Avaliação Educacional em Enfermagem
Avaliação Educacional em Enfermagem
Avaliação Educacional em Enfermagem
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3
6 DA AVALIAÇÃO ............................................................................................................. 28
16 DISPOSITIVOS: .............................................................................................................. 47
17 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 49
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
Fonte: www.faculdadearapoti.com.br
3 ENSINAR E APRENDER
4
comportamentos, sendo que estas atividades estão centradas no aprendiz, sendo este
o responsável por sua aprendizagem.
A finalidade verdadeira da aprendizagem segundo Depresbiteris (2007) consis-
tem resolver situações, e em alguns casos, criar, recriar soluções na interação entre
estudantes diferentes, pois, para a autora o estudante aprende quando consegue ul-
trapassar conflitos gerados pela confrontação de pontos de vista no seio de um grupo.
Fonte: rosanaflor.pbworks.com
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Dessa forma, o ensino não existe por si mesmo, mas na relação com a apren-
dizagem. “Ensinar e aprender, pois, são duas facetas do mesmo processo [...]” (LIBA-
NÊO, 1994, p. 55), são, portanto ativos, tanto do ponto de vista do professor quanto
do estudante. Independente do modelo teórico/conceitual adotado nas instituições de
ensino, que orienta a escolha das estratégias a serem empregadas e medidas avalia-
tivas no processo ensino aprendizagem, Abreu e Masseto (1990) elencam alguns prin-
cípios comuns a todos os que se preocupam com a aprendizagem do estudante.
São eles:
Toda a aprendizagem precisa ser significativa para o aprendiz e isso exige que
a aprendizagem se relacione com o seu universo de conhecimentos, lhe permita for-
mular problemas e questões que o interessem, entrar em confronto experiencial de
natureza social, ética, profissional relevantes, participar com responsabilidade do pro-
cesso de aprendizagem e o ajude a transferir o que aprendeu para circunstância da
vida e suscite modificações no comportamento e na personalidade do aprendiz;
Toda aprendizagem é pessoal, a aprendizagem envolve mudança de compor-
tamento ou de situação do aprendiz;
Toda aprendizagem precisa visar objetivos realísticos, que possam de fato ser
significativos para o estudante;
Toda aprendizagem precisa ser acompanhada de feedback imediato. A apren-
dizagem se faz num processo contínuo e o feedback fornece ao estudante e ao pro-
fessor dados para corrigir e reiniciar a aprendizagem;
Toda aprendizagem precisa ser embasada em um bom relacionamento inter-
pessoal (estudante, professor e colegas de turma).
Sendo assim, a função do professor, para Demo (2006), é cuidar da aprendiza-
gem do estudante no rumo da autonomia, com afinco, dedicação, sistematicidade e
persistência. Em contrapartida para Mizukami (1986), com sentido complementar, o
professor torna-se um facilitador da aprendizagem, devendo para isso, ser autêntico
e congruente, sendo a autenticidade e a congruência consideradas para esta autora
condições facilitadoras da aprendizagem, as quais, por sua vez, irão facilitar um pro-
cesso de autenticidade ou congruência na pessoa ajudada. Nesta perspectiva Demo,
(2006) traz a avaliação como procedimento essencial, que contribui neste processo
de aprendizagem do estudante.
6
Fonte: www.unochapeco.edu.br
“Falar da avaliação é uma tarefa difícil. Difícil por ser um assunto que gera
controvérsias entre estudantes, professores, diretores, especialistas e outros
elementos, ligados direta ou indiretamente ao processo ensino e aprendiza-
gem; as posições geralmente são radicais: alguns defendem a avaliação
como se ela significasse a resolução de todos os problemas educacionais;
outros a atacam bradando morra a avaliação!, desconsiderando seu impor-
tante papel de informação e orientação para a melhoria do ensino. Difícil,
também, em virtude da extensa gama de variáveis que a avaliação abarca,
desde as que se referem ao macro aspectos socioeconômicos e, sobretudo,
políticos, até as que se relacionam a aspectos metodológicos mais específi-
cos, ligados à definição de critérios, elaboração de instrumentos, formas de
análise e interpretação de resultados”.
Fonte: 1.bp.blogspot.com
Fonte: 3.bp.blogspot.com
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tivos e sociais. [...] para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na cons-
trução do seu saber. [...] a avaliação assume um sentido orientador e coope-
rativo. ”
Fonte: static.wixstatic.com
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ação –produto, o qual em si, deverá ser positivo, pois para isso terão sido
feitos investimentos, incluindo os decorrentes de tomadas de decisões subsi-
diadas pela investigação avaliativa atrelada à ação” (p. 172-173)”
Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com
“à avaliação não deve reduzir-se à medida, que ela não se limita aos instru-
mentos, tampouco se satisfaz com objetos definidos que possam ser cabal e
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acabadamente explicados. [...] é um universo de significações abertas, ad-
quire força e se expande por meio de processos de interatividade ou de co-
municação intersubjetiva e construção coletiva. A avaliação assim compreen-
dida é uma prática social orientada, sobretudo para produzir questionamentos
e compreender os efeitos pedagógicos, políticos, éticos, sociais, econômicos
do fenômeno educativo, e não simplesmente uma operação de medida e
muito menos um exercício autocrático de discriminação e comparação” (DIAS
SOBRINHO 2003, p.176-77)”.
Fonte: gai.espjs.edu.pt
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“Em todos os casos, a avaliação não é um fim em si. É uma engrenagem no
funcionamento didático e, mais globalmente, na seleção e na orientação es-
colares. Ela serve para controlar o trabalho dos alunos e, simultaneamente,
para gerir os fluxos”
Sendo assim para este autor a avaliação só tem sentido à medida que contribui
para que o professor conheça melhoro estudante, constate o que está sendo apren-
dido e, possa adequar o processo de ensino aprendizagem.
Nesta direção Hoffman (2005a) configura a avaliação como “mito e desafio”. O
mito decorrente da reprodução e perpetuação da avaliação tradicional, permeada pelo
controle e autoritarismo, e que precisa ser vencida. Para isso, o professor deve rea-
valiara sua prática avaliativa, buscando a compreensão das dificuldades, na perspec-
tiva de melhores resultados da aprendizagem, sendo este o maior desafio. Avaliação
deve ser “mediadora e contínua”.
Fonte: ielts7band.net
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conversando, convivendo, organizando o cenário dessa interação, fazendo a
pergunta mais desafiadora possível, escutando o silêncio, se for o caso. O
professor mediador é o avaliador essencial. Cuidar para que o estudante
prenda mais e melhor, todos os dias. Isso é avaliar”. Hoffman (2005b, p: 2-3)
Hadji (2001, p: 09) coloca que a avaliação traz a ideia de “avaliar os alunos para
fazer com que evoluam melhor”, o que é por ele designada de "aprendizagem assis-
tida por avaliação". Segundo Hadji (2001) a avaliação com este sentido, é capaz de
compreender, tanto a situação do aluno, quanto de “medir” seu desempenho; forne-
cer-lhe indicações esclarecedoras, mais do que oprimi-lo com recriminações; preparar
a operacionalização das ferramentas do êxito, mais do que resignar a ser apenas um
instrumento do fracasso.
Fonte: robertolazarosilveira.com.br
Fonte: www.educacaopublica.rj.gov.br
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Contudo, Luckesi enfatiza que mesmo sabendo disso, tem-se insistido nessa adjeti-
vação com a finalidade de chamar a atenção dos professores para a necessidade de
que seja diferenciado o ato de avaliar (diagnóstico), do ato de examinar (classificató-
rio).
Neste sentido, Luckesi considera que avaliar é diagnosticar, e diagnosticar no
caso da avaliação para este autor é:
Fonte: image.slidesharecdn.com
“[...] toda avaliação podia ser diagnóstica, na medida em que identifica certas
características do aprendiz e faz um balanço, certamente mais ou menos
aprofundado, de seus pontos fortes e fracos. A peculiaridade da avaliação
prognóstica seria a [...] função de permitir um ajuste recíproco aprendiz/pro-
grama de estudos [...]”.
Sob essa perspectiva, Libanêo (1994) acrescenta que a função diagnóstica per-
mite identificar progressos e dificuldades dos estudantes e a atuação do professor
que, por sua vez, determinam modificações do processo de ensino para melhor cum-
prir as exigências dos objetivos educacionais.
Diante desta referência, Libanêo considera que na prática cotidiana, a avalia-
ção diagnóstica deve ocorrer no início (verificação dos conhecimentos prévios –etapa
de sondagem), durante (acompanhamento do progresso dos estudantes, apreciando
os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo dúvidas, estimulando-os a continuarem
trabalhando até o alcance dos objetivos propostos), e ao final do desenvolvimento do
ensino e da aprendizagem (a avaliação global que cumpre a função de realimentação
do processo de ensino).
Sendo assim, Hass et al (2003), diz que para usar a avaliação como indicador
dos conhecimentos já adquiridos pelo estudante, suas possibilidades e dificuldades,
o professor precisa vê-lo como parte de um todo, conhecer o mínimo sobre este estu-
dante, suas condições de vida, meio social, valores, expectativas referentes à apren-
dizagem, ao conhecimento e ao mundo.
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ação formativa reguladora é vista sob a perspectiva de um processo deliberado e in-
tencional, tendo como objetivo, controlar os processos da aprendizagem para que
possa consolidar, desenvolver ou redirecionar essa mesma aprendizagem.
Fonte: gesole.org
17
Fonte: petpedufba.files.wordpress.com
18
Esta avaliação, portanto, segundo Haas et al (2003), elimina a ideia de que tudo
deve estar pronto, prescrito, padronizado. A partir dessas considerações percebe-se
que não há uma fórmula, nenhum modelo pronto a ser seguido no emprego da avali-
ação formativa. Os instrumentos à disposição podem ajudar, ou não, depende de
como são empregados. O objetivo da avaliação formativa, é ajudar o estudante a ana-
lisar sua prática, a conhecer os objetivos e a encontrar a melhor maneira de realizar
as tarefas propostas.
Desse modo, na avaliação formativa, o professor deixa de ser o “examinador”
e o estudante o “examinado”. Estes dois atores, são protagonistas, atuam em parceria,
sem com isso perder o rigor e a seriedade que a avaliação impõe, sem retirar a res-
ponsabilidade do professor, possibilitando que o estudante participe do processo, fa-
vorecendo a retroalimentação a caminho da aprendizagem.
Sendo assim, para cuidar da aprendizagem, é preciso avaliar sempre (...).
Quem cuida, não perde de vista. Avaliação precisa ser “pedagogia”, não instrucio-
nismo. É crucial respeitar a ética da avaliação, em sua lógica e em sua democracia.
Acima de tudo está o direito de aprender“ (DEMO, 2006, p. 80):
19
Fonte: www.educacaopublica.rj.gov.br
20
dante, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resul-
tados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais” (FRAUCHES, FAGUN-
DES, 2007: p.67).
Sendo assim, a avaliação somativa deve ser entendida como uma consequên-
cia lógica da avaliação formativa, contextualizada nas práticas avaliativas, não de-
vendo ser empregada como prática pontual. Se assim for estar-se-á vinculado a uma
prática pedagógica tradicional.
Poucas coisas são tão problemáticas no ensino superior quanto o ato de avaliar
a aprendizagem do estudante, e parece que está problemática relaciona-se direta-
mente à inadequação da prática pedagógica pelo professor, em específico, o seu des-
conhecimento sobre quais critérios e procedimentos de avaliação empregar.
A avaliação voltada ao processo de ensino aprendizagem deve ser compatível
aos motivos que a impulsionam e a finalidade para a qual está dirigida dentro de uma
proposta pedagógica de ensino. Isto é, a coerência significativa entre o motivo para o
qual se avalia e a sua finalidade, constitui-se em importante condição para uma prática
avaliativa integradora, coerente, embasada em critérios claros, capazes de determinar
a natureza e quantidade de mudanças efetuadas no comportamento do estudante em
função dos objetivos definidos e das estratégias de ensino planejadas.
21
Fonte: www.efdeportes.com
Este planejamento segundo Gil (2012); Luckesi (2011); Severino (2008) citados
por Klein (2012) deve ser iniciado a partir do conhecimento da realidade, articulado ao
Projeto Político Pedagógico, com o nível de desenvolvimento dos estudantes, com o
nível de escolaridade que atende, e evidentemente, com os conteúdos de ensino pla-
nejados.
Para Luckesi (2011, p.339-341)
“Se o ato de avaliar está a serviço do projeto de ação pedagógica, para ser
coerente, adequado e satisfatório, só tem uma possibilidade: configurar-se
segundo as delimitações da ação planejada. O planejamento orienta tanto a
execução do ensino quanto a avaliação da aprendizagem, o que, necessari-
amente significa que o instrumento de coleta de dados para a avaliação deve
ater-se ao que está definido no planejamento de ensino, nem mais nem me-
nos”.
22
Fonte: tictrabalhodeprojecto.pbworks.com
Fonte: msalx.revistaescola.abril.com.br
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lado conhecendo o que se quer e aonde se quer chegar tem possibilidade de saber
quais os caminhos que deve seguir para a aquisição da aprendizagem. Sendo assim,
antes do professor escolher o instrumento de coleta de dados, e ou pensar nas ques-
tões de um teste ou uma prova é fundamental fazer uma análise dos objetivos que se
deseja avaliar, determinando os critérios a serem avaliados, a luz das competências,
conhecimentos, habilidades, atitudes do componente curricular em questão, pois, se-
gundo Luckesi (2011, p:337)
Gil citado por Klein (2012) acrescenta que, convém também considerar o sis-
tema de avaliação vigente, uma vez que os seus regimentos poderão limitar a atuação
do professor quanto à modalidade de avaliação, período de avaliação cálculos de me-
didas, entre outros.
Fonte: i.ytimg.com
Contudo, Gil (2012); Luckesi (2011); Severino (2007); Haydt (2006); Libâneo
(1994) citados por Klein (2012) salientam que o professor pode recorrer a todas as
modalidades de “instrumentos de coleta de dados” para avaliação da aprendizagem:
prova escrita discursiva dissertativa e/ou de resposta curta), provas objetivas que en-
volve questões de lacunas, certo ou errado, de correspondência, de múltipla escolha,
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seminários, estudos dirigidos, ficha técnica de dados dos estudantes, entrevista, ob-
servação, portfólio, trabalho de conclusão de curso entre outros.
O fundamental é:
”devolver a cada educando seu teste, seu escrito, seu desempenho, enfim,
sua tarefa já corrigida. Entregá-las nas mãos de cada um pode ser uma pos-
sibilidade de aproximar-nos do nosso educando. Após devolver, comentar o
que ocorreu de positivo; também comentar o que ocorreu de negativo, sem
desqualificar” (p.373). Avaliação no Processo de Ensino e Aprendizagem Se-
gundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em En-
fermagem. (LUCKESI, 2011 Apud KLEIN 2012).
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lógico nacional, com ênfase na sua região de atuação, identificando as di-
mensões biopsicossociais dos seus determinantes. Capacitado a atuar, com
senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como pro-
motor da saúde integral do ser humano” (BRASIL, 2001b)
26
formação por competência, espera-se que o profissional egresso tenha a capacidade
de utilizar uma diversidade de conhecimentos na solução de problemas do seu dia a
dia. Retomando ao artigo nº 5 desta Resolução nº 3, em que estão descritos os obje-
tivos dos conhecimentos que deverão ser obtidos pelo Enfermeiro, destaca-se “o de
cuidar da própria saúde física e mental e buscar seu bem estar como cidadão e como
Enfermeiro”.
Segundo Lima (2010) o Enfermeiro negligencia o cuidado à sua própria saúde.
Esta negligência, não é apenas encontrada entre os profissionais de saúde, mas tam-
bém, como aborda Oliveira (2006) nos estudantes durante a graduação, principal-
mente entre aqueles que, além de estudar também trabalham. Quanto aos conteúdos
essências para o Curso de Graduação em Enfermagem as DCN-Enf. Orientam que
estes devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença, permitindo a in-
tegralidade do cuidar em Enfermagem. Além dos conteúdos teóricos e práticos pre-
sentes ao longo de sua formação, as DCN-Enf. enfatizam que o curso deve ter tam-
bém, como caráter obrigatório, o estágio supervisionado em hospitais gerais e espe-
cializados, ambulatórios, rede básica de serviços de saúde e comunidades nos dois
últimos semestres do Curso (BRASIL, 2001b).
Fonte: www.crub.org.br/wp-content
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6 DA AVALIAÇÃO
Fonte: www.cesed.br
28
7 AVALIAÇÃO E O ESTUDANTE
“saber, por exemplo, o que os estudantes pensam acerca do curso que estão
fazendo ou quais as suas aspirações profissionais podem auxiliar os profes-
sores tanto na redefinição dos conteúdos programáticos e das técnicas de
ensino quanto no estabelecimento de estratégias e táticas para lidar com os
estudantes. Por essa razão, muitos professores têm grande interesse em co-
nhecer o perfil dos estudantes com que irão trabalhar” (p. 41).
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Os estudantes são diferentes entre si e estas diferenças podem de certa forma
ser previstas, isso representa para Gil (2012) citado por Klein (2012) um ponto muito
importante em favor do professor.
“Mas o que mais lhe interessa é conhecer cada estudante, suas característi-
cas sociais, traços de personalidade, interesses, expectativas, aspirações, te-
mores, conhecimentos, habilidades e competências. Nenhum professor ima-
gina ser possível conhecer tudo o que deseja sobre os estudantes. [...] ele
pode verificar, por exemplo: o nível de conhecimentos prévios dos estudantes
sobre a disciplina, o nível de interesse, a importância que lhe é atribuída, as
dificuldades percebidas, a imagem que os estudantes têm do curso e do pro-
fessor, o nível de satisfação com as aulas, etc” (p. 51-52).
Neste contexto, Gil (2012) citado por Klein (2012) traz que a partir da década
de 1960, foram desenvolvidas nos Estados Unidos (EUA) e na Europa pesquisas em-
píricas, que culminaram com o estabelecimento de tipologias de estudantes universi-
tários, elaborada com base num contexto cultural específico e circunscrito temporal-
mente. Assim, têm-se diversas classificações dos estudantes a partir de diferentes
autores.
Classificação de Astin: estudantes sábios, ativistas sociais, artistas, hedonistas,
os líderes, direcionados para o status e os estudantes descomprometidos. Classifica-
ção de Kuh, Hu e Vesper: estudantes desengajados, recriadores, socializadores, aca-
dêmicos, cientistas, individualistas, artistas, esforçados, intelectuais e os convencio-
nais. Classificação de Mann: estudantes complacentes, ansioso-dependentes, heróis,
franco-atiradores, estudantes que procuram atenção, silenciosos e os estudantes tra-
balhadores desanimados. Citando a classificação de Mann, Gil (2012) citado por Klein
(2012) refere que os estudantes “trabalhadores desanimados” se expressam em sala
de aula com uma atitude depressiva e fatalista em relação a si mesmo. Sentem-se
com pouco controle sobre o seu aprendizado, e não encontram prazer na aprendiza-
gem. Muitos são mais velhos, casados, o que é provável que se sintam mais cansados
e preocupados que a maioria dos estudantes. Contudo, eles podem ser transformados
em estudantes participantes ativos por professores inspiradores.
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8 O ESTUDANTE-TRABALHADOR DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFER-
MAGEM
31
qualitativa que os estudantes pronunciam que é quase inconciliável trabalhar e estu-
dar, sofrendo dificuldade com a falta de tempo para estudar, bem como realizar os
trabalhos escolares durante a graduação, causando-lhes desgastes físicos e emocio-
nais. Referem também à dificuldade de assimilar o conteúdo teórico em disciplinas
básicas como Fisiologia, Anatomia e Farmacologia.
Nesta perspectiva Araújo, Frazili e Almeida (2011) colocam que a sobrecarga
psíquica sofrida pelo estudante-trabalhador de Enfermagem promove um estado de
tensão e desprazer, levando a fadiga mental, e que adupla jornada torna a rotina
desse estudante mais corrida, o que propícia à minimização no desempenho acadê-
mico. Corroborando, Haag (2004) coloca que a condição de estudante-trabalhador do
curso de graduação em Enfermagem interfere no rendimento acadêmico e gera bar-
reiras na apropriação do conhecimento, pois, considerando a necessidade de estudo
para prestar as provas das disciplinas que cursam, e a exigência da elaboração de
trabalhos, relatórios de estágio, entre outros, estes estudantes dedicam um tempo
muito aquém do necessário para as atividades extraclasse/semana.
Fonte: 3.bp.blogspot.com
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prova se estágio curriculares, dentre outros. Souza (2008) em sua dissertação de
mestrado junto a estudantes-trabalhadores do curso de graduação em Enfermagem,
mostra que estes são desvalorizados, sofrem discriminação por parte dos professores,
dos colegas de trabalho e dos colegas universitários.
Apresentam dificuldades financeiras, bem como cansaço físico e psíquico,
acrescidas pelo estresse, além de desfrutarem de poucas horas de sono, péssima
alimentação e dupla jornada de trabalho. Em sentido complementar Costa, Merighi e
Jesus (2008); Haag (2004) acrescentam que muitos estudantes-trabalhadores estão
sempre cansados, têm pouca disposição para o estudo, além do baixo rendimento
teórico no domínio das aulas práticas, bem como, o fato de em campos de estágio
saírem apressadamente para assumir as atividades profissionais.
Fonte: revfoco.com.br
33
trabalhadores do Curso de Graduação em Enfermagem como problema, uma vez que,
para estes, no momento que o estudante questiona, traz suas experiências práticas,
parecem querer testar o seu conhecimento enquanto professor.
Em contrapartida, outros professores sentem-se estimulados a encontrar pos-
síveis caminhos e novas orientações a partir das indagações destes estudantes com
o propósito de formar Enfermeiros capacitados a atuar com senso de responsabilidade
social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser hu-
mano, considerando ações do cuidar, educativa, gerenciais e de pesquisa de forma
humanizada em diversos setores da saúde, como preconizado pelo Parecer CNE/CES
nº1.133 de 7 de agosto de 2001 (Brasil, 2001a). Bastos e Castanho (2008) coloca que:
Lima (2010) afirma que conhecer melhor esse estudante torna-se indispensável
para a busca de novas possibilidades para a melhoria da sua formação, auxiliando no
processo de ensinar e de aprender. Assim, é pertinente esta pesquisa, a qual propõe
analisar o significado da avaliação no processo de ensino aprendizagem para o estu-
dante-trabalhador do curso de graduação em Enfermagem, estudante este, que hoje
é a maioria nas salas de aula das universidades privadas do Curso de Graduação em
Enfermagem, e que não pode ser ignorado.
34
Fonte: fernandooliveira.com.br
35
10 AVALIAÇÃO DO ENFERMEIRO - REGISTRO NA FOLHA DE EVOLUÇÃO CLÍ-
NICA:
10.1 Admissão
10.2 Anamnese
Identificação do paciente
ID - Nome, idade, estado civil, religião, profissão, naturalidade, procedência,
escolaridade, diagnóstico médico e motivo do internamento.
Histórico de saúde
HS - (somente no dia da internação). Descrever: início dos sintomas, tempo de
diagnóstico, medicações em uso no domicílio, adesão ao tratamento, protocolos e ci-
rurgias anteriores, internamentos anteriores, outras doenças associadas ao histórico
familiar da doença (no caso de doenças crônicas). Uso de álcool, tabaco ou outras
drogas. Envolve questões como: potencialidades e limitações, hábitos alimentares,
padrão de eliminações, padrão de sono e repouso, presença de desconforto/dor/ansi-
edade, efeitos adversos da terapêutica, sexualidade, lazer, família, condições para o
autocuidado e resgate das informações relevantes.
Exame físico - céfalo-caudal com foco nas alterações. Descrever a presença
de dispositivos.
36
10.3 Diagnóstico de Enfermagem
Plano de cuidados
Um conjunto de ações de enfermagem, fundamentado pelos diagnósticos de
enfermagem, que auxiliam o paciente a progredir em direção ao resultado desejado,
podem ser diretas e indiretas. As prescrições enfermagem são elaboradas a partir dos
diagnósticos de enfermagem listados no SIH.
Ex.: Diagnóstico de Enfermagem: Ansiedade.
Prescrição de enfermagem
Permitir a presença de acompanhante durante a noite;
Evitar barulho excessivo.
S - Dados subjetivos
Envolve questões do que o paciente sente, observa e/ou acredita ser, além de
informações dos acompanhantes. Os dados subjetivos referem-se a uma narrativa de
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auto relato de sua situação atual em termos de sua função, invalidez, sintomas e his-
tória. Ele também pode incluir informações da família ou cuidadores e quando utilizar
a frase relatada exatamente, deve ser colocada entre aspas.
O - Dados objetivos
Exame físico focado nos problemas já identificados, nas alterações e nas quei-
xas novas.
SSVV, SatO2, fluxo e método de oxigenoterapia, vazão de medicamentos em
infusão contínua, exames laboratoriais (alterações), controle de eliminações, volume
de drenos, dispositivos, procedimentos, exames, transfusões.
Escalas: Dor, Glasgow, Ramsay, Escala de Braden, Escala de Morse, con-
forme especificidade da unidade.
A - Avaliação
É a avaliação das respostas do paciente, deve-se inserir os Diagnósticos de
Enfermagem na primeira avaliação. Nos dias seguintes, deve-se relatar se estão:
mantidos, excluídos ou melhorados, ou incluir outro diagnóstico de enfermagem con-
forme necessidade relacionada às respostas do paciente.
P - Plano Terapêutico
Realizar as alterações necessárias, conforme a melhora ou piora do quadro
anterior apresentado pelo paciente.
Exame Físico
Regulação Neurológica
Categorias principais de avaliação:
Aparência (postura e posição; movimentos corporais; vestuário; asseio
e higiene).
Comportamento (nível de consciência; expressão facial; fala; hu-
mor/afeto).
Cognição (orientação – tempo, lugar, espaço; atenção; memória remota;
julgamento).
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Processos de pensamento (conteúdo do pensamento; percepções).
Níveis de consciência:
Alerta: acordado ou facilmente despertado, orientado, completamente
consciente de estímulos externos e internos e responde de forma ade-
quada, conduz interações interpessoais significativas.
Letárgico/sonolento: não totalmente alerta, dorme se não estimulado,
pode ser despertada pelo nome quando pronunciado em voz normal,
mas parece sonolento, responde adequadamente às perguntas ou co-
mandos, mas o pensamento parece lento e confuso, desatento, perde a
linha de pensamento, os movimentos espontâneos são reduzidos.
Estupor ou Semicoma: inconsciente, responde apenas à agitação vi-
gorosa ou à dor, tem resposta motora adequada (retira o membro para
evitar a dor), caso contrário pode somente gemer murmurar ou mover
sem descanso, mas mantém atividade reflexa.
Coma: completamente inconsciente, não responde à dor ou a qualquer
estímulo interno ou externo.
Orientado 5
Confuso 4
Palavras inapropriadas 3
MELHOR
Palavras incompreensíveis 2
RESPOSTA VERBAL Nenhuma 1
Não testável NT
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Localiza da dor 5
MELHOR Movimento de retirada 4
Flexão anormal 3
RESPOSTA MOTORA Extensão anormal 2
Nenhuma 1
Não testável NT
13 ESCALA DE RAMSAY
Escore Descrição
1 Paciente ansioso, agitado, impaciente ou ambos.
2 Paciente cooperativo, orientado e tranqüilo
3 Paciente que responde somente ao comando ver-
bal
4 Paciente que demonstra resposta ativa a um toque
leve na glabela ou a um estímulo sonoro auditivo.
5 Paciente que demonstra resposta débil a um toque
leve na glabela ou a um estimulo sonoro auditivo
6 Paciente que não responde aos mesmos estímulos
dos itens 4 ou 5.
ESCALA DE RAMSAY FONTE: NASCIMENTO et al (2007)
40
14 PERCEPÇÃO DOS ÓRGÃOS E SENTIDOS
15 ESCALA DE DOR
CABEÇA E PESCOÇO
PELE E ANEXOS
Inspeção e palpação: cor, áreas com alteração de coloração; temperatura; umi-
dade; turgor; vascularização ou hematomas; lesões (local, tamanho, exsudato, leito
da lesão, margem e pele perilesional). Inspeção do cabelo, unhas (formato e contorno,
consistência e cor).
42
Estágio IV: exposição de tecido muscular, ósseo, tendinoso ou outras estrutu-
ras mais profundas que tecido adiposo.
Não estagiável: UP em que não é possível observar a profundidade real, por
esta estar bloqueada por tecido desvitalizado.
Suspeita de lesão tissular profunda: Área localizada, escurecida, com con-
sistência ou temperatura diferenciada do tecido subjacente, pele íntegra.
Obs.: Não se classifica UP reversamente
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FUNÇÃO CARDIO/VASCULAR
Ausculta: observa as bulhas cardíacas, frequência e ritmo, atentar para so-
pros.
Descrever a presença de drenos e cateteres.
ABDOME
Inspeção: contorno, simetria, pele, pulsação ou movimento. Ausculta: ruídos
hidroaéreos, vasculares.
Percussão: percutir todos os quadrantes, margem do fígado e do baço.
Palpação: atentar para massas, regiões dolorosas, deformidades, herniações.
Descrever presença de dispositivos.
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AVALIAÇÃO DE SINAL DE HOMANS FONTE: semiologiaufrn.wordpress.com
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Inspeção e palpação: palpe o pênis, o escroto, na presença de massa, ob-
serve os sinais associados. Verifique se há hérnia inguinal e/ou linfonodos.
PERIANAL:
Observe presença de fissuras, lesões, hemorroidas.
ELIMINAÇÕES
Evacuação: Atentar para aspecto, consistência e odor das fezes (líquidas,
semi pastosas, pastosas, melenas, hematoquesia, presença de muco, etc).
Diurese: O volume urinário de 24 horas em várias idades é dado na tabela
abaixo:
Volume urinário de 24 horas em relação a idade.
46
Alterações da Micção
Polaciúria: aumento da frequência com pequeno volume.
Urgência miccional: necessidade imperiosa de urinar.
Disúria: dor à micção.
Noctúria ou nictúria: predomínio da diurese noturna.
Incontinência urinária: perda involuntária da urina.
Enurese noturna: micção durante sono.
16 DISPOSITIVOS:
47
ITENS OPÇÕES PONTUA-
ÇÃO
História de queda Não: 00
até há três meses atrás
Sim: 25 __________
Não: 00
Diagnóstico secun- __________
dário Sim: 15
Normal/ Restrito ao leito:
00
Muleta/ bengala/ anda-
dor: 15
Deambulação
Se apoia nos móveis: 30 ___________
Não: 00
Dispositivo intrave-
noso Sim: 20 __________
Normal/ Imóvel: 00
Marcha Marcha fraca: 10
Marcha prejudicada: 20 __________
Orientado para sua capa-
cidade: 00
Estado mental __________
48
17 BIBLIOGRAFIA
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