Aula 16 - Engenharia de Reservatórios I

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ENGENHARIA DE

RESERVATÓRIOS I
3º Ano - 2º Semestre
Ano Lectivo 2022/2023

ISPTEC - Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências


Docente: Geraldo A. R. Ramos, PhD
CAPÍTULO 6
Fluxo de Fluidos em Meios
Porosos

Engenharia de Reservatórios
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Geraldo Ramos
Capítulo 6 – Fluxo de Fluidos em Meios Porosos
 6.1. Equação da difusividade hidráulica, equação da conservação da massa,
equação de Darcy e equação de estado;
 6.2. Fluxo linear e fluxo radial;
 6.3. Fluxo multifásico;
 6.4. Índice de produtividade, razão de dano e razão de produtividade;
 6.5. Raio efectivo de um poço;
 6.6. Reservatórios naturalmente fraturados;
 6.7. Produtividade de poços verticais: Cone de água ou gás em poços verticais.
 6.8. Produtividade de poços horizontais;

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EQUAÇÃO DA DIFUSIVIDADE HIDRÁULICA
 REGIME DO FLUXO TRANSIENTE

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Regime transiente
As equações de difusividade para regime transiente são obtidas supondo que o meio poroso seja:
 plano
 Horizontal
 Infinito lateralmente
 Espessura uniforme
 Produção com um poço único
 Vazão constante

Existem duas condições inciais e de contorno necessária para completar a formulação e a


solução da equação de fluxo transiente. As duas condições de contorno são:
 A formação produz a uma vazão constante.
 Não há fluxo através do limite externo e o reservatório se comporta como se fosse infinito
em tamanho, ou seja, re = ꚙ.

A solução que será estudada é chamada de solução da linha fonte, também conhecida como
solução da fonte linear.
 Pois supõe que o poço seja uma limha (rw → 0) para onde o fluido se desloca e através da
qual ocorre a produção

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Regime transiente
Equação da difusividade para o fluxo radial na sua forma incial:
0,00633 𝜕 𝜕𝑝 𝜙𝑐𝑡 𝜇 𝜕𝑝
𝑟 = −−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(1)
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑘 𝜕𝑡
Ou para sistema internacional
1 𝜕 𝜕𝑝 𝜙𝑐𝑡 𝜇 𝜕𝑝
𝑟 = −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(2)
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟 𝑘 𝜕𝑡
Objectivo é obter uma solução do otipo p=f(r,t).
Condição inicial:
𝑝 𝑟, 0 = 𝑝𝑖 , 𝑟 > 0 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(3)
Condição de contorno externo:
lim 𝑝(𝑟, 𝑡) = 𝑝𝑖 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(4)
𝑟→∞
Condição de contorno interno:
𝑞 𝑘 𝜕𝑝
𝜐𝑟 = − = −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(5)
𝐴 𝜇 𝜕𝑟
Ou para a vazão no poço constante:
𝜕𝑝 𝑞𝜇
lim 𝑝 𝑟 = , 𝑡 > 0 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(6)
𝑟→∞ 𝜕𝑟 2𝜋𝑘ℎ

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Regime transiente
Considerando as condições mencionadas anteriormente:
𝑞𝜇
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 + 𝐸 −𝑋 , 𝑡 > 0 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(7)
4𝜋𝑘ℎ 𝑖
Ou
𝑞𝜇 1
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 + 𝐸 (−𝑋) , 𝑡 > 0 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(8)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖
Onde
𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
𝑋= −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(9)
4𝑘𝑡
Ei é a função integral exponencial, definida por:

𝑒 −𝜉
𝐸𝑖 𝑋 = 𝐸𝑖 −𝑋 = 𝑑𝜉 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(10)
𝜉
𝑋

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Regime transiente
Então,
𝑞𝜇 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2 𝑞𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 + 𝐸 − = 𝑝𝑖 + 𝐸 − −−−−− −(11)
4𝜋𝑘ℎ 𝑖 4𝑘𝑡 2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡
Como -Ei(-X)=Ei(X), a solução pode ainda ser escrita como:
𝑞𝜇 1 𝑞𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 − 𝐸 𝑋 = 𝑝𝑖 − 𝐸 −−−−−−−−−− −(12)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡
Usando as variáveis adimensionais resulta na expressão:
1 𝑟𝐷2
𝑝𝐷 𝑟𝐷 , 𝑡𝐷 = 𝐸𝑖 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(13)
2 4𝑡𝐷

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Regime transiente

Comportamento da pressão durante fluxo transiente produzindo com vazão constante durante o
sistema radial

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Regime transiente
Para pequenos valores do argumento, a função integral exponencial pode ser aproximada por
(Abramowitz & Stegun, 1964):
𝐸𝑖 −𝑋 ≅ ln 𝛾𝑋 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(14)
Onde
𝛾 = 𝑒 0,57722 = 1,78108 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(15)
O número 0,57722 é conhecido como constante de Euler. Essa proximação apresenta erro <1%
para X <0,025:
𝑞𝜇 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2 𝑞𝜇 4𝑘𝑡
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 + 𝑙𝑛 = 𝑝𝑖 − 𝑙𝑛 −−−−−−− −(16)
4𝜋𝑘ℎ 4𝑘𝑡 4𝜋𝑘ℎ 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
ou
𝑞𝜇 1 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2 𝑞𝜇 1 4𝑘𝑡
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 + 𝑙𝑛 = 𝑝𝑖 − 𝑙𝑛 −−−− −(17)
2𝜋𝑘ℎ 2 4𝑘𝑡 2𝜋𝑘ℎ 2 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
Usando as variáveis adimensionais resulta na expressão:
1 4𝑡𝐷
𝑝𝐷 𝑟𝐷 , 𝑡𝐷 = 𝑙𝑛 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(18)
2 𝛾𝑟𝐷2

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Regime transiente
De modo geral, as aproximações dadas nas equações 16 e 17 para o cálculo da pressão no poço
(pw), já neste ponto é satisfeita a condição:
𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
𝑋= < 0,025 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(19)
4𝑘𝑡
Para pequenos valores de tempo, então:
𝑞𝜇 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2 𝑞𝜇 4𝑘𝑡
𝑝𝑤 (𝑡) = 𝑝𝑖 + 𝑙𝑛 = 𝑝𝑖 − 𝑙𝑛 −−−−−−− −(20)
4𝜋𝑘ℎ 4𝑘𝑡 4𝜋𝑘ℎ 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
ou
𝑞𝜇 1 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2 𝑞𝜇 1 4𝑘𝑡
𝑝𝑤 𝑡 = 𝑝𝑖 + 𝑙𝑛 = 𝑝𝑖 − 𝑙𝑛 −−−− −(21)
2𝜋𝑘ℎ 2 4𝑘𝑡 2𝜋𝑘ℎ 2 𝛾𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
Usando as variáveis adimensionais resulta na expressão:
1 4𝑡𝐷
𝑝𝑤𝐷 𝑡𝐷 ≡ 𝑝𝐷 𝑟𝐷 = 1, 𝑡𝐷 = 𝑙𝑛 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(22)
2 𝛾
Substituindo a equação 15, na equação 22, tem-se:
1
𝑝𝑤𝐷 𝑡𝐷 = 𝑙𝑛𝑡𝐷 + 0,80907 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(23)
2

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Regime transiente
 O tempo necessário para se alcançar o regime pseudopermanente no reservatório com uma
geometria qualquer pode ser obtido utilizando o conceito de tempo adimensional
0,000264𝑘𝑡
𝑡𝐷 = −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(24)
𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝑤2
 Baseando-se na área total de drenagem:
0,000264𝑘𝑡 𝑟𝑤2
𝑡𝐷𝐴 = = 𝑡𝐷 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(25)
𝜙𝜇𝑐𝑡 𝐴 𝐴
FLUXO LINEAR
𝑞𝜇 4𝜂𝑡 2 𝑥
𝑝 𝑥, 𝑡 = 𝑝𝑖 − 𝑒𝑥𝑝 −𝑥 4𝜂𝑡 − 𝑥 𝑒𝑟𝑓𝑐 −−−−−− −(26)
𝑘𝐴 𝜋 4𝜂𝑡
Ou
𝑞𝜇 4𝜂𝑡 −𝑥 2 𝑥 𝑥
𝑝 𝑥, 𝑡 = 𝑝𝑖 − 𝑒𝑥𝑝 4𝜂𝑡 − 𝑥 𝑒𝑟𝑓𝑐 −−− −(27)
𝑘𝐴 𝜋𝐿2 𝐿 4𝜂𝑡
Onde erfc é a função erro complementar obtida através de tabelas disponíveis e definida por:
2 ∞ −𝑧 2
erfc 𝜉 = 𝑒 𝑑𝑧 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(28)
𝜋 𝜉

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Regime transiente

 A solução da equação da difusividade


apresentada foram desenvolvidas admitindo
que o reservatório que o reservatório esteja
a produzir com vazão constante.
 Na prática muitas vezes esta condição não é
satisfeita
 A solução pode ser determinada aplicando-
se o chamado do princípio da superposição
de efeitos.

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Princípio da superposição
O princípio da superposição de efeitos constitui uma particularidade matemática aplicável às
equações diferenciais lineares.
Princípio da superposição - qualquer combinação linear de soluções desse tipo de equações é
também uma solução da equação.
Sendo a equação da difusividade hidráulica uma diferencial parcial, a superposição de efeitos
poderá ser aplicada tanto emm relação ao tempo quanto ao espaço
Asumindo que o reservatório comporte como se fosse infinito e utilizando a solução da linha
fonte, a pressão em qualquer ponto do sistema, para o caso de vazão constante, é dada pela
equação 12:
𝑞𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝑝𝑖 − 𝐸 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(29)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡
Então a queda de pressão em relação à inicial, ∆𝑝 = 𝑝𝑖 − 𝑝 para o caso de vazão constante
𝑞𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟 2
∆𝑝 𝑟, 𝑡 ≡ 𝑝𝑖 − 𝑝 𝑟, 𝑡 = 𝐸 −−−−−−−−−−−−−−−−− −(30)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡

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Princípio da superposição de efeitos
Para dois poços distintos A e B, estejam produzindo com vazões constantes qA e qB de um
reservatório infinito. Assumindo que os dois poços iniciam a produção simulataneamente, o
cálculo da queda de pressão no ponto C do reservatório é obtido:
∆𝑝𝑐 = ∆𝑝𝐴,𝑐 + ∆𝑝𝐵,𝑐
Onde ∆𝑝𝐴,𝑐 𝑒 ∆𝑝𝐵,𝑐 são as quedas de pressão no oponto C, das produções dos poços A e B:
2
𝑞𝐴 𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝐴𝐶
∆𝑝𝐴,𝑐 ≡ 𝑝𝑖 − 𝑝 𝑟𝐴,𝑐 , 𝑡 = 𝐸 −−−−−−−−−−−−−−−− −(31)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡
Então a queda de pressão em relação à inicial, ∆𝑝 = 𝑝𝑖 − 𝑝 para o caso de vazão constante
2
𝑞𝐵 𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝐵𝐶
∆𝑝𝐵,𝑐 ≡ 𝑝𝑖 − 𝑝 𝑟𝐵,𝑐 , 𝑡 = 𝐸 −−−−−−−−−−−−−−−− −(32)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡
Onde rAC e rBC são as distâncias do ponto C aos pontos A e B, respectivamente. A que de pressão
no ponto C:
2 2
𝑞𝐴 𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝐴𝐶 𝑞𝐵 𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝐵𝐶
∆𝑝𝐶 ≡ 𝐸 + 𝐸 −−−−−−−−−−−− −(33)
2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡 2𝜋𝑘ℎ 2 𝑖 4𝑘𝑡
ou
2 2
𝜇 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝐴𝐶 1 𝜙𝜇𝑐𝑡 𝑟𝐵𝐶
∆𝑝𝐶 ≡ 𝑞 𝐸 + 𝑞𝐵 𝐸𝑖 −−−−−−−−−−−− −(34)
2𝜋𝑘ℎ 𝐴 2 𝑖 4𝑘𝑡 2 4𝑘𝑡

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Exemplo 1
1. Um reservatório retangular, cujos lados são de 400 m e 200 m, produz com vazão constante
através de um poço, localizado no centro. Quanto tempo será necessário para que se
observe o regime pseudopermanente de fluxo? Compare o valor encontrado com o que
seria necessário se o reservatório fosse circular e possuisse a mesma área. Outras
informações são:
Permeabilidade efectiva ao óleo --------------------------------------------------- ko = 300 md
Viscosidade do óleo no reservatório ---------------------------------------------- µo = 4,0 cp
Espessura da formação --------------------------------------------------------------- h = 7 m
Porosidade da rocha ------------------------------------------------------------------ ϕ=16%
Compressibilidade total do sistem ----------------------------------------------ct = 8x10-5 (kgf/cm2)-1

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Exemplo 1 - Solução
Usando as tabelas de forma , o tempo adimensional para se atingir o regime pseudopermanente
no reservatório retacngular, com o poço no centro e relação entre os lados de 2:1 é dado por:
𝑡𝐷𝐴 = 0,3
Usando o sistema de unidades para o tempo adimensional:
0,0003484𝑘𝑡
𝑡𝐷𝐴 =
𝜙𝜇𝑐𝑡 𝐴

Logo
0,0003484 × 300𝒕
0,3 = ⇒ 𝑡 = 11,8 ℎ = 0,49 𝑑
0,16 × 4 × 8 × 10−5 × 400 × 200
Se o reservatório fosse circular, o tempo adimensional seria
𝑡𝐷𝐴 = 0,1
Assim, o tempo real necessário seria equivalente a um terço do caso anterior, ou seja:
𝑡 = 3,9 ℎ = 0,16 𝑑

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Exemplo 2
2. Um reservatório está produzindo com vazão constante através de um poço
verticalmente fracturado. Outros dados são:
Permeabilidade da formação---------- ----------------------------------- k = 20 md
Viscosidade do óleo no reservatório ------------------------------------ µo = 0,8 cp
Factor volume-formação do óleo ---------------------------------------- Bo = 1,2 m3/m3 std
Comprimento total da fratura ----------------------------------------------W = 200 m
Espessura da formação ------------------------------------------------------ h = 20 m
Porosidade da rocha ---------------------------------------------------------- ϕ=18%
Compressibilidade total do sistem ------------------------------------------ct = 150x10-6 (kgf/cm2)-1
Vazão de óleo ------------------------------------------------------------------- qo = 400 m3 std/d
Calcular, admitindo fluxo lenear no reservatório:
a) A queda de pressão no poço nos instantes 0,1; 1 e 10 horas após o início da produção.
b) A queda de pressão a 100m do poço, medidos perpendicularmente ao plano de
fratura, nos instantes mencionados em (a).

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Exemplo 2 - Solução
O sistema em questão pode ser representado por um meio poroso linear infinito que produz através de uma
face. Vamos usar a equação 27, onde q=qoBo e ajustando as unidades, e por simplicidade L=1 tem-se:
119,6𝑞𝑜 𝐵𝑜 𝜇 4𝜂𝑡 2 𝑥
Δ𝑝 𝑥, 𝑡 = 𝑒𝑥𝑝 −𝑥 4𝜂𝑡 − 𝑥 𝑒𝑟𝑓𝑐
𝑘𝐴 𝜋 4𝜂𝑡

119,6𝑞𝑜 𝐵𝑜 𝜇 119,6 × 200 × 1,2 × 0,8


= = 0,287 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚2 𝑚
𝑘𝐴 20 × 200 × 20

0,0003484𝑘 0,0003484 × 20
𝜂= = −6
= 322,6 𝑚2 ℎ
𝜙𝜇𝑐𝑡 0,18 × 0,8 × 150 × 10
Parte (a): No início da produção, no poço (x=0) a queda de pressão é dada pela expressão:
119,6𝑞𝑜 𝐵𝑜 𝜇 4𝜂𝑡 4 × 322,6𝑡
Δ𝑝 𝑥 = 0, 𝑡 = = 0,287 = 5,82 𝑡(ℎ)
𝑘𝐴 𝜋 𝜋

t(h) ∆𝑝 𝑡 , 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2
0,1 1,83
1,0 5,82
10 18,39

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Exemplo 2 - Solução
Parte (b):
119,6𝑞𝑜 𝐵𝑜 𝜇 4𝜂𝑡 2 𝑥
Δ𝑝 𝑥 = 100, 𝑡 = 𝑒𝑥𝑝 −𝑥 4𝜂𝑡 − 𝑥 𝑒𝑟𝑓𝑐
𝑘𝐴 𝜋 4𝜂𝑡

4𝜂 4 × 322,6
= = 20,3
𝜋 𝜋

𝑥2 1002
= = 7,75 ℎ
4𝜂 4 × 322,6

𝑥 100
= = 2,78ℎ1/2
4𝜂 4 × 322,6

2,78
Δ𝑝 𝑥, 𝑡 = 0,287 20,3 𝑡𝑒𝑥𝑝 −7,75 𝑡 − 100 𝑒𝑟𝑓𝑐
𝑡
t(h) 2,78 𝑡 erfc(2,78 𝑡) ∆𝑝 100, 𝑡 , 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2
0,1 8,79 1,8 × 10−35 0
1,0 2,78 8,4 × 10−5 9,9 × 10−5
10 0,88 0,2133 2,4

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Interpolação ou programa
𝑦 − 𝑦0 𝑥 − 𝑥0
=
𝑦1 − 𝑦0 𝑥1 − 𝑥0

𝑥 − 𝑥0
𝑦 = 𝑦0 + (𝑦1 − 𝑦0 )
𝑥1 − 𝑥0

https://www.medcalc.org/manual/erfc-function.php

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TRABALHO DE CASA

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Exercícios
1. Considere um sistema infinito que esteja produzindo através de um único poço, com as segunites
características:
Permeabilidade efectiva ao óleo----------------------------------------- ---ko = 100 md
Viscosidade do óleo no reservatório----------------------------------------µo = 3,0 cp
Factor volume-formação do óleo --------------------------------------------Bo = 1,25 m3/m3 std
Espessura da formação ---------------------------------------------------------h = 4 m
Porosidade da rocha -------------------------------------------------------------ϕ = 20%
Compressibilidade total do sistema ------------------------------------------ct=130 x 10-6 (kgf/cm2)-1
Vazão de óleo ---------------------------------------------------------------------qo = 35 m3 std/d
Raio do poço ----------------------------------------------------------------------rw = 0,10 m
Calcular:
a) A queda da pressão no poço nos instantes 0,1; 1; 10 e 30 dias após o início da produção.
b) A queda da pressão em um poço afastado 300 m do centro do poço, para os mesmos tempos de
produção do item (a).

2. Um poço fechado está localizado a 150 m de um poço produtor e a 300 m de um segundo poço
produtor. O primeiro produz 40 m3 std/d e o segundo, cujo o início de produção ocorreu 3 dias após o
início da produção do primeiro, ,produz 60 m3 std/d. Qual é a queda de pressão observada no poço
fechado 8 dias após o início da produção do primeiro poço? Outras informações do reservatório são:
Permeabilidade efectiva ao óleo----------------------------------------- ---ko = 200 md
Viscosidade do óleo no reservatório----------------------------------------µo = 2,0 cp
Factor volume-formação do óleo --------------------------------------------Bo = 1,4 m3/m3 std
Espessura da formação ---------------------------------------------------------h = 3 m
Porosidade da rocha -------------------------------------------------------------ϕ = 30%
Compressibilidade total do sistema ------------------------------------------ct=8 x 10-5 (kgf/cm2)-1
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Exercício 2
2.Um poço fechado está localizado a 150 m de um poço produtor e a 300 m de um
segundo poço produtor. O primeiro produz 40 m3 std/d e o segundo, cujo o início de
produção ocorreu 3 dias após o início da produção do primeiro, ,produz 60 m3 std/d.
Qual é a queda de pressão observada no poço fechado 8 dias após o início da
produção do primeiro poço? Outras informações do reservatório são:
Permeabilidade efectiva ao óleo----------------------------------------- ---ko = 200 md
Viscosidade do óleo no reservatório----------------------------------------µo = 2,0 cp
Factor volume-formação do óleo --------------------------------------------Bo = 1,4 m3/m3
std
Espessura da formação ---------------------------------------------------------h = 3 m
Porosidade da rocha -------------------------------------------------------------ϕ = 30%
Compressibilidade total do sistema ------------------------------------------ct=8 x 10-5
(kgf/cm2)-1

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BIBLIOGRAFIA
1 - ROSA, A. J.; CARVALHO, R. D. S.; XAVIER, J. A. D. Engenharia de
Reservatórios de Petróleo. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2006, 808 p..
2 - MCCAIN, W. D. The Properties of Petroleum Fluids. 2nd. ed. Tulsa:
PennWell Books, 1990. 548 p..
3 - AHMED, T. H. Reservoir Engineering Handbook. 3rd. ed. Burlington, MA,
USA: Gulf Professional Publishing, Elsevier, 2010. 1376 p.
4 - Ramos, G. A. R. (2016). Aplicação de VBA Nos Fundamentos da
Engenharia de Petróleos. Mayamba Editora.
5 - Ramos, G. A. R. (2020). Indústria do Gás Natural. Engenharia de Produção
do Gás Natural., volume 2. Editora Dois.
6 - Guo, B. (2011). Petroleum production engineering, a computer-assisted
approach. Elsevier.

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