Lei Complementar 140 - 2011
Lei Complementar 140 - 2011
Lei Complementar 140 - 2011
DEZEMBRO DE 2011
Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da
Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum
relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao
combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da
flora; e altera a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei Complementar fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do
parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício
da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das
florestas, da fauna e da flora.
II - atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui ao ente federativo
originariamente detentor das atribuições, nas hipóteses definidas nesta Lei Complementar;
III - atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das
atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, no exercício da competência comum a que se refere esta Lei Complementar:
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado,
promovendo gestão descentralizada, democrática e eficiente;
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO
Art. 4º Os entes federativos podem valer-se, entre outros, dos seguintes instrumentos de
cooperação institucional:
II - convênios, acordos de cooperação técnica e outros instrumentos similares com órgãos
e entidades do Poder Público, respeitado o art. 241 da Constituição Federal;
§ 2º A Comissão Tripartite Nacional será formada, paritariamente, por representantes dos
Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o
objetivo de fomentar a gestão ambiental compartilhada e descentralizada entre os entes
federativos.
Art. 5º O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações
administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente destinatário da
delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as ações administrativas a
serem delegadas e de conselho de meio ambiente.
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE COOPERAÇÃO
Art. 6º As ações de cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
deverão ser desenvolvidas de modo a atingir os objetivos previstos no art. 3º e a garantir o
desenvolvimento sustentável, harmonizando e integrando todas as políticas governamentais.
I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio
Ambiente;
III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos
nacional e internacional;
XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI;
I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e
demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental;
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio
Ambiente;
VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o Sistema
Estadual de Informações sobre Meio Ambiente;
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio
Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do meio
ambiente;
VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos
Sistemas Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente;
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:
XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei
Complementar, aprovar:
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º.
Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à autorização de
manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetação primária
ou secundária em diferentes estágios de regeneração, assim como a existência de espécies da
flora ou da fauna ameaçadas de extinção.
§ 3º Os valores alusivos às taxas de licenciamento ambiental e outros serviços afins devem
guardar relação de proporcionalidade com o custo e a complexidade do serviço prestado pelo
ente federativo.
Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos para tramitação
dos processos de licenciamento.
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença ambiental, não
implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela dependa ou decorra, mas
instaura a competência supletiva referida no art. 15.
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de
120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença,
ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental
competente.
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações administrativas
de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes hipóteses:
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio de apoio
técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo de outras formas de
cooperação.
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente detentor
da atribuição nos termos desta Lei Complementar.
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o
caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar
processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo
empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
§ 3º O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da
atribuição comum de fiscalização da conformidade de empreendimentos e atividades efetiva
ou potencialmente poluidores ou utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental
em vigor, prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a
atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 1º Na hipótese de que trata a alínea "h" do inciso XIV do art. 7º, a aplicação desta Lei
Complementar dar-se-á a partir da entrada em vigor do ato previsto no referido dispositivo.
§ 2º Na hipótese de que trata a alínea "a" do inciso XIV do art. 9º, a aplicação desta Lei
Complementar dar-se-á a partir da edição da decisão do respectivo Conselho Estadual.
Art. 19. O manejo e a supressão de vegetação em situações ou áreas não previstas nesta
Lei Complementar dar-se-ão nos termos da legislação em vigor.
Art. 20. O art. 10 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com a seguinte
redação:
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado)." (NR)
DILMA ROUSSEFF
Francisco Caetani
Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de
09/12/2011
Publicação:
Diário Oficial da União - Seção 1 - 9/12/2011, Página 1 (Publicação Original)