Curso de Espositor Espírita
Curso de Espositor Espírita
Curso de Espositor Espírita
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
EXPOSIÇÃO ESPÍRITA
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
Curso de Expositores da Doutrina Espírita – CENTRO ESPÍRITA MANOEL MARIA DA SILVA – CEMMS – 3
CANTINHO DE JESUS
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INTRODUÇÃO
A casa espírita deve ter entre seus trabalhadores um grupo de pessoas para a tarefa da
exposição. Isso é fator essencial para que se obtenha bons resultados nos trabalhos
doutrinários. Não podemos montar um esquema de exposições contando somente com os
irmãos de outras casas. Afinal, todos têm suas ocupações. Evidente que se pode convidar
outras pessoas, para que uma ou duas vezes por mês, visitem a sociedade para expor, mas
que se faça isso dentro de um critério lógico. O expositor tem a grave incumbência de levar ao
povo a mensagem de Jesus e os ensinamentos da Doutrina Espírita. Para tanto, tem que se
preparar e se fundamentar sempre no bom exemplo. Não podemos falar do que não
vivenciamos, afinal o exemplo é força moral. Teoricamente qualquer pessoa pode assumir essa
tarefa de falar publicamente e isso acontece em muitos centros espíritas. Mas o bom senso nos
diz que nem todos estão preparados ou possuem o dom para desempenhar satisfatoriamente
esse papel. Que cada um se desenvolva dentro das possibilidades apropriadas aos dons de
que Deus lhe concedeu. Em todos os setores da vida nos preparamos para desempenhar
determinadas tarefas e a qualidade delas dependerá do nosso empenho em fazer bem feita e
cada vez melhor. Na casa espírita não pode e não deve ser diferente. E, como estamos lidando
com situações mais sérias e graves, faz-se mister um preparo cuidadoso, principalmente na
área da moral, pois o trabalho de edificação do ser é tarefa que não podemos desenvolver com
doutrinas de aparências. Não existe um perfil ideal de expositor espírita, mas der fossemos
traçar um perfil mais adequado, poderíamos simplificar nas seguintes palavras: simplicidade e
objetividade na arte de se comunicar e vida mais reta e digna possível.
Para isso, você acaba de ingressar no Curso de Expositor da Doutrina Espírita, e nós do
Grupo Espírita Francisco de Assis (GEFA) desejamos que você tenha o maior sucesso.
Para tanto, gostaríamos de fornecer-lhe algumas informações sobre a maneira de extrair o
máximo proveito do curso que você irá fazer.
É importante ter-se em mente que o curso de expositores não visa profissionalizar os
trabalhadores, mas direcionar e estimular os interessados a realizá-lo, com o intuito de realizar
um melhor trabalho com segurança e fidelidade à Doutrina Espírita.
O seu sucesso no curso depende da continuidade diária, estudando, exercitando e se
aperfeiçoando a cada instante.
Que nosso querido mestre Jesus Cristo esteja conosco durante o curso, incentivando-
nos, e abençoando o nosso propósito.
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CANTINHO DE JESUS
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EXPOSIÇÃO ESPÍRITA
EMMANUEL
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública da Comunhão
Espírita Cristã, na noite de 27.05.68, em Uberaba/MG)
“Se vós permanecerdes na minha palavra; verdadeiramente sereis meus
discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”
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OBJETIVOS GERAIS
O Objetivo do curso é:
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Transmitir conhecimentos básicos que permitam ou facilitem aos participantes a elaboração
de temas de palestras ou exposições, tais como: técnica de pesquisa, elaboração de
roteiros, esquemas, anotações, cartazes, etc.
b) Relembrar ou introduzir o uso de recursos auxiliares a uma exposição: Quadro Negro,
Cartazes, Retroprojetor, Álbum Seriado, Porta-Cartazes, Flanelógrafo, Adesivos, Microfone,
Fichas-Resumo, uso de anotações.
c) Relembrar ou introduzir o uso de técnicas de uso da palavra que facilitem o entendimento,
por parte do público, do item de estudo, postura, voz, linguagem, olhos, mãos, conduta;
antes e durante a exposição; o posicionamento com relação a participação e
questionamento.
d) Estimular a desibinição de confrades que possuam conhecimento doutrinário mas que não
façam ou tenham receio de fazer exposições em público.
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CANTINHO DE JESUS
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COMUNICAÇÃO
Etimologicamente a palavra vem do latim “commucatione” – ato ou efeito de comunicar-se – ou
seja, Comunicação é o processo de tornar comuns aos indivíduos idéias, sentimentos, hábitos,
regras, atitudes, permitindo a integração entre os homens.
O objetivo de comunicar consiste no entendimento entre os homens, tendo como
funções:
- é a condutora do processo social;
- faz a interação desse processo;
- manutenção do homem como ser social
Logo, sem comunicação não há cultura, e para isso podemos utilizar alguns recursos
para o aperfeiçoamento do diálogo.
- emissor ou fonte;
- codificador;
- canal;
- decodificador;
- receptor ou destinatário.
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A REUNIÃO PÚBLICA
O Centro Espírita, sendo um posto avançado da Espiritualidade na Terra, no dizer dos
Espíritos, tem que se preparar para desempenhar essa tarefa a contento. Sabe-se que as
pessoas que buscam auxílio nos Centros Espíritas o fazem através das reuniões públicas. Isso
faz desta atividade uma das mais graves da casa espírita e tem que se ter o maior cuidado em
elaborá-la, pois do seu bom desempenho dependerá a maior ou menor afluência das pessoas
aos centros, e, consequentemente, ao contato com a Doutrina Espírita. O objetivo do Centro
Espírita deve ser o de levar às pessoas a mensagem do Mestre Jesus, à luz do Espiritismo.
Através desses ensinamentos o homem se instrui, se encontra e se reeduca, reformando
conceitos e modificando hábitos, tendo consequentemente melhor qualidade de vida. Essa
deve ser a tarefa maior nas casas que se propõem a trabalhar na seara do Cristo. Diz Allan
Kardek que uma religião que não servir para transformar o homem para nada serve.
Necessário, portanto, se observar com cautela todos os ensinamentos que estão sendo
ministrados nas reuniões públicas, pois deles dependem a libertação de muitos. Para
isso, devem contribuir, decisivamente, a atuação dos expositores espíritas com uma
preparação condizente com os objetivos da Doutrina Espírita, que é de “Esclarecer e Consolar.
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O EXPOSITOR ESPÍRITA
O expositor espírita é aquele que possui a responsabilidade de estudar, interpretar e de
transmitir os conhecimentos adquiridos dos postulados doutrinários e evangélicos.
É também o instrumento do mundo espiritual, bem como, do movimento espírita, para
divulgação dos conhecimentos evangélicos doutrinários.
a) Suas funções
- Todos podem falar com real proveito, desde que sintam disposição de servir;
- Qualquer tarefa tem um começo. Assim, quem adia indefinidamente, dificilmente
iniciará as suas preleções;
c) Onde falar
Ninguém pode transmitir aquilo que não conhece. Consequentemente, quem quiser
colaborar na difusão da doutrina deverá conhecê-la. Se assim não proceder, dificilmente
será evitada a alteração dos princípios básicos, com a conseqüente introdução de conceitos
e práticas estranhas ao pensamento espírita. O referido conhecimento será adquirido
através de leitura, da pesquisa, do estudo e da observação. O expositor deve estar atento
para que os conceitos e idéias que expõe sejam verdadeiros, mantendo-se perfeitamente
de acordo com os postulados do Espiritismo e com os ensinamentos do Evangelho. Os
pensamentos e teorias de cunho pessoal devem ser evitados ou expostos com a devida
ressalva.
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b) Condições técnicas:
a) Dicção – é a arte de dizer, recitar, falar. A boa dicção depende de muitos fatores, entre
os quais:
Obs: Deve aquele que fala possuir um temperamento expansivo para comunicar por meio da
palavra, as idéias e os fatos: manter máximo a serenidade de espírito e o domínio de si
mesmo, possuir sensibilidade apurada, que o faça capaz de perceber rapidamente o efeito de
suas palavras no espírito dos ouvintes; ter firmeza nas convicções e expõ-las de modo
veemente; conhecer amplamente o assunto de vai tratar e ter suficiente cultura geral para
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eventuais digressões, ou para reforçar a sua exposição, possuir certo magnetismo pessoal e
usar atenciosa amabilidade para os que ao escutam.
f) Informações importantes:
• Estímulo
Você não é a única pessoa que tem medo de falar em público. Pesquisas comprovaram
que 80% a 90% das pessoas temem falar em público. Acredite no que vai dizer. Fale ao
cérebro e ao coração. Não abale sua convicção diretamente; vá devagar em impor pontos de
vista. Como se fala e não o que se fala é que prende o auditório.
• Domínio do Auditório
O público aprecia os homens de atitude serena e corajosa, os que sabem falar com
timbre e com triunfante galhardia, pois se convence tanto pelas maneiras do expositor quanto
pela exposição de idéias. Sendo assim, para dominar o auditório, o expositor deve ter espírito
de autoconfiança, com o que poderá vencer a timidez natural, evitar excesso de reflexão, não
sentir dificuldade de concentração, manter afastadas de si a suscetibilidade e a impulsividade.
• Vencendo o medo
Antes de subir ao tablado, respirar lenta e profundamente, relaxar os músculos, manter-se
altivo, curvando-se um pouco; em seguida, subir ao tablado rapidamente e começar a falar,
fixando o pensamento apenas no assunto da exposição. Após as primeiras frases, o receio
desaparecerá por completo. Para isto, o principiante deve tomar algumas precauções, tais
sejam: não falar de estômago vazio, o que tende a aumentar a intensidade das reações
psicológicas; enfrentar, primeiramente, um auditório que possa ser favorável ao seu
sucesso para que adquira energia e confiança, com os quais se apresentará em futuras
oportunidades.
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5.1
TIPOS DE EXPOSITORES
Cada exposição é uma experiência nova, por isso o expositor se apresentará de formas
diferentes na tribuna, podendo variar seu estilo de apresentação, seu vocábulo e etc., mas
vamos mostrar aqui alguns tipos e estilos de expositores que, provavelmente, iremos vivenciá-
los mais cedo ou mais tarde.
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APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA
DOUTRINA ESPÍRITA
- Na leitura de um livro ou mensagem, para obtermos maiores esclarecimentos;
- No preparo de uma exposição, para conseguirmos mais ângulos e recursos para a
exposição;
- No estudo da BOA NOVA, para retirar-mos o espírito da letra, evidenciando, assim,
dois aspectos de suma importância: a universalidade e atualidade do Evangelho,
com vistas `a exemplificação;
- Para examinar-mos com discernimento e justiça qualquer fato que se dê conosco ou
envolva o nosso semelhante;
- Pesquisa.
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OS PONTOS CHAVES
7.1
No ato do convite
O QUÊ? Tema, livre ou previamente indicado.
PARA QUÊ? Finalidade. Ex.: Posse de Diretoria, uma comemoração, abertura de
um ciclo de estudos, exposições de rotina, etc. (para adequação do
estudo)
COMO? De que maneira. Ex.: Exposição apenas, com participação, etc., para
adequação do método.
QUEM? Pessoas que vão nos ouvir: iniciantes na Doutrina Espírita, irmãos
conhecedores da 3ª Revelação, mocidade, etc.
ONDE? Endereço completo, condução, tamanho do recinto.
QUANDO? Dia, hora e duração da exposição.
(às vezes, a data pode sugerir o tema)
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7.2
No Planejamento da Exposição
Para que se faça uma excelente apresentação é necessário uma preparação. O esforço
do expositor, aliado à assistência dos benfeitores Espirituais, o ajudará a alcançar os
objetivos visados com a exposição.
Logo, mesmo que o expositor domine o tema, será fundamental a preparação, pois
conseguirá reunir elementos mais enriquecidos em torno do tema, apresentando-o segundo
uma estrutura lógica.
Quando um expositor não se prepara, a tendência é a prolixidade. A língua e o
pensamento começam a entrar em conflito. É muito difícil ser objetivo sem preparação.
O improviso deve ser sistematicamente evitado. Ainda que o expositor tenha facilidade
de captar as sugestões dos Espíritos Benfeitores, ele deve planejar a sua exposição.
Um momento do recolhimento e de prece deve preceder à elaboração e a tarefa, como
isso o expositor recebe inspirações imperiosas que o induzem a melhor atender às
necessidades de seus ouvintes.
Por isso, o assunto costuma sair diferente da preparação, porém sempre dentro do
tema.
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7.3
No Preparo da exposição
a) O Tema
É o assunto da exposição.
É importante definir claramente o que se quer, para se definir o que fazer para conseguir.
Sugestão: para iniciantes, sugerem-se temas que admitem enumeração, com por
exemplo, as virtudes cristãs: fé, esperança e caridade, que podem ser
desenvolvidas ao longo da exposição com as devidas exemplificações.
b) Definição do Objetivo
É importante definir claramente o que se quer, para definir o que fazer para conseguir.
Somente após definir o objetivo, ou seja, o que se quer comunicar, é que o expositor poderá
definir o que irá dizer para que o público entenda a mensagem.
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A definição segura do(s) objetivo(s) dá muita eficiência, tornando a exposição produtiva,
pois o expositor não se perderá em considerações desnecessárias, que podem levar a
conclusões que não tenham relações com a intenção que motivou a escolha do assunto.
Na exposição espírita, temos como objetivos gerais: Esclarecer e Consolar.
Dentro daqueles objetivos gerais, temos os objetivos específicos de cada exposição, em
razão dos fatores: tema, tempo e público ouvinte.
Exemplificando:
Tema: Reencarnação
Objetivo: levar o público a entender a lei de reencarnação como maior prova da
justiça divina.
Tempo: 1 (uma) hora.
Público: freqüentadores de uma sessão pública doutrinária no Centro Espírita.
c) Definição do Tempo
Recomendações:
É importante que o expositor mantenha-se dentro do tempo estipulado para a exposição;
é uma questão de disciplina. Além disso, a qualidade da exposição tende a cair na proporção
em que o expositor ultrapasse o seu tempo.
No caso de exposição dialogada, ele deve estar bem ciente do tempo destinado à
exposição propriamente dita e aquele reservado aos questionamentos.
Expor, ilustrar o tema. Seleção de recursos didáticos e auxiliares. Dinâmica de grupo a
ser adotada. Exposições escritas só em casos especiais. Assunto estudado, nunca decorado.
Vantagem de esquemas, pelos quais se deve calcular e dividir o tempo. Cuidado, a fim de não
se valorizar mais que o método do que o conteúdo. Possibilidade de adaptar-se a
circunstancias inesperadas.
e) Definição do Público
7.4
Como pesquisar e como estudar
a) Como Pesquisar
Esta providência facilitara o trabalho do expositor quando for convidado para abordagem
do mesmo tema em outros locais. As fichas, organizadas por assunto, poderão ser
complementadas, com edição de novas obras sobre os assuntos nelas arrolados. Recomenda-
se guardá-las em pastas ou arquivos tipo “A/Z” ou no computador.
Encontrada a bibliografia a ser utilizada, o expositor fará uma leitura inicial, selecionado os
textos mais adequados à abordagem de seu tema. Após, deverá estudá-los, mediante
determinadas técnicas de leitura, abordadas no item seguinte.
b – Como Estudar
É importante não escrever demais na folha ou ficha de idéias. Há diferença entre idéia e
palavra: idéia é o pensamento e palavra é o fio que a transporta, o sinal gráfico, a articulação.
Devem ser registradas as idéias de forma completa, mas com o mínimo de palavras possível,
com palavras exatas a serem lembradas no desenvolvimento da exposição.
Esses procedimentos poderão ser adotados após o estudo de cada texto selecionado,
não importando qual das técnicas de leitura, abaixo descritas, que estão sendo praticadas.
c – Técnicas de Leitura
Lembrando que “estudar é pensar”, apresentamos quatro técnicas básicas de leitura que
ser utilizadas em conjunto ou separadamente, conforme a preferencia do expositor.
a) técnica da leitura repetida: ler diversas vezes e com atenção cada texto, até
certificar-se de que apreendeu o(s) pensamento(s) do autor. Anotar as idéias que
julgar interessantes e/ou proveitosas na folha de idéias.
b) Técnica das linhas sublinhadas: inicialmente, deve ser feita uma leitura global do
texto a ser estudado, com muita atenção. Após, deve ser relido o texto, procurando
sublinhar as palavras e frases consideradas “chaves”, isto é, as que expressam
idéias básicas em cada parágrafo. Anotar o que foi sublinhado, para posterior
desdobramento.
c) Técnica de leitura com resumo: devem ser feitas várias leituras globais do texto, para
tomar conhecimento das idéias desenvolvidas pelo autor (encarnado ou
desencarnado). A seguir, deve ser feito um resumo, com palavras próprias, de todas
as idéias do texto lido que interessem ao enfoque do tema escolhido pelo expositor.
Anotar essa síntese na folha de idéias.
1) Esquema
b- Resumo
7.5
Treinamento
- Esquematizado o assunto, fazer a exposição a um auditório imaginário, não para
decorar, mas para fixar os pontos essenciais da exposição.
- No inicio, preferir auditórios menores, menos exigentes, para reduzir o
constrangimento.
- Qualquer tarefa tem um começo com naturais dificuldades.
- Ler muito, metodicamente, para adquirir conhecimentos e ampliar o vocabulário.
- Ouvir outros expositores.
- Esforçar-se para não imitar os outros.
- Colaborar com irmãos que também desejam ser expositores, pois é ajudando que
somos ajudados.
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A EXPOSIÇÃO
Estrutura da Exposição
Muitas vezes, o expositor dispõe do conteúdo necessário para realizar uma boa
apresentação; porém, sua dificuldade é ordená-la de uma forma que facilite sua exposição e a
compreensão por parte do público receptor.
Aconselhamos dividir a exposição em três partes: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONCLUSÃO.
a) Introdução
O expositor não deve entrar direto no tema ao iniciar sua apresentação. É preciso que o
público esteja preparado para acompanhá-lo em sua exposição. Salientar a importância do
assunto e procurar motivar os presentes. O expositor atento se aproveitará até de algo
inesperado, com, por exemplo, a falta momentânea de iluminação. Assim poderá começar
falando da necessidade de sairmos das trevas da ignorância para a luz do conhecimento,
esperando, que, com auxilio espiritual, a exposição de alguma forma contribua para isso.
O expositor não deve “decolar” sozinho.
Logo, temos,
Com relação ao direcionamento para o tema, convém lembrar que, no inicio, a atenção
do público estará centrada na pessoa do expositor, por isso, cumpre-lhe, assim, transferir esta
atenção para o assunto a ser tratado. É necessário não só definir o tema para o auditório, mas
deixar evidenciada a linha de raciocínio a ser seguida, facilitando o entendimento da
mensagem.
É importante ter presente o objetivo da introdução, que consiste em obter a atenção para
o tema abordado, criando um clima favorável entre o expositor e o auditório, estabelecendo em
bases de respeito e fraternidade.
É outro recurso para iniciar uma exposição, pois ela força o público a pensar, atraindo a
atenção para o tema.
Exemplo: “quem de nós não conhece aquele magnífico díalogo entre Jesus e
Nicodemos?”
Exemplo: “ o nosso querido escritor espírita, Herculano Pires, em sua obra Obsessão, O
passe, A Doutrinação, nos faz a seguinte colocação: A cura da obsessão é uma auto cura”.
Conforme dito por Mateus no capítulo V versículos de 1 a 6...
c) Contar um fato
A narração de um fato é muito eficaz para atrair a atenção do público, deve-se, porém,
evitar a narração de fatos pessoais. A narrativa de um fato, por exemplo, uma passagem
evangélica, tem a vantagem de estabelecer uma base para a apresentação. Pode ser utilizada,
por exemplo, para ser analisada sobe enfoque espírita.
Ilustrar as exposições com histórias edificantes, porém, não ficar só nisso. A função do
expositor espírita não é a de fazer passar o tempo, mas de apresentar um tema, analisá-lo e
tirar conclusões com vistas à exemplificação.
d) Provocar a participação
e) Exibir algo
Uma boa alternativa para prender de imediato a atenção do auditório é exibir algo. As
imagens possuem um grande poder de comunicação. Para tanto, podem ser utilizados
aparelhos tais como: projetor de slides, retroprojetor, episcópio, assim como cartazes,
gravuras, desenhos, etc., tudo de acordo com o tema a ser abordado e as condições do
ambiente.
Outras maneiras interessantes de iniciar uma exposição poderão ser utilizadas, além
das que foram citadas, para direcionar o tema a ser exposto.
Regras:
b) Desenvolvimento
Definição da idéia-mãe
É um pensamento único, expresso numa frase simples, clara e, se possível, direta, que
resuma a essência do que se quer provar ou demonstrar através da exposição inteira. Em
torno dela e/ou em direção a ela se encaminharão todas as demais idéias complementares e
ilustrativas.
Exemplo:
Tema: Obsessão
Idéia-mãe: A cura da obsessão está ligada à reforma intima do obssediado.
Definição do tema
Exemplo:
Tema: Deus
a) conceito
b) atributos
c) provas da existência
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No planejamento da exposição, o desenvolvimento deve ser feito de tal forma que ocupe
80% do tempo.
Evidências
São fatos utilizados para dar mais credibilidade e compreensão às idéias ou afirmações
contidas em uma exposição. A qualidade de uma exposição depende, em grande parte, da
capacidade do expositor em usar boas evidencias.
Tipos de evidencias:
a) Dado estatístico – de acordo com o tema a ser desenvolvido, podem ser utilizados
dados estatísticos para reforçar as informações. As informações devem ser
específicas e fundamentadas em fontes que mereçam credibilidade.
b) Exemplo – o exemplo é outra evidencia bastante utilizada em muito eficaz. Torna a
linguagem mais concreta e contribui para a aplicação prática de princípios.
c) Comparação – a comparação é uma das melhores evidencias para facilitar, de
forma imediata, a compreensão. O expositor pode comparar o que está dizendo com
algo que seja de conhecimento do público. Pode-se comparar o abstrato com o
concreto, o presente com o futuro, etc.
d) Citação – é uma evidencia que dá qualidade a exposição. O expositor associa-se ao
autor citado, quando faz uma afirmação e, a seguir, usa uma citação ou depoimento
de uma autoridade da matéria tratada. Logo, podem ser citados: trechos de obras,
frase, teses, etc. Toda citação deve ser feita com exatidão, indicando, sempre que
possível, nome do livro e autor.
e) Demonstração – a demonstração é uma forma bastante prática de evidencia,
oportunidade de revelar o “como fazer”.
f) Vivência – a vivência ou experiência de uma pessoa pode ser utilizada para ilustrar
determinados temas. Em certos casos, admiti-se que o expositor ilustre a
apresentação com sua própria vivência. O expositor poderá conjugar duas ou mais
evidencias em uma exposição, que poderão ser auxiliadas por diversos recursos
complementares, tais como: quadro de giz, cartazes, retroprojetor, etc.
g) Narração de um fato – é um recurso muito eficaz para prender a atenção de
imediato. Ela estabelece uma base para o desenvolvimento do tema, podendo o
expositor reportar-se a mesma, no decorrer da apresentação. É o caso da narrativa
de uma descoberta científica ou de um fato histórico. Também podem ser utilizados
contos, parábolas, fábulas, etc.
c) - Conclusão
b) Epílogo: às vezes, o expositor desenvolve muito bem a sua exposição, porém, como
não planejou o seu final, surgem basicamente, duas tendências:
- ou fica repetindo frases, sem saber como encerrar, o que torna, às vezes,
angustiante ver o expositor repetir quase toda a exposição, numa luta inglória em
busca de uma frase de conclusão.
- Apoia-se em “bengalas” tão comuns e sem sentido tais como: “ acho que era mais ou
menos isso que eu havia preparado”, “ não sei se havia mais alguma coisa para
dizer”, etc., ou encerando de forma brusca. O epílogo é muito importante, visto que
pode ser o momento de tocar fundo nos sentimentos do auditório. O clímax
geralmente é atingido no final. Por isso, nesse momento deve-se falar com vibração,
imprimindo um ritmo mais acentuado na pronuncia das palavras.
Avaliação
9
RECURSOS AUXILIARES
O expositor poderá utilizar recursos visuais para auxiliá-lo no processo de comunicação de sua
mensagem (exposição). Esses recursos, quando bem utilizados, são realmente eficazes para
reforçar e tornar claro o conteúdo da mensagem, além de possibilitar um processo de
comunicação mais dinâmico. Veremos abaixo alguns tipos mais utilizados de recursos
auxiliares.
Assimilação
Por meio de pesquisas ficou constatado que a assimilação da mensagem depende muito da
utilização de recursos auxiliares. O quadro abaixo mostra a porcentagem de assimilação de
acordo com o uso dos diversos recursos.
- Só escutar..............................................: 10%
- Escutar e ler...........................................: 40%
- Escutar, ler e exemplificar.......................: 60%
- Escutar, ler, exemplificar e vivenciar.......: 100%
Evidência Física
Para reforçar uma idéia, o expositor pode utilizar de um objeto, como, por exemplo, um
jornal, uma fotografia, etc.. É um recurso muito simples, porém contribui para a dinâmica da
comunicação.
Quadro-de-giz ou magnético
Retroprojetor
Conclusão
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POSTURA
A postura é elemento importante na comunicação pela imagem que passa. A grande
dúvida do expositor surge quando, inicia a sua apresentação. Ele não sabe, por exemplo, se
deve começar a falar com os braços à frente ou atrás do corpo, com braços cruzados ou ao
longo do corpo, com as mãos na mesa ou na cintura. Por isso:
- Se convidado para ocupar lugar à mesa, aceitar.
- Sempre que possível, colocar-se à direita, voltado para o auditório, pois é esse o
lugar mais indicado para executar a tarefa.
- É aconselhável falar de pé, observando, entretanto, a conveniência do momento.
- Movimentando-se durante a exposição. Seja comedido.
- Evitar dar as costas para os participantes. Mesmo ao escrever no quadro de giz,
fazê-lo pelo mínimo de tempo possível, procurando não desligar-se inteiramente do
auditório.
- Ainda que ocorra atraso, terminar na hora marcada.
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10.1
VOZ
- Pronunciar bem e integralmente as palavras;
- O volume da voz deve obedecer as necessidades do recinto;
- Modular a voz de acordo com o que expõe;
- Ocorrendo conversa entre os presentes, baixar o tom de voz para atrair a atenção;
- Havendo dificuldade de pronunciar uma palavra – ex.: endemoniado – não se
encabular; substituí-la, soletra-la ou, esportivamente, pedir ajuda aos participantes;
- Fazer leituras em voz alta, com o propósito de pronunciar bem as palavras e de
observar a pontuação. Colocar as mãos em forma de concha sobre os ouvidos, para
melhor distinguir a própria voz, tentando corrigir-lhe as deficiências, ou usar um
gravador.
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10.2
LINGUAGEM
- A linguagem deve ser correta, clara e concisa;
- Usar sempre a primeira pessoa do plural: Nós; “ Somos todos necessitados de
regeneração e luz”;
- Abolir termos de gírias, vocábulos impróprios, de sentido dúbio ou pouco conhecido e
chavões de qualquer natureza;
- Reduzir ao mínimo o uso de adjetivos;
- Repetir palavras o menos possível – mas não prejudicar, por causa disso, a clareza
da exposição;
- Utilizar linguagem adequada ao entendimento da maioria dos participantes.
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10.3
OLHOS
- Não permanecer de olhos fechados durante a exposição;
- Fixar os olhos em determinada pessoa ou grupo de pessoas pode suscitar
constrangimento, por isso deve olhar para todas as pessoas;
- Deve-se transformar os olhos em auxiliares na comunicação;
- Acompanhar atentamente as reações dos participantes, para orientá-los durante a
exposição.
- Os expositores novatos devem evitar olhar nos olhos dos participantes. Para tanto
devem olhar um pouco acima das cabeças, pois assim evitará os olhares e dará
impressão que olha para todos.
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10.4
MÃOS
- Não falar com uma ou ambas as mão nos bolsos;
- Não segurar, nervosamente, bordas de móveis;
- Evitar gestos que “empurrem” psicologicamente os participantes;
- Evitar, também, os gestos repetidos mecanicamente;
- Os gestos são necessários para tornar mais viva e comunicativa a mensagem, não
para dramatizar o que se diz. À medida que as palavras se tornam fluentes, os
gestos surgem de maneira espontânea.
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CONDUTA
- Apresentar-se modestamente, evitando as bermudas e as roupas transparentes;
- As senhoras devem evitar o uso de jóias, pois isso não condiz com a simplicidade do
evangelho. Principalmente de medalhas e crucifixos e etc;
- Fazer por onde impressionar favoravelmente o auditório;
- Ser pontual. Convém chegar uns 10 ou 15 minutos antes, para tomar conhecimento
do programa da reunião e não trazer preocupação quanto à sua presença;
- Maior ou menor auditório não deve impressionar o expositor. Fazer o trabalho
integralmente, com a mesma disposição de servir. Há sempre a presença de
numerosos desencarnados;
- Com vistas ao êxito da tarefa, disciplinar sentimentos, pensamentos, palavras e
ações, para garantir maior assistência espiritual;
- A facilidade no expor depende da preparação do tema, da prática adquirida e,
principalmente, da assistência espiritual, que por sua vez decorre de dois fatores: do
merecimento dos que ouvem e dos esforços que fazemos para exemplificar aquilo
que falamos;
- Lembrar sempre que o trabalho é de esclarecer, consolar, erguer, estimular;
- Permanecer sereno, mesmo ante qualquer imprevisto;
- Apresentando alguém, limitar-se ao indispensável,
- Evitar individualizações como. Senhor Presidente, Senhor Diretor, etc.. No meio
espírita, o titulo mais honroso que se pode dar a alguém é chama-lo sinceramente de
irmão;
- Evitar referencias nominais. Se elogiosas, dão margem à vaidade, se depreciativas,
trazem desânimo e promovem discórdia;
- Convidado a falar após outro expositor, fazê-lo por tempo reduzido e nunca sobre o
mesmo assunto;
- Indicado para fazer uma prece, restringir-se a isso;
- Abster-se de beber água durante as exposições, para não adquirir o hábito e não
levantar nas pessoas o mesmo desejo;
- Não faltar em hipótese alguma ao compromisso. Em último caso, providenciar
substituto;
- Deixar de falar, ainda que convidado e com insistência, em hora e local impróprios;
- Evitar referencias a dinheiro e a política;
- Não criticar ou atacar as religiões, instituições, pessoas e seus empreendimentos;
- Omitir citações em línguas estrangeiras;
- Em caso de leitura não passar de cinco minutos;
- Harmonizar palavras, olhar, gestos e atitudes, para melhor transmitir a mensagem de
que é portador;
- Complenetrar-se de que é impossível agradar a todos, recebendo, com
compreensão, críticas e restrições, de tudo extraindo elementos para o próprio
aprendizado.
- Evitar otimismo exagerado. A realidade, com entendimento e confiança em DEUS, é
o melhor caminho para falar a mente e ao coração dos ouvintes.
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CANTINHO DE JESUS
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PARTICIPAÇÃO
- Sempre que possível, dar oportunidade de o auditório fazer perguntas, não para
exibir conhecimentos, mas para proporcionar melhor compreensão do tema;
- Procurar entender bem as perguntas, para responde-las com acerto. Dificilmente
- se dará uma resposta satisfatória a uma pergunta mal formulada ou mal entendida;
- Não responder perguntas aereamente, sem convicção. Se preciso, voltar ao assunto
oportunamente. Todos nos encontramos em regime de aprendizado;
- Solicitado a repetir uma explicação, fazê-lo de modo e com palavras diferentes. A
variação facilita o entendimento;
- Manter-se vigilante quanto às perguntas que fujam do assunto. Dada a resposta
rápida e objetiva, retornar à exposição do tema;
- Não criar situações incomodas, insistindo pela participação dos presentes, quando
preferirem fazer silencio.
COMO ESTUDAR A BÍBLIA
A) Manuseio da Bíblia
VELHO TESTAMENTO:
- Leis, profecias, histórias e sabedoria
NOVO TESTAMENTO:
- 4 Evangelhos: Mateus (Mt), Marcos (Mc), Lucas (Lc) e João (Jo).
- Atos dos Apóstolos (Lucas)
- 21 Epístolas ou Cartas de Paulo (14), Tiago (1), Pedro (2), João (3) e Judas (1).
- Apocalipse ou Revelação (João)
Algumas traduções inserem referencias após o título do capítulo, indicando que este
assunto está repetido em outro livro da Bíblia, exemplo: A vocação de Mateus (Mt. 9:9 a 13), é
também relatada em Marcos 2:14 a 17 e Lucas 5:27 a 32.
Outras versões apresentam também o sistema de referencias de assuntos que se
relacionam. Estas referencias são feitas mediante a inscrição de pequenos números no
desenvolvimento da narrativa, aos quais correspondem outros números iguais, colocados,
Curso de Expositores da Doutrina Espírita – CENTRO ESPÍRITA MANOEL MARIA DA SILVA – CEMMS – 37
CANTINHO DE JESUS
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normalmente ao pé da página seguidos da indicação de outros livros da Bíblia e respectivos
versículos que tratam do mesmo assunto.
Da versão bíblica de João Ferreira de Almeida, edição da Imprensa Bíblica Brasileira,
retiramos o seguinte exemplo:
“Seja, porém, o vosso falar: (33) Sim, Sim; Não, Não; porque o que passa disto é de
procedência maligna.” JESUS – Mt 5:37. Ao pé da página, procurando o número 33,
localizamos: Colossenses 4:6: “A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal,
para que saibais como vos convém responder a cada um”. E temos em Tiago 5:12: “ Mas,
sobretudo, meus irmão, não jureis, nem pelo céu, nem pela terra, nem façais qualquer outro
juramento, mas que a vossa palavra seja Sim, Sim e Não, Não; para que não caias em
condenação”. Como se vê, ambas as referencias guardam profundas vinculações ao contido
em Mateus 5:37.
Outro exemplo:
“Eles lhe disseram: Em Belém de Judéia: porque assim está escrito pelo profeta, E tu,
Belém, (4) terra de Judá, de modo algum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti
sairá o Guia que há de apresentar o meu povo de Israel”. Mt. 2:5 e 6.
Eis as referencias:
“E tu Belém Efatra, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será
Senhor em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da enfermidade
“. Miquéias 5:2.
“Não diz a Escritura que o Cristo vem na descendecia de Davi, e de Belém, da aldeia
donde era Davi? – Jesus – João 7:42.
Partindo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que traça uma diretriz segura para o
estudo da Boa Nova, em espírito e verdade, sabemos que a mensagem de Jesus não
comporta apenas leituras ou comentários de superfície . Necessita ser apreendida, assimilada
e acima de tudo vivida.
Assim, por exercer valiosa ação no plano de higienização psíquica de nosso campo
mental, e por se constituir em divino recurso de desenvolvimento de nossos mais profundos
sentimentos de realização no Bem, no trabalho reeducativo, torna-se imperioso que o
Evangelho esteja sempre presente em todo o esforço que objetiva libertação espiritual da
criatura.
E dirigindo os nossos esforços para a Doutrina Espírita, aquele Consolador Prometido
que, segundo as palavras de Jesus, as “ensinará todas as coisas e nos fará lembrar de tudo
quanto Ele nos disse”, verificamos sem sombra de dúvida, já que elege a fé raciocinada, capaz
de encarar de frente a razão, ser ela o instrumento que canaliza ao nosso entendimento, a
mensagem do Cristo pura e cristalina em sua simplicidade dos primeiros tempos. Por isso, se
torna imperioso para qualquer êxito na assimilação do conteúdo da Boa Nova, o estudo dos
postulados espíritas em torno de seus aspectos, para que possa constituir, efetivamente, no
veículo capaz de nos favorecer a assimilação plena e lógica das palavras de Jesus.
E, alertando-nos para seus valores imortais, assim se expressa Emmanuel sobre o
Evangelho de Jesus : “ é o roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o
serviço e para a obediência.” “Espera o Cristo venhamos converter-lhe O Evangelho de Amor e
Sabedoria em companheiro da prece, em livro escolar no aprendizado de cada dia, na fonte
inspiradora de nossas mais humildes ações no trabalho comum e em código de boas maneiras
no intercâmbio fraternal”.
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CONCLUSÃO
Sabendo que a maior função da Doutrina Espírita é “Esclarecer e Consolar”, podemos
verificar a responsabilidade que abraçamos quando nos tornamos ou nos decidimos ser
expositores espíritas.
Por isso devemos entender que o mínimo feito em prol da Doutrina Espírita e de sua
evolução é muito, considerando-se que já foi dado o primeiro passo, pois como disse Emanuel:
“ Quando uma centésima parte do Cristianismo de nossos lábios conseguir expressar-se em
nossos atos de cada dia, a Terra será plenamente libertada do mal”.
Para tanto, vamos solicitar ao nosso querido e amado Mestre Jesus que nos abençoe,
dando-nos força e coragem para que possamos seguir em frente levando o esclarecimento e o
consolo que o Espiritismo nos traz.
Esperamos, portanto, que, seguindo passo a passo os itens desta apostila, tenhamos
melhor aproveitamento e segurança, para que se sintam motivados para proferir suas
exposições, tendo a certeza da ajuda do Mestre, e a convicção de que “a rosa perfuma
primeiro o vaso que a transporta”
BIBLIOGRAFIA
O Expositor Espírita: Federação Espírita do Rio Grande do Sul – Centro de
Treinamento e Estudos – CTE Rio Grande do Sul:
Esclarecer e Consolar.