Verbete CULTURA DIGITAL

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 8

CULTURA DIGITAL1

Vani M. Kenski

• Inglês: Digital Culture


• Francês: Culture Numérique
• Espanhol: La cultura digital

1. O termo Cultura possui diversas acepções, de acordo com o contexto em que é


considerado. Dois conceitos, no entanto, predominam: o primeiro, mais restrito, refere-
se ao conjunto de valores, conhecimentos e experiências de uma pessoa, sua “cultura”
particular. Em termos mais amplos, cultura é compreendida como o somatório de
conhecimentos, valores e práticas vivenciadas por um grupo em determinado tempo e,
não necessariamente, o mesmo espaço. Este último é o sentido expresso para
compreensão do termo Cultura Digital. A palavra Digital, originária do termo latino
digitus, refere-se às tecnologias que transmitem dados por meio da sequência de
números 0 e 1. Estes dados são convertidos em palavras, sons ou imagens por um outro
sistema, decodificador. O termo Digital, integrado à Cultura, define este momento
particular da humanidade em que o uso de meios digitais de informação e comunicação
se expandiram, a partir do século passado, e permeiam, na atualidade, processos e
procedimentos amplos, em todos os setores da sociedade. Cultura Digital é um termo
novo, atual, emergente e temporal. A expressão integra perspectivas diversas
vinculadas à incorporação, inovações e avanços nos conhecimentos proporcionados
pelo uso das tecnologias digitais e as conexões em rede para a realização de novos tipos
de interação, comunicação, compartilhamento e ação na sociedade.
2. Santaella (2003) diz que “para compreender essas passagens de uma cultura à outra”
é preciso considerar seis tipos de eras culturais no processo de evolução da humanidade:
a cultura oral, a cultura escrita, a cultura impressa, a cultura de massas, a cultura das
mídias e a cultura digital. Segundo a autora, “essas divisões estão pautadas na convicção
de que os meios de comunicação, desde o aparelho fonador até as redes digitais atuais,
não passam de meros canais para a transmissão de informação”. Neste sentido, as

1
Texto desenvolvido por Vani Moreira Kenski como verbete para o “Dicionário Crítico de Educação e
Tecnologias e de educação a distância”, organizado por MILL, Daniel. Campinas: Editora Papirus, 2018.
transformações culturais não se originam apenas pelo avanço das novas tecnologias e
seus diversos meios de interação e comunicação. “Os tipos de signos que circulam
nesses meios, os tipos de mensagens e processos de comunicação que neles se
engendram (são) os verdadeiros responsáveis não só por moldar o pensamento e a
sensibilidade dos seres humanos, mas também por propiciar o surgimento de novos
ambientes socioculturais”. Como já afirmava Santaella, em 2003, as novas tecnologias
digitais de informação e comunicação estão mudando não apenas as formas do
entretenimento e do lazer, mas potencialmente todas as esferas da sociedade: o
trabalho, o gerenciamento político, as atividades militares e policiais, o consumo, a
comunicação e a educação, “enfim, estão mudando toda a cultura em geral”.
3. Em termos temporais, Cultura Digital é recente. Remonta aos momentos nos anos
80-90 do século passado em que computadores e redes digitais viabilizaram o
surgimento de novos ambientes socioculturais, virtuais. Esta nova realidade social,
virtual, não se apresenta, no entanto, como um movimento avassalador, que elimina
culturas já existentes ou outros modos de pensar, sentir, agir que não sejam os previstos
nos valores e práticas digitais. Ou seja, como diz Santos (2009), não se trata da
digitalização ou transposição das culturas existentes para um novo mundo, sociedade
ou realidade virtual ou digital. Também não é o prolongamento ou continuidade do que
já ocorria em culturas anteriores, linearmente superadas. É muito mais que isso. Trata-
se da “criação de uma outra cultura, com outros referenciais”. Uma ruptura com as
culturas anteriores, seus conceitos e suas práticas sem, no entanto, exterminá-las
integralmente. Ao contrário. A Cultura Digital transita em camadas virtuais distintas,
com valores, conceitos, conhecimentos, práticas, temporalidades e universalidades
próprias. Por estar em permanente e rápida expansão, a cultura digital dialoga e avança
progressivamente na integração com alguns aspectos da cultura popular, mas sem
extingui-la integralmente. Assim, pessoas continuam envolvidas com os valores e usos
das culturas populares tradicionais de seus grupos nativos e, ao mesmo tempo, podem
estar imersas nas lógicas e práticas da cultura digital que lhes é contemporânea.
4. Esta nova forma de viver e compreender a cultura relaciona-se com a lógica e a
perspectiva com que consideramos a Cultura Digital e sua realidade, virtual. A Cultura
Digital é prioritariamente virtual, acessável pelas interfaces que posicionam o usuário
em tempos e espaços distintos dos em que seus corpos físicos se apresentam. A
evolução da realidade virtual nos últimos 30 anos está relacionada à busca de
viabilização de experiências totalmente imersivas, que integrem os sentidos humanos
com as possibilidades dos recursos digitais inteligentes. A lógica dessa nova Cultura
Digital é disruptiva. Dispositivos e conteúdos criados nos momentos iniciais da era
digital, já não fazem mais sentido. São descartados, extintos. Assim ocorreu com
disquetes, sistemas operacionais e mesmo redes sociais, como o Orkut, que tiveram
momentos de grande aceitação em décadas passadas e que desapareceram. “Para
continuarem, eles devem ser ainda úteis na cultura digital contemporânea”, diz o
músico e líder do projeto Rhizome, Dragan Espenschied (2016). E isso é uma captura de
tela. E continua, “uma vez que, no momento, o "conteúdo" que é isolado,
contextualizado e embaralhado em bancos de dados de sites de redes sociais é a
principal forma de comunicação, para ser útil um artefato tem que funcionar como um
"post", que tem de se tornar indivisível e ser trazido em um formato que é aceito em
todos os lugares. E conclui: “cultura digital é cultura de massa”. Uma cultura que diz
mais sobre as práticas do que sobre objetos. Exige presença e participação. Assim,
também, Kerckhove (2009) diz que devemos assumir novos papeis, o de exploradores,
para vivenciarmos na íntegra o sentido real da Cultura Digital. Para isto, precisamos ver,
ouvir e sentir diferente e mais plenamente, com nossos corpos e nossas mentes, para
podermos compreender melhor o mundo. E conclui: “a solução real está em mudar as
nossas percepções e não só as nossas teorias”.
5. Mudança ou, mais do que isto, ruptura. Esta é uma das principais características da
Cultura Digital. As principais rupturas estão ligadas aos conceitos de espaço/território e
tempo linear. A cultura digital rompe fronteiras, se apresenta transnacional. Mais ainda,
garante a ubiquidade e a mobilidade, ou seja, condições para se estar virtualmente em
qualquer lugar, em qualquer tempo. A Cultura Digital se beneficia das condições
primordiais das mídias digitais, como diz Santaella (2013), para garantir a abolição da
distância e a paradoxal simultaneidade da presença.
6. Em sendo disruptiva, mesmo jovem, a cultura digital já passou por várias fases nos
últimos 30 anos. As grandes alterações ocorreram com a chegada, em um primeiro
momento da Internet e da web (WWW) e a banalização do acesso aos meios digitais. As
possibilidades desses recursos transformaram as vidas das pessoas conectadas. Com os
avanços dos dispositivos móveis e interfaces simples e intuitivas, os usuários foram
envolvidos em suas estruturas e tornaram-se ativos participantes do mundo virtual. Os
avanços tecnológicos, integraram a esfera on-line com os espaços e momentos off-line,
criando novas percepções e sentidos. A adesão maciça da sociedade aos telefones
celulares - smartphones e outras tecnologias da informação e comunicação sem fio, que
permitem contato permanente com a web, com nossos amigos, parentes, dados
infinitos e outros serviços-, altera mais uma vez o sentido da cultura, no digital. Como
resultado, a cultura digital na atualidade envolve mais do que um terminal de
computador ligado à internet. Na sequência, os próximos passos da cultura digital já não
consideram as mudanças entre o mundo online e off-line. O novo "mundo real", digital,
vincula-se não apenas as tecnologias móveis, mas jogos e corpos tecnológicos, na e além
da Internet.
7. As mudanças incorporadas pela cultura digital à sociedade chegam lentamente à
educação. Neste caso, estamos considerando a educação formal, legalmente instituída.
Isto porque a educação informal- aberta e livre- tem, nos usuários conectados nos mais
diferenciados dispositivos digitais, a sua principal tribo. Idade, sexo, localização física,
formação escolar... as designações que identificam os seres em uma cultura, na cultura
digital não são relevantes. Não fazem diferença. A conexão vem primeiro. Interligadas
nas redes, as conexões entre mentes (Kerckhove, 2009) e entre estas e a infinidade de
dados disponíveis e acessáveis liberta as pessoas da dependência do acesso à
informação e ao conhecimento apenas pelos caminhos formais e legais do ensino
regular. Como diz Serres (2015), “o acesso à informação mudou completamente o jogo
do ensino”. O fácil acesso à informação transforma as práticas e a pedagogia, diz o autor.
8. Novas competências se evidenciam na cultura educacional digitalmente mediada. Às
possibilidades de acesso permanente e instantânea aos dados somam-se às facilidades
de interação e comunicação online. Criam-se comunidades e redes formadas por seres
dispersos que se integram nas redes digitais com objetivos similares: aprender, juntos.
Essa nova relação com o saber, a convergência de interesses em aprender, as
possibilidades de comunicação, trocas de informações e experiências levam
naturalmente os grupos conectados em comunidades a colaborações. Comunidades
virtuais de aprendizagem realizam no virtual o ideal proposto por Lévy (1994) - no início
dos anos 90 do século passado- da inteligência coletiva. Esta inteligência compartilhada
(Lévy, 2007) e conectada (Kerckhove, 2009) que surge da colaboração de muitos
indivíduos em suas diversidades. “É uma inteligência distribuída por toda parte, na qual
todo o saber está na humanidade, já que, ninguém sabe tudo, porém todos sabem
alguma coisa” (LÉVY, 2007) e, com o que sabem podem colaborar para que todos os
demais também aprendam.
9. Imersos nesta nova cultura, a digital, as pessoas começam a vivenciar uma nova
relação com o conhecimento. Segundo Lévy o ciberespaço amplifica, exterioriza e
modifica funções cognitivas humanas como o raciocínio, a memória e a imaginação. O
que é preciso aprender não pode mais ser planejado nem precisamente definido com
antecedência, já dizia Lévy, em 1999. E afirmava que deveríamos construir novos
modelos do espaço dos conhecimentos, sem linearidades, nem níveis e nem pré-
requisitos. Os novos espaços do saber, condizentes com a cultura digital devem ser,
segundo Lévy, “abertos, contínuos, em fluxo, não lineares, se reorganizando de acordo
com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa posição singular e evolutiva”
(LÉVY, 1999).
10. Estes novos modelos começaram a surgir a partir do crescimento da Educação a
Distância (EAD), online. Com ela, foi possível a criação de novos formatos educacionais
inclusivos, legalmente instituídos, para o oferecimento de educação nos mais diversos
níveis de ensino. Como modalidade regulamentada, a EAD não pode fugir da estrutura
prevista nas Bases Legais que regem a educação. Seu crescimento e aceitação pela
sociedade – é a modalidade educacional que mais cresce no Brasil, nos últimos dez anos
- no entanto, vem contribuindo para que inovações ocorram nos espaços escolares e
novas ofertas de cursos proliferem. Cursos independentes, MOOCs (Massive Open
Online Courses), cursos livres – dos mais diversos temas e para finalidades distintas –
são oferecidos e cursados por pessoas, conectadas. A cultura digital é também a cultura
da aprendizagem livre e aberta, para todos.
11. Em profunda intercomunicação, cursos online se beneficiam e são beneficiados pela
profusão de aplicativos e recursos educacionais abertos (REA), a maioria deles criada
colaborativamente e disponíveis gratuitamente na internet. Estes dispositivos viabilizam
a possibilidade de se ensinar e aprender, em qualquer local, a qualquer momento. A
última fronteira para uso desses recursos é o retorno à “caverna”, a sala de aula. A
política de permitir que empregados possam trazer seus próprios dispositivos móveis
(laptops, tablets e smartphones) para usá-los em seus locais de trabalho, chega às
escolas e envolve alunos e professores. Esta é uma grande inversão na cultura
educacional e digital. Há pouco menos de trinta anos atrás, professores e dirigentes
ansiavam pela criação de espaços delimitados de laboratórios de informática para
trabalharem com os seus alunos durante breves momentos semanais. Com o uso de
BYOD (em inglês “bring your own device”; “traga o seu próprio dispositivo”, em
português) o cobiçado laboratório está na sala de aula, ou melhor, nas mãos dos alunos
e dos professores, com possibilidades infinitas de uso pedagógico diferenciado. A
cultura digital se antecede e neste caso exige reformulações urgentes nas pedagogias,
nas metodologias, na cultura educacional em toda a sua extensão.
12. A cultura digital se realiza por meio dos seus usuários. Para alguns autores existem
diferenças sensíveis entre as novas gerações e os usuários mais velhos, que aprenderam
em momentos mais lineares em que as informações não estavam tão disponíveis e os
meios digitais eram raros, ou nem existiam. A maioria dos alunos das novas gerações
que chegam às escolas possuem familiaridade e expertises no uso dos meios digitais. Os
jogos de computadores, e-mail, a Internet, os telefones celulares e as mensagens
instantâneas são partes integrais de suas vidas. Chamados de "nativos digitais"
(Prensky, 2001; DeGraff, 2014; Palfrey e Gasser, 2008, ...) eles sabem utilizar os
dispositivos digitais em múltiplas circunstâncias. As formas tradicionais da cultura
educacional não lhes agrada, não lhes é suficiente. Querem algo diferente, novo, que vá
ao encontro de seus interesses e aptidões quase naturais no uso dos meios digitais. Sue
Bennett (2012) argumenta que para atender às necessidades de aprendizagem desses
alunos torna-se urgente e mais do que necessária a mudança das práticas e das políticas
educacionais. A integração da cultura digital com a cultura educacional, em novas e
atualizadas bases, pode garantir à educação formal novos caminhos convergentes às
necessidades desses jovens e, principalmente, às características da sociedade
contemporânea, imersa, em todos os seus segmentos, nas interfaces com o universo
digital e suas múltiplas camadas.
13. Para concluir, é preciso dizer que a cultura digital – por mais incrível que seja e traga
mudanças profundas em nossas vidas – tem seus lados perigosos e abrange seres – com
profundo conhecimento do ciberespaço – que utilizam seus saberes e habilidades
digitais para a realização de crimes. São muitos os delitos praticados, desde atividades
criminosas contra dados até infrações de conteúdo e de copyright, além de fraudes,
assédios, falsificações e acessos não autorizados. A cultura digital é vulnerável. Neste
sentido, a educação tem muito a fazer para a conscientização sobre o uso seguro dos
meios digitais por todos os usuários.

• Nomes correlatos
o Cibercultura; cultura cibernética; cultura virtual; cultura das mídias
• Verbetes relacionados:
o Tecnologias digitais; comunidades; geração digital

Referências:
BENNETT, S. Digital natives. In Z. Yan (Ed.), Encyclopedia of Cyber Behaviour: Vol 1.
United States: IGI Global, 2012. Disponível em: http://www.igi-
global.com/chapter/digital-natives/64755 Acesso em 06/2016.
DEGRAFF, J. Digital Natives vs. Digital Immigrants. The Blog, Huffington Post. Disponível
em: http://www.huffingtonpost.com/jeff-degraff/digital-natives-vsdigita_b_
5499606.html. Acesso em 06/2016.
DE KERCKHOVE, D. Inteligencias en conexión: hacia una sociedad de la web. Barcelona:
Gedisa, 2009.
ESPENSCHIED, D. “Digital Culture is Mass Culture”: An interview with Digital
Conservator Dragan Espenschied (Entrevista). OWENS, Trevor. The Library of Congress
Blog: digital Preservation. Disponível em:
https://blogs.loc.gov/digitalpreservation/2014/03/digital-culture-is-mass-culture-an-
interview-with-digital-conservator-dragan-espenschied/ Acesso: 06/2016.

LÉVY, P. Abrir o espaço semântico em prol da inteligência coletiva. Revista Eletrônica


de Comunicação Informação & Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, jan. /jun.
2007. Disponível em: Acesso em: 05/2016.
LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo:
Loyola, 2003.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
MATEUS DE SÁ, G., CARDOSO DE OLIVEIRA, W. Michel Serres e o desafio de educar os
jovens na era digital. Ixtli. Revista Latinoamericana de Filosofía de la Educación. Vol.2.
No. 3. 2015. Disponível em: ixtli.org/revista/index.php/ixtli/article/download/35/35
Acesso em: 05/2016
Palfrey, J. G. and Gasser, U. Born Digital: Understanding the first generation of digital
natives, New York: Basic Books, 2008.
PRENSKY, M. Nativos Digitais, Imigrantes Digitais. Disponível em:
http://www.colegiongeracao.com.br/novageracao/2_intencoes/nativos.pdf Acesso:
06/2016.
SANTAELLA, L. Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. Revista
FAMECOS. nº 22. Porto Alegre: dezembro 2003. Disponível em:
www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/viewFile/229/174 Acesso:
06/2016.
SANTAELLA, L. Desafios da ubiquidade para a educação. Unicamp, 2013. Disponível
em: https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/ Acesso em: 06/2016
SANTOS, L. G. Cultura digital.br. / Organização SAVAZONI, Rodrigo; COHN, SERGIO. Rio
de Janeiro: Beco do Azougue, 2009. Disponível em:
http://www.cultura.gov.br/documents/10877/0/cultura-digital-br+(2).pdf/9d6734d4-
d2d9-4249-8bf5-d158d019ba6d Acesso: 06/2016.

Bibliografia sugeridas:
DOWBOR, Ladislaw. Cultura Digital no Brasil. São Paulo: Ed. Brasileira, 2016.
FANTIN, Mônica; RIVOLTELLA, Pier Cesare (Orgs.). Cultura Digital e Escola.
Campinas/SP: Ed. Papirus, 2012.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2000.
SANTAELLA, Lucia. Culturas e Artes do Pós-humano - Da Cultura das Mídias à
Cibercultura. São Paulo: Ed. Paulus, 4ª. edição, 2010.

Você também pode gostar