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Autor:
Herbert Almeida, Equipe Direito
Administrativo
08 de Janeiro de 2022
1 Sumário
4 Gabarito ................................................................................................................................................52
5 Referências............................................................................................................................................52
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá concurseiros e concurseiras.
É com muita satisfação que estamos lançando este livro digital de Lei Anticorrupção para o concurso de
Auditor de Finanças e Controle (Correição e Combate à Corrupção) da Controladoria Geral da União -
CGU.
Antes de mais nada, gostaria de me apresentar. Meu nome é Herbert Almeida, sou Auditor de Controle
Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo.
Além disso, obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º Região/2011.
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Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu através das Forças Armadas. Durante sete
anos, fui militar do Exército Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro,
Pregoeiro, responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe de Seção. Sou professor de
Direito Administrativo e Administração Pública aqui no Estratégia Concursos.
Além disso, tenho quatro paixões na minha vida! Primeiramente, sou apaixonado pelo que eu faço. Amo
dar aulas aqui no Estratégia Concursos e espero que essa paixão possa contribuir na sua busca pela
aprovação. Minhas outras três paixões são a minha esposa, Aline, e meus filhotes, Pietro e Gael (que de
tão especial foi presenteado com um cromossomosinho a mais).
Agora, vamos falar do nosso curso! O curso é composto por teoria, exercícios e videoaulas. O conteúdo
será completo tanto no livro digital como nas videoaulas. Assim, você poderá optar por estudar tanto pelo
material escrito, como pelos vídeos ou ainda pelos dois. Além disso, abordaremos a teoria completa, mas
de forma objetiva, motivo pelo qual você não precisará complementar os estudos por outras fontes. As
nossas aulas terão o conteúdo suficiente para você fazer a prova, abrangendo a teoria, jurisprudência e
questões.
Observo ainda que o nosso curso contará com o apoio da Prof. Leticia Cabral, que nos auxiliará com as
respostas no fórum de dúvidas. A Prof. Leticia é advogada e trabalha também como assessora de
Procurador do Estado em Vitória-ES. Atualmente também é aluna do mestrado em Direito Processual na
UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Com isso, daremos uma atenção mais completa e pontual
ao nosso fórum.
O conteúdo do nosso livro digital será distribuído em 1 aula, conforme o seguinte cronograma:
Por fim, se você quiser receber dicas diárias de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais (não
esqueça de habilitar as notificações no Instagram e Youtube, assim você será informado sempre que eu
postar uma novidade por lá):
@profherbertalmeida
/profherbertalmeida
/profherbertalmeida
/profherbertalmeida e /controleexterno
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Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.
Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei
9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os
cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site
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1) Com o objetivo de otimizar os seus estudos, você encontrará, em nossa plataforma (Área do
aluno), alguns recursos que irão auxiliar bastante a sua aprendizagem, tais como “Resumos”,
“Slides” e “Mapas Mentais” dos conteúdos mais importantes desse curso. Essas ferramentas de
aprendizagem irão te auxiliar a perceber aqueles tópicos da matéria que você precisa dominar,
que você não pode ir para a prova sem ler.
- Qual a melhor ordem para estudar as aulas? Quais são os assuntos mais importantes?
- Qual a melhor ordem de estudo das diferentes matérias? Por onde eu começo?
- “Estou sem tempo e o concurso está próximo!” Posso estudar apenas algumas partes do
curso? O que priorizar?
- O que fazer a cada sessão de estudo? Quais assuntos revisar e quando devo revisá-los?
- A quais questões deve ser dada prioridade? Quais simulados devo resolver?
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3) Procure, nas instruções iniciais da “Monitoria”, pelo Link da nossa “Comunidade de Alunos” no
Telegram da sua área / concurso alvo. Essa comunidade é exclusiva para os nossos assinantes e
será utilizada para orientá-los melhor sobre a utilização da nossa Trilha Estratégica. As melhores
dúvidas apresentadas nas transmissões da “Monitoria” também serão respondidas na nossa
Comunidade de Alunos do Telegram.
(*) O Telegram foi escolhido por ser a única plataforma que preserva a intimidade dos
assinantes e que, além disso, tem recursos tecnológicos compatíveis com os objetivos da
nossa Comunidade de Alunos.
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Antes da vigência da Lei 12.846/2013 – também conhecida como “Lei Anticorrupção” ou “Lei Anticorrupção
Empresarial” –, já existiam diversas normas legais definindo crimes, infrações administrativas e atos de
improbidade praticados contra a Administração Pública, no entanto essas leis alcançavam as pessoas
físicas. Eis que entra a principal marca da Lei 12.846/2013, uma vez que ela disciplina os ilícitos praticados
pelas pessoas jurídicas contra a Administração Pública, nacional e estrangeira.
Nesse contexto, o Código Penal e outras leis estabelecem vários crimes praticados contra a Administração
Pública, mas destinando-se a punir as pessoas físicas. No mesmo sentido, a Lei 8.429/1992 cuida dos atos
de improbidade administrativa, contudo destinando suas penalidades às pessoas físicas1. Podemos
mencionar ainda a Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), que dispõe sobre os casos de
inelegibilidade para proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato.
Acrescenta-se, por fim, a Lei 8.666/1993, que, essa sim, possui algumas sanções administrativas que
poderão ser imputadas às pessoas jurídicas, mas apenas no âmbito das licitações e contratos
administrativos.
Por outro lado, a Lei Anticorrupção ampliou muito as formas de responsabilização administrativa e civil das
pessoas jurídicas. Essa responsabilização poderá ocorrer na esfera administrativa e judicial, conforme
vamos estudar ao longo desta aula.
Além disso, o normativo autoriza a formalização do acordo de leniência, celebrado com as pessoas jurídicas
responsáveis pela prática de atos ilícitos contra a Administração, buscando incentivá-las a colaborar nas
investigações.
Ademais, a Lei Anticorrupção estabelece a responsabilidade objetiva das pessoas jurídicas, ou seja,
independentemente de dolo ou culpa. No caso dos dirigentes ou administradores, no entanto, exigir-se-á
o elemento subjetivo, demonstrando a culpabilidade de cada um.
Feita a abordagem inicial, vamos adentrar no estudo dos dispositivos da Lei 12.846/2013, em conjunto com
as normas previstas em seu regulamento, aprovado pelo Decreto 8.420/2015.
A Lei Anticorrupção dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira (art. 1º).
1
A despeito da divergência doutrinária sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça admite que pessoa jurídica seja
penalizada em ação de improbidade, desde que tenha participado ou se beneficiado dos atos (REsp 1.122.177/MT).
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representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente (art.
1º, parágrafo único).
Ademais, a responsabilidade dessas pessoas jurídicas subsiste mesmo na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária (art. 4º), sendo que, no caso de fusão e
incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e
reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido. Além disso, a empresa
sucessora não poderá sofrer as demais sanções previstas na Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes
da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de fraude, devidamente
comprovados (art. 4º, §1º).
Dessa forma, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito
(art. 3º). Da mesma forma, a pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da
responsabilização individual das pessoas naturais mencionadas anteriormente (art. 3º, §1º).
Os atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, de acordo com o art. 5º, são todos aqueles
praticados pelas pessoas jurídicas, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro,
contra princípios da administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
Uma Autarquia
Os atos lesivos estão listados nos incisos do art. 5º da Lei Anticorrupção, vejamos:
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Da leitura dos dispositivos, percebe-se que eles foram retirados das legislações já existentes. São ilícitos
capitulados como crime pelo Código Penal ou pela Lei 8.666/1993 e, quase todos, são atos de improbidade
administrativa previstos na Lei 8.429/1992. Todavia, nessas leis, as sanções destinam-se às pessoas físicas,
enquanto a Lei Anticorrupção prevê sanções às pessoas jurídicas.
Importante notar, ademais, que a Lei alcança os atos lesivos contra a administração nacional ou
estrangeira. Nessa linha, considera-se administração pública estrangeira os órgãos e entidades estatais ou
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Além disso,
equiparam-se à administração pública estrangeira as organizações públicas internacionais (art. 5º,
parágrafo segundo).
O art. 6º estabelece as sanções administrativas que podem ser aplicadas às pessoas jurídicas consideradas
responsáveis pelos atos lesivos prevista na Lei Anticorrupção. As sanções serão aplicadas
fundamentadamente, isolada ou cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e
com a gravidade e natureza das infrações.
Assim, as sanções administrativas são as seguintes (LAB, art. 6º; RLAB, art. 15):
a) multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
b) publicação extraordinária da decisão condenatória.
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Ademais, se os atos lesivos apurados envolverem infrações administrativas à Lei nº 8.666, de 1993, ou a
outras normas de licitações e contratos da administração pública e tenha ocorrido a apuração conjunta, a
pessoa jurídica também estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito restrição ao
direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a administração pública, a serem aplicadas
no processo administrativo de responsabilização (RLAB, art. 16).
Ademais, serão levados em consideração na aplicação das sanções (LAB, art. 7º):
a) a gravidade da infração;
b) a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
c) a consumação ou não da infração;
d) grau de lesão ou perigo de lesão;
e) efeito negativo produzido pela infração;
f) a situação econômica do infrator;
g) a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
h) a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica;
i) o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou entidade pública lesados.
1.4.1 Multa
A Lei Anticorrupção estabelece que a multa deve ser de 0,1 a 20% do faturamento bruto da empresa obtido
no último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo. Não sendo possível utilizar o
critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$
60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), conforme dispõe o art. 6º, §4º.
O Regulamento da Lei Anticorrupção, por sua vez, estabeleceu uma metodologia de cálculo para se chegar
ao percentual da multa a ser aplicada. Assim, são previstas situações e respectivos percentuais que deverão
ser somados ou subtraídos, conforme o caso, chegando-se ao percentual da multa a ser aplicada.
Nesse contexto, o cálculo da multa se inicia com a soma dos valores correspondentes aos seguintes
percentuais do faturamento bruto da pessoa jurídica do último exercício anterior ao da instauração do
processo administrativo de responsabilização, excluídos os tributos (RLAB, art. 17):
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e) 5% no caso de reincidência, assim definida a ocorrência de nova infração, idêntica ou não à anterior,
tipificada como ato lesivo pela Lei Anticorrupção, em menos de cinco anos, contados da publicação
do julgamento da infração anterior; e
f) o caso de os contratos mantidos ou pretendidos com o órgão ou entidade lesado, serão considerados,
na data da prática do ato lesivo, os seguintes percentuais:
→ 1% em contratos acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
→ 2% em contratos acima de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
→ 3% em contratos acima de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
→ 4% em contratos acima de R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de reais); e
→ 5% em contratos acima de R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais).
Após somar os percentuais aplicáveis acima, deverão ser subtraídos do resultado os valores
correspondentes aos seguintes percentuais do faturamento bruto da pessoa jurídica do último exercício
anterior ao da instauração do processo administrativo de responsabilização, excluídos os tributos:
Se estiverem ausentes todos os fatores de soma e de subtração vistos acima ou no caso de o resultado das
operações de soma e subtração ser igual ou menor a zero, o valor da multa corresponderá, conforme o
caso, a: (i) um décimo por cento – 0,1% – do faturamento bruto do último exercício anterior ao da
instauração do processo administrativo de responsabilização, excluídos os tributos; ou (ii) R$ 6.000,00 (seis
mil reais), quando não for possível adotar o critério do faturamento bruto (RLAB, art. 19).
A existência e quantificação dos fatores de cálculo da multa deverá ser apurada no processo administrativo
de responsabilização e evidenciada no relatório final da comissão. Além disso, o relatório final deverá
2
Já vimos que, quando não for possível apurar o faturamento bruto do exercício anterior, o valor da multa será limitado
entre R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). Assim, para fins de apuração desse valor,
serão utilizados os mesmos percentuais de acréscimo e decréscimo constantes nos arts. 17 e 19 do RLAB, conforme vimos
acima; no entanto, esses percentuais incidirão sobre (RLAB, art. 22):
I - sobre o valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, excluídos os tributos, no ano em que ocorreu o ato lesivo, no
caso de a pessoa jurídica não ter tido faturamento no ano anterior ao da instauração ao PAR;
II - sobre o montante total de recursos recebidos pela pessoa jurídica sem fins lucrativos no ano em que ocorreu o ato
lesivo; ou
III - nas demais hipóteses, sobre o faturamento anual estimável da pessoa jurídica, levando em consideração quaisquer
informações sobre a sua situação econômica ou o estado de seus negócios, tais como patrimônio, capital social, número
de empregados, contratos, dentre outras.
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conter, sempre que possível, a estimativa dos valores da vantagem auferida e da pretendida pela empresa
a ser responsabilizada (RLAB, art. 20).
(i) mínimo: o maior valor entre o da vantagem auferida e o valor previsto no art. 19 do RLAB (0,1% do
faturamento bruto obtido no exercício anterior ao da instauração do processo, excluídos os tributos,
ou R$ 6 mil reais quando não for possível apurar o faturamento bruto); e
(ii) máximo, o menor valor entre: (a) 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da
instauração do processo administrativo de responsabilização, excluídos os tributos; ou (b) três vezes
o valor da vantagem pretendida ou auferida.
Limites para o valor final da multa
Limite mínimo Limite máximo
Maior valor entre:
Menor valor entre:
a) vantagem auferida; e
a) três vezes o valor da vantagem auferida ou
b) 0,1% do faturamento bruto do exercício pretendida; e
anterior, excluídos os tributos, ou R$ 6 mil
b) 20% do faturamento bruto do exercício
reais quando não for possível apurar o
anterior, excluídos os tributos.
faturamento bruto.
O valor da vantagem auferida ou pretendida equivale aos ganhos obtidos ou pretendidos pela pessoa
jurídica que não ocorreriam sem a prática do ato lesivo, somado, quando for o caso, ao valor
correspondente a qualquer vantagem indevida prometida ou dada a agente público ou a terceiros a ele
relacionados (RLAB, art. 20, § 2º). Para esse cálculo, serão deduzidos custos e despesas legítimos
comprovadamente executados ou que seriam devidos ou despendidos caso o ato lesivo não tivesse
ocorrido (RLAB, art. 20, § 3º). Ademais, a metodologia de cálculo do faturamento bruto e dos tributos a
serem excluídos será fixada pelo Chefe da Controladoria-Geral da União.
Caso seja firmado acordo de leniência, a multa será reduzida conforme a fração nele pactuada, não
podendo a redução ultrapassar dois terços do valor da multa que seria aplicável. Nesse caso, o valor da
multa poderá ser inferior a 0,1% do faturamento bruto do ano anterior ou a R$ 6.000,00 (seis mil reais),
conforme o caso. Todavia, se a autoridade signatária declarar o descumprimento do acordo de leniência
por falta imputável à pessoa jurídica colaboradora, será cobrado o valor integral da multa, apurado antes
da redução, descontando-se o que eventualmente já foi pago (art. 23).
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Nesse contexto, a instauração e o julgamento de processo administrativo para apuração (isto é, realizar a
instauração e o julgamento do PAR) da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade máxima
de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (LAB, art. 8º). Em se tratando de
órgão da administração direta do Poder Executivo, a competência para instaurar e julgar o PAR será do seu
Ministro de Estado (RLAB, art. 3º).
A Lei permite que a competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração
de responsabilidade da pessoa jurídica seja delegada, vedada a subdelegação. Diga-se, ademais, que a
autoridade deverá instaurar o processo de ofício ou mediante provocação, observados o contraditório e a
ampla defesa (RLAB, art. 3º, parágrafo único).
Especificamente para o Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da União - CGU terá competência
(LAB, art. 8º, § 2º; RLAB, art. 13):
Essas competências poderão ser exercidas pela CGU, a qualquer tempo, se presentes quaisquer das
seguintes circunstâncias (RLAB, art. 13, § 1º):
3Art. 5º. [...]: LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
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Por conseguinte, os órgãos e entidades da administração pública são obrigados a encaminhar à CGU todos
os documentos e informações que lhes forem solicitados, incluindo os autos originais dos processos que
eventualmente estejam em andamento (RLAB, art. 13, § 2º).
Além disso, a CGU possui a competência para instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos lesivos à
administração pública estrangeira (LAB, art. 9º; RLAB, art. 14).
Ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesivo à administração pública federal, a autoridade
competente para instauração do PAR, em sede de juízo de admissibilidade e mediante despacho
fundamentado, decidirá (RLAB, art. 4º): (a) pela abertura de investigação preliminar; (b) pela instauração
de PAR; ou (c) pelo arquivamento da matéria.
Com efeito, a investigação preliminar terá caráter sigiloso e não punitivo e será destinada à apuração de
indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública federal (RLAB, art. 4º, § 1º). A
investigação preliminar será conduzida por comissão composta por dois ou mais servidores efetivos (RLAB,
art. 4º, § 2º). Todavia, nas entidades da administração pública federal cujos quadros funcionais não sejam
formados por servidores estatutários (fundações públicas de direito privado, empresas públicas e
sociedades de economia mista), a comissão responsável pela investigação preliminar será composta por
dois ou mais empregados públicos (RLAB, art. 4º, § 3º). A investigação preliminar não excederá sessenta
dias e poderá ser prorrogada por igual período, mediante solicitação justificada do presidente da comissão
à autoridade instauradora (RLAB, art. 4º, § 4º). Por fim, ao término da investigação preliminar, serão
enviadas à autoridade competente as peças de informação obtidas, acompanhadas de relatório conclusivo
acerca da existência de indícios de autoria e materialidade de atos lesivos à administração pública federal,
para decisão sobre a instauração do PAR (RLAB, art. 4º, § 5º).
O processo administrativo de responsabilização, por sua vez, será conduzido por comissão designada pela
autoridade instauradora e composta por dois ou mais servidores estáveis, que avaliará fatos e
circunstâncias conhecidos e intimará a pessoa jurídica para, no prazo de trinta dias, apresentar defesa
escrita e especificar eventuais provas que pretende produzir (LAB, arts. 10 e 11; RLAB, art. 5º). Caso a
entidade não possua servidores estatutários, a comissão processante será composta por dois ou mais
empregados públicos, preferencialmente com no mínimo três anos de tempo de serviço na entidade (RLAB,
art. 5º, § 1º).
Ademais, mediante decisão fundamentada, serão recusadas provas propostas pela pessoa jurídica que
sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas (RLAB, art. 5º, § 3º).
4
Vamos estudar o programa de integridade logo adiante.
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A comissão responsável por conduzir o PAR exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,
assegurado o sigilo, sempre que necessário à elucidação do fato e à preservação da imagem dos envolvidos,
ou quando exigido pelo interesse da administração pública, garantido o direito à ampla defesa e ao
contraditório (RLAB, art. 6º).
Além disso, as intimações no PAR serão feitas por meio eletrônico, via postal ou por qualquer outro meio
que assegure a certeza de ciência da pessoa jurídica acusada. Ademais, o prazo para apresentação de defesa
será contado a partir da data da cientificação oficial, observado o disposto na Lei de Processo
Administrativo da Administração Pública Federal (RLAB, art. 7º).5
Contudo, se a intimação inicial não obtiver êxito, será feita nova intimação por meio de edital publicado na
imprensa oficial, em jornal de grande circulação no Estado da federação em que a pessoa jurídica tenha
sede, e no sítio eletrônico do órgão ou entidade pública responsável pela apuração do PAR, contando-se o
prazo para apresentação da defesa a partir da última data de publicação do edital (RLAB, art. 7º, § 1º).
Em se tratando de pessoa jurídica que não possua sede, filial ou representação no País e sendo
desconhecida sua representação no exterior, frustrada a intimação inicial, será feita nova intimação por
meio de edital publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público responsável
pela apuração do PAR, contando-se o prazo para apresentação da defesa a partir da última data de
publicação do edital (RLAB, art. 7º, § 2º).
Como forma de exercer o seu direito de defesa, a pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por meio de
seus representantes legais ou procuradores, sendo-lhes assegurado amplo acesso aos autos (RLAB, art. 8º).
Todavia, é vedada a retirada dos autos da repartição pública, sendo autorizada a obtenção de cópias
mediante requerimento (RLAB, art. 8º, parágrafo único).
O prazo para a conclusão do PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida prorrogação por meio de
solicitação do presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá de forma fundamentada.
Com efeito, o prazo conta da data da publicação do ato de instauração do PAR (LAB, art. 10, §§ 3º e 4º;
RLAB, art. 9º, caput e § 1º).
Para o devido e regular exercício de suas funções, a comissão poderá (LAB, art. 10, §§ 1º, 2º; RLAB, art. 9º,
§ 2º):
a) propor à autoridade instauradora a suspensão cautelar dos efeitos do ato ou do processo objeto da
investigação;
5
Os artigos 66 e 67 da Lei de Processo Administrativo da Administração Pública Federal (Lei 9.784/1998) apresentam as
formas de contagem dos prazos no PAR, vejamos:
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e
incluindo-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver
expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.
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Encerrados os trabalhos de apuração e análise, a comissão deverá elaborar relatório sobre os fatos
apurados e da eventual responsabilidade administrativa da pessoa jurídica, no qual sugerirá, de forma
motivada, as sanções a serem aplicadas, a dosimetria da multa ou o arquivamento do processo (RLAB, art.
9º, § 3º).
O relatório final do processo será encaminhado à autoridade competente para julgamento (LAB, art. 12), o
qual será precedido de manifestação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência jurídica competente
(RLAB, art. 9º, § 4º).
Ademais, se for verificada a ocorrência de eventuais ilícitos a serem apurados em outras instâncias, o
relatório da comissão será encaminhado, pela autoridade julgadora: ao Ministério Público6; à Advocacia-
Geral da União e seus órgãos vinculados, no caso de órgãos da administração pública direta, autarquias e
fundações públicas federais; ou ao órgão de representação judicial ou equivalente dos demais órgãos ou
entidades da administração pública (RLAB, art. 9º, § 5º).
A autoridade não necessariamente deverá seguir o relatório da comissão. Entretanto, se a decisão for
contrária ao relatório, esta deverá ser fundamentada com base nas provas produzidas no PAR (RLAB, art.
9º, § 6º).
Por fim, a decisão administrativa proferida pela autoridade julgadora ao final do PAR deverá ser publicada
no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico do órgão ou entidade público responsável pela instauração
do processo (RLAB, art. 10).
Da decisão administrativa sancionadora cabe pedido de reconsideração com efeito suspensivo, que deverá
ser interposto no prazo de dez dias, contados da data de publicação da decisão (RLAB, art. 11). Sendo
apresentado o pedido de reconsideração, a autoridade julgadora terá o prazo de trinta dias para decidir
sobre a matéria alegada e publicar nova decisão (RLAB, art. 11, § 2º).
Entretanto, não sendo apresentado o pedido de reconsideração, a pessoa jurídica contra a qual foram
impostas sanções no PAR deverá cumpri-las no prazo de trinta dias, contado do fim do prazo para
interposição do pedido de reconsideração (RLAB, art. 11, § 1º). Como as penalidades aplicáveis são a multa
e a publicação extraordinária da decisão sancionadora, isso significa que a pessoa jurídica tem o prazo de
6
Enquanto o Regulamento dispõe que o relatório da comissão será encaminhado ao Ministério Público, por intermédio
da autoridade julgadora, na hipótese de eventuais ilícitos a serem apurados em outras instâncias; a Lei Anticorrupção
dispõe, simplesmente, que “A comissão designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica, após a conclusão
do procedimento administrativo, dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para apuração de eventuais
delitos” (LAB, art. 15). Portanto, a disposição da Lei Anticorrupção é mais genérica que o previsto no Regulamento e, além
disso, prevê que o relatório seja encaminhado diretamente pela comissão designada.
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trinta dias, contados do término do prazo para apresentação do pedido, para recolher a multa e
providenciar as medidas sobre a sua responsabilização para a publicação da sanção, conforme o caso.
Por outro lado, sendo apresentado o pedido de reconsideração, mas a autoridade manter a decisão
administrativa sancionadora, será concedido à pessoa jurídica novo prazo de trinta dias para cumprimento
das sanções que lhe foram impostas, contado da data de publicação da nova decisão (RLAB, art. 11, § 3º).
O Regulamento permite que os atos que forem, simultaneamente, lesivos à administração pública federal,
na forma da Lei Anticorrupção, e infrações administrativas à Lei 8.666/1993, ou a outras normas de
licitações e contratos da administração pública, poderão ser apurados e julgados conjuntamente, nos
mesmos autos, aplicando-se o rito procedimental que vimos acima (RLAB, art. 12).
Nesse caso, concluída a apuração conjunta, mas havendo autoridades distintas competentes para
==1d76a6==
julgamento, o processo será encaminhado primeiramente àquela de nível mais elevado, para que julgue no
âmbito de sua competência. Porém, terá precedência o julgamento pelo Ministro de Estado competente
(RLAB, art. 12, § 1º).
******
Uma importante regra que devemos abordar sobre o processo administrativo é que a lei permite que seja
realizada a desconsideração da personalidade jurídica sempre que utilizada com abuso do direito para
facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos contra a administração ou para provocar confusão
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus
administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa (LAB,
art. 14).
Poderíamos discutir várias páginas sobre a desconsideração da personalidade jurídica, mas para fins de
concursos devemos ser mais objetivos. Como regra, não se pode confundir a pessoa jurídica com os seus
sócios, de tal formar que as sanções aplicáveis às pessoas jurídicas não poderiam alcançar seus donos. No
entanto, em determinadas situações, a pessoa jurídica é utilizada com o propósito de praticar ilícitos e
deixar os donos (pessoas físicas) inalcançáveis. Nessas condições, a teoria da desconsideração da
personalidade jurídica permite que os efeitos das sanções aplicáveis às pessoas jurídicas sejam estendidos
aos administradores e sócios, de forma a efetivamente punir os responsáveis.
Por exemplo: imagine que uma pessoa abriu uma empresa com o propósito de desviar recursos públicos e,
após se apropriar das verbas públicas, embolsou todo o dinheiro e decretou falência da empresa. No caso,
se as sanções não alcançarem a pessoa física, as medidas contra a pessoa jurídica não terão qualquer efeito.
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Por fim, determina o art. 15 da LAB que, após a conclusão do procedimento administrativo, a comissão
designada para apuração da responsabilidade de pessoa jurídica dará conhecimento ao Ministério Público
de sua existência, para apuração de eventuais delitos.
Um dos pontos mais discutidos da Lei Anticorrupção é a possibilidade de se firmar o acordo de leniência.
Esse instrumento é muito semelhante às famosas “delações premiadas”, porém com aplicação no âmbito
da responsabilização das pessoas jurídicas.
Com efeito, o acordo poderá ser firmado com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos previstos
na Lei nº 8.666/1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus
arts. 86 a 88 (LAB, art. 17).
Ademais, o acordo terá como fim a isenção ou atenuação das sanções a serem aplicadas, desde que as
pessoas jurídicas colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, devendo
resultar dessa colaboração (LAB, art. 16):
A competência para firmar o acordo de leniência, no âmbito do Poder Executivo federal e nos casos de atos
lesivos contra a administração pública estrangeira é da Controladoria-Geral da União – CGU (LAB, art. 16, §
10; RLAB, art. 29).
Para poder firmar o acordo de leniência, a pessoa jurídica deverá preencher alguns requisitos, de forma
cumulativa, quais sejam (LAB, art. 16, § 1º; RLAB, art. 30, I, II, III e IV):
a) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do
ato ilícito;
b) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
c) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada,
a todos os atos processuais, até seu encerramento.
Além disso, o Regulamento também exige como requisito que a pessoa jurídica deverá fornecer
informações, documentos e elementos que comprovem a infração administrativa (RLAB, art. 30, V).
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Entretanto, o Regulamento, quando tratou dos requisitos, apresentou uma pequena divergência em
relação à Lei, situação que causa, atualmente, ampla discussão. Consoante a Lei Anticorrupção, a pessoa
jurídica deverá ser a primeira a manifestar o interesse em cooperar; o Regulamento, por outro lado, dispõe
que a pessoa jurídica deverá ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato
lesivo específico, quando tal circunstância for relevante. Portanto, para o Regulamento, se não for
relevante o fato de a pessoa jurídica ser a primeira a manifestar interesse em colaborar, outras pessoas
jurídicas também poderão firmar o acordo. Não nos cabe aprofundar ou debater esse tema, mas apenas
apresentar a divergência, que deverá ser julgada de acordo com o enunciado da questão.
O acordo de leniência será proposto pela pessoa jurídica, por intermédio de seus representantes, na forma
de seu estatuto ou contrato social, ou por meio de procurador com poderes específicos para tal ato, na
forma prevista na Lei Anticorrupção (RLAB, art. 30, § 1º).7 Ademais, a proposta do acordo de leniência
poderá ser feita até a conclusão do relatório a ser elaborado no PAR (RLAB, art. 30, § 2º).
A proposta de acordo de leniência poderá ser feita de forma oral ou escrita, sendo que, nessa
oportunidade, a pessoa jurídica proponente deverá declarar expressamente que foi orientada a respeito
de seus direitos, garantias e deveres legais e de que o não atendimento às determinações e solicitações da
CGU, durante a etapa de negociação, importará a desistência da proposta (RLAB, art. 31, caput).
Nesse contexto, a proposta receberá tratamento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será restrito aos
servidores especificamente designados pela CGU para participar da negociação do acordo de leniência.
Ressalva-se, entretanto, a possibilidade de a proponente autorizar a divulgação ou compartilhamento da
existência da proposta ou de seu conteúdo, desde que haja anuência da CGU (RLAB, art. 31, § 1º).8
Além disso, para formalizar a proposta e definir os parâmetros do acordo de leniência, poderá ser firmado
memorando de entendimentos entre a pessoa jurídica proponente e a CGU (RLAB, art. 31, § 2º).
Como compete à CGU firmar os acordos de leniência, uma vez apresentada a proposta, a Controladoria-
Geral da União poderá requisitar os autos de processos administrativos em curso em outros órgãos ou
entidades da administração pública federal relacionados aos fatos objeto do acordo (RLAB, art. 31, § 3º).
de acordo de leniência somente se tornará pública após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse das
investigações e do processo administrativo”.
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A partir da apresentação da proposta, a negociação sobre a proposta de acordo de leniência deverá ser
concluída no prazo de cento e oitenta dias, podendo ser prorrogado9 a critério da CGU, caso presentes
circunstâncias que o exijam (RLAB, art. 32).
Ademais, não importará em reconhecimento da prática do ato lesivo investigado a proposta de acordo de
leniência rejeitada, da qual não se fará qualquer divulgação, salvo se a proponente autorizar a divulgação
e houver anuência da CGU (LAB, art. 16, § 7º; RLAB, art. 33).
Deve-se observar, ainda, que a pessoa jurídica poderá desistir da proposta de acordo de leniência a
qualquer momento que anteceda a assinatura do referido acordo (RLAB, art. 34).
Com efeito, se o acordo não vier a ser celebrado, os documentos apresentados durante a negociação serão
devolvidos, sem retenção de cópias, à pessoa jurídica proponente, sendo vedado seu uso para fins de
responsabilização, salvo quando a administração pública federal tiver conhecimento deles
independentemente da apresentação da proposta do acordo de leniência (RLAB, art. 35).
Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo
acordo pelo prazo de três anos contados do conhecimento pela administração pública do referido
descumprimento (LAB, art. 16, § 8º).
Consoante o art. 37 do Regulamento da Lei Anticorrupção, o acordo de leniência conterá, entre outras
disposições, cláusulas que versem sobre: (a) o compromisso de cumprimento dos requisitos de ter cessado
o envolvimento no ato lesivo, de admitir a participação na infração administrativa e de cooperar com as
investigações (na forma do art. 30, II a IV do RLAB); (b) a perda dos benefícios pactuados, em caso de
descumprimento do acordo; (c) a natureza de título executivo extrajudicial do instrumento do acordo; e (d)
a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento de programa de integridade.
Até a celebração do acordo de leniência pelo Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União, a
identidade da pessoa jurídica signatária do acordo não será divulgada ao público, salvo se houver
autorização do proponente do acordo e anuência da CGU (RLAB, art. 39). Ademais, a CGU deverá manter
restrito o acesso aos documentos e informações comercialmente sensíveis da pessoa jurídica signatária do
acordo de leniência (RLAB, art. 39, parágrafo único).
Depois de toda essa exposição, pergunta-se: quais os benefícios para a pessoa jurídica proponente do
acordo de leniência? A nossa resposta encontra-se na própria Lei Anticorrupção e no seu Regulamento.
Então, vamos ver!
Uma vez cumprido o acordo de leniência pela pessoa jurídica colaboradora, serão declarados em favor da
pessoa jurídica signatária, nos termos previamente firmados no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos
(LAB, art. 16, § 2º; RLAB, art. 40):
9
O Regulamento não dispõe sobre o prazo da prorrogação.
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d) isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas na Lei 8.666/1993, ou de outras normas
de licitações e contratos.
Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas jurídicas que integrarem o mesmo grupo
econômico, de fato e de direito, desde que tenham firmado o acordo em conjunto, respeitadas as condições
nele estabelecidas (LAB, art. 16, § 5º; RLAB, art. 40, parágrafo único).
Nota-se que o acordo de leniência traz benefícios para a proponente, isentando-a de algumas sanções e
reduzindo o valor da multa. Todavia, o acordo não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar
integralmente o dano causado (LAB, art. 16, § 3º).
Por fim, a celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na
Lei Anticorrupção (LAB, art. 16, § 6º).
Na Lei Anticorrupção, uma pessoa jurídica pode ser responsabilizada na esfera administrativa e judicial.
Vale dizer, são duas instâncias diferentes, com apurações e penalidades distintas, mas que podem ser
aplicadas à mesma pessoa jurídica pelos mesmos ilícitos.
Nesse contexto, a responsabilização da pessoa jurídica na esfera administrativa não afasta a possibilidade
de sua responsabilização na esfera judicial (art. 18). Portanto, é possível que uma mesma empresa
responda por atos previstos na Lei Anticorrupção tanto na esfera administrativa, como na esfera judicial,
até mesmo de forma cumulativa.
O rito previsto para o processo judicial de responsabilização da pessoa jurídica é o previsto para a ação civil
pública (art. 21, caput), podendo o processo ser movido pelo Ministério Público ou pela União, estados,
Distrito Federal e os municípios, por meio das respectivas advocacias públicas ou órgãos de representação
judicial, ou equivalentes. O ajuizamento da ação tem por fim a aplicação das seguintes sanções, de forma
isolada ou cumulativa, às pessoas jurídicas infratoras (art. 19, caput):
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou
indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo
mínimo de um e máximo de cinco anos.
Note que essas são outras sanções, que não se confundem com aquelas que podem ser impostas pela
Administração. Como regra, as penas administrativas somente podem ser aplicadas pela autoridade
administrativa, enquanto as sanções judiciais somente são impostas pela autoridade judicial. No entanto,
se constatada omissão das autoridades competentes para promover a responsabilização administrativa,
poderão ser aplicadas também as penas previstas para o processo administrativo nas ações movidas pelo
Ministério Público (art. 20, caput). Vale dizer, se a autoridade competente for omissa na aplicação das
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sanções administrativas, o Ministério Público poderá requerer, judicialmente, a aplicação das penas
administrativas (multa e publicação extraordinária da decisão condenatória).
A aplicação da pena de dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada quando comprovado
(art. 19, §1º):
(a) ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover a prática de
atos ilícitos; ou
(b) ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários dos
atos praticados.
A Lei permite ainda que o Ministério Público ou a advocacia pública ou órgão de representação judicial, ou
equivalente, do ente público requeira a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários à
garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano causado, ressalvado o direito do terceiro
de boa-fé (art. 19, § 4º). d
Vamos explicar isso um pouco melhor! Imagine, por exemplo, que uma pessoa tenha um contrato com uma
empresa que está sofrendo um processo de responsabilização. Contudo, esse contrato e essa pessoa não
têm qualquer relação com o Poder Público, nem mesmo com as ilicitudes cometidas. Ademais, a pessoa
nem fazia ideia de que a empresa estava sendo responsabilizada. E diga-se mais: o serviço foi prestado de
forma honesta, sendo que, nesse contrato, não existia qualquer ilicitude. No entanto, foi decretada a
indisponibilidade dos bens, direitos e valores, antes de a pessoa receber pelos seus serviços. Seria injusto,
não?! Seria mesmo, pois a pessoa agiu de boa-fé, prestando o serviço honestamente e sem fazer ideia de
que a pessoa jurídica cometeu ilícitos. Nesse caso, o prestador de serviço é um terceiro de boa-fé – ou seja,
uma pessoa fora da relação ilícita e que agiu honestamente, sem saber das irregularidades. Assim, os seus
direitos devem ser preservados, motivo pelo qual tais valores devem ser liberados para quitar os serviços.
Por fim, a condenação torna certa a obrigação de reparar, integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo
valor será apurado em posterior liquidação, se não constar expressamente da sentença (art. 21, parágrafo
único).
Com efeito, o programa de integridade deve ser estruturado, aplicado e atualizado de acordo com as
características e riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, que deverá, por sua vez, garantir o
constante aprimoramento e adaptação do referido programa, visando garantir sua efetividade (RLAB, art.
41, parágrafo único).
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Um benefício para as empresas que instituírem o programa de integridade é a amenização das penalidades
aplicáveis, uma vez que, de acordo com o art. 5º, § 4º, do Regulamento da Lei Anticorrupção, se a pessoa
jurídica apresentar, em sua defesa, informações e documentos referentes à existência e ao funcionamento
de programa de integridade, a comissão processante deverá examiná-lo para a dosimetria das sanções a
serem aplicadas.
Por conseguinte, o art. 42 trouxe os parâmetros que devem ser considerados para fins de avaliação do
programa de integridade. Trata-se de uma extensa lista, mas que teremos que transcrever, dada a
possibilidade de cobrança literal. Então, vejamos os parâmetros de avaliação do programa de integridade,
consoante o art. 42 do RLAB:10
I - comprometimento da alta direção da pessoa jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio
visível e inequívoco ao programa;
II - padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos de integridade, aplicáveis a todos os
empregados e administradores, independentemente 7 de cargo ou função exercidos;
III - padrões de conduta, código de ética e políticas de integridade estendidas, quando necessário, a
terceiros, tais como, fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;*
IV - treinamentos periódicos sobre o programa de integridade;
V - análise periódica de riscos para realizar adaptações necessárias ao programa de integridade;*
VI - registros contábeis que reflitam de forma completa e precisa as transações da pessoa jurídica;
VII - controles internos que assegurem a pronta elaboração e confiabilidade de relatórios e
demonstrações financeiros da pessoa jurídica;
VIII - procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos no âmbito de processos licitatórios, na
execução de contratos administrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda que
intermediada por terceiros, tal como pagamento de tributos, sujeição a fiscalizações, ou obtenção de
autorizações, licenças, permissões e certidões;
IX - independência, estrutura e autoridade da instância interna responsável pela aplicação do programa
de integridade e fiscalização de seu cumprimento;*
X - canais de denúncia de irregularidades, abertos e amplamente divulgados a funcionários e terceiros,
e de mecanismos destinados à proteção de denunciantes de boa-fé;*
XI - medidas disciplinares em caso de violação do programa de integridade;
XII - procedimentos que assegurem a pronta interrupção de irregularidades ou infrações detectadas e a
tempestiva remediação dos danos gerados;
XIII - diligências apropriadas para contratação e, conforme o caso, supervisão, de terceiros, tais como,
fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados;*
XIV - verificação, durante os processos de fusões, aquisições e reestruturações societárias, do
cometimento de irregularidades ou ilícitos ou da existência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas
envolvidas;*
10
Os itens marcados com asterisco (*) não são exigidos para micro e pequenas empresas.
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Além disso, na avaliação desses parâmetros, deverão ser considerados o porte e as especificidades da
pessoa jurídica, tais como (RLAB, art. 42, § 1º):
Além disso, deverá ser avaliada a efetividade do programa de integridade em relação ao ato lesivo objeto
de apuração (RLAB, art. 42, § 2º).
Como podemos notar, apesar de o Regulamento apresentar vários parâmetros, não há uma descrição
objetiva de como será feita a avaliação do programa de integridade. Provavelmente por isso que o próprio
Regulamento dispõe que caberá ao Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União expedir
orientações, normas e procedimentos complementares referentes à avaliação do programa de integridade.
Ademais, a redução dos parâmetros de avaliação para as microempresas e empresas de pequeno porte
poderá ser objeto de regulamentação por ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da Secretaria da Micro
e Pequena Empresa e do Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União.
Antes de finalizarmos, vamos listar algumas importantes regras que constam no capítulo final da Lei
12.846/2013:
a) a multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados com fundamento na Lei serão
destinados preferencialmente aos órgãos ou entidades públicas lesadas (art. 24);
b) as infrações praticadas pelas pessoas jurídicas previstas na Lei Anticorrupção prescrevem em cinco
anos, contados da data da ciência da infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do
dia em que tiver cessado. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será interrompida com a
instauração de processo que tenha por objeto a apuração da infração (art. 25);
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c) a autoridade competente que, tendo conhecimento das infrações previstas na Lei, não adotar
providências para a apuração dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente nos
termos da legislação específica aplicável (art. 27);
d) a Lei Anticorrupção aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a
administração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior.
Além disso, as regras da LAB não excluem as competências do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica – Cade, do Ministério da Justiça e do Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que
constitua infração à ordem econômica (art. 29).
Por fim, a aplicação das sanções previstas na Lei Anticorrupção não afeta os processos de responsabilização
e aplicação de penalidades decorrentes de:
Portanto, se não houver acordo de leniência ou este não prever a isenção dessas outras cominações, elas
poderão ser aplicadas, ainda que a pessoa jurídica tenha sido punida pelo mesmo fato no âmbito da Lei
Anticorrupção.
Com isso, encerramos todo o conteúdo da Lei 12.846/2013. Por se tratar de uma norma ainda recente, não
há um bom número de questões. Por isso, vamos resolver os exercícios de várias bancas, como forma de
fixação e interpretação do conteúdo. Vamos nessa!
Comentário: a questão trata do texto do art. 16, incisos I e II da Lei Anticorrupção, que assim dispõe:
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Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de
leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que
colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa
colaboração resulte:
As demais alternativas estão erradas, pois não há previsão de pagamento imediato da multa e nem de
suspensão imediata das atividades ou dissolução compulsória da pessoa jurídica como consequências
imediatas da colaboração.
6
Gabarito: alternativa E.
2. (FGV – TCEAM/2021) Durante a pandemia do novo coronavírus, o Município Alfa contratou, com
dispensa emergencial de licitação, a sociedade empresária Beta para construção de um hospital de
campanha. João, sócio administrador da sociedade empresária Beta, pagou propina para o Prefeito
Alfredo, para fins de fraudar, mediante direcionamento e superfaturamento, a contratação. No caso em
tela, sem prejuízo das demais sanções previstas no ordenamento jurídico, à luz da Lei nº 12.8464/2013
(Lei Anticorrupção), em razão dos narrados atos lesivos à administração pública, a sociedade empresária
Beta responde:
a) objetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João responde subjetivamente;
b) subjetivamente nas esferas cível e administrativa, assim como seu sócio administrador João;
c) objetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João não responde
pessoalmente, para evitar o bis in idem;
d) subjetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João não responde
pessoalmente, para evitar o bis in idem;
e) subjetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João responde objetivamente.
Comentário: a Lei Anticorrupção dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Segundo a LAC, as
pessoas jurídicas são responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos
praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não. Além disso, a responsabilização da pessoa
jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer
pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito. Essa é a previsão dos arts. 1º, 2º e 3º da Lei
Anticorrupção.
Além disso, entrando no caso trazido pela questão, o § 2º do art. 3º diz que os dirigentes ou administradores
somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
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Com base nessas informações, podemos concluir que as pessoas jurídicas respondem objetivamente pelos
atos praticados contra a administração. Já as pessoas físicas (dirigentes e administradores) respondem
subjetivamente, na medida de sua culpabilidade.
Assim, a empresa Beta responde objetivamente nas esferas cível e administrativa, enquanto o sócio
administrador João responde subjetivamente, como trazido pela alternativa A.
As demais alternativas vão de encontro com a previsão legal que trouxemos acima, e por isso estão erradas.
Gabarito: alternativa A.
a) a afirmativa já começa errada, pois não cabe à autoridade policial firmar acordos de leniência. Essa
competência cabe à autoridade máxima de cada órgão ou entidade, nos termos do art. 16 da Lei nº
12.846/2013 – ERRADA;
b) isso mesmo. Caso queira celebrar acordo de leniência, um dos requisitos é o de que a pessoa jurídica
deve ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito (art. 16,
§ 1º) – CORRETA;
c) a pessoa jurídica deve cessar completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data
de propositura do acordo (art. 16, §1º, II) e não da homologação judicial – ERRADA;
d e e) não há previsão na lei de que os sócios cumpram pena privativa de liberdade em regime fechado
para celebração do acordo de leniência – ERRADAS;
Gabarito: alternativa B.
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a) como prevê o art. 3º da LAC, a responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade
individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou
partícipe do ato ilícito – ERRADA;
c) o benefício pode ser exclusivo da pessoa jurídica ou não. Nesse sentido, o art. 2º diz que “as pessoas
jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos
previstos nesta Lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não” – ERRADA;
d) na verdade, nesses casos, não são aplicáveis as sanções previstas na lei de uma forma geral. Isso porque
o art. 4º, § 1º diz que nas “hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade da sucessora será restrita
à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas nesta lei decorrentes de atos e fatos
ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente intuito de
fraude, devidamente comprovado” – ERRADA;
e) realmente, há responsabilidade solidária nesses casos, conforme previsto no § 2º do art. 4º da Lei: “as
sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âmbito do respectivo contrato, as consorciadas
serão solidariamente responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringindo-se tal
responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação integral do dano causado” – CORRETA;
Gabarito: alternativa E.
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5. (FGV – MPERJ/2019) O Estado Alfa, após a instauração de processo administrativo para apurar a
possível prática de atos lesivos à Administração Pública, conforme tipificação da Lei nº 12.846/2013,
decidiu pela celebração de acordo de leniência com a pessoa jurídica XX. No ajuste, foi acertado o
pagamento de metade da multa cominada e a não aplicação da sanção de publicação extraordinária da
decisão.
Considerando a sistemática legal, o referido acordo foi celebrado em:
a) desacordo com a sistemática legal, pois somente poderia ser celebrado caso estivéssemos perante atos
de improbidade administrativa;
b) desacordo com a sistemática legal, pois não poderia ser celebrado pelo Estado Alfa, mas apenas pelo
Ministério Público;
c) desacordo com a sistemática legal, pois a sanção de multa não poderia ser objeto do ajuste, mas apenas
a de publicação extraordinária da decisão;
d) harmonia com a sistemática legal, pois o Estado Alfa tinha competência para celebrar o ajuste e o seu
alcance observou os balizamentos legais;
e) harmonia com a sistemática legal, desde que a celebração tenha ocorrido sob supervisão judicial,
considerando os seus reflexos nas sanções da alçada do Poder Judiciário.
Comentário: como prevê o art. 16, §º2 da Lei, a celebração do acordo de leniência isenta a pessoa jurídica
das sanções de publicação extraordinária da decisão condenatória (inciso II do art. 6º) e reduzirá em até
2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
Então, como não foi publicada a decisão e o valor foi reduzido pela metade, o acordo firmado pelo Estado
Alfa e a pessoa jurídica XX está em harmonia com a sistemática legal.
Gabarito: alternativa D.
6. (FGV – MPERJ/2019) Certa pessoa jurídica constituída sob a égide das leis brasileiras, sediada no
Estado Alfa, praticou ato lesivo à Administração Pública de outro País, cujos efeitos se consumaram
exclusivamente no estrangeiro.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 12.846/2013, a referida pessoa jurídica:
a) não poderá ser responsabilizada pelas autoridades brasileiras;
b) somente poderá ser administrativamente responsabilizada pela Controladoria-Geral da União;
c) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por autoridade da União;
d) poderá ser administrativa e judicialmente responsabilizada pelas autoridades do Estado Alfa;
e) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por iniciativa do Ministério Público do
Estado Alfa.
Comentário: sabemos que a Lei Anticorrupção dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e
civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira (art.
1º).
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Gabarito: alternativa B.
a) a pessoa jurídica realmente deve cessar completamente o seu envolvimento na infração, mas isso ocorre
a partir da data de propositura do acordo (art. 16, §1º, II) – ERRADA;
b) a pessoa jurídica necessariamente tem que admitir sua participação no ilícito e cooperar plena e
permanentemente com as investigações e o processo administrativo (art. §1º, III) – ERRADA;
c) não há essa previsão na lei como sendo requisito para celebração dos acordos – ERRADA;
d) a pessoa jurídica deve comparecer, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos
processuais, até seu encerramento, e não somente até a fase de instrução (art. §1º, III) – ERRADA;
e) de fato, o acordo de leniência somente poderá ser celebrado se a pessoa jurídica for a primeira a se
manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito, além de cessar completamente
seu envolvimento na infração investigada a partir da data de propositura do acordo (art. 16, § 1º, I e II) –
CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
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Comentário: de acordo com a Lei Anticorrupção, no momento da aplicação das sanções, devem ser
considerados os seguintes fatores: (i) a gravidade da infração; (ii) a vantagem auferida ou pretendida pelo
infrator; (iii) a consumação ou não da infração; (iv) o grau de lesão ou perigo de lesão; (v) o efeito negativo
produzido pela infração; (vi) a situação econômica do infrator; (vii) a cooperação da pessoa jurídica para
a apuração das infrações; (viii) a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade,
auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta
no âmbito da pessoa jurídica; (ix) o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou
entidade pública lesados.
Portanto, a questão descreveu corretamente alguns dos fatores que devem ser considerados quando da
aplicação das sanções.
Gabarito: correto.
Comentário: o acordo de leniência não se restringe às sanções constantes na Lei Anticorrupção. A Lei
permite também que o acordo seja firmado em virtude do cometimento de ilícitos previstos na Lei
8.666/1993, com vistas à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86
a 88 (LAB, art. 17).
Gabarito: correto.
10. (Cespe – Agente Penitenciário Federal/Depen/2015) Para celebrar acordo de leniência, a empresa
interessada tem de atender, entre outros, aos seguintes requisitos: ser a primeira a manifestar desejo de
cooperar na apuração dos atos ilícitos; devolver ao Estado os valores obtidos ilicitamente; cooperar com
as investigações criminais e administrativas.
Comentário: os requisitos para a pessoa jurídica firmar o acordo de leniência são os seguintes (cumulativos)
(art. 16, § 1º):
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do
ato ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada,
a todos os atos processuais, até seu encerramento.
A devolução dos recursos obtidos ilicitamente é uma obrigação da empresa, independentemente do acordo
de leniência. Com efeito, a própria Lei Anticorrupção dispõe que “o acordo de leniência não exime a pessoa
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jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano causado” (art. 16, § 3º). Portanto, este não é um
requisito para o acordo.
Gabarito: errado.
Gabarito: errado.
Comentário: o art. 16, § 8º, da Lei Anticorrupção dispõe que, em caso de descumprimento do acordo de
leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo de três anos contados do
conhecimento pela administração pública do referido descumprimento.
Gabarito: correto.
Comentário: o art. 2º da Lei 12.846/2013 prevê que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas
objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos praticados em seu interesse ou
benefício, exclusivo ou não.
Gabarito: correto.
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II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica:
Assinale alternativa correta.
a) promova o ressarcimento integral do dano ao erário no momento em que for firmado o acordo de
leniência e seja proibida de contratar com o poder público pelo período de 5 (cinco) anos;
b) permaneça com seus bens indisponíveis, no limite do valor do dano ao erário, até o integral
ressarcimento e seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas pelo prazo de 5 (cinco) anos;
c) seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo de
5 (cinco) anos;
d) admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até
seu encerramento;
e) mesmo não reconhecendo expressamente sua participação no ilícito, promova o integral ressarcimento
dos danos ao erário no prazo máximo de 3 (três) anos contados da data da assinatura do acordo.
(i) a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito;
(ii) a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
(iii) a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a
todos os atos processuais, até seu encerramento.
Portanto, podemos notar que a alternativa D reflete exatamente o conteúdo do art. 16, § 1º, III,
constituindo um dos requisitos que devem ser cumpridos, cumulativamente, para se firmar o acordo de
leniência.
a) o ressarcimento integral ao erário é uma obrigação da pessoa jurídica quando causar dano, mas não é
um dos requisitos do acordo. Além disso, a proibição de contratar é uma espécie de sanção, constante na
Lei de Improbidade – ERRADA;
b) a indisponibilidade dos bens é uma medida que pode ser requerida por determinados órgãos (MP,
advocacia, etc.) e não um requisito para firmar o acordo. Por outro lado, a proibição de receber incentivos
é uma sanção judicial – ERRADA;
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c) conforme já informado, a proibição de receber incentivos é uma sanção judicial e não um requisito para
firmar o acordo – ERRADA;
e) o reconhecimento do ilícito é um dos requisitos. Porém, a alternativa está errada, pois o compromisso
de ressarcir integralmente o dano no prazo de três anos não é uma exigência para firmar o acordo de
leniência – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
15. (FGV – Fiscal de Posturas/ISS-Niterói/2015) De acordo com a Lei Federal nº 12.846/13, na esfera
administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos
previstos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:
a) multa e publicação extraordinária da decisão condenatória;
b) suspensão das atividades e pena restritiva de direitos;
c) proibição de receber incentivos fiscais e sequestro de bens;
d) prestação pecuniária e pena privativa de liberdade aos administradores;
e) ressarcimento ao erário e alteração compulsória do objeto social.
Comentário: a Lei Federal nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção) prevê dois tipos de penalidades a serem
aplicadas na esfera administrativa (art. 6º):
▪ multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a qual
nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
▪ publicação extraordinária da decisão condenatória.
b) a suspensão das atividades é sanção judicial (art. 19, I), enquanto não há pena restritiva de direitos na
Lei Anticorrupção – ERRADA;
c) a proibição de receber incentivos fiscais também é sanção judicial, ao passo que não há previsão de
sequestro de bens na Lei Anticorrupção (há a indisponibilidade, mas ambas não são sanções, mas sim
medidas cautelares) – ERRADA;
d) a Lei não prevê a prestação pecuniária (em que pese semelhante, não é o mesmo que a multa) nem pena
privativa de liberdade. Essas sanções podem ser aplicadas na esfera penal – ERRADA.
e) o ressarcimento ao erário não é, a rigor, uma sanção, pois representa a mera devolução do prejuízo
causado ao erário. Ademais, não existe pena de “alteração compulsória do objeto social”. Há, na verdade,
a dissolução compulsória da pessoa jurídica, mas isso é medida judicial – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
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16. (FGV – AJ/TJ-PI/2015) A Lei nº 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, prevê que a
autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos naquela Lei que colaborem efetivamente
com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte a identificação
dos demais envolvidos na infração, quando couber, e:
a) a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração;
b) o ressarcimento integral do dano ao erário, no prazo máximo de um ano contado da celebração do
acordo;
c) o imediato ressarcimento integral do dano ao erário, acrescido de multa cível consistente na metade
daquele dano;
d) prisão, em regime semiaberto, dos sócios administradores da pessoa jurídica que firmar o acordo;
e) a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de
oito anos.
c) mais uma vez, a reparação integral do dano não é um resultado do acordo – ERRADA;
d) a prisão não é uma sanção prevista na Lei Anticorrupção nem constitui resultado do acordo – ERRADA;
e) a proibição de contratar com o Poder Público e receber benefícios ou incentivos fiscais é uma sanção da
Lei de Improbidade – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
17. (MPE-PR – Promotor/2014) Nos termos da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/13), assinale a
alternativa correta:
a) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos
lesivos previstos na referida lei e praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não;
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b) A referida lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração
pública estrangeira, salvo se cometidos no exterior;
c) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada e, nas hipóteses taxativamente estabelecidas na
referida lei, subdelegada;
d) A celebração do acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida
lei;
e) Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92).
Comentário: dispõe o art. 2º da Lei 12.846/2013, que “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas
objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu
interesse ou benefício, exclusivo ou não”. Portanto, está correta a alternativa A.
b) a Lei Anticorrupção se aplica aos atos lesivos contra a administração pública, nacional ou estrangeira
(art. 1º). Não existe essa exceção de os atos terem sido cometidos no exterior ou não – ERRADA;
d) a celebração do acordo de leniência interrompe o prazo prescricional em relação aos atos e fatos objetos
de apuração previstos na Lei Anticorrupção (art. 16, §9º). A interrupção e a suspensão não se confundem.
A suspensão apenas dá uma “pausa” no prazo prescricional, que volta a correr de onde parou quando cessar
o motivo da suspensão. A interrupção, por outro lado, “zera” o prazo prescricional, ou seja, faz ele começar
desde o início quando terminar o motivo da interrupção – ERRADA;
e) nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei 7.347/1985 (Lei da Ação Civil
Pública) – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
18. (TRF-4 – Juiz Federal Substituto/TRF-4/2014) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa
correta.
Com relação à recente Lei nº 12.846/2013 (que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira, mais
conhecida como Lei Anticorrupção:
I. Aplica-se o disposto nessa lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer
fundações, associações de entidades ou pessoas ou sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
II. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas, objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos
atos lesivos capitulados no referido diploma legal, em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não, sem
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Comentário: essa é uma ótima questão de fixação. Todos os itens a serem avaliados são extensos. Portanto,
é necessário analisá-los com bastante calma, dividindo, se possível, cada item em pequenos trechos.
I. o alcance da Lei 12.846/2013 encontra-se em seu art. 1º, nos seguintes termos:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a responsabilização objetiva administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.
Como se vê, o item é uma cópia do art. 1º, parágrafo único, da 12.846/2013 – CORRETA;
II. a questão tomou por base o art. 2º da Lei Anticorrupção, que dispõe que “as pessoas jurídicas serão
responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei
praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não” – CORRETA;
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III. a relação dos atos lesivos à administração pública consta no art. 5º da Lei 12.846/2013. Para não ficar
extenso, vamos relacionar apenas os dispositivos mencionados na questão:
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional ou estrangeira, para os fins
desta Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do
art. 1º, que atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra princípios da
administração pública ou contra os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, assim
definidos:
Portanto, todos os casos mencionados são exemplos de atos lesivos praticados contra a Administração
Pública nacional ou estrangeira – CORRETA;
IV. consoante o art. 5º, § 1º, da Lei 12.846/2013, “considera-se administração pública estrangeira os órgãos
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de
governo, bem como as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país
estrangeiro” – CORRETA;
Gabarito: alternativa D.
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Comentário: outra questão que dispõe sobre o âmbito de aplicação da Lei Anticorrupção. De acordo com
o art. 1º, parágrafo único, as normas da Lei 12.846/2013 aplicam-se, entre outras, às sociedades não
personificadas, independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado. Dessa forma,
está correta a opção D, que é o nosso gabarito.
a) os critérios para a fixação da multa não levam em conta o valor do contratado ou previsto. A Lei
Anticorrupção dispõe que a multa administrativa deve ficar entre 0,1% e 20% do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, não podendo
ser inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação. Não sendo possível calcular o
faturamento bruto, a multa ficará entre R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões
de reais) – ERRADA;
c) para ser enquadrado como ato lesivo contra a Administração Pública, não é obrigatório que o ato atente
contra o patrimônio, pois também se admite ato contra os princípios da administração pública ou contra
os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil – ERRADA;
e) o acordo de leniência não isenta a pessoa jurídica das sanções jurídicas previstas na Lei Anticorrupção –
ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
20. (Fundatec – Procurador do Estado/PGE-RS/2015) De acordo com a Lei nº 12.846/13, que dispõe
sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
administração pública, é correto afirmar que:
a) A responsabilidade administrativa e civil das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administração Pública é
sempre subjetiva.
b) Os dirigentes ou administradores só serão responsabilizados na medida da sua culpabilidade.
c) A existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades, e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica,
excluem a sua responsabilidade nos âmbitos civil e administrativo.
d) Dentre as sanções aplicáveis pela Administração Pública às pessoas jurídicas estão a suspensão ou
interdição parcial de suas atividades, e a sua dissolução compulsória.
e) As infrações nela previstas são imprescritíveis.
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a) a responsabilidade da pessoa jurídica, nos termos da Lei Anticorrupção, é objetiva, ou seja, independente
de dolo ou culpa – ERRADA;
e) as infrações previstas na Lei Anticorrupção prescrevem em cinco anos, contados da data da ciência da
infração ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. Cumpre observar
que a prescrição será interrompida com a instauração de processo que tenha por objeto a apuração da
infração ou com a celebração de acordo de leniência – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: de acordo com o art. 28 da Lei Anticorrupção, suas normas se aplicam aos atos lesivos
praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda que cometidos
no exterior. Assim, está correta a alternativa A, que é o nosso gabarito.
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d) a aplicação da dissolução compulsória da pessoa jurídica é medida judicial e, portanto, não pode ser
aplicada pela CGU. Para aplicar tal sanção, será necessário mover ação judicial, por intermédio das
advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, ou pelo Ministério Público –
ERRADA;
e) as sanções podem ser aplicadas na própria esfera administrativa. Além disso, existem sanções que
podem ser aplicadas por meio judicial. Nesse caso, são legitimados para o ajuizamento da ação o Ministério
Público, as advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes. Portanto, a Defensoria
Pública não possui legitimidade para interpor ação para penalizar as pessoas jurídicas infratoras – ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
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a) a responsabilização das pessoas jurídicas será objetiva nas esferas administrativa e civil – ERRADA;
c) o acordo de leniência depende do reconhecimento, por parte da pessoa jurídica, da participação no ilícito
– ERRADA;
d) a dissolução compulsória da empresa jurídica somente poderá ser aplicada no âmbito judicial. Dessa
forma, não há aplicação dessa pena em processo administrativo – ERRADA;
e) conforme vimos acima, podem propor a ação para responsabilizar as pessoas jurídicas em juízo as
advocacias públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público (LAB, art.
19) – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Comentário: essa questão é um pouco complicada e deve ter gerado muitas reclamações, mas vamos
tentar decifrar o entendimento da banca.
A Lei Anticorrupção permite a responsabilização das pessoas jurídicas nas esferas administrativa e judicial.
Ademais, no âmbito administrativo, compete à administração pública, mediante processo administrativo
de responsabilização, realizar a apuração do ilícito, aplicar as sanções cabíveis e apurar o dano. Porém, pela
redação da questão, ficou parecendo que a administração pública aplica as sanções na esfera judicial, o que
obviamente não é verdade. Assim, a letra C, em que pese seja o gabarito, foi mal formulada e merecia a
anulação.
b) não existe qualquer menção expressa na lei sobre a sua aplicação às empresas estatais. Porém, se
observarmos o art. 1º, parágrafo único, podemos notar que a aplicação da Lei é bastante genérica,
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Com efeito, a própria Constituição Federal exige, em seu art. 173, § 1º, II, que as empresas públicas e
sociedades de economia mista que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens
ou de prestação de serviços deverão se sujeitar ao mesmo regime das empresas privadas. Portanto, não
haveria motivos para excluir tais entidades do âmbito da Lei 12.846/2013.
Por fim, o então Ministro de Estado Chefe da CGU, Jorge Hage, defendeu a aplicação das penas da Lei
Anticorrupção às empresas estatais, porém sem sanções extremas para não inviabilizar as suas missões de
interesse público.11
Dessa forma, podemos concluir, pelo menos até acontecer maiores aprofundamentos teóricos e
jurisprudenciais, que as empresas estatais, sobretudo aquelas que exploram atividade econômica,
sujeitam-se às sanções da Lei Anticorrupção – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
24. (FCC – Juiz Substituto/TJ-PE/2015) O diretor da área financeira de uma empreiteira foi flagrado
pagando comissão a agente público responsável pela gestão de contrato administrativo celebrado para
a realização de obras de ampliação e conservação em rodovia estadual. A comissão em questão foi paga
para o fim de celebração de aditivo contratual, com acréscimos desnecessários e superfaturados ao
projeto inicialmente contratado. Em vista do que dispõe a Lei n o 12.846/2013, também conhecida como
“Lei Anticorrupção”, é INCORRETO afirmar:
a) Dentre as penalidades aplicáveis à empreiteira está a publicação extraordinária da decisão condenatória,
que, a par de outros meios de divulgação, deverá ser afixada de modo visível ao público, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade da infratora.
b) Caso a personalidade jurídica da empreiteira seja utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na lei ou para provocar confusão patrimonial, todos os
efeitos das sanções aplicadas serão estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
c) A empreiteira poderá ser responsabilizada objetivamente, no âmbito administrativo e civil, pela conduta
do referido diretor.
d) No procedimento de responsabilização, poderá ser aplicada multa pecuniária à empreiteira, limitado o
seu montante ao valor da vantagem indevidamente auferida.
e) A holding que controla a referida empreiteira é solidariamente responsável pela prática dos atos ilícitos
definidos na lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.
11
Vide, por exemplo: http://www.conjur.com.br/2014-jun-29/lei-anticorrupcao-valer-tambem-estatais-restricoes
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Comentário: nessa questão, devemos marcar o item incorreto. Então, vamos analisar as alternativas.
b) de acordo com o art. 14 da Lei 12.846/2013, a personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre
que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos
na Lei Anticorrupção ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções
aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o
contraditório e a ampla defesa – CORRETA;
c) a responsabilidade da pessoa jurídica pelos atos de seus membros é objetiva. Assim, no caso em análise,
a empreiteira poderá ser responsabilizada objetivamente pelo ato do seu diretor. Não devemos confundir,
contudo, a responsabilidade do próprio diretor, que, nesse caso, será subjetiva, na medida de sua
culpabilidade – CORRETA;
Na verdade, a multa nunca poderá ser inferior ao valor da vantagem auferida, quando for possível a sua
apuração (LAB, art. 6º, I).12
Portanto, a multa, como regra, será sempre superior ao valor da vantagem auferida – ERRADA;
e) de acordo com o art. 4º, § 2º, da Lei Anticorrupção, as sociedades controladoras serão solidariamente
responsáveis pela prática dos atos lesivos, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento
de multa e reparação integral do dano causado – CORRETA.
Gabarito: alternativa D.
HERBERT ALMEIDA.
12Na administração federal, a multa poderá ser inferior ao valor da vantagem auferida no caso de aplicação da redução
decorrente do acordo de leniência, nos termos do art. 23, § 1º, do Regulamento da Lei Anticorrupção (Decreto
8.420/2015).
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2. (FGV – TCEAM/2021) Durante a pandemia do novo coronavírus, o Município Alfa contratou, com
dispensa emergencial de licitação, a sociedade empresária Beta para construção de um hospital de
campanha. João, sócio administrador da sociedade empresária Beta, pagou propina para o Prefeito
Alfredo, para fins de fraudar, mediante direcionamento e superfaturamento, a contratação. No caso em
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tela, sem prejuízo das demais sanções previstas no ordenamento jurídico, à luz da Lei nº 12.8464/2013
(Lei Anticorrupção), em razão dos narrados atos lesivos à administração pública, a sociedade empresária
Beta responde:
a) objetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João responde subjetivamente;
b) subjetivamente nas esferas cível e administrativa, assim como seu sócio administrador João;
c) objetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João não responde
pessoalmente, para evitar o bis in idem;
d) subjetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João não responde
pessoalmente, para evitar o bis in idem;
e) subjetivamente nas esferas cível e administrativa, e o sócio administrador João responde objetivamente.
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e) As sociedades controladoras, controladas e coligadas serão solidariamente responsáveis pela prática dos
atos contra a Administração Pública, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de
multa e à reparação integral do dano causado.
5. (FGV – MPERJ/2019) O Estado Alfa, após a instauração de processo administrativo para apurar a
possível prática de atos lesivos à Administração Pública, conforme tipificação da Lei nº 12.846/2013,
decidiu pela celebração de acordo de leniência com a pessoa jurídica XX. No ajuste, foi acertado o
pagamento de metade da multa cominada e a não aplicação da sanção de publicação extraordinária da
decisão.
Considerando a sistemática legal, o referido acordo foi celebrado em:
a) desacordo com a sistemática legal, pois somente poderia ser celebrado caso estivéssemos perante atos
de improbidade administrativa;
b) desacordo com a sistemática legal, pois não poderia ser celebrado pelo Estado Alfa, mas apenas pelo
Ministério Público;
c) desacordo com a sistemática legal, pois a sanção de multa não poderia ser objeto do ajuste, mas apenas
a de publicação extraordinária da decisão;
d) harmonia com a sistemática legal, pois o Estado Alfa tinha competência para celebrar o ajuste e o seu
alcance observou os balizamentos legais;
e) harmonia com a sistemática legal, desde que a celebração tenha ocorrido sob supervisão judicial,
considerando os seus reflexos nas sanções da alçada do Poder Judiciário.
6. (FGV – MPERJ/2019) Certa pessoa jurídica constituída sob a égide das leis brasileiras, sediada no
Estado Alfa, praticou ato lesivo à Administração Pública de outro País, cujos efeitos se consumaram
exclusivamente no estrangeiro.
À luz da sistemática estabelecida pela Lei nº 12.846/2013, a referida pessoa jurídica:
a) não poderá ser responsabilizada pelas autoridades brasileiras;
b) somente poderá ser administrativamente responsabilizada pela Controladoria-Geral da União;
c) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por autoridade da União;
d) poderá ser administrativa e judicialmente responsabilizada pelas autoridades do Estado Alfa;
e) somente poderá ser judicialmente responsabilizada, o que se dará por iniciativa do Ministério Público do
Estado Alfa.
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a) cessar completamente seu envolvimento na infração investigada no prazo de até trinta dias da assinatura
do acordo;
b) cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo,
independentemente de admitir sua participação no ilícito;
c) suspender ou interditar totalmente suas atividades até a sua dissolução compulsória;
d) comparecer, quando solicitada, a todos os atos processuais, até a fase de instrução, ainda que sob as
expensas do erário;
e) ser a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato ilícito.
10. (Cespe – Agente Penitenciário Federal/Depen/2015) Para celebrar acordo de leniência, a empresa
interessada tem de atender, entre outros, aos seguintes requisitos: ser a primeira a manifestar desejo de
cooperar na apuração dos atos ilícitos; devolver ao Estado os valores obtidos ilicitamente; cooperar com
as investigações criminais e administrativas.
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I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu interesse em cooperar para a apuração do ato
ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na infração investigada a partir da data de
propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica:
Assinale alternativa correta.
a) promova o ressarcimento integral do dano ao erário no momento em que for firmado o acordo de
leniência e seja proibida de contratar com o poder público pelo período de 5 (cinco) anos;
b) permaneça com seus bens indisponíveis, no limite do valor do dano ao erário, até o integral
ressarcimento e seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas pelo prazo de 5 (cinco) anos;
c) seja proibida de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou
entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo de
5 (cinco) anos;
d) admita sua participação no ilícito e coopere plena e permanentemente com as investigações e o processo
administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais, até
seu encerramento;
e) mesmo não reconhecendo expressamente sua participação no ilícito, promova o integral ressarcimento
dos danos ao erário no prazo máximo de 3 (três) anos contados da data da assinatura do acordo.
15. (FGV – Fiscal de Posturas/ISS-Niterói/2015) De acordo com a Lei Federal nº 12.846/13, na esfera
administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos
previstos na Lei Anticorrupção as seguintes sanções:
a) multa e publicação extraordinária da decisão condenatória;
b) suspensão das atividades e pena restritiva de direitos;
c) proibição de receber incentivos fiscais e sequestro de bens;
d) prestação pecuniária e pena privativa de liberdade aos administradores;
e) ressarcimento ao erário e alteração compulsória do objeto social.
16. (FGV – AJ/TJ-PI/2015) A Lei nº 12.846/13, conhecida como Lei Anticorrupção, prevê que a
autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá celebrar acordo de leniência com as
pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos atos previstos naquela Lei que colaborem efetivamente
com as investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração resulte a identificação
dos demais envolvidos na infração, quando couber, e:
a) a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração;
b) o ressarcimento integral do dano ao erário, no prazo máximo de um ano contado da celebração do
acordo;
c) o imediato ressarcimento integral do dano ao erário, acrescido de multa cível consistente na metade
daquele dano;
d) prisão, em regime semiaberto, dos sócios administradores da pessoa jurídica que firmar o acordo;
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e) a proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de
oito anos.
17. (MPE-PR – Promotor/2014) Nos termos da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/13), assinale a
alternativa correta:
a) As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos
lesivos previstos na referida lei e praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não;
b) A referida lei aplica-se aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra a administração
pública estrangeira, salvo se cometidos no exterior;
c) A competência para a instauração e o julgamento do processo administrativo de apuração de
responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser delegada e, nas hipóteses taxativamente estabelecidas na
referida lei, subdelegada;
d) A celebração do acordo de leniência suspende o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos na referida
lei;
e) Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei 8.429/92).
18. (TRF-4 – Juiz Federal Substituto/TRF-4/2014) Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa
correta.
Com relação à recente Lei nº 12.846/2013 (que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de
pessoas jurídicas pela prática de atos contra a Administração Pública, nacional ou estrangeira, mais
conhecida como Lei Anticorrupção:
I. Aplica-se o disposto nessa lei às sociedades empresárias e às sociedades simples, personificadas ou não,
independentemente da forma de organização ou modelo societário adotado, bem como a quaisquer
fundações, associações de entidades ou pessoas ou sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente.
II. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas, objetivamente, nos âmbitos administrativo e civil, pelos
atos lesivos capitulados no referido diploma legal, em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não, sem
prejuízo da responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa
natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
III. São exemplos de atos lesivos praticados contra a Administração Pública nacional ou estrangeira, nos
termos da Lei Anticorrupção: prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a
agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada; manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-
financeiro dos contratos celebrados com a Administração Pública; fraudar licitação pública ou contrato dela
decorrente.
IV. Consideram-se, como Administração Pública estrangeira, os órgãos e as entidades estatais ou as
representações diplomáticas de país estrangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como as
pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de país estrangeiro. Equiparam-
se á Administração Pública estrangeira as organizações públicas internacionais.
V. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de sua
responsabilização na esfera judicial, sendo que o Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de
representação judicial (ou equivalente) do ente público poderá requerer a indisponibilidade de bens,
direitos ou valores necessários à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do dano
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causado, conforme previsto na lei, ressalvado o direito do terceiro de boa-fé. Além disso, nas ações de
responsabilização judicial, será adotado o rito previsto na Lei nº 7.347/85.
a) Estão corretas apenas as assertivas III e IV.
b) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.
c) Estão corretas apenas as assertivas II, III, IV e V.
d) Estão corretas todas as assertivas.
e) Nenhuma assertiva está correta.
20. (Fundatec – Procurador do Estado/PGE-RS/2015) De acordo com a Lei nº 12.846/13, que dispõe
sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a
administração pública, é correto afirmar que:
a) A responsabilidade administrativa e civil das pessoas jurídicas por atos lesivos à Administração Pública é
sempre subjetiva.
b) Os dirigentes ou administradores só serão responsabilizados na medida da sua culpabilidade.
c) A existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia
de irregularidades, e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica,
excluem a sua responsabilidade nos âmbitos civil e administrativo.
d) Dentre as sanções aplicáveis pela Administração Pública às pessoas jurídicas estão a suspensão ou
interdição parcial de suas atividades, e a sua dissolução compulsória.
e) As infrações nela previstas são imprescritíveis.
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a) é aplicável aos atos lesivos praticados por pessoa jurídica brasileira contra organizações públicas
internacionais, ainda que cometidos no exterior.
b) estabelece, nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade ilimitada da pessoa jurídica
sucessora pelos atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação.
c) estabelece a responsabilização penal objetiva das pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos à
administração pública.
d) permite que a Controladoria Geral da União aplique sanção de dissolução compulsória da pessoa jurídica,
quando comprovado ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual para facilitar ou promover
a prática de atos ilícitos, ou ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilícitos ou a identidade
dos beneficiários dos atos praticados.
e) atribui legitimidade concorrente ao Ministério Público, às Defensorias Públicas da União e dos Estados e
à Advocacia Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para ajuizamento de ação
com vistas à aplicação das sanções previstas na referida legislação, às pessoas jurídicas infratoras.
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d) imposição, como sanção, de multa no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 30% (trinta por cento) do
faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os
tributos.
24. (FCC – Juiz Substituto/TJ-PE/2015) O diretor da área financeira de uma empreiteira foi flagrado
pagando comissão a agente público responsável pela gestão de contrato administrativo celebrado para
a realização de obras de ampliação e conservação em rodovia estadual. A comissão em questão foi paga
para o fim de celebração de aditivo contratual, com acréscimos desnecessários e superfaturados ao
projeto inicialmente contratado. Em vista do que dispõe a Lei n o 12.846/2013, também conhecida como
“Lei Anticorrupção”, é INCORRETO afirmar:
a) Dentre as penalidades aplicáveis à empreiteira está a publicação extraordinária da decisão condenatória,
que, a par de outros meios de divulgação, deverá ser afixada de modo visível ao público, no próprio
estabelecimento ou no local de exercício da atividade da infratora.
b) Caso a personalidade jurídica da empreiteira seja utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir
ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos na lei ou para provocar confusão patrimonial, todos os
efeitos das sanções aplicadas serão estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
c) A empreiteira poderá ser responsabilizada objetivamente, no âmbito administrativo e civil, pela conduta
do referido diretor.
d) No procedimento de responsabilização, poderá ser aplicada multa pecuniária à empreiteira, limitado o
seu montante ao valor da vantagem indevidamente auferida.
e) A holding que controla a referida empreiteira é solidariamente responsável pela prática dos atos ilícitos
definidos na lei, restringindo-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e reparação
integral do dano causado.
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4 GABARITO
1. E 11. E 21. A
2. A 12. C 22. B
3. B 13. C 23. C
4. E 14. D 24. D
5. D 15. A
6. B 16. A
7. E 17. A
8. C 18. D
9. C 19. D
10. E 20. B
5 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.
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