Artigo P.I.
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PROJETO INTEGRADO
CURSO DE NUTRIÇÃO
SILVEIRA, Andressa da Silva;¹
SETEMBRO, 2022
Sabemos que uma alimentação saudável e adequada é necessária em nossa rotina e cotidiano,
mas sabemos também o quão difícil e desafiador é conseguir manter este tipo de alimentação,
isso porque os estímulos e incentivos de alimentos ultra processados e industrializados vem
crescendo e se aprimorando nas suas maneiras de convencimento e influência à compra.
Nesse caso, pensando em crianças e adolescentes, percebemos o quanto esse público são mais
facilmente influenciados pelo consumo alimentício menos apropriado e recomendado, visto
que, mesmo tendo uma alimentação escolar adequada e saudável, não têm um grande
interesse de consumirem esses benefícios uma vez que o acesso às redes sociais, programas
de televisão ou até mesmo por influência do que os pais e responsáveis oferecem, acaba
fazendo com que esse público opte por levar e consumir produtos industrializados tanto
dentro quanto fora da escola. Por consequência, o aumento de casos de obesidade infantil e
outras doenças tende a aumentar cada vez mais, prejudicando assim o público infantil.
Diante disso, fica evidente que influências e ações contam muito no momento de escolha do
que consumir, especialmente entre crianças e adolescentes. Com isso, este instrumento
didático, baseado no tema “Comer bem fazendo melhores escolhas”, tem o intuito de
compartilhar e influenciar de maneira positiva, como esse público pode fazer boas
preferências alimentares e, principalmente, como os pais e responsáveis podem auxiliar nesse
processo, tendo como base algumas receitas saudáveis, fáceis de serem feitas e muito
acessíveis, que serão disponibilizadas no instrumento prático, as mesmas, são ótimas escolhas
para as crianças que optam por consumir lanches industrializados ao invés de alimentos
oferecidos pela escola.
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DESENVOLVIMENTO
POLÍTICAS PÚBLICAS
Quando abordamos o assunto sobre a alimentação escolar infantil, não queremos e nem
devemos focar somente no quanto isso é benéfico e necessário para o desenvolvimento das
crianças, mesmo que isso seja de extrema importância, devemos também nos lembrar que o
consumo de alimentos saudáveis, que contribuem e são necessários para o bom estado
nutricional de milhões de crianças brasileiras, é um direito e está previsto na Constituição
Federal no artigo 208, que descreve que o dever do Estado com a educação será exercido com
a garantia de: atendimento ao educando, através de programas suplementares de material
didático, transporte, assistência à saúde e alimentação. Com isso, dando enfoque à parte da
alimentação, evidentemente podemos afirmar que esse direito deve ser assegurado,
principalmente, nas escolas, local onde a criança passa parte da vida se desenvolvendo
socialmente e intelectualmente. Com base nisso, podemos mencionar uma campanha de
combate à fome realizada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), que destacou que uma
criança de 1 ano de idade que não ingere a quantidade diária recomendada e adequada de
calorias, pode sofrer implicações no desenvolvimento dos sistemas imunológico, cognitivo e
neurológico. Diante deste fato, como citado anteriormente, a adequada alimentação escolar é
de extrema importância e colabora não apenas com a aprendizagem e desenvolvimento do
aluno, mas também com hábitos alimentares mais saudáveis criados no ambiente escolar e
que podem ser levados para seus lares.
Existem diversos fatores que contribuem para a realização de uma alimentação digna e
recomendada dentro das instituições educacionais. Sendo uma delas, e talvez a principal, as
políticas públicas. Podemos ter por definição que políticas públicas são conjuntos de ações
tomadas pelo Estado com o intuito do bem-estar social e civil em diversos aspectos. Na
alimentação escolar existem variados programas que têm o objetivo de executar essas
políticas e direitos, sendo um deles, e talvez o mais importante, o PNAE (Programa Nacional
de Alimentação Escolar), este programa é destinado a todos os alunos de educação básica,
matriculados em escolas públicas, entidades filantrópicas e comunitárias, e oferece, aos
mesmos, alimentação escolar, além de ações educativas alimentares e nutricionais, através da
influência do consumo de alimentos mais naturais e saudáveis e não promoção do grande
consumo de alimentos que vêm de indústrias e são menos saudáveis, assim ressaltando o
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quanto essas atitudes e práticas contribuem para o desenvolvimento e crescimento dos alunos
e melhoram o rendimento escolar.
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IMPORTÂNCIA DA MELHORA NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
Ter uma alimentação saudável e o hábito de praticar exercícios físicos ajuda muito no
desenvolvimento escolar. Uma vez que os alimentos corretos e ricos em nutrientes ajudam na
concentração e raciocínio e, consequentemente, ficamos mais alegres e dispostos para
praticarmos atividades físicas.
O hábito de se alimentar bem deve se iniciar desde cedo. A começar em casa, onde os pais
devem estimular e apresentar hábitos saudáveis para as crianças. Mas a escola também tem
um papel fundamental no desenvolvimento infantil. É nela que as crianças irão absorver todo
o conhecimento, onde irão vivenciar na prática o convívio social, e, principalmente,
desenvolver todo o amadurecimento intelectual.
Nos dias atuais, os “fast foods” estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano, com isso o
consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados está se ampliando e, em
decorrência disso, a saúde das crianças está sendo prejudicada pois cada vez mais por conta
desse consumo excessivo, gerando doenças e outros problemas futuros.
As escolas, em sua maioria, contam com vários projetos de lei como o PNAE, e, também com
a presença de nutricionistas para que a merenda escolar consiga ser de boa qualidade,
saudável e ainda é algo acessível para aqueles que não possuem condições de comprar
lanches nas cantinas. Mas, nas escolas que possuem vendas de outros alimentos, os alunos
acabam optando por comprar ou levar de casa ao invés de comer na própria escola.
Isso se dá pela influência de alguns pais que desde a introdução alimentar incentiva o
consumo de alimentos ultraprocessados gerando assim pouca aceitação de alimentos mais
naturais, também pela qualidade da merenda oferecida e por o aluno querer ser aceito pelos
outros.
Em muitos estados como Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, entre outros, é
proibida a comercialização de doces, frituras, refrigerantes e salgadinhos industrializados
tanto dentro da escola quanto nos arredores. Essa proibição, apesar de muitos acharem
extremista, é benéfica pois é uma forma de educar as crianças sobre os hábitos alimentares e
também fazer com que evite doenças futuras como obesidade, diabetes e hipertensão.
Diante dessas situações, as escolas têm a necessidade de implantar propostas de melhoria na
alimentação em ambientes escolares, para assim auxiliar alunos e a família como um todo.
A escola tem um papel de extrema importância para reeducação e criação de hábitos
saudáveis alimentares, através de práticas pedagógicas, estímulos de receitas saudáveis e boas
influências alimentares.
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INFLUÊNCIA DOS PAIS
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INFLUÊNCIA MIDIÁTICA
A publicidade está presente na vida das pessoas desde muito tempo, sempre buscando novas
formas de deixar seu público interessado para que assim, consiga vender seu produto ou
serviço. Entre as formas de divulgação utilizadas estão as embalagens chamativas, o uso dos
meios de comunicação como televisão, rádio, mídias sociais, jornais e revistas, e também,
muitas marcas tentam deixar seus produtos com um preço acessível para conquistar ainda
mais os consumidores.
Um dos públicos que a indústria mais procura atingir são as crianças e adolescentes, pois eles
sabem exatamente o que chama a atenção desse público: produtos coloridos, personagens de
desenho animado e celebridades que estão em alta. Tudo isso fará com que esse público,
especialmente as crianças, se interesse por algo que talvez nem saiba direito o que está
consumindo, mas de alguma forma captou sua atenção por ser atrativo.
A indústria alimentícia usa isso ao seu favor para conseguir vender seus alimentos
ultraprocessados. Para o público infantil utiliza além das estratégias citadas acima, um
cenário de diversão e com brincadeiras, onde que a criança será bem vista ao consumir
aquilo, será feliz e que ela terá energia para praticar esportes. Isso porque a criança não tem
conhecimento e maturidade o suficiente para diferenciar as características nutricionais de um
alimento saudável de um não saudável, sabendo assim, se ele é bom ou não. Mas, com a
influência da propaganda e dos apelos visuais, ela acredita que seja melhor que os outros. A
publicidade pode não determinar o que a criança irá consumir, porém, ao despertar o interesse
pelo produto, a repetição irá gerar ainda mais desejo pelo produto.
Além disso, foca também nos pais e responsáveis que irão comprar esse alimento. Para isso,
divulgam que o produto irá melhorar o rendimento escolar, irá gerar energia, nutrientes e
saúde para as crianças, o que faz com que muitas vezes os adultos optem por essas opções
industrializadas tanto por conta do que a publicidade mostrou, tanto por sua praticidade e
também por conta do seu valor. Por outro lado, há também a consideração pelo desejo dos
filhos, que muitas vezes pedem ou choram querendo o alimento que viu nos meios de
comunicação e os pais acabam cedendo.
Em um estudo realizado no Brasil em 2005 por Fischer, foi avaliado as propagandas durante
os períodos do dia (matutino, vespertino e noturno) em três canais abertos durante um mês.
Nesta ocasião, foi constatado que, das 840 propagandas alimentícias, cerca de 47,3%
pertenciam a produtos ricos em açúcares, 19,3% ao grupo de óleos e gorduras, 7,9% eram
cereais, raízes, pães e tubérculos, 7,3% em leites e seus derivados, apenas 1,8% em carnes e
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nenhum registro de frutas e hortaliças. Dessas propagandas, a maioria era direcionada às
crianças.
De acordo com Woodward et al. (1997), o número de horas diante da televisão está
diretamente relacionada com o número de alimentos prejudiciais à saúde consumidos por dia.
Com toda essa divulgação e o fácil acesso nos supermercados, que também possuem
estratégias publicitárias, como a forma de distribuir os produtos, com cartazes divulgando a
marca e os preços. Esses fatores fazem com que os consumidores também comprem por
impulso e isso torna o consumo desses alimentos cada vez mais alto.
Sendo assim, portanto, mudanças devem ocorrer para que esse consumo excessivo de
alimentos ultraprocessados diminua. É preciso que, além de uma fiscalização mais rigorosa
em torno das propagandas, haja também incentivo ao consumo de uma alimentação rica em
fibras e baixo em açúcares. Os meios de comunicação podem usar sua visibilidade para
promover ainda mais os benefícios da alimentação saudável e incentivar a prática de
exercícios físicos para atingir tanto ao público infantil quanto aos adultos, já que são eles os
responsáveis por comprarem o que as crianças irão comer e também promover uma rotina de
exercícios a fim de evitar o sedentarismo e fazer com que a criança tenha outros estímulos
benéficos para seu desenvolvimento. As escolas também precisam mostrar às crianças e aos
adolescentes a importância de comer bem para que assim, não caiam de fato nas estratégias
publicitárias. Dessa forma, a publicidade não conseguirá afetar de forma negativa o público
infanto-juvenil.
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OBESIDADE INFANTIL
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TABELAS DE COMPARAÇÃO CALÓRICA: LANCHE ESCOLAR COM
ALIMENTOS NÃO SAUDÁVEIS x SAUDÁVEIS
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