Brinquedoteca Não Formal 2
Brinquedoteca Não Formal 2
Brinquedoteca Não Formal 2
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Cresci brincando no chão entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos.
Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação.
Porque se a gente fala a partir da experiência de criança, a gente faz comunhão:
de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore.
Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas.
Brincar constitui-se a principal forma da criança ser, estar e se relacionar com mundo.
Vozes, gestos, narrativas e cenários são criados, transformados. Uma experiência, marcada pela
possibilidade de mudança, renovação, produção de sentidos e significados.1
(*)
Luciane Pandini-Simiano. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Sul de Santa
Catarina (UNISUL). E-mail: [email protected].
Vera Lúcia Chacon Valença. Doutora em Psicologia Aplicada na Université Rene Descartes – Paris V. Professora do
quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISUL. E-mail: [email protected].
1
Sentido e significado têm sido tomados como termos diferenciados, mas relacionados. Sentido é concebido como algo
pertencente ao universo pessoal do sujeito, mas compartilhado dentro do contexto de interação, já que advém de
experiências anteriores, de sua constituição e história; enquanto significado é compreendido como algo culturalmente
compartilhado, aceito e concebido socialmente. (JOBIM E SOUZA; PEREIRA (1998), ZANELLA (2004)).
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Pesquisas como Kishimoto (1997), Porto (2005), Peters (2009), apontam a brinquedoteca como um
espaço educativo não formal privilegiado para o brincar e a ampliação do convívio social da
criança. Roucous (1997), atentando para a crescente expansão desses locais, destaca eixos que
organizam e caracterizam uma brinquedoteca: espaço físico estruturado para o brincar; acesso à
variedade de brinquedos e materiais lúdicos; liberdade de escolha de seus usuários; lugar de
encontro para o estabelecimento de relações sociais entre diferentes gerações e culturas.
(ROUCOUS, apud PETERS, 2009).
Embora seja possível observar uma multiplicação desses espaços em especial, nos centros
urbanos, a brinquedeoteca ainda permanece, invisível, despercebida... Nesse sentido, segundo
Kishimoto (2001), é fundamental criar visibilidades para os locais de brincadeiras da infância.
Olhares atentos para o espaço, o tempo, o encontro, as relações, os saberes, as significações
constituídas e constituintes...
O presente texto aborda tais temáticas ao focar os modos como as crianças ocupam, se
relacionam e produzem sentidos e saberes no espaço da brinquedoteca. A partir do diálogo de
diferentes autores e perspectivas como Benjamin (2005), Pinto e Sarmento (1997), Santos (2002),
Lima (1981), defende-se que, sendo a brinquedoteca um espaço estruturado para o brincar, sua
materialidade educa, expressa ideias, comunica mensagens. Porém, essas não são imutáveis. A
partir da ocupação e das interações que as crianças estabelecem entre si e com adultos, sentidos e
saberes são produzidos e outras significações simbólicas são atribuídas a esses espaços.
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perspectiva, é necessário desenvolver olhares atentos e uma escuta sensível e refinada para as
brincadeiras, as relações, as diferentes formas de ocupação e os sentidos estabelecidos...
“Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas..”
Retoma-se a metáfora de Manoel de Barros na epígrafe desse texto. As raízes crianceiras do poeta
parecem traduzir a busca de “dar a palavra à infância” ou “vozes às crianças”. Deixar as certezas,
verdades absolutas de lado e construir estudos que falem das crianças, com crianças e não somente
sobre elas. Essa memória convida a entrar na brincadeira, retomar nossas próprias raízes crianceiras
e buscar conhecer um pouco mais a respeito das crianças e dos seus espaços de viver a infância.
Para auxiliar no estudo de tais questões, apresentar-se-ão elementos de uma pesquisa, que
contemplou uma brinquedoteca universitária, situada na região sul do estado de Santa Catarina. O
enfoque privilegiado é um grupo de 11 crianças com idade entre três e quatro anos e dois adultos,
uma brinquedista2 e uma estagiária.
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Denomina-se brinquedista o adulto responsável pela organização de contextos que possibilitem o brincar na
brinquedoteca. A brinquedista na presente pesquisa é pedagoga.
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com periodicidade semanal, tendo em média uma hora de duração por encontro, totalizando 24
encontros.
O espaço, neste trabalho, é entendido como o físico, material, que pode ser pensado,
planejado e projetado para certo fim (TUAN, 1983). O espaço é construído na relação com o
homem, por isso, não pode ser naturalizado. A infraestrutura não é cindida do tempo e das pessoas,
aspecto fundamental a ser investigado, analisado, refletido...
A sala é ampla e colorida. O teto repleto de móbiles que se movimentam ao vento e causam
uma boa sensação quando por se está. Tentativas de deixar o espaço aconchegante, tornando-o mais
convidativo.
A organização dos tempos, espaços e objetos são previamente planejados pelo adulto-
brinquedista. Os contextos material, temporal e relacional buscam potencializar encontros, escolhas
individuais e grupais não dependendo constantemente da intervenção direta dos adultos. A
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configuração espacial define oito grandes áreas delimitadas por cantos temáticos: 1) biblioteca; 2)
consultório médico; 3) jogos; 4) casa; 5) supermercado; 6) fantasias; 7) plástica, subdividida em
desenho, pintura, modelagens; 8) tocas e cabanas. A identidade de cada uma dessas áreas decorre de
marcadores físicos repletos de significações implícitas que fornecem, silenciosamente, dados e
conteúdos (FERREIRA, 2004), explicitando claramente o que lá se pode ou deverá fazer. Os cantos
temáticos expressam “uma espécie de discurso que institui na sua materialidade um sistema de
valores que cobrem diferentes símbolos estéticos, culturais e também ideológicos.” (VIÑAO
FRAGO; ESCOLANO 1998, p. 26). Nesse sentido, sublinha-se a não neutralidade dos objetos nos
espaços, o quanto a presença ou ausência de determinados elementos e a forma como são
organizados, estão sempre comunicando algo sobre e para as pessoas que ali convivem.
Os elementos que compõe cada uma das oito áreas temáticas são diversos. Os objetos,
brinquedos e mobiliário apresentam uma composição física variada, tais como tecidos, plásticos,
madeira, papelão, folhas, sementes que ampliam o contato das crianças com diferentes
materialidades.
Carvalho e Rubiano (1994) destacam que o arranjo espacial, no que diz respeito à
composição de sua materialidade e à maneira como móveis e equipamentos estão dispostos no
espaço, podem influenciar na forma de as crianças se relacionarem entre si. No arranjo de cada um
dos cantos temáticos da brinquedoteca, existe uma espécie de corredores, que ora limitam, pois
circunscrevem e criam espaços relativamente separados entre si, ora potencializam os encontros
porque a forma dos seus limites não são fisicamente intransponíveis, permitindo, assim, uma
transição rápida e circulação livre entre os espaços. Mesmo na casa, a área mais claramente fechada
com “paredes”, é possível verificar potencialidades comunicativas entre os sujeitos, já que a pouca
altura das aberturas e dos móveis facilita a visão e a escuta entre as crianças que estão no interior
com quem está no lado de fora.
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À medida que as crianças e adultos ocupam o espaço da brinquedoteca, ele ganha novos
sentidos e significados. A partir das relações que estabelecem, constrói-se uma configuração que
ultrapassa o aspecto material, produzindo outras significações simbólicas.
Assim que se chega à brinquedoteca é possível observar nas crianças uma explosão de
alegria e curiosidade. Impelidas pelo seu poder de imaginar, fantasiar, criar, significar (KRAMER,
2000), elas adentram o espaço rapidamente, sozinhas ou acompanhadas de seus pares. Na ocupação,
nas relações, nas brincadeiras que estabelecem, “influenciam as circunstâncias sociais de existência,
são por elas influenciadas e criam ainda outras que alteram o próprio espaço social da infância.”
(FERREIRA, 2004, p. 78).
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simulando estar com muito medo. Os dois correm, Pedro se esconde, Marco Antônio o
encontra e a brincadeira segue com trocas de olhares e sorrisos de contentamento entre eles.
Após um tempo brincando, os dois meninos se sentam dizendo estarem cansados. Marco
Antônio olha para a lata de margarina ainda em suas mãos, lança um olhar na direção de Pedro
e fala: A brinquedoteca é legal, né? A gente tem um monte de brinquedos… Lá em casa, não
tem brinquedo, só tem videogame… (Diário Campo).
Marco Antônio, ao explorar e brincar com as sucatas encanta-se e explicita: “lá em casa não
tem brinquedo, só tem videogame”. Embalagem de margarina se transforma em brinquedo precioso.
Videogame passa a ter um valor menor. O menino modifica a lógica, valora objetos que, aos olhos
dos adultos, podem não ter valor algum. Olhar invertido, outros pesos e medidas… Tal como nos
aponta a criança em Benjamin (1986):
as crianças se sentem irresistivelmente atraídas pelos destroços que surgem da construção, do
trabalho no jardim ou em casa, da atividade do alfaiate ou do marcineiro. Nestes restos que
sobram, elas reconhecem o rosto e o mundo das coisas que se voltam exatamente para elas, e
só para elas. Nestes restos elas estão menos empenhadas em imitar as obras dos adultos do que
em estabelecer entre os mais diferentes materiais, através daquilo que criam em suas
brincadeiras, uma nova e incoerente relação. Com isso, as crianças formam o seu próprio
mundo das coisas, mundo pequeno inserido em um maior. (BENJAMIN, 1986, p. 77).
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Para que os espaços da infância possam se constituir em lugares das crianças, é necessário
que seja possibilitado a elas deixar marcas, expressar suas opiniões, ideias e desejos participando
efetivamente de sua organização.
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querer. O que importa é participar, fazer com outros, ser membro de uma comunidade. (...)
Aprender é participar e participar é aprender.” (BROUGÈRE, 2012, p. 313-314).
Para Benjamin (1986), a origem da narrativa é a experiência humana. É sobre ela que o
narrador transforma a sua própria experiência em algo útil para os outros. A brincadeira fazia parte
da experiência da brinquedista e era narrada por ela, no cotidiano, para o outro.
Kishimoto (1998) aponta que, atualmente, a falta de espaços públicos que valorizem o
encontro entre diferentes gerações impossibilita a transmissão oral e o encontro com narrativas.
Segundo a autora, as narrativas perdem-se, guardadas em gavetas que não foram mais abertas.
Aspecto esse, já sinalizado por Benjamin (2005):
Contar histórias sempre foi a arte de contá-las de novo, e ela se perde quando as histórias não
são mais conservadas. Ela se perde porque ninguém mais fia ou tece enquanto ouve a história.
Quanto mais o ouvinte se esquece de si mesmo, mais profundamente se grava nele o que é
ouvido. Quando o ritmo do trabalho se apodera dele, ele escuta as histórias de tal maneira que
adquire espontaneamente o dom de narrá-las. Assim se teceu a rede em que está guardado o
dom narrativo. E assim essa rede se desfaz hoje por todos os lados, depois de ter sido tecida, há
milênios, em torno das mais antigas formas de trabalho manual. (BENJAMIN, 2005 p. 205).
Para que o passado não se perca, é preciso narrar no sentido benjaminiano, intercambiar
experiências. Na organização de tempos e espaços para o estabelecimento de um diálogo entre
gerações, novos sentidos se constroem e diferentes perspectivas se anunciam...
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se olhar para a brinquedoteca, local especificamente organizado para o brincar e focar a capacidade
de produção simbólica das crianças.
Diante do espaço, as crianças vão além, transveem materialidades. Na sutileza dos olhares,
nos encontros, nas brincadeiras, na riqueza de narrativas as crianças apropriam-se dos espaços,
criam diferentes enredos, produzem outros sentidos e saberes evidenciando, por meio de suas
manifestações, a sua capacidade de produção simbólica.
Compreender a criança como sujeito ativo, competente nas relações, capaz de falar de si e
dos outros, requer organizar espaços educativos não formais para a infância em uma perspectiva,
que considere os sentidos e saberes produzidos por elas. Pensar espaços/tempos atentos ao delicado
e sutil processo de constituir-se sujeito por meio do brincar.
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RESUMO
O texto tem por foco evidenciar os modos como as crianças ocupam, se relacionam, produzem
sentidos no espaço da brinquedoteca. Defende-se que sendo a brinquedoteca um espaço
estruturado para o brincar, sua materialidade educa e comunica mensagens. Porém, essas não são
imutáveis. A partir da ocupação e das interações que as crianças estabelecem entre si e com
adultos, sentidos são produzidos e outras significações simbólicas são atribuídas ao espaço. Os
resultados desvelam indicadores que pretendem contribuir para (re)pensar os espaços coletivos da
infância, evidenciando a participação da criança como sujeito ativo, competente, produtor de
saberes capaz de falar de si e dos outros por meio do brincar.
Palavras-chave: criança; produção de sentido; espaço; brinquedoteca.
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