TCC Pedro Costa
TCC Pedro Costa
TCC Pedro Costa
PALOTINA
2021
PEDRO ARIALDO GASPECHOSKI DA COSTA
PALOTINA
2021
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Eulália e Arialdo, por todo apoio e incentivo na busca dos
meus sonhos e por sempre acreditarem em mim. Agradeço à minha irmã e cunhado,
Camilla e Alex, pois sem a ajuda de vocês eu não teria realizado o vestibular. Aos
meus sobrinhos, Lorenzo e Otávio, por mostrarem que a vida é mais do que a
academia.
Agradeço à minha melhor amiga e namorada, Nayara, pela paciência,
companheirismo e por me apoiar nos dias mais difíceis durante a minha formação.
Sem a sua presença a jornada teria sido muito mais difícil.
Aos meus colegas da graduação e da vida, com quem convivi intensamente
durante os últimos anos, pelo companheirismo e pelas conversas que me permitiram
crescer não só como pessoa, mas também como profissional.
Ao professor, orientador e amigo, Dr. André Martins Vaz dos Santos, pela
orientação, paciência e por servir de inspiração enquanto pessoa e profissional.
Agradeço pelas conversas, conselhos, oportunidades e por sempre dar um jeito nas
coisas, mesmo quando parecem impossíveis.
Aos professores do curso, por todos os conselhos, oportunidades, ajuda e
pela paciência com a qual guiaram o meu processo de aprendizagem. Agradeço à
Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina, pela excelência e por todas as
oportunidades oferecidas – projetos, auxílios, bolsas, estágios, intercâmbio etc.
Aos professores Dr. Tiago Venturi e Dra. Cintia Miyaji, por aceitarem fazer
parte deste trabalho. Me sinto honrado em tê-los como banca, pois são profissionais
competentes, experientes e capazes de discutir e me auxiliar no crescimento
enquanto professor.
“Tenho a esperança de que um maior conhecimento do mar, que há
milênios dá sabedoria ao homem, inspire mais uma vez os
pensamentos e as ações daqueles que preservarão o equilíbrio da
natureza e permitirão a conservação da própria vida.”
Jacques Cousteau
RESUMO
The ocean is fundamental to the functioning and balance of life on Earth. The
vast marine biodiversity, resources and ecosystem services, these environments
enable the survival of species. However, a large part of the population does not
recognize the values that the marine ecosystem presents. Therefore, with the
understanding of the challenges in the process of teaching and learning the theme still
at the base of society – Elementary School, Middle and High School - this paper sought
to highlight the challenges in teaching marine biology and digital teaching resources
as a strategy to enhance ocean education in non- coastal areas, because, commonly,
an interior population does not assimilate the impacts that they can cause even miles
from the ocean. Thus, the literature review of this work was based on the view of
authors such as Mizukami (1986), Saviani (1991), Libâneo (1994), Krasilchik (2008),
Cachapuz et al. (2005); Pozo and Crespo (2009), Bacich and Morán (2018), in addition
to relying on official documents that postulate Brazilian curriculum. The present study
was qualitative in nature with exploratory objectives. From the survey of data with
previously studied keywords and the search in different journals, virtual libraries and
research indexers, contextualization was identified as one of the main challenges
faced by the teacher. The contents of marine biology in the textbooks of the second
and third year of high school were highlighted, being the choice based on the analysis
of statistical data provided by the Ministry of Education. Thus, ten technological
resources were proposed, each one providing more than one technological didactic
resource, facilitating the teacher's adaptation to the school context and encouraging
adequate learning, whose objective is to form critical, reflective and specific citizens to
the importance of oceanic literacy from basic education. At the end of this work, the
importance of Information and Communication Technologies in education and the
need for technological training for students and teachers were elucidated, as well as
the importance of reformulating the core curriculum of undergraduate courses in
Biological Sciences.
1 INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................. 10
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 15
2.1 O ENSINO DE BIOLOGIA: TRAJETÓRIA HISTÓRICA E ATUALIDADES ......... 15
2.2 O CURRÍCULO DE BIOLOGIA NO PARANÁ ..................................................... 18
2.3 A BIOLOGIA MARINHA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO ......... 21
2.3.1 LIVROS DIDÁTICOS: HISTÓRICO LEGAL NO BRASIL E SUA IMPORTÂNCIA
NO CONTEXTO ESCOLAR ...................................................................................... 22
2.3.2 O ENSINO DE BIOLOGIA MARINHA: IMPORTÂNCIA E CONTRIBUIÇÕES
PARA A FORMAÇÃO CIDADÃ DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO ................ 24
2.3.3 A INSERÇÃO DA CULTURA OCEÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA .............. 26
2.4 DESAFIOS NO ENSINO DE BIOLOGIA MARINHA: USO DE RECURSOS
DIDÁTICOS DIGITAIS PARA UM APRENDIZADO SIGNIFICATIVO ....................... 27
2.4.1 O ENSINO CENTRADO NO PROFESSOR E NA TRANSMISSÃO DO
CONHECIMENTO ..................................................................................................... 27
2.4.2 RECURSOS DIDÁTICO DIGITAIS NO ENSINO DE BIOLOGIA ...................... 28
3 FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA ......................................... 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 37
4.1 ANÁLISE TEÓRICA DO ENSINO DE BIOLOGIA MARINHA EM REGIÕES NÃO
LITORÂNEAS: OS DESAFIOS DE ENSINAR........................................................... 37
4.2 A BIOLOGIA MARINHA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO ......... 39
4.3 RECURSOS DIDÁTICOS DIGITAIS NO ENSINO DE BIOLOGIA MARINHA ..... 43
4.3.1 BIOINTERACTIVE ........................................................................................... 43
4.3.2 BIOLOGIA PARA BIÓLOGOS .......................................................................... 46
4.3.3 A CIÊNCIA EXPLICA ....................................................................................... 49
4.3.4 CIFONAUTA..................................................................................................... 51
4.3.5 ESTUARY EDUCATION .................................................................................. 53
4.3.6 GO-LAB ............................................................................................................ 56
4.3.7 KHAN ACADEMY ............................................................................................. 58
4.3.8 LABXCHANGE ................................................................................................. 61
4.3.9 MERLOT .......................................................................................................... 63
4.3.10 PORTAL DO PROFESSOR ........................................................................... 64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 66
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 69
10
1 INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO
FIGURA 11 –– MAPA
FIGURA BRAINSTORM
MENTALDA
DAIMPORTÂNCIA
IMPORTÂNCIADOS
DOSOCEANOS.
OCEANOS
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO DE LITERATURA
O livro didático (LD) foi instituído no Brasil em 1938, embora tenha sido
implantado apenas em 1985 através do Plano Nacional sobre o Livro Didático (PNLD,
Decreto 9.154/85) e regulamentado como política pública somente em 1994, através
do Programa Nacional sobre o Livro Didático (AQUINO; SILVA; UCHÔA- FERNAND
ES, 2015). Ainda na década de 1990 foi criado, pela Secretaria de Educação Básica
do então Ministério da Educação e Cultura (MEC), o Guia do PNLD, com os princípios
e os critérios que norteiam a avaliação e revisão das obras didáticas a serem
disponibilizadas para as instituições de ensino (BRASIL, 2006). A
Resolução/CD/FNDE nº 603/2001 passou a ser o mecanismo que organiza e regula
o PNLD (NÚÑEZ et al., 2003).
No ano de 2003 o MEC implantou, com a Resolução nº 38 do Fundo Nacional
para o Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Programa Nacional do Livro Didático
para o Ensino Médio (PNLEM), que prevê a distribuição de livros didáticos em todo o
país. Em 2007, os livros didáticos de biologia começaram a ser distribuídos pelo
PNLEM aos alunos das escolas públicas de todo o país, com exceção de Minas
Gerais, que possui seu próprio programa (BRASIL, 2018).
O mais recente Decreto nº 9.099 de 2017 (BRASIL, 2017), unificou as ações
de aquisição e distribuição dos livros didáticos e literários, anteriormente
contempladas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e pelo Programa
Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). Resultado disso, passou a ser denominado
Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), sendo ampliada as
possibilidades de inclusão de outros materiais didáticos para além dos livros, como
“obras pedagógicas, softwares e jogos educacionais, materiais de reforço e correção
de fluxo, materiais de formação e materiais destinados à gestão escolar”, afirma Brasil
(2017, p. 01).
As escolas podem optar por receber ou não os livros do programa, sejam do
PNLD ou PNLEM, todos os livros ou apenas de algumas disciplinas, norteadas pelo
Guia do Livro Didático, recebido por todas as escolas conforme a proporção de alunos
e também disponível nos sites oficiais do Ministério da Educação (MEC) e dos
programas que regulamentam os livros didáticos no país (BRASIL, 2018).
23
_______________
1 Ensino centrado no docente e na transmissão de conteúdos, no qual os estudantes mantêm uma
postura passiva, apenas recebendo e memorizando as informações a fim de reproduzi-las (DIESEL;
BALDEZ; MARTINS, 2015). O conceito está melhor apresentado na seção 2.4.
25
_______________
2 Benefícios dos quais os ecossistemas naturais e as espécies que os compõem sustentam a vida
humana (DAILY, 1997; BRASIL, 2020).
26
As discussões sobre a importância dos oceanos têm sido cada vez mais
recorrentes nas últimas décadas, principalmente devido aos benefícios oferecidos
pelos oceanos, como regulação do clima, alimentos, medicamentos, recursos
minerais e energéticos, que possibilitam a circulação da economia no mundo
(COOLEY; KITE-POWELL; DONEY 2009). Assim, a Organização das Nações Unidas
(ONU) estabeleceu, para os anos de 2021 a 2030, a Década da Ciência Oceânica
para o Desenvolvimento Sustentável. O intuito é incentivar pesquisadores, governos
e sociedade civil para o desenvolvimento de ações para o cumprimento do objetivo 14
– Vida na água – da lista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), cujo
tema é a “conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos
marinhos para o desenvolvimento sustentável” (ONU, 2017, p. 65).
A cultura oceânica (do conceito em inglês “ocean literacy”) define uma
iniciativa para que os diversos atores da sociedade passem a reconhecer a
importância dos oceanos, percebendo sua influência sobre este ambiente e pensando
em comportamentos e ações (e.g., políticas públicas, ferramentas inovadoras) que
ajudem a conservá-los, garantindo o direito da qualidade de vida das gerações
seguintes (GHILARDI-LOPES et al., 2019; BRASIL, 1988).
Lançado pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO),
possui um portal on-line para promover a sensibilização e o intercâmbio de
conhecimentos, integrando a cultura oceânica nas instituições de ensino do mundo
todo. É uma forma de fortalecer o diálogo e o envolvimento sobre os oceanos nas
esferas social, política e econômica, além de ampliar as discussões para outras áreas,
como artes, linguagens, cultura, esporte e recreação. A essência da cultura oceânica
é a nossa influência no oceano e a influência do oceano em nós (UNESCO, 2020).
No Brasil, esta iniciativa vem sendo estruturada pela consolidação e
ampliação dos Grupos de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências do Mar – PPG-
Mar, com a tradução das publicações sobre o tema para o português, através do
Projeto Maré de Ciência, uma parceria da Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP) com a COI (UNESCO, 2019). Portanto, a cultura oceânica no ambiente
escolar é uma das formas de estimular e ampliar o conhecimento sobre a
biodiversidade oceânica.
27
_______________
3 O Proinfo é um programa educacional de iniciativa do Ministério da Educação, que fora criado pela a
Portaria nº. 522 de 1997 com o objetivo de introduzir Tecnologias de Informação e Comunicação
nas escolas públicas como recurso no processo de ensino e aprendizagem (BRASIL, 2018).
30
Ano de
Obra Autor Editora Ano/série
edição
Biologia Moderna
José Mariano 2º ano
vol. 2
Amabis e Gilberto Moderna 2016
Biologia Moderna Rodrigues Martho
3º ano
vol. 3
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
é um grande desafio a associação dos conteúdos pelos alunos, tanto teóricos quanto
práticos, da mesma forma em relação à abordagem abstrata e concreta da temática.
Em regiões litorâneas a maioria dos estudantes já possui contato com os
oceanos de alguma forma, seja fisicamente ou com produtos, como alimentação e
artesanato. Por outro lado, em regiões não litorâneas, os estudantes dificilmente
conseguem atribuir importância aos recursos marinhos e/ou ao ecossistema marinho,
pois aqueles conhecimentos mediados pelo docente não fazem parte do cotidiano
deles e, consequentemente, o processo de assimilação e acomodação tendem a ser
mais complexos e raros (SANTOS; OLIVEIRA, 2018; PIAGET, 1975).
Silva e colaboradores (2016) discutem os desafios no ensino de biologia,
sendo a formação dos professores um dos mais alarmantes, pois a maioria tende a
cursar graduação na modalidade licenciatura com outros objetivos, não
necessariamente a educação. Muitos licenciandos em Ciências Biológicas são
treinados como bacharéis, havendo ainda certa discriminação com as disciplinas de
formação pedagógica. Quando se tornam professores, muitos desses profissionais
não tiveram contato direto com o ecossistema marinho ao longo de sua formação. No
cenário da educação brasileira, infelizmente é comum professores ministrarem aulas
em disciplinas que não constituem sua formação, como o caso de professores de
educação física que ministram aulas de ciências e biologia no Paraná (PAVANELLI,
2017).
Dessa forma, enquanto em regiões litorâneas a abordagem da biologia
marinha possibilita aos alunos uma reflexão prática e simultânea com a teoria, em
regiões não litorâneas isso não ocorre, dificultando o processo de ensino e
aprendizagem. Em relação ao ensino de biologia marinha em regiões não litorâneas,
pode-se afirmar que os professores enfrentam como grande desafio ao mediar estes
conhecimentos, mas que pode ser amenizado mediante alternativas didáticas
(SANTOS, 2018).
Portanto, é fundamental a busca de estratégias didático-pedagógicas que
contribuam para o processo de ensino e aprendizagem da temática biologia marinha,
dentre elas pode-se citar a participação tanto dos alunos quanto professores em
oficinas, visitas técnicas em museus, aquários e zoológicos, jogos didáticos e projetos
de extensão (FARIAS, 2014; SANTOS, 2018).
Ainda, o cenário atual de pandemia do coronavírus (WHO, 2020) incrementou
a demanda tecnológica atual, o que pode facilitar o ensino de biologia marinha para
39
espécies marinhas, a biologia geral, ciclo de vida e curiosidades sobre a produção das
pérolas e a exploração econômica e ecológica deste filo.
Na sequência, o capítulo 9 apresenta o filo dos cordados, que consistem nos
peixes, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos. Logo ao início, os autores da
obra retratam a biologia dos peixes, tanto cartilaginosos quanto ósseos, ressaltando
a biologia das lampreias e peixes-bruxa, dos tubarões e raias, além de trazer
curiosidades, como o fato do cavalo marinho ser um peixe ósseo. Para anfíbios e
aves, não houve referências à biologia marinha; no primeiro caso, não há
representantes marinhos, entretanto, as aves marinhas são um grupo representativo.
Por outro lado, nas discussões acerca dos répteis, há alusão à biologia marinha
quando os autores trazem à discussão as tartarugas marinhas, abordadas desde à
biologia geral até o impacto antrópico sobre os ninhos das espécies marinhas. Ao final
do capítulo 9, discutem-se os mamíferos, sem qualquer alusão aos marinhos.
Sendo assim, embora o livro do 2º ano do ensino médio não apresente
capítulos exclusivos da biologia marinha, esta obra traz à tona temáticas que a
consideram. As figuras disponibilizadas pelos autores expressam o valor estético dos
oceanos. Marin e Silveira (2009) discutem que a educação estética defende a relação
do homem com a natureza sob uma perspectiva multissensorial, ou seja, não
considera apenas o que é belo, mas aquilo capaz de inserir o ser humano e engajá-lo
como sujeito social, ativo e participante.
A educação estética direciona elementos fundamentais para gerar um vínculo
afetivo para com a natureza, posto que se baseia na significação dos sentidos. Além
do que, Alves e colaboradores (2006, p. 27) ressaltam que é pela “reflexão/meditação
a respeito do que sentimos pelas coisas é que podemos formar ideias delas mais
claras e distintas”.
.
41
4.3.1 BIOINTERACTIVE
possibilita ainda que o estudante se envolva com o tema, pois, em diversos momentos
há opções em que é necessária a escolha da estrutura de uma concha para continuar
a interação com o programa, por exemplo.
Santos (2021), também autora do site, apresentou uma página sobre a “Costa
brasilixeiras”, que traz dados estatísticos e argumentos em relação ao plástico e seus
impactos para a vida marinha (FIGURA 7). A autora também aponta uma lista de
inspirações e ações que podem ser realizadas para mitigar a poluição marinha,
incluindo aquelas que podem e deveriam ser realizadas em regiões não litorâneas.
Ademais, o blog descreve a costa brasileira e apresenta os fatos embasados
em fotografias, sensibilizando o leitor do impacto que causamos nos oceanos através
de valores estéticos. A estética discursa sobre o belo e o feio, não para ensinar que
determinado elemento é belo ou feio, mas para estimular a visão crítica para este
elemento (UNESP, 2012).
48
Outro ponto que o blog Biologia Para Biólogos ressalta é sobre o bycatch,
referente à captura de espécies diferentes da espécie-alvo, termo comumente
utilizado na biologia pesqueira (FRÉDOU et al., 2015). Santos (2020) enfatiza a
problemática por meio do dia internacional Stop Bycatch, estabelecido em 2018, cujo
principal objetivo é sensibilizar especialistas, estudantes, pescadores, órgãos
públicos, políticos e população em geral sobre a grande ameaça que os animais
marinhos estão sofrendo com a captura como fauna acompanhante (VIVA INSTITUTO
VERDE AZUL, 2018). Ao longo da abordagem deste conteúdo, a autora apresenta a
problemática por meio de um vídeo disponível na plataforma YouTube, argumentando
sobre as alternativas que podem ser implantadas a fim de reduzir o impacto na vida
de milhares de animais marinhos.
49
4.3.4 CIFONAUTA
Embora a biologia seja uma ciência com inúmeros exemplos práticos, alguns
organismos apresentam características peculiares, como ocorrência, tamanho e
53
4.3.6 GO-LAB
adivinhá-la. O jogo pode ser direcionado para a turma a fim de tornar a aula
descontraída e significativa. Pereira (2019, p. 26) aponta o uso de jogos no ensino de
ciências como recursos que facilitam estes processos, pois, segundo o autor, “o jogo
exerce uma fascinação sobre as pessoas, que lutam pela vitória procurando entender
os mecanismos dos mesmos”.
A Khan Academy é uma organização sem fins lucrativos fundada por Salman
Khan em 2008, cuja missão é assegurar o direito à educação de qualidade e gratuita
para todos em qualquer lugar. Para tanto, a plataforma (FIGURA 15) disponibiliza
conteúdos de diversas áreas do conhecimento, como linguagens, ciências,
engenharias e matemática.
A busca pelas palavras-chave garantiu uma diversidade de resultados,
embora parte destes excedesse os conteúdos de biologia marinha. Nos recursos
didáticos digitais disponíveis para o ensino de biologia marinha destacam-se a biologia
das esponjas-do-mar, águas vivas e polvos, cadeia alimentar marinha e poluição
marinha.
Para a abordagem do primeiro conteúdo citado no parágrafo anterior, Green
(2017) apresenta, por meio de um vídeo, o desenvolvimento embrionário, aspectos na
linhagem evolutiva destes organismos e a distribuição destes grupos, comparando-os
com os animais mais complexos.
59
4.3.8 LABXCHANGE
4.3.9 MERLOT
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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