Guia de Estudos Da Unidade 2 - Bioquímica Humana

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Bioquímica Humana

UNIDADE 2
UNIDADE 2

BIOQUÍMICA HUMANA

Para início de conversa

Prezado(a) aluno(a), como vai?


Vamos iniciar a unidade 2, mas antes vamos relembrar alguns pontos vistos no guia de estudos 1 e no
livro-texto.
Vamos começar!
Você estudou que as proteínas compõem uma importante classe de macronutrientes. Elas são polímeros
de aminoácidos, que se organizam em quatro níveis estruturais. Além do mais, esses polipeptídeos
estão envolvidos em diversas funções específicas, sendo localizadas em praticamente todos os sistemas
fisiológicos. Você também aprendeu que dentro do universo proteico, destaca-se um grupo bastante
específico e necessário em nosso metabolismo... As enzimas!
Você está lembrado das enzimas?
Isso mesmo, aquelas proteínas com função catalítica!
Isto é, agem aumentando a velocidade das reações químicas. Não esqueça que todas as enzimas são
proteínas, porém o contrário não se aplica. Como você mesmo estudou, a hemoglobina é uma proteína
carreadora de oxigênio, logo não desempenha atividade catalítica.

Orientações da Disciplina

Neste guia de estudos vamos iniciar com a discussão de mais outra classe de macronutrientes, que são
imprescindíveis em nossa alimentação, os CARBOIDRATOS.

Além dos açucares você irá conhecer melhor as famosas VITAMINAS. Tenho plena certeza que você foi
orientado a tomar um polivitamínico em situações de astenia (fraqueza, cansaço) ou em meses que temos
uma incidência maior de gripes e resfriados, você provavelmente tomou vitamina C efervescente.

Neste guia de estudos vamos apresentar alguns conceitos e funções das vitaminas que justificam sua
importância na bioquímica. Ainda neste guia, iremos estudar os lipídeos!

Muita informação não acha?

Mas fique bem tranquilo, pois embora essa etapa final do guia aborde conceitos sobre as gorduras, será
fácil de ser “digerido”!

Você estudará os conceitos básicos dos lipídeos, sua importância e características de seu metabolismo.

Os conteúdos abordados no presente guia são:

• Definição de carboidratos;

• Classificação dos carboidratos;

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• Principais monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos;

• Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K);

• Vitaminas hidrossolúveis (complexo B e vitamina C);

• Classificação, propriedades, funções dos lipídios.

• Lipídios de armazenamento. Lipídios estruturais de membranas;

• Natureza química dos ácidos graxos;

• Classificação dos ácidos graxos;

• Propriedades dos triacilgliceróis;

• Lipídios com atividades biológicas específicas;

• Mecanismo de degradação e absorção dos lipídios.

Antes de continuar com a leitura deste guia de estudos, inicie imediatamente a leitura da unidade 2 do
seu livro-texto, só então retorne para o guia.
Novamente fique atento, pois serão discutidas novas informações, e como já foi falado, é necessário que
você organize bem seu tempo de estudo destinado à disciplina de bioquímica.
Bons estudos!

VITAMINAS
Vamos dar início agora ao mundo das vitaminas!
Esses micronutrientes foram descobertos após estudos com o isolamento de compostos de vegetais que
eram utilizados para o tratamento de algumas doenças. As suas características fizeram com que Casimir
Funk, em 1912, designasse tais compostos como VITAMINAS.
A terminologia “vitamina” foi elaborada a partir da observação, elas eram consideradas como compostos
vitais, pois mesmo que em quantidades muito pequenas, elas eram necessárias para ao organismo.
Aliado a isso, algumas vitaminas possuíam em sua estrutura orgânica grupamentos aminas. Atualmente,
sabemos que a maioria das vitaminas não aminas, porém o nome permaneceu.
Querido estudante, quando falamos de vitaminas lembramos logo dos atletas e das academias, também
associamos as palavras saúde e vigor físico, isso porque popularmente são conhecidas como compostos
energéticos. As vitaminas estão envolvidas em inúmeras reações bioquímicas, e em situações de ausência
de alguma vitamina pode ocasionar danos nas vias metabólicas, desencadeando quadros clínicos, como
por exemplo, o escorbuto que é ocasionado por uma carência do ácido ascórbico (vitamina C).

Guarde essa ideia!


As vitaminas são compostos orgânicos bem diversificados, de modo que não apresentam
uma uniformidade em sua estrutura química, ou seja, elas não têm características
químicas em comum que possam organizá-las em grupos bem específicos. Além disso,
diferem também em propriedades químicas e funções biológicas no organismo. As
vitaminas ou seus precursores, não podem ser sintetizados pelos seres humanos, por
este motivo são indispensáveis na nossa alimentação.

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As vitaminas são encontradas na maioria dos vegetais e produtos animais, com exceção da vitamina
B12, esta é produzida por micro-organismos. Apesar de serem produzidas por micro-organismos são
armazenadas em tecidos animais, além de produtos de fermentação por micro-organismos com é o caso
do iogurte.
Já foi relatado anteriormente que as vitaminas são bem diversificadas, porém podemos classificá-las em
dois grandes grupos de acordo com sua solubilidade:
ü Vitaminas Hidrossolúveis
ü Vitaminas Lipossolúveis

Figura 1 Fonte: http://www.ich.pucminas.br/pged/db/wq/cb/2015-2/WQ3_2015-2/organismoevitaminas.jpg

Algumas vitaminas apresentam sensibilidade ao calor (temperaturas elevadas), sendo consideradas


como termolábeis, enquanto que outras são classificadas como fotolábeis, ou seja, apresentam
fotossensibilidade. Isto quer dizer, que algumas vitaminas podem perder sua função quando expostas ao
calor e/ou à luminosidade excessiva. Para ter a dimensão desse efeito deletério, certos alimentos devem
ser ingeridos crus, para que não sejam degradadas suas vitaminas e outros nutrientes.

Visite a Página
Acesse o link, para saber mais sobre a ingestão de alimentos crus.

Em sua maioria, as vitaminas não podem ser sintetizadas pelo organismo. Porém, para sintetizar algumas
vitaminas temos que ingerir na dieta seus precursores imediatos.
Você já se deparou com seguinte situação: um bebê nos braços do pai ou da mãe tomando sol bem
cedinho?
Por que será que os pediatras indicam a banho de sol para os recém-nascidos?
Realmente, isso é necessário?
Para responder tais questionamentos, temos que entender que a vitamina D é importante para a captação
de cálcio, ou seja, ela está associada à absorção de cálcio que extremamente importante para o crescimento
e desenvolvimento dos ossos. No caso, os recém-nascidos recebem o precursor da vitamina D através da
amamentação que é inativo. Entretanto, quando o bebe é exposto à radiação ele se transforma na forma
ativa.
Também existe o caso da vitamina B3 que é sintetizada a partir de um aminoácido essencial, o triptófano.

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Figura 2 Fonte: http://irisxtian.me/wp-content/uploads/2015/11/Las-vitaminas-son-imprescindibles-para-nuestra-salud.jpg

As vitaminas atuam em sua maioria como cofatores enzimáticos nas reações bioquímicas do organismo.
Entretanto, existem vitaminas que têm a função de estabilizar radicais livres (ação antioxidante) como é
o caso das vitaminas E, C e A, sendo importantes na atenuação do processo de envelhecimento celular.
Sabe-se que algumas vitaminas possuem ação terapêutica que é inespecífica à sua função biológica. Para
exemplificarmos melhor, a vitamina B6 que é o cofator nas reações de transaminação de aminoácidos
é empregada na terapêutica para o tratamento das dores musculares e também de vertigens. Seu uso
terapêutico é feito em doses altas, acima da recomendação diária. Para tal indicação, a vitamina B6 é
disponível na forma de medicamento.
É importante destacar que, em alguns casos o uso excessivo de vitaminas pode levar o indivíduo a
desenvolver efeitos adversos, isto é, quadro de hipervitaminose.

Vitaminas Lipossolúveis (A, D, E, K)


Você já ouviu falar das vitaminas lipossolúveis das aulas do ensino médio?
Sempre mencionadas de uma forma para fixar na memória KEDA. Compreendem as vitaminas: A, D, K e E.
São solúveis em lipídeos sendo absorvidas juntamente com as gorduras na alimentação.
• Vitamina A: faz parte dos pigmentos fotorreceptores que desencadeiam a transmissão nervosa da
visão (rodopsina e iodopsina).
É encontrada na forma de retinol (álcool) e de retinal (aldeído). É uma vitamina termoestável e fotolábil à
luz ultravioleta e a exposição ao oxigênio atmosférico. É obtida através da ingestão dos vegetais.
 

Figura 3
Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica Fonte: http://www.infoescola.com/

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Sua carência leva a uma doença chamada cegueira noturna. É um potente antioxidante, sendo muito
utilizado nos cosméticos. Sua aplicação cutânea retarda o envelhecimento da pele e melhora a regeneração
dos tecidos. Em altas doses pode ocasionar efeitos colaterais neurológicos severos, dores abdominais,
vômitos e cefaleia intensa.

• Vitamina D: produzida no organismo através da ativação pela luz ultravioleta.

Existindo em duas formas o colecalciferol e o ergocalciferol:

Figura 4 Fonte: http://sereduc.com/bDxgqW

Prezado(a) aluno(a), saiba que a vitamina D não apresenta uma atividade semelhante à maioria das
vitaminas, as quais atuam como coenzimas, ela atua funcionando mais como um hormônio, regula a
absorção de cálcio intestinal e o equilíbrio na liberação de cálcio e fósforo nos ossos.

É termoestável e foto estável. Em dosagens altas, provoca a hipercalcemia que pode ser fatal, pois pode
iniciar o processo de calcificação de alguns órgãos. A deficiência da vitamina D pode causar um quadro
clínico conhecido como raquitismo em crianças e nos pacientes adultos pode causar osteomalacia.

Visite as Páginas
Caro(a) aluno(a), acesse os links a seguir para saber mais sobre o raquitismo e
osteomalacia.
Osteomalacia, Vitamina D e Fragilidade Óssea, clique aqui.
Raquitismo, clique aqui.

• Vitamina E: Tem função antioxidante, protege os lipídeos da membrana e é termoestável e foto


estável. É utilizada na terapêutica em altas doses no tratamento da infertilidade, pois estimula a
espermatogênese.

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Figura 5
Fonte: http://www.infoescola.com/bioquimica/vitamina-e/

Seu uso excessivo pode gerar competição com outras vitaminas lipossolúveis causando a carência delas.

• Vitamina K: Foi descoberta em 1929 por Henrik Dam ao estudar o aparecimento de hemorragias e
lentos processos de coagulação sanguínea quando em alguns animais eram submetidos a uma dieta
sem gorduras. Apresenta duas formas ativas: a filoquinona (vitamina K1) e a menaquinona (vitamina
K2). É absorvida no intestino delgado e necessita de um teor adequado de gordura para ser absorvida.

Vitaminas Hidrossolúveis (Complexo B e Vitamina C)


Agora iremos conversar sobre o grupo das vitaminas hidrossolúveis que compreendem as vitaminas do
complexo B e a vitamina C. Iremos aprender o mesmo visto anteriormente nas vitaminas lipossolúveis, a
função, formas ativas e absorção.

Vamos começar!

Complexo B:
Ø

§ Tiamina (B1): Sua absorção ocorre no intestino a partir de uma fosforilação da tiamina pirofosfato
(TPP), sua forma ativa. É uma vitamina termo lábil e sensível a variação do pH, ficando inativa quando
o meio é alcalino:
 

Figura 6
Fonte: http://sereduc.com/8O520P

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Sua deficiência irá resultar em uma doença chamada Beribéri, cujos sintomas são cardioneurológicos e
motores. Quando esta carência ocorre em pessoas alcoólatras há o desenvolvimento de uma síndrome
chamada de Wernik-Korsakoff, englobando insuficiência hepática que ocasiona a dificuldade na
armazenagem e absorção da maioria das vitaminas do complexo B.

Também podemos acrescentar ao seu conhecimento que a ingestão excessiva de peixe cru, leva a uma
grande destruição das tiaminas, por causa da presença de enzimas tiaminases que hidrolisam e inativam
as tiaminas.

Seu uso terapêutico está associado à reversão da sintomatologia neuromuscular de algumas doenças
genéticas. É utilizada com as demais vitaminas do complexo B, para melhorar os sintomas de fraqueza
muscular causadas por vários motivos.

§ Riboflavinas (B2): A forma ativa destas vitaminas é conhecida como FAD (flavina adenina nucleotídeo)
e o FMN (Flavina adenina mononucleotídeo), que recebem os prótons e os elétrons. O FAD é um
importante transportador de elétrons e de prótons da cadeia respiratória mitocondrial.
 

Figura 7
Fonte: http://www.vitaminasbasicas.com/vitaminas/hidrosolubles/vitaminab/vitaminab2/estructura2dvitaminab2-
riboflavina.jpg

A vitamina B2 é de coloração amarelada, termoestável e fotolábil. Não há uma doença específica


associada à sua carência, porém é notório o aparecimento de rachaduras no canto da boca, seborreia e
anemia. Quando nos referimos ao uso terapêutico, também não é restrito a um tratamento específico, mas
seu uso é feito associado com as demais vitaminas do complexo B.

§ Vitamina (B3): Essa vitamina é termo lábil e está presente nos alimentos nas formas de niacinamida
e ácido nicotínico. Pode ser sintetizada a partir do aminoácido triptófano e participa da molécula
do NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo), que como o FAD transporta elétrons e prótons no
metabolismo da cadeia respiratória mitocondrial.

São vitaminas fotolábeis e termoestáveis. Sua carência origina uma doença chamada de pelagra. Os
sintomas da pelagra são: presença de dermatites, demência e diarreia.

Porém, devemos lembrar que o comprometimento do metabolismo do triptófano provoca outras doenças
que caracterizam a pelagra. Como por exemplo, temos a doença de Hartnup, em que há diminuição
na absorção do triptófano. Também podemos falar de uma síndrome chamada de carcinoide, onde há
aumento no catabolismo do triptófano, levando a pelagra.

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O uso terapêutico da vitamina B3 está associado a combater os sintomas relacionados à sua carência
não sendo utilizadas dosagens acima de 200mg/dia, porque a sua hipervitaminose está ligada a lesões
hepáticas, hiperpigmentação da pele, vasodilatação e disfunção no metabolismo da glicose e ácido úrico
provocando hiperglicemia.

§ Ácido pantotênico (B5): esta vitamina faz parte da molécula de coenzima Acetil-CoA, sendo responsável
por reações de acetilação.
 

Figura 8
Fonte: http://www.vitaminab12.it/wp-content/uploads/2014/05/acido-pantotenico-300x131.jpg

Não há associação com doenças, só relatos da segunda guerra, onde uns pelotões apresentaram
deficiência em ácido pantotênico, daí veio um relato da síndrome de pé ardente.

Visite a Página
Para saber mais sobre a pelagra, clique aqui.

§ Vitamina B6: pode ser encontrada em três formas: piridoxina (álcool), piridoxal (aldeído) e piridoxamina
(amina). Esta vitamina é utilizada como coenzima em reações do metabolismo dos aminoácidos.
 

Figura 9
Fonte: http://www.laboratoriocentralmm.com.br/wp-content/themes/laboratorio-central/images/manuais/vitamina-b6.jpg

É uma vitamina fotolábil e termo lábil, sendo estável em pH ácido e inativada em pH alcalino. É rara a
deficiência de vitamina B6 não havendo uma doença associada. Mas, se sabe que dermatites, glossite e
neuropatias relacionadas à sua deficiência. Seu uso terapêutico é como antineuríticos e na prevenção de
enjoos.

§ Biotina: Mais conhecida por vitamina H ou ainda como vitamina B7, a biotina é uma coenzima que
atuam em conjunto com as enzimas carboxilases, descarboxilases e transcarboxilases. Transportam
CO2 para o substrato. Sendo produzida pela flora bacteriana intestinal.

É uma vitamina termoestável e fotolábil. A carência da biotina é muito rara, porém quando ingeridas
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concomitantemente com ovos crus é inativada devido à presença de uma proteína na clara do ovo chamada
de avidina que impede a sua absorção.

A sintomatologia envolve anorexia, náuseas, vômitos, palidez, depressão, dermatites e glossite (inflamação
na língua).
 

Figura 10
Fonte: http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/normal_1074vitamina_b7.jpg

§ Ácido fólico (folacina): Conhecido como vitamina B9, sua forma ativa é a tretahidrofalato (THF). É
importante na síntese de DNA por participar na síntese das purinas e timina, sua carência resultar na
anemia perniciosa. Encontra-se presente em vegetais folhosos, bem como em fígado de animais. É
considerada uma vitamina termoestável e fotolábil.

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Para saber mais sobre o ácido fólico, acesse o link.

Figura 11
Fonte:
http://www.ensinandoeaprendendo.com.br/wp-content/uploads/2014/06/acidofolico.jpg

§ Cobalamina B12: Existe nas formas de cianocobalamina, hidroxicobala-mina, aquocobalamina


e metilcobalamina. Sendo a cianocobalamina a forma mais comum. É cofator de reações de
reorganização estrutural e reações de metilação.

Sua carência promove alterações no metabolismo dos lipídeos e de aminoácido e está relacionada
também, na diminuição da síntese de DNA na medula óssea, o que leva a diminuição no metabolismo dos
eritrócitos levando a anemia perniciosa ou megaloblástica.

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Acesse o link para saber mais sobre a anemia perniciosa.

Figura 12
Fonte: http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/5/normal_1045vitamina_b12.jpg

A vitamina B12 para ser absorvida e transportada necessita da atuação de uma proteína chamada fator
intrínseco (FI). Caso esteja em meio ao ácido gástrico, a ligação com a FI é comprometida e precisa da
presença de outra proteína presente na saliva e estômago, a proteína R, que se liga com a vitamina B12,
após chegar é digerida no intestino e depois B12 consegue se ligar a vitamina B12, sendo assim absorvida.

Esta vitamina é sintetizada somente por micro-organismos. É adquirida em menor quantidade por causa do
seu acúmulo no fígado e músculos. Os vegetais não sintetizam vitamina B12. São vitaminas termoestáveis
e fotolábeis.

§ Ácido ascórbico (vitamina C): É uma vitamina derivada da glicose presente na maioria dos vegetais e
animais, são poucos animais que não sintetizam esta vitamina, como é o caso do homem.
 

Figura 13
Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-CmZNch0_sTw/TlVv6a31M4I/AAAAAAAAAps/r6_oFlKDZC4/s320/vitamina-c2.jpg

Caro(a) aluno(a), saiba que a sua principal função seria converter o aminoácido prolina em hidroxiprolina.
É um potente antioxidante, protegendo a célula da morte celular por ação dos radicais livres. É fotolábil.

Manifesta-se de forma patológica em uma doença chamada escorbuto, que tem por sintomas clássicos a

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diminuição da síntese de colágeno. E está atrelada a hemorragias, queda de cabelo e dentes. É utilizada
de forma terapêutica em altas doses para a prevenção de radicais livres, assim combate o envelhecimento
celular.

LIPÍDEOs
Querido(a) aluno(a), você já estudou em citologia sobre a membrana plasmática.
Você lembra quais as características da membrana plasmática no que se refere a sua estrutura?
Isso mesmo, o mosaico fluido!
As membranas biológicas são constituídas por uma bicamada lipídica na qual estão imersas as proteínas
de membrana. Na verdade, a bicamada lipídica é formada por fosfolipídios, que delimita o meio
intracelular do meio extracelular. A fluidez das membranas é devido às interações não covalentes entre
as biomoléculas que a constitui.
Considerando que as membranas biológicas delimitam tanto a célula quanto suas organelas, podemos
considerar, sem sombra de dúvidas, que os lipídeos são essências para a manutenção do nosso organismo.
No contexto de renovação celular, a todo o momento, existem células morrendo e outras sendo
produzidas. Nesse processo são recrutadas várias biomoléculas como proteínas e carboidratos, mas para
a composição das membranas é indispensável à oferta de lipídeos. Portanto, o estudo dos lipídeos recebe
atenção especial na bioquímica.
Todavia, os lipídeos apenas têm importância quanto à composição das biomembranas?
Evidentemente que não. Geralmente, os macronutrientes apresentam bem mais que uma função.
Você está lembrado das inúmeras funções das proteínas?
E os carboidratos?
Assim como ocorre com os polipeptídeos e os sacarídeos, os lipídeos apresentam várias funções entre
elas:
• Reserva energética;

• Isolantes Térmicos;

• Constituintes das Membranas Biológicas;

• Vitaminas Lipossolúveis (cofator enzimático);

• Precursores de hormônios;

• Mensageiros intracelulares.

Você já deve estar convencido por quais motivos devemos estudar os lipídeos. Portanto, vamos aprofundar
o conhecimento sobre as gorduras.
Gorduras? Mas o conteúdo não é sobre lipídeos? O que tem a ver gordura com lipídeos?
Você já ouvia falar em gordurinhas localizadas? Na verdade, elas são formadas por depósitos de lipídeos
em células denominadas de adipócitos, constituindo o tecido adiposo. Os lipídeos comumente são
designados de gorduras. Aprendemos em histologia que o tecido adiposo é rico em gorduras, ou seja, em
lipídeos.

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Mas antes de classificarmos os lipídeos, vamos listar algumas características básicas inerentes a todos
os lipídeos:
§ São substâncias apolares compostas basicamente por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio;

§ São moléculas insolúveis em água, porém solúveis em solventes orgânicos (álcool, acetona);

§ Representados comumente pelas gorduras e óleos;

§ Estão distribuídos em todos os tecidos, porém são mais presentes nas membranas e células de
gordura (adipócitos).

Os lipídeos são formados por um conjunto de moléculas que apresentam estrutura química bem distinta.
Logo, é difícil criar um consenso para classificar os lipídeos.
Alguns autores separam os lipídeos de acordo com sua função em:
§ Lipídeos de armazenamento;

§ Lipídeos com função estrutural em membranas;

§ Lipídeos que atuam como sinalizadores celulares e com função de pigmentação.

Porém, é bastante comum os lipídeos serem classificados em grupos que apresentam características
químicas semelhantes:
§ Ácidos graxos

§ Triacilgliceróis

§ Ceras

§ Fosfolipídeos

§ Esfingolipídeos

ÁCIDOS GRAXOS
Os ácidos graxos são moléculas orgânicas consideradas como anfipáticas, uma vez que, possui uma porção
da estrutura química polar e outra apolar. Observe na figura a seguir, que a parte polar é representada por
um ácido carboxílico, enquanto que a região apolar é a cadeia carbônica.
 

Figura 14 – Imagem adaptada pelo professor


Fonte: https://davidsonlima.files.wordpress.com/2012/08/c3a1cido-graxo.png

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Frequentemente, os ácidos graxos são descritos como sendo formados por uma cabeça polar (ácido
carboxílico) e uma cauda apolar (hidrocarboneto).

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Para saber sobre a polaridade, clique aqui.

Você provavelmente já escutou algo sobre gorduras saturadas e insaturadas. Os ácidos graxos podem ser
divididos em dois grupos dependendo da presença de dupla na cadeia carbônica:
ü Saturados – presença apenas de ligações simples na cadeia carbônica.
ü Insaturados:
§ Monoinsaturados – Têm apenas uma dupla ligação na porção do hidrocarboneto.

Figura 15
Fonte: http://sereduc.com/nNseO1

§ Poli-insaturados – Têm duas ou mais duplas ligações na sua cauda apolar.


 

Figura 16
Fonte: http://sereduc.com/IfAbta

Prezado(a) aluno(a), observe na próxima ilustração que os ácidos graxos saturados apresentam nível de
organização (empacotamento) melhor quando comparado aos ácidos graxos insaturados. Isto acontece
porque a presença das duplas ligações na cadeia carbônica faz com que a linearidade seja quebrada,
formando agregados não estáveis.
 

Figura 17
Fonte: http://sereduc.com/LqpVXb 14
Uma característica físico-química que podemos analisar nos ácidos graxos é o ponto de fusão. Em
temperatura ambiente, os ácidos graxos saturados apresentam ponto de fusão relativamente maior
quando comparados às gorduras insaturadas de mesmo tamanho.
Com a diferença no empacotamento associado ao ponto de fusão, os ácidos graxos saturados apresentam
um aspecto de cera (sólidos), enquanto que os ácidos graxos insaturados têm características oleosas.

TRIACILGLICERÓIS
Os triacilgliceróis são chamados também de triglicerídeos pertencem a uma classe de lipídeos derivados
dos ácidos graxos. Cada triglicerídeo é constituído de três ácidos graxos “ancorados” no arcabouço do
glicerol (circulado em vermelho).

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Para visualizar a estrutura do glicerol, clique aqui.

Figura 18
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/be/Fat_triglyceride_shorthand_formula.PNG/370px-
Fat_triglyceride_shorthand_formula.PNG

??? Você sabia?

Você sabia que a principal função desses lipídeos é o armazenamento de energia?


Pois bem, funciona da seguinte forma: os adipócitos são células especializadas para depósitos de gotículas
de gorduras, na forma dos triglicerídeos. Quando é necessária a utilização dessa reserva energética, as
lipases “quebram” os triglicerídeos liberam ácidos graxos para posterior metabolização. As lipases são
enzimas presentes nos adipócitos que catalisam a hidrolise dos triglicerídeos.
Em nosso organismo, os lipídeos são as únicas formas de armazenamento de energia?
Você está lembrado de um polissacarídeo que tem essa mesma função?
O glicogênio como você estudou na unidade passada, é um carboidrato superior formado de glicose
(glicogênese), que tem a função de armazenamento de energia. Qual seria a forma de armazenamento
mais eficiente?
O glicogênio ou os triglicerídeos?
Embora os carboidratos sejam as biomoléculas escolhidas para o rápido suprimento energético, os lipídeos
acumulam em sua estrutura química mais energia, logo, seu metabolismo fornecerá mais energia. Isso
ocorre por que os carbonos lipídicos são mais reduzidos que os carbonos dos carboidratos, isto quer dizer
que quando são oxidados liberam mais energia.

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Além disso, por serem moléculas apolares (hidrofóbicas) quando estocadas não atraem água. Se nossa
reserva principal fosse o glicogênio, teríamos que destinar um espaço imenso do nosso corpo para
comportar o glicogênio hidratado, pois o glicogênio é hidrofílico.
Vale salientar, querido estudante, que mesmo não oferecendo uma oferta energética semelhante aos
lipídeos, os carboidratos são moléculas com elevada energia e têm a grande vantagem de serem solúveis
em água, facilitando sua distribuição por todas as células facilmente.
Para finalizar o tema sobre os triglicerídeos, podemos destacar outra interessante função, o isolamento
térmico. Em alguns animais que habitam regiões com temperaturas muito baixas, o deposito de gordura
está localizada próxima à pele, servido não apenas como estocagem de energia, mas também de controle
térmico.
Os triglicerídeos são amplamente distribuídos na natureza. Podem ser encontrados nos óleos vegetais
(azeite de oliva), sendo constituídos principalmente nos ácidos graxos insaturados. Já as gorduras
animais são compostas com quantidades elevadas de ácidos graxos saturados, por isso são sólidos em
temperatura ambiente.
Não esqueça que o tipo de ácido graxo que forma o lipídeo vai determinar o estado físico do mesmo.

Exemplo
Por exemplo, as ceras são lipídeos com consistência sólida. Então, podemos concluir
que são formadas por ácidos graxos que em sua maior parte são saturados.
As ceras são produzidas por vários animais que dependendo da espécie, podem
apresentar função de armazenamento de energia, repelentes hídricos (penas dos
pássaros) e em algumas plantas, as ceras funcionam como uma película que serve para
evitar evaporação excessiva de água, além de ser uma proteção física contra parasitas.

LIPÍDEOS DE MEMBRANAS
Como já citamos anteriormente, as gorduras que participam da formação das membranas biológicas
recebem um destaque especial.
Elas são classificadas em três grupos:
ü Fosfolipídeos – São os principais lipídeos de membrana. Podem ser classificados em:
• Glicerofosfolipídeos – São formados por dois ácidos graxos e um fosfato ligado ao
glicerol.
• Esfingomielinas (esfingolipídeos) – São compostos por um ácido graxo e um grupo
fosfato ligado à estrutura da esfingosina.
ü Glicoesfingolipídeos (glicolipídeos) – É um tipo de esfingolipídio, porém os glicolipídeos
apresentam um carboidrato (monossacarídeo ou oligossaca-rídeo) ligado na estrutura da
esfingosina.

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Figura 19
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/YimQ3XFDr4z94zaS-9e6Fb-hL16EMtAF4_WJ4AN6csKoNeshSEjw_-5IiS1-
99nBz1GOug=s168

Imagem adaptada. Motta, Bioquímica, página 221.

Analisando

Observe na figura acima, que um esfingolipídeo pode ser um fosfolipídeo ou um glicolipídeo. Na verdade,
para um lipídeo ser classificado como esfingolipídeo, basta ela possuir a estrutura química da esfingosina.
Sendo que, quando existir um grupo fosfato ligado ao esfingolipídeo é uma esfingomielina; quando for um
carboidrato (açúcar) será um glicoespingolipídeo.
ü Esteróis – Também são considerados importantes lipídeos estruturais. Quimicamente, são
formados por quatro anéis fundidos (três anéis têm seis carbonos e um com cinco carbonos) –
esse arranjo dos anéis é conhecido como núcleo esteroide. O representante mais importante
dos esteroides é o colesterol, que apresar de não apresentar uma estrutura semelhante à dos
ácidos graxos, é uma molécula anfipática, pois a hidroxila (-OH) cria na molécula um caráter
polar, enquanto que o restante; núcleo esteroide e a cadeia carbônica acrescenta o aspecto
apolar.

Figura 20
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/fNTbkiehqTrztXEjhUC4uZGTRzeqsxkMKSIi_LQoy3LqvQG
pXd5xKLrWeXd1j00ME034QTA=s154 17
Imagem adaptada. Motta, Bioquímica, página. 223.

Vale ressaltar que, o colesterol além de ser importante na constituição das membranas, também é um
precursor na biossíntese dos hormônios esteroides, da vitamina D e dos sais biliares.

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Para saber quais são os hormônios esteroides e sua função, clique aqui.

Existem alguns grupos de lipídeos com funções biológicas bem específicas. Por exemplo, os eicosanoides
são derivados de ácidos graxos, mais especificamente do ácido araquidônico. São conhecidos três tipos
de eicosanoides: Prostaglandinas, Tromboxanos e os Leucotrienos.

DEFINIÇÃO DE CARBOIDRATOS
Os carboidratos são compostos orgânicos sintetizados principalmente pelo os vegetais. São conhecidos
também por açúcares, sacarídeos, glicídeos ou ainda de glucídeos.
Você conhece alguma pessoa no planeta que tem a capacidade de sintetizar sua própria energia?
Em outras palavras, você conhece alguém que faz fotossíntese quando exposto a luz solar para sintetizar
todos os nutrientes para que possa sobreviver sem alimentação externa?
As perguntas acima chegam a ser até cômicas, você não concorda?
Mas, caro(a) aluno(a), justamente por não existir nenhum ser humano na face da terra que apresente
a capacidade de sintetizar todos seus nutrientes necessários à vida, os seres humanos são classificá-
los como heterótrofos. Os vegetais são classificados como seres autótrofos, visto que eles possuem a
habilidade de sintetizar seu próprio alimento.
Os carboidratos são a principal fonte de energia dos seres humanos, sendo produzidos por transformação
de CO2 e H2O na fotossíntese.
Dentre as funções dos carboidratos podemos destacar:
§ Principal fonte energética;

§ Reserva energética;

§ Matéria-prima para outras biomoléculas;

§ Participam de estrutura da membrana plasmática.

A maior parte dos carboidratos obedece a fórmula geral Cn(H2O)n.


O “n” na fórmula indica a quantidade de átomos de carbono presente no sacarídeo. Observe a fórmula geral
dos carboidratos que você consegue entender facilmente por que são chamados de carbonos hidratados.

Analisando

Na figura a abaixo, temos a representação de dois importantes carboidratos.


Preste atenção na estrutura química dos exemplos presentes na ilustração. Esse tipo representação é
denominado de projeção de Fischer, acesse o link para descobrir detalhes da projeção de Fischer e regra
para nomenclatura de carboidratos:
18
http://sereduc.com/8rXaz0
 

Figura 21
Fonte: http://sereduc.com/kotmuY

Classificação dos Carboidratos


Os sacarídeos podem ser classificados de acordo com a quantidade de monômeros presentes na sua
composição em:
§ Monossacarídeos – São os glicídeos mais simples que existe. São também chamados de oses.
Os monossacarídeos são as unidades monoméricas dos carboidratos mais complexos. Como
exemplo você pode encontrar a glicose, mas existem outros como a frutose e a galactose. Esses
sacarídeos não necessitam de sofrerem algum tipo de alteração para serem absorvidos pelo
organismo.

§ Oligossacarídeos – Você lembra o significado da palavra grega oligo? Isso mesmo, oligo remota
a ideia de pouco. Portanto, oligossacarídeos são pequenos carboidratos, ou seja, são compostos
por poucas unidades de oses. Nesse grupo destacam-se os dissacarídeos sacarose, lactose e
maltose.

§ Polissacarídeos – São os açucares complexos formados a partir de 20 monossacarídeos ligados


covalentemente. Nesse grupo, podemos destacar o glicogênio e o amido que são polissacarídeos
formados apenas por moléculas de glicose.

Saiba ainda que você também pode classificar os carboidratos de acordo com a presença de
polihidroxicetonas ou polihidroxialdeídos. Observe na imagem a seguir, que o gliceraldeído possui a
função aldeído, logo ele é denominado de aldose. Porém, a diidroxiacetona apresenta é uma cetona,
portanto o sacarídeo será classificado com cetose.

Figura 22
Fonte: Imagem adaptada pelo professor 19
Dica
Prezado estudante, é extremamente importante que você conheça as funções orgânicas
para avançar nos estudos da Bioquímica. Portanto, acesse este link, para conhecer
melhor as funções orgânicas oxigenadas.

Classificação e Nomenclatura dos Monossacarídeos


Os monossacarídeos podem ser classificados mediante a quantidade de átomos de carbonos presente
em sua estrutura. Como as oses variam de três a sete carbonos, podemos encontrar as seguintes
classificações:
§ Triose

§ Tetrose

§ Pentose

§ Hexose

§ Heptose

Para descrever a classificação completa do monossacarídeo, você deve associar as terminologias descritas
anteriormente para classificar o carboidrato quanto a função química (aldo ou ceto) mais a classificação
quanto a quantidade de carbono.
Por exemplo, o gliceraldeído da ilustração anterior pode ser classificado como uma aldotriose e a
diidroxiacetona é uma cetotriose.
Você pode imaginar qual seria a classificação da glicose e da frutose?
Então, retorne à primeira figura deste guia, para olhar as projeções de Fischer das referidas oses.

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Para conferir sua resposta, clique aqui.

Propriedades dos Carboidratos

Atividade Óptica

Veja o vídeo!
Você deve acessar o vídeo com duração de quatro minutos e dez segundos, em que
será explicado o conceito de Quiralidade. Só então, retorne para o guia de estudos.

Depois de você ter assistido ao vídeo e, identificou que o carbono quiral tem quatro ligantes diferentes.
Isso implica que o carbono pode apresentar isômeros. Lembrando que, os isômeros são compostos que
apresentam a mesma forma molecular.

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Leia todo conteúdo sobre Isomeria, clique aqui.

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Fique sabendo que todos os carboidratos, com a exceção da di-hidroxi-cetona, apresentam carbonos
assimétricos (quirais), de modo que ocorrem formas isoméricas constitucionais. Na figura abaixo, você
observa dois isômeros do gliceraldeído. Como esse monossacarídeo apresenta um carbono quiral terá
dois isômeros possíveis.

Figura 23
Fonte: http://sereduc.com/pofLQE

Vamos analisar agora a molécula de glicose. Você sabe quantos carbonos quirais essa aldohexose
apresenta?
E quantos isômeros a glicose possui?

Analisando

Na imagem a seguir, cada asterisco (em vermelho) no esqueleto carbônico da glicose sinaliza um carbono
quiral.
Portanto, na glicose possui quatro carbonos assimétricos e, por conseguinte, dezesseis isômeros.
O número de isômeros é dado pela expressão 2n, onde n é o número de carbonos quirais.

Figura 24
Fonte: Imagem adaptada pelo professor

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Pode existir até dezesseis isômeros, porém, apenas dois serão glicoses. Nesse caso, será a hidroxila (OH)
ligada ao último carbono quiral na projeção de Fischer que indicará quem será D ou L. A D-glicose e a
L-glicose são as formas enantioméricas da glicose.
Observe a próxima figura. Ela ilustra três aldohexose: D-Manose, D Glicose e a D-Ga-lactose. Todos os
três compostos possuem a mesma formula molecular (C6H12O6), logo são isômeros. Adote a glicose
como referência e observe a diferençai entre a D-glicose e a D-manose.
Você percebe a diferença entre os dois açúcares?
Nesse caso, quando dois carboidratos, que são isômeros, se diferenciam em apenas um carbono quanto
a posição da hidroxila, dizemos que eles são epímeros. Portanto, a D-manose é o epímero da glicose no
carbono C-2, assim como a D-galactose é o epímero da glicose no carbono C-4.

Figura 25
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-8TOhNUq1yjQ/ULVh9o2GslI/AAAAAAAAAFg/l7bTpo1E5fA/s320/Figura+2.png

Formas Cíclicas
Em soluções aquosas, ou seja, na presença de água, os monossacarídeos que possuem cinco ou mais
átomos de carbono apresentam estrutura molecular na forma de anel (cíclica).
Destacam-se duas formas cíclicas:
§ Anel com cinco membros – Furanose
§ Anel com seis membros – Piranose

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Para ver como são formadas as furanoses e as piranoses, clique aqui.

Principais Oligossacarideos e Polissacarídeos


Antes de descrever os principais oligossacarídeos e polissacarídeos, é importante que você compreenda
como os monossacarídeos se ligam para compor estruturas mais simples, como os dissacarídeos, e bem
como níveis mais complexos como a união de dois polissacarídeos constituintes do amido.

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Ligação Glicosídica
Como anteriormente descrito, os monossacarídeos se unem para formar os glicídeos superiores. Para isso,
uma ose se liga a outra mediante a formação de uma ligação do tipo covalente. Essa ligação é química
é conhecida como ligação glicosídica, sendo formada por uma condensação de um ou mais carboidratos
com a liberação de uma molécula de água.

Figura 26
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/KJdWMw3J2-Pkoem1RmNq5AQOcH-9lDDyTzh8MKf3W1ZhT3MG7UyXy90Jie2z-
0HGz968rg=s170

Analisando
Observa na figura acima, que a ligação glicosídica é o recurso utilizado para formar o
dissacarídeo (Oligossacarídeo) maltose. Essa ligação química é sempre formada entre
a hidroxila (-OH) do carbono anomérico de um monossacarídeo (à esquerda) com outra
hidroxila do outro monômero (à direita). Para saber sobre o carbono anomérico, acesse
o link.

Na figura anterior, temos a formação de uma ligação glicosídica do tipo 1,4. Não se desespere com essa
numeração, pois ela apenas indica a posição das hidroxilas no esqueleto carbônico. No caso acima, os
números 1,4 identificam que: a ligação foi formada com a hidroxila que estar ligada ao carbono 1 (ou
anomérico como você deve ter lido no link anterior) do primeiro carboidrato; com a hidroxila presente na
posição 4, ou melhor dizendo, a hidroxila ligada ao carbono na posição 4.
Existem outros tipos de ligação glicosídica. Você estudará mais adiante, que um dos polímeros que
compõe o amido (amilopectina) é formado por ligação do tipo 1,4 e 1,6-glicosídica.

Dissacarídeos
Os dissacarídeos são classificados como oligossacarídeos, sendo formado por duas oses ligadas por
ligação glicosídica. São sintetizados por atuação de um grupo específico de enzimas: as osiltransferases.
Os dissacarídeos mais comuns são: Maltose, Sacarose e Lactose.
• Maltose: É formada por duas glicoses que se ligam por uma ligação glicosídica.
α-1,4. Esse dissacarídeo é encontrado em grandes proporções no malte, que é a matéria-prima
para a produção da cerveja.
• Sacarose – É formada uma molécula de glicose ligada a uma de frutose.
Pode ser denominada de α-d-glicopiranosídeo-(1-2)-β-d-frutofuranosil. A sacarose é o açúcar
comum de mesa, que pode ser obtido a partir da cana de açúcar ou da beterraba.

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• Lactose - É o principal carboidrato presente no leite. Composto por uma galactose ligada a uma
glicose por uma ligação glicosídica do tipo β -1,4.

Polissacarídeos
Como você estudou nos tópicos anteriores, os poliosídeos ou polissacarídeos são polímeros de
monossacarídeos. Podem ser chamados de glicans, glicanas ou ainda de glicanos. Como são formados por
unidades menores, dependendo dos tipos de monossacarídeos que os constitui, podem ser classificados
em:
• Homopolissacarídeo – São homopolímeros, isto é, são formados por pelo mesmo tipo de
monossacarídeo. Como exemplo temos o glicogênio;
• Heteropolissacarídeo – São polissacarídeos compostos por mais de um tipo de carboidrato.
Nas paredes celulares de procariontes pode-se encontrar um exemplo desse heteropolímero,
o peptidoglicano.

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Acesse o link para saber mais sobre o peptidoglicano.
Você conhece algum exemplo de polissacarídeo?
Você sabia que o papel apresenta em sua composição a celulose, que um homopolímero de glicose?
Você vai conhecer dois osídeos importantes e ambos apresentam função de armazenamento de energia.
O primeiro é bastante comum em nossa dieta e o segundo é sintetizado pelo nosso organismo.

Amido
É o polissacarídeo que os vegetais utilizam como reservatório de nutrição.

Na verdade, o amido é constituído por dois tipos de polissacarídeo:

§ Amilose: A amilose é um tipo de amido não ramificado, formado por ligações do tipo α-1,4.

§ Ami-lopectina: Já a amilopectina é a forma ramificada na qual faz ligações do tipo α-1,4 e e β-1,6.

Quando ingerimos um alimento rico em amido, rapidamente esse glicídio é hidrolisado (quebrado) pela
ação da amilase salivar. Nos vegetais encontramos outro polissacarídeo em grandes quantidades, porém
com função estrutural, a celulose. Essa (celulose) é um polímero não ramificado formado por ligações
β-1,4 que se organizam em fibras.

O ser humano não possui celulases que são enzimas que degradam a celulose, logo não podem digerir as
fibras vegetais. Porém, as fibras de origem vegetal são importantes em nossa alimentação, visto que as
fibras proporcionam a sensação de saciedade e as fibras solúveis diminuem a velocidade da passagem do
alimento pelo tubo digestivo, o que possibilita a maior absorção dos nutrientes.

Gligogênio

É composto orgânico que as células animais adotaram como modo de armazenamento de energia. São
formados por glicoses unidas por ligações glicosídicas do tipo α-1,4 e α-1,6. Geralmente, a cada dez
resíduos de glicose ligados por ligação α-1,4 surgem um ponto de ramificação com a ligação α-1,6, o que

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se pode concluir que é uma molécula altamente ramificada.

Figura 27
Fonte: http://sereduc.com/PaegxL

Glicoproteínas
São proteínas que se ligam covalentemente a um carboidrato específico.
Você está lembrado da composição da membrana plasmática?

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Para relembrar o que você estudou em citologia, clique aqui.
Várias glicoproteínas participam como componentes membranares desempenhando funções importantes
como de adesão celular, reconhecimento (glicocálix).

Acesse o Ambiente Virtual


Caro estudante, chegamos ao final de mais uma unidade da disciplina Bioquímica
Humana. Para finalizar, ressalto a importância de você consultar o livro-texto, bem
como pesquisar outros materiais sempre que achar necessário.
Acesse o ambiente virtual e faça as atividades disponíveis. Bons estudos!

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