Pesq Jurisp Pas de Nullité Sans Grief

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pesquisa acerca do 

princípio pas de nullité sans grief e da tese em construção acerca da


necessidade de prejízo para declarar-se vício processual. 

CPC  - DAS NULIDADES: 


Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação
desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
( Comentário / possível fonte de argumentação: Trata-se, então, de se voltar a atenção não
aos efeitos jurídicos dos atos processuais, mas sim às finalidades alcançadas, mesmo por
efeitos jurídicos diversos, inesperados, imprevisíveis ou colaterais dos atos questionados.
-  https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/53/212/ril_v53_n212_p121.pdf) 
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à
parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de
ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
 [...] 
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele
dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam
independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados. 
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte. 
§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da
nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta. 
Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não
possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários a fim de se
observarem as prescrições legais. 
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde que não resulte
prejuízo à defesa de qualquer parte. 
 

Jurisprudências: 

Resp 1.995.565  
voto min nancy (acórdão) - 25. Destaca-se que, segundo a jurisprudência desta Corte, a
decretação de nulidade de atos processuais depende de efetiva demonstração de prejuízo da
parte interessada (pas de nullité sans grief), por prevalência do princípio da instrumentalidade
das formas. Nesse sentido: AgRg nos EDcl nos EREsp 1.449.212/RN, Corte Especial, DJe
16/12/2015; e AgInt nos EREsp 1.727.899/DF, Segunda Seção, DJe 24/8/2020.

AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 661.165 - RJ  


AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC⁄73) - RESPONSABILIDADE CIVIL - DECISÃO
MONOCRÁTICA NEGANDO PROVIMENTO AO RECLAMO. INSURGÊNCIA DA PARTE RÉ.
1. Inexiste nulidade processual quando ausente prejuízo às partes, (pas de nulitté sans grief)
em observância ao princípio da instrumentalidade das formas no âmbito do direito processual.
Precedentes.
2. A reforma do acórdão a quo, a fim de se concluir pelo cerceamento de defesa e a existência
de prejuízo na falta da intimação prévia à elaboração da perícia, como pretende a agravante,
demanda a incursão no acervo fático-probatório dos autos, prática vedada pela Súmula 7⁄STJ.
3. A vedação à denunciação da lide prevista no art. 88 do CDC não se limita aos casos de
responsabilidade por fato do produto, aplicando-se, de forma ampla, às hipóteses de
responsabilidade por acidentes de consumo. Precedentes.
4. Alterar as conclusões da Corte estadual, para se entender pela redução do quantum
indenizatório, como quer a parte recorrente, demandaria o revolvimento de fatos e provas, o
que encontra óbice na Súmula 7⁄STJ.
5. Agravo regimental desprovido.

AgInt no AgInt nos EDcl no AREsp 574209  
IX. Quanto à comprovação da divergência jurisprudencial, a só menção ao Diário da Justiça em
que teriam sido publicados os acórdãos paradigmas trazidos à colação, sem a indicação da
respectiva fonte, quando os julgados encontram-se disponíveis na rede mundial de
computadores ou Internet, não supre a exigência da citação do repositório oficial ou
autorizado de jurisprudência, ou, ao menos, da juntada da certidão ou cópia autenticada do
acórdão paradigma, o que não ocorreu, na hipótese. Nesse sentido:
STJ, EDcl no AgRg nos EREsp 1.230.609/PR, Rel. Ministro JORGE MUSSI, CORTE
ESPECIAL, DJe de 29/06/2016; AgRg nos EREsp 932.334/RS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, CORTE ESPECIAL, DJe de 21/11/2012; AgRg nos EAREsp 385.284/RS, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, CORTE ESPECIAL, DJe de 25/11/2016. 
 
 
REsp 686516 / SC 
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. REQUISITOS PARA
CONSTITUIÇÃO VÁLIDA. DÉBITO DECLARADO EM DCTF. DEMONSTRATIVO ANALÍTICO DO
DÉBITO. FORMA DE CÁLCULO DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. NULIDADE NÃO
CONFIGURADA. 
5. Destarte, a nulidade da CDA não deve ser declarada por eventuais falhas que não geram
prejuízos para o executado promover a sua a defesa, informado que é o sistema processual
brasileiro pela regra da instrumentalidade das formas (pas des nullités sans grief), nulificando-
se o processo, inclusive a execução fiscal, apenas quando há sacrifício aos fins da Justiça. 
6. Recurso especial improvido. 
 
REsp 1816332 / PA 
Ora, é assente no STJ que só se declara a nulidade de atos processuais caso verificada a
ocorrência de efetivo prejuízo a uma das partes, o que não se observa no presente caso, como
expressamente consignado no acórdão recorrido. Deveras o reconhecimento de eventual
nulidade processual exige a comprovação de prejuízo à defesa, o que, no presente caso, não
foi constatado pelas instâncias de origem, atraindo a incidência do
princípio pas de nullité sans grief, em observância ao princípio da instrumentalidade das
formas no âmbito do direito processual. Nesse norte: AgInt no REsp 1.621.949/MG, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 23/2/2017; AgRg no AREsp 661.165/RJ, Ministro Marco Buzzi, Quarta
Turma, DJe 27/2/2018; AgRg em ARESp 426.672/RJ, Ministro Herman
Benjamin, DJe 5/6/14; AgRg no AREsp 235.365/BA, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda
Turma, DJe 16/12/2013; REsp 1.199.244/PI, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 3/10/2011; EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1.377.449/ES, Rel. Ministra Regina
Helena Costa, Primeira Turma, DJe 10/11/2016. 
 
REsp 1536913 / SP  
8. Ademais, o STJ já firmou o entendimento de que somente a nulidade que sacrifica os fins da
justiça é que deve ser declarada, baseada no princípio pas des nullités sans grief. Eventual
ausência de notificação prévia somente seria declarada se efetivamente demonstrado o
prejuízo. Nesse sentido: AgRg no REsp 1435627/BA, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho,
Primeira Turma, DJe 14/11/2014, e AgRg no REsp 1336055/GO, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, DJe 14/08/2014. 
 
AgRg nos EDcl nos EREsp 1449212 / RN 
AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. PRETENSÃO DE ANULAÇÃO DO FEITO. FALTA DE
INTERESSE PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. PRINCÍPIO PAS DE
NULLITÉ SANS GRIEF. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 
1. Consoante assente entendimento desta Corte Superior de Justiça, a nulidade processual só
será decretada se demonstrado o efetivo prejuízo daquele que a alega. Trata-se de aplicação
do princípio "pas de nullité sans grief", insculpido no art. 249 do Código de Processo Civil e
consagrado pela doutrina e jurisprudência pátrias.  [Ana, trata-se do art. 277 no NCPC] 
2. Na hipótese, o equívoco verificado na publicação das decisões proferidas no recurso
especial, bem como dos acórdãos prolatados nos subsequentes agravo regimental e embargos
de declaração, não tem o condão de ensejar a nulidade do feito, em virtude da absoluta falta
de interesse da parte Agravante, que, em nenhuma das decisões proferidas nesta Corte,
mostrou-se sucumbente. 
3. Agravo regimental desprovido. 

AgInt no AREsp 2113449 / RS 
3. A decretação da nulidade processual exige a comprovação de prejuízo concreto à parte que
suscita o vício, pois não se declara nulidade por mera presunção (pas de nullité sans grief). 
 
 
EDcl no HC 452975 / DF - PRIMEIRA SEÇÃO 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO JULGADO.
NULIDADE. MERO FORMALISMO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO.
PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF. 
3. Verifica-se que, a embargante não demonstrou o efetivo prejuízo que teria ocorrido pela
ausência de sua intimação, sendo certo que, de acordo com a jurisprudência desta Corte, não
há nulidade sem prejuízo, conforme o princípio pas de nullité sans grief. 
Precedentes. 

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