Estrat. 01 Documentos - Conceito e Classificação
Estrat. 01 Documentos - Conceito e Classificação
Estrat. 01 Documentos - Conceito e Classificação
Autor:
Ricardo Campanario
Aula 01
17 de Janeiro de 2021
Ricardo Campanario
Aula 01
Sumário
2 - Conceitos de Documentos................................................................................................................... 3
4 - Correspondência ................................................................................................................................. 21
Gabarito .......................................................................................................................................................... 81
1
Resumo ........................................................................................................................................................... 82
1 - Considerações Iniciais
Após concluirmos a aula inicial do curso, trazendo as primeiras noções de Introdução à Arquivologia
e estudando seus principais conceitos e classificações, hoje vamos mudar um pouco de assunto. Na verdade,
vamos cada vez mais aprofundando os estudos dentro da Arquivologia.
Nesta aula trataremos de Documentos, seus conceitos, classificações, tipologia e alguns outros temas
relacionados, que sempre são pedidos em provas.
A partir de agora começamos a ter aulas um pouco mais específicas, abordando cada um dos temas
do cronograma abaixo.
Como já vínhamos fazendo, ao longo da aula usaremos conceitos teóricos de estudiosos do tema,
seguidos de explicações e exemplos e, ao final das discussões, geralmente trarei questões específicas sobre
o assunto tratado, ajudando no entendimento e fixação dos conceitos.
Ao longo da aula, geralmente busco as questões mais recentes disponíveis, mas, as vezes, por
questões pedagógicas, uso questões um pouco mais antigas para ilustrar alguns pontos ou chamar atenção
de algum conteúdo ou formato de cobrança da banca.
Ao final teremos sempre a seção de questões comentadas, também dentro desta lógica.
Ricardo
https://www.instagram.com/ricardocampanario
2 - Conceitos de Documentos
Vamos começar esta aula trazendo o conceito de Documento do Dicionário Brasileira de Terminologia
Arquivística, o DBTA.
Essa definição é bem curtinha, mas diz muita coisa e deixa bem claro o que as bancas cobram em
relação ao tema.
Para trazer outras visões, vamos a definição de documentos arquivísticos do Conselho Internacional
de Arquivos:
Dessa forma, Bellotto considera que "tudo o que seja produzido, por motivos funcionais, jurídicos,
científicos, técnicos ou artísticos, pela atividade humana, deve ser considerado um documento".
Bem, assim como já fizemos quando estudamos as diferentes definições de arquivos (de épocas e
autores diferentes), quando falamos em Documentos também podemos buscar os elementos comuns das
mais variadas definições e chegar a uma versão condensada, que é o que nos interessa para a prova.
E a própria definição do DBTA é aquela que de forma mais sucinta resume o que os autores abordam
de diferentes formas, ou seja, Documentos são registros de informações, qualquer que seja o suporte ou o
formato.
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Para entender melhor a definição, vamos voltar ao DBTA para saber quais os significados atribuídos
a informação, suporte e formato.
Suporte: "Material no qual são registradas as informações". Exemplos comuns de suportes são
papel, microfilme, CD, DVD, pendrive, etc. Note que o suporte é o elemento físico que contém uma
informação. Os dois, conjuntamente, formam um documento.
Formato: Conjunto das características físicas de apresentação, das técnicas de registro e da estrutura
da informação e conteúdo de um documento. Exemplos: livro, caderno, mapa, planta, etc.
Você pode estar dizendo, "nossa, mas os conceitos se auto referenciam o tempo todo!". Sim! E isso
é bom para ajudar no entendimento. Vejamos:
DOCUMENTO
SUPORTE /
INFORMAÇÃO
FORMATO
Para finalizar esta etapa, veja no quadro abaixo os elementos característicos que podem ser
identificados em cada documento, de acordo com Ieda Bernardes e Hilda Delatorre em sua obra "Gestão
Documental Aplicada".
Vale chamar a atenção para o fato de que as autoras utilizam em algumas das definições o DTA
(Dicionário de Terminologia Arquivística) de 1996 e não o DBTA de 2005. Essa é outra fonte bastante utilizada
para a terminologia arquivística. Veremos isso mais adiante.
Note que uma delas é a de Suporte e outra, de Formato, sobre os quais acabamos de conversar, mas
há uma lista de outros elementos que é o que vamos começar a estudar em seguida no item Classificação de
Documentos.
Já estudamos a Classificação dos Arquivos ao longo da aula 00, lembram-se? Pois é. Digo isso pois é
importante não confundir os dois conceitos. Agora estudaremos as Classificações dos Documentos, ok?
Caso fique confuso - pois temos novamente uma bateria de classificações e definições - termine esta
aula e em seguida revise a aula 00 para esclarecer suas dúvidas, notar as semelhanças e diferenças.
Usando como sempre os principais autores da área, podemos recorrer a várias formas de classificação
de documentos. Vamos procurar focar nas que são mais comumente cobradas em provas recentes.
De acordo com Leite Paes, conforme suas características, forma e conteúdo, os documentos podem
ser classificados segundo o Gênero e a Natureza do assunto (veja também o item 3.4).
Segundo o DBTA, Gênero Documental é a "reunião de espécies documentais que se assemelham por
seus caracteres essenciais, particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico
específico e, por vezes, mediação técnica para acesso, como documentos audiovisuais, documentos
bibliográficos, documentos cartográficos, documentos eletrônicos, documentos filmográficos, documentos
iconográficos, documentos micrográficos, documentos textuais", etc.
Para efeitos de prova, importante conhecer também a definição de Gênero Documental constante
no DTA (Dicionário de Terminologia Arquivística) de 1996, também bastante cobrada: "Configuração que
assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado na comunicação de seu conteúdo".
Dentro desse contexto, quanto ao Gênero os documentos podem ser, segundo Leite Paes:
Sonoros: documentos com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos (discos
e fitas audiomagnéticas).
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Ao final da aula, no item de Terminologia Arquivística, estudaremos uma lista de termos do DBTA,
todos relativos a diferentes tipos de documentos e suas respectivas definições.
Se quiser, dê um pulo lá agora para dar uma olhada, caso contrário, siga adiante e mais a frente você
vai novamente se deparar com uma lista de definições de documentos, o que será ótimo para revisar os
conceitos estudados!
(FURB/Pref. Timbó-SC/Atendente Arq. Público/2019) Assinale a alternativa que indica definições técnicas
de configurações de gêneros documentais:
a) Livro, cartaz, planta.
b) Audiovisual, iconográfica, textual.
c) Fita magnética, filme de nitrato, papel.
d) Rolo de filme, CD, DVD.
e) Certidão de nascimento, declaração, foto.
Comentário:
Como acabamos de estudar, a alternativa B é a correta e gabarito da questão. É a única que traz possíveis
Gêneros de documentos: Audiovisuais, iconográficos e textuais.
As demais alternativas referem-se a outros temas, que não exclusivamente Gêneros de documentos.
Vejamos:
Na alternativa A o examinador traz Espécies de documentos. Estudaremos esse tema no próximo item,
abaixo.
Na C e na D a banca traz Suportes documentais, como vimos no início da aula (suporte/formato + informação
= documento).
Finalmente, na alternativa E temos Tipos, Espécies e Gêneros misturados. Também não está correta.
Segundo o DBTA (em definição também adotada pela NOBRADE - Norma Brasileira de Descrição
Arquivística, sobre a qual falaremos em aula posterior), Espécie Documental é "uma divisão de Gênero
Documental que reúne tipos documentais por seu formato".
Importante notar que para o DTA (Dicionário de Terminologia Arquivística) de 1996 (é diferente do
DBTA, de 2005, atenção!!), o termo Espécie é definido como "Configuração que assume um documento de
acordo com a disposição e a natureza das informações nele contidas".
São exemplos de espécies documentais ata, carta, boletim, decreto, filme, folheto, fotografia,
memorando, ofício, planta, relatório, etc.
Ainda segundo o mesmo DBTA (definição também endossada pela NOBRADE), Tipo Documental é
"uma divisão de Espécie Documental que reúne documentos por suas características comuns no que diz
respeito à fórmula diplomática, natureza de conteúdo ou técnica do registro".
Já para o DTA que vimos acima, é a "configuração que assume uma espécie documental, de acordo
com a atividade que a gerou".
São exemplos de tipos documentais boletins de ocorrência, cartas precatórias, cartas régias, cartas-
patente, decretos-leis, decretos legislativos, certidões de óbito, relatórios de fiscalização, etc.
Note que a Espécie documental (boletim, carta, decreto, certidão, etc.) está sempre ligada a sua
atividade geradora (precatórios, patentes, leis, óbitos, fiscalizações, etc.). Isso é o que tipicamente forma o
Tipo Documental e é sempre assim que o item é cobrado em prova.
De acordo com a estudiosa Marilena Leite Paes, quanto à Natureza do assunto os documentos podem
ser Ostensivos ou Sigilosos. Essas classificações são atribuídas de acordo com a necessidade ou não de
restrição de acesso aos respectivos conteúdos documentais.
Documentos Ostensivos são considerados aqueles cuja divulgação não prejudica a administração.
Também são chamados de Ordinários.
Documentos Sigilosos são aqueles que, por sua natureza, devam ser de conhecimento restrito e,
portanto, requeiram medidas especiais de salvaguarda para sua custódia e divulgação.
Complementarmente, para o DBTA são aqueles que "pela natureza de seu conteúdo sofrem restrição
de acesso".
Vale lembrar que por meio da Resolução CONARQ 01/1995, todos os órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Arquivos estão obrigados a utilizar esta classificação.
Vejamos o que diz o Artigo 1o. da Resolução:
Aí você pode estar se perguntando: "Ué? Mas os documentos não são em sua essência públicos e
devem ter acesso liberado, conforme estudamos na aula passada, especialmente no que diz respeito ao
pleno exercício da Cidadania?".
Correto, você tem toda razão! Mais adiante estudaremos com muito mais detalhes a Lei de Acesso à
Informação, Lei 12.527/2012. Vale lembrar que ela garante a publicidade da informação como regra. Veja
seu Artigo 3o:
Por outro lado, é a mesma lei que define que algumas informações não devem ser integralmente
disponibilizadas ao público. Veja este fragmento do Artigo 4o:
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Mas então como saber qual informação é ou não sigilosa? A mesma norma estabelece critérios para
a atribuição das diversas classificações de sigilo. Veja abaixo:
Segundo o Artigo 23 da Lei de Acesso à Informação, informações que contenham os riscos abaixo são
consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação
quanto a graus e prazos de sigilo:
Caso as informações enquadrem-se nas categorias acima, caberá a autoridade competente classificar
a respectiva informação quanto ao seu Grau e Prazo de sigilo, de acordo com a figura abaixo.
Vale ressaltar que cabe a autoridade classificadora usar sempre o critério menos restritivo possível,
considerando que a regra é sempre a publicidade como princípio geral, tendo o sigilo como exceção.
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Veremos muito mais detalhes sobre este tema em aula posterior, mas, por enquanto, é importante
saber quais os critérios utilizados para classificar um documento em relação a Natureza do seu assunto e
qual a normatização que está por trás disso.
A Classificação de acordo com a Forma é também conhecida por Tradição Documental, que é
considerada a parte da diplomática (falaremos dela mais adiante, ainda nessa aula) que se ocupa dos vários
modos de transmissão do documento no decorrer do tempo.
MINUTAS
Segundo Heloísa Bellotto, minuta "é um escrito preparatório e reduzido para que, a partir dele, se
possa confeccionar o documento original. Trata-se de um pré-original, no qual se reúnem as notas que
contém os dados essenciais para a redação definitiva do documento".
Atenção pois não é um rascunho! Rascunho é um texto ainda sujeito a correções e rasuras e que
contém supressões, acréscimos e substituições. A minuta, por outro lado, é uma forma mais abreviada e
menos completa do original, não possuindo ainda as suas formas finais de validação.
DOCUMENTO ORIGINAL
Ainda segundo Bellotto, original é o "feito por direta vontade dos autores e conservado na matéria
e na forma genuínas nas quais foi originariamente emitido. É um escrito que é um ato jurídico revestido de
uma ou mais assinaturas".
Algumas vezes originais e minutas aparentemente não diferem (e cópias também não) porém,
elementos como assinaturas, carimbos, selos, tinta, etc., os tornam totalmente diferenciados.
O elemento que mais genericamente caracteriza o original é a subscrição. Quanto a isso o original
pode ser:
HETERÓGRAFO - quando deriva do autor, porém não deriva dele materialmente e não está assinado
por ele.
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Atenção aqui pois, mais adiante, vamos nos deparar com a definição de Autógrafo do DBTA
que diz o seguinte: 1. Manuscrito de próprio punho do autor, assinado ou não e 2. Original.
Note que é importante entender o contexto. Aqui estamos falando da definição 2: Original.
E, neste caso, ele possui a assinatura do próprio emitente segundo Heloisa Bellotto.
Atenção com mais uma coisa: o fato de um documento ser original não quer dizer que ele seja único.
Temos o caso de originais múltiplos quando o conteúdo implica em obrigações recíprocas e deve ser
distribuído as partes envolvidas. Ou ainda quando, por questão de cautela, envia-se o mesmo conteúdo por
diferentes meios e em diferentes tempos, para assegurar o recebimento. Temos dessa forma os seguintes
tipos de originais múltiplos:
Antes de estudarmos as cópias, precisamos falar do que está entre elas e os Originais. São categorias
intermediárias que apresentam diferenças em relação aos Originais, mas não são consideradas cópias. São
elas:
COMFIRMAÇÃO - ato jurídico novo que faz menção a documentos anteriores que justificam e
confirmam o presente. Neste caso muitas vezes o original já se encontra desaparecido.
CÓPIA
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Cópias autógrafas são feitas pelo próprio autor do original, porém, atenção, pois não devem ser
confundidas com os originais múltiplos que se destinam a ações administrativas simultâneas (obrigações
recíprocas, lembram-se?)
CÓDICES DIPLOMÁTICOS - dividem-se em dois tipos opostos: Registros (cópias feitas pelo expedidor
por meio de livros-copiadores de documentos expedidos) e Cartulários (cópias feitas pelo receptor por meio
de livros copiadores e correspondência recebida).
Apenas como referência, importante saber que o DBTA lista e define alguns tipos de cópias que,
eventualmente, podem ser cobradas de forma isolada em questão conceitual de prova:
Cópia Autenticada - Cópia exata que, conferida à vista do original por autoridade competente,
possui fé pública.
Cópia Azul - Cópia obtida da impressão em tecido ou papel sensibilizado por sais de ferro,
produzindo uma imagem em branco num fundo azul, normalmente utilizada para copiar mapas,
desenhos e plantas. Também chamada blue print ou cópia blue print.
Cópia de Segurança - Cópia feita com vistas a preservar as informações no caso de perda ou
destruição do original.
Cópia Eletrostática - Cópia obtida por processo eletrostático. Também chamada cópia
xerográfica ou xerox.
Cópia Figurada - Cópia exata, feita geralmente para fins legais, reproduzindo com fidelidade o
grafismo e a forma do original.
Cópia Fotostática - Cópia produzida por fotóstato, caracterizada por possuir a mesma polaridade
do original.
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Cópia Heliográfica - Cópia obtida por processo fotomecânico, por contato direto de um original
translúcido com material latente colorível, que se torna visível pela ação de gases de amoníaco.
Também chamada cópia ozalid.
Cópia por Contato - Cópia obtida por contato direto de original ou negativo com papel
sensibilizado, apresentando as mesmas dimensões. Também chamada cópia-contato.
Cópia Termográfica - Cópia obtida por contato em papel sensibilizado, mediante radiação
térmica.
De acordo com o seu Formato Documental, um documento pode ser classificado em relação as suas
características físicas, suas técnicas de registro ou mesmo a sua estrutura de informação.
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Com base no DBTA, Formato documental é o "conjunto das características físicas de apresentação,
das técnicas de registro e da estrutura da informação e conteúdo de um documento".
A Categoria Documental é outra forma de classificar os documentos. Segundo Bellotto, elas são
estipuladas pelas gradações da representatividade jurídica dos conteúdos dos documentos que nelas se
enquadram.
DE ASSENTAMENTO: registros sobre fatos ou ocorrências. Exemplos: atas, termos, autos de infração,
etc.
DE AJUSTE: documentos pactuais. Acordos de vontade em que uma das partes é a administração.
Exemplos: convênios, contratos, ajustes, termos, etc.
Ainda dentro de Categorias Documentais, mas agora de acordo com o estudioso Manuel Vazquez, os
documentos ainda podem ser classificados em três grandes grupos de categorias, diretamente relacionadas
à classificação que acabamos de estudar acima:
DOCUMENTOS INFORMATIVOS: por último temos os documentos que esclarecem e elucidam outras
questões. São os enunciativos.
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Correspon-
DISPOSITIVOS Normativos De Ajuste
dência
De
TESTEMUNHAIS Assentamento
Comprovação
INFORMATIVOS Enunciativos
Alternativa C por sua vez traz o conceito de Natureza do documento (sigilosos ou ostensivos/ordinários,
lembram-se?), mas mistura o conceito a origem pública ou privada do documento. Não é isso.
A alternativa D também não está correta pois atribui ao Gênero documental a questão da confidencialidade
do documento que se refere na verdade à Natureza do documento, como acabamos de ver.
Por último, na letra E o examinador relaciona Forma documental à atividade geradora, o que também não
está ok. Como vimos, Forma refere-se à relação do documento com o seu original podendo ser uma minuta,
o original ou uma cópia!
A alternativa B é a correta e gabarito da questão pois traz exemplos corretos de Gênero (documento
iconográfico - imagem estática), Espécie (portaria), Tipo (carta precatória) e Natureza do assunto (sigiloso).
Vamos as demais alternativas.
Na alternativa A temos Natureza do assunto / Tipo / Espécie e Gênero.
Na C temos Tipo / Tipo de novo / Natureza do assunto e Gênero.
Por último, na D vamos de Gênero / Gênero novamente / Gênero mais uma vez e Natureza do assunto.
Desta forma apenas a alternativa B está 100% correta.
Veja cada um dos exemplos e os comentários e tenha certeza que não ficou em dúvida com nenhuma das
relações apresentadas. Se restou algo mal compreendido, é hora de voltar na teoria!
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4 - Correspondência
Segundo Leite Paes, considera-se correspondência "toda e qualquer forma de comunicação escrita,
produzida e destinada a pessoas jurídicas ou físicas, e vice-versa, bem como aquela que se processa entre
órgãos e servidores de uma instituição".
Veremos esse item em maior profundidade na aula em que trataremos das atividades de Protocolo,
mas, por enquanto, é bom sabermos que em relação ao destino e procedência é possível classificar
correspondência em dois grupos:
EXTERNA - trocada entre uma instituição e outras entidades e/ou pessoas físicas, como ofícios,
cartas e telegramas.
INTERNAS - trocada entre órgãos de uma mesma instituição. São os memorandos e despachos
circulares.
Pode-se ainda classificar a correspondência em dois outros grupos distintos, de acordo com o
interesse:
OFICIAL - quando trata de assunto de serviço ou de interesse específico das atividades de uma
instituição.
d) I e III, apenas.
e) I, II e III.
Comentário:
Analisando cada uma das afirmativas, notamos que a afirmativa I está correta. A correspondência Interna,
como vimos na aula, é mesmo aquela trocada entre órgãos de uma mesma instituição ou entre suas
unidades.
Seguindo, a afirmativa II também está correta. Estudamos que a correspondência oficial é aquela que trata
de assunto de serviço ou interesse específico das atividades de uma instituição, casos que se aplicam ao caso
concreto trazido pelo examinador, mesmo quando mantida com empresas privadas. Atenção, pois isso não
elimina o caráter oficial da comunicação. É pegadinha!
Por último, a afirmação III também está ok. Embora ainda não tenhamos nos aprofundado no tema (faremos
isso na aula de Atividades de Protocolo), correspondência recebida é mesmo aquela que é registrada pela
área de protocolo da entidade, seja esta correspondência de origem interna ou externa. Tanto faz.
Dessa forma todas as afirmativas estão corretas e a alternativa E é a correta e gabarito da questão.
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Tanto a Diplomática como a Tipologia Documental são estudos que nos levam a entender o
documento desde o seu nascedouro e a compreender as razões e a forma como ele foi estruturado desde a
sua origem.
Estamos em síntese falando da gênese do documento, ou seja, do momento em que ele foi planejado
e criado, por determinados motivos e de uma forma específica. É isso que tanto a Diplomática como a
Tipologia documental estudam.
Para o DBTA, a Diplomática é "a disciplina que tem como objeto o estudo da estrutura
formal e da autenticidade dos documentos".
De acordo com Heloísa Bellotto, a Diplomática ocupa-se da estrutura formal dos atos escritos de
origem governamental e/ou notarial, ou seja, refere-se aos documentos que, após impostos pelas
autoridades competentes, são submetidos as estruturas do direito para que possam adquirir legitimidade
por meio da chamada fé pública.
Tal movimento associa a criação do documento (razão e forma) ao seu contexto jurídico
administrativo.
Dessa forma, enquanto a Diplomática volta-se para a estrutura formal do documento a Tipologia
Documental volta-se para a lógica orgânica dos conjuntos documentais.
Assim, a Tipologia Documental, por incorporar todo a teoria e metodologia da antiga diplomática,
pode ser chamada de "diplomática arquivística" ou de diplomática contemporânea, como veremos mais
adiante.
Considerando que a tendência futura da supremacia do suporte eletrônico deve reduzir a "solenidade
documental", já há autores que atestam a prevalência da Tipologia sobre a Diplomática.
23
24
A Diplomática nasce da reação do espírito crítico dos homens do século XVII à autenticidade de
certos diplomas medievais.
Surge dessa forma a Diplomática, ao longo dos séculos XVI e XVII, com a justificativa de
distinguir os documentos falsos dos verdadeiros e tendo como principal usuária a área do
direito eclesiástico.
Suas fórmulas, que já existiam desde os primórdios do direito romano, foram sendo adaptadas e
aprimoradas ao longo do tempo e passaram a ser universalmente aceitas, resultando na configuração que
temos hoje para o chamado documento público.
ACTIO CONSCRIPTIO
DOCUMENTO (transporte para
PÚBLICO (fato, ato
suporte semântica e
documentado)
juridicamente credível)
Fique atento a esta afirmação de Pratesi pois, mais adiante, estudaremos opinião da Diplomatista
Luciana Duranti que admite a inclusão de outros gêneros entre os documentos diplomático como
os que envolvem aparatos que gravam imagens, dados ou vozes. O que conta para Duranti, na
verdade, é o resultado intelectual da ação de escrever, ou seja, a expressão de ideias e não
exclusivamente o Suporte utilizado.
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Levando-se em conta este contexto rígido e formal, a Diplomática hoje acata a classificação
desenvolvida pelo Direito Administrativo para os atos administrativos, que já estudamos nesta aula, mas vale
relembrar. Para a Diplomática os atos estão divididos da seguinte forma:
Correspon-
DISPOSITIVOS Normativos De Ajuste
dência
De
TESTEMUNHAIS Assentamento
Comprovação
INFORMATIVOS Enunciativos
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A partir daí dá-se o fim do confinamento de sua aplicação ao mundo medieval e o início da utilização
dos seus princípios e métodos no estudo dos documentos contemporâneos.
Segundo a arquivologista Rosely Rondinelli, esse interesse da Arquivologia pela Diplomática não
é nenhuma novidade, tendo em vista que a Arquivologia nasce apenas no século XIX, fruto da
própria Diplomática. O que é de fato novidade é a utilização dos princípios da Diplomática na
análise dos documentos modernos.
A partir dos anos 70 os primeiros esforços passam a acontecer nesse sentido e já na década de 80 o
interesse de arquivistas europeus e americanos pela Diplomática passa a ser latente, especialmente a
aplicação de seus princípios aos documentos modernos, entre eles os eletrônicos.
Na Itália e nos Países Baixos, assim como no Canadá, foram notados os primeiros movimentos nesse
sentido. Todo esse movimento acaba gerando o que foi posteriormente batizado de "diplomática
arquivística contemporânea", englobando, inclusive, as novas tendências trazidas pelos arquivos e meios
eletrônicos.
Atualmente, do ponto de vista prático, o objeto dos modernos estudos da Diplomática e sua utilização
na Arquivologia baseiam-se no estudo da unidade arquivística elementar, considerando-a como espécie
documental.
Segundo Heloísa Bellotto "esses estudos servem-se dos aspectos formais da unidade arquivística
para definir a natureza jurídica dos atos nela implicados, no que diz respeito tanto à sua
produção, quanto a seus efeitos".
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Essa reinvenção da Diplomática concentra seus novos estudos portanto, na gênese, na constituição
interna, na transmissão e na relação dos documentos com seu criador e com seu próprio conteúdo, a fim de
identificar, avaliar e demonstrar sua verdadeira natureza.
Aliado a isso e voltando a classificação dos documentos de acordo com a divisão assumida pelos atos
administrativos conforme as categorias estudadas ao longo dessa aula, assume-se que documentos que
possuem a mesma problemática jurídica, devem possuir a mesma classificação e devem ter a mesma
estrutura.
Nesse novo contexto, o primeiro trabalho da análise diplomática contemporânea é definir qual é a
categoria exata do documento, encaixando-a em uma das seis classificações anteriores, que formam os três
macro grupos estudados: Dispositivos, Testemunhais e Informativos.
Feito isso deve-se analisar diplomaticamente a espécie documental, considerando que, mesmo que
haja variação de conteúdo, documentos de mesma espécie devem se comportar de maneira uniforme, ou
seja, os elementos fixos são os mesmos para a mesma espécie documental.
Por fim, para Duranti e MacNeil, "Diplomática é um corpo de conceitos e métodos, originalmente
desenvolvidos nos séculos XVII e XVIII, com o objetivo de provar a fidedignidade e a autenticidade
dos documentos.
Ao longo do tempo ela evoluiu para um sistema sofisticado de ideias sobre a natureza dos
documentos, sua origem e composição, suas relações com as ações e pessoas a eles conectados
e com o seu contexto organizacional, social e legal".
Toda a aplicação dos conceitos da Diplomática à Arquivologia e sua utilização do ponto de vista
prático vem crescendo e tem tido significativa repercussão na comunidade arquivística internacional.
Para o DBTA, Paleografia é "a disciplina que estuda a escrita manuscrita antiga, suas
formas e variações através do tempo".
Já segundo definição do Arquivo Nacional, Paleografia é "o estudo da escrita antiga, transcreve a
caligrafia antiga e incompreensível para nossa grafia atual, possibilitando o acesso à informação contida na
documentação. Ela decifra os documentos manuscritos. Inserida em várias áreas, como Museologia,
Biblioteconomia, História e Direito, no Brasil a Paleografia está inserida como uma disciplina no curso de
Arquivologia".
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Note que as duas definições remetem a disciplina da Paleografia para o estudo dos elementos
extrínsecos de um documento, ou seja, os elementos que constituem sua aparência externa. No caso,
especialmente a escrita.
Ambas as definições contrastam com o que se entende por Diplomática que, segundo o próprio
DBTA, é "a disciplina que tem como objeto o estudo da estrutura formal e da autenticidade dos
documentos", ou seja, refere-se a elementos intrínsecos, isto é, elementos de um documento que
transmitem a ação na qual o documento participa e seu contexto imediato.
Reforçando este quadro, de acordo com a arquivista Luciana Duranti, no que se refere a confusão
entre Diplomática e Paleografia, "ela não é de natureza terminológica, mas está profundamente enraizada
na história das duas disciplinas e nas concepções filosóficas do século XVIII".
Vimos anteriormente nesta aula que a Diplomática surge após a visão crítica sobre a autenticidade
de alguns documentos do período medieval. E aí que está o problema. A Paleografia surge pela mesma razão,
ou seja, para verificar a autenticidade de documentos suspeitos de falsificação.
Vamos voltar um pouco no tempo para entender o contexto do surgimento de ambas as disciplinas.
Até o século VI não havia qualquer critério para a identificação de falsificações entre os documentos
existentes. A autenticidade até então era conferida pelo local no qual o documento era guardado. Não era
uma característica intrínseca do documento.
Dessa forma, muitos documentos, mesmo os falsos, eram guardados em determinados lugares
apenas para que pudessem absorver o caráter de autenticidade que, de fato, não possuíam. O crescimento
desta tática fez com que surgissem as primeiras regras de reconhecimento de falsificações, no Código Civil
Justiniano.
Essas técnicas, porém, aplicavam-se apenas aos documentos contemporâneos a essas novas regras e
não aos antigos, o que não resolvia o problema visto que os questionamentos se estendiam a documentos
muito antigos, especialmente aqueles que serviam para apoiar concessões políticas e religiosas.
A partir do século XVII, as chamadas Guerras Diplomáticas levadas adiante dentro da Igreja Católica
levaram a transformação da análise crítica de documentos em disciplinas autônomas, como a Paleografia e
a Diplomática.
30
Por outro lado, o termo "Paleografia" aparece pela primeira vez apenas em 1708, em obra de autoria
de outro monge, Bernard Monffauçon.
A partir do século XVIII ambas as disciplinas passam a ser estudadas nas faculdades de direito e
tornam-se alvo de uma série de publicações de trabalhos em variados países europeus, com destaque para
a evolução da Diplomática com a publicação de nova obra de seis volumes na segunda metade do século, o
Novo Tratado de Diplomática.
Finalmente, a partir do século XIX, com a criação da Ecole de Chartes de Paris, a Paleografia também
passa a se desenvolver de forma significativa como disciplina autônoma e, assim como a Diplomática, tem
afirmados os seus princípios, que passam a ser adotados pelos historiadores como instrumentos de avaliação
de documentos medievais enquanto fontes históricas.
Desta forma, importante saber que Diplomática e Paleografia percorreram caminhos semelhantes,
porém têm diferenças marcantes em relação ao objeto e ao seu desenvolvimento e hoje percorrem
caminhos paralelos como disciplinas de estudo e avaliação documental.
Para ficar tudo mais fácil e resumido, dê uma olhada no quadro abaixo e tente se lembrar das
principais características de cada uma das duas disciplinas: definição, foco, surgimento e evolução.
Sabendo ao menos essas quatro diferenças muito provavelmente você será capaz de matar qualquer
questão em prova que tente misturar os conceitos das duas disciplinas. E isso cai com frequência!
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DIPLOMÁTICA PALEOGRAFIA
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6 - Documentos Modernos
Vamos adiante!
Você já deve ter percebido que as vezes voltamos no tempo para entender muito do que acontecia e
do que acontece ainda hoje com os documentos. É natural. A escrita e os documentos surgiram há milhares
de anos e boa parte do que discutimos hoje ainda é influenciado pelo que tínhamos no passado. Por isso é
importante conhecer as origens e o histórico de muito do que estudamos.
Por outro lado, inúmeras mudanças, especialmente tecnológicas e de gestão vêm acontecendo no
mundo moderno e isso vem trazendo forte impacto na forma como se estuda e se administra os documentos.
Esse fenômeno está diretamente ligado a alguns fatores, entre eles o crescimento da população, do
trabalho e das novas tecnologias.
Caso pudéssemos representar por meio de um gráfico o crescimento populacional ao longo de toda
a história, esse gráfico possuiria uma linha praticamente paralela ao eixo horizontal até meados do século
XVIII, tornando-se agressivamente vertical nos últimos 150-200 anos. Veja abaixo:
Fonte:https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Estimativa-da-populacao-mundial-desde-o-inicio-da-era-
crista-ate-seculo-21-dC_fig1_301800747
Essa é uma relação direta com o surgimento de movimentos como a Revolução Industrial e outros
desenvolvimentos tecnológicos que possibilitaram o aumento significativo da produção de materiais
necessários à existência humana.
34
O aumento da população provocou a natural expansão das atividades de governo e das empresas e
essa expansão, por consequência, afetou a produção documental, que tem curva parecida em relação ao
seu crescimento em volume ao longo dos últimos séculos.
Outro fator que influencia o volume de produção documental de uma localidade é a forma como os
órgãos oficiais empregam os documentos em suas atividades.
A descentralização de operações, por exemplo, pode ser uma grande incentivadora do crescimento
do volume de documentos produzidos, embora do ponto de vista da gestão do negócio seja totalmente
justificável pelo ganho de agilidade no processo decisório.
Uma vez que a atividade, quando descentralizada, tende a ramificar-se por diversos órgãos, é comum
que cada um desses órgãos e departamentos gerem suas documentações particulares, sobre o mesmo
procedimento, e as guardem em seus respectivos arquivos, multiplicando o volume documental.
Todos esses fenômenos foram incialmente notados de forma conjunta, por exemplo, nos Estados
Unidos ao longo do século XX.
Com sua estrutura piramidal no Poder Executivo, os sistemas de controle entre os poderes e a
estrutura de dois partidos que impõe mudanças periódicas de políticas e programas, a complexidade do
governo logo se refletiu no sistema de produção de documentos, elevando seu volume de maneira
significativa.
A partir daí passou-se a dar cada vez mais valor a atividade de avaliação dos documentos, com o
intuito de otimizar as atividades de estabelecimento de prazos de guarda e eliminação desses volumes da
melhor forma possível. Estudaremos essas atividades com mais profundidade em aulas mais adiante, mas é
a única forma de não permitir que a atividade de gestão documental seja insustentável ao longo do tempo
pela geração incessante e descontrolada de volumes documentais indesejáveis.
Aliada a digitalização temos ainda a redução de custos e a diminuição dos espaços físicos necessários
para a guarda, assim como a automatização de processos de geração de documentos padrão. Tudo isso
certamente colabora para o crescimento do volume documental.
35
Por outro lado, e curiosamente, esse crescimento será cada vez menos observável em função da
irreversível migração do atual predominante formato documental (eletrônico) que cada vez mais substituirá
os suportes físicos pelos digitais, menos visíveis de forma natural.
36
Desta vez endereçamos diversos temas relativos a Documentos e, como já fizemos na aula 00 e
faremos ao longo de todas as aulas, vamos agora conhecer e comentar alguns termos importantes em
relação a este tema e como estão definidos no DBTA.
Apenas relembrando, o DBTA (Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística) foi criado em 2005
com o objetivo de uniformizar, definir e aprovar uma única terminologia arquivística no país. É referência
até hoje quando se quer buscar conceitos relativos à Arquivologia no Brasil.
Como sempre saliento, questões referentes ao DBTA sempre são exigidas em provas de Arquivologia.
É impossível saber quais serão os termos escolhidos pela banca, por isso é bom sempre tomar ciência dos
mais importantes em relação a cada assunto e, bem pertinho da prova, dar uma relida no DBTA de ponta a
ponta para refrescar a memória.
Ampliação
Lembrando do que vimos em aula, as Ampliações estão muitas vezes entre os Originais e as
Cópias. Quando possuem algumas alterações (exemplos: diplomas ampliados e que contém
símbolos e alegorias não constantes no Original), possuem autenticidade, porém não são
originais. Quando são idênticas ao Original, porém com outra dimensão, são consideradas cópias
ampliadas.
Anopistógrafo
Quando impresso dos 2 lados estamos falando de um documento Opistógrafo! Fique atento pois
isso já caiu em provas recentes.
Apócrifo
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Apógrafo
Assinatura
Nome de uma pessoa ou a sua representação, feito de próprio punho sobre um documento para
indicar sua autoria ou avalizar seu conteúdo.
Autenticação
Atestação de que um documento é verdadeiro ou de que uma cópia reproduz fielmente o original,
de acordo com as normas legais de validação.
Lembre-se que as cópias podem ser Simples/Livres (sem valor legal), Imitativas/Figuradas
(também sem valor legal) e Autorizadas/Autenticadas. Estas últimas são as únicas que mantém
o mesmo efeito jurídico e administrativo do original.
Autógrafo
Autor
Braquigrafia
Cartão Janela
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Cartulário
Certificação
Códice
1. Livro de registro.
2. Conjunto encadernado de manuscritos avulsos.
Exatamente o que acabamos de ver nos Cartulários. Os Códices são os livros de registros do
emissor (Registros) ou do Receptor (Cartulários)
Cópia
Não esqueça de rever os diferentes tipos de cópias listados no item 3.5 da aula!
Certificação
Classificação
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Classificação tem outros significados no próprio DBTA, mas aqui estou trazendo o que nos
interessa para essa aula, relativo à atribuição de prazos e graus de sigilo, como vimos ao estudar
a Natureza dos documentos. Os prazos de restrição de acesso que podem ser atribuídos são os
seguintes (isso tem que saber!):
Ultrassecreto - 25 anos
Secreto - 15 anos
Reservado - 5 anos
Correspondência
Comunicação escrita, expedida (ativa) ou recebida (passiva), por entidades coletivas, pessoas ou
famílias.
Desclassificação
Ato pelo qual a autoridade competente libera à consulta, no todo ou em parte, documento
anteriormente sujeito a grau de sigilo.
Diplomática
Disciplina que tem como objeto o estudo da estrutura formal e da autenticidade dos documentos.
Conceito mais do que estudado ao longo da aula, mas vale relembrar pois esse cai muito em
prova!
Documento
O DBTA lista e define diversos tipos de documentos. Vale a pena ao menos ler cada um deles. Às
vezes, questões conceituais de prova pedem a definição seca de termos como esses. Lembrando
que todos eles são Gêneros Documentais, conforme classificação que estudamos no item 3.1 da
aula. Volte lá se necessário, para relembrar!
Documento Audiovisual - Gênero documental integrado por documentos que contêm imagens,
fixas ou em movimento, e registros sonoros, como filmes e fitas videomagnéticas.
Documento Bibliográfico - Gênero documental integrado por impressos como livros, folhetos e
periódicos.
Documento Digital - Documento codificado em dígitos binários, acessível por meio de sistema
computacional.
Documento Filmográfico - Gênero documental integrado por documentos que contêm imagens
em movimento, com ou sem som, como filmes e fitas videomagnéticas. Também chamado
documento cinematográfico.
Documento Iconográfico - Gênero documental integrado por documentos que contêm imagens
fixas, impressas, desenhadas ou fotografadas, como fotografias e gravuras.
Temos ainda outros tipos listados no DBTA que, embora não sejam Gêneros Documentais (como
os listados acima), também valem a pena ser conhecidos pois se relacionam com vários temas
estudados na aula de hoje.
Documento Classificado - Documento ao qual foi atribuído grau de sigilo (possui outras
definições, mas essa é a que nos interessa nessa aula).
41
Documento Pessoal - Documento cujo teor é de caráter estritamente particular (possui outras
definições, mas essa é a que nos interessa nessa aula).
Documento Sigiloso - Documento que pela natureza de seu conteúdo sofre restrição de acesso.
Dossiê
Conjunto de documentos relacionados entre si por assunto (ação, evento, pessoa, lugar, projeto), que
constitui uma unidade de arquivamento.
Duplicação
Espécie Documental
Divisão de gênero documental que reúne tipos documentais por seu formato. São exemplos de
espécies documentais ata, carta, decreto, disco, filme, folheto, fotografia, memorando, ofício, planta,
relatório.
Uma das divisões de Gênero Documental. Lembre-se sempre que a Espécie Documental é o
principal foco da Diplomático enquanto o Tipo Documental é o foco da Tipologia Documental.
Parece óbvio, mas cai bastante em prova!
Fita Magnética
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Fita recoberta por uma camada magnética, capaz de armazenar informações sob a forma de sinais
eletromagnéticos.
Fotocópia
Cópia direta de um documento, produzida por máquina automática, utilizando-se papel sensível aos
fenômenos luminosos, químicos ou eletrostáticos, independentemente da presença de negativo.
Gênero Documental
Veja um pouco mais acima ou no item 3.1, extensa lista de gêneros documentais. Crie intimidade
com cada uma das definições. Isso despenca em prova!
Grau de Sigilo
Gradação de sigilo atribuída a um documento em razão da natureza de seu conteúdo e com o objetivo
de limitar sua divulgação a quem tenha necessidade de conhecê-lo.
Acabamos de ver isso: Ultrassecreto - 25 anos, Secreto - 15 anos e Reservado - 5 anos. Lembre-se
que como a regra é a publicidade, o classificador deve sempre trabalhar com o menor dos prazos
necessário. Lembre-se ainda que a classificação "Confidencial" não existe e é frequentemente
usada como pegadinha!!
Guia-Fora
Indicador colocado no lugar de uma unidade de arquivamento ou item documental para assinalar a
sua remoção temporária. Também chamado fantasma ou ficha-fantasma.
Hológrafo
Documento escrito inteiramente pela mão de seu autor. Termo aplicado em especial a testamentos.
Jaqueta
Invólucro de plástico ou material similar, contendo um ou mais bolsos, nos quais se inserem
microformas.
Minuta
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Atenção! Não é um rascunho!! Essa pegadinha sempre aparece em prova! A minuta é um pré-
original, no qual se reúnem as notas que contém os dados essenciais para a redação definitiva do
documento. Não confunda!
Original
Paleografia
Disciplina que estuda a escrita manuscrita antiga, suas formas e variações através do tempo.
Principais pontos que você deve se lembrar sobre a Paleografia: estuda a ESCRITA manuscrita
antiga; foca nos elementos EXTRÍNSECOS do documento; surge em 1708 (monge Monffauçon) e
se desenvolve como disciplina a partir do século XIX, na Ecole de Chartes de Paris.
Papiro
Suporte para escrita, obtido do caule de planta aquática de mesmo nome, largamente utilizado na
Antiguidade
Pergaminho
Suporte para escrita obtido de pele de animal, por impregnação em cal, desbaste, estiramento e
polimento. Também conhecido por Velino.
44
Note como Papiro e Pergaminho são, ambos, suportes para a escrita, porém o Papiro tem origem
vegetal e o Pergaminho origem animal. Não confunda!
Rascunho
Rascunho é diferente de minuta, não esqueça! Rascunho é um texto ainda sujeito a correções e
rasuras e que contém supressões, acréscimos e substituições, ao contrário das minutas, forma
mais abreviada e menos completa do original, já um pré-original.
Reprodução
Tipo Documental
Divisão de espécie documental que reúne documentos por suas características comuns no que diz
respeito à fórmula diplomática, natureza de conteúdo ou técnica do registro. São exemplos de tipos
documentais cartas precatórias, cartas régias, cartas-patentes, decretos sem número, decretos-leis,
decretos legislativos, etc.
Note que nos tipos documentais, a espécie documental (boletim, carta, decreto, certidão, etc.)
está sempre ligado à sua atividade geradora (precatórios, patentes, leis, óbitos, fiscalizações,
etc.). Essa é a regra e é constantemente tema de questão de prova.
45
( ) Guia-fora: indicador colocado no lugar de uma unidade de arquivamento ou item documental para
assinalar a sua remoção temporária.
( ) Pergaminho: suporte para escrita obtido de pele de animal, por impregnação em cal, desbaste,
estiramento e polimento.
( ) Documento ostensivo: documento que, pela natureza de seu conteúdo, sofre restrição de acesso.
( ) Fita magnética: suporte circular plano onde são gravados sons.
Outra questão que mostra a literalidade na cobrança de termos listados no DBTA e, como nesse caso, muito
pouco utilizados mesmo no dia a dia da disciplina de Arquivologia...
Neste caso a alternativa C é a correta e gabarito da questão. Vimos na lista do item 7 da aula que um
documento Anopistógrafo é um documento escrito ou impresso de um único lado.
A alternativa A traz exatamente o oposto do documento Anopistógrafo. O documento Opistógrafo é
impresso ou escrito em ambos os lados.
A alternativa B fala em Antroponímio, que não tem qualquer relação com a utilização dos lados do suporte
com a escrita ou impressão, mas sim é o termo que se refere ao estudo dos nomes próprios das pessoas.
Por fim, a alternativa D sugere Palimpsesto, que nada mais é do que um pergaminho reutilizado mediante
lavagem ou raspagem do texto anteriormente aplicado a sua superfície. Também errada.
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8 - Considerações Finais
Após introduzirmos o cenário e as noções básicas da Arquivologia na aula 00, nesta aula 01 falamos
do principal elemento de nossos estudos: o Documento!
Estudamos aqui conceitos importante e muito cobrados em prova como todos os tipos de
classificações de documentos, especialmente quanto ao Gênero e à Categoria Documental, tema também
muito cobrado quando as bancas buscam o conhecimento relacionado à Diplomática.
Faça como já combinamos. Procure ler a teoria e responder as questões. Se tiver dificuldade ou ficar
em dúvida nesse momento, volte ao texto original, busque as justificativas e comentários.
Importante esclarecer qualquer dúvida pois é justamente na discussão e esclarecimento dos detalhes
que se ganha aquele pontinho que vai fazer a diferença no dia do seu concurso!
Ricardo Campanario
Instagram: https://www.instagram.com/ricardocampanario
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QUESTÕES COMENTADAS
CONCEITOS DE DOCUMENTOS
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Uma estante nada mais é do que um móvel que pode servir para armazenar
objetos, inclusive documentos, executando a função de arquivo. Mesmo assim não pode ser considerada um
Suporte de informação. É pegadinha!
A alternativa B está incorreta. Vai mais ou menos na mesma linha. Em bibliotecas costumamos ter inúmeras
estantes e prateleiras. Note que o examinador "brinca" com esse conceito. Os móveis das bibliotecas
também servem de "suporte" para os livros, mas não podem ser considerados Suportes de informação, nesse
contexto que estamos estudando.
A alternativa C está incorreta. A legislação, seja ela básica, completa ou qualquer outra, também não tem
qualquer relação com Suporte de informação.
A alternativa D está incorreta. A caneta esferográfica muito menos. Na verdade, é um instrumento de escrita
e também não serve como suporte para receber informação e transformar-se em um documento.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Como pudemos estudar ao longo da aula, a definição
exata de Suporte no DBTA é "Material no qual são registradas as informações". Isso pode ser feito em um
pen drive, que armazena informações em formato eletrônico e, dessa forma, constitui um documento em
49
sua definição clássica. Lembre-se: um Documento é sempre constituído por Suporte + Informação. Isso é
sempre pedido em prova!
A alternativa A está incorreta. O examinador aqui tenta mais uma vez confundir o candidato, dessa vez
trazendo a definição de formato documental, ou seja, o "conjunto das características físicas de apresentação,
das técnicas de registro e da estrutura da informação e conteúdo de um documento". Essa é exatamente a
definição de formato, constante do DBTA.
A alternativa B está incorreta. Pelo DBTA, essa é a definição de documento digital, ou seja, "uma codificação
em dígitos binários e acessível por meio de aparelho eletrônico".
A alternativa C está incorreta. Essa é uma definição de metadados. Pelo DBTA metadados são: "dados
estruturados e codificados, que descrevem e permitem acessar, gerenciar, compreender e/ou preservar
outros dados ao longo do tempo".
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se mais uma vez da clássica definição de
documentos: um Documento é sempre constituído por Suporte + Informação, ou seja, o suporte é o material
no qual são registradas informações. Exemplos: Papel, disco magnético, fita magnética, filme de nitrato,
papiro, pergaminho, argila, CD, DVD, pen drive, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS
50
d) o gênero.
e) o suporte.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Classificação quanto ao espaço não existe. Nesta questão o examinador
refere-se à classificação quanto a forma.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A classificação de acordo com a Forma é também
conhecida por Tradição Documental. Lembre-se que há um termo chamado "ingenuidade documental" que
é o grau de relação de um documento com seu original. É disso que estamos falando quando nos referimos
a classificação quanto à Forma do documento. Em relação a sua forma um documento pode ser considerado
uma minuta (pré-original), um original ou uma cópia (pós original). Há ainda elementos entre esses estágios,
como os rascunhos, ampliações, etc. Se tiver dúvidas, volte ao item 3.5 da aula.
A alternativa D está incorreta. Gênero é a reunião de espécies documentais que se assemelham por seus
caracteres essenciais, particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico
específico e, por vezes, mediação técnica para acesso. Não é o tipo de classificação trazida pelo examinador.
A alternativa E está incorreta. Por fim a banca traz "suporte" entre as alternativas. Lembre-se que suporte é
o material sobre o qual as informações são registradas. Não é sequer um tipo de classificação, mas sim um
elemento que constitui um documento quando preenchido por informação.
A alternativa A está incorreta. Para Tipo Documental - que é uma divisão de Espécie Documental - o DBTA
assume a seguinte definição: "configuração que assume uma espécie documental, de acordo com a atividade
que a gerou".
A alternativa B está incorreta. Para o DBTA Espécie Documental é uma divisão de Gênero Documental que
reúne tipos documentais por seu formato. Neste caso vale trazer novamente também a definição encontrada
51
no DTA, que também é pedida em prova: "configuração que assume um documento de acordo com a
disposição e a natureza das informações nele contidas".
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Essa é exatamente a definição proposta pelo DBTA
para Gênero Documental: Reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres
essenciais, particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico específico e, por
vezes, mediação técnica para acesso.
A alternativa D está incorreta. Desta vez a banca fala em Natureza do assunto, que nada mais é do que sua
classificação em relação a restrição do acesso. Lembre-se que nesse caso os documentos podem ser
Ostensivos (sem qualquer restrição de acesso). Também são chamados de Ordinários. E podem ser ainda
Sigilosos, quando devem ser classificados em Ultrassecretos (25 anos de restrição), Secretos (15 anos) e
Reservados (5 anos).
A alternativa A está incorreta. Refere-se apenas a configuração física de um suporte e não menciona o
formato, o que é fundamental para definir o gênero do documento.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Embora não seja exatamente a definição do DBTA,
aproxima-se dela, pois fala em "signos utilizados na comunicação do seu conteúdo", ou seja, suas
configurações de suporte e de formato. Na verdade, esta é a definição do DTA (Dicionário de Terminologia
Arquivística - 1996), que também é cobrada pelas bancas e é importante conhecer.
A alternativa C está incorreta. Essa é exatamente a definição de Espécie de acordo com o DTA. Vejamos:
“configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das informações nele
contidas".
A alternativa D está incorreta. Essa é a definição de Tipo Documental: "configuração que assume uma
espécie documental, de acordo com a atividade que a gerou".
52
A alternativa B está incorreta. Aqui o examinador traz Formatos documentais e não tipos.
A alternativa C está incorreta. Já nesta alternativa, fala-se de Formas documentais, lembra-se? Podem ser:
pré-original, original ou pós original.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Veja que para todos os tipos documentais temos
sempre a Espécie do documento (certidão, declaração, relatório), seguida da atividade que a gerou (óbito,
imposto de renda, atividades, etc). Essa é a configuração típica dos tipos documentais: Espécie + Atividade
com a qual está relacionada.
A alternativa E está incorreta. Por último o examinador traz exemplos de Suportes, materiais sobre os quais
as informações são registradas, transformando-se em documentos.
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A alternativa A está incorreta. Está é uma das definições de Formato documental e não de Gênero.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Note que, mais uma vez, a banca opta pela definição
do DTA, ao invés da do DBTA. Importante conhecer as duas:
Gênero para o DBTA: "Reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais,
particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico específico e, por vezes,
mediação técnica para acesso".
Gênero para o DTA: “Configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado
na comunicação de seu conteúdo".
A alternativa C está incorreta. Também traz uma definição do DTA, porém agora de Espécie documental e
não de gênero.
A alternativa B está incorreta. Embora cite a Espécie, traz também o Gênero para a questão.
A alternativa C está incorreta. Fala de Suporte e conteúdo informacional. Na verdade, essa é a configuração
de um Documento qualquer e não de um Tipo documental.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Fala justamente da composição formada por Espécie
Documental mais função.
A alternativa E está incorreta. Cita Diplomática (essa está realmente bem distante do tema...) e Suporte.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Não se canse de relembrar pois cai demais: Gênero é
a reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais, particularmente o
suporte e o formato, e que exigem processamento técnico específico e, por vezes, mediação técnica para
acesso. Exemplos: documentos audiovisuais, documentos bibliográficos, documentos cartográficos,
documentos eletrônicos, documentos filmográficos, documentos iconográficos, documentos micrográficos,
documentos textuais
A alternativa C está incorreta. Nesta alternativa o examinador lista Suportes e não Gêneros.
A alternativa E está incorreta. Por último temos um mix de Tipo, Espécie e Formato.
A alternativa B está incorreta. Aqui aparentemente não há sequer a tentativa de acertar um Gênero. O
examinador já parte para as atividades: literais, burocráticas e pedagógicas.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Esta é a única alternativa que fala de documentos que
possuem um Gênero, ou seja, documentos textuais. Como devem estar ligados as suas atividades, são
documentos textuais administrativos, textuais burocráticos e textuais institucionais.
A alternativa E está incorreta. Novamente traz apenas atividades, sem um Gênero reconhecível entre o que
foi listado.
br/images/cursos_capacitacao/Apostila_gestao_documentos_2015.pdf.)
56
Correspon-
DISPOSITIVOS Normativos De Ajuste
dência
De
TESTEMUNHAIS Assentamento
Comprovação
INFORMATIVOS Enunciativos
Os Atos de Ajuste são atos Dispositivos. Documentos pactuais em que uma das partes é a administração.
Exemplos: convênios, contratos, ajustes, termos, tratados, etc.
Os Atos de Assentamento são atos Testemunhais e registram fatos ou ocorrências. Exemplos: atas, termos,
autos de infração, etc.
Os Atos Normativos também são atos Dispositivos. São de cumprimento obrigatório tais como leis, decretos,
estatutos, resoluções, instruções normativas, portarias, despachos, etc.
Por último, os Atos de Correspondência, que também são Dispositivos. Derivam de atos Normativos e
determinam suas execuções. Exemplos: memorandos, mensagens, editais, notificações, etc.
Fazendo as correspondências, Portaria é um ato Normativo (3), Tratado é um ato de Ajuste (1), Notificação
é um ato de Correspondência (4) e Ata é um ato de Assentamento (2), ou seja, 3-1-4-2.
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Reservado - esse é um dos 3 tipos de classificação de documentos que sofrem restrição de acesso em razão
da segurança da sociedade e do Estado. É um documento sigiloso que tem seu conteúdo restrito por 5 anos.
É uma classificação quanto a Natureza do assunto, assim como documentos ultrassecretos, secretos (ambos
sigilosos) ou ostensivos / ordinários (de acesso irrestrito).
Rascunho - Lembre-se sempre que o rascunho não é uma minuta. Vem antes dela quando comparado em
relação a sua distância do original (lembre-se do conceito de "ingenuidade documental"). É um texto ainda
sujeito a correções e rasuras e que contém supressões, acréscimos e substituições, ao contrário da minuta,
que é um escrito preparatório e reduzido para que, a partir dele, se possa confeccionar o documento original.
Trata-se de um pré-original. Neste caso, ambas são classificações quanto a Forma do documento.
Sendo assim temos: Espécie - Gênero - Natureza - Forma.
A alternativa A está incorreta. A definição de Tipo documental para o DBTA é: "configuração que assume
uma espécie documental, de acordo com a atividade que a gerou".
A alternativa B está incorreta. Assunto documental não é sequer uma das classificações estudadas.
A alternativa C está incorreta. Integridade documental também não é uma forma de classificar os
documentos. Está aqui apenas para embaralhar o candidato.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. É exatamente a definição de Gênero utilizada pelo
DBTA.
A alternativa E está incorreta. Entidade documental também não é sequer uma das classificações estudadas.
como podem ser caracterizados os documentos de acordo com seus diversos elementos, formas e
conteúdos.
a) Podem ser caracterizados segundo o tempo, o local e a instituição.
b) Podem ser caracterizados segundo o parecer, a decisão e o órgão.
c) Podem ser caracterizados segundo o gênero, a espécie e a natureza.
d) Podem ser caracterizados segundo o fato, o fenômeno e a produção.
e) Podem ser caracterizados segundo o estilo, a elaboração e a finalidade.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. De acordo com elementos, formas e conteúdos, não há como classificar os
documentos segundo o tempo, o local e a instituição.
A alternativa B está incorreta. Da mesma forma, de acordo com elementos, formas e conteúdos, não há
como classificar os documentos segundo o parecer, a decisão e o órgão.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Como vimos ao longo da aula, documentos podem
ser classificados de acordo com o Gênero, Espécie, Tipo, Natureza do assunto, Forma, Formato e Categoria.
Embora a resposta da banca não esteja completa é a que mais se aproxima do que estudamos e, por exclusão,
é a única aceitável.
A alternativa D está incorreta. O examinador repete o padrão e, mais uma vez traz critérios (fato, fenômeno
e produção) que não permitem classificar os documentos de acordo com seus elementos, forma e conteúdo.
A alternativa E está incorreta. Mesma justificativa. Também não é possível em função dos critérios
apresentados: estilo, elaboração e finalidade.
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Ostensivo - Documentos Ostensivos são considerados aqueles cuja divulgação não prejudica a
administração. Também são chamados de Ordinários. É uma classificação quanto à Natureza do assunto.
1 - Natureza do assunto
2 - Tipo
3 - Espécie
4 - Gênero
( ) Os documentos assemelhados por seu formato devem ser reunidos. Podem ser semelhanças definidas
tanto em razão da natureza dos atos que lhes deram origem, quanto pela forma de registro dos fatos.
( ) Os documentos são classificados por suas características comuns no que diz respeito à fórmula
diplomática, natureza de conteúdo ou técnica de registro.
CORRESPONDÊNCIA
61
Cabe ao serviço de protocolo fazer a separação da correspondência oficial de caráter ostensivo das de
caráter sigiloso.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
Ainda não entramos a fundo no tema Protocolo. Faremos isso em aula um pouco mais adiante.
Mas, por enquanto, vale saber que cabe sim ao serviço de Protocolo separar a correspondência e, uma dessas
ações, é separar o que é ostensivo do que é sigiloso, para que possa ser dado o devido tratamento. Essa
separação aliás é feita não só para a correspondência, mas para qualquer documento.
Além disso, vamos lembrar quais são os tipos de correspondência que já estudamos:
EXTERNA - trocada entre uma instituição e outras entidades e/ou pessoas físicas, como
ofícios, cartas e telegramas.
Pode-se ainda classificar a correspondência em dois outros grupos distintos, de acordo com
o interesse:
Antes de responder, vamos lembrar da teoria. Levando-se em conta a Natureza do assunto, documentos em
geral, inclusive as Correspondências, podem ser classificadas em Ostensivos ou Sigilosos.
62
Documentos Sigilosos são aqueles que, por sua natureza, devam ser de conhecimento
restrito e, portanto, requeiram medidas especiais de salvaguarda para sua custódia e
divulgação.
A alternativa A está incorreta. Públicas e privadas não é uma classificação que se aplica à Natureza do
assunto.
A alternativa B está incorreta. Primárias e secundárias também não é uma separação adequada de acordo
com a Natureza do Assunto.
A alternativa C está incorreta. Mais uma vez o examinador tenta confundir o candidato. Abertas ou fechadas
também não são categorias nas quais podem ser divididas as correspondências de acordo com a Natureza
do assunto.
A alternativa D está incorreta. Dessa vez a banca traz o conceito "reservadas", que se enquadra entre os
documentos sigilosos, mas ainda está distante de estar correto, ainda mais trazendo a categoria
"particulares" como o contra ponto de "reservadas".
63
e) tem por objeto a espécie documental, entendida como a configuração que assume o tipo documental de
acordo com a atividade que o gerou.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Vimos na aula que Tipologia Documental é bastante diferente de Diplomática.
Relembre o quadro:
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Lembre-se da definição de Tipo Documental, ou seja,
"configuração que assume uma espécie documental, de acordo com a atividade que a gerou". É exatamente
o que diz a alternativa: espécie + atividade concernente.
A alternativa C está incorreta. Ao contrário, a Tipologia Documental tem como ponto de vista as questões
externas do documento e suas relações, tratando os documentos de forma orgânica e aproximando-se da
Arquivística.
A Diplomática, por outro lado concentra-se no caráter interno do documento, suas características formais.
Lida com o documento de forma isolada, independentemente de suas relações e proveniência.
A alternativa D está incorreta. A Tipologia não está diretamente relacionada ao Suporte físico do documento.
A alternativa E está incorreta. O foco principal não é a Espécie do documento, mas sim a sua proveniência.
Quem tem como ponto de partida a Espécie Documental é exatamente a Diplomática e não a Tipologia
Documental.
64
A alternativa A está incorreta. Gestão de Documentos é um outro processo que estudaremos mais adiante,
mas não tem qualquer relação com a identificação e representação das funções em relação a qual os
documentos foram gerados, o que compete exclusivamente à Diplomática.
A alternativa B está incorreta. Já vimos em aula que a Paleografia estuda "a escrita manuscrita antiga, suas
formas e variações através do tempo", portanto bastante diferente das atribuições da Diplomática.
A alternativa C está incorreta. Nesta e na próxima alternativa o examinador tenta confundir o candidato com
temas genéricos relativos à Administração, que nada tem a ver com o conceito da Diplomática que vemos
no enunciado da questão.
A alternativa D está incorreta. Exatamente como na anterior, a Introdução à Administração não tem
qualquer relação com a definição dada, que se aplica exclusivamente à Diplomática.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Para o DBTA a Diplomática é a disciplina que tem
como objeto o estudo da estrutura formal e da autenticidade dos documentos. Essa estrutura formal é
exatamente o que permite identificar os documentos dentro das funções nas quais foram gerados e a
representação dessas próprias funções.
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A alternativa A está incorreta. A Análise Tipológica não é comparável à Tradição Documental, que é o
gabarito desta questão. Não estuda a distância ou a relação entre um documento e seu original, foco do
estudo da Tradição Documental.
A alternativa B está incorreta. Genealogia é, em tese, a natureza dos estudos da Diplomática, ou seja, o
nascedouro de um documento, sua gênese. O momento em que ele foi planejado e criado, por determinados
motivos e de uma forma específica. É isso que tanto a Diplomática como a Tipologia documental estudam,
mas isso também não se relaciona de forma direta com a Tradição Documental.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Estudamos exatamente isso ao longo da aula. A
Classificação de acordo com a Forma é também conhecida por Tradição Documental, que é considerada a
parte da Diplomática que se ocupa dos vários modos de transmissão do documento no decorrer do tempo.
Vimos inclusive que o termo "ingenuidade documental" é usado para apontar o grau de relação de um
documento com seu original, lembra-se? Pré original (minuta), Original ou Pós Original (cópia).
23. (FCC/ ALE-SE/Analista Legislativo Arquivista/2018) Marc Bloch dizia que o ano de 1681 assinala um
marco na história do espírito humano, pois nessa data a crítica dos documentos foi definitivamente
fundada. Referia-se à publicação de
a) De re diplomatica, de Jean Mabillon.
b) Lineamenti di storia della scrittura latina, de Giorgio Cencetti.
c) Archivistica, de Eugenio Casanova.
d) Archivkunde, de Adolf Brennecke.
e) Manual of archive administration, de Hilary Jenkinson.
Comentários:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Em 1681 o monge Mabillon publica um tratado de
seis partes, intitulado De re diplomatica libri VI, que marca o nascimento da Diplomática.
A alternativa B está incorreta. Cencetti e sua obra Lineamenti di storia della latina focavam prioritariamente
a Paleografia, em especial a Latina.
A alternativa C está incorreta. Archivistica, de Casanova, foi publicada em 1928 e é até hoje considerado um
marco na teoria da ciência arquivística e no próprio treinamento do arquivista.
A alternativa D está incorreta. Archivkunde foi publicado em 1953, após a morte de seu autor, Adolf
Brennecke.
A alternativa E está incorreta. Manual of archive administration foi publicado em 1922 por Hilary Jenkinson.
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A afirmativa está CORRETA. Essa é uma definição estendida e baseada na definição atribuída à Tipologia
Documental por Heloisa Bellotto em seu livro "Arquivos Permanentes - Tratamento Documental". Mostra
que, além das características internas do documento (foco da Diplomática), a Tipologia foca ainda nas
relações criadas pelo documento, na sua proveniência, ou seja, trata o documento de forma orgânica e
contextualizada.
A afirmativa está CORRETA. Como já vimos, a Diplomática analisa mesmo a estrutura interna e formal do
documento, buscando a Autenticidade da estrutura e a finalidade e legitimidade do ato jurídico. Tudo isso
difere bastante da Tipologia Documental que foca na relação dos elementos documentais com as atividades
institucionais / pessoais, ou seja, na sua organicidade e contexto.
A perspectiva da teoria arquivística atual se concentra na análise de documentos individuais que se baseia
na diplomática, com regras estabelecidas para o arranjo e para a descrição de séries documentais
fechadas.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A afirmativa está ERRADA. A teoria arquivística atual está muito mais próxima da Tipologia Documental do
que da Diplomática, que é definida acima. A arquivística aponta para uma visão e lógica claramente mais
orgânica e relacional dos conjuntos dos documentos, exatamente o contrário do que é trazido pelo
examinador.
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Segundo os preceitos da arquivologia pós-moderna, a diplomática adquire grande evidência por promover
o estudo de elementos para a garantia da autenticidade dos documentos.
a) Certo
b) Errado
Comentários:
A Diplomática nasce da reação do espírito crítico dos homens do século XVII à autenticidade de certos
diplomas medievais.
Surge dessa forma a Diplomática, ao longo dos séculos XVI e XVII, com a justificativa de distinguir os
documentos falsos dos verdadeiros e tendo como principal usuária a área do direito eclesiástico.
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Além disso é a criadora do conceito de vínculo arquivístico. O vínculo arquivístico é um conceito na teoria
arquivística referente à relação que cada registro arquivador tem com os outros registros produzidos como
parte da mesma transação ou atividade e localizados no mesmo agrupamento.
Dito isso, vamos as alternativas:
A alternativa A está incorreta. A autora não diz isso. O examinador tenta confundir o candidato pois há a
menção a "documento escrito" e a "ação de escrever" na questão. Isso não quer dizer que o documento
necessariamente tenha que ser textual para estar de acordo com Duranti. Ele pode ser classificado em
diversos outros gêneros como veremos na alternativa abaixo, gabarito da questão.
Independente do gênero documental (veja que a banca cita alguns: iconográficos, sonoros e audiovisuais), é
possível que o documento seja passível da análise Diplomática.
Como colocado pela estudiosa em questão (Luciana Duranti), "o mais importante é o resultado intelectual
da ação de escrever, ou seja, a expressão de ideias que é simultaneamente objetivada (documental) e
sintática (regida por regras de representação, fórmulas, estilo burocrático e linguagem especializada, entre
outros elementos)" e tudo isso pode ser identificado em qualquer documento.
Apenas para relembrar, isso contraria a opinião do Diplomatista Pratesi, que vimos ao longo da aula.
Isso é exatamente o que faz a Diplomática: o estudo da estrutura formal e da autenticidade dos documentos
por meio do que foi neles inserido (expressão de ideias) e sob que formato e contexto (regras, fórmulas,
estilo, linguagem, etc).
A alternativa C está incorreta. Novamente o examinador tenta causar a mesma dificuldade ao candidato
usando gêneros diferentes. Note que, nessa alternativa, ele cita gravações de voz ou filmes. Esses dois
gêneros estão inclusive citados no enunciado da questão: " instrumento de escrita ou de um aparato que
grava imagens, dados ou vozes".
A alternativa D está incorreta. Documentos como autorizações e permissões, tipicamente textuais, são
passíveis de serem analisados sob o ponto de vista Diplomático. Desta vez a banca traz à tona a classificação
quanto a categoria documental. Isso em nada interfere na análise Diplomática proposta, ou seja,
documentos como autorizações e/ou permissões são também admitidos no processo visto que, usando a
expressão de Duranti, também são "expressões de ideias objetivadas e sintáticas".
A alternativa E está incorreta. Apenas para esclarecer, "realia" é um termo latino que significa "objetos,
conceitos e fenômenos exclusivos de uma determinada cultura". Dessa forma a alternativa afirma que a
atividade Diplomática estaria restrita a estes objetos/documentos, o que não procede. Como já vimos, o
processo pode ser aplicado a diversos tipos de documentos, mesmo que não se enquadre entre o que a
autora classifica como realia.
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Sendo assim uma declaração de imposto de renda, recebida no arquivo municipal é um exemplo de
____________.
a) Suporte diplomático
b) Tipo documental
c) Espécie documental
d) Formato
e) Gênero Documental.
Comentários:
A alternativa A está incorreta. Não estamos falando de Suporte (material), mas sim de Tipo documental
(espécie + atividade).
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Esta questão mistura os temas de Diplomática e
Tipologia Documental com as classificações documentais que já estudamos. Embora a questão introduza o
tema da Tipologia, a resposta pode ser dada de maneira objetiva conhecendo-se a os critérios da classificação
quanto ao Tipo Documental. Documento composto por Espécie documental (declaração) e relacionado a
atividade que o gerou (imposto de renda), é tipicamente um Tipo Documental.
A alternativa C está incorreta. Atenção aqui pois não estamos falando apenas de uma Espécie documental.
Sim, há uma Espécie colocada pela banca (declaração), porém, quando esta Espécie assume a atividade com
a qual está relacionada e transforma-se em declaração de imposto de renda, torna-se imediatamente um
Tipo Documental.
A alternativa D está incorreta. Definitivamente não estamos falando de Formato documental que é dado
pela configuração física do documento. Exemplos: livro, caderno, cartaz, planta, etc.
A alternativa E está incorreta. Também não se está falando de Gênero documental. Lembra quais são os
Gêneros? Documentos audiovisuais, documentos bibliográficos, documentos cartográficos, documentos
eletrônicos, documentos filmográficos, documentos iconográficos, documentos micrográficos, documentos
textuais, etc.
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A alternativa A está incorreta. O britânico Michael Cook é um historiador, sem qualquer ligação com a
questão da fidedignidade e da autenticidade do documento eletrônico arquivístico com base na união dos
fundamentos da arquivologia e da diplomática
A alternativa B está incorreta. Rieger Morris é um famoso arquivista norte americano, morto em 1984, mas
que também não tem relação com o tema proposto.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Como vimos ao longo da aula e em questões
anteriores, Luciana Duranti é referência nos estudos da Diplomática e da Autenticidade. Duranti é
mundialmente reconhecida pelos estudos a respeito da fidedignidade e da autenticidade do documento
eletrônico arquivístico com base na união dos fundamentos da arquivologia e da diplomática.
A alternativa D está incorreta. Theodore Schellenberg, arquivista norte americano falecido em 1970 é um
dos mais reconhecidos arquivistas da história, criador dos conceitos de valor primário e secundário dos
documentos, mas que também não está relacionado ao conceito em questão.
A alternativa E está incorreta. Arquivista e historiador francês, Michael Duchein é autor de diversos artigos
sobre arquivologia, porém também não explorou o tema acima, ligado à Diplomática.
DOCUMENTOS MODERNOS
A alternativa A está incorreta. Não foi na Inglaterra onde se detectou inicialmente o crescimento vertiginoso
do volume de documentos produzidos e acumulados pela administração pública. Ao contrário, quando
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comparada aos Estados Unidos ao longo do século XX, a Inglaterra possuía volume documental gerado e
armazenado proporcionalmente muito menor que o dos norte-americanos.
A alternativa B está incorreta. Na França surgiu o primeiro Arquivo Nacional, porém não foi lá o local no qual
se detectou inicialmente o crescimento vertiginoso do volume de documentos produzidos e acumulados pela
administração pública.
A alternativa C está incorreta. Também não foi na Holanda onde se detectou tal movimento.
A alternativa D está incorreta. Tal movimentação e resposta, com a criação da Gestão Documental, também
não se deu na Alemanha.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Os Estados Unidos foram o país que primeiro
diagnosticaram e enfrentaram os fenômenos do aumento significativo da população, do trabalho e da
geração de documentos em função do emprego de novas tecnologias, redução de custos e automatização
dos processos de produção documental. Dessa forma implementaram o conceito de Gestão Documental que
veremos em profundidade em aula um pouco mais adiante.
A alternativa A está incorreta. A digitalização é um processo bastante trabalhoso e caro. Em alguns países
como no Brasil, o documento digitalizado não tem sequer o mesmo valor legal do original, o que agrava ainda
mais a situação obrigando que o original continue custodiado mesmo após digitalizado. Dessa forma, a
simples digitalização e descarte posterior do original, além de cara não é permitida por lei e não é a solução
ideal para o problema em questão.
A alternativa B está incorreta. A construção de mais arquivos não é uma solução viável no longo prazo.
Ocupar espaços públicos de forma definitiva com documentos é uma solução de alto custo para a sociedade
pois, além dos prédios, teremos pessoas e processos destinados exclusivamente a essa função. O caminho é
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justamente o inverso: minimizar o volume documental para que a estrutura física atual seja capaz de
custodiar o volume que necessariamente deve ser guardado.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Como já vimos ao longo da aula (e mesmo na questão
anterior) foi nos Estados Unidos onde esse problema foi inicialmente diagnosticado.
A partir daí passou-se a dar cada vez mais valor a atividade de avaliação dos documentos, com o intuito de
otimizar as atividades de estabelecimento de prazos de guarda e eliminação desses volumes da melhor forma
possível.
Paralelo a isso surge a ideia de Gestão Documental, para enfrentar o problema de forma processual e ganhar
eficiência na gestão, o que veremos mais adiante.
A alternativa D está incorreta. Padronizar os formatos e os meios de produção documentais não é uma
alternativa viável. Os documentos (lembrem-se de seu caráter orgânico) estão sempre ligados à atividade da
qual fazem parte, dessa forma devem refleti-la e acompanhá-la, adotando suas particularidades. Não faz
sentido padronizar uma atividade meio e criar dificuldades para a atividade fim, que precisa ter o seu reflexo
na geração e produção de documentos. É uma alternativa que ao longo do tempo causará mais danos do
que benefícios ao negócio principal da organização.
A alternativa E está incorreta. A contratação de arquivistas é sim necessária, porém também não é a solução
definitiva. Caso o volume cresça de maneira desordenada e progressiva, sempre serão necessários mais
arquivistas e mais espaço. O caminho, como no gabarito, é ter um plano efetivo de eliminação do que é
descartável por meio de gestão eficiente da atividade de avaliação documental.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A banca rotula como "impossível" o armazenamento
cumulativo e integral de toda a documentação gerada, o que é verdade. Ou se tem atividades de avaliação
de documentos e de Gestão Documental bastante eficientes ou o volume se tornará tão grande que não
haverá espaço e pessoal suficiente para abrigar e gerenciar esta atividade ao longo do tempo.
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A alternativa B está incorreta. Ao contrário. A atividade não só não é vital como deve ser descartada da
melhor forma possível e dentro da lei.
A alternativa C está incorreta. Também certamente não pode ser uma atividade compulsória pois levaria
organizações, governos e sociedades a uma situação insustentável na gestão de seus arquivos.
A alternativa D está incorreta. Esse problema não pode ser encarado como normal pois é insustentável no
longo prazo. Ações devem ser realizadas no presente para impedir a construção desse cenário futuro.
A alternativa E está incorreta. Também não é uma questão de legalidade. Veremos mais adiante que parte
da documentação gerada nas mais variadas instâncias e órgãos é sim de guarda permanente (não pode ser
descartada) por uma imposição legal e deve ser custodiada, porém esse é um percentual muito pequeno em
relação ao que é produzido.
TERMINOLOGIA ARQUIVÍSTICA
A alternativa A está incorreta. O examinador tenta confundir o candidato aqui. Apógrafo é uma cópia
manuscrita, de época, realizada por outro que não o autor.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Veja a definição de apócrifo pelo DBTA: "Documento
de identidade não reconhecida". Se o documento não tem identificação e nem a assinatura do emissor, não
é identificável e, portanto, apócrifo.
A alternativa C está incorreta. Autêntico é um documento digno de fé, legítimo, de autoria ratificada, origem
comprovada e que tem validade.
A alternativa D está incorreta. Legítimo é o documento válido e que tem força de lei. Fundado na razão e no
direito.
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A alternativa E está incorreta. Válido é o documento que tem valor legal e é adequado a determinada
situação.
A alternativa B está incorreta. Chama-se o documento de heterógrafo quando deriva do autor, mas não foi
materialmente produzido por ele e também não está assinado por ele. Cuidado, pois, esta definição pode
ser confundida com a de documento autógrafo. A maior diferença é que o documento não foi materialmente
produzido pelo seu autor.
A alternativa D está incorreta. Veja a definição de apócrifo pelo DBTA: "Documento de identidade não
reconhecida". Se o documento não tem a assinatura do emissor, não é identificável e, portanto, apócrifo.
A alternativa E está incorreta. Um documento hológrafo segundo o DBTA é aquele escrito inteiramente pela
mão de seu autor. Termo aplicado em especial a testamentos.
Apógrafo - cópia manuscrita, de época, realizada por outro que não o autor.
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Heterógrafo - quando deriva do autor, mas não foi materialmente produzido por ele e
também não está assinado por ele.
Dessa forma a alternativa C está correta e é o gabarito da questão. As demais não correspondem a definição
de Tipo Documental presente no DBTA.
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Atestado de frequência - este é um exemplo clássico de Tipo Documental. Temos a Espécie (Atestado) e a
atividade com a qual está relacionado (frequência).
Certidão - Espécie documental baseada no seu formato.
Textual - Gênero documental conforme vimos em aula. Relembrando a definição de Gênero, uma das mais
pedidas em prova: Reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais,
particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico específico e, por vezes,
mediação técnica para acesso.
Caderneta - Formato documental. Lembre-se que o Formato classifica o documento em relação as suas
características físicas, suas técnicas de registro ou mesmo a sua estrutura de informação.
Rascunho - É uma Forma documental. Relembrando, a Forma, classifica o documento de acordo com o grau
de relação de um documento com seu original
Pergaminho - é um Suporte documental ou material no qual são registradas as informações.
Dessa forma temos - Natureza do assunto, Tipo, Espécie, Gênero, Formato, Forma e Suporte, ou alternativa
D.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. As demais não apresentam correspondência correta
entre os termos e suas definições.
1. Anopistógrafo.
2. Anexação.
3. Apensação.
4. Aditamento.
5. Apócrifo.
( ) Juntada em caráter definitivo, de documento ou processo a outro processo, na qual prevalece, para
referência, o número do processo mais antigo.
c) 2, 1, 3, 4, 5.
d) 4, 5, 3, 1, 2.
Comentários:
Vamos avaliar cada um dos termos antes de irmos para as alternativas.
Anopistógrafo - segundo o DBTA é o Documento escrito ou impresso de um único lado. É o contrário do
documento Opistógrafo, que tem os 2 lados utilizados. Temos então: X-1-X-X-X
Anexação - Veremos esses conceitos com mais profundidade algumas aulas adiante, mas, apenas com o
objetivo de responder essa questão específica, vamos ao que diz o DBTA: Juntada, em caráter definitivo, de
documento ou processo a outro processo, na qual prevalece, para referência, o número do processo mais
antigo. Vamos agora para: X-1-2-X-X
Apensação - Segundo o DBTA é uma juntada, em caráter temporário, com o objetivo de elucidar ou subsidiar
a matéria tratada, conservando cada processo a sua identidade e independência. Veja que tem diferenças
fundamentais em relação à Anexação. A Apensação tem caráter temporário, enquanto a Anexação tem
caráter definitivo. Ainda, na Apensação cada documento preserva sua independência e identidade enquanto
na Anexação não, prevalecendo o mais antigo. Então temos: 3-1-2-X-X
Aditamento - Informação acrescentada a um documento para alterá-lo, explicando ou corrigindo seu
conteúdo. Vamos para: 3-1-2-X-4.
Apócrifo - Já vimos que é "o documento de identidade não reconhecida". Se o documento não tem
identificação e nem a assinatura do emissor, não é identificável e, portanto, apócrifo. Finalizando: 3-1-2-5-4.
Minuta - É uma Forma documental. Relembrando, a Forma, classifica o documento de acordo com o grau de
relação de um documento com seu original.
Dessa forma temos - Suporte, Formato, Espécie, Tipo e Forma, ou alternativa E.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. As demais estão incorretas pois apresentam
correspondências divergentes entre os termos apresentados.
A alternativa A está incorreta. O instrumento correto para esse fim é o Dicionário Brasileiro de Terminologia
Arquivística, publicado em 2005 e conhecido por DBTA.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O DBTA foi criado em 2005 com o objetivo de
uniformizar, definir e aprovar uma única terminologia arquivística brasileira.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vimos anteriormente que apócrifo é o documento de
identidade não reconhecida". Se o documento não tem identificação e nem a assinatura do emissor, não é
identificável e, portanto, apócrifo.
As demais alternativas apresentam definições que não correspondem com a definição de "apócrifo" no
DBTA.
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GABARITO
1. E 21. E 41. B
2. D 22. C 42. A
3. B 23. A
4. C 24. CORRETA
5. B 25. CORRETA
6. D 26. ERRADA
7. B 27. ERRADA
8. D 28. B
9. B 29. B
10. D 30. C
11. D 31. E
12. B 32. C
13. D 33. A
14. C 34. B
15. B 35. C
16. C 36. C
17. E 37. D
18. CORRETA 38. A
19. E 39. E
20. B 40. ERRADA
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RESUMO
Documentos: registros de informações, qualquer que seja o suporte ou o formato.
Suporte: Material no qual são registradas as informações (papel, disco magnético, fita magnética,
filme de nitrato, papiro, pergaminho, argila, etc).
Gênero: Reunião de espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais,
particularmente o suporte e o formato, e que exigem processamento técnico específico e, por vezes,
mediação técnica para acesso.
Espécie: uma divisão de Gênero Documental que reúne tipos documentais por seu formato (ata,
carta, boletim, decreto, filme, folheto, fotografia, memorando, ofício, planta, relatório, etc.).
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Tipo: configuração que assume uma Espécie Documental, de acordo com a atividade que a gerou
(boletins de ocorrência, cartas precatórias, cartas régias, cartas-patente, decretos-leis, decretos
legislativos, certidões de óbito, relatórios de fiscalização, etc.).
• Minuta: é um escrito preparatório e reduzido para que, a partir dele, se possa confeccionar o
documento original. Trata-se de um pré-original. Não é um rascunho!
• Original: feito por direta vontade dos autores e conservado na matéria e na forma genuínas
nas quais foi originariamente emitido. É um escrito que é um ato jurídico revestido de uma
ou mais assinaturas.
• Cópia: documentos formalmente idênticos a um original.
Categoria:
• Externa: trocada entre uma instituição e outras entidades e/ou pessoas físicas, como ofícios,
cartas e telegramas.
• Interna: trocada entre órgãos de uma mesma instituição. São os memorandos e despachos
circulares.
• Oficial: quando trata de assunto de serviço ou de interesse específico das atividades de uma
instituição.
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Diplomática e Tipologia Documental: estudos que nos levam a entender o documento desde o seu
nascedouro e a compreender as razões e a forma como ele foi estruturado desde a sua origem.
Diplomática: a disciplina que tem como objeto o estudo da estrutura formal e da autenticidade
dos documentos. Surge ao longo dos séculos XVI e XVII, com a justificativa de distinguir os
documentos falsos dos verdadeiros.
Diplomática Contemporânea:
Paleografia: a disciplina que estuda a escrita manuscrita antiga, suas formas e variações através
do tempo.
Documentos Modernos:
Terminologia Arquivística: volte à lista da aula e confira as principais definições e os meus comentários!
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