Como Evangelizar As Testemunhas de Jeová Vol 2

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SÉRIE Manual de Evangelização Apologética

- Como Evangelizar as Testemunhas de Jeová –


INTRODUÇÃO
Esse manual tem por objetivo ajudar os cristãos a evangelizar as
Testemunhas de Jeová. Seguiremos uma sequência de perguntas que abrangerá um
conjunto de doutrinas das Testemunhas de Jeová (TJ). Não é uma exposição da
história dessa religião. Já existem livros suficientes no mercado e em sites que
trazem muito mais que a religião em foco esperaria. Nosso objetivo ao citar fatos
históricos é para contribuição do assunto em pauta na pergunta evangelística.
Você pode simplesmente escolher uma pergunta e estudar os breves
comentários em torno dela. Se você insistir no assunto, poderá levar o TJ a refletir
um pouco mais sobre a genuinidade cristã de sua religião que, por hora, é “a única
verdadeira” para ele. Em v|rios casos as perguntas estão interligadas,
proporcionando uma conversa sobre o assunto. Se quiser use esse manual (livreto)
na frente do TJ. Fiz uso de textos que normalmente as Testemunhas de Jeová não
foram treinadas para responder. Talvez você pense em textos conhecidos para
tratar de certos assuntos que não menciono de pronto, mas não os usei, pois a O
Corpo Governante, que é a Liderança TJ absoluta e espiritual dessa religião, já
massificou a interpretação deles, o que possivelmente surtiria resistência
argumentativa.
Devo destacar que, consciente disso, meus pensamentos e argumentos são
produtos da pena de autores como David Reed, Aldo Meneses, Natanael Rinald,
Paulo Romeiro, Norman Geisler, Raymond Franz e o perito brasileiro em
Testemunhas de Jeová, o pastor Esequias Soares. Além deles, outros livros e sites,
como o laborioso CACP. No fim do trabalho (completo) apresentarei uma breve
bibliografia. Porém, devo destacar que esse trabalho apologético, apesar de estar
alinhado com a ortodoxia protestante, tem um viés Reformado Presbiteriano.
Esse é o segundo livreto da série, abordo aqui apenas o tema “Atributos e
Trindade Divina”. A produção deste ‘livro’ em pdf pode ser impressa e distribuída
por quem quiser, e gratuitamente, assim realizo um projeto pessoal qual seja,
ajudar os irmãos em Cristo a evangelizarem as pessoas desse grupo que precisam
de Cristo (1Co 10.5,6). Que Deus em sua infinita graça, use tais argumentos, para a
libertação daqueles que Ele escolheu antes da fundação do mundo.
Agradeço a um amigo fiel, evangelista da IPB, hoje seminarista, Maurício
Pedroso que desde 2015 tem me incentivado a produzir esse material. Agradeço
também ao Pastor Edson e Mauro e Edna Geraldo irmãos da Igreja Batista de Garça
– SP pela capa da série, e a revisão ortográfica e pelo apoio que nos deram na
primeira 1º Conferência Apologética na IPB em Garça sobre como Evangelizar as
Testemunhas de Jeová.
Dedico esse trabalho aos plantadores de igrejas da IPB e especialmente aos
plantadores da Junta Missionária de Pinheiros, fiéis guerreiros do Cordeiro!

Vosso Conservo na Causa Soberana, Ev. Luciano Sena


ONISCIÊNCIA, ONIPRESENÇA E A TRINDADE DE DEUS

Deus é Deus, e se define em si e por si mesmo (Ex 3.14; Sl 90.1,2), pois


alguns atributos lhe são exclusivos, próprios da divindade. Ele não é um ser
limitado em nenhum sentido, o que o torna superior às criaturas, não apenas pelo
fato de não ser criado, sendo inerentemente eterno. Mas há atributos exclusivos
que ‘o faz’ Deus. A onisciência, a onipotência e a onipresença, são atributos do ser de
Deus que apenas ele possui por ser ele o que é – Deus. Apesar de que a lógica é
limitada para avaliar proposições divinas, além de estar maculada pelo pecado,
podemos com certo grau de certeza dizer que a lógica requer isso de um Deus
Supremo! No entanto, superior à lógica é a Escritura, que testifica
abundantemente.
A concepção sobre Deus por parte da Liderança TJ é que Deus é Jeová e esse
é um espírito incriado poderoso e eterno. Possui quatro qualidades principais que
são: amor, justiça, sabedoria e poder sendo o amor a principal e predominante
qualidade.
“QUALIDADES DO DEUS VERDADEIRO - Um estudo da libertação de Israel do
Egito destaca quatro qualidades básicas que Deus possui em perfeito
equilíbrio. Seus tratos com Faraó revelaram seu assombroso poder (Êxodo
9:16). A maneira magistral de Deus lidar com aquela situação complexa
mostrou sua inigualável sabedoria (Romanos 11:33). Ele revelou
sua justiça por aplicar punição contra opositores obstinados e opressores de
seu povo (Deuteronômio 32:4). Uma qualidade preeminente de Deus é
o amor. Jeová mostrou notável amor por cumprir sua promessa a respeito dos
descendentes de Abraão (Deuteronômio 7:8). Também mostrou amor por
permitir que alguns egípcios abandonassem os deuses falsos e se
beneficiassem grandemente de tomar posição em favor do único Deus
verdadeiro. Ao ler a Bíblia, notará que o amor é o principal atributo de
Deus, e ele o demonstra de muitas maneiras. Por exemplo, foi por amor que
ele se tornou Criador e primeiro partilhou com criaturas espirituais a alegria
de viver. Essas centenas de milhões de anjos amam a Deus e louvam-no (Jó
38:4, 7; Daniel 7:10). Deus também mostrou amor ao criar a Terra e prepará-
la para a existência humana feliz. — Gênesis 1:1, 26-28; Salmo 115:16.”
(Conhecimento que conduz à vida eterna, p 27,28).
Apesar da insistência do uso do nome Jeová, o problema da doutrina de
Deus das Testemunhas de Jeová é mais sério no que elas pensam sobre a natureza
desse espírito que é Deus, e no que creem sobre dois atributos divinos exclusivos de
Deus, a saber; a Onisciência e a Onipresença.
Talvez lhe cause espanto saber que para Liderança TJ Deus não é
onipresente! Sim, exatamente isso. Acrescenta-se ainda que ele possui onisciência,
mas em potencial, ou seletiva. Isso significa que para os Teólogos das Testemunhas
de Jeová Deus não é onisciente em todo tempo. Aldo Meneses se refere a isso como
que “desnudando Jeová de seus atributos”. Para simplificar essa doutrina,
comparam Deus a um homem usando um rádio, que só sabe o que certa estação de
rádio está dizendo se sintonizá-la. A analogia seria que Deus só pode saber aquilo
que se projeta para saber.
“Ilustração: Uma pessoa que tem um rádio pode ouvir as notícias mundiais.
Mas o fato de que pode ouvir certa estação não significa que
realmente faça isto. Ela precisa primeiro ligar o rádio e então selecionar a
estação. Da mesma forma, Jeová tem a capacidade de predizer eventos, mas a
Bíblia mostra que ele faz uso seletivo e com discrição dessa capacidade que
tem, com a devida consideração pelo livre-arbítrio com que dotou suas
criaturas humanas.” (Raciocínios, p. 116,117).

Talvez hoje em dia a Liderança TJ usasse o se conectar, ou acessar uma


página na internet, (cortar vírgula) como uma comparação ao acesso que Deus faz
aos acontecimentos, (cortar vírgula) no exercício seletivo de sua onisciência.
Vejamos as afirmações dos Teólogos das Testemunhas de Jeová sobre esse
assunto. Encontramos na obra Estudo Perspicaz das Escrituras, vol. 3, p. 314, 315,
uma extensa explicação da doutrina da Liderança das Testemunhas de Jeová onde
avaliam o assunto ‘presciência e predestinação’, com implicações na onisciência.
“Conceito predestinacionista. O conceito de que o exercício da presciência,
por parte de Deus, é infinito e de que ele deveras predetermina o proceder e o
destino de todas as pessoas é conhecido como predestinacionismo. Seus
proponentes arrazoam que a divindade e a perfeição de Deus exigem que Ele
seja onisciente (que saiba de tudo), não apenas com respeito ao passado e ao
presente, mas também com respeito ao futuro. Segundo este conceito, não ter
ele presciência de todos os assuntos, em seus mínimos detalhes, evidenciaria
imperfeição. Exemplos tais como o caso dos dois filhos gêmeos de Isaque, Esaú
e Jacó, são apresentados como evidência de que Deus predetermina as
criaturas antes do nascimento delas (Ro 9:10-13); e textos tais como Efésios
1:4, 5 são citados como evidência de que Deus sabia de antemão e
predeterminou o futuro de todas as suas criaturas, antes mesmo do início da
criação.
Para ser correto, este conceito teria, naturalmente, de harmonizar-se com
todos os fatores já mencionados, inclusive com a apresentação bíblica das
qualidades, das normas e dos propósitos de Deus, bem como com seus modos
justos ao lidar com suas criaturas. (Re 15:3, 4) Podemos então considerar
apropriadamente as implicações de tal conceito predestinacionista.
Este conceito significaria que, antes de criar os anjos e o homem terreno, Deus
exerceu seus poderes de presciência, previu e soube de antemão tudo o que
resultaria de tal criação, inclusive a rebelião de um de seus filhos espirituais, a
subseqüente rebelião do primeiro casal humano no Éden (Gên 3:1-6; Jo 8:44),
e todas as conseqüências funestas de tal rebelião até o presente e mais além.
Isto significaria necessariamente que toda a iniqüidade registrada pela
História (o crime e a imoralidade, a opressão e o resultante sofrimento, as
mentiras e a hipocrisia, a adoração falsa e a idolatria) já existia, antes do início
da criação, apenas na mente de Deus, na forma de sua presciência quanto ao
futuro, em todos os mínimos detalhes.
Se o Criador da humanidade tivesse realmente exercido Seu poder para
saber de antemão tudo o que a História presenciou desde a criação do
homem, então o pleno peso de toda a iniqüidade que disso resultou foi
deliberadamente acionado por Deus [negrito meu], quando ele proferiu as
palavras: “Façamos o homem.” (Gên (Gn)1:26) Estes fatos põem em dúvida a
razoabilidade e a coerência do conceito predestinacionista; especialmente em
vista de que o discípulo Tiago mostra que a desordem e outras coisas vis não
se originam da presença celestial de Deus, mas são de origem “terrena,
animalesca, demoníaca”. — Tg 3:14-18.
Exercício infinito da presciência? O argumento de que não saber Deus de
antemão todos os eventos e circunstâncias futuras, em todos os
pormenores, evidenciaria imperfeição de Sua parte é, na realidade, um
conceito arbitrário sobre perfeição. [negrito meu] A perfeição,
corretamente definida, não exige tal extensão absoluta, toda abrangente, uma
vez que a perfeição de algo depende realmente de se enquadrar por completo
nos padrões de excelência fixados por aquele que está habilitado a julgar os
seus méritos. [...] Em última análise, a vontade e o bel-prazer do próprio Deus,
não opiniões ou conceitos humanos, são os fatores decisivos quanto a se algo é
ou não perfeito. — De 32:4; 2Sa 22:31; Is 46:10.
Para ilustrar isso, a onipotência de Deus é inegavelmente perfeita e infinita em
capacidade. (1Cr 29:11, 12; Jó 36:22; 37:23) Todavia, sua perfeição em força
não demanda que ele use seu poder ao máximo da capacidade de sua
onipotência em todo e qualquer caso. É evidente que ele não fez isso; se o
tivesse feito, não só certas cidades e nações antigas teriam sido destruídas,
mas a terra e tudo nela há muito já teriam sido obliterados por execuções do
julgamento de Deus, acompanhadas de poderosas expressões de
desaprovação e fúria, assim como no Dilúvio e em outras ocasiões. (Gên 6:5-
8; 19:23-25, 29; compare isso com Êx 9:13-16; Je 30:23, 24.) Portanto, o
exercício por parte de Deus de seu poder não é o simples desencadear de
poder sem limites, mas é governado constantemente por seu propósito, e,
quando merecido, moderado por sua misericórdia. — Ne 9:31; Sal 78:38,
39; Je 30:11; La 3:22;Ez 20:17.
De modo similar, se em certos sentidos Deus resolver exercer sua infinita
habilidade de presciência de forma seletiva e no grau que lhe agrade, então
seguramente nenhum homem ou anjo pode, de direito, dizer: “Que est|s
fazendo?” (Jó 9:12; Is 45:9;Da 4:35) Portanto, não se trata duma questão de
habilidade, do que Deus possa prever, saber de antemão e predeterminar, pois
“a Deus todas as coisas são possíveis”. (Mt 19:26) A questão é o que
Deus julga apropriado prever, saber de antemão e predeterminar, pois
“fez tudo o que se agradou em fazer”. — Sal 115:3. [negrito meu]
O exercício seletivo da presciência. A alternativa ao predestinacionismo, o
exercício seletivo ou criterioso dos poderes de presciência de Deus, teria de
harmonizar-se com as normas justas do próprio Deus e ser coerente com o
que ele revela sobre si mesmo em Sua Palavra. Em contraste com a teoria do
predestinacionismo, diversos textos apontam para um exame, por parte de
Deus, de dada situação então existente e para uma decisão feita à base de tal
exame.
Assim, em Gênesis 11:5-8 Deus é descrito como voltando sua atenção em
direção à terra, examinando a situação em Babel, e, naquele tempo,
determinando a ação a ser tomada para interromper o projeto injusto em
andamento ali. Depois que a iniqüidade se desenvolveu em Sodoma e
Gomorra, Jeová informou Abraão de sua decisão de investigar (por meio de
seus anjos) para “ver se de fato agem segundo o clamor sobre isso, que tem
chegado a mim, e se não for assim, ficarei sabendo disso”. (Gên 18:20-22; 19:1)
Deus falou de ‘familiarizar-se com Abraão’, e, quando Abraão foi ao ponto de
tentar sacrificar Isaque, Jeov| disse: “Pois agora sei deveras que temes a Deus,
visto que não me negaste o teu filho, teu único.” — Gên 18:19; 22:11, 12;
compare isso com Ne 9:7, 8; Gál 4:9.
A presciência seletiva significa que Deus podia preferir não conhecer
previamente, de forma indiscriminada, todas as ações futuras de suas
criaturas. [negrito meu] Isto significa que, em vez de toda a história a partir
da criação ser apenas uma simples reprise do que já tinha sido previsto e
predeterminado, Deus podia, com toda a sinceridade, colocar diante do
primeiro casal humano a perspectiva de vida eterna numa terra livre de
iniquidade”.

Perceba que o fator motivador em limitar o atributo da onisciência, é o


problema do mal. Essa doutrina tem suas raízes em Márcion, Socino, e mais
recentemente muitos teólogos ‘cristãos’ (mas não são) tem adotado essa
concepção chamada de ‘Teísmo Aberto’ e/ou ‘Teologia Relacional’. De qualquer
forma, é uma heresia. Rotular Deus de ser tão limitado assim precisa de muita
renúncia teológica, bíblica, cristã, histórica e lógica, que deve ser
peremptoriamente combatida (Teologia Sistemática, Louis Berkhof, p. 66).
Suponho que exista menos lógica em confessar que alguém assim tão limitado seja
DEUS, do que não ter explicações para nossas dúvidas com respeito ao sofrimento.
Antes de tratarmos esse assunto biblicamente, vejamos outra heresia dessa
religião sobre outro atributo de Deus - a onipresença. No passado houve quem
negasse a Onipresença de Deus, ou desse a ela explicações que delimitavam esse
atributo, como Agostinho Esteuco [d.1550], J Crell e os cartesianos (Dogmática
Reformada, vol 2, 168,169). A Liderança TJ, não apenas limita a onisciência, mas
também elimina a onipresença de Deus!
“DEUS MORA EM TODOS OS LUGARES? Várias religiões dizem que Deus é
onipresente, um termo que dá a entender que Deus mora em todos os
lugares ao mesmo tempo. Por exemplo, a New Catholic Encyclopedia (Nova
Enciclopédia Católica) se refere a Deus como “aquele que na verdade est|
presente em todos os lugares e coisas existentes”. De maneira similar, John
Wesley, fundador da Igreja Metodista, escreveu um sermão intitulado “Sobre a
onipresença de Deus”, no qual ele disse que “não existe um ponto no espaço,
dentro ou fora dos limites da criação, onde Deus não esteja”. O que a Bíblia
ensina? Será que Deus é onipresente, estando em todos os lugares no céu,
na Terra e até mesmo entre os humanos ao mesmo tempo? Na verdade, a
Bíblia diz que Deus tem um lugar específico de morada — os céus. Ela
registra uma oração do Rei Salomão na qual ele clamou a Deus: “Que tu
mesmo ouças desde os céus, teu lugar estabelecido de morada.” (1 Reis 8:43)
Quando ensinou seus discípulos a orar, Jesus Cristo disse a eles para dirigir
suas orações ao “Nosso Pai nos céus”. (Mateus 6:9) Depois de sua ressurreição,
Cristo entrou ‘no próprio céu, para aparecer perante a pessoa de Deus’, diz a
Bíblia. — Hebreus 9:24. Esses versículos indicam claramente que Jeová
Deus mora apenas no céu, não em todos os lugares. É claro que “os céus”
mencionados nesses textos não se referem à atmosfera ao redor da Terra nem
à vasta expansão do espaço sideral. Os céus físicos não podem conter o
Criador do Universo. (1 Reis 8:27) A Bíblia diz que “Deus é Espírito”. (João
4:24) Ele reside nos céus espirituais, num domínio à parte do Universo físico.
— 1 Coríntios 15:44.” (A Sentinela, 01/08/11, p. 27).
“O verdadeiro Deus não é onipresente, porque se fala dele como
tendo localização.” (Estudo Perspicaz das Escrituras, vol 1, p. 690).
“Na realidade, por ensinar que Deus é onipresente, a cristandade
confundiu a questão e tornou mais difícil para Deus ser encarado como
real por seus adoradores. Como é que Deus pode estar presente em todo
lugar ao mesmo tempo? Deus é uma Pessoa espiritual, o que significa que
não tem um corpo material, mas sim um espiritual. Será que um espírito tem
corpo? Sim, pois lemos: “Se h| corpo físico, h| também um espiritual.” (1 Cor.
15:44; João 4:24) Deus como indivíduo, como Pessoa com um corpo espiritual,
tem um lugar de residência, e assim não poderia estar em qualquer outro
lugar ao mesmo tempo. Neste respeito lemos em 1 Reis 8:43 que os céus são
o “lugar estabelecido de morada” de Deus. Em Hebreus 9:24 somos também
informados de que “Cristo entrou . . . no próprio céu, para aparecer agora por
nós perante a pessoa de Deus”. (A Sentinela, 15/08/81, p. 5,6).

Em resumo, podemos apontar que os argumentos das Testemunhas de


Jeová contra a onipresença de Deus firmam-se em duas proposições: 1. Deus é um
ser com corpo espiritual, e com isso entendem que ele deve estar circunscrito tal
como os anjos. 2. A Bíblia fala de Deus habitando no céu, logo concluem que ele não
pode estar em outro lugar. A forma limitada de ver Deus, nesses aspectos, na
verdade tem outra intenção, como veremos mais adiante nesse livreto. Mas
podemos de pronto observar que a teologia TJ erra por limitar sua compreensão
de Deus a partir de falácias.
FALÁCIA 1: ‘Se Deus tem um corpo, e corpo é limitado – por isso é corpo, logo
Deus tem que ser limitado a um espaço’. Acontece que a Bíblia deixa muito bem
claro que esse corpo que Deus tem não é limitado. A Liderança TJ não percebe (ou
não quer perceber) que o tipo de Espírito que Deus é não é o mesmo tipo de
espírito que os anjos são. Não é dito de anjos o que se diz da imensidão de Deus:
“Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o Senhor.
Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o Senhor.” (Jr 23.24 - ACF). O
renomado Teólogo Reformado, Louis Berkhof elucida esse ponto da seguinte
maneira:
“Os corpos ocupam o espaço circunscritivamente, porque são limitados por
ele; os espíritos finitos ocupam o espaço definidamente, visto que não estão
em toda parte, mas somente num dado e definido lugar; e, em distinção de
ambos estes modos, Deus ocupa o espaço repletivamente, porque ele
preenche todo o espaço. Ele não está ausente de nenhuma parte do espaço,
nem tampouco est| mais presente uma parte que noutra.” (Teologia
Sistemática, p. 60).

FALÁCIA 2: ‘Deus habita no céu, então ele mora naquele lugar e não pode
estar em outro ao mesmo tempo que está no céu’. Mais uma vez, limitam Deus a
partir de conclusões legítimas às criaturas limitadas, não Deus! Novamente, a
forma que Deus ocupa um lugar, não é a mesma forma que seres limitados
ocupam. Outro profeta pode ajudar e desfazer o argumento TJ: “Pois assim diz o
Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: "Habito num lugar alto
e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar
novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito.” (Is
57.15). E II Crônicas 6.18 diz: “Mas será possível que Deus habite na terra com os
homens? Os céus, mesmo os mais altos céus, não podem conter-te. Muito menos
este templo que construí!”
Nessa ânsia de limitar Deus em um espaço, a Liderança antiga TJ chegou a
ensinar que Jeová habitava em uma constelação intitulada Plêiades. O que não se
sabe se hoje em dia isso é mantido (provavelmente não, mas é curioso o fato que o
nome dessa constelação é mencionada algumas vezes na literatura da Torre de Vigia
em anos mais recentes que as duas citações abaixo, embora não com tais
afirmativas):
“Por esta razão tem sido feita a sugestão de que [a constelação de] Plêiades
pode representar a residência de Jeová, o lugar de onde ele governa o
universo.” - A Sentinela de 15/6/1915, p|g. 5710 (em inglês). “Mas a
grandeza em tamanho de outras estrelas ou planetas é pequena quando
comparada com Plêiades em importância, porque Plêiades é o lugar do
trono eterno de Deus....Tem sido sugerido, e com bastante peso, que uma
das estrelas do grupo [‘Alcyone’] é o local de habitação de Jeov|.” -
Reconciliação (1928), p|g. 14 (em inglês)”
(Fonte: http://testemunha.orgfree.com/dossie.htm#Astrologia%20%C2%A0)

Se por um lado a Liderança TJ não erra em tornar Deus um ser fluido tal
como o panteísmo, por outro, o definiu a ponto de ser como uma criatura limitada.
Erraram por não produzirem conclusões com os limites da revelação, cometendo
um erro primário de levar as relações humanas, como plenamente demarcadoras
para estudo sobre Deus, enquanto tais relações deveriam ser apenas consideradas
como analógicas aplicadas a Deus. Embora os teólogos da Torre de Vigia saibam
dos qualificativos no que tange ao antropomorfismo (e até antropopatismo)
presentes na Escritura, no caso em mira, desconsideram essa forma figurada em
sua abordagem.
Agora de forma mais acurada , devemos, ao evangelizar uma Testemunha de
Jeová, explorar esse tema usando uma passagem bíblica clássica sobre os atributos
da Onipresença e Onisciência de Deus.

1) Diante da negativa da liderança TJ de que Deus seja onisciente, em


todo tempo e em relação às todas as coisas, e que Deus seja onipresente,
podemos fazer a leitura do Salmos 139 e avaliar esses ensinos à luz desse texto
bíblico?
Acreditamos que uma avaliação detida desse salmo deixará o TJ em uma
situação complexa entre a Bíblia e o que a sua liderança diz. Vamos ler como a
Tradução do Novo Mundo (a tradução exclusiva das Testemunhas de Jeová) verte
essa passagem. As partes em negrito são meus destaques às palavras e porções que
apontam claramente a uma onisciência ativa e onipresença pessoal:
1. Ó Jeová, tu me examinas e me conheces.
2 Tu sabes quando me sento e quando me levanto.
De longe discernes os meus pensamentos.
3 Tu me observas quando eu ando e quando me deito;
Conheces bem todos os meus caminhos.
4 Antes mesmo de haver uma palavra na minha língua,
Tu, ó Jeová, já a conheces bem.
5 Tu estás em volta de mim, atrás e à frente;
E pões a tua mão sobre mim.
6 Tal conhecimento está além da minha compreensão.
É tão elevado que não posso alcançá-lo.
7 Para onde eu iria, para escapar do teu espírito,
E para onde eu fugiria da tua face?
8 Se eu subisse ao céu, lá estarias tu;
E, se eu me deitasse na Sepultura, até mesmo lá estarias tu!
9 Se eu voasse nas asas da aurora
Para residir junto ao mar mais distante,
10 Até mesmo ali a tua mão me guiaria,
E a tua mão direita me seguraria.
11 Se eu dissesse: “Certamente a escuridão me esconder|!”
Então a noite ao meu redor se tornaria luz.
12 Nem a escuridão seria escura demais para ti,
E a noite seria tão clara como o dia.
Para ti, escuridão é o mesmo que luz.
13 Pois tu produziste os meus rins;
Mantiveste-me abrigado no ventre da minha mãe.
14 Eu te louvo porque fui feito maravilhosamente, de um modo espantoso.
Tuas obras são maravilhosas,
Eu sei disso muito bem.
15 Meus ossos não estavam escondidos de ti
Quando fui formado em secreto,
Quando fui tecido nas profundezas da terra.
16 Teus olhos até mesmo me viram quando eu era um embrião;
Todas as partes dele estavam escritas no teu livro
Com respeito aos dias em que foram formadas,
Antes de existir qualquer uma delas.
17 Por isso, como os teus pensamentos são preciosos para mim!
Ó Deus, como é grande a soma deles!
18 Se eu tentasse contá-los, seriam mais numerosos do que os grãos de areia.
Quando acordo, ainda estou contigo.

A clareza desse texto nos deixa pensativos de como é possível alguém lê-lo e
ainda manter sua mente presa a uma ideia limitada de Deus como ensina a
Liderança TJ (II Co 4.4). Notamos que a onisciência e a onipresença de Deus são
patentes no texto. Na realidade os versículos de 1 a 6 demonstram a onisciência do
Senhor, os versículos 7 a 12 revelam a sua onipresença e os versículos de 13 a 18
nos falam da onipotência do Altíssimo. O salmista fala do pleno conhecimento da
parte de Deus, e não apenas uma capacidade para tal se ‘caso sintonizasse’, bem
como sua presença certa em todos os lugares. Na evangelização de uma
Testemunha de Jeová você deve pedir a ela para ler o texto e explicar
referenciando às próprias palavras do Salmo 139.
Que explicação o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová dão a esse
texto? Veja:
“As palavras proféticas do Salmo 139:7-12 não significam que Deus
seja onipresente, que esteja pessoalmente presente em todos os lugares em
todos os momentos. As Escrituras mostram claramente que não é assim.
(Deuteronômio 26:15; Hebreus 9:24) Todavia, seus servos jamais estão fora
de seu alcance.” (A Sentinela 01/10/93, p. 13,14).

“O que dizer dos textos da Bíblia que parecem indicar que Deus está presente
em todos os lugares? Por exemplo, o Salmo 139:7-10, em que Davi disse sobre
Deus: “Para onde posso ir do teu espírito e para onde posso fugir da tua face?
Se eu subisse ao céu, lá estarias tu; e se eu fizesse meu leito no Seol, eis que lá
estarias tu! Se eu tomasse as asas da alva para residir no mar mais remoto,
também ali me guiaria a tua própria mão.” Será que esses versículos
querem dizer que Deus na verdade é onipresente, morando em cada um
desses lugares mencionados? Note que Davi perguntou primeiro: “Para
onde posso ir do teu espírito?”* Por meio de seu espírito santo, Deus
pode ver tudo e usar seu poder em todos os lugares, sem ir literalmente
a esses lugares ou morar neles. Para ilustrar: Em anos recentes os
cientistas conseguiram examinar o solo do planeta Marte, a milhões de
quilômetros da Terra. Como? Não por ir até lá, mas por estudar fotos
detalhadas e outras informações transmitidas para a Terra por meio de
sondas enviadas à superfície de Marte. De maneira similar, Jeová Deus
não precisa estar em todos os lugares, ou ser onipresente, para saber o
que está acontecendo em qualquer parte do Universo. A Palavra de Deus
diz: “Não h| criação que não esteja manifesta { sua vista.” (Hebreus 4:13)
Realmente, a força ativa de Jeová, ou seu espírito santo, pode estar em
todos os lugares, permitindo que ele veja tudo e realize seu propósito de
um local fixo, sua “santa habitação” nos céus. — Deuteronômio 26:15.
*A palavra hebraica aqui traduzida “espírito” se refere { força ativa de Deus, o
poder que Deus usa para realizar a sua vontade.” (A Sentinela, 01/08/11, p.
27).

Observe que a Liderança TJ desconsiderou o uso do termo “tua face” e


arremeteu ao uso de “Espírito”, que dado { compreensão deles de que o Espírito
Santo não é uma pessoa, torna assim possível Jeová saber tudo que acontece em
todo lugar, a partir dessas conexões do Espírito Santo, que não é uma pessoa. Usa
até uma comparação quando cientistas usam fotos de sondas em outros planetas!
Por que o uso do termo “tua face” em Salmos 139.7 é problemática para a
Liderança TJ? Por causa dessa expressão que eles também dizem que Deus não é
onipresente, haja vista que Jesus está diante da presença de Deus. Lembre-se que
em uma das citações das explicações acima a Liderança justifica que Deus não é
onipresente pelo fato de que “Em Hebreus 9:24 somos também informados de que
“Cristo entrou . . . no próprio céu, para aparecer agora por nós perante a pessoa
de Deus”. E em outra citação, a Liderança TJ aponta a esse texto para provar que
ele deixa claro que Deus não é onipresente. Portanto, ‘diante da face de Deus’
conforme atesta o Salmista, esvazia o argumento da Liderança TJ.
Nesse mesmo salmo há um versículo (v.8) que possui as duas proposições
que para a Liderança TJ são autoexcludentes. Veja: “Se eu subisse ao céu, lá
estarias tu; E, se eu me deitasse na Sepultura, até mesmo lá estarias tu!”. O que
argumentar diante de afirmações tão claras? Em um mesmo fôlego o autor
inspirado destrói a ideia da Liderança TJ que se Deus está no céu, não pode estar
em outro lugar.
2) Não é melhor comparar a onisciência de Deus com Hebreus 4.13, do
que com um ‘homem usando um rádio’, ‘ou cientistas usando fotos de
satélites’?

Leia esse versículo com ele, será importante que o TJ veja como esse
versículo confronta com esse falso ensino. Peça ao TJ ler e explicar. A Tradução do
Novo Mundo traduz assim esse texto: “E não há criação que esteja escondida da
vista dele, mas todas as coisas estão nuas e abertamente expostas aos olhos
daquele a quem temos de prestar contas.” Esse texto bíblico pressupõe claramente
a Onisciência de Deus. Não há nada nesse texto que aponte a uma possibilidade
e/ou potencialidade de Deus saber, se assim desejar.

A ONIPOTÊNCIA PROVA QUE A ONISCIÊNCIA É SELETIVA? Vamos agora


examinar o argumento mais recorrente da Liderança TJ, e de vários apologistas
Testemunhas de Jeov|, em ‘delimitar’ a onisciência para deliberações seletivas de
Deus. Leia o seguinte argumento deles:
“Para ilustrar isso, a onipotência de Deus é inegavelmente perfeita e infinita
em capacidade. (1Cr 29:11, 12; Jó 36:22; 37:23) Todavia, sua perfeição em
força não demanda que ele use seu poder ao máximo da capacidade de
sua onipotência em todo e qualquer caso. É evidente que ele não fez isso;
se o tivesse feito, não só certas cidades e nações antigas teriam sido
destruídas, mas a terra e tudo nela há muito já teriam sido obliterados
por execuções do julgamento de Deus, acompanhadas de poderosas
expressões de desaprovação e fúria, assim como no Dilúvio e em outras
ocasiões. (Gên 6:5-8; 19:23-25, 29; compare isso com Êx 9:13-16; Je 30:23,
24.) Portanto, o exercício por parte de Deus de seu poder não é o simples
desencadear de poder sem limites, mas é governado constantemente por
seu propósito, e, quando merecido, moderado por sua misericórdia. — Ne
9:31; Sal 78:38, 39; Je 30:11; La 3:22; Ez 20:17. De modo similar, se em
certos sentidos Deus resolver exercer sua infinita habilidade de
presciência de forma seletiva e no grau que lhe agrade, então
seguramente nenhum homem ou anjo pode, de direito, dizer: “Que est|s
fazendo?” (Jó 9:12; Is 45:9; Da 4:35) Portanto, não se trata duma questão de
habilidade, do que Deus possa prever, saber de antemão e predeterminar, pois
“a Deus todas as coisas são possíveis”. (Mt 19:26) A questão é o que Deus julga
apropriado prever, saber de antemão e predeterminar, pois “fez tudo o que se
agradou em fazer”. — Sal 115:3.” (Estudo Perspicaz das Escrituras, vol 3 , p.
315).

O raciocínio, em resumo, seria o seguinte: ‘se Deus não usa seu poder
constantemente, e ele continua sendo Onipotente, significa a mesma coisa com a
Onisciência, visto que Jeová não usa sua capacidade de saber todas as coisas em todo
tempo’. Há dois erros nesse argumento. O primeiro é que o atributo da Onisciência
requer saber tudo ao mesmo tempo, caso não, não existe onisciência. Oni (tudo) +
ciência(saber). Se ele só pode saber de tudo, mas não sabe, então essa palavra é
inadequada, bem como as afirmações bíblicas que codificam o conceito. Jesus diz
patentemente que o saber de Deus não é em potencial, nem seletivo, mas certo,
constante e abrangente. Veja suas palavras em Mateus 10.29,30 conforme
traduzidas na Tradução do Novo Mundo:
“Não se vendem dois pardais por uma moeda de pequeno valor? Contudo,
nem mesmo um deles cairá no chão sem o conhecimento do Pai de vocês.
Mas até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados.”

Imagine você; A Liderança TJ afirma que Deus não usou seu poder para
saber, nem permitir, o que Adão e Eva fariam com a liberdade deles. Porém,
segundo Jesus, até mesmo um pardal tem observação providencial do Pai.
Estranho? Não, um absurdo! Se até uma criatura ‘insignificante’ recebe tal atenção
de Deus, diz Jesus, o ser humano vale muito mais a ponto de terem os fios da
cabeça contados. Talvez, o grande problema aqui seja não os claros textos bíblicos,
mas quem é essa divindade produzida pela Torre de Vigia?!
O segundo erro no argumento acima está em definir poder como ação
destruidora/punitiva. Deus exerce seu poder em todo tempo, em cada partícula
desse universo, até os grandes astros do universo. A providência de Deus é o
exercício constante de sua ação poderosa em tudo o que ele criou. Embora isso seja
difícil para uma Testemunha de Jeová entender, haja vista que é possível notar que
na piedade pr|tica você dificilmente veria um TJ dando “graças a Deus” por algo,
mas precisamos ajudar o TJ a abandonar esse falso e limitado deus da Torre de
Vigia. Dois textos bíblicos demonstram como o poder de Deus é constante:

“‘Pois nele vivemos, nos movemos e existimos’, como disseram alguns dos
poetas de vocês: ‘Também somos descendência dele’”. (At 17.28).
“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa,
e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder...” (Hb 1.3).

TRINDADE DIVINA.

Vamos tratar de um dos assuntos que mais as Testemunhas de Jeová


exploram no seu trabalho de proselitismo ao falar com crentes em Cristo. Na
história doutrinária da Liderança TJ os ataques já foram mais ácidos e abundantes,
em produção de artigos em livros e revistas, contra a doutrina da Trindade. Nos
últimos 20 anos ou mais, talvez essa faceta beligerante contra a doutrina da
trindade diminuiu. Uma das provas que podemos apontar é a diminuição do fluxo
das publicações da Torre de Vigia sobre esse assunto até meados dos anos 90.
Como exemplo emblemático dessa situação e declínio, posso mencionar o livro
Adore o Único Deus Verdadeiro de 2002 que é uma revisão do livro Unidos na
Adoração do único Deus Verdadeiro de 1983. Na primeira edição de 1983 o 2º
capítulo possui partes de 4 páginas atacando a doutrina da trindade, enquanto a
revisão de 2002 substituiu essa parte por outro assunto.
Por que tem acontecido essa tendência? A Liderança TJ se viu desnuda diante
da exposição de seus erros e mazelas na internet, o que fez com que ela colocasse
as Testemunhas de Jeová com um tom mais moderado e não buscando mais
debates, e sim gastarem tempo com ‘pessoas interessadas’. Diminuir a ênfase no
ataque à doutrina, portanto, não é algo positivo em si, mas apenas estratégico, pois
os conceitos antitrinitarianos são os mesmos e o que eles produziram ainda é usado e
disponível no site oficial. E hoje algumas Testemunhas ainda gostam de travar
debates nesse assunto, especialmente as que têm alguma aptidão apologética.
Podemos resumir a doutrina de Deus na teologia das Testemunhas de Jeová,
da seguinte maneira:
A) JEOVÁ DEUS: Somente Jeová é o único Deus verdadeiro, um ser de corpo
espiritual que ocupa um lugar fixo. Não é onipresente, é seletivamente e
potencialmente onisciente, é eterno, criador de todas as coisas, e age apenas por
meio de agentes, como anjos, ou pela força invisível que possui chamado de
espírito santo.
B) JESUS CRISTO: A primeira criatura feita por Jeová foi o Arcanjo Miguel, seu
filho, sendo um deus inferior, e não o mesmo Deus que Jeová é, nem no mesmo
nível, nem no mesmo sentido; não pode ser adorado, recebe no máximo uma
adoração relativa ou honra, por meio de quem Deus Jeová fez todas as outras
coisas, e que quando se encarnou se tornou Jesus. Esse mesmo Jesus não
ressuscitou com o corpo que morreu, mas em espírito e reassumiu com mais poder
e honra seu antigo posto de Arcanjo e assumiu o reino celestial desde 1914.
C) ESPÍRITO SANTO: O ‘espírito santo’ é uma força ativa impessoal de Jeov|, seu
poder em movimento, que agiu na criação e em homens para escrever a Bíblia, foi
com essa força que Jeová ungiu a Jesus e os 144 mil que vão para o céu. Jamais o
considerar como uma pessoa distinta de Jeová, muito menos como Deus.

A Liderança TJ afirma que a doutrina da trindade é um ensino de origem


pagã e diabólica, infiltrado no cristianismo, e que deve ser rejeitado para que a
pessoa seja salva.
“Em breve, quando Deus acabar com o atual sistema de coisas, a cristandade
trinitarista será chamada às contas. E ela será julgada adversamente por
causa das suas ações e doutrinas que desonram a Deus... Não pode haver
transigência para as verdades de Deus. Assim, adorar a Deus segundo os
Seus próprios termos significa rejeitar a doutrina da Trindade.” (Deve-se
crer na Trindade?, p. 31).
“Com o decorrer dos séculos, um dos resultados do ensino da Trindade foi
que o único Deus verdadeiro, Jeová, tem sido afundado no atoleiro da
teologia do Deus-Cristo da cristandade.” (O Homem em busca de Deus, p.
276-278).
“... Trindade não é ensinada na Bíblia. Na realidade, muito antes de Jesus
andar na terra, adoravam-se deuses em grupos de três, ou trindades, em
lugares tais como os antigos Egito e Babilônia.” (Viver para sempre, p. 40-42).
“Sem dúvida, a doutrina da Trindade confundiu e diluiu o entendimento
das pessoas a respeito da verdadeira posição de Deus. Ela impede que as
pessoas conheçam com exatidão o Soberano Universal, Jeová Deus, e o adorem
segundo os Seus termos. Como disse o teólogo Hans Küng: “Por que deveria
alguém querer acrescentar algo à noção da unicidade e da imparidade de Deus
que possa apenas diluir ou anular tal unicidade e imparidade?” Mas é
justamente isso o que a crença na Trindade tem feito. Os que creem na
Trindade não estão ‘retendo Deus com um conhecimento exato’.
(Romanos 1:28) Esse versículo também diz: “Deus entregou-os a um estado
mental reprovado, para fazerem as coisas que não são próprias.” Os versículos
29 a -31 de Rom. 1 alistam algumas das coisas ‘impróprias’, como ‘assassínio,
rixa, ser pérfido nos acordos, não ter afeição natural, ser desapiedado’.
Justamente tais coisas têm sido praticadas por religiões que aceitam a
Trindade.” (Deve-se crer na Trindade?, p. 30).
“No quarto século, a cristandade adotou a crença da “Trindade”, ensinada
pelos babilônios, pelos egípcios, pelos hindus e pelos budistas antes
daquele tempo.” (Unidos na Adoração, p. 15).
“Tríades de deuses tinham destaque na religião babilônica. Havia uma
tríade ou trindade composta por Anu, Bel e Ea; outra incluía Sin, Samas e Istar.
Além disso, os lugares de adoração em Babilônia estavam cheios de imagens.
Tudo isso desviava a atenção de haver um único Deus verdadeiro, cujo nome
é Jeov|.” (Sobrevivência, p.83).
“A doutrina não se originou com Deus. Na antiga Babilônia, os pagãos
criam em tal coisa; de fato, eles adoravam mais de uma trindade de deuses.
(A Verdade que conduz à vida eterna, p. 25).
“Uma das particularidades destacadas da religião babilônica eram as suas
tríades de deuses e demônios. Investigue o leitor por si mesmo, mas não
encontrar| nem uma única vez a palavra “trindade” na Bíblia inspirada,
pois a Bíblia não é babilônica.” (Caiu Babilônia, A Grande, p.31).
“A origem da doutrina da trindade remonta aos antigos babilônios, egípcios, e
outros mitologistas antigos... A conclusão óbvia, portanto, é que Satanás
deu origem à doutrina da trindade.” (Seja Deus Verdadeiro [2º edição], p.
98).
Em outros tópicos desse manual vamos tratar sobre a Divindade de Jesus
Cristo, bem como a divindade e personalidade do Espírito Santo. Nesta parte
vamos tratar apenas da definição trinitariana, e as objeções lançadas sobre essa
doutrina em sua unidade trinitária, e não a respeito de cada uma das pessoas da
trindade.
Começo apontando algo abundantemente presente na produção literária da
Liderança TJ sobre a doutrina da trindade – a definição incorreta, deturpada e
parcial da doutrina. Antes de prosseguir, precisamos fazer uma nota - lamentamos
profundamente que muitos cristãos de nossas igrejas protestantes e evangélicas
também acabem sucumbindo em conclusões errôneas, por falta de estudar
adequadamente o assunto, ou mesmo não atentarem (atentar) ao que oficialmente
é dito nas confissões cristãs existentes. Conquanto crentes e Testemunhas de Jeová
erram na definição muitas vezes de forma induzida ou por ignorância, não pode-se
dizer o mesmo dos teólogos das Testemunhas de Jeová.
É algo comum os escritores da Torre de Vigia misturarem triteísmo,
modalismo, unicismo, com a trinitarianismo. Quando citam o Credo Atanasiano,
não raro faz uso de poucas palavras desse Credo, e seguem refutando conclusões
deles, criando assim o chamado monstro de palha. Veja alguns exemplos dessa
construção distorcida maciçamente presente na teologia das Testemunhas de
Jeová:
“Por conseguinte, os que aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus não adoram
a Trindade que consiste de três pessoas, ou deuses, em um só. De fato, a
palavra “Trindade” nem aparece na Bíblia.” (Conhecimento que conduz { vida
eterna, p. 31).
“Definição: A doutrina fundamental das religiões da cristandade. Segundo o
Credo de Atanásio, há três pessoas divinas (o Pai, o Filho e o Espírito Santo),
sendo cada um destes, alegadamente, eterno, todo-poderoso, não sendo
nenhum maior ou menor do que o outro, sendo cada um deles, alegadamente,
Deus, e, não obstante, juntos um só Deus. Outras afirmações sobre esse
dogma sublinham que estas três “Pessoas” não são entes separados e
distintos, mas três formas nas quais existe a essência divina. Assim,
alguns trinitários enfatizam sua crença de que Jesus Cristo é Deus ou de
que Jesus e o Espírito Santo são Jeová.” (Raciocínios, p 397).
“Uma das doutrinas fundamentais da assim chamada “Cristandade” é a
conhecida pelo nome “Santíssima Trindade”. Milhões de pessoas aceitam-na
como sagrada e como verdade das Escrituras. Em resumo, a doutrina
consiste em dizer-se que há três deuses em um... Alguns tentarão ilustrá-la
por meio de... imagens de três cabeças num só pescoço. Sem dúvida, as
pessoas sinceras que querem conhecer o verdadeiro Deus e servi-lo acharão
um tanto difícil amar e adorar um Deus complicado, de aparência
fant|stica e de três cabeças.” (Seja Deus Verdadeiro [2º edição], p. 97).

A brochura de 31 p|ginas intitulada “Deve-se crer na Trindade?” é a mais


extensa publicação da Liderança TJ que trata do assunto em um único volume. Essa
brochura está repleta de citações de críticos da trindade e da fé cristã, de autores e
teólogos que não se expressam com clareza em favor da trindade, e mais
espantosamente a brochura faz muitas citações fora de contextos (Teologia
Sistemática, uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual, p.
193). Essa brochura já foi alvo de pesquisas e refutações, onde foram mostradas
suas distorções (livro “Porque devo crer na Trindade uma resposta às Testemunhas
de Jeová”, de Robert M. Bowman). Essa publicação em todas suas páginas dedica
apenas três parágrafos para demonstrar como se define essa crença.
Caso uma Testemunha de Jeová ventile esse assunto, ou mesmo você, faça a
seguinte pergunta:

3º) Você como Testemunha de Jeová já leu toda a definição histórica da


trindade, conforme exposta no Credo Atanasiano, ou mesmo em algum manual
doutrinário de uma denominação cristã?
Sobre esse credo A. A. Hodge considera esse como “... um grande e único
monumento da fé imutável de toda a Igreja no tocante aos grandes mistérios da
piedade, a Trindade de Pessoas no Deus único e a dualidade de naturezas no Cristo
único.” (A Confissão de Fé Comentada, p. 27. Editora os Puritanos). ‘É um dos mais
bem elaborados credos antigos.’ (Soli Deo Glória, Paulo Anglada, p. 131). Apreciada
pelos reformadores Lutero e Calvino, bem como por várias confissões reformadas
(Eu Creio, Herminsten Maia, p. 31).
Será interessante ler junto com o TJ todo o Credo Atanasiano, considerado
representativo para os cristãos ortodoxos e clássicos sobre essa doutrina, já que a
Liderança TJ cita poucas partes desse Credo. Após a leitura, uma conversa mais
salutar, e menos caricatura, pode surgir:
“1. Todo aquele que quiser ser salvo, é necessário acima de tudo, que sustente
a fé universal. 2. A qual, a menos que cada um preserve perfeita e inviolável,
certamente perecerá para sempre. 3. Mas a fé universal é esta, que adoremos
um único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. 4. Não confundindo as
pessoas, nem dividindo a substância. 5. Porque a pessoa do Pai é uma, a do
Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. 6. Mas no Pai, no Filho e no Espírito
Santo há uma mesma divindade, igual em glória e co-eterna majestade. 7. O
que o Pai é, o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. 8. O Pai é não criado, o Filho
é não criado, o Espírito Santo é não criado. 9. O Pai é ilimitado, o Filho é
ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. 10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o
Espírito Santo é eterno. 11. Contudo, não há três eternos, mas um eterno. 12.
Portanto, não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não
criado e um ilimitado. 13. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é
onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. Contudo, não há três
onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o
Espírito Santo é Deus. 16. Contudo, não há três Deuses , mas um só Deus. 17.
Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é Senhor. 18.
Contudo, não há três Senhores, mas um só Senhor. 19. Porque, assim como
compelidos pela verdade cristã a confessar cada pessoa separadamente como
Deus e Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal de dizer
que há três Deuses ou Senhores. 20. O Pai não foi feito de ninguém, nem
criado, nem gerado. 21. O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem
criado, mas gerado. 22. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não feito,
nem criado, nem gerado, mas procedente. 23. Portanto, há um só Pai, não três
Pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos.
24. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último, nenhum é maior ou
menor. 25. Mas todas as três pessoas co-eternas são co-iguais entre si; de
modo que em tudo o que foi dito acima, tanto a unidade em trindade, como a
trindade em unidade deve ser cultuada. 26. Logo, todo aquele que quiser ser
salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade. 27. Mas também é
necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do
nosso Senhor Jesus Cristo. 28. É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e
confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como
homem. 29. Ele é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem
nascido no tempo da substância da sua mãe. 30. Perfeito Deus, perfeito
homem, subsistindo de uma alma racional e carne humana. 31. Igual ao Pai
com relação à sua divindade, menor do que o Pai com relação à sua
humanidade. 32. O qual, embora seja Deus e homem, não é dois, mas um só
Cristo. 33. Mas um, não pela conversão da sua divindade em carne, mas por
sua divindade haver assumido sua humanidade. 34. Um, não, de modo algum,
pela confusão de substância, mas pela unidade de pessoa. 35. Pois assim como
uma alma racional e carne constituem um só homem, assim Deus e homem
constituem um só Cristo. 36. O qual sofreu por nossa salvação, desceu ao
Hades, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. 37. Ascendeu ao céu, sentou à
direita de Deus Pai onipotente, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
38. Em cuja vinda, todo homem ressuscitará com seus corpos, e prestarão
conta de suas obras. 39. E aqueles que houverem feito o bem irão para a vida
eterna; aqueles que houverem feito o mal, para o fogo eterno. 40. Esta é a fé
Universal, a qual, a não ser que um homem creia firmemente nela, não pode
ser salvo.” (Fonte: http://www.monergismo.com/textos/credos/credoatanasio.htm).

Ao ler esse antigo credo cristão, deixe claro que ele é uma representação
confessional da fé trinitariana, e se como uma Testemunhas de Jeová ele nega ou
ataca essa doutrina, sem conhecer a explicação que é mais unânime, certamente
ele labora em erro de avaliação. Comparando com citações das publicações da
Liderança TJ já feitas, considere com o TJ:

4º) Onde o Credo diz que O Filho e o Pai são a mesma Pessoa? Onde o
Credo diz que há três deuses? Onde o Credo nega que há um só Deus? A
Liderança de sua religião tem sistematicamente dito que ensinamos a crença
em três deuses, acha isso honesto e verdadeiro?

A objeção mais usada pela Liderança TJ em cima do Credo Atanasiano é que


ele pressupõe um mistério, pois há ao menos uma parte que mais desafia nossa
lógica, dado às experiências e observações que temos, quando é dito que cada uma
das pessoas é distinta uma da outra, sendo cada uma Deus, porém não temos três
deuses e sim um Deus. Na brochura “Deve-se Crer na Trindade?”, indaga como
poderia diante disso “não existirem três deuses, mas apenas um só Deus?” (p.4).
Então critica o uso do termo mistério, por parte de alguns, para ‘solucionar’ o
suposto dilema. Uma das críticas é que Deus não é Deus de confusão, e que a sua
revelação ‘não revela um ser de confusão’.
Em primeiro lugar, dizer que há um mistério em uma doutrina bíblica não é
atestado de confusão, mas sim de incapacidade de plena compreensão dos que a
confessam. Não se aplica mistério no sentido de um assunto anteriormente oculto e
depois revelado. Em segundo lugar, é até lógico concluir que criaturas limitadas
como nós, não teríamos capacidade de ‘codificar’ a pessoa de Deus em nossa mente.
A Bíblia é que pressupõe essas duas premissas:

“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de


Deus! Quão inexplicáveis são os seus juízos, e quão insondáveis são os seus
caminhos! Pois quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu
conselheiro? Ou quem primeiro deu alguma coisa a Deus para que isso lhe seja
restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele seja
a glória para sempre. Amém!” (Rm 11.33-36 Nova Almeida Atualizada).

“Será que você pode desvendar os mistérios de Deus ou descobrir a perfeição


do Todo-Poderoso? A sabedoria de Deus é mais elevada do que os céus; o que
você poderá fazer? Ela é mais profunda do que o abismo; o que você poderá
saber? A sua medida é mais longa do que a terra e mais larga do que o
mar.” (Jó 11.7-9 Nova Almeida Atualizada).

Em terceiro lugar, o termo mistério é acolhido pelos trinitarianos diante dos


dados das Escrituras que nos são revelados, não porque é produto filosófico pagão.
Lemos que a Bíblia diz que há um só Senhor (Dt 6.4), enquanto essa mesma Bíblia
chama de Senhor, nesse sentido divino e supremo, O Pai (Mt 11.25), O Espírito
Santo (I Co 3.17,18) e o Filho (Jd 4) . O cristão bíblico apenas une essas verdades,
não renuncia um texto em nome de outro, nem reveste o outro de um sentido
diferente.
O mesmo podemos dizer ao uso do termo “único” que as Testemunhas Jeov|
frequentemente usam como argumento contra a doutrina. Especialmente em João
17.3. O manual Raciocínios diz sobre esse texto:
“Pode alguém ser “o único Deus verdadeiro”, “somente [ele ser]
verdadeiramente Deus”, se houver mais dois outros que são Deus no mesmo
grau que ele? Quaisquer outros referidos por “deuses” devem ser ou falsos ou
meramente um reflexo do verdadeiro Deus.)” (p. 403).

A expressão “único” quando aplicada ao Pai, ou ao Filho, ou ao Espírito


Santo, não exclui nenhuma dessas três pessoas, mesmo quando não é mencionada,
mas qualquer outro fora da divindade. Por exemplo, a Bíblia diz que Jesus Cristo é
o “único” que possui imortalidade. Veja I Timóteo 6.16: “Aquele que tem, ele só, a
imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode
ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” Na mesma carta bíblica, porém,
ao se referir a Deus pai, o autor inspirado escreveu: “Ora, ao Rei dos séculos,
imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre.
Amém.” (I Tm 1:17 ACF). Dizer, como faz a Liderança TJ, que a exclusividade em I
Tm 6.16 é em comparação aos reis humanos, somente despista o óbvio – apenas
Jesus tem imortalidade, que é autoexistência, independência, e
indestrutibilidade, eternas! Para um trinitário, isso não é contradição em
nenhum sentido, visto que no que diz respeito aos atributos divinos, não há
exceção entre o Pai, O Filho e O Espírito Santo.
Outro fator desconsiderado na interpretação de João 17.3 da Liderança TJ
contra a doutrina da trindade é que o texto não diz apenas ‘único Deus’, mas ‘único
Deus VERDADEIRO’! Assim, a ressalva que o manual de proselitismo TJ dá ao dizer
que “Quaisquer outros referidos por “deuses” devem ser ou falsos ou meramente um
reflexo do verdadeiro Deus” não deriva da exclusividade apresentada! Visto que
Jesus disse que ele é ‘um com o Pai’ (Jo 10.30), e que o Espírito Santo é o Espírito de
Deus e de Cristo (Rm 8.9-11), ao dizer único Deus verdadeiro Jesus não exclui a
divindade dele mesmo, nem do Espírito.
Na somatória dessas verdades, surgem mistérios que não foram
solucionados na Revelação, e qualquer tentativa de respostas, ainda que sejam
úteis até certo ponto, falham em dar uma plena solução das interpretações das
pessoas no único ser divino. Portanto, não significa, em hipótese alguma, que a
doutrina não é bíblica, por se usar o termo mistério, dado o fato de ela não ser
filtrada pelo crivo de nossa lógica limitada. Até porque os questionamentos são
produção nossa, e não da Palavra de Deus.
Mesmo que ao falar em mistério, dando as explicações acima, ainda assim o
TJ arguir a isso como uma suposta objeção à doutrina de Deus, mostre isso que foi
escrito pela Liderança TJ sobre o assunto “eternidade” no livro Raciocínios:
“Há lógica nisso? Nossa mente não pode compreender isso plenamente.
Mas não é uma razão sólida para o rejeitar. Considere estes exemplos: (1) O
tempo. Ninguém pode indicar um determinado momento em que o tempo
começou. E é um fato que, embora a nossa vida termine, o tempo não acaba.
Não rejeitamos a ideia de tempo só porque há aspectos a respeito dele que não
entendemos plenamente. Antes, regulamos a nossa vida por ele. (2) O espaço.
Os astrônomos não encontram nem começo nem fim do espaço. Quanto mais
distante investigam o universo, tanto mais espaço existe. Eles não rejeitam o
que a evidência indica; muitos dizem que o espaço é infinito.” O mesmo
princípio se aplica à existência de Deus.” (Raciocínios, p. 123)

Por fim, há uma afirmação de que as provas bíblicas da doutrina resumem-


se a uns poucos textos bíblicos. O manual Raciocínios diz:
“Deve-se notar, já de início, que a maioria dos textos usados como “prova” da
Trindade menciona na realidade apenas duas pessoas, não três; portanto,
mesmo que a explicação fosse correta, tais textos não provariam que a Bíblia
ensina a Trindade.” (p. 404).

Em primeiro lugar, mesmo se fosse exclui a minoria, já seria o suficiente! No


intuito de desqualificar pela quantidade, a Liderança TJ desconsidera a qualidade.
Não é um argumento plausível. Em segundo lugar, a Bíblia apresenta
abundantemente passagens que se referem às três pessoas da divindade, ou em um
mesmo patamar, ou em funções salvadoras, ou em obras próprias.
Se quantidade é o que faltava para uma Testemunha de Jeová,
apresentemos agora mais de 50 provas bíblicas da doutrina da Trindade
econômica (seu trabalho) e alguns desses sendo da Trindade ontológica (essência)
no Novo Testamento. Para facilitar e economizar espaço, transcrevi apenas o nome
da pessoa da divindade em foco no texto bíblico, o que aconselho você ler com a
Testemunha de Jeová, apresentando-os com a seguinte pergunta:
4º) A Bíblia ensina abundantemente a presença das três pessoas - Pai,
Filho e Espírito Santo, em diversos textos e contextos, podemos ler juntos e
notar como as três pessoas são colocadas em um mesmo patamar?

1. ‘Jesus... Espírito de Deus... Este é meu Filho.” – Mt 3.16,17.


2. ‘Em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo.’ – Mt 28. 19
3. “Espírito Santo ... Altíssimo... Filho de Deus” – Lc 1.35.
4. ‘Jesus... Espírito Santo... Tu és meu Filho’ – Lc 3.21,22.
5. ‘Jesus... Espírito... Tu és meu Filho’ – Mc 1.9-11.
6. ‘Jesus... Espírito Santo... Senhor Deus’ – Lc 4.1-12.
7. ‘E Eu [Jesus] rogarei... ao Pai... Consolador” – Jo 14.16.
8. ‘Espírito da verdade... Voltarei... estou no Pai’ Jo 14.17-20.
9. ‘Consolador... do Pai... Vos ei de enviar’ – Jo 15.26.
10. ‘Consolador, O Espírito... Me [Jesus] glorificará... o Pai’ – Jo 15. 7, 13,14, 15.
11. ‘Jesus... Pai... Espírito Santo’ – Jo 20.21,22.
12. ‘Jesus... Espírito Santo... Reino de Deus’ – At 1.1,2.
13. ‘promessa do Pai... Espírito Santo... Senhor’ – At 1.4,5,6.
14. ‘Ressuscitou Jesus... de Deus, O Pai... Espírito Santo’– At 2.32,33.
15. ‘nome de Jesus Cristo... dom do Espírito... Deus nosso Senhor’ – At 2.38,39.
16. ‘Deus... Príncipe e Salvador... Espírito Santo’ – At 5. 31,32.
17. ‘cheio do Espírito Santo... e Jesus... à direita de Deus’ – At 7.55,56.
18. ‘Deus... Jesus... Espírito Santo’ – At 10. 38.
19. ‘magnificar a Deus... o Espírito Santo...em nome de Jesus’ – At 10. 46-48.
20. ‘E Deus... o Espírito Santo... do Senhor Jesus’ – At 15.8-11.
21. ‘O Espírito Santo... Senhor Jesus... da graça de Deus’ – At 20.23,24.
22. ‘O Espírito Santo... igreja de Deus... seu próprio sangue’ – At 20.28.
23. ‘reino de Deus... fé em Jesus... falou o Espírito Santo’ – At 28. 23, 25.
24. ‘falou o Espírito Santo... reino de Deus... Senhor Jesus’ – At 28.25,31.
25. ‘[Filho] de Deus... Espírito de santificação... Jesus Cristo’ – Rm 1.4.
26. ‘o amor de Deus... pelo Espírito Santo... porque Cristo’ – Rm 5.5,6.
27. ‘lei do Espírito, em Cristo... Deus enviando’ – Rm 8.2,3
28. ‘no Espírito... Espírito de Deus... Espírito de Cristo’ – Rm 8.9.
29. ‘o mesmo Espírito... herdeiros de Deus... co-herdeiros de Cristo’ – Rm 8. 16,17.
30. ‘em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.’ – I Co 6.11.
31. ‘Espírito [Santo]... Senhor [Jesus]... Deus[Pai]’– 1 Co 12. 4,5,6.
32. ‘Cristo... em um Espírito... Deus colocou’ – 1 Co 12. 12,13,18.
33. ‘em Cristo... Deus... do Espírito’ – II Co 1. 21,22.
34. A bênção trinitária – II Co 13.14.
35. ‘diante de Deus... Cristo nos resgatou... promessa do Espírito’ – Gl 3. 11, 13,14.
36. “Deus enviou... o Espírito de seu Filho’ – Gl 4.6.
37. ‘Deus Pai... Jesus Cristo... com o Espírito Santo’ – Ef 1. 2, 3, 13.
38. ‘ao Pai em um mesmo Espírito... Jesus Cristo’ – Ef 2. 18, 20.
39. ‘seu Espírito... para que Cristo... plenitude de Deus” – Ef 3.16, 17, 19.
40. ‘um Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai’ – Ef 4. 4, 5, 6.
41. ‘eleição é de Deus... no Espírito Santo... e do Senhor’ 1 Ts 1. 4, 5, 6.
42. ‘amados do Senhor... ter Deus... do Espírito’ – 2 Ts 2. 13.
43. ‘amor de Deus... renovação do Espírito Santo... Jesus Cristo’ – Tt 3. 4, 5, 6.
44. ‘pelo Senhor... também Deus... do Espírito Santo’ – Hb 2. 3, 4.
45. ‘do Espírito... da palavra de Deus... Filho de Deus’ Hb 6. 4, 5, 6.
46. ‘de Cristo... pelo Espírito... a Deus’ – Hb 9. 14.
47. ‘Jesus Cristo... destra de Deus... o Espírito Santo’ – Hb 10. 10, 12, 15.
48. ‘Deus Pai... Espírito Santo... Jesus Cristo’ – 1 Pe 1. 2
49. ‘com Deus... Jesus Cristo... pelo Espírito’ – 1 Jo 3. 21, 23, 24.
50. ‘seu Espírito... o Pai enviou seu Filho’ – 1 Jo 4. 13, 14.
51. ‘no Espírito Santo... amor de Deus... Senhor Jesus Cristo’ – Jd 20, 21.
52. ‘sete espíritos... E da parte de Jesus Cristo, ... para Deus e seu Pai...’ Ap 1:4-6.
53. ‘Cordeiro... sete Espíritos de Deus...para o nosso Deus...’ Ap 5.6-10.

A título de exemplo, veja a citação 39 segundo verte a própria


Tradução do Novo Mundo. (O detalhe desabonador é que essa tradução feita pela
Liderança TJ coloca Espírito Santo em letra minúscula para massificar na mente de
seus seguidores que o Espírito Santo não é uma pessoa):
“No entanto, quando foi manifestada a bondade do nosso Salvador, Deus, e
seu amor à humanidade, ele nos salvou (não por causa de obras justas que
tivéssemos realizado, mas por causa da sua misericórdia) por meio do banho
que nos trouxe à vida e por nos renovar pelo espírito santo. Ele derramou
esse espírito ricamente sobre nós por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador,
a fim de que, depois de sermos declarados justos por meio da sua bondade
imerecida, nos tornássemos herdeiros segundo uma esperança de vida
eterna.” (Tt 3.4-7).

Essa é uma quantia considerável e qualificada, e não apenas mencionada. O


livro Raciocínios na página 407 tenta dizer que passagens assim, não provam que
há evidência que as pessoas são coiguais, coeternas ou que sejam cada um, o
próprio Deus. Uma resposta simples a isso é então trocar os termos usados, como
no batismo, e entender assim – Eu te batizo Em Nome (sob a mesma autoridade e
caráter), de Jeová Deus Todo-Poderoso, da criatura espiritual o Arcanjo Miguel e da
força ativa impessoal. Soa-lhe isso normal? Nesse texto Bíblico as pessoas são
colocados em pé de igualdade ao Deus Todo-Poderoso, um anjo e uma força ativa
impessoal, recebendo a consagração dos discípulos.
Essa enorme quantidade de textos bíblicos é uma prova irrefutável de que a
relação trinitária do Pai, Filho e Espírito Santo é um pressuposto que permeia todo o
Novo Testamento!

O VELHO TESTAMENTO ENSINA A DOUTRINA DA TRINDADE?

A Liderança TJ gosta de explorar algumas afirmações de autores evangélicos


quando demonstram alguma incerteza se o AT ensina a doutrina da trindade.
Portanto, assevera a Liderança TJ, tal ensino não foi do conhecimento dos servos
de Deus antes de Jesus.
Mesmo que fosse o caso, a verdade é que vários assuntos não foram
esclarecidos no Velho Testamento, e não supostamente apenas esse. Porém, temos
algo a notar sobre isso, conforme as palavras de Louis Berkhof:
“O Velho Testamento não contém plena revelação da existência trinitária de
Deus, mas contém várias indicações dela. É exatamente isto que se poderia
esperar. A Bíblia nunca trata da doutrina da Trindade como uma verdade
abstrata, mas revela a subsistência trinitária, em suas várias relações, como
uma realidade viva, em certa medida em conexão com as obras da criação e da
providência, mas particularmente em relação à obra de redenção. Sua
revelação mais fundamental é revelação dada com fatos, antes que com
palavras. E esta revelação vai tendo maior clareza, na medida em que a obra
redentora de Deus é revelada mais claramente, como na encarnação do Filho e
no derramamento do Espírito. E quanto mais a gloriosa realidade da Trindade
é exposta nos fatos da história, mais claras vão sendo as afirmações da
doutrina. Deve-se a mais completa revelação da Trindade no Novo Testamento
ao fato de que o Verbo se fez carne, e que o Espírito Santo fez da igreja Sua
habitação.” (Teologia Sistemática, p. 82).

Como não estamos nessa parte tratando dos atributos divinos das pessoas
separadamente, vamos focar apenas no que o VT subentende ser a doutrina da
trindade, sob a luz do Novo Testamento. Vejamos linhas de evidências: 1)
Pluralidade em Deus. 2) ‘Plural majest|tico’. 3) Citação das pessoas divinas. 4)
Doxologia. 5) O caso de Isaias 6 e o Novo Testamento.

A primeira linha de evidência da doutrina no VT é a pluralidade em Deus.


Perceba os seguintes textos:

“E Deus disse: — Façamos o ser humano à nossa imagem, conforme a nossa


semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus,
sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os animais que
rastejam pela terra.” (Gênesis 1:26).

“Então o Senhor Deus disse: — Eis que o homem se tornou como um de nós,
conhecedor do bem e do mal. É preciso impedir que estenda a mão, tome
também da árvore da vida, coma e viva eternamente.” (Gênesis 3:22).

“Venham, vamos descer e confundir a língua que eles falam, para que um não
entenda o que o outro está dizendo.” (Gênesis 11:7).

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: — A quem enviarei, e quem há de
ir por nós? Eu respondi: — Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Isaías 6:8).

Note que em alguns casos, os textos não autorizam o sentido de plural majestático,
como pronome de tratamento dado aos antigos reis, pois notamos o que vemos
nesses textos é um relacionamento plural entre pessoas:

“... é absolutamente certo que Deus fala com alguém dentro si. As pessoas da
Trindade sempre se comunicaram, antes que houvesse o mundo e as criaturas
racionais. O fato de Deus ser tripessoal é o que torna essa comunicação
relacional possível.” (O Ser de Deus, Heber Carlos de Campos, p. 112).

A segunda linha de evidência da doutrina da Trindade no VT é o uso de plural


em títulos divinos conforme aparece no texto hebraico, mas como está acompanhado
de verbos e pronomes, no singular, subentende que a pluralidade é interna em Deus.
Veja os seguintes textos:

“No princípio, Deus criou os céus e a terra.” (Gênesis 1:1).

“Mas ninguém diz: ‘Onde está Deus, que me fez, que inspira canções de louvor
durante a noite...” (Jó 35:10).

“Alegre-se Israel no seu Criador; exultem no seu Rei os filhos de Sião.” (Salmos
149:2).

“Lembre-se do seu Criador nos dias da sua mocidade, antes que venham os dias
maus, e cheguem os anos em que você dirá: “Não tenho neles prazer.”
(Eclesiastes 12:1).

“Porque o seu Criador é o seu marido; Senhor dos Exércitos é o seu nome. O
Santo de Israel é o seu Redentor; ele é chamado ‘O Deus de toda a terra’.” (Isaías
54:5).

Reconheço que essa linha de evidência, por si só, não provaria a trindade.
Mas unida aos demais aspectos, corrobora algumas conclusões. Sobre o uso de
plural majestático em referência ao Senhor, como é o caso de Elohim = Deuses nem
sempre é apresentado como necessariamente de distinções pessoais em Deus, mas
como uma forma de tratamento, ou mesmo uma ‘extensão do poder de Deus para
todas as direções’ (Teologia Bíblica, do Antigo e Novo Testamentos, Geerhardus
Vos, p. 87,88). Essa é uma das defesas da Liderança TJ contra o uso de plural em
termo aplicados a Deus no VT. Para eles o plural majestático é apenas uma forma
de tratamento.

No entanto, Wayne Grudem diz:

“... no Antigo Testamento hebraico, não se encontram outros exemplos em que


um monarca use verbos no plural ou pronomes plurais para referir-se a si
mesmo nessa forma de plural majestático; portanto, essa sugestão não tem
evidências que o sustentam.” (Teologia Sistem|tica, atual e exaustiva, p. 166).

Uma pergunta interessante ao TJ seria se ele pode apontar outro uso de


plural majestático no VT que não seja a Deus. Considerando o plural majestático
nessa perspectiva, não só de tratamento, mas como uma possível pluralidade em
Deus, a observação de Myer Pearlman é muito pertinente:

“Imagine um hebreu devoto e esclarecido ponderando o fato que Jeová é um, e


no entanto, é Elohim – “Deuses”. É f|cil imaginar que ele chegue { conclusão
de que exista pluralidade de pessoas dentro de um Deus.” (Conhecendo as
Doutrinas da Bíblia, p. 80).

Apesar do uso no plural, nunca houve a crença e a aprovação em vários


deuses no Velho Testamento. Temos aqui certamente uma latente indicação da
trindade.

A terceira linha de evidência da doutrina da trindade no VT é a citação


das três pessoas divinas. Novamente, vamos aos textos bíblicos primeiro:

“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes brotará um renovo.
Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de
entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento
e de temor do Senhor. Ele terá o seu prazer no temor do Senhor. Não julgará
segundo a aparência, nem decidirá pelo que ouviu dizer...” (Isaías 11:1-3).

“Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro, o ensinou? Com
quem ele se aconselhou, para que lhe desse compreensão? Quem lhe ensinou a
vereda da justiça ou quem lhe ensinou sabedoria? E quem lhe mostrou o
caminho de entendimento?” (Isaías 40:13,14).

“Aproximem-se de mim e escutem isto: desde o princípio, não falei em segredo;


desde o tempo em que isso vem acontecendo, tenho estado lá.” “Agora, o Senhor
Deus enviou a mim e o seu Espírito.” (Isaías 48:16).

“Assim, temerão o nome do Senhor desde o poente, e a sua glória, desde o


nascente do sol; pois virá como torrente impetuosa, impelida pelo Espírito do
Senhor. “O Redentor virá a Sião e aos de Jacó que se converterem”, diz o
Senhor. — Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor: o meu
Espírito, que está sobre você, e as minhas palavras, que pus na sua boca, não se
desviarão dela, nem da boca de seus filhos, nem da boca dos filhos de seus filhos,
desde agora e para todo o sempre, diz o Senhor.” (Isaías 59:19-21).

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para
pregar boas-novas aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a
proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados...” (Isaías
61:1).

A quarta linha de evidência da doutrina da trindade no VT é o uso de


expressões tríplices, repetição do nome, e na doxologia.

“O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre


ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.”
(Números 6:24-26).

“E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Isaías 6:3).

“Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso legislador; o Senhor é o


nosso rei, ele nos salvará.” (Isaías 33:22).

“Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age sem tardar; por
amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados
pelo teu nome.” (Daniel 9:19).

A quarta linha de evidência da doutrina da Trindade no VT é o caso de Isaias


6. Nesse capítulo Isaias tem uma visão do trono celestial e o Senhor em sua
majestade. É interessante o fato que esse capítulo já figura no uso triplo de Santo –
uma doxologia trina, bem como o uso do plural ‘quem h| de ir por nós’. H|, ainda,
um fator interessante a ser considerado nesse capítulo quando ele foi citado em
duas ocasiões no Novo Testamento. Leia os textos, e já estou destacando em
negrito aquilo que j| foi classificado como ‘elo trinit|rio’ entre os testamentos:

“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e


sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo. Serafins estavam por
cima dele. Cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os
pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: “Santo, santo,
santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” Os
umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e o templo se encheu
de fumaça. Então eu disse: — Ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de
lábios impuros, e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos
viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então um dos serafins voou para mim,
trazendo na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma pinça. Com
a brasa tocou a minha boca e disse: — Eis que esta brasa tocou os seus lábios. A
sua iniquidade foi tirada, e o seu pecado, perdoado. Depois disto, ouvi a voz do
Senhor, que dizia: — A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Eu respondi: —
Eis-me aqui, envia-me a mim. Então ele disse: — Vá e diga a este povo:
“Ouçam; ouçam, mas sem entender. Vejam; vejam, mas sem perceber.” Torne
insensível o coração deste povo, endureça-lhes os ouvidos e feche os olhos deles,
para que não venham a ver com os olhos, ouvir com os ouvidos e entender com o
coração, e se convertam, e sejam curados. Então eu perguntei: “Até quando,
Senhor?” Ele respondeu: “Até que as cidades estejam em ruínas e fiquem sem
habitantes, as casas fiquem sem moradores e a terra esteja em ruínas e
devastada, e o Senhor afaste dela o povo, e no meio da terra sejam muitos os
lugares abandonados. Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser
destruída. Como o terebinto e como o carvalho, dos quais, depois de derrubados,
ainda fica o toco, assim a santa semente será o seu toco.” (Isaías 6:1-13).

Observe agora como esse relato é citado no Novo Testamento, e quais pessoas da
Divindade recebem realce na passagem em mira:

“Jesus respondeu: — Ainda por um pouco a luz está com vocês. Andem enquanto
vocês têm a luz, para que não sejam surpreendidos pelas trevas. E quem anda
nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto vocês têm a luz, creiam na luz,
para que se tornem filhos da luz. Depois de dizer isso, Jesus foi embora e
ocultou-se deles. E, embora tivesse feito tantos sinais na presença deles, não
creram nele, para se cumprir a palavra do profeta Isaías, que diz: “Senhor,
quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?” Por
isso, não podiam crer, porque Isaías disse ainda: “Cegou os olhos deles e
endureceu-lhes o coração, para que não vejam com os olhos, nem entendam com
o coração, e se convertam, e sejam por mim curados.” Isaías disse isso porque
viu a glória dele e falou a respeito dele.” (João 12:35-41).

“Houve alguns que ficaram persuadidos pelo que Paulo dizia; outros, porém,
continuaram incrédulos. E, havendo discordância entre eles, começaram a ir
embora. Mas, antes que saíssem, Paulo disse estas palavras: — Bem falou o
Espírito Santo aos pais de vocês, por meio do profeta Isaías, quando disse: “Vá a
este povo e diga: Ouvindo, vocês ouvirão e de modo nenhum entenderão; vendo,
vocês verão e de modo nenhum perceberão. Porque o coração deste povo está
endurecido; ouviram com os ouvidos tapados e fecharam os olhos; para não
acontecer que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o
coração, se convertam e sejam por mim curados.” E Paulo concluiu: — Portanto,
fiquem sabendo que esta salvação que Deus oferece foi enviada aos gentios. E
eles a ouvirão.” (Atos 28:24-28).

CONCLUSÃO

O testemunho bíblico em favor da doutrina da Trindade é claro e abundante. Como


disse no início desse livreto, não trataria da divindade das pessoas em separado
aqui, o que será feito nos próximos livretos. Há um só Deus e Único ser Supremo, e
três Pessoas, O Pai, O Filho e o Espírito Santo, usufruem essa mesma divindade –
cada qual tendo propriedades exclusivas que os distinguem da outra pessoa, mas
possuindo o mesmo atributo da deidade absoluta (não semelhante apenas, mas o
mesmo em gênero, número e grau). Reconhecer que essa doutrina em alguns
campos da compreensão não encontra guarida em nossa lógica, não é
necessariamente um testemunho contra a doutrina, mas sendo ela bíblica, tal como
atestamos, fica com isso evidente que nossa lógica que está com alguma limitação.
Que o Deus Bíblico nos fortaleça no testemunho bíblico, e ilumine a mente das
Testemunhas de Jeová para que possam ver e sejam salvas das heresias (Jd 4).

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