Aps - Fernanda S Toigo 2015
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1 INTRODUÇÃO
2REFERENCIAL TEÓRICO
avalia que o afastamento entre ambos é reciproco, sendo uma das primeiras teorias a tentar
explicar o processo de envelhecimento (Both; Kujawa; Wobeto;Savaris,2012).
As ligações transgeracionais referem-se à quanta atenção é dada aos papéis de avós e
bisavós pela sociedade contemporânea, de acordo com Andretta e Oliveira et al. (2012) podem
ser observados tensão e discordância nas relações transgeracionais e isso pode vir a interagir
com as crenças do coorte em relação a estrutura familiar e normas.
O contexto situacional refere-se as atitudes que o idoso tem com relação ao seu próprio
envelhecimento, compreendendo como ele interioriza os estereótipos negativos que são
relacionados ao envelhecimento. Nesse ponto o terapeuta deve avaliar os seus próprios valores
sobre o assunto. Ao final, vem a saúde física que se refere a pesquisa que o terapeuta deve fazer
sobre possíveis doenças presentes no paciente, bem como investigar seu histórico de saúde
(Andretta;Oliveira et al., 2012).
Com relação as cognições chave, Andretta e Oliveira et al. (2012) trazem que alguns
temas surgem constantemente nas crenças disfuncionais dos idosos, como por exemplo, motivo
de perdas e transições, fatores esses que com frequência levam o idoso a procurar a terapia.
Essas perdas estão relacionadas não apenas a perda de entes queridos, mas também a perdas de
autonomia, perda dos papéis sociais, perdas físicas, dentre outros. Já as transições
compreendem as experiências como a aposentadoria, mudanças em relações transgeracionais
ou em papéis assumidos, fatores que podem vir a causar pensamentos negativos. Alguns autores
que abordam o assunto, referem que as distorções cognitivas características do envelhecimento
tem relação com à dificuldade que o idoso tem de adaptar-se as perdas. Ainda segundo Andretta
e Oliveira et al. (2012), para amparar esses pacientes é necessário identificar as suas
significações subjetivas, verificar suas distorções cognitivas e seus pensamentos disfuncionais
e após isso, o terapeuta precisa encontrar modos de pensamentos alternativos para a situação,
deixando com que o cliente tenha certo ajustamento.
Para Andretta e Oliveira et al. (2012) o papel da TCC é identificar as distorções
cognitivas e auxiliar o cliente para que ele diferencie o que são sintomas causados por
pensamentos depressivos e sintomas que são reais. Desta forma, é preciso focar em estratégias
de compensação das perdas e dar ênfase aos ganhos. Como propõe o modelo chamado de
“otimização seletiva por compensação”, que a partir de registros de atividades físicas e
intelectuais do idoso, foca em ampliar o uso dessas capacidades no dia a dia e usar isso para
que ele possa desempenha-las melhor, ao final o idoso passa a compensar suas capacidades que
estão reduzindo pelo aumento daquelas que são mais estáveis, permitindo uma vida mais
independente fazendo com que o indivíduo mantenha sua autoconfiança.
Nos aspectos que se referem ao relacionamento interpessoal do cliente com o terapeuta,
pode-se dizer que este é fundamental em qualquer TCC, esse processo de relacionamento tem
como características principais as crenças e sentimentos do cliente em relação a terapia e ao
terapeuta, como também as crenças e sentimentos do terapeuta em relação ao seu cliente.
Muitas vezes os idosos têm a crença de que são “muito velhos” para mudar, internalizam um
estereótipo negativo o que faz muitas vezes o idoso não buscar ajuda para seus conflitos e
problemas, mas caso procurem ajuda, podem ter a expectativa reduzida em relação ao
tratamento terapêutico (Andretta;Oliveira et al., 2012).
Outro aspecto a ser citado na relação entre paciente e terapeuta é a diferença de idade
entre ambos. Conforme Andretta e Oliveira et al. (2012), essa diferença pode fazer com que o
idoso questione a habilidade do terapeuta em ser empático. Também segundo as autoras, o idoso
entende que ser “paciente” é ser um receptor passivo da ajuda do especialista, por isso a
passividade é considerada um problema na psicoterapia com os idosos, contudo, o idoso deve
ser encorajado a gerar novos comportamentos e táticas e não somente esperar as sugestões do
terapeuta. Para que esse encorajamento aconteça é necessário resgatar sobre a natureza
colaborativa da TCC constantemente. De tal modo, são recomendadas as aplicações de técnicas
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psicossociais tem se mostrado com efeitos positivos, indicando que está seria a primeira opção
para fins de inclusão e desenvolvimento de rede.
O intuito da TCC em grupo é fazer com que os integrantes do grupo sejam seus próprios
terapeutas e de modo adaptativo se preparem para enfrentar situação de estresse que podem
surgir ao longo da vida (Both; Kujawa; Wobeto;Savaris,2012).
Aludindo sobre a TCC com pessoas dementadas, Andretta; Oliveira et al. (2012)
mencionam que ainda é pouco referida na literatura, contudo, há relatos de efeitos positivos
principalmente com relação a sintomas depressivos e no relacionamento do paciente com o
cuidador. Nos casos de pacientes com demência leve ou inicial são aconselhadas técnicas
cognitivas e comportamentais adaptadas para enfocar em seu treinamento e na reabilitação
cognitiva. Também são eficazes as trocas de estratégias de enfrentamento e resolução de
problemas, diminuindo os sentimentos de isolamento certificando ao paciente a ideia de que ele
não é único, contudo, as pesquisas mais comuns estão relacionadas aos cuidadores desses
pacientes auxiliando o mesmo a dar conta de elementos que caracterizam o cuidado com o
paciente dementado.
3 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão bibliográfica, com a consulta de
artigos científicos, livros relacionados ao tema do envelhecimento humano, bem como sobre a
Terapia Cognitivo-Comportamental. Desta forma, o trabalho é caracterizado como uma
pesquisa bibliográfica pois, de acordo com Mascarenhas (2012) a pesquisa bibliográfica
consiste na investigação de análises que já constam em livros, artigos, periódicos, enciclopédias
entre outros, ou seja, o pesquisador realiza um levantamento bibliográfico.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entre os principais resultados obtidos através desse levantamento, pode-se citar que a
Terapia Cognitivo-Comportamental ao tratar de idosos deve levar em conta alguns aspectos
mais específicos adequados ao envelhecimento, como défices cognitivos, disfunções graves de
comportamento ou transtornos de personalidade, também é necessário considerar questões
motivacionais do idoso e sua aceitação para a terapia.
Com relação a avaliação do caso, o terapeuta deve usar de um modelo adequado ao
envelhecimento, levando em conta por exemplo, as crenças de coorte, os papéis assumidos, o
contexto sociocultural do idoso, as ligações intergeracionais e sua saúde física. Ao identificar
as cognições-chave do idoso, o terapeuta deve considerar questões como as transições, as
crenças do cliente e suas próprias crenças, pois o sucesso do tratamento também é influenciado
por essa questão.
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Com relação ao terapeuta pode-se referir que o mesmo necessita estar claro sobre as
características que dizem respeito ao seu cliente, desse modo deve avaliar também os seus
próprios valores sobre o envelhecimento e o idoso.
Pode-se mencionar ainda que a finalidade da TCC é identificar as distorções cognitivas
e auxiliar o paciente para que ele diferencie o que são sintomas causados por pensamentos e
sintomas reais. Além disso, pode ser referido que um dos principais interesses dos idosos na
terapia são as metas possíveis e a curto prazo. Esses projetos devem focar-se em aumentar a
rede social do idoso e além disso aumentar suas atividades que produzam bem-estar, porém
cada caso deve ser avaliado individualmente.
Outra questão a ser mencionada é o estereótipo de doente mental, esta crença é bastante
forte na população idosa, os idosos acabam percebendo a terapia como “lugar de louco” desta
forma acabam tornando-se a resistentes a terapia ou por vezes chagam a terapia por insistência
ou exigência dos parentes. No caso dos familiares, para que o tratamento seja realmente eficaz
é necessário apoio da família, pois o sucesso do mesmo está diretamente ligado a esse
envolvimento. Os familiares têm a função de coterapeutas no ambiente fora do consultório.
Mesmo que haja conformidade na literatura quanto aos benefícios gerados pela
psicoterapia também se faz necessário aprofundar o conhecimento sobre quais aspectos dessa
prática favorecem resultados positivos (Dourado; Sousa; Santos,2012). São necessários mais
estudos para que se compreendam as características do processo terapêutico na velhice,
tornando-o mais efetivo e com implicações que não apenas diminuam os sintomas, mas que
também ofereçam uma longevidade com mais qualidade (Andretta; Oliveira et al., 2012).
Ao considerar o processo natural de envelhecimento, é preciso pensar em estratégias
que ajudem a chegar à velhice com mais qualidade de vida possibilitando desfrutar da
assistência adequada oferecida pela sociedade onde esses idoso estão inseridos (Both; Kujawa;
Wobeto;Savaris,2012).
5 REFERÊNCIAS
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia Científica. 6ª Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2006.
PARENTE, M.A.M.P., [et al.] Cognição e envelhecimento. Porto Alegre: Artimed, 2006.
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