TCC Aryelton Dias Completo
TCC Aryelton Dias Completo
TCC Aryelton Dias Completo
Arcos - MG
2021
Aryelton Dias Gonçalves
Arcos - MG
2021
Gonçalves, Aryelton Dias
36 f. : il.
CDU 678.742.2
23808.000849/2021-26 1011817v1
PE Polietileno
The present work reports a study of the properties of polyethylene foam, also known as EPE
(Expanded Polyethylene). To carry out this study, resilience, creep, compression and visual
inspection tests were carried out, in order to better interpret the characteristics of the
foam studied. These tests brought characteristics to the understanding of the application
and commercialization of the material. The justification for this study is due to the lack
of knowledge about the existence of foam by most people and also having little material
available in Portuguese. Therefore, the objective of this work is the understanding of
properties such as density, creep, resilience and the deformation caused when subjected to
loads. To obtain the results, tests were carried out at different densities based on exploratory
research, and on the ASTM D3575 and ABNT 8619 standards. With this, it was possible
to obtain validation when compared to other studies, where 0.251 MPa of tension was
needed to obtain 10% of deformation. Furthermore, it was possible to prove that resilience
and creep are directly related to foam density.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.2 OBJETIVO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1 Polímeros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Polietileno (PE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3 Polietileno Expandido (EPE) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3.1 Microestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.3.2 Macroestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.4 Formação e produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.5 Interesses para a indústria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.6 Propriedades e ensaios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1 Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2 Inspeção visual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.3 Análise métrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.4 Ensaio de compressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.5 Ensaio de creep . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.6 Ensaio de resiliência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.7 Instrumentos de medições utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.1 Aspectos visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.2 Instabilidade volumétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.3 Deformação específica no sentido longitudinal de compressão . . 29
4.4 Deformação sobre carregamento contínuo . . . . . . . . . . . . . . 31
4.5 Capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico . . 32
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
9
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho aborda as características do polietileno expandido, uma espuma
que pode ser destinada a diferentes aplicações. Devido a ser um material pouco conhecido,
é difícil encontrar suas propriedades em uma busca rápida. Ao observar a lacuna existente
na exploração acadêmica do material, principalmente em língua portuguesa. Notou-se a
viabilidade de elaborar um trabalho com ênfase na disseminação do conhecimento sobre o
mesmo.
Esse trabalho veio da necessidade de divulgar esse conhecimento técnico, com o
objetivo de atrair atenção para o tema, apontando propriedades importantes para qualquer
pessoa que visa a compreensão do assunto.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 POLÍMEROS
Os polímeros podem ser encontrados na natureza ou sintetizados em laboratórios,
sendo classificados em orgânicos e inorgânicos. O couro e a seda, são exemplos de
polímeros orgânicos, enquanto os plásticos são polímeros inorgânicos. Atualmente, muitos
dos plásticos que utilizamos foram desenvolvidos principalmente após a segunda guerra,
que revolucionou o campo de materiais (CALLISTER, 2016).
A palavra polímero se origina do grego, poli significa muitos e mero iguais. Os
polímeros são moléculas formadas a partir de unidades de repetição, unidas por ligações
primárias fortes, normalmente de caráter covalente (CANEVAROLO, 2002). A Figura 1
ilustra uma cadeia polimérica, deixando evidente a unidade de repetição.
sintetizar materiais poliméricos (CHANDA; ROY, 2006). Esse processo consiste na quebra
de ligações duplas dos monômeros, induzido a ligação entre eles, se tornando meros de
cadeias menores que vão se ligando até a criação de cadeias complexas.
O grau de polimerização é o número com que as unidades da cadeia se repetem, isso
determina o comprimento da cadeia e a sua massa molecular. Por fim a massa molecular
de um polímero afeta sua densidade e suas propriedades mecânicas (AKCELRUD, 2007).
De acordo com Callister (2016), as características físicas de um polímero não
dependem apenas da sua massa molecular, mas também do seu formato e da sua estru-
tura. As cadeias poliméricas podem assumir diversas estruturas como mostrado na Figura 2.
PEAD PEBD
Tipo de cadeia linear ramificada
Longa (por molécula) ∼ zero <1
Ramificações C2 6 20
Curta (por 1000 átomos de C)
C4 ∼ zero 10
Densidade (g/cm3) 0,95 ∼ 0,96 0,92 ∼ 0,93
Temperatura de fusão (ºC) 135 110
Porcentagem de cristalinidade (%) 90 60
Resistência a tração (Mpa) 20 - 38 4 - 16
Elongação na ruptura (%) 200 - 500 100 - 200
2.3.1 MICROESTRUTURA
A espuma de polietileno é formada por células devido a ação do agente expansor
quando ocorre a queda repentina de pressão ao sair da extrusora. A Figura 5 mostra a
estrutura de algumas dessas células através de um microscópio eletrônico.
Essas micro estruturas são responsáveis por algumas das propriedades do polietileno
expandido. A célula possui ausência de material polimérico no contorno das células, isso
dificulta a condução entre as moléculas, seja em forma de calor, onda sonora ou até mesmo
a distribuição de esforços em sua estrutura.
Outra propriedade obtida por esse arranjo é a capacidade de absorver energia
mecânica por meio de deformação. O material ao ser submetido a esforços de compressão,
transmite esses esforços em uma configuração tipo rede, que muito lembra uma treliça
espacial não uniforme. As células compartilham junções que podem ser mais ou menos
complexas, os esforços são transmitidos por essas junção. Uma simplificação do arranjo
das células pode ser visualizado na Figura 6, a e b.
Capítulo 2. Referencial Teórico 16
2.3.2 MACROESTRUTURA
Geralmente, o processo de formação da espuma por extrusão resulta no formato
do tipo laminar ou perfil, dependo do tipo da matriz de extrusão. Além disso, devido
a formação de células, mencionadas na seção 2.3, a espuma cria uma característica
anisotrópica, causando variações das propriedades mecânicas dependendo da orientação
da célula.
O processo mais comum para obtenção de geometrias complexas, é caracteri-
zado pela solda de mantas de espessuras mais finas, até se atingir espessuras maiores e
posteriormente essas mantas (laminas) são recortadas e transformadas em objetos.
Esse processo de solda entre laminas, é chamado informalmente de colaminação,
isso porque o processo se assemelha com a laminação, embora possua variações como o
input de dois materiais e um gerador de calor para causar uma fundição superficial na
área de contato entre as mantas, conforme mostrado na Figura 7.
Tabela 1 – Comparação das propriedades entre matéria prima (PE) e produto final (EPE).
3 METODOLOGIA
3.1 DENSIDADE
Para caracterização do material utilizado foi realizado um estudo simples de
densidade. Embora o material recém processado apresente variações de seu volume, após
um período ele tende a se estabilizar. Embora, utilizando o seu estado inicial, foram
definidos corpos de provas com dimensões de 100 mm de comprimento, 100 mm de largura
e 5 mm de espessura. Em seguida, foi medida sua massa e calculado sua densidade pela
Equação 1. O instrumento utilizado para medição de massa foi uma balança de precisão
da marca Inpelanyu, modelo N0981, com resolução de 0,01 g e faixa de medição de 0-200
g.
M assa [kg]
D= = (1)
V olume [m3 ]
em consideração a variável da densidade inicial. Sendo assim, foram utilizados doze corpos
de prova com quatro densidades diferentes.
Por mais habilidoso que seja o operador, os erros de medição ainda estarão presente,
são indesejáveis porem inevitável. Existem dois principais tipos de erros, aleatório e
sistemático. Os erros do tipo aleatório é a parte imprevisível do erro, já o sistemático
é a parcela previsível (ALBERTAZZI; SOUSA, 2018). Quando medições repetitivas são
efetuadas a variação de resultados é definido como erro aleatório, já quando o operador
mede de maneira errada é definida como erro sistemático. As medições foram realizadas
de maneira aleatória, procurando evitar erros do tipo sistemático.
Sabendo disso, três medições foram obtidas para extração da média aritmética,
sendo a média utilizada para determinação da dimensão, diminuindo assim os erros por
parte do operador. Contudo, ainda foram utilizados três corpos de provas de mesma
densidade, para maior confiabilidade dos dados por meio da reprodutibilidade.
O instrumento utilizado para análise métrica foi um paquímetro digital da marca
Tongfeng, modelo TFLH0125, com resolução de 0,01 mm e faixa de medição de 0-150 mm.
(a) (b)
T ensão
Complacência = (2)
Def ormação
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesse tópico é discutido sobre os resultados obtidos nos ensaios. Também são
demonstrados as dificuldades e as hipóteses formuladas a partir dos resultados e dos
conhecimentos obtidos através de pesquisas empíricas e pelo método exploratório.
Figura 18 – Comparação dos resultados das análises métricas com variação da densidade.
O gráfico não desconsidera os erros de medição descrito na seção 3.3, o que justifica
as oscilações, embora os procedimentos utilizados tenham por objetivo amenizar suas
influências nos resultados.
Seguindo a Equação 3, que calcula tensão (σ) aplicada na área (A), gerada pela
força média resultante (F̄ ), obtêm-se um resultado de 0,251 MPa que converge com o
estudo analisado.
F̄ 25, 58 · 9, 81
σ= = ≈ 0, 251M P a (3)
A 0, 01
Capítulo 4. Resultados e discussões 31
Figura 21 – Variação da altura obtida no ensaio de creep com EPE de 123 kg/m3 .
Devido ao arranjo tipo rede, explicado na Seção 2.3.1, a espuma ao receber energia
na forma de impacto dissipa essa energia ao deformar, por conta disso a densidade da
espuma é um fator crucial para determinação da propriedade de resiliência. Quanto maior
a densidade da espuma menor serão os tamanhos das células e mais difícil fica da espuma
Capítulo 4. Resultados e discussões 33
5 CONCLUSÃO
Este trabalho teve seus objetivos alcançados, embora alguns resultados foram
divergentes do previsto, sendo demostrados as propriedades implícitas do material.
Ao comparar a espuma de polietileno com a matéria prima é possível perceber que
as propriedades não se correlacionam diretamente devido a variações do processo. Também
foi possível perceber que essas mesmas variações impactam diretamente na instabilidade
volumétrica, onde somente tendo a densidade como variável, não foi possível determinar
uma taxa contração, sendo necessário o aprimoramento dos testes. Também foi perceptível
ao fazer os ensaios visuais a quantidade de impurezas presentes no produto final, devido
principalmente a reciclagem do polímero.
Já no quesito de tensão deformação, foram validados os dados do estudo de Mills
(2007), onde o ponto com 10% de deformação foi obtido aplicando uma tensão de 0,251
MPa.
Os ensaios de resiliência demostraram que quase metade da energia do impacto é
absorvida na forma plástica pelo EPE com densidade de 28 kg/m3 e que quanto maior a
densidade menos resiliente é a espuma.
Embora tenham ocorrido variações, com exceção da instabilidade volumétrica, os
resultados dos ensaios se mostraram satisfatórios, a ponto de servir de base para mais
pesquisas desse material pouco explorado em nosso país.
35
REFERÊNCIAS
AKCELRUD, L. Fundamentos da ciência dos polímeros. [S.l.]: Editora Manole Ltda, 2007.
Citado na página 12.
ASTM 1248. – American Society for Testing and Materials - Metodologia de ensaios. [S.l.:
s.n.], 2012. Nenhuma citação no texto.
ASTM D3575-93. – American Society for Testing and Materials - Standard Test Methods
for Flexible Cellular Materials made from Olefin Polymers, Annual Book of ASTM
Standards. [S.l.: s.n.], 2000. Citado na página 25.
AUBICON. https://www.aubicon.com.br/informacoes/manta-acustica-para-piso/manta-
acustica-para-piso-2-2/. 2019. Nenhuma citação no texto.
CHANDA, M.; ROY, S. K. Plastics technology handbook. [S.l.]: CRC press, 2006. Citado
2 vezes nas páginas 12 e 13.
ELASTEC. https://www.elastec.com/pt/produtos/barreiras-flutuantes/barreira-de-
contenção-de-óleo/. 2021. Nenhuma citação no texto.
PETEL, O. et al. The elastic–plastic behaviour of foam under shock loading. Shock Waves,
v. 23, 11 2012. Nenhuma citação no texto.
SEBASTIÃO, V. C. J. Ciência dos polímeros. Artiliber editora, São Paulo, 2010. Citado
na página 12.
ZHANG, H. et al. Effect of linear low density-polyethylene grafted with maleic anhydride
(lldpe-g-mah) on properties of high density-polyethylene/styrene–butadiene–styrene
(hdpe/sbs) modified asphalt. Construction and Building Materials, v. 47, p. 192–198, 2013.
ISSN 0950-0618. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/
S0950061813003887>. Citado na página 13.