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A DEFLEXÃO DA LUZ PELA GRAVIDADE E O

*
ECLIPSE DE 1919

Arden Zylbersztajn
Depto. de Física – UFSC
Florianópolis – SC

I. Introdução
Em sua edição de agosto de 1988, o Caderno Catarinense de Ensino de
Física publicou um artigo enviado pelo Centro Franco-Brasileiro de Documentação
Técnica Científica (CENDOTEC) a respeito da recente observação, feita por uma
equipe de astrônomos franceses, de um “anel de Einstein”(l). Trata-se de um fenô-
meno no qual um aglomerado de galáxias, alinhado entre a Terra e uma fonte lumi-
nosa muito distante, atua como uma lente gravitacional ao curvar os raios proveni-
entes da fonte luminosa (no caso, outra galáxia). O efeito é causado pela deflexão
de raios luminosos por campos gravitacionais, uma das predições da Teoria da
Relatividade Geral. Essa deflexão, para o caso da luz proveniente de estrelas e
passando pela proximidade do Sol (ver figura), foi observada pela primeira vez
durante um eclipse solar em 1919.
Referindo-se às observações realizadas em 1919, o artigo do
CENDOTEC afirma que:
“Essa conseqüência das equações de Einstein foi confirmada
no dia 29 de maio de 1919, durante um memorável eclipse total
que o próprio Eddington, famoso astrônomo da época, veio ob-
servar na região de Sobral, no Ceará. Por um extraordinário
golpe de sorte, nesse dia o Sol encontrava-se no magnífico a-
glomerado das Híadas, na constelação de Touro. Segundo E-
instein, as estrelas mais próximas ao disco solar deveriam apa-
recer na abóbada celeste ligeiramente deslocadas, devido à
curvatura da sua luz pelo astro: o cálculo supunha um desvio
de aproximadamente 1,8 segundos de arco.

*
Com auxílio parcial do CNPq.

224 Cad. Cat. Ens. Fís., Florianópolis, 6 (3): p. 224-233, dez. 1989.
E o desvio medido foi exatamente esse!” (Ref. 1, p. 98-99)
Na citação acima, existem duas incorreções do ponto de vista histórico.
Na verdade, Arthur Eddington não fez parte da equipe que veio observar o eclipse
em Sobral, e sim de uma outra, que se encontrava na África com a mesma finalida-
de; e o desvio medido não foi “exatamente” aquele calculado por Einstein.

Se o fato de Eddington não ter vindo ao Brasil naquela oportunidade, e


um detalhe de menor importância no que diz respeito à história da Teoria da Rela-
tividade Geral, a afirmativa de que o desvio medido, no eclipse de 1919, foi exata-
mente 1,8 segundos de arco merece reparos mais enfáticos. Não se trata do valor
numérico em si (Einstein preferia aproximá-lo para 1,7’’), mas da palavra “exata-
mente”, que transmite uma idéia de certeza e de precisão experimental, o que não
corresponde ao que efetivamente ocorreu.
Aproveitando a necessidade de retificar os pontos acima mencionados,
este artigo apresenta algumas informações históricas a respeito desse episódio da
Física Moderna.

II. A deflexão da luz pela gravidade


A possibilidade de que a luz pudesse sofrer um desvio de sua trajetória
retilínea pela ação à distância de corpos já havia sido sugerida por Newton em seu
tratado sobre óptica, publicado em 1704. Ao concluir a Parte I do Livro III, New-
ton propõe algumas questões para novas pesquisas a serem realizadas por outros

Cad. Cat. Ens. Fís., Florianópolis, 6 (3): p. 224-233, dez. 1989. 225
cientistas. Na primeira delas, a possibilidade de deflexão é explicitamente coloca-
da:
“Não atuam os corpos sobre a luz à distância, e por sua ação
curvam os seus raios; e não é esta ação (caeteris paribus) mai-
or à menor distância?” (Ref. 2, p. 516)
Possíveis efeitos da gravidade sobre a luz foram considerados, inde-
pendentemente, pelo reverendo John Michell, um criativo astrônomo amador britâ-
nico, e pelo matemático e astrônomo francês Laplace. Ambos especularam a idéia
de que um corpo suficientemente denso e massivo poderia impedir a propagação da
luz por ele emitida, o que constitui uma curiosa antecipação dos “buracos negros”
da moderna astrofísica(3).
Em 1783, o reverendo Michell encaminhou ao seu grande amigo, Hen-
ry Cavendish, um artigo contendo essas idéias, seguindo-se daí uma correspondên-
cia entre ambos sobre o assunto. Cavendish interessou-se pela questão, visto que,
em seus escritos, foi encontrada uma anotação isolada contendo uma expressão
para o cálculo do desvio sofrido por um raio luminoso por efeito da atração gravi-
tacional de um corpo. Esse resultado não foi publicado por Cavendish e os detalhes
da sua dedução são desconhecidos(4).
As especulações de Laplace foram apresentadas, em 1796, no seu “Ex-
position du Systéme du Monde” e serviram de motivação para o astrônomo alemão
Johann Georg von Soldner que, em 1801, calculou a deflexão sofrida pela luz pro-
veniente de uma estrela devido à atração do Sol. Em seu cálculo von Soldner utili-
zou os princípios da teoria newtoniana da gravitação tratando a luz como um feixe
de partículas se movendo em um campo gravitacional e cuja massa não precisava
ser conhecida devido à igualdade entre a massa inercial e gravitacional. O valor
dessa “deflexão newtoniana”, calculada por von Soldner, para um raio luminoso
passando junto à superfície do Sol, é de 0,87’’ (oitenta e sete segundos de ar-
co)(3,5,6).
O trabalho de von Soldner foi publicado em uma revista de astronomia
alemã, caindo no esquecimento sem maiores repercussões na época, até ser desco-
berto e divulgado, em 1921, por Philipp Lenard (7).

III. Einstein e os efeitos da gravitação na propagação da luz


Em um artigo, publicado no ano de 1911, Einstein deduziu uma ex-
pressão para o cálculo da deflexão sofrida por um raio de luz passando por um
corpo celeste(8):

226 Cad. Cat. Ens. Fís., Florianópolis, 6 (3): p. 224-233, dez. 1989.
2GM ,
c2R
na qual G é a constante gravitacional, M a massa do corpo, R a distância do raio ao
centro do corpo, e c a velocidade da luz. Aplicada ao caso particular de um raio
passando pela periferia do Sol, a expressão produz o mesmo valor obtido por von
Soldner. A explicação para isso é que, se por um lado, no artigo de 1911, Einstein
se utiliza de resultados relativísticos como a relação massa-energia e a variação no
período de um relógio quando submetido a um potencial gravitacional não constan-
te, por outro, a lei de força gravitacional empregada é a de Newton e o espaço é
euclidiano. Pode-se dizer que o tratamento dado ao caso da deflexão da luz é quasi-
clássico, o que, de certa forma, se reflete na própria simplicidade da sua formula-
ção matemática. É possível que já em 1911 Einstein tivesse consciência das limita-
ções da formulação apresentada, visto que, na introdução do artigo, afirma que irá
submeter “[...] apenas algumas poucas reflexões elementares [...]”.
De qualquer modo, nos anos subseqüentes, Einstein irá dedicar-se (em
colaboração com seu amigo dos tempos de estudante, o matemático Marcel Gross-
mann) à elaboração de uma nova teoria do campo gravitacional, apresentada, como
parte da sua Teoria da Relatividade Geral, em 1916(9). Trata-se agora de uma teoria
matematicamente complexa (o cálculo tensorial é utilizado), que apresenta uma
ruptura com os conceitos clássicos de espaço e tempo ainda mais radical do que a
Teoria da Relatividade Restrita de 1905. Segundo a Teoria Geral, na presença de
um campo gravitacional, a propagação da luz deixa de obedecer aos axiomas da
geometria euclidiana devido à modificação geométrica do espaço (“curvatura”).
De acordo com a nova teoria, a deflexão é dada por:
4GM
c2R
que, para o caso da luz de uma estrela distante passando pela periferia solar, produz
uma deflexão de 1,74”, ou seja, o dobro da “deflexão newtoniana” calculada por
von Soldner em 1801, e do valor obtido pelo próprio Einstein em 1911. Em uma
exposição simplificada de suas idéias, publicada em 1920, Einstein atribui metade
dessa deflexão ao efeito do campo newtoniano de atração do Sol e a outra metade à
curvatura do espaço causada pela presença do Sol(10).

IV. Observações da deflexão gravitacional

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No seu artigo de 1911, Einstein já chamava a atenção para a possibili-
dade de se submeter a um teste a predição teórica da deflexão da luz por um campo
gravitacional:
Como as estrelas fixas nas regiões do céu perto do Sol são visí-
veis durante eclipses totais do Sol, esta conseqüência da teoria
pode ser comparada com a experiência. [...] Seria algo muito
desejável que os astrônomos considerassem a questão aqui le-
vantada. Pois, à parte de qualquer teoria, existe a questão da
possibilidade de se detectar, com o equipamento disponível no
presente, a influência de campos gravitacionais na propagação
da luz. (Ref. 8, p. 139)
No período compreendido entre 1911 e 1919, ano em que, pela primei-
ra vez, foi observada a deflexão de raios luminosos pelo campo gravitacional solar,
poucas tentativas foram feitas nesse sentido e nenhuma delas foi bem sucedida.
Além das dificuldades experimentais inerentes à detecção do efeito previsto (da
ordem de grandeza de um segundo de arco, ou seja, 1/3600 de grau), deve-se con-
siderar também a necessidade de serem satisfeitas condições astronômicas propí-
cias (a ocorrência de um eclipse total do Sol quando esse se encontra visualmente
próximo de estrelas suficientemente brilhantes para não serem ofuscadas pelo bri-
lho remanescente da coroa solar). Acrescente-se a tudo isto a eclosão da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), que colocou em conflito as nações cientificamente
mais desenvolvidas da época, o que propiciou um quadro pouco favorável para a
realização do tipo de pesquisa que se fazia necessária(11).
Em março de 1917, o Astrônomo Real britânico, Frank Dyson, chamou
a atenção para o fato de que um eclipse, previsto para 29 de maio de 1919, fornece-
ria as condições astronômicas ideais para as observações requeridas. Os planos
para a observação desse eclipse pelos ingleses tiveram início em 1918, ainda em
plena guerra, e até a última hora houve dúvidas sobre a sua concretização. Os fa-
bricantes dos instrumentos, por exemplo, só iniciaram o seu trabalho após o armis-
tício, declarado no final daquele ano(12,13).
Duas expedições foram organizadas pelo Observatório de Greenwich,
uma com destino à cidade de Sobral no Ceará e outra à Ilha de Príncipe, localizada
no Golfo da Guiné (África Ocidental), localidades essas situadas na região de e-
clipse total. Eddington participou da expedição que se dirigiu à África (e não da
que veio a Sobral, como afirma o artigo do CENDOTEC) e o seu relato dá uma
idéia da expectativa que cercava as observações:

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O grupo que esteve no Brasil contou com um clima perfeito du-
rante o eclipse: devido a circunstâncias incidentais, as suas
observações só puderam ser reduzidas vários meses mais tarde,
mas no final elas forneceram confirmação mais conclusiva. Eu
me encontrava em Príncipe. Lá, o dia do eclipse começou com
chuva e céu encoberto, o que quase liquidou qualquer esperan-
ça. Pouco antes do eclipse tornar-se total, o Sol começou a a-
parecer com pouca intensidade, e nós procedemos conforme
programado, esperando que as condições não fossem tão ruins
quanto pareciam. As nuvens devem ter se tornado menos den-
sas antes do fim da totalidade, porque, entre vários fracassos
obtivemos duas chapas mostrando as imagens estelares deseja-
das. Estas foram comparadas com as chapas batidas do mesmo
campo estelar sem a presença do Sol, de modo que a diferença
indicava o deslocamento aparente das estrelas devido ao cur-
vamento dos raios luminosos ao passarem perto do Sol.
Do modo como o problema se apresentava então para nós, ha-
via três possibilidades. Poderia não haver deflexão alguma, ou
seja, a luz não estaria sujeita à gravitação. Poderia acontecer
uma “meia-deflexão”, significando que a luz estava sujeita à
gravitação, como Newton havia sugerido, obedecendo à sim-
ples lei newtoniana. Ou poderia haver uma “deflexão comple-
ta”, confirmando a lei de Einstein ao invés da de Newton. Eu
me recordo de Dyson explicando tudo isso ao meu acompa-
nhante Cottingham, que imaginava que, quanto maior o resul-
tado, mais excitante o mesmo seria. “O que irá significar se
obtivermos o dobro da deflexão?” “Então”, respondeu Dyson,
“Eddington ficará furioso, e você terá de regressar sozinho.”
Foram feitos preparativos para medir as chapas no local, não
somente por impaciência, mas por precaução contra acidentes
na volta; assim uma das chapas boas foi examinada de imedia-
to. A quantidade que procurávamos era grande no que diz res-
peito a medidas astronômicas, de modo que uma placa virtu-
almente decidiria a questão, mas, é claro, confirmação das ou-
tras seria buscada. Três dias após o eclipse, quando as últimas
linhas dos cálculos foram atingidas, eu sabia que a teoria de
Einstein tinha passado pelo teste, e que a nova perspectiva do

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pensamento científico deveria prevalecer. Cottingnham não te-
ria de regressar sozinho. (Ref. 12, p. 141-142)
Essa avaliação preliminar de Eddington foi influenciada, decerto, não
apenas pela sua intuição física, mas igualmente pelo seu desejo de ver confirmada a
Teoria da Relatividade Geral, como o próprio cientista (que, entre os acadêmicos
de renome, era o maior propagador das idéias de Einstein na Inglaterra) reconhece:
Os resultados desta placa deram um deslocamento definido, em
boa concordância com a teoria de Einstein e em desacordo
com a teoria Newtoniana. Apesar do material ser muito pobre,
em comparação com o que se havia esperado, o autor (que de-
ve-se admitir, não era totalmente imparcial) julgou-o convin-
cente. (Ref. 13, p. 116)
Com a volta das equipes à Inglaterra, as chapas fotográficas foram tra-
tadas com o rigor experimental necessário. Levando em conta as possíveis fontes
de erros, os resultados finais (reduzidos para a borda do Sol) foram(13):
Sobral l,98’’ 0,12’’
Príncipe 1,61’’ 0,30’’.
Apesar dos resultados não serem “exatamente” os preditos por Einste-
in, como afirma o artigo do CENDOTEC, eles foram aceitos por Eddington e seus
colaboradores como uma evidência bastante favorável à teoria de Einstein (que
previa 1,74’’), e como uma refutação conclusiva da “deflexão newtoniana”
(0,87’’). Esses resultados foram expostos em uma reunião conjunta da Royal Soci-
ety e da Royal Astronomical Society em 6 de novembro de 1919. A comunicação
repercutiu não apenas no meio científico, mas também entre o público geral, atra-
vés da cobertura da imprensa, dando a Einstein uma notoriedade até hoje não igua-
lada por cientista algum (3, 5,14).
É importante chamar a atenção para o fato de que essas observações
são de natureza extremamente delicada devido às reduzidas dimensões do efeito
envolvido, e que os resultados finais dependem tanto das fontes de erro, que são
consideradas formas como esses erros são tratados na fase de análise dos dados.
Análises realizadas por outros pesquisadores, nas quais correções diferentes foram
consideradas para os efeitos da difração atmosférica e aberração óptica nos teles-
cópios, apresentaram resultados finais variando de 1,95’’ 0,09’’ até 2,16’’
0,14’’ para os dados obtidos em Sobral(15,16). Além disso, observações de eclipses
realizadas entre 1922 e 1952 em diferentes localidades apresentaram uma ampla
dispersão, indicando as dificuldades inerentes a este tipo de medida(5).

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Mesmo em 1960 uma revisão, levando em conta as observações reali-
zadas até 1959, apresentou a cautelosa conclusão de que, se por um lado todas as
observações indicavam uma deflexão do tipo esperado, por outro lado não se podia
afirmar, conclusivamente, que essa seria realmente a lei deduzida por Einstein em
seu artigo de 1916(15).

V. Considerações finais
Este artigo não foi escrito com a intenção de transmitir a idéia de que a
Relatividade Geral seja uma teoria duvidosa. A maior parte dos físicos aceita os
seus princípios fundamentais e, no caso da deflexão, existem hoje medidas mais
precisas do que as que eram possíveis até a década de 50. Essas medidas envolvem
a detecção, por meio de radiotelescópios, da radiação emitida por quasares e têm se
revelado favoráveis à teoria(3, 17).
É interessante registrar que Einstein, em nenhum momento, parece ter
tido dúvidas sobre a validade da sua teoria, mesmo quando, durante quase 15 anos,
as observações pareciam refutar uma outra predição da relatividade geral (o desvio
gravitacional para o vermelho de linhas espectrais)(18).
Com relação às observações do eclipse de 1919, um episódio relatado
por Ilse-Rosenthal Schneider, que havia sido aluna de Einstein, fornece uma boa
ilustração da confiança desse cientista em sua teoria:
De certa feita eu estava com Einstein para lermos um trabalho
que continha várias objeções contra sua teoria... subitamente
ele interrompeu a discussão do livro, apanhou um telegrama
que se encontrava no parapeito da janela, e passando-o para
mim disse, “Olhe, isto talvez irá interessá-la.” Era o telegrama
de Eddington com os resultados das medidas efetuadas pela
expedição do eclipse. Quando eu expressava o meu contenta-
mento pelo fato dos resultados coincidirem com seus cálculos,
ele disse impassível, “Mas eu sabia que a teoria é correta”; e
quando eu perguntei sobre o que teria acontecido caso a sua
predição não houvesse sido confirmada, ele retrucou: “Então
eu lamentaria pelo bom Deus, porque a teoria está certa. (Ref.
19, p. 236-237)

Cad. Cat. Ens. Fís., Florianópolis, 6 (3): p. 224-233, dez. 1989. 231
VI. Notas e Referências Bibliográficas
1. CENDOTEC. Entre anéis e miragens, Einstein confirmado. Cad. Cat. Ens. Fis.,
v. 5, n. 2, p. 98-100, 1989.

2. NEWTON, I. Optics. In: Great books of the western world. Chicago, Encyclo-
paedia britannica, 1952. v. 34.

3. WILL, C. M. Einstein tinha razão? Lisboa: Gradiva, 1989.

4. WILL, C. M. Henry Cavendish, Johann von Soldner, and the deflection of light.
Am. J. Phys., v. 56, n. 5, p. 413-415, 1988.

5. BERNSTEIN, J. As idéias de Einstein. São Paulo: Cultrix, 1975.

6. Para um cálculo simplificado da “deflexão newtoniana” ver: CURSO DE


FÍSICA DE BERKELEY, Volume 1, Mecânica, pág. 413.

7. Lenard era um destacado membro da comunidade de físicos na Alemanha (havia


recebido o premio Nobel em 1905) e um adepto da ideologia nazista. Juntamente
com Johannes Stark (prêmio Nobel de Física em 1919), liderou um movimento
visando “purificar” a ciência germânica da “contaminação” judaica. A Teoria da
Relatividade veio a constituir-se no alvo principal do movimento, e o empenho de
Lenard, em divulgar o artigo de von Soldner, pode ter tido outra motivação que não
o interesse acadêmico no resgate histórico de um trabalho cientifico. Tratava-se, no
caso, de sugerir uma precedência da “formulação ariana” de von Soldner sobre a
“teoria judia” de Einstein (Ver Ref. 3 e 5).

8. EINSTEIN, A. On the effect of gravitation on the propagation of 1ight. In:


KILMISTER.. C. W. General theory of relativity. Oxford: pergamon Press, 1973.
(Originalmente publicado em 1911 no Annalen der Physik.).

9. EINSTEIN, A. The foundations of general relativity theory. In: KILMISTER,


C.W. General theory of relativity. Oxford: pergamon Press, 1973. (Originalmente
publicado em 1916 no Annalen der Physik.)

10. EINSTEIN, A. Relativity, the special and the general theory. London: Me-
thuen, 1920.

11. Uma expedição argentina, que veio ao Brasil para observar o eclipse de outubro
de 1912, tinha planos de tentar verificar a deflexão da luz, não o fazendo devido às

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más condições climáticas. Em 1914, um grupo de astrônomos alemães, que se en-
contrava na Rússia para tentar observar o efeito durante o eclipse de 21 de agosto,
foi feito prisioneiro por causa da eclosão da Primeira Guerra Mundial, e trocado
algumas semanas depois por oficiais russos. Em 1918, uma tentativa de observar a
deflexão durante o eclipse de junho, nos Estados Unidos, forneceu dados que foram
considerados não conclusivos.(Obs.: A informação sobre o episódio de 1914 foi
extraída da Ref. 5, sendo também mencionada em uma nota do revisor da Ref. 3.
As tentativas de 1912 e 1918 foram citadas naquela nota do revisor, e nenhuma
outra referência às mesmas foi encontrada pelo autor deste artigo.)

12. EDDINGTON, A. Forty years of astronomy. In: NEEDHAN, J., PAGEL, W.


(Ed.) Background to modern science. Cambridge: Cambridge University Press,
1940.

13.EDDINGTON, A. Space, time and gravitation. Cambridge: Cambridge Uni-


versity Press, 1953.

14. ELTON, L. Einstein, general relativity, and the german press, 1919-1920. Isis,
v. 77, p. 95-103, 1986.

15. von KLUBER, H. The determination of Einstein’s light deflection in the gravi-
tational field of the sun. In: BEER, A. (Ed.) Vistas in astronomy. London: perga-
mon Press, 1960. v. 3.

16. ANDERSON, J. L. Principies of relativity physics. New York: Academic


Press, 1967.

17. VLADIMIROV, Yu.; MITSKIÉVICH, N.; HORSKY, J. Space time gravita-


tion. Moscou: Mir Publishers, 1987.

18. MARTINS, R. A. A popperian evaluation of Einstein’s theory-plus-method.


Manuscrito. v. 9, n. 2, p. 95-124, 1986.

19. HOLTON, G. Mach, Einstein, and the search for reality. In: HOLTON, G.
Thematic origins of scientific thought. Massachusetts: Harvard University Press,
1980.

Cad. Cat. Ens. Fís., Florianópolis, 6 (3): p. 224-233, dez. 1989. 233

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