Ebook-Governança-Corporativa-Setor de Saúde

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Governança

Corporativa para
o Setor de Saúde:
Dicas práticas
Governança Corporativa
para o Setor de Saúde:
Dicas práticas
Sumário
Introdução ............................................................................................................... 03
Capítulo I .................................................................................................................. 04
A saúde privada e o cenário desafiador para o setor
Capítulo II ................................................................................................................ 05
Os maiores desafios do setor podem ser superados?
Capítulo III ............................................................................................................... 07
Boas práticas de governança corporativa: estruturando uma
agenda positiva para conselhos de administração no setor da
saúde
Gestão de crise - minimização dos efeitos da covid 19 .................................. 08
Revisar missão, visão e valores ............................................................................... 10
Novos parâmetros e responsabilidades para o conselho de
administração ........................................................................................................... 12
Órgãos de fiscalização e controle e o compliance ........................................... 14
Inclusão e diversidade ............................................................................................. 16
Segurança cibernética e privacidade de dados ............................................... 19
Novos modelos assistenciais ................................................................................. 20
Meio ambiente .......................................................................................................... 22
Relação de trabalho e valorização do capital humano .................................. 24
Inovação e investimentos em tecnologia ........................................................... 26
Ética e cultura corporativa .................................................................................... 28
Políticas públicas ..................................................................................................... 30
A tecnologia como aliada da Governança Corporativa ................... 32

Pág. 02
E BOOK
Introdução
Este e-Book aborda aspectos relevantes sobre o setor Privado de
Saúde e possibilidades de enfrentamento dos desafios desta área de
acordo com os princípios e tendências das melhores práticas de
Governança Corporativa.

Destacam-se pautas e temas estratégicos que deverão ocupar o


centro do debate nas salas dos Conselhos de Administração das
organizações desse setor, de forma objetiva e prática, para que os
assuntos não fiquem apenas no campo das intenções, mas resultem em
ações eficazes.

Aos conselheiros de administração, alta direção e todos os profissionais


que atuam com governança corporativa, este eBook servirá como um
manual e poderá ser utilizado, inclusive, como base para o
planejamento estratégico e definição de pautas-chave para as
reuniões de Conselho de Administração.

Boa leitura!

Pág. 03
E BOOK
CAPÍTULO I
A saúde privada e o cenário
desafiador para o setor
O envelhecimento da população, o arcabouço regulatório e a
judicialização protagonizavam, até pouco tempo, os maiores problemas
enfrentados pela saúde privada. Com o tempo, verificou-se que além
desses já conhecidos obstáculos , a falta de planejamento de médio a
longo prazo foi fator determinante para o surgimento de novos
problemas no setor: desperdício de recursos (tanto por má gestão
quanto por fraudes), estagnação dos modelos remuneratórios atuais e
ausência de investimentos em saúde primária e tecnologia.

Em 2020, o que era imprevisível aconteceu: uma pandemia. Com o


colapso instalado, agravado pela falta de políticas públicas assertivas, o
setor privado de saúde se deparou com uma máxima já conhecida, mas
por vezes negligenciada: prevenir é SEMPRE melhor do que remediar!

Pág. 04
E BOOK
Mas como “prevenir-se” estrategicamente de riscos e ameaças
(externas e internas) que afetam a perenidade das organizações? Será
que existe uma forma de se preparar para o imprevisto? Os maiores
desafios do setor podem ser superados?

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização; Pandemia.

Desperdício de
recursos;

CAPÍTULO II
Os maiores desafios do
setor podem ser superados?
A governança corporativa tornou-se a principal ferramenta a ser
adotada para que a alta administração, mais especificamente, o
Conselho de Administração, tome as melhores decisões estratégicas a
médio e longo prazo, com o objetivo de não apenas ampliar o
resultado financeiro, mas o VALOR da empresa (pautado também em
uma cultura organizacional saudável e um legado ético).

Pág. 05
E BOOK
Dentre os inúmeros benefícios que as boas práticas de governança
corporativa proporcionam, destacam-se:

Aprimoramento do funcionamento da alta gestão: delimitação


mais clara dos papéis, melhoria das interfaces entre os órgãos e
aprimoramento do processo decisório;

Relacionamento melhor estruturado entre sócios, conselheiros e


executivos, levando a uma dependência menor de pessoas específicas;

Aprimoramento dos mecanismos de avaliação de desempenho e


sistema de incentivos, contribuindo para um ambiente com maior
confiança, justiça, transparência e meritocracia;

Mais transparência, melhor comunicação e credibilidade junto aos


stakeholders;

Redução do enfrentamento de “surpresas negativas”, decorrente


do planejamento estratégico adotado;

Controle mais eficaz e redução de riscos;

Maior envolvimento e protagonismo ambiental e social, tendo a


responsabilidade corporativa atuando como fator-chave para o
crescimento das organizações do setor.

Pág. 06
E BOOK
O Conselho de Administração é o colegiado responsável por traçar as
estratégias da organização. É papel do conselheiro de administração,
portanto, não apenas saber "resolver problemas", mas evitá-los. O
conselheiro é responsável por trazer para a pauta das reuniões temas
relacionados aos pontos focais estratégicos para uma gestão eficaz e
voltada às boas práticas de governança corporativa.

CAPÍTULO III
Boas práticas de governança
corporativa: estruturando
uma agenda positiva para
conselhos de administração
no setor da saúde
Diante de tantas pautas importantes, o que deve ser tratado como
prioridade nas salas de reunião do conselho de administração?

Um Conselho de Administração que possui uma gestão que prioriza o


debate de temas estratégicos relacionados à preparação da empresa
para adoção (e principalmente, internalização) das boas práticas de
governança corporativa, está mais próximo de superar os maiores
desafios do setor de saúde privada. Para isso, recomenda-se a
elaboração de uma agenda positiva de boas práticas de governança
corporativa, com sugestões de pautas a serem debatidas pelo
Conselho de Administração, com temáticas fundamentais para se
buscar a solução dos maiores desafios do setor.

Pág. 07
E BOOK
É fundamental que às pautas sugeridas, seja destinado tempo
adequado e com prioridade de exposição dos debates, para destinar
os assuntos em questão, com o devido grau de relevância que eles
merecem.

01 - Gestão de crise: minimização


dos efeitos da covid 19
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Desperdício de Pandemia.
recursos;

Qual o papel do Conselho de Administração como facilitador e


planejador de ações voltadas à minimização de efeitos decorrentes da
pandemia instaurada pela COVID-19?

Como criar ações direcionadas à contenção dos riscos e prejuízos


ocasionados pela crise sanitária?

Pág. 08
E BOOK
Com o sobrecarregamento do sistema privado de saúde, diante da
insuficiência do Sistema Único de Saúde (SUS), as ações estratégicas
para minimização dos efeitos da pandemia devem ser encaradas
estrategicamente pelo Conselho de Administração. Para tanto, o
Conselho de Administração poderá:

Criar comitês ou comissões para a gestão de crise, (com


diversidade de ideias e entre os seus membros participantes, para que
possam ser direcionados esforços multidisciplinares), voltados para a
contenção e redução de riscos de possíveis novas crises sanitárias. Este
órgão deverá reportar-se diretamente ao Conselho de Administração
para debater estrategicamente tais ações;

Promover a adoção, pela organização, de uma postura mais ativa


socialmente no sentindo de liderar e financiar estudos e projetos
científicos;

Aculturar todos os seus clientes (pacientes e beneficiários) e


colaboradores sobre a importância de seguir recomendações
sanitárias básicas determinadas pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), dentre outros planos de ação que podem ser traçados com o
objetivo de colocar no centro do debate o protagonismo da saúde
privada para o enfrentamento da crise atual.

Pág. 09
E BOOK
02 - Revisar missão, visão e valores
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização; Pandemia.

Desperdício de
recursos;

É aceitável que uma empresa tenha como propósito apenas aumentar


o seu lucro?

De que forma alinhar uma cultura corporativa voltada às boas práticas


de governança de forma direta, objetiva e clara para todos os seus
stakeholders?

Ter como propósito ou visão “ser a maior organização do setor” soa


distante do foco social e colaborativo, acentuando somente o olhar da
organização para obtenção de lucros e crescimento econômico. Esta
realidade pode colocar a organização distante dos princípios
esperados pelas boas práticas de governança corporativa e ESG
(Enviromental, Social, Governance). Não que almejar “ser a maior
organização do setor” seja o problema.

Pág. 10
E BOOK
O problema é fazer isso de maneira dissociada de outros valores, o que
pede, portanto, a inclusão ao propósito e à missão da organização de
atributos mais significativos. Neste caso, “ser a maior organização na
promoção da saúde” refletiria mais o espírito colaborativo e
responsável socialmente que se espera em uma gestão que aplica os
princípios e melhores práticas de governança corporativa.

Além da mencionada reanálise da estratégia da organização, com


relação à missão, à visão e aos valores não deverá ficar reservada
apenas ao papel, mas na prática), recomenda-se que o Conselho de
Administração :

Foque em promover as adequações societárias necessárias a fim


de atender à nova estrutura organizacional;

Elabore estrategicamente um plano de sucessão dos sócios e


executivos, inclusive com disposição estatutária;

Promova a criação de órgãos de governança corporativa, para que


estes prestem o suporte necessário à alta administração no alcance
das metas e objetivos traçados.

Pág. 11
E BOOK
03 - Novos parâmetros e responsabi-
lidades para o conselho de adminis-
tração
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização; Pandemia.

Desperdício de
recursos;

De que forma o Conselho de Administração deve zelar pela


transparência no relacionamento com seus stakeholders?

Existe alguma maneira de implantar um sistema de remuneração por


desempenho para diretores e conselheiros com metas atreladas ao
cumprimento de boas práticas de governança corporativa?

Um Conselho de Administração que entende como regra básica o


fomento da transparência em sua gestão, adota uma comunicação
clara acerca da condução dos negócios da empresa. Em resumo, em

Pág. 12
E BOOK
uma Assembleia Geral, por exemplo, esta conduta pode ser
exemplificada pela prática da elaboração e divulgação, por parte do
Conselho de Administração, de um Manual de Participação em
Assembleias a ser destinado a todos os acionistas/sócios da empresa,
contendo um resumo dos assuntos a serem deliberados, visando facilitar
e estimular a participação das partes interessadas.

Outras formas recomendadas ao Conselho para exercitar o pilar da


transparência são:

Elaboração e disponibilização das atas de reuniões às partes


interessadas, a fim de permitir o pleno entendimento das discussões e
deliberações ocorridas, seja em uma Assembleia Geral ou nas reuniões
de Conselho de Administração, ainda que lavradas em forma sumária,
trazendo a identificação dos votos proferidos pelos acionistas e
conselheiros;

Evidenciar a prestação de contas ao divulgar informações


integradas de natureza econômico-financeira, social, ambiental e de
governança corporativa com igual nível de qualidade e confiabilidade,
mesmo que não seja de cunho obrigatório e de acordo com o tipo
societário;

Patrocinar junto aos stakeholders a implementação, por meio de


planos de ação e politicas internas, de medidas relacionadas à
manutenção dos pilares atrelados à ética e integridade; diversidade e
inclusão; aspectos ambientais; inovação e transformação indispensáveis
ao fortalecimento da cultura organizacional e de todos os indicadores
que permeiam o negócio;

Zelar pela construção de um relacionamento integro e transparente


com seus colaboradores, clientes, fornecedores, sócios e demais partes
interessadas;

Pág. 13
E BOOK
Adotar a avaliação do Conselho de Administração (e dos
conselheiros, de forma individual), de modo a obter informações em
relação ao desempenho da gestão e da governança corporativa, com
base em critérios objetivos;

Criar uma política e um modelo de remuneração por desempenho


para o Conselho de Administração (e Diretoria Executiva também)
atrelados ao cumprimento de metas e desempenho de boas práticas
de governança corporativa, gestão eficiente, mitigação de riscos e
relacionamento com stakeholders.

04 - Órgãos de fiscalização e con-


trole e o compliance
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Arcabouço Desperdício de
regulatório; recursos;

Judicialização;

Pág. 14
E BOOK
A ausência de tempo (urgência) e a falta de um sistema de controle
eficaz de monitoramento contribuem para a ocorrência de
desperdícios e fraudes no setor de saúde privada?

Quais medidas devem ser priorizadas pelas empresas para mitigar os


riscos, com adequação às questões regulatórias e legais e reduzir a
judicialização?

Apurou-se, em recentes estudos realizado pelo IESS (Instituto de Saúde


Suplementar), que as fraudes custam às operadoras de planos de
saúde no Brasil quase R$ 20 bilhões, além dos eventos adversos
assistenciais hospitalares que consomem entre R$ 5,2 bilhões e R$ 15,6
bilhões da saúde privada no Brasil. A adoção de medidas protetivas
que visem a minimização de riscos relacionados a fraudes e abusos de
ingerência ou que acarretam desperdícios e eventos adversos
assistenciais, deve ser ser tratada com a máxima atenção pelo
Conselho de Administração. Sugere-se:

A criação de um Comitê de Auditoria ligado ao Conselho de


Administração para que este o assessore no monitoramento e controle
da qualidade das demonstrações financeiras, nos controles internos, no
gerenciamento de riscos e compliance;

Adequação da empresa a práticas de conformidade (compliance).


O compliance é o braço direito da governança corporativa na
recomendação (de forma preventiva) de adequações relacionadas às
conformidades judiciais, administrativas, regulatórias e internas. Por
isso deve ter uma comunicação direta com o Conselho de
Administração, sendo indispensável, ainda, que os temas relacionados
ao compliance sejam debatidos de uma forma mais profunda pela alta
administração;

Pág. 15
E BOOK
Adoção de uma política de gerenciamento de riscos, aprovada
pelo Conselho de Administração, que inclua a definição dos riscos para
os quais se busca proteção, os instrumentos utilizados para tanto, a
estrutura organizacional para gerenciamento de riscos, a avaliação da
adequação da estrutura operacional e de controles internos na
verificação da sua efetividade, além de definir diretrizes para o
estabelecimento do apetite e dos limites aceitáveis para a exposição
da empresa a esses riscos.

05 - Inclusão e diversidade
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Arcabouço
regulatório;

Quais são as melhores práticas em organizações com mais


diversidade?

A diversidade e inclusão podem trazer resultados financeiros para a


empresa?

Segundo levantamento realizado pela DDI World (instituto global de


pesquisas de mercado), foram examinadas as respostas de 2.102
executivos de recursos humanos e 15.787 líderes em todo o mundo e
constatou-se que os líderes de minorias raciais/ étnicas ocupam
apenas 22% de todas as posições de liderança. Além disso, a pesquisa

Pág. 16
E BOOK
mostrou ainda que organizações com diversidade acima da média em
liderança têm 8 vezes mais probabilidade de estar entre as 10%
melhores em desempenho financeiro.
Cabe ao Conselho de Administração considerar no planejamento
estratégico da organização, ações efetivas para a prática real da
diversidade e inclusão. Não basta criar uma política interna e não
inserir a transformação na cultura da empresa. O “S"do ESG representa
o SOCIAL e trabalhar questões relacionadas à diversidade e inclusão,
de forma genuína, agrega VALOR (financeiro, inclusive, conforme pode
se verificar na pesquisa mencionada) às empresas a médio e longo
prazo.

Cabe ao Conselho de Administração considerar no planejamento


estratégico da organização, ações efetivas para a prática real da
diversidade e inclusão. Não basta criar uma política interna e não
inserir a transformação na cultura da empresa. O “S"do ESG representa
o SOCIAL e trabalhar questões relacionadas à diversidade e inclusão,
de forma genuína, agrega VALOR (financeiro, inclusive, conforme pode
se verificar na pesquisa mencionada) às empresas a médio e longo
prazo.
Em linhas reduzidas, algumas ações práticas com estabelecimento de
metas objetivas de inclusão e diversidade podem ser adotadas pela
organização:

Promover o engajamento e treinamento do seu público interno,


incluindo colaboradores diretos e trabalhadores terceirizados, no
combate a qualquer prática de discriminação ou violação de Direitos
Humanos;

Elaborar politicas internas e programas estruturados para


valorização da inclusão, diversidade e igualdade de oportunidade;

Pág. 17
E BOOK
Estruturar programas que garantam a existência de ações
afirmativas para incluir em seu quadro de colaboradores populações
indígenas, pessoas com deficiência, além do requerido pela legislação,
pessoas de grupos de minoria representativa (negros, mulheres,
LGBTQIA+, faixas geracionais/etárias, pessoas em situação de pobreza
e outros grupos de minoria);

Estabelecer metas para reduzir a distância entre o maior salário


pago e a média salarial de todos os demais colaboradores, visando
diminuir a desigualdade salarial entre seus colaboradores;

Definir metas quantitativas ou prazos para reduzir a desigualdade


ou equiparar a participação de negros, mulheres e demais grupos de
minoria representativa nos cargos de liderança da organização.

Recomenda-se que na definição das metas, sejam ouvidos os grupos


de minoria para entender o que de fato atende às questões
relacionadas à igualdade para esses grupos: melhor ouvir do que
fal(h)ar.

Pág. 18
E BOOK
06 - Segurança cibernética e privaci-
dade de dados
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização;

A empresa possui ferramentas tecnológicas relacionadas à obtenção


de dados e inteligência de mercado?

Há necessidade de se implantar um Portal de Governança?

Cabe ao Conselho de Administração liderar o debate e orientar a


adoção de estratégias relativas à segurança cibernética e
relacionadas à obtenção de dados e disponibilização ágil e segura de
informações e documentos entre os membros do Conselho de
Administração. Dentre as recomendações, destacam-se:

Garantir a criação de uma política corporativa que vise impedir


que sejam utilizadas de forma não autorizada as informações sobre
clientes/consumidores ou demais stakeholders no curso de suas
atividades usuais ou em seus esforços comerciais, principalmente em
atenção ao que determina Lei Geral de Proteção de Dados ( Lei
13.709/18);

Pág. 19
E BOOK
Criação de mecanismos para garantir que a empresa realize a
solicitação prévia aos clientes/consumidores quanto ao uso de seus
dados para qualquer finalidade que não apenas as essenciais à relação
comercial existente, promovendo ainda a disponibilização de meios
simples e eficazes para que o consumidor requeira a interrupção no uso
de seus dados, a qualquer tempo, mesmo que os tenha autorizado
anteriormente;

Elaboração de política e soluções eficazes de tecnologia, visando


impedir que sejam utilizadas de forma não autorizada informações
sigilosas e de conhecimento exclusivo da organização, tais quais atas
de comitê e comissões confidenciais (Comitê de Ética, por exemplo);

Implantação de um Portal de Governança.

07 - Novos modelos assistenciais


Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Desperdício de
Judicialização;
recursos;

É possível tornar a saúde privada mais acessível financeiramente aos


pacientes/beneficiários?

Pág. 20
E BOOK
Com diminuir as despesas operacionais ao considerar os gastos
decorrentes do aumento da sinistralidade diante do envelhecimento
da população?

Um dos caminhos possíveis para a redução de despesas e aumento na


qualidade da oferta dos serviços médico-hospitalares é focar em
novos modelos assistenciais que permitam a acessibilidade a um custo
menor e de maior qualidade aos beneficiários ou pacientes.

Algumas pessoas, por exemplo, contratam um plano de saúde de


cobertura nacional, mas muito raramente saem do município onde
moram. Isso significa que esses beneficiários, se bem orientados pela
organização com uma oferta acessível de serviço que atenda às suas
necessidades, poderiam economizar na contratação de um plano com
opção por um produto com cobertura municipal.

Com o objetivo de criar mecanismos para enfrentar esse desafio, os


debates nas salas do Conselho de Administração devem abordar:

A atenção à saúde primária, pois ela viabiliza a otimização dos


custos, centraliza o histórico, evita solicitações de cirurgias e
atendimentos eleitos desnecessários e promove maior cuidado e
atenção com o paciente, pois tem como foco promover o cuidado à
saude e não somente ao amparo de doenças;

Telemedicina, com o objetivo, além de maior eficiência


operacional, de reduzir despesas. Cabe ao Conselho de Administração
planejar o orçamento e promover uma destinação de verba para a
criação e implantação de projetos que aliem os esforços tecnológicos
com o melhor atendimento aos pacientes;

Na telemedicina, mesmo à distância, é possível ampliar a oferta do


serviço, tanto com relação à qualidade quanto em ganho de escala e a
custos mais baixos no médio e longo prazo. Existe uma gama de
possibilidades de inovação com a telemedicina, mas é preciso que o

Pág. 21
E BOOK
Conselho de Administração lidere e monitore o planejamento
estratégico (inclusive disponha sobre os investimentos financeiros)
para que tais alternativas inovadoras sejam implementadas de forma
segura e eficaz na operação da organização.

08 - Meio ambiente
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Arcabouço
regulatório;

Diante do protagonismo ambiental trazido pelo ESG, quais medidas


uma organização que atua no setor da saúde deve tomar para ser
considerada uma empresa verde e se tornar um referencial em
preservação do meio ambiente?

A divulgação de informações integradas e confiáveis sobre a gestão


ambiental possui algum impacto relacionado à reputação da empresa
e percepção positiva por parte dos seus stakeholders/investidores?

Pág. 22
E BOOK
Organizações do setor de saúde, em especial hospitais, têm como
característica predominante a prestação de serviços de forma
ininterrupta, o que resulta, consequentemente, em crescente volume de
geração de resíduos, além das emissões de gases de efeito estufa na
cadeia produtiva. É, portanto, papel do Conselho de Administração
garantir que a organização, além de adotar obrigatoriamente
procedimentos para assegurar a conformidade com as leis e
regulamentos ambientais, promova diligências para prevenir e mitigar
os impactos ambientais negativos decorrentes da atividade de negócio
(e de seus fornecedores também).
É importante que o Conselho de Administração adote as seguintes
medidas:

Promova a adesão a compromissos voluntários de boas práticas de


sustentabilidade, como por exemplo: CDP (Carbon Disclosure Project),
Filiação ao RSPO (Roundtable on Sustainable Palm Oil), dentre outros;

Adote uma política que contemple os aspectos sobre mudança


climática, utilização de materiais reciclados nos seus produtos e
serviços, adoção de procedimentos e práticas para recuperação de
produtos e embalagens e procedimentos com o objetivo de reduzir
insumos durante a produção;

Tratamento da pauta ambiental com profundidade, levando em


consideração que a mentalidade de toda a cadeia produtiva precisa
estar alinhada com o mesmo propósito: preservar o meio ambiente.

Para as organizações que abriram o capital na bolsa de valores ou para


as que caminham para esse destino, uma pesquisa do Morgan Stanley
(2020) aponta que os investimentos ambientalmente responsáveis
podem oferecer menor risco de mercado. Isso significa que organizações
que possuem uma gestão ambiental eficiente estão sendo muito bem
vistas e avaliadas pelos investidores. Portanto, mais um motivo para
colocar como prioridade essa pauta na reunião do Conselho de
Administração.

Pág. 23
E BOOK
09 - Relação de trabalho e
valorização do capital humano
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização;

Bônus e participação nos resultados financeiros são formas de valorizar


o capital humano da organização?

Como a organização lida com os erros e falhas dos seus colaboradores?

Criar um ambiente de confiança e segurança psicológica deve ter suas


raízes em uma cultura implantada pelas lideranças. Os colaboradores
da organização devem se sentir seguros para divergir entre si, reportar
erros e irregularidades, manifestar dúvidas e preocupações e oferecer
suas contribuições abertamente.

Pág. 24
E BOOK
A criação de uma cultura organizacional mais colaborativa e menos
hierárquica pode ser expressa com metas objetivas:

Monitorar e implementar ações baseadas em programas que


incentivem a manutenção de um equilíbrio entre carga horária
disponível e demanda de trabalho (observar horas trabalhadas, jornada
intermitente, metas de produção e outros tipos de demanda);

Adotar ações que ofereçam diferentes modalidades de trabalho que


possam ser aplicadas em sintonia com o negócio da organização, como
jornadas de trabalhos parciais e trabalho remoto (home office),
mediante aditivo contratual;

Promover a cooperação e a integração entre pessoas e


departamentos;

Monitorar os relatórios relacionados a queixas por exposição a


stress, contemplando aspectos relacionados a afastamentos por motivo
de saúde mental (ex: crises de ansiedade, depressão, síndrome de
burnout e outras relacionadas a transtornos mentais);

Estruturar uma política voltada à ampliação dos direitos


trabalhistas, como, por exemplo, flexibilizar jornadas para lactantes
além do previsto por lei, conceder licença-paternidade no mesmo prazo
que concedida para as mães;

Criar processos seletivos e programas de incentivo que reconheçam


e desenvolvam líderes empáticos – que demonstrem capacidade de
escuta ativa, vontade de servir, liderança horizontal e senso
colaborativo.

Organizações que garantam um ambiente seguro (relacionado à


integradade física e mental), para que as pessoas contribuam com o
propósito da organização, devem ser prioridade por parte do Conselho
de Administração.

Pág. 25
E BOOK
É importante, ainda, que a alta administração incentive o debate
saudável de como melhorar os processos internos da organização. Em
resumo: é evitar o "buscar cabeças" e focar em corrigir processos
internos.

Bônus e participação nos resultados financeiros para os colaboradores


não devem ser os únicos incentivos para que as pessoas sintam prazer
em trabalhar na organização. Motivar constantemente, reconhecer os
esforços da equipe, depositar confiança, adotar uma cultura de
meritocracia (respeitando as nuances necessárias quando falamos em
diversidade e inclusão) e investir nas pessoas lhes darão muito mais
motivo e propósito real para trabalharem mais engajadas e felizes.

10 - Inovação e investimentos em
tecnologia
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização; Pandemia.

Desperdício de
recursos;

Pág. 26
E BOOK
De que maneira os investimentos ligados à tecnologia e inovação
podem reduzir as despesas hospitalares?

Como a tecnologia pode estar à serviço da inserção do


paciente/beneficiário a um protagonismo com relação aos seus
cuidados?

O desenvolvimento tecnológico voltado para a criação de dispositivos


médicos integrados a sistemas informatizados que monitoram
parâmetros e indicadores de saúde, oferece cuidados preventivos e
assistência personalizada e contínua aos pacientes, fugindo do modelo
privado tradicional.

É por meio de novas tecnologias, aliadas a estudos científicos, que são


desenvolvidos medicamentos, o emprego de novas técnicas cirúrgicas
(como as cirurgias minimamente invasivas, por exemplo), utilização de
prontuário eletrônico e a implementação de sistemas de apoio à
decisão do médico. Por isso, uma organização de saúde que promove o
espírito de inovação e transformação do setor deve investir nas
seguintes ações:

Estimular o mercado e o consumo de produtos e serviços


sustentáveis por meio de investimento em inovação, pesquisa e
desenvolvimento;

Promover abertura a novos modelos de decisão baseados na


experimentação, adotando instrumentos que permitam maior tomada
de riscos na inovação;

Fortalecer o esforço de inovação por meio de parcerias com centros


de estudos e academia e do fomento ao empreendedorismo e ao
ecossistema de startups;

Criar um Comitê de Inovação ou fomentar o estimulo à eficiência


tecnológica em todas as operações.

Pág. 27
E BOOK
11 - Ética e cultura corporativa
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização; Pandemia.

Desperdício de
recursos;

Quem é o responsável em ditar o tom ético dentro da empresa?

Como construir uma cultura organizacional ética?

Monitorar a cultura organizacional, por meio de indicadores da área,


com foco na manutenção da conduta ética das lideranças,
principalmente, é fator decisivo para a manutenção de todo arcabouço
sistêmico de governança corporativa construído.

Pág. 28
E BOOK
Ter um código de conduta com as melhores práticas do mercado não
garante que a cultura organizacional seja saudável. Os documentos
devem refletir a realidade da organização. Portanto, antes de elaborar
documentos é necessário que a alta administração seja o exemplo a ser
seguido no que tange a padrões éticos esperados pelos colaboradores.

Para isso, o Conselho de Administração, além da autoanálise que cada


conselheiro deve fazer sobre os seus hábitos de conduta, deve promover
a criação do comitê de conduta (ou de ética) dotado de total
independência e autonomia para que seja responsável pela elaboração,
disseminação, treinamentos, revisão e atualização do código de
conduta, a gestão do canal de denúncias, bem como a condução, sem
represálias ou interferências, das apurações e proposituras de medidas
corretivas relativas às infrações ao código e independente do nível
hierárquico relacionado às pessoas denunciantes e denunciadas.

Para auxiliar a tarefa e estimular comportamentos éticos, o Conselho de


Administração deve se certificar que o código de conduta, dentre outras
atribuições, disponha principalmente sobre:

Disciplinar as relações internas e externas da organização,


expressando o comprometimento esperado de seus conselheiros,
diretores, acionistas, colaboradores, fornecedores e partes interessadas
com a adoção de padrões adequados de conduta;

Administrar conflitos de interesses e prever a abstenção do membro


do Conselho de Administração, do comitê de auditoria ou do comitê de
conduta, se houver, que, conforme o caso, estiver conflitado;

Definir, com clareza, o escopo e a abrangência das ações


destinadas a apurar a ocorrência de situações compreendidas como
realizadas com o uso de informação privilegiada (por exemplo,
utilização da informação privilegiada para finalidades comerciais ou
para obtenção de vantagens na negociação de ações na bolsa de
valores);

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E BOOK
Estabelecer que os princípios éticos fundamentem a negociação de
contratos, acordos, propostas de alteração do estatuto social, bem
como as políticas que orientam toda a organização e estabelecer um
valor máximo dos bens ou serviços de terceiros que administradores e
colaboradores possam aceitar de forma gratuita ou favorecida;

Outro ponto de destaque para a manutenção do tom ético das


organizações, e no qual deve se pautar o Conselho de Administração, é
a criação de uma política que regulamente as transações com partes
relacionadas.

12 - Políticas públicas
Esta pauta objetiva, além de alcançar princípios de boas
práticas de Governança Corporativa, enfrentar os seguintes
desafios do setor:

Envelhecimento Estagnação dos


da população; modelos

Ausência de
Arcabouço
investimentos em saúde
regulatório;
primária e tecnologia;

Judicialização; Pandemia.

Desperdício de
recursos;

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E BOOK
É dever da organização atuar com os órgãos públicos na construção de
um cenário social que promova melhores práticas relacionadas às
questões de governança corporativa, sociais e ambientais?

Qual o legado que a sua organização quer deixar na sociedade?

Adotar uma postura proativa vai além de fazer a organização cumprir


recomendações e dispositivos legais, mas encarar o protagonismo da
construção de um cenário que promova uma real transformação da
realidade social.

Por isso, o Conselho de Administração que olha para o futuro deve ter o
foco em:

Contribuir na elaboração de políticas públicas em parceria com o


poder público em todas as esferas (municipal, estadual e federal), na
formulação de legislações, regulações e normativos que estimulem as
organizações, de forma geral, a adotarem melhores práticas
relacionadas às questões de governança corporativa, sociais e
ambientais;

Atuar, em parceria com a comunidade local, na formulação de uma


agenda coletiva que proporcione o desenvolvimento econômico e social
da região em que a empresa esteja localizada;

Ampliar o olhar para a criação de mecanismos que proporcionem a


mitigação de riscos relacionados a impactos negativos reais e
potenciais nessas comunidades locais, incluindo a localização e os
impactos negativos das operações de negócio;

Realizar investimentos sociais, inclusive por meio de incentivos


fiscais, para que devolva à sociedade parte dos recursos financeiros que
obtém com a exploração de sua atividade econômica, contribuindo,
assim, para a construção de uma sociedade mais sustentável.

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E BOOK
A tecnologia como aliada da
Governança Corporativa
Utilizar a tecnologia para otimizar os processos de Governança é uma
alternativa estratégica para muitas organizações. No mercado já
existem plataformas de Governança disponíveis, como o portal Atlas.
Com ele é possível acessar materiais, atas de reuniões, demonstrações
financeiras, procedimentos, planejamentos estratégicos e quaisquer
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Governance
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