REVISÃO PGE DIZER O DIREITO - Lido 13.09
REVISÃO PGE DIZER O DIREITO - Lido 13.09
REVISÃO PGE DIZER O DIREITO - Lido 13.09
Não se exige a prévia notificação extrajudicial dos invasores para que se proponha reintegração de posse
A notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação possessória.
STJ. 4ª Turma. REsp 1.263.164-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 22/11/2016 (Info 594).
É inconstitucional lei distrital que preveja percentual de vagas nas universidades públicas reservadas
para alunos que estudaram nas escolas públicas do Distrito Federal, excluindo, portanto, alunos de
escolas públicas de outros Estados da Federação
É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e faculdades públicas do
Distrito Federal serão reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do Distrito Federal.
Essa lei, ao restringir a cota apenas aos alunos que estudaram no Distrito Federal, viola o art. 3º, IV e o art.
19, III, da CF/88, tendo em vista que faz uma restrição injustificável entre brasileiros.
Vale ressaltar que a inconstitucionalidade não está no fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos
de escolas públicas, mas sim em razão de a lei ter restringindo as vagas para alunos do Distrito Federal, em
detrimento dos estudantes de outros Estados da Federação.
STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020.
É constitucional lei estadual que responsabiliza Estado-membro por danos causados a pessoas presas na
ditadura é constitucional
É constitucional a Lei nº 5.751/98, do estado do Espírito Santo, de iniciativa parlamentar, que versa sobre a
responsabilidade do ente público por danos físicos e psicológicos causados a pessoas detidas por motivos
políticos.
STF. Plenário. ADI 3738/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 3/11/2020 (Info 997).
Cabe reclamação contra decisão judicial que determina retirada de matéria jornalística de site
O STF tem sido mais flexível na admissão de reclamação em matéria de liberdade de expressão, em razão
da persistente vulneração desse direito na cultura brasileira, inclusive por via judicial.
No julgamento da ADPF 130, o STF proibiu enfaticamente a censura de publicações jornalísticas, bem como
tornou excepcional qualquer tipo de intervenção estatal na divulgação de notícias e de opiniões.
A liberdade de expressão desfruta de uma posição preferencial no Estado democrático brasileiro, por ser
uma pré-condição para o exercício esclarecido dos demais direitos e liberdades.
A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em
situações extremas.
Assim, em regra, a colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve ser resolvida
pela retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civil.
Diante disso, se uma decisão judicial determina que se retire do site de uma revista determinada matéria
jornalística, esta decisão viola a orientação do STF, cabendo reclamação.
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STF. 1ª Turma. Rcl 22328/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/3/2018 (Info 893).
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É possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença condenatória nos mesmos
veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra
O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na Constituição da República e na Lei
Civil, não tendo sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADPF 130/DF.
O princípio da reparação integral (arts. 927 e 944 do CC) possibilita o pagamento da indenização em
pecúnia e in natura, a fim de se dar efetividade ao instituto da responsabilidade civil.
Dessa forma, é possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença condenatória
nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à honra, desde que fundamentada em
dispositivos legais diversos da Lei de Imprensa.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/02/2019 (Info 642).
A incitação de ódio público feita por líder religioso contra outras religiões pode configurar o crime de
racismo
A incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida
pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão.
Assim, é possível, a depender do caso concreto, que um líder religioso seja condenado pelo crime de
racismo (art. 20, §2º, da Lei nº 7.716/89) por ter proferido discursos de ódio público contra outras
denominações religiosas e seus seguidores.
STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/3/2018
(Info 893).
É possível que o Fisco requisite das instituições financeiras informações bancárias sobre os contribuintes
sem intervenção do Poder Judiciário
As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias
dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada
constitucional pelo STF. Isso porque esta previsão não se caracteriza como "quebra" de sigilo bancário,
ocorrendo apenas a “transferência de sigilo” dos bancos ao Fisco.
Vale ressaltar que os Estados-Membros e os Municípios somente podem obter as informações previstas no
art. 6º da LC 105/2001, uma vez regulamentada a matéria de forma análoga ao Decreto Federal nº
3.724/2001, observados os seguintes parâmetros:
a) pertinência temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo objeto de cobrança no
procedimento administrativo instaurado;
b) prévia notificação do contribuinte quanto à instauração do processo e a todos os demais atos, garantido
o mais amplo acesso do contribuinte aos autos, permitindo-lhe tirar cópias, não apenas de documentos,
mas também de decisões;
c) sujeição do pedido de acesso a um superior hierárquico;
d) existência de sistemas eletrônicos de segurança que fossem certificados e com o registro de acesso; e,
finalmente,
e) estabelecimento de mecanismos efetivos de apuração e correção de desvios.
A Receita Federal, atualmente, já pode requisitar tais informações bancárias porque possui esse
regulamento. Trata-se justamente do Decreto 3.724/2001 acima mencionada, que regulamenta o art. 6º da
LC 105/2001.
O art. 5º da LC 105/2001, que permite obriga as instituições financeiras a informarem periodicamente à
Receita Federal as operações financeiras realizadas acima de determinado valor, também é considerado
constitucional.
STF. Plenário. ADI 2390/DF, ADI 2386/DF, ADI 2397/DF e ADI 2859/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em
24/2/2016 (Info 815).
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STF. Plenário. RE 601314/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/2/2016 (repercussão geral) (Info 815).
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SIGILO BANCÁRIO
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Os órgãos poderão requerer informações bancárias diretamente das instituições financeiras?
Polícia NÃO. É necessária autorização judicial.
MP NÃO. É necessária autorização judicial (STJ HC 160.646/SP, Dje
19/09/2011).
Exceção: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações
bancárias de contas de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o
fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra
ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, j. em 20/10/2015).
TCU NÃO. É necessária autorização judicial (STF MS 22934/DF, DJe de
9/5/2012).
Exceção: O envio de informações ao TCU relativas a operações de crédito
originárias de recursos públicos não é coberto pelo sigilo bancário (STF.
MS 33340/DF, j. em 26/5/2015).
Receita Federal SIM, com base no art. 6º da LC 105/2001. O repasse das informações dos
bancos para o Fisco não pode ser definido como sendo "quebra de sigilo
bancário".
Fisco estadual, SIM, desde que regulamentem, no âmbito de suas esferas de
distrital, municipal competência, o art. 6º da LC 105/2001, de forma análoga ao Decreto
Federal 3.724/2001.
CPI SIM (seja ela federal ou estadual/distrital) (art. 4º, § 1º da LC 105/2001).
Prevalece que CPI municipal não pode.
É garantida a estabilidade à empregada gestante mesmo que no momento em que ela tenha sido
demitida pelo empregador ele não soubesse de sua gravidez
A incidência da estabilidade prevista no art. 10, II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT) somente exige a anterioridade da gravidez à dispensa sem justa causa.
Art. 10. (...) II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: (...) da empregada gestante, desde a
confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
O único requisito exigido é de natureza biológica. Exige-se apenas a comprovação de que a gravidez tenha
ocorrido antes da dispensa arbitrária, não sendo necessários quaisquer outros requisitos, como o prévio
conhecimento do empregador ou da própria gestante.
Assim, é possível assegurar a estabilidade à gestante mesmo que no momento em que ela tenha sido
demitida pelo empregador ele não soubesse de sua gravidez.
STF. Plenário. RE 629053/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
10/10/2018 (repercussão geral) (Info 919).
Contribuição confederativa
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Súmula vinculante 40-STF: A contribuição confederativa de que trata o artigo 8º, IV, da Constituição
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Ação pedindo suplemento para criança lactente não perde o objeto pelo simples fato de terem se
passado vários anos sem o julgamento
Não há perda do objeto em mandado de segurança cuja pretensão é o fornecimento de leite especial
necessário à sobrevivência de menor ao fundamento de que o produto serve para lactentes e o impetrante
perdeu essa qualidade em razão do tempo decorrido para a solução da controvérsia.
STJ. 1ª Turma. AgRg no RMS 26.647-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 2/2/2017 (Info 601).
O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional
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STF. Plenário. ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 27/9/2017 (Info 879).
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É necessária a edição de LC federal para que possam ser criados novos municípios
Interno que preveja o pagamento de remuneração aos Deputados Estaduais em virtude de convocação
para sessão extraordinária.
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STF. Plenário. ADI 4587/GO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22/5/2014 (Info 747).
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ADI contra decisão administrativa de Tribunal de Justiça
O Plenário do TJRN, em um processo administrativo envolvendo dois servidores do Poder Judiciário,
reconheceu que eles teriam direito a determinada gratificação e, além disso, estendeu esse mesmo
benefício para todos os demais servidores do Tribunal que estivessem em situação análoga.
O STF decidiu que essa decisão administrativa poderia ser objeto de ADI porque ela teve conteúdo
normativo, com generalidade e abstração.
Quanto ao mérito, o STF decidiu que a decisão administrativa do TJ foi inconstitucional por violar a
necessidade de lei para concessão da gratificação (art. 37, X), por implicar em equiparação remuneratória
entre os servidores (art. 37, XIII) e por violar o entendimento exposto na Súmula 339 do STF (atual SV 37).
STF. Plenário. ADI 3202/RN, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 5/2/2014 (Info 734). Não cabe ao Poder Judiciário, que não
tem função legislativa, aumentar
Não cabe ADI contra decreto regulamentar de lei vencimentos de servidores públicos
sob o fundamento de isonomia.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual inadequado para o controle de decreto
regulamentar de lei estadual.
Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo um decreto que apenas
regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI. Não é ato normativo primário.
STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905).
Revogação do ato normativo que estava sendo impugnado e repetição de seu conteúdo
O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do
julgamento da ação?
Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203).
Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado que
houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF
a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306).
Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi
repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve desatualização
significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da ação (ADI 2418/DF).
Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que houve a
revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o julgamento, a
prejudicialidade da ADI já apreciada.
STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016 (Info 824).
STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845).
O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
concentrado de constitucionalidade
O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle
concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.
A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art.
103 da CF/88).
Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de
controle concentrado de constitucionalidade.
STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018.
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede
prazo em dobro à Fazenda Pública
Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, mesmo que seja para
interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização normativa abstrata.
Não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos prazos em dobro.
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma que concede prazo
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STF. Plenário. ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/SC, Rel. para acórdão
Min. Cármen Lúcia, julgados em 06/02/2019 (Info 929).
O STF decidiu que o requisito relativo à existência de controvérsia judicial relevante é qualitativo e não
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quantitativo. Em outras palavras, para verificar se existe a controvérsia não se examina apenas o número
de decisões judiciais. Não é necessário que haja muitas decisões em sentido contrário à lei. Mesmo
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havendo ainda poucas decisões julgando inconstitucional a lei já pode ser possível o ajuizamento da ADC se
o ato normativo impugnado for uma emenda constitucional (expressão mais elevada da vontade do
parlamento brasileiro) ou mesmo em se tratando de lei se a matéria nela versada for relevante e houver
risco de decisões contrárias à sua constitucionalidade se multiplicarem.
STF. Plenário. ADI 5316 MC/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/5/2015 (Info 786).
Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do poder público
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) é instrumento eficaz de controle da
inconstitucionalidade por omissão.
A ADPF pode ter por objeto as omissões do poder público, quer totais ou parciais, normativas ou não
normativas, nas mesmas circunstâncias em que ela é cabível contra os atos em geral do poder público,
desde que essas omissões se afigurem lesivas a preceito fundamental, a ponto de obstar a efetividade de
norma constitucional que o consagra.
STF. Plenário. ADPF 272/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 25/3/2021 (Info 1011).
A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação
direta.
STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985).
TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro norma da Constituição Federal?
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando
como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória
pelos estados.
STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
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É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de
constitucionalidade.
STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857).
É possível que uma emenda constitucional seja julgada formalmente inconstitucional se ficar
demonstrado que ela foi aprovada com votos “comprados” dos parlamentares e que esse número foi
suficiente para comprometer o resultado da votação
Em tese, é possível o reconhecimento de inconstitucionalidade formal no processo constituinte reformador
quando eivada de vício a manifestação de vontade do parlamentar no curso do devido processo
constituinte derivado, pela prática de ilícitos que infirmam a moralidade, a probidade administrativa e
fragilizam a democracia representativa.
STF. Plenário. ADI 4887/DF, ADI 4888/DF e ADI 4889/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/11/2020
(Info 998).
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
É possível que a Constituição do Estado preveja iniciativa popular para a propositura de emenda à
Constituição Estadual
A iniciativa popular de emenda à Constituição Estadual é compatível com a Constituição Federal,
encontrando fundamento no art. 1º, parágrafo único, no art. 14, II e III e no art. 49, VI, da CF/88.
Embora a Constituição Federal não autorize proposta de iniciativa popular para emendas ao próprio texto,
mas apenas para normas infraconstitucionais, não há impedimento para que as Constituições Estaduais
prevejam a possibilidade, ampliando a competência constante da Carta Federal.
STF. Plenário. ADI 825/AP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/10/2018 (Info 921).
Crimes de responsabilidade
Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas
normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.
Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da
União para legislar sobre telecomunicações.
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STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio,
ADI 5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli, ADI 4861/SC, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgados em 3/8/2016 (Info 833).
É constitucional lei estadual que obriga a empresa de telefonia celular a disponibilizar na internet extrato
detalhado das chamadas telefônicas e serviços utilizados nos planos pré-pagos
É constitucional norma estadual que disponha sobre a obrigação de as operadoras de telefonia móvel e fixa
disponibilizarem, em portal da “internet”, extrato detalhado das chamadas telefônicas e serviços utilizados
na modalidade de planos “pré-pagos”.
Trata-se de norma sobre direito do consumidor que admite regulamentação concorrente pelos Estados-
Membros, nos termos do art. 24, V, da Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5724/PI, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 27/11/2020 (Info 1000).
É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviço no Estado a fornecerem
previamente ao consumidor a identificação do profissional que fará o atendimento na sua residência
É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviços no Estado (exs: empresas de
telefonia, de TV por assinatura, de energia elétrica etc.) a informarem previamente a seus clientes os dados
do empregado que realizará o serviço na residência do consumidor.
Ex: lei do RJ prevê que as empresas prestadoras de serviços, quando acionadas para realizar qualquer
reparo na residência do consumidor, ficam obrigadas a enviar uma mensagem de celular, pelo menos 1h
antes do horário agendado, informando o nome e a identidade do funcionário que irá ao local.
STF. Plenário. STF. Plenário. ADI 5745/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 07/02/2019 (Info 929).
As normas gerais sobre educação foram editadas pela União na Lei 9.394/96 (LDB).
Determinado Estado-membro editou uma lei prevendo o número máximo de alunos que poderiam estudar
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O STF entendeu que essa lei é constitucional e que não usurpa a competência da União para legislar sobre
normas gerais de educação.
STF. Plenário. ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/2/2015 (Info 775).
Em regra, a competência para dar nome a logradouros públicos é do Prefeito, por meio de decreto;
contudo, a lei orgânica poderá prever essa competência também para a Câmara Municipal, por meio de
lei, desde que não exclua a do Prefeito
A Lei Orgânica do Município de Sorocaba/SP previu que cabe à Câmara Municipal legislar sobre
“denominação de próprios, vias e logradouros públicos” (art. 33, XII).
O STF afirmou que se deve realizar uma interpretação conforme a Constituição Federal para o fim de
reconhecer que existe, no caso, uma coabitação normativa entre os Poderes Executivo (decreto) e
Legislativo (lei formal) para o exercício da competência destinada à denominação de próprios, vias e
logradouros públicos e suas alterações, cada qual no âmbito de suas atribuições.
Assim, tanto o chefe do Poder Executivo (mediante decreto) como também a Câmara Municipal (por meio
de lei) podem estabelecer os nomes das vias e logradouros públicos.
STF. Plenário. RE 1151237/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/10/2019 (Info 954).
PODER LEGISLATIVO
Parlamentar, mesmo sem a aprovação da Mesa Diretora, pode, na condição de cidadão, ter acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo dos órgãos públicos
O parlamentar, na condição de cidadão, pode exercer plenamente seu direito fundamental de acesso a
informações de interesse pessoal ou coletivo, nos termos do art. 5º, inciso XXXIII, da Constituição Federal e
das normas de regência desse direito.
STF. Plenário. RE 865401/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/4/2018 (repercussão geral) (Info 899).
Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação definitiva
O § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar (provisória) do parlamentar, ou seja, não
proíbe a prisão decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso de Deputado Federal
condenado definitivamente pelo STF.
STF.doPlenário.
Desde a expedição diploma, osAP 396 do
membros QO/RO, APNacional
Congresso 396 ED-ED/RO, Rel.
não poderão ser Min.
presos, Cármen
salvo Lúcia,
em flagrante julgado
de crime em 26/6/2013
inafiançável. Nesse caso, os(Info 712).remetidos dentro de
autos serão
vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. ISSO NÃO VALE SE A CONDENAÇÃO FOR DEFINITIVA!
Judiciário pode impor aos parlamentares as medidas cautelares do art. 319 do CPP, no entanto, a
respectiva Casa legislativa pode rejeitá-las (caso Aécio Neves)
O Poder Judiciário possui competência para impor aos parlamentares, por autoridade própria, as medidas
cautelares previstas no art. 319 do CPP, seja em substituição de prisão em flagrante delito por crime
inafiançável, por constituírem medidas individuais e específicas menos gravosas; seja autonomamente, em
circunstâncias de excepcional gravidade.
Obs: no caso de Deputados Federais e Senadores, a competência para impor tais medidas cautelares é do
STF (art. 102, I, “b”, da CF/88).
Importante, contudo, fazer uma ressalva: se a medida cautelar imposta pelo STF impossibilitar, direta ou
indiretamente, que o Deputado Federal ou Senador exerça o seu mandato, então, neste caso, o Supremo
deverá encaminhar a sua decisão, no prazo de 24 horas, à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal
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para que a respectiva Casa delibere se a medida cautelar imposta pela Corte deverá ou não ser mantida.
Assim, o STF pode impor a Deputado Federal ou Senador qualquer das medidas cautelares previstas no art.
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319 do CPP. No entanto, se a medida imposta impedir, direta ou indiretamente, que esse Deputado ou
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Senador exerça seu mandato, então, neste caso, a Câmara ou o Senado poderá rejeitar (“derrubar”) a
medida cautelar que havia sido determinada pelo Judiciário.
Aplica-se, por analogia, a regra do §2º do art. 53 da CF/88 também para as medidas cautelares diversas da
prisão.
STF. Plenário. ADI 5526/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/10/2017 (Info 881).
PROCESSO LEGISLATIVO
O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que
versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP
O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas
do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações
legislativas da Casa em que estiver tramitando”.
Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar esse § 6º, não
adotou uma exegese literal e afirmou que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos
de leis ordinárias que versem sobre temas que possam ser tratados por medida provisória.
Assim, por exemplo, mesmo havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato de não ter sido
apreciada no prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o Senado poderão votar
normalmente propostas de emenda constitucional, projetos de lei complementar, projetos de resolução,
projetos de decreto legislativo e até mesmo projetos de lei ordinária que tratem sobre um dos assuntos do
art. 62, § 1º, da CF/88. Isso porque a MP somente pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e
desde que não incida em nenhuma das proibições do art. 62, § 1º.
STF. Plenário. MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870).
Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na análise dos
requisitos da MP.
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Proibição de reedição de medidas provisórias na mesma sessão legislativa
É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida provisória cujo conteúdo
normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de
eficácia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional
dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal.
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em
27/3/2019 (Info 935).
Iniciativa de lei que disponha sobre o regime jurídico dos servidores públicos
São inconstitucionais leis estaduais, de iniciativa parlamentar, que disponham sobre o regime jurídico dos
servidores públicos (seus direitos e deveres).
O art. 61, § 1º, II, “c”, da CF/88 prevê que compete ao Chefe do Poder Executivo a iniciativa de lei que trate
sobre os direitos e deveres dos servidores públicos. Essa regra também é aplicada no âmbito estadual por
força do princípio da simetria.
O fato de o Governador do Estado sancionar esse projeto de lei não faz com que o vício de iniciativa seja
sanado (corrigido). A Súmula 5 do STF há muitos anos foi cancelada.
STF. Plenário. ADI 3627/AP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 6/11/2014. (Info 766).
Essa regra da iniciativa privativa do art. 61, § 1º, II, “c” da CF/88 deve ser aplicada também no âmbito
municipal?
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SIM. Ex: a Lei Orgânica de Cambuí/MG concedeu benefícios a servidores públicos daquela municipalidade.
O STF julgou a referida lei inconstitucional por ofender justamente o art. 61, § 1º, II, “c” da CF/88, a ensejar
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STF. Plenário. RE 590829/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 5/3/2015 (Info 776).
TRIBUNAL DE CONTAS
Criação de Procuradoria do Tribunal de Contas e impossibilidade de que tal órgão seja responsável pela
cobrança das multas
É constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais, vedada a
atribuição de cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunal.
É inconstitucional norma estadual que preveja que compete à Procuradoria do Tribunal de Contas cobrar
judicialmente as multas aplicadas pela Corte de Contas.
A Constituição Federal não outorgou aos Tribunais de Contas competência para executar suas próprias
decisões.
As decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou multa têm eficácia de título executivo, mas
não podem ser executadas por iniciativa do próprio Tribunal.
STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 851).
Iniciativa privativa para as leis que tratam sobre sua organização e funcionamento
É inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que trate sobre os cargos, a organização e o funcionamento
do Tribunal de Contas. É a própria Corte de Contas que tem competência reservada para deflagrar o
processo legislativo que trate sobre essa matéria (arts. 73, 75 e 96 da CF/88).
STF. Plenário. ADI 3223/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info 766).
Fiscalização do TC sobre pessoas jurídicas de direito privado que recebem recursos públicos
Os Tribunais de Contas possuem competência para fiscalizar pessoas jurídicas de direito privado que
recebam recursos públicos. Ex.: associações.
Processo administrativo que julga admissão deve ter contraditório e ampla defesa
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O processo administrativo no Tribunal de Contas que julga admissões de servidores públicos deve assegurar
aos interessados o contraditório e a ampla defesa considerando que poderá resultar em anulação ou
revogação dos atos administrativos de nomeação dos servidores, repercutindo, portanto, no âmbito dos
interesses individuais.
STJ. 2ª Turma. RMS 27.233-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/2/2012 (Info 490).
PODER EXECUTIVO
Impossibilidade de aplicação do art. 86, § 4º, da CF/88 a outras autoridades que não o Presidente da
República (não poder ser responsabilizado or atos estranhos ao exercício de suas funções)
Não é possível aplicar o art. 86, § 4º, da CF/88 para o Presidente da Câmara dos Deputados, considerando
que a garantia prevista neste dispositivo é destinada expressamente ao chefe do Poder Executivo da União
(Presidente da República).
Desse modo, por se tratar de um dispositivo de natureza restritiva, não é possível qualquer interpretação
que amplie a sua incidência a outras autoridades, notadamente do Poder Legislativo.
STF. Plenário. Inq 3983/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 02 e 03/03/2016 (Info 816).
Imunidade do art. 51, I, e art. 86 da CF/88 não se estende para codenunciados que não sejam Presidente
da República, Vice ou Ministro de Estado
A imunidade formal prevista no art. 51, I, e no art. 86, caput, da CF/88 não se estende para os
codenunciados que não se encontrem investidos nos cargos de Presidente da República, Vice-Presidente da
República e Ministro de Estado.
A finalidade dessa imunidade é proteger o exercício regular desses cargos, razão pela qual não é extensível
a codenunciados que não se encontrem ocupando tais funções.
STF. Plenário. Inq 4483 AgR-segundo/DF e Inq 4327 AgR-segundo/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgados em
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Não há necessidade de prévia autorização da ALE para que o STJ receba denúncia criminal contra o
Governador do Estado
Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba denúncia ou
queixa e instaure ação penal contra Governador de Estado, por crime comum.
Em outras palavras, não há necessidade de prévia autorização da ALE para que o Governador do Estado
seja processado por crime comum.
Se a Constituição Estadual exigir autorização da ALE para que o Governador seja processado criminalmente,
essa previsão é considerada inconstitucional.
Assim, é vedado às unidades federativas instituir normas que condicionem a instauração de ação penal
contra Governador por crime comum à previa autorização da Casa Legislativa.
Se o STJ receber a denúncia ou queixa-crime contra o Governador, ele ficará automaticamente suspenso de
suas funções no Poder Executivo estadual?
NÃO. O afastamento do cargo não se dá de forma automática.
O STJ, no ato de recebimento da denúncia ou queixa, irá decidir, de forma fundamentada, se há
necessidade de o Governador do Estado ser ou não afastado do cargo.
Vale ressaltar que, além do afastamento do cargo, o STJ poderá aplicar qualquer uma das medidas
cautelares penais (exs: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca, fiança, monitoração
eletrônica etc.).
STF. Plenário. ADI 5540/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2017 (Info 863).
STF. Plenário. ADI 4764/AC, ADI 4797/MT e ADI 4798/PI, Rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min.
Roberto Barroso, julgados em 4/5/2017 (Info 863).
ADVOCACIA PÚBLICA
CPC 2015
Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os interesses públicos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio da representação judicial, em todos os
âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração direta e indireta.
Responsabilidade do parecerista
É possível a responsabilização de advogado público pela emissão de parecer de natureza opinativa, desde
que reste configurada a existência de culpa ou erro grosseiro.
STF. 1ª Turma.MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 18/9/2012 (Info 680).
Segundo a doutrina e o voto do Min. Joaquim Barbosa no MS 24.631/DF, existem três espécies de parecer:
Facultativo Obrigatório Vinculante
O administrador NÃO É O administrador é obrigado a O administrador É obrigado a
obrigado a solicitar o parecer solicitar o parecer do órgão solicitar o parecer do órgão
do órgão jurídico. jurídico. jurídico.
O administrador pode O administrador pode O administrador NÃO pode
discordar da conclusão discordar da conclusão discordar da conclusão
exposta pelo parecer, desde exposta pelo parecer, desde exposta pelo parecer.
que o faça que o faça Ou o administrador decide
fundamentadamente. fundamentadamente com nos termos da conclusão do
base em um novo parecer. parecer, ou, então, não
decide.
Em regra, o parecerista não Em regra, o parecerista não Há uma partilha do poder de
tem responsabilidade pelo tem responsabilidade pelo decisão entre o administrador
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Contudo, o parecerista pode Contudo, o parecerista pode deve ser de acordo com o
ser responsabilizado se ficar ser responsabilizado se ficar parecer.
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configurada a existência de configurada a existência de
culpa ou erro grosseiro. culpa ou erro grosseiro. Logo, o parecerista responde
solidariamente com o
administrador pela prática do
ato, não sendo necessário
demonstrar culpa ou erro
grosseiro.
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre a PGE
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre as
competências da Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria é de iniciativa reservada ao chefe
do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88).
É do Governador do Estado a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a organização e as
atribuições dos órgãos e entidades da Administração Pública estadual.
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935).
O art. 132 da CF/88 confere à PGE atribuição para a consultoria jurídica e a representação judicial apenas
no que se refere à administração pública direta, autárquica e fundacional
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É inconstitucional lei estadual que confira à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) competência para
controlar os serviços jurídicos e para fazer a representação judicial de empresas públicas e sociedades de
economia mista, inclusive com a possibilidade de avocação de processos e litígios judiciais dessas estatais.
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Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador na administração das empresas públicas e
sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito privado.
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O art. 132 da CF/88 confere às Procuradorias dos Estados/DF atribuição para as atividades de consultoria
jurídica e de representação judicial apenas no que se refere à administração pública direta, autárquica e
fundacional.
STF. Plenário. ADI 3536/SC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 2/10/2019 (Info 954).
É constitucional lei que preveja o pagamento de honorários de sucumbência aos advogados públicos; no
entanto, a somatória do subsídio com os honorários não pode ultrapassar mensalmente o teto
remuneratório, ou seja, o subsídio dos Ministros do STF
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se,
porém, o limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição.
STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020.
É constitucional lei complementar estadual que preveja que compete exclusivamente ao Procurador-
Geral de Justiça interpor recursos ao STF e STJ
Lei Orgânica estadual do Ministério Público pode atribuir privativamente ao Procurador-Geral de Justiça a
competência para interpor recursos dirigidos ao STF e STJ.
STF. Plenário. ADI 5505, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020.
Norma estadual não pode conferir independência funcional aos Procuradores do Estado
A Procuradoria-Geral do Estado é o órgão constitucional e permanente ao qual se confiou o exercício da
advocacia (representação judicial e consultoria jurídica) do Estado-membro (art. 132 da CF/88).
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A parcialidade é inerente às suas funções, sendo, por isso, inadequado cogitar-se independência funcional,
nos moldes da Magistratura, do Ministério Público ou da Defensoria Pública (art. 95, II; art. 128, § 5º, I, b; e
art. 134, § 1º, da CF/88).
STF. Plenário. ADI 1246, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/04/2019.
? A Constituição Estadual, ao prever as competências do TJ, não pode trazer um dispositivo aberto,
delegando ao legislador infraconstitucional a tarefa de definir as autoridades com foro privativo.
STF. Plenário. HC 103803/RR, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 01/07/2014 (Info 752).
Responsabilidade
CPC 2015/Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir
com dolo ou fraude no exercício de suas funções
Transgênero pode alterar seu prenome e gênero no registro civil mesmo sem fazer cirurgia de
transgenitalização e mesmo sem autorização judicial
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de
gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o
qual poderá exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa.
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo
“transgênero”.
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Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de
certidão de inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial.
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