que virá na terra poderá aparecer com
muita glória e poder, mas será de pouca duração. Diz em
Apocalipse que as pessoas o adorarão, o admirarão e irá atrás
dele, e dirão: Quem é como a besta? Quem poderá lutar contra
ela? Vejam que glória! Quando se havia visto algo semelhante
em toda a história?*(3) Segundo a visão do apóstolo João, se
maravilhará toda a terra seguindo a besta.
*(3) Cfr. Apocalipse 13:3-4.

Os impérios bestiais
Por isso Deus tem revelado como vê Ele os reinos do mundo; ao
profeta Daniel e ao apóstolo João, em primeiro lugar. Daniel
recebeu uma revelação desses quatro impérios mundiais,
Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, nas figuras de quatro bestas,
porque não tem sido outra coisa. Cada besta revela exatamente
as características e qualidades do respectivo reino. A primeira
besta, um leão com asas de águia, simbolizava a grandeza do
império babilônico; a segunda besta, um urso com um lado mais
alto que o outro, e em sua boca três costelas entre seus dentes,
simbolizava a aliança devoradora e sangrenta dos medos e os
persas; a terceira besta, semelhante a um leopardo com quatro
cabeças e quatro asas de aves em suas costas, simbolizava o
veloz domínio do mundo por parte dos gregos; e a quarta besta,
espantosa e terrível, que era como uma mescla das três
anteriores juntas, mas com dez chifres, simbolizava o terrível
império romano. Todos esses governos têm sido bestiais e
satânicos, pois Satanás, o príncipe do mundo e da potestade do
ar, é o supremo ventríloquo que os manipula dos ares com sua
poderosa organização espiritual das trevas.*(4) Mas há uma
explicação do sonho. Leiamos ao profeta Daniel no capítulo 7:
"15 Quanto a mim, Daniel, o meu espírito foi alarmado dentro
de mim, e as visões da minha cabeça me perturbaram.16
Cheguei-me a um dos que estavam perto e lhe pedi a verdade
acerca de tudo isto. Assim, ele me disse e me fez saber a
interpretação das coisas:17 Estes grandes animais, que são
quatro, são quatro reis que se levantarão da terra".
*(4) Cfr. Daniel 10:12-13.

Temos que analisar por que a Palavra de Deus focaliza nestes


quatro grandes impérios. O Senhor revela o que não é
conhecido; por isso a revelação começa nos tempos do profeta
que a recebe. Antes da Babilônia havia dois grandes impérios
que alguma relação tiveram com o povo de Deus: Egito e Assíria.
No Egito o povo havia se multiplicado, mas haviam estado
escravizados; Assíria havia invadido o reino do norte e os havia
levado em cativeiro. Agora os quatro grandes impérios a partir
da Babilônia, todos submeteram à terra santa. Quando o Senhor
nasceu em Belém, a terra santa estava submetida pela quarta
besta, por Roma; e foi Roma quem ditou a sentença e o levou à
cruz. Todos estes impérios têm sido bestiais e satânicos; mas,
qual será o fim deles quando Satanás for encerrado no abismo?
Diz Apocalipse 20:1-3: "1 Então, vi descer do céu um anjo; tinha
na mão a chave do abismo e uma grande corrente.2 Ele segurou
o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu
por mil anos;3 lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre
ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem
os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco
tempo". Quando o Senhor regressar à terra e Satanás for
lançado ao abismo, imediatamente toda a estrutura de seu poder
cairá ao chão, como viu Daniel que se desmoronou toda a
imagem vista por Nabucodonosor. Ainda que todos esses
impérios mundiais tenham caído na história, todavia persiste a
estrutura de toda a imagem. O poder mundial que levará ao
poder ao anticristo aparecerá com algo do brilho do ouro
babilônico, terá muito do poder destruidor dos medos-persas,
algo da habilidade, destreza e ligeireza dos gregos, e possuirá,
sobre tudo, o espírito sanguinário e frieza do império romano.
Mas tudo isso será consumido com a chegada gloriosa do Senhor
Jesus Cristo.

"18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão


para todo o sempre, de eternidade em eternidade".

Quem são os santos do Altíssimo? A Igreja; sobre todo os


vencedores. E o caso é que a Igreja está pondo pouca seriedade
neste assunto do reino. E segundo a Palavra de Deus, o reino é
prioritário. "33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a
sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt.
6:33). Nós temos uma grande responsabilidade frente ao reino
de Deus. É uma ordem do Senhor que nos preocupemos pelo
reino muito acima de todos os nossos interesses e necessidades
particulares.

O REINO MESSIÂNICO NA PERSPECTIVA PROFÉTICA

Um chifre enigmático

"19 Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do


quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito
terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas unhas eram de
bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que
sobejava;20 e também a respeito dos dez chifres que tinha na
cabeça e do outro que subiu, diante do qual caíram três, daquele
chifre que tinha olhos e uma boca que falava com insolência e
parecia mais robusto do que os seus companheiros".
Aí é revelado a aparição do Anticristo, que surge destas últimas
nações que corresponde com os dez chifres da quarta besta e
com os dez dedos da estatua do sonho de Nabucodonosor.

"21 Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos
e prevalecia contra eles,22 até que veio o Ancião de Dias e fez
justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos
possuíram o reino".
Vemos na Palavra a revelação de que Deus nos tem feito reis e
sacerdotes; mas para reinar com Cristo temos que ser vencedor.
"23 Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na
terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a
terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços.24 Os dez chifres
correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo
reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente
dos primeiros, e abaterá a três reis.25 Proferirá palavras contra
o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar
os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por
um tempo, dois tempos e metade de um tempo".

Isso concorda com os três anos e meio revelados em Apocalipse


(cfr.
Apocalipse 13:5; 11:2).

Instauração do reino de Deus

"26 Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o


domínio, para o destruir e o consumir até ao fim.27 O reino, e o
domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão
dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino
eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão".

Se sabe que Cristo virá pronto, e vai estabelecer Seu reino, e os


vencedores da Igreja reinarão com Ele. Mas enquanto isso, todas
as nações estão sofrendo a tirania de Satanás. Inclusive o
moderno Israel está sofrendo essa escravidão. Quando voltará
Israel a estar sob o reino de Deus como antigamente? Até que
seja tirado todo poder dos gentios e até mesmo de Satanás (cfr.
Ro. 11:25). Diz a Palavra de Deus que a criação inteira está
aguardando ardentemente, gemendo com dores de parto, a
manifestação dos filhos de Deus e que a criação mesma será
libertada da escravidão a que tem sujeitado Satanás e suas
hostes malignas que a tem dominado (cfr. Romanos 8:19-22).
Há um mandato decisivo do Senhor de que nos encarreguemos
de difundir e pregar o evangelho do reino, mas devemos lutar
fortemente contra uma poderosa oposição comandada pelo
diabo. As hostes do reino das trevas estão organizadas
hierarquicamente nos ares. Cada nação ou província da terra tem
seu príncipe satânico, ajudado por incontáveis potestades,
dominadores, governadores das trevas e exércitos de anjos
caídos (cfr. Ef. 6:12). Eles são os verdadeiros inimigos, e a
Igreja é a única que não está sob o governo de Satanás e seu
reino tenebroso. A Palavra diz que Deus "Ele nos libertou do
império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor " (Col. 1:13). Também diz a Palavra que o Senhor disse ao
apóstolo Paulo que lhe enviava aos gentios "para lhes abrires os
olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de
Satanás para Deus" (Atos 26:18).

A Palavra de Deus revela que Cristo já está reinando agora; está


sentado no trono do Pai; e nós em cada localidade estamos
representando o reino de Deus. Para que o reino de Deus seja
bem representado em cada localidade, se deve estar guardando
a unidade do corpo de Cristo. As divisões na igreja dão a imagem
de um reino dividido. Quando Josué chega à terra prometida, ele
avança com o exército a seu comando, um só exército, para
tomar para Deus a terra prometida localidade por localidade. Mas
que na verdade agia com eles, e lhes dava a vitória, era Deus; e
vejam como lhes entrega a primeira cidade, a Jericó. Recordam o
quadro? Somente tiveram que obedecer a ordem de Deus, como
disse o chefe do estado maior do exército. Daremos seis voltas
na cidade em seis dias, e no sétimo dia proclamaremos a vitória
de Deus, dando nesse dia sete voltas. Disse Josué: Gritai, porque
o Senhor vos tem dado a cidade.*(1) e aquelas fortes muralhas
caíram derribadas como se fosse de papelão. Era a vitória de
Jesus Cristo. Mas em Jericó não se detiveram; seguiram tomando
as outras cidades, e Deus pelejava por eles e com eles, e iam
tomando localidade por localidade, para instaurar um começo e
modelo do reino de Deus sobre a terra. Nós temos essa missão:
ir tomando localidade por localidade, e ir estabelecendo o reino
em cada uma delas.
*(1) Cfr. Josué 6:15-21

Quem deseja realmente que venha e se manifeste o reino de


Deus? As pessoas recitam a oração do Pai Nosso, e dizem: " 9
Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;10 venha o teu reino; faça-se a tua
vontade, assim na terra como no céu" (Mt. 6:9-10). Mas se eu
digo ao Senhor: "Venha teu reino"; necessariamente que deve
vir em primeiro lugar a mim. Que o Rei (Cristo) reine em mim.
Tenha seu trono em meu coração, ponto central de minha vida. E
reinando em mim e reinando em ti, E reinando em cada um dos
irmãos, como conseqüência o Senhor reina na Igreja, e assim
então se está vivendo o reino. E o mundo poderá ver que Deus
reina em nós; isso é inocultável. Unos mais, outros menos, mas
o que não se submete, pois então há disciplinas, há provas, se
estabelecem instancias, o Senhor trata conosco. Que diz a
Palavra de Deus ao respeito? Quais são os princípios do reino?
Estudase com atenção, muitas vezes, o famoso sermão do
monte. Aí estão resumidos os princípios do reino, como devemos
viver; como nos comportar como filhos de Deus. Diz o Senhor ali
que nossa vida deve ainda ser mais rígida que a dos próprios
religiosos. "Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder
em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos
céus" (Mt. 5:20). Isso declara enfaticamente o Senhor. "Bem-
aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos
céus" (Mt. 5:3).

Então, quando ainda estava em vigência o governo da quarta


besta, já tem uma primeira manifestação a pedra não cortada
com mãos. Já se manifesta no cenário da terra santa. Em Mateus
3 diz a Escritura por boca de João o Batista; ele estava pregando
pelo deserto, mas abre sua boca para declarar algo de suma
importância: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus.3 Porque este é o referido por intermédio do profeta
Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do
Senhor, endireitai as suas veredas". Nesse momento todavia não
se manifesta; apenas se está aproximando; de maneira que já é
tempo de que se arrependam. Já está por perto o que o há de
manifestar, o que o há de reger. Logo no seguinte capítulo, no 4,
diz o Senhor em pessoa: " Daí por diante, passou Jesus a pregar
e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus". Todavia o reino nesse momento não havia chegado;
apenas estava próximo. Para sua manifestação tem o Senhor
que permanecer um tempo aqui desenvolvendo Seu ministério
terreno, e logo ser levado à cruz, onde morre por nossa
salvação, e logo ser sepultado, e logo ressuscitar, e logo
ascender aos céus e ser glorificado, e logo enviar Seu Santo
Espírito, a fim de que Seu Espírito nos traga a vida de Deus e
penetre e faça morada em nosso espírito e se faça um só com
nosso espírito, e comecemos realmente a fazer parte do novo
homem, do verdadeiro homem que há de reinar nesta terra, não
para o reino das trevas senão para Deus, Jesus e Sua Igreja,
trazendo com Ele o reino dos céus, e a representar o reino de
Deus nesta terra.
O Reino é a quinta-essência do evangelho
(Quinta Essência = O mais alto grau; o requinte, a plenitude, o auge:)
dicionário Aurélio

Nós fazemos hoje parte desse Rei, pois Ele nos tem feito reis e
sacerdotes; o Senhor nos tem elevado a essa posição gloriosa; e
a Palavra de Deus nos diz que devemos pregar o evangelho do
reino. Por exemplo, em Mateus 10 encontramos uma habilitação
e comissão dos doze discípulos mais íntimos do Senhor. Ali
vemos que eles foram comissionados e enviados, não sem antes
serem dotados de autoridade sobre os espíritos, para que os
expelissem, para sanar toda enfermidade e toda doença, como
selos divinos que garantiam a autenticidade da mensagem. O
reino dos céus é a quinta-essência do evangelho, mas eles não
iam pregar, dizendo: Já chegou o reino de Deus, pois Cristo não
estava reinando todavia, mas o Senhor decide enviá-los essa vez
com essa bendita mensagem precursora, como os primeiros raios
da alva anunciando a aparição do sol. Bom, vós ireis sair agora
"e indo, pregai, dizendo: O reino dos céus está próximo ".
Segundo o contexto vemos que aqueles homens levavam a
mensagem de salvação e liberação, mas a presença do bendito
Salvador e seu poder manifestado, também assegurava a
presença física do Rei, de maneira que era iminente a irrupção
em meio deles das graças espirituais próprias do reino dos céus.

Nós temos construído pequenos reinos em torno de nós. Há


coisas que para nós revestem tanta importância, que chegam a
monopolizar toda a nossa atenção. Subjetivamente podem estar
localizadas em qualquer canto de nosso coração, pois
objetivamente pode compreender algum aspecto de nosso
trabalho, de nossa ocupação cotidiana, de nossa economia, de
nossos amores e sentimentos, de maneira que se agiganta tanto
que se converte em nosso pequeno reino; e chega o caso em que
não admitimos que nada nem ninguém nos confronte frente a
aquilo. Não poucas vezes estamos desejando que se realize o
planejado por nós. Mais há algo que ocorre, e é que não temos
em conta que fazemos parte do corpo de Cristo, de Sua Igreja;
que o Reino é de Cristo, que devo me interessar por trabalhar
pelo Reino; e o caso é que em tudo isto está em jogo minha
própria participação na manifestação futura do Reino. Para que,
quando Cristo vier, eu possa participar nas bodas do Cordeiro e
na manifestação gloriosa do reino. É necessário que estejamos
participando agora na realidade desse reino na Igreja e
trabalhando por ele, obedecendo seus princípios e vivendo-o
ativamente nestes dias. Lembramos da parábola das dez virgens.

Se não fazemos assim, que diferença poderia ter com os gentios?


"32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois
vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;33 buscai,
pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt. 6:32-33). Quais são
as preocupações centrais dos gentios? Em o que comer, o que
beber, onde viver, o que manejar, como enriquecer-se, onde se
alegrar; isso é o que busca o mundo; e matam e roubam e
enganam e se enchem de inimizades e fazem guerra a fim de dar
feliz cumprimento a todas essas coisas. O mundo é uma só
rebatinha. A vaidade satisfaz o coração das pessoas sem Deus;
esse é seu interesse principal. Mas não façais vós assim, pois
vosso Pai celestial sabe que tens necessidade de comer, de beber
e de vestir-vos. Nós já estamos no reino; o reino de Deus tem
vindo a nós. Nós não vivemos abaixo da autoridade do príncipe
deste mundo, para seguir essa corrente de trevas, senão que o
nosso Reino tem um Rei Santo, um Rei de amor, mas também de
disciplina. Se nosso interesse primordial é buscar o reino de Deus
e sua justiça, então o Senhor cumprirá Sua palavra de prover-
nos o necessário, de abrir-nos portas de trabalho ou os meios
adequados para que tenhamos a tempo nossa comida, nossa
bebida, nossos vestidos, nossa moradia, e às vezes até para
nosso recreio, porque disso também temos necessidade. Ele sabe
que necessitamos de algum descanso temporário, nossas
pequenas férias; tudo isso sabe o Senhor. "E todas estas coisas
vos serão acrescentadas". Deus se compromete a isso em Sua
Palavra. Se tu trabalhas para o Senhor, Ele comprometidamente
te suprirá para suas necessidades.

Sacerdócio Real

Nós estamos localizados na Palavra nesse contexto. Nós estamos


sendo treinados para governar como reis e ministrar como
sacerdotes. Por exemplo, o apóstolo Pedro em sua primeira carta
nos declara: "4 Chegando-vos para ele, a pedra que vive,
rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e
preciosa,5 também vós mesmos, como pedras que vivem, sois
edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de
oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por
intermédio de Jesus Cristo.6 Pois isso está na Escritura: Eis que
ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem
nela crer não será, de modo algum, envergonhado.7 Para vós
outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os
descrentes, A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a
ser a principal pedra, angular8 e: Pedra de tropeço e rocha de
ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo
desobedientes, para o que também foram postos.9 Vós, porém,
sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de
propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz" (1 Pe. 2:4-9). Ali eles, os desobedientes; mas
vós sois linhagem escolhida. Para Deus somos uma raça
especial; já não somos nem judeus nem gentios. Originalmente,
Deus queria fazer de Israel uma nação sacerdotal, mas eles
caíram na idolatria e não se qualificaram. Nós agora somos reis e
sacerdotes, porque estamos em Cristo, que é Rei de reis e Sumo
Sacerdote. Note que Pedro não diz “sereis” e sim “sois”, no
presente. Somos linhagem escolhida, real sacerdócio. Para que
temos sido chamados? Para anunciar as virtudes Daquele que
nos chamou das trevas à Sua luz admirável; para anunciar as
virtudes do Rei. Para isso temos sido chamados por Deus, para
anunciar essas virtudes do Senhor e, claro, mostrá-las em nós
mediante um testemunho santo.
Em Apocalipse também aparece esta declaração. "E nos fez reis
e sacerdotes para Deus, seu Pai; a ele seja a glória e império
pelos séculos dos séculos. Amém" (Ap. 1:6). Nos fez. é um fato.
"9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro
e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua,
povo e nação10 e para o nosso Deus os constituíste reino e
sacerdotes; e reinarão sobre a terra" (Ap. 5:9-10). Fomos
tirados de toda linhagem e língua e etnia; aí estão as dez
virgens. Isso somos, e o seremos para toda a eternidade com o
Senhor. Em todo reino há um rei, e há um território que
compreende os limites do reino, e há súditos, mas também há
leis, há princípios morais e jurídicos, e há disciplinas. Os
princípios do reino de Deus são totalmente opostos e diferentes
aos princípios dos reinos do mundo. Eu creio que as leis e
constituições dos reinos do mundo que mais podem se
assemelhar aos princípios do reino de Deus são aquelas que se
baseiam em alguma medida na Palavra de Deus.

Restaurarás o Reino agora?


Então, irmãos, quem escreve isto que aparece em Apocalipse?
João, um dos doze apóstolos do Senhor Jesus Cristo. Quem
escreveu o que temos lido anteriormente? Pedro, outro dos doze.
Mas o curioso é que eles mesmos, João, Pedro, Mateus, Felipe,
André, Tiago e demais discípulos, já chegada a hora da ascensão
do Senhor, se aproximavam do Senhor para fazer uma pergunta.
O Senhor os havia convocado a que se reunissem no monte das
Oliveiras, mas eles, antes que o Senhor ascendesse ao céu, lhe
fizeram uma pergunta. É possível que todos esses dias
houvessem estado à expectativa de cada palavra, de cada
movimento do Senhor depois de haver ressuscitado. Que glória,
que dias aqueles! O que virá agora, João? O Que poderá suceder
nestes dias, Pedro? e perguntaram diretamente a Ele. Se não for
agora, poderemos ter outra oportunidade? "6 Então, os que
estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo
em que restaures o reino a Israel?" (At. 1:6). Eles, seus íntimos
amigos e discípulos, tinham essa preocupação; eles sabiam
acerca das promessas de Deus sobre o reino. E também criam
que Jesus era o verdadeiro Rei messiânico; logo foram
testemunhas de como o Senhor se entregou para que o
matassem; que voluntariamente se entregou para que o
julgassem e o levassem à cruz, pois também, Ele poderia
esquivar e fugir com seus discípulos; ir longe. Pedro mesmo
havia insinuado (cfr. Mateus 16:22). Tudo isso puderam estar
eles pensando dias antes. Mas se deixou matar. Bom,
ressuscitou. Aleluia! Mas, o que segue agora? Agora vemos que
ele vai. Isto o que é? Há algumas coisas agora que não
entendemos. Por isso perguntam ao Senhor ressuscitado e nas
portas da ascensão, se ele ia restaurar o reino a Israel nesse
tempo.

A pergunta dos discípulos do Senhor Jesus, quanto à restauração


do reino, é legítima e correta, tendo em conta que eles
conheciam muito bem as profecias do reino messiânico
prometido a Israel, reino para o qual seria restaurado o trono de
Davi, e ocupado por um descendente direto dessa linhagem real.
Mas o que ignoravam os discípulos do Senhor era que o Senhor
Jesus haveria de chegar à glória do reino através da cruz e
mediante a prévia edificação da Igreja, pois, como era (e segue
sendo) a pauta em geral dos judeus, eles não viam na profecia
bíblica senão uma só parousia do Messias. Os israelitas não tem
vislumbrado ainda que na primeira vinda o Messias teria que
submeter-se ao sofrimento e à morte, logo de sua ressurreição
viria a glorificação, e mediante a vinda do Espírito Santo,
conformar um corpo elite que estaria reinando com Ele, e por fim
regressar em glória e poder a estabelecer o reino, conforme as
Escrituras.

Mas, irmãos, meditemos nisto. A eles, aos judeus, levaram


cativos a Babilônia, e mesmo que um remanescente regressou
em tempos dos medos-persas, seguiram sob o domínio
estrangeiro; logo vem um terceiro império mundial governado
pelos gregos, e seguem sob o domínio estrangeiro. Inclusive o
historiador Flavio Josefo narra em um de seus livros, como
receberam apoteoticamente a Alexandre O Grande em
Jerusalém, mas ele não disse aos judeus: Venho a dar-lhes a
liberdade, não; vocês seguirão sob meu jugo.*(2) Então nos
tempos da Babilônia os judeus estavam abaixo do domínio
estrangeiro; nos tempos dos medos-persas, também; abaixo do
governo grego, também; abaixo dos romanos, também, e nada
que Deus restaura o reino. Estava Deus fazendo algo para
restaurar o reino? Claro que sim, mas a seu devido tempo. Já
havia se manifestado o Rei, mas faltava algo. Seus discípulos
não entendiam os movimentos de Deus, e por isso lhe
perguntam: Senhor, restaurarás o reino a Israel neste tempo?
Como quem diz: Vimos-te ressuscitar, vimos teu poder, como
ressuscitastes, como transpassas as paredes, como te fazes
invisível, como logo restauras tua visibilidade, como comes a
vontade, como caminhas ou voas se quiseres; logo tu tens poder
para restaurar o reino a Israel neste tempo. Cremos que tu és o
Rei. O restaurarás? Já te vais. O que é que está impedindo? Eles
não entendiam nada, irmãos, devido a que eles viam tudo isso
através de uma lente muito humana, como pensando: Bom, o
Senhor pode agora chamar para acertar contas a todos aqueles
que o crucificaram; pode chamá-los ao jugo e subjugar a Pilatos
e a todo o império romano, incluindo o césar romano. Aqui
estamos nós para governar contigo. O que impede agora?
*(2) Flavio Josefo. Antigüidades dos Judeus. Tomo II. Cap.
VIII, 5, p. 256.

Mas eles não sabiam que o reino de Deus é diferente. Ao reino de


Deus tem que se ver e compreender profundamente; e a carne
não pode ver nem muito menos entrar nesse reino. A mente
carnal não pode compreender o reino de Deus.*(3) Quando o
espírito de Adão morreu sem haver comido da árvore da vida,
senão que em troca havia comido da árvore do conhecimento do
bem e do mal, o espírito se apagou e, em contrapartida,
começou a erguer-se e a crescer a alma; e quando a alma se
engrandece, seu centro neurálgico é o ego, o eu. Esse constitui o
centro da alma. Tu que opinas? Eu não quero isso; eu prefiro
este outro. Eu sou o que mando. Eu sou Hitler, e vou dominar o
mundo. Essa é a alma humana. Por isso diz o Senhor: "Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua
cruz e siga-me" (Mt. 16:24). Decide-se não o fazer, não pode
seguir a Cristo; não o entende. O eu e Cristo não podem
caminhar juntos a menos que haja uma renovação da alma. Diz
Paulo que as coisas de Deus a carne não pode entender; ou seja,
o homem natural ou o crente carnal; *(4) e a alma é a parte da
carne quando não tem sido renovada. Falando do reino de Deus,
disse o Senhor a Nicodemos que ninguém pode ver o reino, nem
muito menos entrar nele a menos que nasça de novo para esse
reino; deve experimentar um novo nascimento, de cima, para
que possa a vida de Deus entrar em seu espírito e dar a vida
incriada; e assim poderá ver coisas que nunca antes havia
podido ver.*(5)
*(3) Cfr. 1 Coríntios 2:14
*(4) Cfr. 1 Coríntios 3:1-4
*(5) Cfr. João 3:1-7

Nós, pela misericórdia do Senhor, temos chegado a ter a vida de


Deus, então podemos ver o reino de Deus; devemos, pois, ver o
momento crucial que estamos vivendo, e não seguir navegando
no barco de nossa alma. Embarquemo-nos com o Senhor;
entremos no reino de Deus. Eles quiseram ver estabelecido o
reino de Deus nesse tempo.

Mas nesse momento quem poderia compreender? Quem conhecia


a Cristo? Quem? Nem sequer eles mesmos o conheciam bem.
Para eles conhecer a Cristo tiveram que receber o Espírito Santo
no dia de Pentecostes; e quando eles receberam o Espírito no dia
de Pentecostes, neles houve uma verdadeira revolução, e se lhes
tirou dos olhos um grosso véu, e puderam ver a realidade de
quem realmente eram eles, de quem era Deus e Seu Cristo, de
quais são os propósitos de Deus.

As vezes nós nem sequer nos assomamos a meditar nessa


realidade e pensar no poder que temos. Diz Mateus 12:28: "Se,
porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é
chegado o reino de Deus sobre vós". Isso só pode realizar uma
pessoa que tenha o Espírito de Deus, e esteja dentro dos
parâmetros do reino de Deus. Porque o outro reino, o das trevas,
já está julgado e vencido; seus dias estão contados. O decreto já
foi expedido contra Satanás e as hostes espirituais de impiedade.
"Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu
príncipe será expulso" (Jo. 12:31). Diz o irmão Pember: "Esta
sentença ainda não tem sido aplicada; mas acontecerá,
aparentemente, quando Satanás for amarrado e lançado
por mil anos ao abismo (aquela profundidade ardente no
centro da terra), que, segundo a Escritura, é o cárcere dos
que morrem perdidos. Assim, ele sofre a primeira morte
durante o Milênio e, depois, a segunda, ao ser lançado no
lago de fogo e enxofre (veja Is. 24:21,22; Ap. 20:1,2;
20:14)".6 Vemos que a sentença foi pronunciada, mas Satanás
não tem sido destituído de seu cargo governamental nem
despojado de seu título de príncipe deste mundo, até que seja
acorrentado e lançado ao abismo; entretanto os vencedores na
Igreja estão no reino de Deus, e representam o poder e a
autoridade de Deus, sobre todas as trevas. *(6) George
Hawkins Pember. "As eras mais primitivas da terra". Cap.
2, pág. 59

Voltamos a Atos 1:6. Aí há algo que o Senhor nos quer dizer.


"Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será
este o tempo em que restaures o reino a Israel?" Ali não se
reuniram quaisquer pessoas; se reuniram o Senhor e Seus
discípulos mais íntimos.

Perguntaram-lhe: "será este o tempo em que restaures o reino a


Israel?" Como se dissessem, seguiremos nós sob o jugo romano?
Isso era o que eles pensavam. Não temos por que especular,
mas às vezes fico pensando coisas e me coloco na cena dos
quadros bíblicos. Depois de três anos e meio de estarem
escutando do Senhor tantas parábolas onde lhes dizia que era
necessário que Ele se fosse e enviasse Seu Espírito e mais tarde
voltasse para estabelecer Seu Reino, etc., e agora saem com
essa pergunta. Bom, mas o Senhor, com paciência e muito amor,
responde aparentemente com uma evasiva, dizendo: "Não vos
compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua
exclusiva autoridade". Não compete a vós saber os cronos ou os
kairós, os tempos ou as épocas que o Pai pôs em sua exclusiva
autoridade. O Pai tem tudo bem planejado; mas para que ocorra
tudo o que vocês me estão perguntando, para que se estabeleça
o reino, é necessário que o dia que regresse Cristo, todos o
vejam e saibam todos quem é o que vem, e, por ele mesmo,
muitos correrão a esconder-se debaixo das pedras e nas covas
dos montes. E saberão perfeitamente quem vem. Naquele dia da
pergunta, ninguém sabia quem era Jesus de Nazaré, só uns
pouquinhos. Para isso era necessário que primeiramente
ocorresse a extensão desse conhecimento entre os homens, e
por isso lhes seguiu dizendo: " 8 mas recebereis poder, ao
descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra".

A restauração do Reino e exaltação do Rei messiânico só tem


desenvolvimento e final cumprimento segundo o plano eterno e a
sabedoria de Deus. Ali o Senhor fala de tempos e épocas (cronos
e kairós). Deus sabe exatamente quando deve ocorrer tudo; Ele
e só Ele sabe o tempo. Cada coisa deve estar pronta, disposta,
tanto na história secular como na Igreja, e ainda nos âmbitos
espirituais da maldade. Deus vai se revelando e dispensando-se
ao homem no curso da história, a fim de que o homem objeto de
sua revelação e de sua luz, esteja atento às manifestações
celestiais, e Deus tem um tempo apropriado para o cumprimento
de Seus propósitos. A colheita não se pode recolher senão até
que esteja madura, e Ele sabe quando estará madura. O reino
não pode se manifestar antes que os acontecimentos, a Igreja, a
sociedade, o aspecto político e econômico do mundo, a
globalização, a apostasia, o estado moral humano estejam em
seu ponto. Antes da segunda vinda de Cristo, Ele tem que haver
terminado de formar um povo que há de reinar. Para isso é
necessário que o Senhor qualificasse os Seus discípulos,
começando pelos doze, com a vinda do Espírito Santo, e lhes
foram abertos seus olhos, e receberam poder para testificar, por
todas as nações e através do tempo, que Jesus Cristo, o Filho de
Deus, é o Senhor que ressuscitou da tumba, e que há de vir a
reinar. Quando eles formularam a pergunta sobre a restauração
do reino, nesse momento o Senhor quis dizer com sua resposta:
Agora, todavia não é o tempo; há tantas coisas que vocês devem
saber; nada tem amadurecido, nem vocês mesmos; vocês
mesmos devem abrir seus olhos, pois devem seguir semeando, "
8 mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judéia e Samaria e até aos confins da terra".

A Bíblia diz que chegou esse poder a eles com a vinda do Espírito
Santo no dia de Pentecostes, e houve um tempo quando Pedro ia
caminhando, e traziam os enfermos, mas havia tanto o que
fazer, e seguramente não havia tempo para atender um por um,
então somente com a sombra de Pedro, os enfermos eram
curados pelo poder de Deus (cfr. Atos 5:12-16). Quando veio o
Espírito Santo, Seus discípulos começaram a dar testemunho
verdadeiro do que realmente é Jesus Cristo. Enquanto regresso,
vós dareis testemunho realmente do que é o reino; dareis
testemunho realmente de qual é o poder de Deus. Dareis
testemunho primeiramente em Jerusalém (a localidade onde
estavam residindo), dareis testemunho na Judéia (a província
onde viviam), em Samaria (a província vizinha) e até os confins
da terra, chegando à mensagem a todos os continentes da terra,
e chegou até a Colômbia, a Bogotá, e a Sogamoso, a Cúcuta, a
Santa Marta e a Barranquilla. Chegou a nós este testemunho do
Senhor Jesus; e agora o Senhor tem estabelecido em nós Seu
reino. Agora em nós há uma realidade do reino; logicamente que
quando Ele vier vai haver uma manifestação, mas hoje nós já
vivemos no reino. Se nós queremos participar das bodas do
Cordeiro e do reino milenar, devemos reinar desde agora com
Cristo; que Ele reine sobre nós, e assim nós estamos reinando,
sendo vencedores. E todos os entes das trevas tremam ante o
nome glorioso do Senhor Jesus Cristo. " 9 Ditas estas palavras,
foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o
encobriu dos seus olhos.10 E, estando eles com os olhos fitos no
céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de
branco se puseram ao lado deles11 e lhes disseram: Varões
galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que
dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir ".
Ao ser glorificado, o Senhor Jesus começou a reinar, sentado à
destra de Deus, até que todos seus inimigos sejam postos por
estrado de Seus pés (cfr. Mt. 19:28; He. 1:3; 10:12; Ap. 3:21).
A seu devido tempo regressará a esta terra cheio de glória,
poder e majestade. Que o Senhor Jesus abra nossos olhos para
que possamos vê-lo e vivê-lo, e levá-lo profundamente conosco a
uma realidade.

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