Ventos
Ventos
Ventos
PRESIDENTE PRUDENTE
2007
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PRESIDENTE PRUDENTE
2007
Dedico essa tese a todas as pessoas que com
determinação ainda não perderam o espírito
quixotesco de fazer do mundo um lugar
melhor, mesmo que o próprio mundo estranhe
os quixotes. Mas Deus sabe do valor delas.
Lista de agradecimentos – Tese
Ilmo. Prof. Dr. João Lima Sant´Anna Neto – orientador da tese – FCT/UNESP de Presidente
Prudente;
Ilmo. Prof. Dr. José Tadeu Garcia Tommaselli – FCT/UNESP - Presidente Prudente - SP;
Ilma. Prof.ª Dra. Maria Cleide Baldo Silveira – CEFET/Campo Mourão - PR;
Ilma. Prof.ª Dra. Margarete Trindade da Costa Amorim – FCT/UNESP - Presidente Prudente
– SP;
Ilmo. Prof. Msc. João Paulo Dal Molin – mestre em física pela UEM/ Maringá – PR;
Ilmo. Prof. Simão Berezuk e Ilma. Prof.ª Neuza Jorge Berezuk – corretores gramaticais da
tese;
Ilma. Prof.ª Camila Grosso de Souza – mestranda pela FCT/UNESP de Presidente Prudente;
Ilma. Prof.ª Dra. Rita de Cássia Ariza da Cruz – secretária geral da revista GEOUSP –
Universidade de São Paulo.
Com todo carinho e amor, agradeço também a Iris Selene Conrado, companheira de verdade.
4
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................. 21
ABSTRACT ......................................................................................................... 22
3.4.1 Análise rítmica das estações meteorológicas (JAN – 97/98/2001) ......... 104
3.4.2 Análise rítmica das estações meteorológicas (FEV – 97/98/2001) .......... 122
3.4.3 Análise rítmica das estações meteorológicas (MAR – 97/98/2001) ........ 142
3.4.4 Análise rítmica das estações meteorológicas (ABR – 97/98/2001) ......... 158
3.4.5 Análise rítmica das estações meteorológicas (MAIO – 97/98/2001) ....... 173
3.4.6 Análise rítmica das estações meteorológicas (JUN – 97/98/2001) .......... 188
3.4.7 Análise rítmica das estações meteorológicas (JUL – 97/98/2001) .......... 204
3.4.8 Análise rítmica das estações meteorológicas (AGO – 97/98/2001) ......... 218
3.4.9 Análise rítmica das estações meteorológicas (SET – 97/98/2001) .......... 232
3.4.10 Análise rítmica das estações meteorológicas (OUT – 97/98/2001) ....... 248
3.4.11 Análise rítmica das estações meteorológicas (NOV – 97/98/2001) ....... 263
3.4.12 Análise rítmica das estações meteorológicas (DEZ – 97/98/2001) ....... 278
LISTA DE FIGURAS
Figura 25 – Carta sinótica que mostra a Frente Fria que pôs fim ao período de
estiagem de março a abril de 1997 nas regiões de Maringá, Londrina e
Presidente Prudente (22/05/1997) ........................................................................ 174
Figura 27 – Atuação da Frente Polar que formou chuvas intensas nas cidades
de Maringá, Londrina e Presidente Prudente nos dias 04 a 06 de junho de 1997 189
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Modelo de tabela utilizada para análise dos dados das Estações
Meteorológicas ..................................................................................................... 37
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 101 – Mês de seca em setembro de 2001 em Presidente Prudente ......... 339
LISTA DE ORGANOGRAMAS
RESUMO
A análise dos modos de atuação dos mecanismos atmosféricos é uma das bases da ciência
climatológica, pois, através dessas, os pesquisadores estão aptos a fazer as diagnoses
regionais, as prognoses climáticas, avaliar o possível impacto de variações climáticas e
desenvolver projetos para mitigá-los. Seguindo essa lógica, foi elaborada a análise de
adversidade climática do oeste paulista e do norte do Paraná. Para a efetuação dessa tarefa, foi
utilizada a técnica de análise rítmica de Monteiro, sendo pesquisados os anos de 1997, 1998 e
2001 nas localidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina. Além da pesquisa dos
dados diários desses três anos, em que foram criados 108 gráficos de análise rítmica e 108
gráficos de eventos climáticos, foram analisados 27 anos de dados mensais e anuais (1976-
2003) que possibilitaram a elaboração de 54 figuras, 67 tabelas, 102 gráficos e 9
organogramas, em que foram analisadas as características atmosféricas regionais, observando
possíveis tendências de alterações climáticas futuras. Foram constatados, ao longo da análise,
que a área de estudo está passando por um processo de aquecimento de até 1ºC, além de um
processo de fortalecimento sazonal, com as estações mais secas e chuvosas tornando-se mais
bem definidas, o que pode causar, futuramente, uma maior quantidade de eventos extremos e
adversidades climáticas, que, por sua vez, podem afetar as cidades e a produção agrícola. A
tese revela que o estudo do ritmo climático, a interpretação de variações do clima regional,
assim como das medidas necessárias para a proteção das áreas contra as intempéries, são
questões complexas que envolvem uma inúmera série de variáveis em que nem sempre as
técnicas estatísticas, mesmo fundamentais, são capazes de solucionar com clareza, tornando-
se de suma importância a interpretação dos aspectos climáticos pelo paradigma do ritmo com
a sua cuidadosa observação e análise, aliando-a com o uso das técnicas estatísticas.
ABSTRACT
Analyzing how the atmospheric mechanisms act is a great base of the climate
science because it allows the researches to know about the regional weather aspects, to
discuss the possible impact of climatic variations and to develop projects in order to protect
the region against these possible variations in the soon future. Following this idea, we
elaborated an analysis about hazards in the Western Sao Paolo State and the North Parana
State in Brazil. We based on the Monteiro rhythm analysis method to study the cities
Presidente Prudente, Maringa and Londrina in the years 1997, 1998 and 2001. Through the
search of diary weather statistics we created 108 rhythm analysis graphics and 108 climatic
event graphics. Besides them, we studied 27 years of mensal and annual statistics (1976 –
2003) which allowed the creation of 54 figures, 67 tables, 102 graphics and 9 examples.
Through these we analyzed regional climatic aspects, searching for future tendencies of
climate variations. It was verified by the analysis a warming of one Celsius degree at the
studied areas and also a process of sazonalization which showed more clearly the division of
wet and dry seasons. We see that it could result in the future more cases of hazards that could
affect the cities and the agricultural production. The thesis revels that the climatic rhythms
study, the interpretation of regional climatic variation and the study of the necessary actions to
protect the areas against hazards are complex questions which involve great series of variables
that, sometimes, the statistical techniques are not able to solve, despite its powerful and
recognition in science. Because of that, it is extremely important the careful interpretation of
climatic aspects by rhythm paradigm, mainly linking it with statistical techniques as well.
Thom (op. cit., p. 132) admite que na elaboração de modelos pode-se gerar
um conflito entre a aderência rigorosa ao dado empírico – aquilo que os
anglo-saxões chamam de “fit” – e a quantidade de parâmetros que surgem no
modelo: se se introduzem muitos parâmetros, tem-se um bom “fit” mas um
modelo complicado, se se introduzem poucos, o modelo é simples, mas tem
um mau “fit”. Seriam assim, excelentes, os modelos que conciliassem
poucos parâmetros e um bom “fit”. (THOM apud MONTEIRO, 1989, p. 87)
contínua de observação dos dados que podem, através de seus valores, gerar modelos tão bons
quanto somente os provenientes dos mais puros cálculos matemáticos.
Mesmo assim, a incerteza prevalece nos estudos climáticos, pois ainda os dados
revelarão, quando muito bem trabalhados, uma visão aproximada da realidade existente,
baseada no cálculo das médias. Será o fato da imprevisibilidade super-dimensionado pela
sociedade? Hawking apud Monteiro (1989), tomando como exemplo a questão da incerteza
na física das partículas, bate exatamente na questão da imprevisibilidade, constantemente
lembrada nas pesquisas climáticas.
Desse modo, observando mais a existência constante dos fatores que não podem ser
calculados, o que não exclui a vontade de desenvolver métodos, prognoses e ações mais
precisas, a pesquisa das adversidades climáticas continua e esta tese é mais um esforço para
contribuir com o debate do conhecimento mais detalhado das características do clima
regional, através do estudo do padrão de seus eventos extremos e da ação dos sistemas
atmosféricos que atuam na gênese desses eventos, analisando possíveis mudanças de
intensidade e freqüência na formação desses fenômenos ao longo do período estudado
(1976 – 2003). Mudanças essas possivelmente causadas tanto por fatores de ordem regional
(decorrente das alterações na estruturação física da paisagem do Oeste Paulista e norte do
Paraná), de ordem local (com a expansão das áreas urbanas das três cidades analisadas na
tese), como de ordem global, relacionando essas alterações climáticas com o processo atual de
aquecimento global decorrente de impactos antrópicos de escalas mais generalizadas. Existe
também o desejo de colaborar com projetos de mitigação de impactos concernentes à
ocorrência de eventos extremos e possíveis adversidades climáticas.
26
• Buscar outras fontes qualitativas de análise dos eventos extremos, como no caso da
tese o jornal de notícias.
Uma discussão teórica, em que se faz uma breve recapitulação da história da climatologia
e da evolução de suas idéias (Capítulo II);
A quantificação dos casos de adversidades climáticas que foram registrados nos jornais
das cidades de Presidente Prudente e Maringá nos anos de 1997, 1998 e 2001, observando-se
os potenciais impactos desses fenômenos nas cidades em questão e a valorização da imprensa
como fonte de armazenamento de informações decorrentes desses fenômenos (Capítulo IV).
27
A escala regional, em que após a etapa do estudo das três cidades com a assimilação das
características climáticas básicas dessas, possibilita-se uma melhor compreensão da região de
Presidente Prudente no Estado de São Paulo, e da mesorregião do norte central do Estado do
Paraná (Figura 1).
Paraná - São Paulo. Além disso, é grande a produção de grãos de soja e milho para
exportação, principalmente no corredor Maringá - Londrina, onde, por sua vez, estão
instalados boa parte dos estabelecimentos industriais do norte do Paraná.
Somam-se, na área de abrangência da tese, portanto, 2.512.295 pessoas que fazem
parte de inúmeras atividades industriais, comerciais ou no ramo de serviços, direta ou
indiretamente relacionadas ao setor agroindustrial, mola propulsora da economia de toda a
área de estudo da tese. Dessa forma, como é inegável a intrínseca relação de toda a região
com as atividades agroindustriais, também é importante um conhecimento regional do clima
e, através do conhecimento de seus aspectos, o desenvolvimento de ações, através da
formulação de instrumentos e medidas de planejamento regional, que protejam a área de um
maior impacto de eventos extremos que possam vir a se converter em adversidades climáticas.
Ressaltada a importância da agroindústria para a pesquisa dessas regiões, convém
que se escreva algumas linhas sobre a sua história regional.
Desde o início do período de colonização da área de estudo, iniciadas a partir da
“marcha cafeeira” para o interior do Brasil, que essa vocação agroindustrial estava
confirmada. Em um território ainda desconhecido, como o Extremo Oeste Paulista do início
do século XX com o surgimento de expedições, como por exemplo, aos rios Feio e Aguapeí,
ou com a ação da Companhia de Terras do Norte do Paraná, a partir das décadas de 1930,
1940 e 1950, que rapidamente esse território, antes dotado majoritariamente de matas virgens,
foi primeiramente tomado pelo café e depois reorganizado para o cultivo de grãos e cana de
açúcar e formação de pastagens no decorrer da década de 1970 e 1980. Desse modo, no
espaço de somente um século, áreas antes denominadas “desconhecidas” no âmbito nacional,
se tornaram em regiões amplamente colonizadas, dotadas de um forte seguimento
agroindustrial.
As cidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina foram, portanto, fundadas
sob a presença das matas e rapidamente elevadas a pólos regionais pela força econômica do
complexo cafeeiro e posteriormente do granuleiro no caso das cidades de Maringá e Londrina
e de outras culturas temporárias como o algodão em Presidente Prudente. Em todo o processo
histórico regional, tanto no território paulista como paranaense, a ocupação rápida e agressiva
das terras fez-se sentir, onde a implantação de um modelo voltado ao capital praticamente
expulsou os primeiros moradores, os indígenas, processo ainda mais acelerado com a chegada
dos trilhos de trem da Alta Sorocabana e do norte do Paraná (PRADO, acesso em 09 set.
2006). Nas duas cidades paranaenses, o processo de colonização foi ainda mais organizado,
devido ao trabalho de planejamento territorial desenvolvido pela Companhia de Terras do
31
também, como as serras regionais, sendo retratadas no mapa (Figura 3) como as serras do
Lagarto (ou Cinco Irmãos), do Mirante e dos Agudos. Portanto, excetuando-se a região da
Serra de Apucarana, cujas elevações atingem quase 1000 metros, com as vertentes
montanhosas mais íngremes, a área restante de pesquisa da tese, apresenta altitudes mais
modestas. O relevo mais acidentado da região de Apucarana se deve mais a presença de
diques de diabásio, originados no período jurássico-cretácico, quando a região foi
grandemente impactada por vulcanismo fissural, originando a Formação Serra Geral,
composta por rochas magmáticas (basaltos e diabásios) (MAACK, 1968). De idade mais
recente, as formações Caiuá, Adamantina e Santo Anastácio estão presentes nos setores
central e norte da área de estudo, sobretudo em quase toda a região administrativa de
Presidente Prudente com a composição básica de arenitos que se diferenciam principalmente
pela granulometria dos sedimentos.
Figura 2 - Paisagem típica da região: campo de pastagem extensiva em relevo de colinas amplas
(ZONEAMENTO ECOLÓGICO - ECONÔMICO DO PONTAL DO PARANAPANEMA, 1999).
Mesmo com altitudes modestas em grande parte da região, a localização das linhas
de espigões em um sentido leste-oeste e sudeste-noroeste pode contribuir com significativo
efeito orográfico nas passagens de frentes frias pela região, ocasionando uma variação
regional nos níveis pluviométricos (ANDRIUCCI & SANT´ANNA NETO, 2000). Como
exemplo, na região de Apucarana, dotada de altitudes maiores, esse efeito orográfico está
mais presente, contribuindo com uma maior precipitação local, enquanto em outras áreas
como em Santo Inácio ou Rosana, cujas localidades não possuem uma discrepância latitudinal
tão grande com relação à Apucarana, e, localizadas em áreas mais baixas, os valores
pluviométricos são menores, devido também a uma possível tendência dessas áreas à
ressecamento adiabático.
33
Para melhor compreensão dos sistemas atmosféricos atuantes em cada dia dos três
anos, foram analisadas também 1095 cartas sinóticas (Figura 4), uma para cada dia de análise.
Ao todo, com os dados diários das três Estações e com a análise das cartas sinóticas, foram
criados 108 Gráficos de Análise Rítmica e 108 Gráficos de Eventos Climáticos, totalizando
assim 216 gráficos (Gráficos 1 e 2) no qual são analisados todo o ritmo climático diário,
podendo-se chegar a uma noção do mecanismo climático regional. São através desses
gráficos, portanto, que toda a análise será baseada (Organograma 2).
Os gráficos de análise rítmica e os gráficos de eventos climáticos encontram-se no
CD anexo à tese.
36
Figura 4 – Tipo de Carta Sinótica utilizada para compreensão dos estados atmosféricos diários que, juntos com
os dados diários proverá a classificação do sistema atmosférico diário. Fonte: Serviço Meteorológico Marinho,
Carta Sinótica - dia 02/01/1997.
37
Tabela Climática (1976 – 2003)
Estação Meteorológica Lat. Long. Alt.
Município:
T. T. Max. Tm. T. Min. Tm. Amplitude Amp. Amp. P. atm. P (NM) Tot. Prec. – Vent. Vent. UR
Média Máx. Min. Max. Min. Prec. 24h Dir. Int.
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Média
DP
CV (%)
Tabela 1 – Modelo de tabela utilizada para análise dos dados das Estações Meteorológicas.
38
Análises individualizadas
Análise Rítmica das Localidades 1997 - 1998 - 2001
Precipitação Diária Acumulada
Interpretação dos dados diários de:
- Temperaturas médias;
- Temperaturas máximas absolutas;
Umidade Relativa Diária
- Temperaturas mínimas absolutas; Gráfico
- Umidade Relativa;
Gráfico de
Gráfico de
de Análise Rítmica
- Direção predominante dos ventos;
Análise Rítmica
Intensidade Máxima Absoluta dos Ventos
Eventos Climáticos
- Precipitação diária;
- Classificação de Sistemas Atmosféricos. e Classificação segundo a Escala de Beaufort
Organograma 1 – Esquema para interpretação dos dados meteorológicos das Organograma 2 – Esquema para análise rítmica das Estações Meteorológicas de
Estações de Presidente Prudente, Maringá e Londrina. Org: BEREZUK, A. G. Presidente Prudente, Maringá e Londrina. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
(2006)
40
Gráfico 1 – Gráfico de Análise Rítmica correspondente ao mês de janeiro de 1997 de Londrina-PR. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
41
Gráfico 2 – Gráfico de Eventos Climáticos correspondente ao mês de janeiro de 1997 de Londrina-PR. Org: BEREZUK, A. G.
42
Encontra-se incluído na análise rítmica de cada mês também:
Três gráficos de atuação mensal dos sistemas atmosféricos segundo os três anos
pesquisados;
Uma tabela de precipitações mensal dos três anos analisados nas três cidades analisadas;
Três gráficos síntese (Gráfico 3), gráfico no qual se apresentam as seguintes variáveis:
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
O tempo com seus estados: as nuvens do céu nos seus mais variados tipos, o
vento agitando as árvores, a chuva molhando as plantas e, muitas vezes, causando
prejuízos, o calor e o frio imbuindo às pessoas as mais distintas sensações. Não é difícil de
estranhar que o tempo cause tanta repercussão na sociedade, pois faz parte da vida de cada
pessoa, exercendo sobre cada um tanto fascínio como apreensão. Os estados atmosféricos,
portanto, são grandes fatos da história humana, pois o homem ainda vive particularmente
da terra e de seus frutos e esta é dependente do clima local. Quando se fala de agricultura,
fala-se sobre o tempo; quando se refere à economia (seja ela nas escalas locais, regionais
ou globais) refere-se, muitas vezes, à climatologia e ao estudo das intempéries; quando se
relembra a História, relatam-se vários acontecimentos que estiveram relacionados ao clima
de determinada região.
Sem dúvida, o tempo e sua sucessão de tipos que se configuram no clima, marcam
os acontecimentos humanos, marcam a memória das pessoas. No entanto, ocorrem
periodicamente eventos naturais extremos que trazem lembranças mais fortes às pessoas,
desde as que moram em um vilarejo como aos cosmopolitas: são as denominadas
adversidades climáticas (Figura 5).
As adversidades climáticas configuram-se como a ocorrência de eventos extremos
que causam prejuízos para uma determinada população, variando de prejuízos materiais até
óbitos. Caso um determinado evento extremo ocorra em uma área despovoada, esse não será
mais considerado como adversidade, pois não causará impacto algum na vida social
(MONTEIRO, 1989).
Desse modo, tempestades, ventanias, períodos de secas, granizo, tornados, furacões
e enchentes, desde que atinjam as áreas habitadas, são considerados como adversidades
climáticas; e essas são relatadas e posteriormente estudadas desde a Antigüidade. Com relação
a isso, Bryant (1991) faz alusão sobre os inúmeros fatos históricos, como o dilúvio bíblico e
histórias de enchentes que atingiram os povos indígenas do México, dentre outros. No início,
esses relatos eram marcados pela natureza mística que se acreditava serem mais provenientes
de “ações diretas de Deus” do que propriamente formadas por processos meteorológicos.
46
Pré-Socráticos
Observação dos fenômenos naturais
Tales de Mileto Conhecimento baseado no empirismo
Anaximandro
Anaxímenes
Demócrito
Empédocles
Parmênides
Sócrates
Desenvolvimento da
metodologia filosófica
Aristóteles
Pesquisador sistemático que
organizou muitos conhecimentos
meteorológicos da época
Termodinâmica
Estudo da dinâmica, condução, Clausius
distribuição, propagação do calor (energia) Boltzmann
Faraday
Organograma 3 – A evolução do conhecimento e de tópicos relacionados aos estudos do meio físico. Org:
BEREZUK, A. G., 2006.
48
Física Química
Termodinâmica
Avanços dos
Estudos Atmosféricos
Metodologia
Científica
Formação da Ciência
Meteorológica e Climatológica
Organograma 4 – A evolução das outras ciências possibilitou o avanço dos Estudos Atmosféricos e a formação
da Meteorologia Moderna e da Climatologia. Org: BEREZUK, A. G., 2006.
Como existe o grau da incerteza nos estudos climáticos, por mais que as tecnologias
atuais estejam preparadas para uma boa prognose, houve na climatologia uma gradativa
preocupação em não somente se estudar as médias dos estados atmosféricos, mas de analisar
também o seu ritmo temporal e o estudo das adversidades climáticas, que, muitas vezes,
passavam despercebidas nos estudos do clima, por serem fenômenos muitas vezes pontuais e
de uma duração temporal muito pequena. Surge somente nesse estágio dos estudos climáticos
um aprofundamento com relação à observação científica das denominadas adversidades
climáticas. Desde esse período até os dias atuais, as discussões e pesquisas acerca dos
fenômenos não-lineares e dos eventos extremos, que por fim resultarão no surgimento das
adversidades climáticas, são constantes e fundamentais na ciência climatológica.
Acompanhando esse período de descobertas, de desenvolvimento das pesquisas
atmosféricas e o despertar da preocupação ecológica no globo foi realizada em 1972, em
Estocolmo, a I Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, ratificando todas
essas inovações no desenvolvimento das pesquisas relacionadas ao meio ambiente, tentando
alertar o mundo sobre os possíveis impactos que poderiam ocorrer caso o homem não olhasse
de modo sério para o seu “pequeno e frágil gigante azul”.
De 1972 para cá, o estudo climático desenvolveu-se, adquirindo um lugar de
destaque que antes não possuía, tornando-se mais interdisciplinar. Pesquisas relacionadas à
propagação da poluição, à ação do efeito estufa, à intensificação e ação das ilhas de calor, às
atividades antrópicas e seus impactos, tornaram-se freqüentes. Outro fator que deve ser
ressaltado é o aperfeiçoamento tecnológico das pesquisas com o advento do computador na
década de 1980, a maior acessibilidade e qualidade das imagens de satélite, a criação de
vários programas que exploram o aspecto espacial e tridimensional a partir da década de 1990
aperfeiçoando os estudos climáticos, além da criação da Internet também nessa década de
1990 e que hoje possibilita o acesso a informações sobre o tempo e o clima para as pessoas
com uma qualidade de primeira mão e confiabilidade aceitável dentro de suas próprias casas
(Organograma 5).
52
Teoria do Caos
(LORENZ)
Poluição atmosférica
Advento dos computadores
Efeito Estufa
Acessibilidade às imagens de satélite
Ilhas de Calor
Criação de Softwares Específicos
Climatologia Urbana
Internet
Adversidades Climáticas
Organograma 5 – Evolução da ciência climatológica a partir do paradigma sorreano. Org: BEREZUK, A. G.,
2006.
Esfera
Técnica - Científica
Desenvolvimento e utilização
de softwares, satélites e imagens,
e de instrumentos climatológicos
Avanço na climatologia
Possibilidade do avanço da pesquisa
em prol do social, assim como seu desenvolvimento
tecnológico
Gestão
Esfera
Teórica
Esfera Conhecimento dos processos atmosféricos
Conhecimento da relação meio x atmosfera
Política Estado da arte
Desempenho das ações preventivas
Viabilização da política ambiental
Proteção do meio ambiente
1
Na esfera técnica-científica são englobados todos os avanços tecnológicos existentes, tais como as imagens de
satélites e os próprios satélites, os métodos de pesquisa em climatologia, os instrumentos utilizados nas
interpretações e aquisição de dados e nos softwares desenvolvidos para estes fins. Na esfera teórica estão os
conhecimentos adquiridos dos fenômenos climáticos ao longo dos tempos, além do conhecimento de sua
dinâmica e de sua influência sobre as atividades antrópicas. Na esfera política, estão as ações governamentais
necessárias para a proteção social, ações essas criadas através da interpretação dos dados e de pesquisas
climáticas (esfera técnica-científica), embasadas pelo conhecimento teórico (esfera teórica).
55
But is there evidence that the Earth is actually warming? The problem is
that any evidence for warming is set against a background of considerable
natural variation. The fall in temperatures in the early 1990s resulting from
the eruption of Mount Pinatubo in the Philippines is an example of an
important variation introduced by a single event. Although there are
difficulties in changes in the measurement techniques used, or in the
location of measuring stations, there is growing agreement that the earth is
indeed getting warmer. On a statistical basis, the temperatures over the last
couple of decades have been unusually warm. More convincing evidence
comes from the temperature of permafrost in the Arctic obtained from
drill-holes. The whole Arctic seems to have warmed by several degrees
Celsius over last 50 years. Climate models predict that the first place where
signs of planetary warming will be detected is the Arctic. So it’s official:
we have global warming. (p. 92).
Figura 7 – Com o desenvolvimento da tecnologia voltada à climatologia, a sociedade pode teoricamente estar
mais preparada às intempéries e às variações climáticas (Imagem do GOES-12, www.master.iag.usp.br, acessado
em 28 de outubro de 2004).
CAPÍTULO III
formado, por sua vez, pela ação dos doldrums, que correspondem às áreas de baixa pressão da
região equatorial (NIMER, 1979). Somente nessa faixa, portanto, quatro sistemas climáticos
atuam, originando diversos fenômenos meteorológicos, conforme a figura de Boin revela
(Figura 8):
Sistema Tropical Atlântico (STa) – Esse sistema regional, de natureza estável na região do
Oeste Paulista e Norte do Paraná, é proveniente da atuação do Anticiclone do Atlântico Sul. A
princípio, devido à subsidência dos altos ventos provenientes da circulação da célula de
Hadley nas latitudes de 25 a 35º, os ventos são de característica fria e seca, e durante o seu
deslocamento pelo Oceano Atlântico vão ganhando umidade e calor. Quando esses ventos
atingem o litoral oriental brasileiro, provocam chuvas em toda a região litorânea. Em seu
trajeto continental, essa massa sofre ressecamento adiabático quando se desloca sobre as
serras do Mar e da Mantiqueira, e continua perdendo sua umidade, chegando na região de
estudo com características quentes e secas. Os ventos de leste e nordeste, portanto, são
predominantes na região, atuando em quase 50% dos dias.
Sistema Polar Atlântico (SPa) e Frentes Frias (FPa) – O Sistema Polar Atlântico, ao
contrário do STa é de característica fria, originado na região denominada de Anticiclone
Móvel Polar. Essas áreas formadoras de massas de ar frio seguem por dois trajetos: o trajeto
do Pacífico a oeste da Cordilheira dos Andes e o trajeto Atlântico a leste da cordilheira. Os
anticiclones polares móveis ainda não possuem estudos detalhados sobre as suas
características, mas pesquisas comprovam a sua grande importância em processos de
alteração climática (LENOIR, 1995). Freqüentemente, o Sistema Tropical Atlântico e o
Sistema Polar Atlântico, massas com características distintas se encontram originando os
sistemas frontais ou frontogênese, ou popularmente denominadas frentes frias. As frentes frias
percorrem a área de estudo com uma ciclicidade média de uma semana, trazendo chuvas que
são fundamentais às atividades econômicas locais. Dependendo da época do ano e da
intensidade desses sistemas frontais, o período entre uma frente fria e outra pode variar de
quatro dias para até mais de 30 dias, originando os períodos de estiagem conhecidos nos
meses de junho-julho-agosto, períodos que podem se converter em eventos de seca.
Portanto, a maioria dos casos de precipitação do Oeste Paulista e Norte do Paraná,
deve-se às incursões das Frentes Frias ou Polares, originadas pelo contato da massa fria (SPa)
com a massa quente (STa), sendo essas frentes responsáveis por aproximadamente 70% das
chuvas anuais, e sua porcentagem cada vez maior quando a localidade encontra-se mais ao sul
64
da região, quando as chuvas originadas por frentes frias são superiores. No entanto, quanto
mais se avança para o norte, há um gradativo aumento da participação das massas tropicais e
continentais e uma diminuição do nível de chuvas por frentes frias (MONTEIRO, 1973).
Existe, portanto, a tendência do aumento da sazonalidade climática mais para o norte, sendo
mais evidentes os períodos secos e úmidos no setentrião do que nos setores mais ao sul,
marcados por uma maior regularidade pluviométrica.
70% dos casos (Figueiredo e Scolar In: Dias, 2006) atingindo os estados do sul do Brasil e de
sudoeste para nordeste e norte em 30% dos casos atingindo a Região Sudeste (Guedes In:
Dias, 2006). Os CCM´s são responsáveis, assim como as ZCAS, por eventos de chuvas
abundantes, podendo promover precipitações de mais de 100 mm em 24 horas, possuindo,
porém, uma atuação mais regional, ao contrário das ZCAS que possuem uma maior área de
atuação. Como dito anteriormente, a ação dos CCM´s podem ser um pré-estágio para a
configuração de uma ZCAS.
Figura 9 – Atuação de ZCAS no Centro-Sul Brasileiro. Fonte: Imagem do INPE – Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais / GOES – 8.
Esses oito sistemas são os mais atuantes com relação aos aspectos climáticos da
região, sendo esses, três com características mais estáveis (SPa, STa e STc) e os outros cinco
67
sistemas de característica instável (FPa, SEc, CCM, ZCAS, IT), possuindo cada um desses
uma intensidade e aspectos específicos em cada estação do ano, evidenciando a dinamicidade
desses sistemas no território nacional.
Se por um lado, no verão, as frentes frias não são tão intensas e sistemas como o
Equatorial Continental, auxiliando na formação de CCM e ZCAS, são mais atuantes, no
inverno as frentes frias podem chegar até às regiões equatoriais promovendo o fenômeno da
friagem amazônica, anulando a ação do SEc em latitudes mais elevadas. Variações sazonais
do Sistema Tropical Continental são relevantes com maior atuação nos períodos de primavera
e verão e nulos no inverno. A ação do Sistema Tropical Atlântico também varia
sazonalmente, ficando mais forte no inverno, assim como o Sistema Polar Atlântico,
aumentando a porcentagem de dias estáveis e concretizando o período seco de junho até início
de setembro com a volta do período de chuvas e reinício da ação das Instabilidades Tropicais
e chuvas decorrentes do sistema tropical, diminuindo o predomínio quase absoluto dos
sistemas frontais, que agem durante todo o ano. Essa variação sazonal, com a participação dos
sistemas acima citados é apresentada pelas figuras de Monteiro (Figura 10).
Além dos sistemas atmosféricos já descritos, podem também ser considerados como
sistemas participantes nos aspectos climáticos regionais outros quatro tipos de grande
importância nas análises regionais:
Sistema Tropical Atlântico Continentalizado (STaC) – Esse sistema atua com maior
intensidade nos meses de inverno quando existe uma fortificação da intensidade de atuação do
Anticiclone do Atlântico Sul, fortalecendo o Sistema Tropical Atlântico. Com o
fortalecimento do STa, a ação dessa massa se estende até ao interior do território nacional,
originando a ação do STaC. Assim como o Sistema Tropical Continental, o Sistema Tropical
Atlântico Continentalizado é de característica estável, originando dias claros e secos.
68
Figura 10 – Características dos sistemas atmosféricos na América do Sul, segundo as figuras de Monteiro
(1973).
Sistema Polar Tropicalizado (SPT) – Constitui como a área atuante de um Sistema Polar
cujas características atmosféricas encontram-se em estado avançado de tropicalização.
Dissipação de Frente ou Frontólise (D) – Área na qual uma frente fria se dissipa. Na região
de estudo da tese não é muito comum a ocorrência de dissipação dos sistemas frontais, sendo
69
a frontólise mais comum, por exemplo, no sul da Bahia ou estados do nordeste em casos de
frentes frias com maior intensidade.
Repercussão de Frente (RE.FPA) – Ocorre quando uma frente fria, atuando mais ao sul,
modifica o tempo na área de estudo, aumentando a nebulosidade, a umidade relativa e
ocasionando até chuvas fracas. No entanto, não ocasiona chuvas moderadas.
T. T. Max. Tm. T. Min. Tm. Amplitude Amp. Amp. Tot. Prec. Vent. Dir. Vent. UR
Média Máx. Min. Max. Min. P (NM) Prec. – 24h Int.
1976 21,9 35,1 27,7 5,6 17,1 29,5 13,2 16,3 1012,8 1424,7 66,6 E 65,2 69,8
1977 23,5 36,9 29,5 2,9 18,6 34,0 13,4 20,6 1012,5 1276,5 77,6 E 54,5 65,4
1978 23,0 36 29,1 0,1 17,9 35,9 13,0 22,9 1012,8 1012,6 55,2 E 52,5 61,8
1979 22,7 37,7 28,5 1,7 17,9 36,0 15,0 21,0 1013 1089,2 53,9 E 57 64,8
1980 23,0 35,4 28,7 4 18,4 31,4 12,4 19,0 1012 1369,9 123,6 SE 54,1 65,8
1981 23,0 37,9 28,9 -0,1 18,1 38,0 14,9 23,1 1013,4 1114,3 82,1 SE 54,2 62,3
1982 22,8 34,3 28,5 8,2 18,4 26,1 11,5 14,6 1014 1521 85,8 E 58,6 70
1983 22,9 33,9 28,4 6,7 18,5 27,2 11,0 16,2 1013,9 1350,7 104,5 E 62,2 69,8
1984 23,6 37 29,8 2,6 18,7 34,4 13,4 21,0 1013,1 1216,5 63,3 E 54,2 62,2
1985 23,6 39,3 29,6 2,6 18,5 36,7 15,7 21,0 1012,1 841,9 48,3 E 60,5 58,9
1986 23,5 37,4 29,2 5,5 19,0 31,9 13,9 18,0 1012,5 1169,5 54,1 E 64,8 63,3
1987 23,1 37,2 28,7 5 18,4 32,2 14,1 18,1 1012,2 1415,8 143,7 E 68,1 64,5
1988 23,5 38,5 29,4 1,8 18,3 36,7 15,0 21,7 1012,3 1196,4 134,4 E 65,6 60,4
1989 22,6 34,6 28,0 6,5 17,8 28,1 12,0 16,1 1012,3 1802,4 95,1 E 68,4 66,2
1990 23,2 36,3 28,8 4,6 18,5 31,7 13,1 18,6 1012,5 1302,8 92,9 E 64,7 64,4
1991 23,7 35,6 29,4 5,3 18,7 30,3 11,9 18,4 1012,2 938,1 65,8 E 68 60,5
1992 23,1 35,3 28,3 3,9 18,6 31,4 12,2 19,2 1012,1 1493,5 61 E 61,4 65,8
1993 23,3 37 28,9 3,3 18,6 33,7 13,7 20,0 1012,4 1196,4 110,6 E 64,8 64
1994 24,0 38,4 29,8 1,8 18,9 36,6 14,4 22,2 1012,3 1334,9 124,1 E 65,8 60,4
1995 24,0 37,7 29,6 10,8 19,1 26,9 13,7 13,2 1012,3 1185,8 69,2 E 61,3 60,3
1996 23,4 34,8 28,9 5,8 18,8 29,0 11,4 17,6 1012,3 1522,7 102,6 E 61,6 64,6
1997 23,7 37,5 29,1 5,4 19,0 32,1 13,8 18,3 1012,1 1462 61,9 E 63,5 64,7
1998 23,7 35,6 28,9 9,7 18,9 25,9 11,9 14,0 1012,6 1649 101 E - SE - NE 62,9 67,1
1999 23,8 38,3 29,7 4,4 18,3 33,9 14,5 19,4 1012,6 1227,5 100,6 SE 62,3 61,5
2000 23,6 37,5 29,2 2,2 18,6 35,3 13,9 21,4 1012,1 1317,8 74,2 E 90,7 68
2001 23,8 36,6 29,3 3,6 19,0 33,0 12,8 20,2 1012,8 1239,5 74,4 NE 110,2 69,2
2002 24,9 37,5 30,6 5,5 20,1 32,0 12,6 19,4 1012,5 1156,6 106 NE 86,4 59,7
2003 23,8 38,4 29,6 7,2 18,9 31,2 14,6 16,6 1013,2 1305,3 93,4 SE 63,4 62,2
Média 23,4 36,8 28,7 6,4 18,0 30,4 13,9 16,5 1013,0 1365,0 80,0 64,3 66,0
DP 0,6 2,33 1,35 1,13 1,28 1,20 0,99 0,21 0,27 84,43 18,95 1,27 5,37
CV (%) 2,4 6,3 4,7 5,6 7,1 3,9 7,1 1,2 0,0 6,1 23,6 1,9 8,1
Tabela 2 – Dados anuais da Estação Meteorológica da FCT / UNESP de Presidente Prudente-SP (1976-2003). Org: BEREZUK, A. G.
71
T. T. Max. Tm. T. Min. Tm. Amplitude Amp. Amp. P. atm. P (NM) Tot. Prec. – Vent. Vent. UR
Média Máx. Min. Max. Min. Prec. 24h Dir. Int.
1976 21,3 34,7 26,9 2,9 15,9 31,8 13,4 18,4 952,0 1014,0 1438 99,5 E 77,9
1977 23,1 35,7 28,8 1,7 17,3 34 12,6 21,4 952,1 1013,8 1369,7 107,7 SE 75,5
1978 22,9 37,8 28,9 0,9 16,8 36,9 14,9 22,0 952,1 1013,5 1042 89,1 E 69,9
1979 22,5 34,9 26,7 1,1 16,8 33,8 12,4 21,4 952,9 1014,6 1661,1 73,7 NE 68,7
1980 22,8 36 27,2 2,8 17,3 33,2 13,2 20,0 952,1 1013,8 1908,3 67,2 NE 68,0
1981 22,8 36,4 27,4 -1 17,2 37,4 13,6 23,8 951,5 1013,2 1643,8 105 NE 64,9
1982 22,8 33,5 27,1 6,2 17,3 27,3 10,8 16,6 951,2 1012,9 1727,7 102,4 NE 69,0
1983 22,4 33,6 26,7 5,3 16,8 28,3 11,2 17,1 951,0 1012,7 2266,9 82,8 NE 72,2
1984 23,3 35,4 28,1 -0,2 17,5 35,6 12,1 23,5 950,9 1012,7 1372 101,1 NE 65,3
1985 23,5 40 28,1 2,4 17,5 37,6 16,5 21,1 950,9 1012,7 1387,2 92,9 NE 64,3
1986 22,9 35,3 27,6 5,4 17,9 29,9 12,4 17,5 951,6 1013,3 1565,8 71,8 NE 72,6
1987 22,8 35,4 27,3 4,5 17,3 30,9 12,6 18,3 951,4 1013,1 1715 104,8 NE 70,2
1988 23,5 36,4 28,1 1,4 17,6 35 12,9 22,1 951,6 1013,3 1280,6 69 NE 64,1
1989 22,4 33 26,9 1,8 16,9 31,2 10,6 20,6 951,6 1013,3 1576,1 80,3 NE 69,1
1990 22,8 36 27,2 1,8 17,4 34,2 13,2 21,0 951,8 1013,5 1796,5 74,1 NE 70,2
1991 23,4 34,5 27,9 1,8 17,5 32,7 11,1 21,6 951,6 1013,3 1462,9 76 NE 66,6
1992 22,8 35,5 27,1 2,4 17,2 33,1 12,7 20,4 951,5 1013,2 1638,9 101,6 NE 70,8
1993 23,0 36 27,5 0,9 17,4 35,1 13,0 22,1 951,7 1013,5 1667,3 101,2 NE 68,2
1994 23,8 36,6 28,5 -0,2 17,9 36,8 12,8 24,0 951,5 1012,7 1445,9 67,1 NE 64,8
1995 23,6 36 28,2 8,7 17,9 27,3 12,4 14,9 951,2 1012,5 1688,3 89,9 SW 65,4
1996 23,0 36 27,7 5,4 17,5 30,6 13,0 17,6 951,7 1013,5 1659,9 111,2 SW 69,3
1997 23,4 36,2 27,9 4,2 17,7 32 12,8 19,2 951,4 1013,1 2150,2 151,5 NE 68,8
1998 23,2 35,3 27,7 6,6 17,6 28,7 12,2 16,6 952,0 1013,7 1976,3 73,6 NE 72,0
1999 23,4 35,3 28,2 1,9 17,5 33,4 11,9 21,5 951,9 1013,6 1384,3 94,4 NE 66,8
2000 23,2 35,4 27,7 0,5 17,8 34,9 12,2 22,7 952,5 1014,2 1748,3 90,3 NE 67,7
2001 23,6 35,8 28,2 3,4 18,4 32,4 12,2 20,2 953,2 1014,4 1648,4 50,8 NE 69,1
2002 24,3 35,8 29,3 5,5 19,1 30,3 11,5 18,8 952,6 1013,8 1750,9 78,6 NE 66,9
2003 23,6 36,2 28,2 5,4 18,1 30,8 12,6 18,2 953,1 1014,3 1508 57,4 NE 66,8
Média 23,1 35,7 27,7 3,0 17,5 32,7 951,8 1013,4 1624,3 88,0 68,7
DP 0,56 1,31 0,66 2,39 0,58 2,94 0,60 0,55 257,8 20,4 3,3
CV (%) 2,4 3,6 2,3 79,6 3,3 8,9 0,0 0,0 15,8 23,2 4,8
Tabela 3 – Dados anuais provenientes da Estação Meteorológica Principal de Maringá-PR (1976-2003). Org: BEREZUK, A. G.
72
Tabela Climática (1976 – 2003)
Estação Meteorológica: IAPAR Lat. 23°° 22´ S Long. 51°° 10´ W Alt. 585 m
Município: Londrina - PR
T. Média T. Max. Tm. T. Min. Tm. Amplitude Amp. Amp. P. atm. Tot. Prec. – Vent. Vent. UR
Máx. Min. Max. Min. Prec. 24h Int. Dir.
1976 19,7 33,8 25,7 2,6 14,9 10,8 6,0 4,8 1854,2 75 75,3
1977 21,3 34,7 27,6 1,9 16,3 11,3 6,3 5,0 1626,6 116,3 70,9
1978 21,4 35,8 28,0 0,9 15,7 12,3 6,7 5,6 1388,0 81,4 64,4
1979 20,4 34,4 26,6 0,0 15,2 11,4 6,2 5,1 1263,0 61,4 70,2
1980 20,6 36,2 26,6 2,4 15,8 10,8 6,0 4,8 2122,6 80 72,8
1981 20,7 36,7 27,0 -0,2 15,6 11,4 6,4 5,1 1514,0 65,9 69,2
1982 20,7 33,0 26,6 5,6 16,0 10,6 5,9 4,7 1827,9 102 74,2
1983 20,7 33,7 26,3 4,7 16,3 10,0 5,6 4,4 2130,2 74,8 76,5
1984 21,5 35,8 27,9 0,6 16,2 11,8 6,5 5,3 1245,9 151,2 68,5
1985 21,3 39,2 28,0 2,8 15,8 12,1 6,6 5,5 1153,4 98,2 66,4
1986 21,1 35,2 27,2 4,6 16,3 10,9 6,1 4,8 1009,1 1397,5 62,5 82,8 E 71,9
1987 20,7 35,8 26,8 2,9 15,8 11,0 6,1 4,9 1009,4 1823,6 83,2 92,2 E 71,9
1988 21,1 37,5 27,4 1,3 15,9 11,5 6,3 5,2 1009,8 1371,6 58,2 94,7 E 67,4
1989 20,2 33,4 26,3 1,4 15,3 11,0 6,1 4,9 1011,8 1795,1 117,1 86,0 E 73,5
1990 20,8 36,8 26,9 1,2 16,0 10,8 6,1 4,8 1012,0 1493,9 77,8 96,8 E 72,8
1991 20,8 34,7 27,1 3,0 15,7 11,4 6,3 5,1 1010,9 1442,1 119,1 119,9 E 69,1
1992 20,7 33,6 26,7 1,8 16,0 10,7 6,0 4,7 1010,1 1876,6 142,7 82,8 NE 73,7
1993 21,0 36,4 27,3 0,8 16,1 11,1 6,3 4,9 1009,5 1758,7 113,5 78,1 NE 72,2
1994 21,5 36,6 28,2 -1,0 16,4 11,8 6,7 5,1 1010,4 1411,5 106,4 96,8 NE 68,7
1995 21,2 35,6 27,8 6,1 16,0 11,9 6,6 5,2 1010,5 1722,0 65,1 81,4 NE 68,9
1996 21,2 34,3 27,6 2,8 16,5 11,1 6,4 4,7 1010,5 1658,3 96,1 117,0 NE 71,8
1997 21,3 36,0 27,4 2,9 16,6 10,8 6,1 4,7 1010,0 1983,5 110,4 93,6 NE 71,4
1998 21,1 35,0 27,0 6,4 16,6 10,4 5,9 4,5 1010,8 2004,9 82,8 87,5 NE 74,2
1999 21,0 35,4 27,7 2,0 15,9 11,8 6,6 5,2 1010,8 1291,1 74,8 72,7 NE 67,0
2000 21,1 36,0 27,5 -1,3 16,0 11,5 6,4 5,1 1012,4 1512,0 68,9 94,3 NE 68,7
2001 21,4 36,0 27,8 1,7 16,5 11,2 6,3 4,9 1009,5 1715,4 76,4 80,6 NE 70,8
2002 22,2 36,8 28,7 1,9 16,9 11,8 6,4 5,4 1009,8 1469,5 77 88,2 NE 68,9
2003 21,4 36,0 27,9 5,2 15,9 12,0 6,6 5,5 1009,4 1264,4 73,8 93,6 NE 68,9
Média 21,0 35,5 27,3 2,3 16,0 11,3 1010,4 1611,3 89,7 91,1 70,7
DP 0,48 1,37 0,68 2,02 0,44 0,56 0,95 278,14 24,52 12,12 2,87
CV (%) 2,2 3,8 2,4 87,8 2,7 4,9 0,00 17,3 27,3 13,3 4,0
Tabela 4 – Dados Provenientes da Estação Meteorológica do IAPAR – Londrina-PR (1976-2003). Org: BEREZUK, A. G.
73
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
b)
c)
a)
1990 1990
(1976 - 2003)
1990
Maringá
Londrina
1991 1991 1991
1992 1992 1992
1993 1993 1993
Presidente Prudente
1994 1994 1994
1995 1995 1995
1996 1996 1996
1997 1997 1997
1998 1998 1998
1999 1999 1999
2000 2000
Variação anual de temperatura com relação à média histórica
Gráfico 4 – Variação anual da temperatura média com relação à média histórica de 1976-2003.
2000
2001 2001 2001
2002 2002 2002
2003 2003 2003
74
75
O gráfico revela que, de 1976 até 2003, a temperatura média anual das três Estações
Meteorológicas subiu regionalmente 1ºC aproximadamente, sendo constatado um
aquecimento de 0,9ºC em Maringá, de 1,0ºC Presidente Prudente e de 1,0ºC em Londrina. O
último ano em que as temperaturas médias ficaram significativamente abaixo da média
histórica desse período foi no ano de 1989, verificando-se a partir da década de 1990 uma
retomada do aquecimento. O ano de 2002 revelou-se um dos mais quentes da história
regional. Devem ser levados em consideração os desvios padrões das três localidades,
Maringá – DP = 0,6ºC, Londrina – DP = 0,5ºC e Presidente Prudente com um DP = 0,6ºC).
Os dados das médias das temperaturas máximas anuais e das temperaturas mínimas anuais
também revelam aquecimento regional gradativo, sendo em Presidente Prudente constatado
+1,0ºC de variação das médias das máximas e +1,2ºC das mínimas; em Maringá os valores
são de +0,7ºC para as máximas e +1,4ºC para as mínimas e em Londrina os valores
apresentados são de 0,7ºC para as máximas e 1,0ºC para as mínimas (Tabelas 6 e 7; Gráficos
5 e 6).
76
Tabela 6 – Temperaturas médias das máximas anuais e sua variação em relação à média histórica
Variação
Anos T. Máx . Lna T. Máx. Mga T. Máx. PP Variação Lna Variação Mga PP
1976 25,7 26,9 27,7 -1,6 -0,8 -1,0
1977 27,6 28,8 29,5 0,3 1,1 0,8
1978 28 28,9 29,1 0,7 1,2 0,4
1979 26,6 26,7 28,5 -0,7 -1,0 -0,2
1980 26,6 27,2 28,7 -0,7 -0,5 0,0
1981 27 27,4 28,9 -0,3 -0,3 0,2
1982 26,6 27,1 28,5 -0,7 -0,6 -0,2
1983 26,3 26,7 28,4 -1 -1,0 -0,3
1984 27,9 28,1 29,8 0,6 0,4 1,1
1985 28 28,1 29,6 0,7 0,4 0,9
1986 27,2 27,6 29,2 -0,1 -0,1 0,5
1987 26,8 27,3 28,7 -0,5 -0,4 0,0
1988 27,4 28,1 29,4 0,1 0,4 0,7
1989 26,3 26,9 28,0 -1 -0,8 -0,7
1990 26,9 27,2 28,8 -0,4 -0,5 0,1
1991 27,1 27,9 29,4 -0,2 0,2 0,7
1992 26,7 27,1 28,3 -0,6 -0,6 -0,4
1993 27,3 27,5 28,9 0 -0,2 0,2
1994 28,2 28,5 29,8 0,9 0,8 1,1
1995 27,8 28,2 29,6 0,5 0,4 0,9
1996 27,6 27,7 28,9 0,3 0,0 0,2
1997 27,4 27,9 29,1 0,1 0,2 0,4
1998 27 27,7 28,9 -0,3 0,0 0,2
1999 27,7 28,2 29,7 0,4 0,5 1,0
2000 27,5 27,7 29,2 0,2 0,0 0,5
2001 27,8 28,2 29,3 0,5 0,5 0,6
2002 28,7 29,3 30,6 1,4 1,6 1,9
2003 27,9 28,2 29,6 0,6 0,5 0,9
Media 27,3 27,7 28,7
DP 0,68 0,66 1,35
CV (%) 2,4 2,3 4,7
77
Tabela 7 – Temperaturas médias das mínimas anuais e sua variação em relação à média histórica
Variação
Anos T. Máx . Lna T. Máx. Mga T. Máx. PP Variação Lna Variação Mga PP
1976 14,9 15,9 17,1 -1,1 -1,7 -0,9
1977 16,3 17,3 18,6 0,3 -0,3 0,6
1978 15,7 16,8 17,9 -0,3 -0,8 -0,1
1979 15,2 16,8 17,9 -0,8 -0,8 -0,1
1980 15,8 17,3 18,4 -0,2 -0,3 0,4
1981 15,6 17,2 18,1 -0,4 -0,4 0,1
1982 16 17,3 18,4 0 -0,3 0,4
1983 16,3 16,8 18,5 0,3 -0,8 0,5
1984 16,2 17,5 18,7 0,2 -0,1 0,7
1985 15,8 17,5 18,5 -0,2 -0,1 0,5
1986 16,3 17,9 19,0 0,3 0,3 1,0
1987 15,8 17,3 18,4 -0,2 -0,3 0,4
1988 15,9 17,6 18,3 -0,1 -0,1 0,3
1989 15,3 16,9 17,8 -0,7 -0,7 -0,2
1990 16 17,4 18,5 0 -0,2 0,5
1991 15,7 17,5 18,7 -0,3 -0,1 0,7
1992 16 17,2 18,6 0 -0,4 0,6
1993 16,1 17,4 18,6 0,1 -0,3 0,6
1994 16,4 17,9 18,9 0,4 0,3 0,9
1995 16 17,9 19,1 0 0,3 1,1
1996 16,5 17,5 18,8 0,5 -0,1 0,8
1997 16,6 17,7 19,0 0,6 0,1 1,0
1998 16,6 17,6 18,9 0,6 0,0 0,9
1999 15,9 17,5 18,3 -0,1 -0,2 0,3
2000 16 17,8 18,6 0 0,2 0,6
2001 16,5 18,4 19,0 0,5 0,8 1,0
2002 16,9 19,1 20,1 0,9 1,5 2,1
2003 15,9 18,1 18,9 -0,1 0,5 0,9
Media 16,0 17,5 18,0
DP 0,44 0,58 1,28
CV (%) 2,7 3,3 7,1
Temperatura (C) Temperatura (C) Temperatura (C)
Prudente (1976-2003)
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
c)
b)
a)
Maringá
1991 1991 1991
Londrina
Presidente Prudente
1994 1994 1994
1995 1995 1995
1996 1996 1996
1997 1997 1997
1998 1998
em relação à sua média histórica (1976 - 2003)
1998
1999 1999 1999
Variação anual das temperaturas médias das máximas
Gráfico 5 – Variação da temperatura média anual das máximas nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente
Temperatura (C) Temperatura (C) Temperatura (C)
-2
-1
0
1
2
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
1976
1976 1976
1977
Prudente (1976-2003).
1977 1977
1978
1978 1978
1979
1979 1979
1980
1980
1980
1981 1981 1981
1982 1982 1982
1983 1983 1983
1984 1984 1984
1985 1985 1985
1986 1986 1986
1987 1987 1987
1988 1988 1988
1989 1989 1989
a)
c)
b)
1990 1990 1990
Londrina
1991
Maringá
1991 1991
1992 1992 1992
1993 1993 1993
Presidente Prudente
1994 1994 1994
1995 1995 1995
1996 1996 1996
Relação à sua média histórica (1976 - 2003)
2000 2000
2001 2001 2001
2002 2002 2002
2003 2003 2003
Gráfico 6 – Variação da temperatura média anual das mínimas nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente
79
80
Tabela 8 - Temperaturas máximas absolutas anuais e sua variação em relação à média histórica
T. Máx Abs. T. Máx. Abs. T. Máx. Abs. Variação
Anos Mgá Lna PP Mgá Variação Lna Variação PP
1976 34,7 33,8 35,1 -1 -1,7 -1,6
1977 35,7 34,7 36,9 0 -0,8 0,2
1978 37,8 35,8 36 2,1 0,3 -0,7
1979 34,9 34,4 37,7 -0,8 -1,1 1,0
1980 36 36,2 35,4 0,3 0,7 -1,3
1981 36,4 36,7 37,9 0,7 1,2 1,2
1982 33,5 33,0 34,3 -2,2 -2,5 -2,4
1983 33,6 33,7 33,9 -2,1 -1,8 -2,8
1984 35,4 35,8 37 -0,3 0,3 0,3
1985 40 39,2 39,3 4,3 3,7 2,6
1986 35,3 35,2 37,4 -0,4 -0,3 0,7
1987 35,4 35,8 37,2 -0,3 0,3 0,5
1988 36,4 37,5 38,5 0,7 2,0 1,8
1989 33 33,4 34,6 -2,7 -2,1 -2,1
1990 36 36,8 36,3 0,3 1,3 -0,4
1991 34,5 34,7 35,6 -1,2 -0,8 -1,1
1992 35,5 33,6 35,3 -0,2 -1,9 -1,4
1993 36 36,4 37 0,3 0,9 0,3
1994 36,6 36,6 38,4 0,9 1,1 1,7
1995 36 35,6 37,7 0,3 0,1 1,0
1996 36 34,3 34,8 0,3 -1,2 -1,9
1997 36,2 36,0 37,5 0,5 0,5 0,8
1998 35,3 35,0 35,6 -0,4 -0,5 -1,1
1999 35,3 35,4 38,3 -0,4 -0,1 1,6
2000 35,4 36,0 37,5 -0,3 0,5 0,8
2001 35,8 36,0 36,6 0,1 0,5 -0,1
2002 35,8 36,8 37,5 0,1 1,3 0,8
2003 36,2 36,0 38,4 0,5 0,5 1,7
Media 35,7 35,5 36,7
DP 1,31 1,37 1,43
CV (%) 3,66 3,85 3,89
81
Tabela 9 - Temperaturas mínimas absolutas anuais e sua variação em relação à média histórica
T. Min. Abs. T. Min. Abs. T. Min. Abs. Variação
Anos Mgá Lna PP Mgá Variação Lna Variação PP
1976 2,9 2,6 5,6 -0,08 0,3 1,08
1977 1,7 1,9 2,9 -1,28 -0,4 -1,62
1978 0,9 0,9 0,1 -2,08 -1,4 -4,42
1979 1,1 0,0 1,7 -1,88 -2,3 -2,82
1980 2,8 2,4 4 -0,18 0,1 -0,52
1981 -1 -0,2 -0,1 -3,98 -2,5 -4,62
1982 6,2 5,6 8,2 3,22 3,3 3,68
1983 5,3 4,7 6,7 2,32 2,4 2,18
1984 -0,2 0,6 2,6 -3,18 -1,7 -1,92
1985 2,4 2,8 2,6 -0,58 0,5 -1,92
1986 5,4 4,6 5,5 2,42 2,3 0,98
1987 4,5 2,9 5 1,52 0,6 0,48
1988 1,4 1,3 1,8 -1,58 -1,0 -2,72
1989 1,8 1,4 6,5 -1,18 -0,9 1,98
1990 1,8 1,2 4,6 -1,18 -1,1 0,08
1991 1,8 3,0 5,3 -1,18 0,7 0,78
1992 2,4 1,8 3,9 -0,58 -0,5 -0,62
1993 0,9 0,8 3,3 -2,08 -1,5 -1,22
1994 -0,2 -1,0 1,8 -3,18 -3,3 -2,72
1995 8,7 6,1 10,8 5,72 3,8 6,28
1996 5,4 2,8 5,8 2,42 0,5 1,28
1997 4,2 2,9 5,4 1,22 0,6 0,88
1998 6,6 6,4 9,7 3,62 4,1 5,18
1999 1,9 2,0 4,4 -1,08 -0,3 -0,12
2000 0,5 -1,3 2,2 -2,48 -3,6 -2,32
2001 3,4 1,7 3,6 0,42 -0,6 -0,92
2002 5,5 1,9 5,5 2,52 -0,4 0,98
2003 5,4 5,2 7,2 2,42 2,9 2,68
Media 3,0 2,3 4,5
DP 2,39 2,02 2,61
CV (%) 79,6 87,80 58
Temperatura (C) Temperatura (C)
Temperatura (C)
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
-3,0
-1,0
1,0
3,0
5,0
Prudente (1976-2003)
1976 1976
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
1989
b)
c)
1990 1990
(1976 - 2003)
1990
Maringá
1991 1991
Londrina
1991
1992 1992 1992
1993 1993 1993
Presidente Prudente
1994 1994 1994
em Relação à sua Média Histórica
Gráfico 7 – Variação da temperatura máxima absoluta anual nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente
82
Temperatura (C) Temperatura (C)
-5
-3
-1
1
3
5
7
-5,0
-3,0
-1,0
1,0
3,0
5,0
7,0
1976 Temperatura (C)
1977 1976
-5
-3
-1
1
3
5
7
Prudente (1976-2003)
1978 1977
1978 1976
1979 1977
1980 1979 1978
1981 1980 1979
1982 1981 1980
1983 1982 1981
1984 1983 1982
1985 1984 1983
1985 1984
1986 1985
1986
1987 1987 1986
1988 1988 1987
a)
c)
b)
1990 1989
Maringá
1990
1991 1990
1991
Londrina
1992 1991
1992 1992
1993 1993 1993
Presidente Prudente
1994 1994 1994
1995 1995 1995
1996 1996 1996
1997 1997 1997
Relação à sua Média Histórica (1976 - 2003)
2001 2001
2001 2002
2002 2002 2003
2003 2003
Gráfico 8 –Variação da temperatura mínima absoluta anual nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente
83
84
Tabela 10 – Variação anual das precipitações em relação à sua média histórica (1976-2003)
Prec. Anual Prec. Anual Prec. Anual Variação
Anos Mga Lna PP Mga Variação Lna Variação PP
1976 1438 1854,2 1424,7 -186,3 242,9 59,7
1977 1369,7 1626,6 1276,5 -254,6 15,3 -88,5
1978 1042 1388,0 1012,6 -582,3 -223,3 -352,4
1979 1661,1 1263,0 1089,2 36,8 -348,3 -275,8
1980 1908,3 2122,6 1369,9 284 511,3 4,9
1981 1643,8 1514,0 1114,3 19,5 -97,3 -250,7
1982 1727,7 1827,9 1521 103,4 216,6 156
1983 2266,9 2130,2 1350,7 642,6 518,9 -14,3
1984 1372 1245,9 1216,5 -252,3 -365,4 -148,5
1985 1387,2 1153,4 841,9 -237,1 -457,9 -523,1
1986 1565,8 1397,5 1169,5 -58,5 -213,8 -195,5
1987 1715 1823,6 1415,8 90,7 212,3 50,8
1988 1280,6 1371,6 1196,4 -343,7 -239,7 -168,6
1989 1576,1 1795,1 1802,4 -48,2 183,8 437,4
1990 1796,5 1493,9 1302,8 172,2 -117,4 -62,2
1991 1462,9 1442,1 938,1 -161,4 -169,2 -426,9
1992 1638,9 1876,6 1493,5 14,6 265,3 128,5
1993 1667,3 1758,7 1196,4 43 147,4 -168,6
1994 1445,9 1411,5 1334,9 -178,4 -199,8 -30,1
1995 1688,3 1722,0 1185,8 64 110,7 -179,2
1996 1659,9 1658,3 1522,7 35,6 47,0 157,7
1997 2150,2 1983,5 1462 525,9 372,2 97
1998 1976,3 2004,9 1649 352 393,6 284
1999 1384,3 1291,1 1227,5 -240 -320,2 -137,5
2000 1748,3 1512,0 1317,8 124 -99,3 -47,2
2001 1648,4 1715,4 1239,5 24,1 104,1 -125,5
2002 1750,9 1469,5 1156,6 126,6 -141,8 -208,4
2003 1508 1264,4 1305,3 -116,3 -346,9 -59,7
Media 1624,3 1611,3 1365,0
DP 257,8 278,1 84,4
CV (%) 16,0 17,0 10,0
86
Precipitação (mm)
2000 400
Variação (mm)
1800
1600 200
1400
1200 0
1000
800 -200
600
400 -400
200
0 -600
Maringá (1976 - 2003)
a)
2400,0 600,0
2200,0
2000,0 400,0
Precipitação (mm)
1800,0
Variação (mm)
1600,0 200,0
1400,0
1200,0 0,0
1000,0
800,0 -200,0
600,0
400,0 -400,0
200,0
0,0 -600,0
Londrina (1976 - 2003)
b)
2400 600
2200
Precipitação (mm)
2000 400
Variação (mm)
1800
1600 200
1400
1200 0
1000
800 -200
600
400 -400
200
0 -600
Presidente Prudente (1976 - 2003)
c)
Gráfico 9 – Variação dos níveis de precipitação anual com relação à média histórica de 1976-2003.
89
1000 70,0
60,0
Precipitação
750
DJF (mm)
50,0
% DJF
40,0
500
30,0
250 20,0
10,0
0 0,0
1976 - 2003
a)
200 70,0
Precipitação JJA (mm)
60,0
150 50,0
% JJA
40,0
100
30,0
50 20,0
10,0
0 0,0
1976 - 2003
b)
1250 80,0
% outono e primavera
outono e primavera
70,0
Precpitação (mm)
1000
60,0
750 50,0
40,0
500 30,0
20,0
250
10,0
0 0,0
1976 - 2003
c)
Gráfico 10 – Variação sazonal da precipitação anual com relação à média histórica de Presidente Prudente
(1976-2003). a) dezembro a janeiro; b) junho a agosto; c) outono e primavera.
90
1000 60,0
50,0
Precipitação
750
DJF (mm)
40,0
% DJF
500 30,0
20,0
250
10,0
0 0,0
1976 - 2003
a)
500 60,0
Precipitação JJA (mm)
400 50,0
40,0
300
% JJA
30,0
200
20,0
100 10,0
0 0,0
1976 - 2003
b)
1500 80,0
% outono e primavera
70,0
outono e primavera
Precipitação (mm)
1250
60,0
1000 50,0
750 40,0
30,0
500
20,0
250
10,0
0 0,0
1976 - 2003
c)
Gráfico 11 – Variação sazonal da precipitação anual com relação à média histórica de Maringá (1976-2003)
a) dezembro a janeiro; b) junho a agosto; c) outono e primavera..
91
1250 60,0
50,0
Precipitação
1000
DJF (mm)
40,0
% DJF
750
30,0
500
20,0
250 10,0
0 0,0
1976 - 2003
a)
600 60,0
Precipitação JJA (mm)
500 50,0
400 40,0
% JJA
300 30,0
200 20,0
100 10,0
0 0,0
1976 - 2003
b)
1500 80,0
% outono e primavera
outono e primavera
70,0
Precipitação (mm)
1250
60,0
1000 50,0
750 40,0
500 30,0
20,0
250 10,0
0 0,0
1976 - 2003
c)
Gráfico 12 – Variação sazonal da precipitação anual com relação à média histórica de Londrina (1976-2003)
a) dezembro a janeiro; b) junho a agosto; c) outono e primavera.
92
-8
-4
0
4
8
-8,0
-4,0
0,0
4,0
8,0
1976
1976
-8,0
-4,0
0,0
4,0
8,0
1977
1989
c)
1989
b)
1990
Maringá
1990 1990
1991
Londrina
1991 1991
Histórica (1976 - 2003)
Presidente Prudente
1993 1993
1994 1994 1994
1995 1995 1995
1996 1996 1996
1997 1997
1997
1998 1998
1998 1999
Variação Anual da Umidade Relativa em Relação à Média
Gráfico 13 – Variação da umidade relativa média histórica nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente
95
14,0
10,0
6,0
(%)
2,0
-2,0
-6,0
-10,0
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Maringá
a)
14,0
10,0
6,0
(%)
2,0
-2,0
-6,0
-10,0
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Londrina
b)
14,0
10,0
6,0
(%)
2,0
-2,0
-6,0
-10,0
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
Presidente Prudente
c)
Gráfico 14 - Variação da umidade relativa do trimestre seco (JJA) nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente
Prudente (1976-2003)
(%) (%)
(%)
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
1976 1976
c)
b)
(1976 - 2003)
Londrina
1991 1991
1992 1992 1992
1993 1993 1993
Presidente Prudente
Relação à sua Média Histórica
2001
2001 2001 2002
2002 2002 2003
2003 2003
Gráfico 15 – Variação da umidade relativa do trimestre chuvoso (DJF) – Maringá, Londrina e Presidente
96
97
1997
O ano de 1997, segundo seu aspecto climático, foi caracterizado como um ano de
atuação do fenômeno El Niño, sendo considerado pelo Centro de Informações de Recursos
Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (CIRAM/EPAGRI) como de
intensidade forte http://ciram.epagri.rct-sc.br:8080/cms/meteoro/el_nino.jsp. O fenômeno que
se desenvolveu no decorrer do ano, já em junho apresentava-se significativo, com as
temperaturas da superfície do mar no Pacífico até 4ºC acima da média (CLIMANÁLISE, jun.
1997).
Devido, portanto, à atuação desse fenômeno atmosférico, o ano possuiu uma padrão
chuvoso, apresentando as três cidades pesquisadas volumes pluviométricos anuais acima da
média histórica de 1976 – 2003. Em Maringá, por exemplo, o volume de chuvas chegou a
2150 mm, valor somente inferior ao do ano de 1983 que também apresentou El Niño de forte
intensidade. Em Londrina os valores de precipitação chegaram a 1983,5 mm, quase 400 mm
acima da média histórica dos 27 anos analisados. Em Presidente Prudente, as precipitações,
por sua vez, foram menos excessivas, estando próximas à média histórica anual (1462 mm).
Entretanto, a regularidade das chuvas não se mostrou evidente. Enquanto que os meses de
janeiro e fevereiro apresentaram elevados valores de chuva, períodos de estiagem e seca fora
do período habitualmente seco foram significativos, principalmente nos meses de março e
abril em Maringá e Londrina e em dezembro em Londrina e Presidente Prudente (Tabela 61).
Deve ser ressaltado, todavia, que as chuvas fortes de junho, mês caracterizadamente seco,
também é reflexo da ação do El Niño.
Como a ocorrência de chuvas, mesmo mensalmente irregulares foi característica
desse ano, as temperaturas acima da média e a presença de um inverno notoriamente ameno
também reforça o padrão de El Niño. Um bom exemplo disso são as altas médias das
98
temperaturas mínimas anuais, que ficaram + 0,6ºC em Londrina e até + 1ºC em Presidente
Prudente. Todas as outras variáveis referentes à temperatura, tanto as médias como as
absolutas, apresentaram valores anuais acima da média histórica.
350 30
27
250
200 24
150 21
100
18
50
0 15
J F M A M J J A S O N D
Maringá - 1997
500 30
400 27
300 24
200 21
100 18
0 15
J F M A M J J A S O N D
Londrina - 1997
500 30
Temperatura média (C)
Precipitação (mm)
400 27
300 24
200 21
100 18
0 15
J F M A M J J A S O N D
Gráfico 16 – Climogramas das cidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina para o ano de 1997. Org:
BEREZUK, A. G. (2006).
99
1998
350 30
Temperatura média(C)
Precipitação (mm) 300
27
250
200 24
150 21
100
18
50
0 15
J F M A M J J A S O N D
Maringá - 1998
500 30
400 27
300 24
200 21
100 18
0 15
J F M A M J J A S O N D
Londrina - 1998
500 30
Temperatura média (C)
Precipitação (mm)
400 27
300 24
200 21
100 18
0 15
J F M A M J J A S O N D
Gráfico 17 – Climogramas das cidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina para o ano de 1998.
Org: BEREZUK, A. G. (2006).
101
2001
Dos três anos analisados, o ano de 2001 apresentou-se como o ano de características
climáticas em que as médias estiveram mais próximas do habitual se relacionarmos com os
dados correspondentes ao do biênio 1997-1998, constituindo-se como o ano que apresentou,
uma maior regularidade climática. No entanto, as mesmas médias revelaram que esse ano foi
tão quente quanto os outros dois anos, apresentando temperaturas com até 0,5ºC acima da
média histórica em Londrina (16,5ºC de média anual) e de até 1ºC acima da média histórica
em Presidente Prudente (19ºC). Em Maringá, o valor médio anual da temperatura ficou em
18,4ºC (+ 0,8ºC, Tabela 7).
Entretanto, o inverno revelou-se mais intenso e seco do que dos outros dois anos,
apresentando Presidente Prudente um período de seca de 70 dias que se estendeu de julho até
inicio de setembro, desmistificando a maior regularidade climática do ano apresentada pelas
médias.
Mesmo tão quente quanto 1997 e 1998, as precipitações foram menos intensas nas
três cidades pesquisadas. Londrina apresentou 1715,4 mm de chuva. Maringá apresentou
1648,4 mm e Presidente Prudente 1239,5 mm de chuva, portanto,125 mm abaixo do volume
histórico entre 1976 à 2003.
102
350 30
Maringá - 2001
500 30
400 27
300 24
200 21
100 18
0 15
J F M A M J J A S O N D
Londrina - 2001
500 30
Temperatura média (C)
Precipitação (mm)
400 27
300 24
200 21
100 18
0 15
J F M A M J J A S O N D
Gráfico 18 – Climogramas das cidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina para o ano de 2001. Org:
BEREZUK, A. G. (2006).
103
Após a análise dos parâmetros e aspectos dos dados anuais do período de 1976 a
2003, baseados na percepção das médias históricas, foi realizada a análise do ritmo climático
diário dos anos de 1997, 1998 e 2001, fazendo uso da técnica de análise rítmica, cuja técnica
permite a interpretação de fenômenos que não são possíveis de serem analisados de modo
satisfatório com o uso das médias. Busca-se, portanto, analisar a natureza dos eventos
climatológicos, da alteração dos estados do tempo, não se prendendo tão somente à análise
das tendências.
Para a realização da análise rítmica das três Estações Meteorológicas foram
utilizados, como já citado no Capítulo I, dados diários dessas estações, como: temperaturas
máximas e mínimas diárias, além da temperatura média diária, dados de umidade relativa
média diária, dados de velocidade absoluta dos ventos, sua direção predominante e sua
classificação segundo a Escala de Beaufort, dados de precipitação diária, análise de períodos
de estiagem, além da classificação atmosférica vigente no dia. Ressalta-se que, devido aos
dados de velocidade absoluta dos ventos da Estação Climatológica Principal de Maringá não
estarem compatíveis com a análise metodológica da tese, esses não puderam ser aproveitados.
Através da análise dos três anos padrão, cada mês analisado apresenta:
1997
O mês de Janeiro de 1997 foi um ano particularmente chuvoso para as três Estações
Meteorológicas, por se tratar de um ano de El Niño. Dos 31 dias, houve precipitação em 23
dias em Maringá, 21 dias em Londrina e 20 dias em Presidente Prudente, com a passagem de
4 frentes frias significativas nas três localidades, além da ocorrência de instabilidades
tropicais e casos de repercussão de frente polar nos primeiros dois dias do mês em Maringá e
Londrina e até o dia 03 em Presidente Prudente. Devido à quantidade de eventos de
precipitação, choveu 292,7 mm em Maringá, 359,5 mm em Londrina e 305,2 mm em
Presidente Prudente. Geralmente, os meses de janeiro são de difícil análise com relação ao seu
ritmo, pelo seu aspecto instável, com os sistemas atmosféricos interagindo com maior
dinamicidade do que em outros meses. Devido à elevada quantidade de chuvas, as
temperaturas ficaram abaixo de sua média histórica, fazendo mais calor somente até meados
do dia 07 a 08.
Como se configurou como um mês de elevada precipitação, não ocorrendo dias de
grande calor, a intensidade dos ventos também foi moderada, principalmente nos dias de
chegada de Frente Polar. O vento apresentou uma velocidade máxima de 62 km/h em
Presidente Prudente no dia 19 e episódios de ventos com mais de 45 km/h foram constatados
sete vezes em Prudente, todos após o dia 19, e seis vezes em Londrina, mas somente três
depois do dia 20. Contudo, os eventos extremos desse mês se deram mais pela quantidade e
intensidade das chuvas do que propriamente pela ação eólica, o que pode estar está vinculado
à intensidade de variação da pressão atmosférica regional na passagem das FPas podendo
influenciar o grau de intensidade dos ventos e de tempestades. Se as Frentes vêm
sucessivamente para a região, a variação da pressão atmosférica será menor entre as áreas
anti-ciclônicas e ciclônicas, tendendo a diminuir a possibilidade de grandes ventanias. Dessa
forma, caso o Sistema Tropical Atlântico possa atuar com maior freqüência, elevando as
temperaturas, pode existir uma maior probabilidade de ocorrência de tempestades mais
severas e ventanias. No entanto, não se constitui como uma regra.
3
Toda a análise rítmica efetuada das cidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina, com a apresentação
dos gráficos modificados de análise rítmica e de eventos climáticos dos anos de 1997, 1998 e 2001, encontra-se
organizada nos CDs em anexo à tese.
105
Figura 11 – Carta Sinótica do dia 15 de janeiro de 1997 mostrando possível incursão de Sistema Equatorial
Continental no Centro Sul do Brasil, ocasionando ou “potencializando” chuvas para os dias seguintes. Fonte:
Serviço Meteorológico Marinho, Carta Sinótica - dia 15/01/1997.
109
1998
2001
O mês de janeiro de 2001 assemelha-se mais ao de janeiro de 1998, só que com mais
precipitação sobre Londrina com 183,4 mm (17 dias com presença de chuva) e Maringá com
188,8mm (15 dias com ocorrência de chuva). Presidente Prudente, ao contrário, possuiu um
mês de janeiro mais seco, com 97,8mm e 14 dias de chuva havendo temperaturas elevadas,
dias seguidos de sol e atuação marcante do Sistema Tropical Atlântico. No entanto, houve a
passagem significativa de apenas um sistema frontal nas três localidades, ficando o resto da
precipitação sendo originada por instabilidades tropicais, decorrentes do forte calor do
período.
Nesse mês, eventos de forte precipitação, que podem ter ocasionado alguma
adversidade (dependendo da intensidade e duração da chuva) ocorreram em Maringá no dia
09, quando choveu 42,2mm e em Londrina nos dias 11 e 12 com chuvas de 24,6mm e
34,7mm. Em Presidente Prudente não houve casos de precipitação intensa, mas um evento de
ventania pode ter causado estragos na cidade, constituindo-se como potencial adversidade
climática. No dia 06 de janeiro de 2001, a Estação Climatológica da FCT/UNESP registrou a
velocidade absoluta do vento de 110,2 km/h, uma das maiores já registradas. No mesmo dia,
em Londrina, o vento alcançou a velocidade de 76 km/h. Segundo os dados e a análise da
carta sinótica do dia, não foi decorrente de uma passagem de sistema frontal, e sim, de uma
tempestade típica desse período de verão. No entanto, a chuva não foi tão volumosa em
Presidente Prudente (Figura 12).
Houve outros quatro casos de ventanias em Londrina, nos dias 11, 12, 15 e 17, com
ventos de 63, 53, 61 e 55km/h respectivamente, sendo nos dias 11 e 12 por causa de sistema
frontal. Em Presidente Prudente, além do vento ocorrido no dia 06, houve ainda outros cinco
eventos de ventania, nos dias 08 (62 km/h), 10 (68 km/h), 13 (63 km/h), 21 (60 km/h) e 28
(47 km/h).
O mês de janeiro de 2001 revelou-se como um mês, portanto, quente e relativamente
seco quando as regiões encontravam-se sobre influência dos sistemas estáveis e afetadas por
fortes ventanias, mesmo com a não abundante presença de chuvas como em 1997, decorrentes
do impacto de sistemas frontais ou de instabilidades tropicais, fortificadas pela alta
concentração de energia (calor) no meio regional.
112
Figura 12 – Esquema de configuração atmosférica que configurou a tempestade do dia 06 de janeiro de 2001
com ventos de até 110 km/h em Presidente Prudente-SP. Fonte: Serviço Meteorológico Marinho, Carta
Sinótica - dia 06/01/2001.
113
4%
1% 46%
8%
11%
3%
3%
1%
7%
48%
11%
2%
Gráfico 19 – Porcentagem da participação dos sistemas atmosféricos no mês de janeiro nos anos de 1997, 1998 e
2001 nas localidades de Presidente Prudente, Maringá e Londrina.
116
Analisando, por sua vez, somente a participação dos sistemas instáveis, chega-se a
outros resultados interessantes que revelam os aspectos climáticos da região para o mês de
janeiro. Um dos resultados principais é o grande volume de precipitação provinda de eventos
de Instabilidade Tropical (chuvas provindas de perturbações locais ou regionais) sobre o
volume de chuvas diretamente relacionadas à chegada das frentes frias, sobretudo em
Presidente Prudente quando as chuvas provenientes de FPa, sem considerar as chuvas de
frentes já consideradas estacionárias, somam 212,8 mm, segundo a análises dos dados e
gráficos de janeiro, enquanto que as decorrentes de Instabilidade Tropical somam 238,1 mm.
Nas cidades de Londrina e Maringá, as chuvas originadas de FPa são mais abundantes do que
as originadas por perturbações locais e regionais.
Outro aspecto interessante, já que esse fenômeno influencia significativamente nos
resultados de volumes de chuvas é a atuação da ZCAS. Mesmo atuando somente em três dias
de janeiro de 1997 ela contribuiu com 33% do volume das chuvas do mês de janeiro nos três
anos, fazendo chover em Londrina 205,7 mm em seu curto período de atuação. Em Maringá,
o número de chuvas foi menor, fazendo chover 77,8 mm em três dias, mas mesmo assim
fazendo com que esse fenômeno contribuísse com 13% do total de precipitação dos três anos
analisados de janeiro. Em Presidente Prudente, no entanto, sua participação foi mínima, com
apenas 3,4 mm em três dias, o que leva a crer que a região foi afetada somente por uma
“repercussão de ZCAS”, estando a linha de atuação dela localizada mais ao sul, nas cidades
de Maringá e Londrina. A precipitação proveniente de outros sistemas atmosféricos e a
porcentagem de suas participações estão a seguir (Gráfico 20 e Tabela 16). A presença da
ação de frentes estacionárias também é significativa, como é característico de janeiro,
possuindo essas o mesmo aspecto de chuvas intensas na região, porém sem a configuração
atmosférica característica de ZCAS.
117
38,2%
42,8%
3,8%
4,1%
9,0%
33%
29%
7%
15%
Gráfico 20 – Participação dos sistemas atmosféricos no volume de chuvas de janeiro nas localidades de
Presidente Prudente, Londrina e Maringá.
118
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 21 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a janeiro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
119
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 22 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a janeiro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
120
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 23 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a janeiro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
121
1997
Figura 13 – Carta Sinótica do dia 03 de fevereiro de 1997, quando as localidades de Presidente Prudente,
Maringá e Londrina foram atingidas por abundantes chuvas (Fonte: Serviço Meteorológico Marinho, Carta das
09:00h do dia 03/02/1997
124
Figura 14 – Cartas sinóticas dos dias 19 e 20 de fevereiro apresentando atuação de Frente Polar sobre o Brasil
(Fonte: Serviço Meteorológico Marinho, Cartas Sinóticas das 09:00h dos dias 19/02/1997 e 20/02/1997)
As chuvas, de fato, foram constantes e causaram prejuízos nas três cidades. Com
relação às ventanias, houve quatro episódios em Londrina, porém todos com ventos abaixo de
54 km/h. Presidente Prudente foi afetada por três episódios de ventanias, porém com um
pouco mais de intensidade do que Londrina, chegando os ventos a atingir 68 km/h no dia 06.
125
No dia 16, assim como no dia 15 do mês anterior, possivelmente houve um caso de
incursão sobre as cidades de Maringá e Londrina de massas úmidas provenientes da ação do
Sistema Equatorial Continental. Presidente Prudente, por sua vez, estava sobre a ação dos
ventos de NE, sob a ação do Sistema Tropical Atlântico (Figura 15). Esse fato fez com que a
umidade relativa do ar continuasse por volta dos 80% em Maringá e Londrina e se mantivesse
em 70 – 75% em Presidente Prudente. O Sistema Polar Atlântico estava novamente atuando
no setor oceânico, fazendo atrair o Sistema Equatorial Continental. Esse SEc possibilitou a
“potencialização” da área para as chuvas que iriam ocorrer nos dias seguintes (17 a 20).
Figura 15 – Carta Sinótica do dia 16 de fevereiro apresentando uma possível incursão de Sistema Equatorial
Continental sobre o Centro-Sul brasileiro (Fonte: Serviço Meteorológico Marinho, Carta Sinótica das 09:00h
do dia 16/02/1997
126
1998
Figura 17 – Possíveis incursões de Sistema Equatorial Continental na área de estudo nos dias 07, 24 e 26 de fevereiro de 1998, aumentando as taxas de umidade relativa da
área e “potencializando” chuvas nos dias seguintes.
130
2001
O mês de fevereiro de 2001 apresentou-se como chuvoso nas três localidades, com
217 mm de precipitação mensal e 16 dias de chuva em Maringá, 274,7 mm mensal e 18 dias
de chuva em Presidente Prudente e 310,6 mm de precipitação e 18 dias de chuva em
Londrina. A principal característica do mês de fevereiro de 2001 para os outros dois
analisados é de que as frentes frias não invadiram diretamente a área do norte paranaense e
oeste paulista (excetuando a frente fria do dia 15 e 16 que atingiu Londrina e Maringá e
apenas repercutiu em Prudente), ficando a gênese da maior parte da pluviosidade por conta
das instabilidades tropicais. Ou seja, não ocorreu a seqüência tão evidente de dias encobertos
como nos meses em que atuaram a ZCAS ou as frentes estacionárias, mas, as pancadas de
chuva do fim da tarde, decorrentes da alta umidade relativa e temperatura contribuíram com a
média pluviométrica normal de fevereiro. Chuva como a do dia 14 em Londrina (Figura 18),
onde se observou o volume de 68,8 mm ou a do dia 25 de Presidente Prudente aonde se
chegou ao volume de 74,4 mm dia podem ter causado estragos nas duas cidades. Também em
Prudente ocorreram, por duas vezes, níveis pluviométricos atingindo a marca de 60 mm em
dois dias consecutivos, o que também, possivelmente, acarretou em prejuízos urbanos (dias
13 e 14 com 67,6 mm; dias 17 e 18 com 60,1 mm). Em Maringá, a única precipitação intensa
foi a de 45,1 mm do dia 06.
Analisada a freqüência de eventos de ventanias em Londrina e Presidente Prudente,
são totalizados quatro eventos de ventanias em Londrina e nove eventos de ventanias em
Presidente Prudente. Apesar de ter menos ocorrências, a cidade de Londrina foi a que
apresentou os episódios mais fortes, com os ventos chegando a 56 km/h no dia 18, 68 km/h no
dia 07, 76 km/h no dia 06 e 81 km/h no dia 23. Em Prudente, os ventos atingiram sua
velocidade máxima no dia 08 com 67 km/h, ocorrendo novamente episódios de ventos nos
dias 13, 14, 17, 18, 19, 22, 23 e 25. O mês em questão se destaca, portanto, por ser um mês de
tempestades acompanhadas por rajadas de vento, devido às altas temperaturas e umidade
elevada que se constituíram em potencializadoras dessas, o que é característico no mês em
questão.
Como nos meses de fevereiro de 1997 e 1998, possíveis incursões de SEc ocorreram
na área de estudo nos dias 12 e 13 em Prudente, dia 13 em Londrina e dias 13 e 14 em
Maringá. Outro fato interessante é a predominância dos ventos de oeste e noroeste nos dias
anteriores, 10 e 11 em Prudente e 12 em Maringá, só que a princípio com umidades mais
132
modestas que gradativamente passaram a possuir umidades mais elevadas, mostrando também
uma possível incursão gradativa de SEc por essa região.
Nos primeiros três dias do mês, principalmente em Presidente Prudente, os dados e
cartas sinóticas revelam uma possível influência de ação do Sistema Tropical Continental,
cujos dias se caracterizam como uns dos mais quentes. Isso se deve ao rápido aquecimento da
região do Chaco que favorece as altas temperaturas e leve diminuição barométrica, muitas
vezes devido ao trajeto mais oceânico dos sistemas frontais, aumentando, por sua vez, o nível
de insolação das áreas mais interioranas. Dias com influência de vento oeste e muito calor
também são característicos de pré-frontal, onde a força do Sistema Tropical Continental
também pode se fazer sentir nas três localidades, com maior ênfase em Presidente Prudente e
Maringá.
Figura 18 – Carta sinótica do dia 14 de fevereiro de 2001, quando em Londrina a precipitação atingiu a marca de
68 mm de chuva em 24 horas.
133
O mês de fevereiro, assim como o mês de janeiro, quase sempre apresenta altos
totais de pluviosidade, devido à alta umidade e temperaturas elevadas. Nos três anos
analisados, as precipitações em Londrina ficaram acima de 300 mm, em Maringá acima dos
200 mm ficando os menores valores para Presidente Prudente. É importante ressaltar também
que, nos três anos analisados, choveu muito mais em Londrina e Maringá do que em
Prudente, com maior atuação das frentes frias e das ZCAS nas duas primeiras cidades.
Percebe-se que existe uma menor influência dos sistemas frontais diretamente na
área de estudo no mês de fevereiro, sendo as chuvas originadas mais pelas instabilidades
tropicais, instabilidades potencializadas pela ação indireta de frentes frias mais ao sul e pelas
periódicas incursões de massas úmidas dos Sistemas Equatoriais Continentais. Convém
ressaltar que a ação dos Sistemas Equatoriais Continentais na região é de grande importância,
pois sua umidade permite uma melhor ação das frentes frias, do desenvolvimento e ação das
pancadas de chuvas e da formação de ZCAS. Os três anos de análise, apresentaram fortes
indícios de incursão das SEc que procuraram ser reveladas no decorrer desse capítulo. Esses
sistemas úmidos provindos do Brasil Central, sem dúvida, devem ser mais bem estudados,
pois qualquer alteração em sua intensidade dado, por exemplo, a alguma ação antrópica
(desmatamentos e queimadas no Brasil Central e Amazônia), certamente afetarão a região do
oeste paulista e norte paranaense, em especial em sua agricultura.
A ZCAS colaborou com 14% do volume das chuvas de fevereiro em Londrina e 4%
do volume das chuvas desse mês em Maringá. Sua importância para a reposição hídrica das
paisagens da região é de fundamental importância. Qualquer variação futura em sua
intensidade, devido a variações climáticas com base em ações antrópicas pode acarretar em
prejuízos sérios à população local.
Foi constatada a ocorrência de quatro episódios de chuvas extremas em cada uma
das três localidades nesses três anos de análise, o que significa a previsão de no mínimo uma
chuva que possa causar adversidades nas três cidades nesse mês, sendo essa hipótese também
aplicável para janeiro. Com relação, por sua vez, às ventanias analisadas em Londrina e
Presidente Prudente, essas foram constantes no decorrer dos três anos analisados, sendo
contados 21 eventos de ventos com rajadas acima de 46 km/h em Presidente Prudente (grau 7
na Escala de Beaufort) e 16 eventos de ventanias em Londrina, com velocidades que chegam
até 81km/h segundo dados desses três anos.
135
Assim como em janeiro, portanto, o mês em questão tem como principal fonte para a
ocorrência das adversidades climáticas regionais as precipitações extremas e os eventos de
ventanias, que podem vir a se tornar ainda mais intensos com as tendências futuras de
aquecimento climático e que podem gradativamente desestabilizar o ritmo climático atual,
ocasionando ainda mais prejuízos no futuro.
136
23%
47%
4%
4%
6%
7%
4%
23%
44%
4%
5%
5%
9% 2%
SPA
2%
5% 2% STA
STAC
FP
24%
RE
42% SEC
F.EST.
4% IT
4% ZCAS
7% STC
9% 1%
Gráfico 24 – Participação dos sistemas atmosféricos no mês de fevereiro durante os anos de 97/98/2001
137
3,1%
6,3%
56,1%
13,7%
4% 0,8%
32,5%
48,3%
0,5%
3,1%
10,3%
41,6%
IT
12,6% ZCAS
D
Gráfico 25 – Influência dos sistemas atmosféricos no volume de precipitação do mês de fevereiro durante os
anos de 97/98/2001
138
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Gráfico 26 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a fevereiro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
139
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 27 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a fevereiro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
140
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Gráfico 28 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a fevereiro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
141
1997
O mês de março, ao contrário dos primeiros meses de 1997, foi de tendência para o
seco, assinalando o fim da estação chuvosa de 1996 – 1997. Se por um lado, predominaram os
sistemas atmosféricos instáveis, com a ocorrência de ZCAS, instabilidades tropicais, umidade
relativa elevada e incursões periódicas do Sistema Equatorial Continental além das frentes
frias nos meses anteriores, nesse mês predominaram os sistemas estáveis, com revezamento
do Sistema Tropical Atlântico e do Sistema Polar Atlântico. As frentes frias não conseguiram
chegar com intensidade ao norte do Paraná e oeste paulista, ocorrendo mais as denominadas
repercussões de frente. Se na cidade de Londrina, por exemplo, os meses de janeiro e
fevereiro foram de excesso hídrico havendo escoamento superficial e aumento dos níveis de
rios e lagos artificiais, o mês de março configurou-se como mês de pouca ocorrência de
chuvas. O período sem chuvas intensas se prolongou desde o dia 20 de fevereiro até o dia 01
de abril, totalizando quase 40 dias sem chuvas.
Em Maringá, a precipitação foi de 98,2 mm, um volume de precipitação
significativamente maior do que os 10,8 mm em Londrina. A origem das chuvas se deveu
mais pela ação de pancadas de chuva regionais ocorridas nos dias 16 (22,7 mm), 21 (12,9
mm) e 26 de março (48,5 mm), essa última considerada como único dia de chuva significativo
entre as três cidades nesse mês. A discrepância entre as duas localidades, separadas apenas
por 100 km, mostra novamente a natureza heterogênea e complexa do clima regional e dos
fenômenos climáticos pontuais.
Em Presidente Prudente, apesar de ter chovido 73,2 mm, 36 mm caíram somente no
último dia de março. Mesmo assim, não se pode dizer que houve em Prudente um período de
seca tão evidente quanto o de Londrina, porque pequenas precipitações ao longo dos dias
contribuíram com uma manutenção relativa da umidade do solo da região, diminuindo a
influência do período seco. Sendo assim, diz-se que foi um período de estiagem em Prudente
e não propriamente a ocorrência de um curto período de seca como em Londrina.
Com relação às ventanias, como não existiu a ação direta de sistemas instáveis como
o avanço de frentes frias, não houve ventanias características da aproximação desses, relatado
somente um dia de ventos mais intensos no dia 02 em Prudente e no dia 03 em Londrina
devido à ação de uma massa polar (Sistema Polar Atlântico) com ventos de até 48 km/h.
143
1998
Os primeiros dois dias de março de 1998 apresentaram chuvas intensas, sendo que
em Maringá choveu em dois dias 80,5 mm e em Presidente Prudente 68,7 mm. Em Londrina
as precipitações foram mais modestas. Segundo a edição do CLIMANÁLISE (mar. 1998) isso
se deveu a uma interação da frente fria, que já atuava no fim do mês anterior e que se
encontrava no litoral norte de São Paulo, com um vórtice ciclônico que intensificou o seu
sistema no oceano (Figura 19).
Figura 19 – Imagem trabalhada do dia 02/03/1998 mostrando a área de baixa pressão na região da área de estudo
originada pela interação de uma frente fria com um vórtice ciclônico (CLIMANÁLISE, MAR - 1998) que por
sua vez intensificou a instabilidade regional, provocando fortes chuvas em Maringá e Presidente Prudente.
Fonte: INPE / GOES – 8.
145
O mês de março de 1998 foi marcado, portanto, por dias de chuvas intensas
chegando ao limite extremo no dia 30 de março em Presidente Prudente, quando choveu em
um dia 100,8 mm. (Figura 20). Em Maringá, os primeiros dois dias do mês foram os mais
chuvosos e em Londrina o dia 14 foi o dia de maior precipitação com 48 mm de chuva. Desse
modo, ao contrário do ano de 1997, quando o mês de março foi marcado pela escassez de
chuvas depois de um janeiro e fevereiro chuvosos, o mês de março de 1998 foi marcado pelo
significativo volume pluvial depois de um mês de janeiro de precipitações regulares a baixas e
um fevereiro com precipitações normais, o que é o normal para esse mês.
O mês de março apresentou, também, apesar da grande presença de chuvas, períodos
significativos de insolação, não se apresentando como um mês de predomínio de dias
encobertos, sem possibilidade de aumentos significativos de temperatura. Pelo contrário, se a
região possui condições de um rápido restabelecimento das altas temperaturas, encontrará
também condições de promover precipitações significativas muitas vezes acompanhadas de
rajadas de vento, desde que, a área também apresente uma significativa porcentagem da
umidade relativa.
Além da distinção entre períodos estáveis (predomínios de STa e SPa) e períodos
instáveis de atuação de frentes frias, ocorreu, como nos meses de janeiro e fevereiro,
incursões do Sistema Equatorial Atlântico sobre a região, mesmo entrando no período de
outono, onde suas incursões já não são tão freqüentes. Essas incursões podem promover uma
potencialização da área com relação às chuvas nos dias seguintes, tal qual nos meses de
janeiro e fevereiro. Casos de SEc podem ter acontecido nos dias 21 em Londrina, 21 e 23 em
Maringá e 24 em Presidente Prudente (Figura 21).
Com relação aos ventos, apesar da constância e intensidade das chuvas, as rajadas
chegaram ao máximo a 51 km/h no dia 29 em Presidente Prudente e a 49 km/h no dia 01 em
Londrina, o que não impediu de ter provocado possíveis estragos locais.
146
Figura 20 – Imagem do dia, no qual mostra o estado dos sistemas atmosféricos na América do Sul no dia em que Presidente
Prudente recebeu 100,8 mm de chuva. Nota-se um ciclone extra tropical mais ao sul que influencia na direção das nuvens
mais ao norte, causa das fortes precipitações em Presidente Prudente e em todo o Estado de São Paulo.
Fonte: INPE / GOES – 8.
147
Figura 21 – Três possíveis incursões de Sistema Equatorial Continental no Centro-Sul Brasileiro, devido à ação de área de alta pressão (Sistema Polar Atlântico) próximo do
litoral do Rio Grande do Sul. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Cartas Sinóticas dos dias 21, 23 e 24 de março de 1998.
148
2001
Ao contrário dos meses de março de 1997, que apresentou um padrão climático mais
seco, e março de 1998 possuindo fortes precipitações, o mês correspondente ao ano de 2001
apresentou os de valores mais habituais dos três, com precipitações na faixa de 150 mm para
as três localidades, não ocorrendo eventos de precipitações muito intensas, com os volumes
máximos chegando a 43,8 mm de chuva no dia 07 em Presidente Prudente.
O evento mais extremo do mês foi a ventania do dia 04 em Londrina devido a uma
instabilidade tropical, que apresentou ventos de até 73 km/h. Outros eventos de ventania se
deram em Presidente Prudente e mais um em Londrina, mas os ventos não ultrapassaram 54
km/h, geralmente decorrentes de chegadas de frentes frias ou ventos provenientes de ação de
sistemas tropicais intensos.
150
1%
5% 12% 21%
1%
4%
8%
2%
46%
3%
5% 8%
25%
2%
4%
10%
2%
41%
Gráfico 29- Participação dos sistemas atmosféricos no mês de março durante os anos de 97/98/2001
153
5%
27%
49%
4%
1%
14%
34%
22%
6% 1%
Gráfico 30 - Influência dos sistemas atmosféricos no volume de precipitação do mês de março durante os anos
de 97/98/2001
154
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 31 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a março de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
155
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 32 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a março de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
156
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 33 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a março de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
157
1997
O mês de abril, assim como o mês de março, apresentou-se com característica seca,
tendo a região de Londrina sida a mais atingida das três cidades por esse período de estiagem.
Presidente Prudente e Maringá, por terem apresentado um pouco mais de chuvas no mês
anterior não foram tão afetadas, caracterizando-se apenas como período de estiagem, mesmo
que as lavouras dessas regiões apresentassem um retardamento em seu desenvolvimento e
produção. O ano de 1997, influenciado climaticamente pelo El Niño, apresenta-se, portanto,
como um ano de extremos, em que o período chuvoso possui nível de precipitação acima da
média seguido de um outono seco.
Choveu em Maringá 44,6 mm, pouco para o mês de abril, cujo mês só não foi mais
seco porque dois dias de chuva, nos dias 18 e 20, contribuíram para amenizar a estiagem.
Caso contrário, Maringá sofreria um período de estiagem tão seco quanto Londrina.
Presidente Prudente, por sua vez, apresentou precipitação mensal de 56 mm em cinco dias de
chuva. Assim como em Maringá, houve dias de precipitação que amenizaram a estiagem,
como nos 01 e 02 e no dia 18. Em Londrina, das três a mais afetada pelo período seco, choveu
46,7 mm, mas a cidade provinha de um mês de março com escassos 10,8 mm. A intensidade
do período seco só não foi maior porque choveu 28 mm no dia 01 de abril, amenizando a falta
de chuva do mês anterior, fazendo com que o quadro de seca novamente retornasse mais para
o fim do mês.
Mesmo com a falta de chuva e baixa umidade, eventos de ventania ainda ocorreram,
tais como do dia 19 em Presidente Prudente, com a passagem de um sistema frontal, com
ventos de até 76 km/h, apesar de ter chovido pouco. Em Londrina houve dois eventos de
ventania, mas não ultrapassaram a velocidade máxima de 47 km/h.
159
1998
O mês de abril de 1998, assim como o de março, foi marcado pela presença das
precipitações intensas devido à incursão das frentes frias intercaladas com períodos de tempo
estável. Ao contrário do ano de 1997, quando se configurava um período seco, o ano de 1998
apresentou um abril bem chuvoso. Em Maringá, as chuvas atingiram o volume mensal de
345,8 mm em 15 dias e em Londrina 260,4mm em 16 dias. Em Presidente Prudente foram
registrados 155,4 mm com 13 dias de chuva, que provinha de um mês de março muito
chuvoso, onde se apresentou 340 mm.
Presidente Prudente não apresentou dias de chuva com volume diário maior do que
30 mm, tendo, portanto, chuvas menos intensas. No entanto, Maringá, no dia 16 apresentou
73,6 mm de precipitação e Londrina, nos dias 16 e 17, recebeu 83,3 mm de chuva. Nos dias
07 e 09, Maringá registrou 45,5 mm e 45,4 mm e Londrina, por sua vez, 33,7 mm e 33,4 mm.
Esse quadro mostra a força de ação das frentes polares, mais intensas a partir do mês de abril
(Figura 22). A presença das chuvas originadas por instabilidade tropical, típicas dos meses
mais quentes e úmidos diminui, mas não desaparece ainda por completo, sendo ainda
verificadas pancadas de chuvas que não possuem relação direta com frentes frias e sistemas
polares.
A chegada de frentes frias na área das três cidades, além da pluviosidade, sempre
vem acompanhada de rajadas de ventos. O dia 27 foi particularmente adverso para Presidente
Prudente, onde foram registradas rajadas que chegaram até 97 km/h. Londrina não apresentou
ventanias dessa magnitude (Figura 23).
161
Figura 22 – Passagem da frente fria do dia 16 de abril de 1998, que gerou a precipitação de 73,6 mm em Maringá
e chuvas intensas em toda a região. Essa imagem revela a característica de abril de 1998, marcada pela incursão
de significativas frentes revelando, ao contrário de 1997, um outono chuvoso em Maringá, Londrina e Presidente
Prudente. Fonte: INPE / GOES – 8.
Figura 23 – Imagem de nuvens do dia 27 de abril, dia no qual Presidente Prudente sofreu uma tempestade onde
os ventos atingiram 97 km/h, constituindo-se como uma adversidade climática. Isso ocorreu pela influência de
um ciclone extra tropical localizado no Oceano Atlântico (fora da área da imagem) e de um ativo anticiclone
(área de alta pressão mais acima) que promoveu um rápido deslocamento sentido leste das nuvens no Centro-Sul
Brasileiro. Vê-se, mais ao sul, a formação de outra frente fria que chegaria a Presidente Prudente, Maringá e
Londrina no dia seguinte (28/04). Fonte: INPE / GOES – 8.
162
2001
afetada que as outras duas cidades, apresentando não somente um período de estiagem como
já passando para o estágio de seca.
Com relação aos eventos de ventania, esses foram menos numerosos que no mês
anterior ou nos meses mais chuvosos. No entanto, esses podem vir a ocorrer, bastando que as
frentes frias cheguem intensamente ou atuem indiretamente no mecanismo atmosférico,
promovendo a formação de temporais e tempestades. O dia 27 de abril de 1998 é um bom
exemplo de atuação não direta de uma frente fria, mas a da formação de uma tempestade
devido à dinâmica atmosférica do próprio sistema frontal mais ao sul.
167
5%
2%
3%
24%
9%
12%
1%
44%
6% 5%
3% 25%
5%
14%
42%
37% D
Gráfico 34 – Participação dos sistemas atmosféricos na área de estudo nos meses de abril de 97/98/2001.
168
8%
16%
10%
2%
64%
2% 1%
18%
14%
1%
64%
12% 7%
SPA
STA
12% STAC
FP
RE
SEC
F.EST.
IT
D
69% ZCAS
Gráfico 35 – Participação dos sistemas atmosféricos na precipitação regional de abril, notando-se o predomínio
das frentes frias como principal formadora das chuvas.
169
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 36 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a abril de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
170
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 37 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a abril de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
171
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 38 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a abril de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
172
1997
Figura 24 – Apesar da passagem de fortes ciclones extra tropicais na região do extremo sul do Brasil e do
Uruguai, esses não afetaram o Centro-Sul Brasileiro tal como mostra o exemplo do dia 02/05/1997, contribuindo
com o período de estiagem no norte do Paraná e oeste paulista. Esse período se manteve até o dia 22 de maio,
mesmo com algumas chuvas nos dias 14 e 15/05/1997, mas ainda de fraca intensidade nessa região. Fonte:
SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do dia 02 de maio de 1997.
Figura 25 – Carta sinótica que mostra a frente fria que pôs fim ao período de estiagem de março a abril de 1997
nas regiões de Maringá, Londrina e Presidente Prudente (22/05/1997). Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO
MARINHO, Carta Sinótica do dia 22 de maio de 1997.
175
1998
2001
Figura 26 – Imagem de nuvens do dia 17/05/2001, onde ocorreram chuvas intensas na região de estudo. A
imagem revela uma área de baixa pressão localizado no litoral do Rio grande do Sul e Santa Catarina que
influencia no deslocamento sentido leste das nuvens do Centro Sul Brasileiro. Essa configuração instável causou
as chuvas dos 16 e 17. Vê-se na Argentina o avanço de outra Frente Fria. Fonte: INPE / GOES – 8.
180
16% 31%
2%
43%
10% 1%
34%
16%
39%
Gráfico 39 – Porcentagem da atuação dos sistemas atmosféricos de maio, nos anos pesquisados, nas localidades
de Presidente Prudente, Maringá e Londrina.
183
73,2%
93%
Gráfico 40 – Porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos na gênese das chuvas nos meses de maio
pesquisados nas localidades de Presidente Prudente, Londrina e Maringá.
184
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 41 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a maio de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
185
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 42 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a maio de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
186
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 43 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a maio de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
187
1997
Figura 27 – Atuação da frente polar que formou chuvas intensas nas cidades de Maringá, Londrina e Presidente Prudente nos dias 04 a 06 de junho de 1997.
Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Cartas Sinóticas dos dias 04, 05 e 06 de junho de 1997.
190
Figura 28 – Passagem de movimentos ciclônicos responsável pelas fortes chuvas do dia 14 nas cidades de
Maringá, Londrina e Presidente Prudente. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Cartas Sinótica
do dia 14 de junho de 1997.
191
1998
2001
O mês de junho de 2001 se caracterizou por possuir dois períodos distintos: um seca
e quente até o dia 16 e outro mais úmido e frio depois do dia 16 devido à chegada de uma
forte frente fria seguida de uma forte massa polar. Mesmo que não tenha havido a ocorrência
de hazards nesse mês, esses dias revelam didaticamente os dois tipos de inverno que o norte
paranaense e o oeste paulista podem possuir.
Desse modo, enquanto as máximas chegavam na primeira quinzena até 28ºC em
Londrina e Maringá e próximo de 30ºC em Presidente Prudente, na segunda quinzena, após a
passagem da frente polar, as temperaturas mínimas ficaram alguns dias seguidos a menos de
10ºC, chegando a fazer 1,7ºC em Londrina e 3,6ºC em Presidente Prudente e Maringá no dia
21. A área de estudo, nos meses de inverno, portanto, pode apresentar amplitudes em suas
temperaturas, realmente significativas, o que, caso episodicamente não chegue a ser uma
adversidade climática propriamente dita, pode aumentar os casos de viroses e crises de asma,
bronquite e meningite nessa época do ano, principalmente em crianças e idosos.
196
Mesmo que os anos de 1997 e 1998 sejam considerados chuvosos, eles apresentam
aspectos climáticos distintos e o mês de junho não escapa a essa constatação. O mês de junho
de 1997 revelou-se um mês atípico, com precipitações intensas e médias de UR acima do
padrão habitual. O mês de junho de 1998, por sua vez, revelou-se seco, quase sem
precipitações. O mês de junho de 2001 mostrou-se como o mais habitual, com pouco volume
de precipitação, característico do período do trimestre seco, mas com ocorrência de chuvas.
Em 1997, depois de um período de seca na região, nos meses de março a maio, o
mês de junho recompôs o que não choveu nos três meses passados, e o resultado foram
episódios de chuvas fortes e contínuas sobre a região. As temperaturas nos dias de chuva
ficaram baixas, tal qual toda chuva acarreta nos meses de junho. No entanto, as mínimas não
se apresentaram tão baixas, características de um inverno com tendências mais quentes. As
chuvas atípicas de junho juntamente com a ocorrência de temperaturas mais amenas estão
relacionadas com o forte El Niño ocorrente desse ano. Entretanto, anomalias de precipitação
como desse mês não serão vistas mais adiante, tal qual nos meses de julho e agosto que serão
secos. Essas chuvas de junho de 1997 (particularmente dias 05 e 14) provavelmente causaram
prejuízos nas três cidades estudadas e na região como um todo, principalmente nas áreas
urbanas geograficamente mais vulneráveis como em baixadas e áreas dotadas de maior
declividade topográfica. No campo, que já vinha de um período de seca dos meses anteriores,
receber todo esse volume de água mensal pode ter acarretado mais prejuízos. Esse ano,
portanto, revela-se como um ano de valores extremos e anomalias que não são boas para o
rendimento agrícola e mesmo para o cotidiano social.
Os meses de junho de 1998 e de 2001 não apresentaram indícios de tantas
adversidades climáticas como o ano de 1997, apresentando o ano de 1998 período de estiagem
na parte final do mês, principalmente em Londrina e Presidente Prudente, o que chega a ser
esperado nessa época do ano. Entretanto, períodos de estiagem podem se converter em
períodos de seca, caso a falta de precipitação de junho se prolongue por julho e agosto, o que
pode se converter em uma potencial adversidade climática.
198
7%
3%
30%
14%
46%
10% 1%
2% 30%
15%
6%
36%
Gráfico 44 – Porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos nos meses de junho estudados nas
localidades de Maringá, Londrina e Presidente Prudente.
199
84%
3%
25%
1%
71%
Gráfico 45 – Participação dos Sistemas Atmosféricos na precipitação dos meses de junho nas cidades de
Maringá, Londrina e Presidente Prudente.
200
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 46 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a junho de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
201
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 47 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a junho de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
202
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 48 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a junho de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
203
1997
As fortes chuvas de junho de 1997 não tornaram a se repetir no mês de julho, mês
seco com apenas um dia de precipitação mais intensa nas três cidades estudadas que foi no dia
21 com a chegada de uma frente fria na região. O aspecto mais interessante do mês de julho
de 1997, talvez pelo fato de ter ocorrido quase nenhuma precipitação é de que foi um mês de
inverno muito quente com a mínima absoluta das três cidades registrada no dia 23 em
Londrina que foi de 9ºC e temperaturas máximas que muitas vezes ultrapassaram a marca dos
26ºC, chegando a fazer 29,8ºC em Maringá e 30,4ºC em Presidente Prudente no dia 17.
Mesmo com as precipitações nas três cidades no dia 21, na ordem de 20 mm, essas
não foram suficientes para poupar a região de um novo período de seca, consolidando-se esse
padrão seco à partir do dia 25, passando-se assim, 25 dias sem precipitações significativas
(acima de 10 mm), mesmo com as intensas chuvas do mês passado. No entanto, períodos de
estiagem ou mesmo de seca em julho, agosto e setembro são freqüentes no Centro-Sul
Brasileiro, somente se constituindo em uma adversidade climática caso seja um período
significativamente extenso, afetando, de fato, o desenvolvimento das lavouras.
205
1998
Como o mês de junho de 1998, julho de 1998 continua com seu baixo volume de
chuvas e sua umidade relativa geralmente baixa. No entanto, os volumes de precipitação
mensal atingiram 59 mm em Maringá e 65,1 mm em Londrina, diminuindo as condições para
que nessas duas cidades e respectivas regiões ocorressem déficits hídricos significativos. Em
Presidente Prudente, ao contrário, o volume de precipitação mensal atingiu apenas 7,2 mm,
vindo essa cidade de um mês de junho muito seco. Desse modo, o mês de julho em Presidente
Prudente foi marcado pela falta de umidade e pelo tempo estável, o que é comum nessa época
do ano. As chuvas do mês foram majoritariamente originadas pela ação de frentes frias, com
exceção da chuva do dia 24 em Maringá marcada por uma possível instabilidade regional,
originada pela ação indireta de uma FP mais ao sul do país e pela ação do Anticiclone do
Atlântico Sul (Figura 29). Maringá, portanto, não foi afetada pela frente fria localizada mais
ao sul, não existindo mesmo aspecto de repercussão de frente já que nesse dia Maringá
apresentou insolação de 8,4 horas. Devido ao calor desse dia, mais a umidade fornecida pelo
sistema atmosférico vigente, essa chuva foi classificada como de instabilidade tropical.
Rajadas de vento com intensidade de 60 km/h em Presidente Prudente no dia 08 e 61
km/h em Londrina no dia 09, devido a um sistema frontal, podem ter causado prejuízos na
área de estudo, mas não houve precipitação mais intensa. No dia 19, em Londrina, em uma
outra passagem de frente fria, os ventos chegaram a 51 km/h.
207
Figura 29 – Imagem de nuvens e carta sinótica do dia 24 de julho de 1998 quando Maringá teve uma
precipitação de 24,8 mm, chuva provavelmente originada por instabilidade regional, por causa do calor e da alta
umidade devida à configuração atmosférica vigente. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta
Sinótica do dia 24 de julho de 1998 e imagem de nuvens INPE / GOES - 8.
208
2001
O mês de julho de 2001, assim como julho de 1997 e 1998, foi seco. Em Maringá
choveu apenas 36,7 mm, em Londrina 52,8 mm e em Presidente Prudente o volume
apresentado foi de 28,6 mm. Como nos outros dois anos analisados, a presença e a
permanência do período de estiagem configurou-se como a maior preocupação e o maior fator
potencial de adversidade climática regional. No entanto, devido a um mês de junho com
significativos episódios de chuvas em Londrina e Maringá, essas duas cidades não
apresentaram seca nesse mês. Presidente Prudente, habitualmente mais seca que as duas
primeiras cidades, sofreu maior impacto do período seco em sua região à partir da parte final
do mês de julho, por ter passado por um mês de junho bem mais seco.
Dois episódios de ventanias ocorreram nos dias 12 e 26 em Londrina, devido às
passagens de frentes frias na região, chegando os ventos à intensidade de 65 km/h no dia 12 e
64 km/h no dia 26. Julho, assim como os outros meses de inverno, é caracterizado pela
presença dos ventos, chegando esses, por exemplo, a atingir valores acima de 50 km/h como
em Presidente Prudente sem presença de chuva nenhuma, como no dia 06. Quando esses
ventos não são originados por sistemas frontais ou movimentos ciclônicos, são geralmente
secos e moderados a fortes, gerados pela ação do Sistema Tropical Atlântico. Esses, por sua
vez, diminuem sensivelmente a umidade regional.
210
7%
8% 18%
2%
65%
5%
9% 20%
8%
57%
Gráfico 49 – Porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos nas localidades de Presidente Prudente,
Londrina e Maringá nos meses de julho de 97/98/2001.
213
88%
4%
20% 2%
74%
7% SPA
4%
STA
STAC
FP
RE
SEC
F.EST.
IT
89% D
Gráfico 50 – Participação dos sistemas atmosféricos na precipitação das cidades de Maringá, Londrina e
Presidente Prudente nos meses de julho de 97/98/2001.
214
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 51 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a julho de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
215
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 52 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a julho de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
216
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 53 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a julho de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
217
1997
O mês de agosto normalmente se constitui como o mês mais seco do ano no oeste
paulista e norte do Paraná, juntamente com a primeira quinzena de setembro. O mês de agosto
de 1997 não foi diferente. Durante vários dias do mês, a umidade relativa média ficou abaixo
dos 40%. Em Maringá e em Presidente Prudente, dez dos trinta e um dias do mês de agosto
ficaram com UR abaixo de 40%. Em Londrina, mais úmida que as duas primeiras, esse
número caiu para dois dias, mas, mesmo assim, apresentando baixas umidades. Desse modo,
o período seco de julho continuou por agosto até o dia 21 nas cidades de Londrina e Maringá,
quando uma nova frente fria trouxe umidade e chuvas leves, mas suficientes para amenizar a
baixa umidade. Em Presidente Prudente, o período sem chuvas e seco continuou por todo o
mês. No dia 31 de agosto em Prudente, a umidade atingiu a porcentagem mínima de 27%. Em
Maringá, o valor mínimo de UR foi de 34% no dia 29 e de 39% em Londrina no mesmo dia
29. Valores tão baixos na umidade relativa, decorrentes da falta de precipitação, se constituem
como a adversidade climática mais evidente desse mês, possivelmente prejudicando a saúde
da população, além da sensação de desconforto.
O intervalo de 25 dias sem precipitações significativas entre julho a agosto nas
cidades de Londrina e Maringá, possivelmente afetou o desenvolvimento das lavouras.
Mesmo assim, os prejuízos podem não ter sido tão grandes por causa do período “entre-
safras”. Em Presidente Prudente, o impacto do período foi maior, pois esse se estendeu até o
fim do mês. O ano de 1997 mostrou-se, portanto, problemático para a agricultura, devido às
chuvas abundantes não esperadas para o mês de junho (período de maturação dos grãos e
colheita), seguidos de julho e agosto secos. As variações do aspecto climático da região
certamente estiveram relacionadas ao fenômeno El Niño.
Não houve casos de ventanias no mês de agosto de 1997 nas três localidades.
219
1998
O mês de agosto de 1998 começou a revelar uma característica mais úmida já no dia
01 com o avanço de um sistema frontal que formou chuvas na área de estudo não deixando
que a umidade relativa do ar ficasse em porcentagens tão baixas como o mês de agosto de
1997. A manutenção da umidade relativa na casa dos 70%, ao longo de quase todo o mês,
proporcionou um mês mais agradável do que o verificado no ano de 1997.
Com a umidade relativa mais elevada e as temperaturas amenas para quentes,
principalmente no meio do mês, foram verificadas além de outras duas frentes frias, duas
repercussões de frentes, que contribuíram com esse agosto mais úmido. Em Maringá, o
volume pluviométrico ficou em 113,1 mm e em Londrina o valor ficou em 109,5 mm. Em
Presidente Prudente, curiosamente a cidade mais “seca” das três, o volume pluviométrico foi
o maior verificado com 147,5 mm.
O dia 19 caracteriza-se como um dia de temporal na região de estudo, especialmente
em Londrina, onde os ventos atingiram 79 km/h causando estragos. Em Presidente Prudente,
os valores chegaram a 56 km/h no dia 18. Os dias de atuação da frente fria foram nos dias 18
e 19. Curiosamente em Presidente Prudente o dia 22, que foi um dia de tempo estável, foi o
que apresentou o maior valor da intensidade dos ventos com a velocidade máxima absoluta
chegando a 60 km/h. Com relação aos ventos, agosto é um mês de grande intensidade devido
à influência do Sistema Tropical Atlântico, trazendo ventos geralmente secos e mornos para a
região e, muitas vezes pré-anunciando a chegada de sistemas frontais. Em Presidente
Prudente, por oito vezes, os ventos ultrapassaram o grau 7 da escala de Beaufort, chegando
três vezes ao grau 8 da escala (56 a 66 km/h). Em Londrina, o número de vezes foi menor,
três vezes, mas chegando aos citados 79 km/h (grau 10 – 78 a 90 km/h) no dia 19 em um
desses episódios.
Não foram verificados eventos de precipitação com mais de 50 mm em 24 horas,
apesar de terem ocorridas precipitações mais intensas, de 30,5 mm em Maringá e de 41,0 mm
em Presidente Prudente no dia 14.
221
2001
O mês de agosto de 2001, assim como o do ano de 1997, foi caracterizado como
seco. Outra característica do mês de agosto de 2001 é que ele foi extremamente seco para as
três localidades até o dia 24, não havendo chuvas até esse dia. Depois do dia 24, volta a área a
apresentar sistemas instáveis e chuvas que diminuem a umidade relativa baixa e cessam o
período de tempo seco nas cidades de Maringá e Londrina. As chuvas em Presidente
Prudente, no entanto, são insuficientes para cessar o período de seca.
Assim como em outros anos, o vento apresenta-se sempre constante nesse mês, com
rajadas de vento fortes a muito fortes, principalmente em dias de chegada de frente fria. Esse
fator é observado primordialmente em Presidente Prudente, onde no dia 24, com a chegada de
uma frente, o vento alcançou a velocidade de 83 km/h. No dia 25, os ventos chegaram
novamente a alcançar grandes velocidades, dessa vez com 71 km/h. Contando com esses dois
eventos de ventania, a velocidade máxima dos ventos ultrapassou a marca de 46 km/h em
mais outras nove vezes, segundo o gráfico de eventos climáticos. Em Londrina, curiosamente,
em nenhum dia do mês o vento ultrapassou a marca do grau 7 segundo a Escala de Beaufort.
Desse modo, Presidente Prudente foi influenciada pelos ventos no mês de agosto de 2001,
assim como com a seca regional que durou o mês inteiro.
Durante sete dias do mês, Prudente também mostrou a umidade relativa abaixo de
40%, com a mínima absoluta de 35% no dia 15 e no dia 18. Londrina e Maringá, mesmo
também apresentando UR baixa, não chegaram a apresentar média abaixo de 40%.
223
mais quente do que as outras duas cidades devido à sua maior continentalidade, o que pode
também influenciar nas menores taxas de umidade relativa.
Com relação à dinâmica das chuvas, em períodos muito secos, as frentes frias que
conseguem chegar à área de estudo podem causar ventanias devido à mudança térmica e
descargas elétricas, dado a grande concentração de partículas de poeira no ar, mas, muitas
vezes, não acarretam em chuvas mais intensas, somente elevando a umidade relativa local.
Isso pode estar relacionado ao fato de que o baixo teor de umidade pode inibir um maior nível
pluviométrico. Por esse motivo, mesmo com a chegada de frentes frias, essas, muitas vezes,
não terminam com um período de seca.
226
1% 1%
4% 15%
12%
1%
66%
4% 3%
12% 24%
2%
55%
Gráfico 54 – Participação dos sistemas atmosféricos no mês de agosto de 97/98/2001 nas cidades de Presidente
Prudente, Maringá e Londrina.
227
81%
8%
17% 2%
5%
68%
7% RE
SEC
F.EST.
IT
53% D
Gráfico 55 – Participação dos sistemas atmosféricos na precipitação do mês de agosto de 97/98/2001 nas cidades
de Presidente Prudente, Maringá e Londrina.
228
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 56 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a agosto de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
229
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 57 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a agosto de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
230
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 58 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a agosto de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
231
1997
Figura 30 – Cartas Sinóticas referentes aos dias 20 e 21 de setembro quando a passagem de uma frente fria no
dia 21 provocou chuvas intensas e ventos fortes no oeste paulista e no norte do Paraná. Fonte: SISTEMA
METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica dos dias 20 e 21 de setembro de 1997.
234
1998
O mês de setembro de 1998 caracterizou-se como o mais chuvoso dos três anos
estudados, tal qual o mês de agosto anterior. Foi um mês de chuvas intensas toda vez que as
frentes frias avançavam sobre a região de estudo. Diferente de 1997, quando o mês de
setembro ainda apresentava baixas umidades e as chuvas ainda não atuavam de modo
substancial, o ano de 1998, portanto, caracterizou-se já como um mês chuvoso, chegando
nesse ano o período de chuvas antecipadamente. Em Maringá, o volume pluviométrico foi de
319,6 mm em 15 dias de chuvas e em Londrina foi de 316,6 mm em 14 dias. Em Presidente
Prudente, o volume de chuvas foi menor, porém também significativo para setembro com
125,2 mm em 13 dias.
Houve nesse mês a passagem de quatro frentes frias, responsáveis pela maior parte
das chuvas. Destaque para os dias 07 em Maringá onde choveu 42,1 mm em 24 horas, e para
o dia 20 onde foram computados 41,3 mm em Maringá e 49 mm em Londrina.
Os dias 28 e 29 merecem ser destacados pois foram os de precipitação mais intensa
devido à formação de uma frente fria com movimento ciclônico com o centro no oceano,
próximo à costa do Uruguai. Esse sistema influenciou e promoveu chuvas fortes em todo o sul
do Brasil, atingindo também Londrina e Maringá (Figura 31). Em dois dias de chuva, choveu
118,3 mm em Maringá e 157 mm em Londrina, certamente ocasionando adversidades. Além
da chuva, Londrina no dia 28 foi atingida por ventos de 50 km/h, o que causou uma piora
ainda maior do tempo no dia. Os ventos mais fortes do mês ocorreram em Presidente Prudente
no dia 27, dia da chegada do sistema frontal, com velocidade máxima de 58 km/h. A cidade
de Prudente, por sua vez, teve precipitação menos intensa do que as duas outras cidades, mas
continuou apresentando uma maior intensidade dos ventos, com a ocorrência de ventos
máximos acima de 46 km/h por sete vezes durante o transcorrer do mês. Londrina apresentou
ventos acima dessa intensidade por seis vezes e os valores máximos ficaram equilibrados na
comparação de ambas as cidades.
Desse modo, se em 1997 o principal motivo de potenciais adversidades era a atuação
do vento, em 1998, o motivo principal foi o volume e a intensidade das chuvas.
236
Figura 31 – Influência de uma forte frente fria na região Centro-Sul Brasileira entre os dias 28 e 29 de setembro
que ocasionou chuvas intensas em toda a região. A incursão de significativas frentes frias pela região, pré-
anunciando a estação chuvosa é uma das características do mês de setembro. Fonte: Imagem de nuvens dos dias
28 e 29 de setembro, INPE / GOES – 8.
237
2001
Figura 32 – Imagem de nuvens e carta sinótica que apresenta possível indício de incursão do Sistema Equatorial
Continental no Centro Sul Brasileiro em setembro, pré-anunciando o período de chuvas e terminando com o
período seco. As chuvas que ocorreram nesse dia em Presidente Prudente terminaram com um período sem
precipitações significativas que durou quase 70 dias. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta
Sinótica do dia 25 de setembro de 2001. Imagem de nuvens do dia 25 de setembro, INPE / GOES – 8.
240
em Maringá, seguido pela atuação do Sistema Polar Atlântico nas três cidades, com 24% em
Maringá e 22% em Londrina e 23% em Presidente Prudente.
4%
16%
49%
2%
17%
44%
Gráfico 59 - Porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos nas localidades de Presidente Prudente,
Londrina e Maringá nos meses de setembro de 97/98/2001.
243
8%
14%
1%
11%
1%
65%
6% 9%
19%
1%
1%
64%
Gráfico 60 - Participação dos sistemas atmosféricos na precipitação das cidades de Maringá, Londrina e
Presidente Prudente nos meses de setembro de 97/98/2001.
244
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 61 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a setembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
245
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 62 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a setembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
246
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 63 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a setembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
247
1997
O mês de outubro de 1997 apresentou-se como um mês com chuvas próximas à média
histórica do período estudado (1976 – 2003), tendo ocorrido precipitação de 150,3 mm em oito dias
de chuva em Presidente Prudente; 154,8 mm em doze dias de chuva em Maringá e 149,3 mm em
onze dias de chuva em Londrina. Desse modo, outubro já é um mês de precipitações normalmente
regulares.
Houve quatro ocorrências de ventos em Londrina, sendo a mais intensa delas a do dia 31,
com velocidade de 72 km/h, devido a uma instabilidade formada pelas altas temperaturas do fim do
mês aliada à umidade deixada pela passagem de um frente fria que se dissipou no Sudeste
Brasileiro. Em Presidente Prudente, houve a ocorrência também de quatro episódios de ventos,
sendo ressaltadas as intensidades do dia 01 (65 km/h), do dia 10 (63 km/h) e do dia 30 (59 km/h).
Pelos dados, constata-se que Londrina, normalmente, apresenta maior intensidade dos ventos do
que Presidente Prudente, embora em muitos meses Prudente apresente mais episódios de ventanias
do que Londrina.
Com relação às precipitações significativas, com volumes superiores a 50 mm em 24
horas, são confirmadas as chuvas do dia 01 em Presidente Prudente, com pluviosidade de 53,2 mm
e a chuva do dia 26 em Maringá, com 55,5 mm de precipitação. Londrina, no mesmo dia 26
apresentou o máximo de 41,4 mm em um dia.
249
1998
Figura 33 – Imagem de nuvens e carta sinótica do dia 05 de outubro de 1998, dia no qual Maringá recebeu 58,6 mm de
precipitação em 24 horas devido ao avanço da frente polar dotada de movimentos ciclônicos. Fonte: SISTEMA
METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do dia 05 de outubro de 1998 e Imagem de nuvens do dia 05 de
outubro de 1998, INPE / GOES – 8.
252
2001
O mês de outubro de 2001 foi o mais seco dos três estudados, apesar de não haver
variações pluviométricas significativas entre eles. As precipitações ocorreram principalmente pela
atuação das frentes polares, assim como nos outros meses estudados. No entanto, precipitações
como do dia 19 em Maringá ocorreram por ação de instabilidade tropical (Figura 34). Essas
precipitações ocorreram por dois motivos: primeiro pela alta umidade deixada após a passagem da
última frente fria no Centro-Sul, e segundo, pela ação do Sistema Polar Atlântico no oceano
próximo à costa do Brasil que proveu a área ainda de mais umidade. Esses dois fatores, aliados ao
forte calor de outubro promoveram as chuvas de IT do dia 19 na região, em especial em Maringá.
Outubro de 2001 caracterizou-se por ser um mês com a ausência de chuvas muito fortes,
variando os maiores volumes de chuva na faixa de 20 mm. Os eventos extremos do mês se deram
mais por ação dos ventos, sendo registrada a ocorrência de quatro episódios significativos em
Londrina, em particular nos dias 02 e 12, e dois em Presidente Prudente, em especial os ventos do
dia 01, cuja intensidade foi de 72 km/h.
254
Figura 34 – Ocorrência de linhas de instabilidade no Centro-Sul que originou chuvas em Maringá. Característica
presente nos meses chuvosos da região. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do dia 19
de outubro de 2001 e Imagem de nuvens do dia 19 de outubro de 2001, INPE / GOES – 8.
255
1% 3%
17%
3%
16%
3%
56%
1% 8%
4% 20%
15%
52%
Gráfico 64 - Porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos nas localidades de Presidente Prudente, Londrina e
Maringá nos meses de outubro de 97/98/2001.
258
1%
10% 1%
16%
72%
72%
Gráfico 65 - Participação dos sistemas atmosféricos na precipitação das cidades de Maringá, Londrina e Presidente
Prudente nos meses de outubro de 97/98/2001.
259
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 66 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a outubro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
260
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 67 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a outubro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
261
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 68 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a outubro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
262
1997
O mês de novembro de 1997 foi de padrão chuvoso, mais do que o mês anterior, de
volume pluviométrico normal. Foi um mês com os primeiros 12 dias estáveis, com exceção do dia
03 extremamente chuvoso, em que choveu em Maringá 81,9 mm em 24 horas, devido à ação de
sistema frontal. Após o dia 12, com a chegada da segunda frente fria, o mês manteve-se em seu
aspecto instável até o dia 29.
Do dia 14 ao dia 18, a frente fria transformou-se em uma ZCAS segundo a sua
configuração, tornando esses dias, dias de contínua precipitação na área de estudo (Figura 35).
Depois do episódio de ZCAS, outras três frentes passaram pela região, nos dias 21, 24 e 26
consecutivamente, revelando indício de frentes reflexas. Todos esses episódios caracterizam o mês
de novembro, quando se registrou 263,3 mm de chuva em Maringá e 280,1 mm em Londrina. Em
Presidente Prudente o volume de chuvas foi menor, com 219,9 mm.
Devido ao grande volume de chuvas, o mês de novembro não apresentou temperaturas tão
elevadas, estando essas temperaturas somente mais elevadas no período de 05 a 11, maior intervalo
de tempo estável.
Por ser um mês com alto índice pluviométrico, chuvas com mais de 50 mm em 24 horas,
podem ter acarretado prejuízos nas cidades estudadas. Maringá foi atingida com fortes chuvas no
dia 03 (81,9 mm) e no dia 18 (51,3 mm). Nos dias 18 e 19, choveu em Londrina 45,2 mm (ZCAS) e
42,4 mm (ação de SPa e pós-passagem da ZCAS) respectivamente, apresentando volume de chuvas
significativo também nos dias 15 e 17. Em Presidente Prudente, o dia de maior precipitação foi o
dia 24, com 46,4 mm de precipitação. No entanto, choveu constantemente nos dias de influência da
ZCAS.
Com relação aos ventos, eles atingiram sua maior intensidade nos dias 21 e 22, com a
chegada da terceira frente fria na região. Em Presidente Prudente, os ventos chegaram a 69 km/h no
dia 21 e em Londrina, no dia 22, a 72 km/h. Além desses dois episódios, o vento ultrapassou a
marca de 46 km/h ainda por mais quatro vezes em Londrina, nos dias 04, 06, 08 e 12, chegando no
dia 08 a 65 km/h. Em Prudente, os ventos ultrapassaram a escala 7 de Beaufort duas vezes, no dia
02 e no dia 26, chegando no dia 26 a 58 km/h.
264
Figura 35 – Configuração dos Sistemas Atmosféricos entre os dias 14 a 18, mostrando a ação de uma ZCAS no Centro Sul Brasileiro, sendo esse fenômeno
climatológico um aspecto importante do clima regional nos períodos chuvosos quando é comum a sua atuação, provocando chuvas contínuas durante três ou mais dias
em média. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica dos dias 14, 15, 16, 17, 18 e 19 de novembro de 1997.
265
1998
Figura 36 – Exemplo de possível ação do Sistema Tropical Continental no dia 08 de novembro de 1998. Fonte:
SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do dia 08 de novembro de 1998 e Imagem de nuvens do
dia 08 de novembro de 1998, INPE / GOES – 8.
268
2001
O mês de novembro de 2001 foi o que registrou os totais pluviométricos mais próximos da
média histórica, não sendo seco como o mês de novembro de 1998, nem tão chuvoso quanto o de
1997. As chuvas na cidade de Maringá atingiram o volume de 153,8 mm, em Londrina o volume foi
de 164,9 mm e em Presidente Prudente o total foi de 180 mm. Como característica do mês de
novembro, fez muito calor, atingindo as temperaturas máximas 34,3ºC no dia 07 em Maringá,
34,4ºC em Londrina no dia 20 e 35,2ºC em Presidente Prudente no mesmo dia 07. As chuvas, por
sua vez, foram originadas basicamente pela ação das frentes polares, mas também, com a
participação de instabilidades regionais, decorrentes das altas temperaturas e de porcentagem de
umidade atmosférica também elevada.
A primeira semana de novembro foi a de característica mais estável, apresentando,
principalmente a região de Londrina, possível presença de período seco devido a um mês de
outubro mais seco que o das outras duas cidades. No entanto, com o reinício da atuação das frentes
polares, depois do dia 07, a estiagem de outubro-novembro terminou e logo se verificaram chuvas
mais fortes, tal qual a do dia 20 na própria Londrina, com precipitação de 45,5 mm, devido a uma
instabilidade regional, que dependendo da intensidade, pode ter causado prejuízos locais.
Com relação aos ventos, os únicos episódios de destaque foram os ventos provenientes da
frente fria atuante nos dias 11 e 12, quando em Presidente Prudente os ventos atingiram 73 km/h no
dia 11, e em Londrina no dia 12 quando estes alcançaram 72 km/h. Esses possivelmente causaram
adversidades nas duas cidades em questão.
270
O mês de novembro caracterizou-se como um dos meses em que ocorreu uma maior
diversidade de atuação de sistemas atmosféricos, podendo apresentar tanto meses de características
chuvosas como em 1997 com a ocorrência de ZCAS, como apresentar padrões secos, com a
ocorrência de dias com ação do Sistema Tropical Continental e a fraca atuação de frentes frias. O
mês de novembro de 2001 foi de padrão habitual. Desse modo, nove tipos de sistemas atuaram
durante o mês ao longo dos anos de 1997, 1998 e 2001, segundo a tese.
Destaque deve ser dado à atuação da ZCAS e do Sistema Tropical Continental. Com
relação à ZCAS, nota-se o retorno de sua atuação na região, nula nos meses mais secos no ano de
1997, e somente com os quatro dias de atuação desse sistema em 1997, a porcentagem na gênese de
chuvas no total dos três anos é de 18% em Presidente Prudente, 14% em Maringá e 23% em
Londrina, contribuindo para a concretização do padrão chuvoso.
Com relação ao novembro seco de 1998, após os meses de agosto, setembro e outubro
chuvosos, o surgimento do Sistema Tropical Continental e a atuação constante dos Sistemas
Tropical Atlântico e Tropical Atlântico Continentalizado contribuíram com as altas temperaturas e
umidade relativa mais baixa, mas não tão baixa quanto os níveis dos meses mais secos. É
justamente nessa época de primavera-verão que a formação dos STC são mais freqüentes,
principalmente em dias de influência pré-frontal. Convém ressaltar que períodos de estiagem em
novembro podem se converter em períodos de secas mais rapidamente do que nos meses de junho a
agosto devido à maior quantidade de evapotranspiração real, sendo considerada uma adversidade
para as lavouras de verão a ocorrência de 20 dias sem precipitação nesse mês.
Nota-se um aumento das precipitações originadas pela formação de outros sistemas
perturbados e uma diminuição do predomínio de chuvas somente devidas à incursão direta das
frentes polares na região, característica própria de um mês mais próximo do verão.
As adversidades climáticas seguiram as mesmas características dos outros meses com a
ocorrência de tempestades e episódios de ventanias tanto em meses de novembro de padrão chuvoso
como seco. A diferença está no nível das precipitações, significativo nos meses chuvosos e a
presença de temporais com maior presença de ventos e poeira do que propriamente de chuva nos
meses mais secos. Os ventos atingiram marcas de 60 a 70 km/h nas cidades de Presidente Prudente
e em Londrina em pelo menos uma vez por mês nos três anos analisados, causando estragos nas
cidades. Mesmo a tese não interpretando os dados de intensidade máxima dos ventos de Maringá,
272
acredita-se que essa cidade apresente a mesma freqüência de episódios de ventanias que as outras
duas cidades.
19%
44%
4%
1%
19%
52%
4%
2%
17%
56%
10%
1%
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 71 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a novembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
275
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 72 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a novembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
276
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 73 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a novembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
277
1997
O mês de dezembro de 1997 se mostrou com três aspectos distintos nas três cidades
estudadas com relação aos totais de chuva mensal. Enquanto que em Maringá choveu 196,9 mm,
considerada uma precipitação normal para o mês, em Londrina a precipitação apresentada foi de
100 mm, considerado abaixo do habitual para o mês, e em Presidente Prudente choveu apenas 51,3
mm. O fato marcante nas análises é de que as frentes frias provocaram muito mais precipitação na
cidade de Maringá do que nas outras duas cidades, sendo ressaltadas as chuvas dos dias 15 (65,4
mm) e 31 (57,6 mm), que contribuíram com o maior volume de chuvas.
Devido a essas características regionais, o mês de dezembro apresentou-se como um dos
mais difíceis de análise devido à alta variabilidade dos sistemas atmosféricos e suas intensidades
sobre as diferentes regiões de estudo. Outro exemplo dessa variabilidade foi a sucessão dos sistemas
atmosféricos nas três cidades entre os dias 02 a 06. Devido à ação de movimentos ciclônicos entre o
Uruguai e o sul do Rio Grande do Sul, essa área de baixa pressão pode ter atraído massas úmidas
provindas do Sistema Equatorial Continental. No entanto, a umidade não ficou tão elevada como
geralmente ocorre e, por isso, as precipitações quase não ocorreram na região nesse período. Isso
pode ter acontecido devido ao fato da massa polar, vinda após a passagem da área de baixa pressão,
ter atuado sobre a região fazendo diminuir a umidade que deveria aumentar com a presença das
massas úmidas e quentes. O que se originou foram dias nublados, mas quase sem chuvas em
Maringá com possível ação de SEc, em Londrina com dias de maior influência do Sistema Polar
Atlântico, sem chuvas (principalmente nos dias 05 e 06), e, em Presidente Prudente com a volta da
atuação do Sistema Tropical Atlântico retornando mais rapidamente do que nas outras duas cidades
(Figura 37).
Com relação aos eventos de ventanias, ocorreram cinco eventos em Londrina, sendo nos
dias 29 e 31 os episódios mais intensos com 65 km/h no dia 29 e 57 km/h no dia 31. Em Presidente
Prudente, ocorreram três episódios de ventos, sendo os mais fortes: os do dia 21 (63 km/h) e do dia
27 (67 km/h), sendo o do dia 21 decorrente de uma instabilidade local devido a uma repercussão de
frente fria mais ao sul e do dia 27 devido a uma instabilidade local, mas sem ocorrência de chuva.
Esses ventos podem ter causado estragos nas duas cidades.
279
Figura 37 – Dia de dezembro que pode ter ocorrido a atuação de um sistema atmosférico diferente para cada cidade
analisada: Maringá com a atuação do Sistema Equatorial Continental, Londrina com a atuação de Sistema Polar
Atlântico e Presidente Prudente com a atuação de Sistema Tropical Atlântico, confirmando a alta variabilidade do mês
de dezembro, com a possível atuação simultânea de vários sistemas atmosféricos na área de estudo. Fonte: SISTEMA
METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do dia 06 de dezembro de 1997.
280
1998
O mês de dezembro de 1998, ao contrário do mês seco de novembro, foi chuvoso, com o
maior total pluviométrico registrado em Presidente Prudente com 387,7 mm de chuva. Em
Londrina, a pluviosidade foi de 224,1 mm e em Maringá foi de 171,4 mm. Com relação às
localidades, o mês de dezembro de 1998 apresentou-se de modo contrário ao mês de 1997 com
relação à quantidade de chuvas referente às três localidades, tendo Prudente a maior quantidade de
chuvas e Maringá a menor.
Os primeiros três dias seguiram o padrão seco do mês de novembro, com altas
temperaturas e inclusive com a possível atuação em Maringá do Sistema Tropical Continental no
dia 03. No dia 04, os sistemas instáveis começaram novamente a atuar na região.
Com a modificação do padrão seco para o chuvoso, esse mês apresentou episódios de
chuvas em 24 horas que provavelmente causaram prejuízos nas três cidades. Em Maringá, no dia
11, através de uma instabilidade tropical, provocada pela alta umidade da passagem de uma frente
fria que deixou de atuar na área no dia 10, choveu 62,3 mm. Em Londrina, choveu
significativamente no dia 15 e no dia 22, com a precipitação de 51,8 mm e 61,1 mm
respectivamente. No dia 15, em Londrina, a chuva pode ter ocorrido devido à ação de um
Complexo Convectivo de Mesoescala - CCM, citado na revista Climanálise de dezembro de 1998 e
no dia 22 por causa de um sistema frontal:
Figura 38 – Dia no qual a cidade de Presidente Prudente foi atingida por torrencial chuva de 92,7 mm, devido à
influência de frente polar. Além da participação da FP, pode também ter havido colaboração de umidade provinda de
SEc, que proporcionou ainda mais precipitação na região do oeste paulista. As cidades de Maringá e Londrina, por sua
vez, não possuíram o mesmo volume de chuva. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do
dia 09 de dezembro de 1998 e Imagem de nuvens do dia 09 de dezembro de 1998; INPE / GOES – 8.
283
Figura 39 – Indício de ação de Sistema Equatorial Continental que pode ter influenciado o tempo até Buenos Aires.
Esse sistema pode ter potencializado as fortes chuvas do dia 14 em Presidente Prudente e do dia 15 em Londrina, com a
formação de um Complexo Convectivo de Mesoescala. Fonte: SISTEMA METEOROLÓGICO MARINHO, Carta
Sinótica do dia 13 de dezembro de 1998 e Imagem de nuvens do dia 13 de dezembro de 1998; INPE / GOES – 8.
284
Com relação aos ventos, o dia 09 ainda se mostrou mais ameaçador em Londrina, com
ventos alcançando a velocidade de 87 km/h. Outros quatro episódios de ventos ocorreram em
Presidente Prudente nos dias 13 (46 km/h), 16 (60 km/h), 21 (62 km/h) e 28 (56 km/h); e outros
cinco episódios de ventanias em Londrina, nos dias 10 (47 km/h), 18 (46 km/h), 26 (46 km/h), 29
(47 km/h) e 30 (47 km/h).
O mês de dezembro de 1998, portanto, apresentou uma dinâmica climática altamente
instável, com a passagem de sistemas perturbados, ao contrário do mês de novembro anterior, onde
predominaram os sistemas estáveis e a estiagem.
285
2001
O mês de dezembro de 2001 teve seu volume pluviométrico na faixa do padrão habitual,
com atuação tanto de sistemas frontais como de instabilidades regionais na ocorrência dessas
chuvas. Houve intercalação entre dias com predomínio de sistemas estáveis com dias de ação de
sistemas instáveis, não ocorrendo um intervalo muito longo de dias seguidos de tempo encoberto ou
ensolarado. Outro fator relevante é o caráter extremamente diverso dos sistemas atmosféricos
vigentes no mês, apresentando esse tanto incursões de Sistema Equatorial Continental como de
Sistema Tropical Continental, evidenciando o complexo jogo de sistemas e a sua alta variabilidade.
Com essa divisão dos tipos de tempo e ação de sistemas atmosféricos, ocorreram eventos de
precipitação significativos que podem ter causado prejuízos, principalmente na cidade de Londrina
nos dias 14, 22 e 23, com a precipitação de 76,4 mm, 75,8 mm e 55,2 mm respectivamente. Em
Maringá e Presidente Prudente, as chuvas foram mais distribuídas e menos intensas do que em
Londrina.
Houve também dias de muito calor e queda significativa da umidade relativa entre os dias
16 a 19, decorrente de uma possível ação de Sistema Tropical Continental, seguida no fim pela
volta da ação dos Sistemas Tropical Atlântico e Tropical Atlântico Continentalizado. Nota-se, que
devido à influência do calor de dezembro, as condições para formação de STC podem ficar
rapidamente propícias, contribuindo também para a alta variabilidade dos sistemas atmosféricos em
dezembro. Depois da frente fria do dia 22, as temperaturas ficaram mais amenas até depois do Natal
pelo dia 27 (Figura 40).
Com relação aos ventos, não houve ocorrências tão fortes, chegando a atingir a velocidade
máxima de 55 km/h em Presidente Prudente no dia 12 e 54 km/h no dia 10 em Londrina.
As maiores adversidades constatadas nesse mês de dezembro de 2001, portanto, se
deveram às chuvas intensas na cidade de Londrina.
287
Figura 40 – Ação de dois sistemas atmosféricos: um instável, atuando mais ao norte e nordeste do país e outro estável
mais ao Sul. Esse sistema estável está estabelecido primeiramente como um Sistema Polar Atlântico, e devido às altas
temperaturas de dezembro, no interior do continente, transformou-se em um Sistema Tropical Continental que perdurou
até o dia 19, com o tempo estável durando até o dia 22. Atraídas pela ação de um sistema ciclônico que atuou mais
longe do continente, as nuvens mais ao norte deram origem, por sua vez a uma ZCAS. Fonte: SISTEMA
METEOROLÓGICO MARINHO, Carta Sinótica do dia 17de dezembro de 2001 e Imagem de nuvens do dia 17 de
dezembro de 2001; INPE / GOES – 8.
288
O último mês do ano se revelou como um dos que apresentou maior variação dos sistemas
atmosféricos. Revelou-se, na análise do mês, a atuação de um Complexo Convectivo de Mesoescala
no ano de 1998. A ocorrência de CCM foi divulgada pela revista Climanálise mas não pode ser
visualizada pelas Cartas Sinóticas. Foi a sua ocorrência, por exemplo, que originou as fortes chuvas
do dia 14 de dezembro de 1998 em Presidente Prudente e do dia 15 de dezembro de 1998 em
Londrina. Nos três anos de dezembro analisados, ocorreram quatro eventos de precipitação cujo
volume pode ter causado estragos em Maringá, três em Presidente Prudente (todos em 1998) e cinco
em Londrina. Com relação aos ventos, nos três anos estudados, foram registrados 11 eventos de
ventanias em Presidente Prudente e 13 eventos de ventanias em Londrina, com a máxima
intensidade chegando à marca dos 65 km/h. Mesmo ocorrendo eventos de chuvas e ventanias em
todos os três anos, 1998 foi o que mais apresentou a ocorrência de eventos extremos.
Confirmando ainda mais a heterogeneidade dos sistemas e a complexidade de sua
dinâmica, as porcentagens de chuvas provenientes de passagens diretas de frentes frias variam nas
três cidades. Em Presidente Prudente, a participação dos sistemas frontais na formação de chuvas é
de 52%, e em Londrina essa porcentagem sobe para 67,8%. No entanto, em Maringá, essa
porcentagem cai para 43,6% e a participação de chuvas provenientes de instabilidades tropicais fica
em 37,5%. Em Londrina e Presidente Prudente, com maior influência de frentes, as instabilidades
decorrentes do calor e umidade do mês são de 23% para Prudente e de apenas 10,3% em Londrina
(Gráfico 44).
Segundo os dados, com relação à presença de Sistema Equatorial Continental na formação
das chuvas, em Presidente Prudente elas chegam a 5% e 10,9% em Maringá. Em Londrina, a ação
de SEc não provocou chuva direta, mas sua influência proporcionou a formação de chuvas
decorrentes de instabilidade tropical ou mesmo “fortalecendo” as chuvas provindas das frentes frias.
Ressalta-se, novamente, o caráter “potencializador” do SEc, que com sua massa úmida e quente
pode tornar a precipitação regional mais freqüente, com episódios de chuvas mais intensas. As
chuvas provenientes da ação de CCM em 1998 em Londrina e Presidente Prudente são uma
evidência disso.
Entre os sistemas estáveis, além dos sistemas habituais que atuam na região (Sistema
Tropical Atlântico e Sistema Polar Atlântico), atuou também no mês de dezembro, especialmente
no ano de 1998, o Sistema Tropical Continental. Devido ao forte calor do mês de dezembro, dias de
290
forte insolação podem fazer a região do Chaco chegar rapidamente a altas temperaturas,
proporcionando a ativação desse sistema, principalmente em dias de pré-frontal.
5%
6%
10%
43%
6%
1%
9%
4%
14% 37%
7%
2%
Gráfico 74 - Porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos nas localidades de Presidente Prudente, Londrina e
Maringá nos meses de dezembro de 97/98/2001.
291
22%
54%
5%
1%
0,9% 1,5%
2,3% 0,3%
36,5%
47,7%
10,7%
Gráfico 75 - Participação dos sistemas atmosféricos na precipitação das cidades de Maringá, Londrina e Presidente
Prudente nos meses de dezembro de 97/98/2001.
292
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 76 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a dezembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Presidente Prudente.
293
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 77 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a dezembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Maringá.
294
1997
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
1998
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
x + 1s
Temperaturas x - 1s
Umidade < 40%
Período de Estiagem / Seca
Ventania
2001
Dias de chuva
Chuva forte
Evento Extremo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Gráfico 78 – Gráfico síntese de eventos climáticos correspondentes a dezembro de 1997, 1998 e 2001 da cidade de Londrina.
295
Analisados dia a dia e mês a mês os anos de 1997, 1998 e 2001, os resultados, a
princípio, basicamente correspondem com os de outras pesquisas em relação à dinâmica
climática da região como a porcentagem de participação dos sistemas atmosféricos. No
entanto, a análise começa a apresentar informações mais importantes quando se muda o foco
de interpretação das médias para os episódios pontuais nas localidades de Presidente
Prudente, Maringá e Londrina.
Com relação às médias percentuais de atuação dos sistemas atmosféricos, o principal
sistema atuante na região, como já verificado através dos dados diários é o Sistema Tropical
Atlântico. Esse sistema, dependendo de sua força e duração de sua atuação, pode influenciar
inclusive na intensidade dos sistemas perturbados. A hipótese de que quanto maiores os
intervalos entre uma frente e outra e maior o período de atuação dos ventos mornos e
interiormente já secos de STa, maior será a intensidade das frentes que chegarão à região,
podendo possibilitar, assim, a ocorrência das adversidades climáticas regionais. Em
Presidente Prudente, esse sistema estável está presente em 48,8% do período estudado e em
Maringá e Londrina a atuação dele chega respectivamente a 44,7% e 44,5% do período
(Gráfico 79).
O Sistema Tropical Atlântico juntamente com o Sistema Polar Atlântico constituem-
se como o “motor” climático de todo o mecanismo atmosférico regional, um provendo a
região de ar quente e o outro de ar frio oferecendo condições ao desenvolvimento e passagem
de sistemas frontais. A intensidade de ambos os sistemas atuarão diretamente na criação
dessas frentes. Presidente Prudente teve a presença de SPa em 16,5% do período estudado,
enquanto que Maringá apresenta 18,9% e Londrina 20,5% de presença desse sistema. A
variação dos valores está relacionada à maior continentalidade e à menor latitude prudentina
em comparação com as outras duas cidades. Londrina, por sofrer maior influência dos
sistemas polares, inclusive os de trajetória mais marítima, possui uma porcentagem um pouco
maior do que Maringá (Gráfico 71).
De fundamental importância para a região é a atuação dos sistemas instáveis,
principalmente a das frentes frias. Sem elas, ou com a menor presença delas, a região teria
certamente aspectos bem mais áridos. Mesmo atuando de 11,5 a 13,4% do período estudado,
as chuvas provenientes por chegadas de frentes polares ou FPs correspondem a 47,4% das
chuvas de Presidente Prudente, 50,6% das chuvas de Londrina e 50,8% das chuvas de
Maringá.
297
11,5%
1,6%
1,6%
48,8%
13,2%
2,5%
1,9%
44,7%
Gráfico 79 – Porcentagem total de participação dos sistemas atmosféricos nas localidades de Presidente
Prudente, Londrina e Maringá nos anos de 97/98/2001.
298
28,8%
47,4%
7,8%
2,6%
4,2%
0,3%
3,6%
3,5% 1,3%
24,3%
11,7% 50,8%
2,4%
2,2%
Tabela 61 – Enumeração dos eventos extremos segundo os gráficos apresentados e caracterização mensal
segundo volume de precipitação
Chuvas Ventanias Dias de Seca Mês Chuvoso Mês com Mês com
Intensas (vel. >45km/h) _ chuvas entre a chuvas abaixo
(+ de 50mm/24 (mês > x + 1s ) média e uma da média
hrs) vez o Desvio (mês < _
x − 1s )
Padrão
MGA
MGA
MGA
MGA
MGA
MGA
LON
LON
LON
LON
LON
LON
PP
PP
PP
PP
PP
PP
J 1 2 2 7 - 6 0 0 0
F 1 5 3 3 - 5 0 0 0
M 0 1 0 1 - 1 0 0 17
A 0 0 0 2 - 2 0 2 6
M 0 1 0 1 - 0 6 12 22
J 1 2 2 3 - 2 0 0 0
1997
J 0 0 0 0 - 0 7 7 7
A 0 0 0 1 - 0 31 23 21
S 0 1 0 5 - 7 24 0 3
O 1 0 0 4 - 4 0 0 0
N 1 2 1 3 - 5 0 0 0
D 0 2 0 3 - 5 0 0 0
T 5 16 8 33 - 37 68 44 76
J 2 0 0 5 - 4 0 0 0
F 0 1 2 5 - 5 0 0 0
M 3 1 1 4 - 4 0 0 0
A 0 3 1 6 - 1 0 0 0
M 0 0 1 2 - 1 0 0 0
J 0 0 0 5 - 2 8 2 9
1998
J 0 0 0 5 - 4 31 0 0
A 0 0 0 8 - 3 1 0 0
S 0 4 3 7 - 6 0 0 0
O 0 2 0 6 - 3 0 0 0
N 0 0 0 5 - 2 3 3 3
D 3 1 2 5 - 6 0 3 0
T 8 12 10 63 - 41 43 8 12
J 0 1 1 6 - 5 0 0 0
F 3 1 1 9 - 4 0 0 0
M 0 0 0 6 - 2 0 0 0
A 0 0 2 3 - 1 0 0 0
M 1 1 1 3 - 0 0 0 0
2001
J 0 0 1 2 - 0 0 0 0
J 0 0 0 2 - 4 11 0 0
A 0 0 0 11 - 0 31 3 6
S 0 0 0 13 - 5 26 0 0
O 0 0 0 2 - 4 0 0 0
N 0 0 1 2 - 3 0 0 7
302
D 0 1 3 3 - 2 0 0 0
T 4 4 10 62 - 30 68 3 13
deve-se não somente ao registro de ocorrência dos eventos climáticos adversos como também
reflete os problemas infra-estruturais da área urbana de cada uma das cidades como de sua
área rural e região. Os jornais pesquisados foram:
rural Culturas
Pecuária
Estrada
Pontes
Queimadas
Outros
Localização Maringá
Região / Município Cidade:
Observações gerais
Tabela 62 – Planilha utilizada no arquivo das notícias relacionadas à ocorrência de adversidades climáticas na
cidade de Presidente Prudente e Maringá. Fonte: SOUZA, C. G., A análise dos episódios climáticos extremos
no Oeste Paulista a partir das notícias veiculadas pela imprensa local, 2005.
307
avenidas, seriam inevitáveis, mas com certeza, mais amenos, caso as políticas territoriais dos
municípios ou das regiões respeitassem os relativos graus de vulnerabilidade das distintas
áreas (Gráficos 81 a 84, Figuras 41 a 43).
Figura 41 – Notícia sobre as fortes chuvas de janeiro e fevereiro de 1997. Fonte: Jornal O Diário do Norte do
Paraná, Maringá – Paraná. Data da notícia: 05/01/1997
Figura 42 – Notícia sobre as fortes chuvas de janeiro e fevereiro de 1997. Fonte: Jornal O Diário do Norte do
Paraná, Maringá – Paraná. Data da notícia: 04/02/1997.
309
Figura 43 – Notícia sobre as fortes chuvas de janeiro e fevereiro de 1997. Fonte: Jornal O Diário do Norte do
Paraná, Maringá – Paraná. Data da notícia: 04/02/1997.
310
Gráfico 81 – As chuvas acima ou próximas de 50 mm/dia em fevereiro de 1997 em Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
311
Gráfico 83 – Gráfico de Eventos Climáticos de fevereiro de 1997 em Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
313
Gráfico 84 – Gráfico de análise rítmica de fevereiro de 1997 em Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
314
Dessa forma, é comum o quadro de inúmeras notícias ao longo dos três anos
estudados, onde são inúmeros os problemas que esses eventos climáticos causam. Tendo
como base as cidades de Presidente Prudente e Maringá, são relatados casos de desabrigados,
destelhamentos e principalmente problemas com a pavimentação urbana, principalmente
devido às chuvas intensas (Tabelas 64 e 65):
Tabela 64 – Porcentagem dos elementos climáticos extremos e sua ocorrência nos anos
de 1997 – 1998 – 2001 nos municípios de Presidente Prudente e Maringá
1997 1998 2001
PP MGA PP MGA PP MGA
Chuva 75,2% 78,4% 56,1% 76,1% 33,9% 55,5%
Seca 4,5% 9,8% 0,0% 2,2% 22,6% 11,1%
Temperatura 4,5% 3,9% 33,8% 13,0% 22,6% 22,2%
Umidade 2,3% 0,0% 0,0% 2,2% 5,6% 0,0%
Ventos 4,5% 13,7% 6,7% 13,0% 7,5% 5,5%
Geada 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 3,7% 11,1%
Granizo 4,5% 0,0% 1,7% 13,0% 1,8% 5,5%
Outros 4,5% 5,9% 1,7% 4,4% 1,8% 0,0%
Obs: As porcentagens somadas de Maringá podem ultrapassar 100% por existirem notícias
que possuem a atuação de dois elementos climáticos simultâneos.
Tabela 66 – Tipos de problemas rurais derivados dos episódios climáticos extremos nos
anos de 1997 – 1998 – 2001 nos municípios de Presidente Prudente e Maringá
1997 1998 2001
PP MGA PP MGA PP MGA
Culturas 18,7% 17,6% 3,2% 21,7% 13,0% 11,1%
Pecuária 1,6% 0,0% 1,6% 0,0% 0,0% 0,0%
Estrada 9,4% 7,8% 14,0% 0,0% 5,5% 0,0%
Pontes 7,8% 2,0% 9,3% 2,2% 5,5% 0,0%
Queimadas 0,0% 2,0% 0,0% 0,0% 9,2% 5,5%
Outros 7,8% 3,9% 0,0% 0,0% 3,7% 0,0%
Nos anos pesquisados de 1997 – 1998 – 2001, além das chuvas de janeiro e
fevereiro de 1997, que foram devidamente noticiadas, outros períodos tiveram também
importância destacada nos dois jornais, tais como:
O período de estiagem de abril a maio de 1997 – Ao contrário dos primeiros dois meses
excessivamente chuvosos, os meses de abril e maio foram de aspecto seco, e as manchetes
relacionadas a esse período começaram a aparecer em Maringá na primeira quinzena de maio
(Figura 44). Em Presidente Prudente, apesar de passar pela mesma estiagem, as notícias não
surgiram com a mesma freqüência (Tabela 63). Isso pode ser explicado pela grande
preocupação dos agricultores da região de Maringá, que viam a produtividade de seus campos
diminuírem. A região de Presidente Prudente, composta em sua predominância pelos
canaviais e pelos pastos pode ter suportado esse período de estiagem/seca com maior
resistência. O ano de 1997 caracterizou-se realmente como um ano regido pelos “extremos”
com relação ao seu ciclo climático anual, mostrando hora períodos de muita chuva, hora
períodos de estiagem e seca, variações estas relacionadas ao fenômeno El Niño. Os anos de
316
1997 e 1998 realmente não se constituíram como anos de excelência agrícola. A estiagem fora
de época, como normalmente ocorre, deveu-se a uma impossibilidade de penetração dos
sistemas frontais ao longo de 60 dias aproximadamente, e quando esses conseguiam chegar
até a região, não a proviam de chuvas regulares. Quando estiagens ocorrem em períodos como
abril e maio, os níveis de evapotranspiração regional são mais elevados devidos a dias
relativamente quentes, salvo os últimos dias de abril de característica mais fria, pela ação de
um forte sistema polar. Dias quentes para o período com a presença de umidade relativa baixa
em um período de germinação de grãos são certamente problemas aos produtores de soja e
trigo e isso ocorreu nesse período em Maringá e também em Londrina, onde choveu somente
10,2 mm no mês de abril, apresentando um período realmente de seca até o dia 21 de maio
quando as chuvas voltaram (Gráficos 85 a 88).
Figura 44 – Notícia sobre a estiagem de abril e maio de 1997. Fonte: Jornal O Diário do Norte do Paraná,
Maringá – Paraná. Data da notícia: 14/05/1997.
.
317
Gráfico 85 – Período de estiagem/seca de maio de 1997 que terminou no dia 22 em Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
318
Gráfico 86 - Gráfico de análise rítmica de maio de 1997 em Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
319
Gráfico 87 – Fim do período de Estiagem/seca de maio de 1997 em Presidente Prudente, segundo gráfico de Eventos Climáticos. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
320
Gráfico 88 - Gráfico de análise rítmica de maio de 1997 em Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
321
Figura 45 – Notícia sobre as chuvas de junho de 1997. Fonte: Jornal O Diário do Norte do Paraná, Maringá –
Paraná. Data da notícia: 06/06/1997
322
Figura 46 – Notícia sobre as chuvas de junho de 1997. Fonte: Jornal O Diário do Norte do Paraná, Maringá –
Paraná. Data da notícia: 15/06/1997
323
Gráfico 90 - Gráfico de análise rítmica de junho de 1997 em Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
325
Figura 47 – Notícia sobre as chuvas de abril de 1998. Fonte: Jornal O Diário do Norte do Paraná, Maringá –
Paraná. Data da notícia: 25/04/1998
326
Gráfico 91 – Totais pluviométricos acima ou próximos a 50 mm/dia em Maringá, abril de 1998. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
327
Gráfico 92 - Gráfico de análise rítmica de abril de 1998 em Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
328
Figura 48 – Notícia sobre o período de chuvas de setembro de 1998. Fonte: Jornal O Diário do Norte do Paraná,
Maringá – Paraná. Data da notícia: 09/09/1998
Figura 49 – Notícia sobre o período de chuvas de setembro de 1998. Fonte: Jornal O Diário do Norte do Paraná,
Maringá – Paraná. Data da notícia: 10/09/1998
330
Gráfico 93 – Gráfico de Eventos Climáticos de setembro de 1998 de Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
331
Gráfico 94 - Gráfico de análise rítmica de setembro de 1998 de Maringá. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
332
Gráfico 95 – Mês de novembro seco em Presidente Prudente (1998). Org: BEREZUK, A. G. (2006)
333
Gráfico 96 - Gráfico de análise rítmica de novembro de 1998 de Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
334
A estiagem de junho a setembro de 2001 – O ano de 2001 foi dos três anos estudados o
que mais possuiu os padrões mais habituais com relação ao seu ritmo climático. No entanto,
apresentou também aspectos climáticos adversos, e um dos eventos extremos que mais
causaram preocupação com relação às atividades econômicas regionais são os períodos de
estiagem. Normalmente, o trimestre de junho – julho – agosto possui características secas,
com chuvas escassas, fenômeno esse comum principalmente para os produtores agrícolas e
conhecido pela própria população regional. O problema surge quando nem as escassas chuvas
ocorrem na região, sendo existentes meses com precipitação zero. Logo a estiagem se
transforma em período de seca, atrasando o plantio da safra de verão. No caso do ano de
2001, a seca foi bem mais rigorosa na cidade de Presidente Prudente, cujas chuvas só
voltaram significativamente no final de setembro, período esse revelado nos gráficos de
adversidade climática de agosto e setembro de 2001 (Gráficos 99 a 102). Desse modo, no ano
de 2001, 22,6% das notícias relacionadas a adversidades climáticas em Presidente Prudente
são referentes à estiagem/seca. Já em Maringá, cuja estiagem foi menor, ainda a porcentagem
de notícias referentes a ela foi significativa, com 11,1%. Outro indício da influência do
período de estiagem foi a porcentagem de notícias em Presidente Prudente com relação às
culturas agrícolas, perfazendo 13% das notícias anuais, sendo que em Maringá esse valor
chegou a um patamar um pouco menor, novamente 11,1%.
335
Gráfico 97 – Gráfico de Evento Climático de dezembro de 1998 de Presidente Prudente revelando as fortes chuvas do mês. Org: BEREZUK , A. G. (2006)
336
Gráfico 98 - Gráfico de análise rítmica de dezembro de 1998 de Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
337
Gráfico 100 - Gráfico de análise rítmica de agosto de 2001 de Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
339
Gráfico 101 – Mês de seca em setembro de 2001 em Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
340
Gráfico 102 – Gráfico de análise rítmica de setembro de 2001 de Presidente Prudente. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
341
Figura 50 – Notícia sobre o período de estiagem de junho a setembro de 2001. Fonte: Jornal O Diário do Norte
do Paraná, Maringá – Paraná. Data da notícia: 21/08/2001
CAPÍTULO V
PRINCIPAIS RESULTADOS
Dados mensais e anuais (1976 – 2003) e Análise Rítmica dos anos de 1997 – 1998 – 2001
essas subiram aproximadamente 1ºC, nas cidades de Presidente Prudente, Londrina e Maringá
no período de análise de 1976 – 2003, sendo constatado aumento tanto nas médias das
máximas como na média das mínimas. Analisando, por sua vez, as precipitações médias, os
gráficos revelam tendência a maior sazonalização dos regimes pluviométricos, com maior
concentração das chuvas no trimestre chuvoso. A umidade relativa, ao longo dos 26 anos de
análise, também revelou um discreto, mas gradativo decréscimo devido ao aumento das
temperaturas. Aliada a essas tendências encontra-se também a forte hipótese de uma maior
freqüência de ocorrência de ventanias, tempestades e períodos de estiagem para as próximas
décadas, devido aos fatores que apontam para um maior desequilíbrio do mecanismo
atmosférico regional, tendendo, portanto, a uma gradual exacerbação dos extremos climáticos.
Essas informações revelam, portanto, um dilema com relação à questão do clima e
do desenvolvimento territorial regional, que é a de manter o equilíbrio ecológico das regiões,
protegendo conjuntamente os regimes climáticos, mesmo com o desenvolvimento econômico
constante que ameaça o meio ambiente. Equilíbrio e regularidade, peças-chave para o
desenvolvimento racional das atividades sociais, encontram-se ameaçados pela falta de
planejamento e de visão da própria produção econômica e das próprias instituições, sejam elas
governamentais ou privadas.
Se, no passado, alterações do clima regional eram provenientes das modificações da
paisagem local e regional, o próximo estágio desse processo vem de alterações na paisagem
natural de biomas que se localizam muito mais distantes, como por exemplo, o do bioma
amazônico, que está sendo desmatado, da mesma forma que foram desmatadas as florestas
pluvio-tropicais do Oeste Paulista e Norte do Paraná. A expansão da fronteira agrícola
brasileira pelas áreas amazônicas pode, além de alterar irreversivelmente todo esse bioma em
um prazo de 30 a 50 anos, segundo o ritmo de desmate atual, modificar o clima do Centro-Sul
Brasileiro, hipótese essa levantada já em pesquisas climáticas por institutos renomados como
o próprio INPE no Brasil ou a NASA no exterior. Isso poderá ocorrer, desde que, com a
retirada da cobertura vegetal da Amazônia, a taxa de evapotranspiração da floresta diminua,
diminuindo a umidade relativa regional. Com a diminuição dessa umidade relativa, ocorrerá
naturalmente a redução de chuvas tanto na Amazônia como no Brasil Central e na região
Sudeste, além de um significativo aumento das temperaturas médias, o que poderá, por sua
vez, influenciar na intensidade das ações futuras de sistemas atmosféricos mais complexos,
como por exemplo, a ação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, de grande importância
para a agricultura do centro-sul no verão. Com a diminuição da intensidade das ZCAS e da
umidade relativa do Brasil Central e Sudeste, o Brasil poderá ficar muito dependente da ação
350
dos sistemas frontais, mas mesmo esses poderão possuir as suas intensidades comprometidas
com a modificação da configuração do mecanismo atmosférico do Brasil Norte e Central.
Desse modo, reforça-se a hipótese de menos regularidade das chuvas, uma maior
sazonalidade do clima e uma maior freqüência dos hazards para as próximas décadas, caso
não haja uma maior organização do planejamento territorial brasileiro com um maior respeito
às áreas naturais (Figura 51).
Vê-se, portanto, a notoriedade da dialética equilíbrio x irregularidade, como fatores-
chave nos estudos climáticos e na discussão do papel do clima no planejamento, estando,
conjuntamente a essa dialética, outra de igual importância, como se referiu Monteiro: a
questão da ordem na desordem, o estudo dos fatores climáticos dotados de uma harmonia
embasada, ao mesmo tempo, em fenômenos aleatórios, não-lineares que muitos pesquisadores
denominaram de caos.
Mesmo nos dias de hoje, as pesquisas climáticas, estando dotadas de programas
computacionais cada vez mais modernos, aliadas a métodos de cálculos cada vez mais
poderosos para a análise atmosférica, esses modelos ainda são passíveis de dúvida para
prognoses mais em longo prazo, apesar da previsão do tempo ser perfeitamente possível com
um grande grau de acerto para previsões de até cinco dias. Reflete-se, portanto, a extrema
complexidade do meio atmosférico, meio este que as ciências exatas ainda não chegaram à
perfeição de análise. Desse modo, nos estudos do clima, em especial a dos eventos extremos e
suas adversidades, assim como o estudo das alterações climáticas futuras, não deve ser
descartada a observação dos fenômenos diários e o estudo climático derivado da observação
desses fenômenos. A própria análise rítmica é uma resposta a uma excessiva “matematização”
desses estudos. Convém ressaltar, e com certa veemência, que a tese não quer desmerecer de
modo algum os estudos exatos, pois é inegável o sucesso da matemática, da física, da
estatística e da meteorologia e o avanço no desenvolvimento de modelos atmosféricos e de
suas prognoses. Ressalta-se, portanto, a união das metodologias de cunho mais empírico com
as de cunho mais exato em busca de um bom ajuste nos modelos, como se refere René Thom
In: Monteiro:
Thom (op. cit., p. 132) admite que na elaboração de modelos pode-se gerar
um conflito entre a aderência rigorosa ao dado empírico – aquilo que os
anglo-saxões chamam de “fit” – e a quantidade de parâmetros que surgem
no modelo: se se introduzem muitos parâmetros, têm-se um bom “fit”, mas
um modelo complicado, se se introduzem poucos, o modelo é simples mas
tem-se um mau “fit”. Seriam assim, excelentes, os modelos que
conciliassem poucos parâmetros e um bom “fit” (p. 87).
351
A união entre métodos de cunho mais empírico como a apresentada nessa tese, de
característica marcadamente geográfica com metodologias de natureza mais exata surge,
naturalmente, como o “caminho do meio”, para a execução de projetos cada vez mais eficazes
com relação ao desenvolvimento dos estudos climáticos e as futuras ações que serão tomadas
desses futuros estudos (Figura 52). Seguindo essa linha de pensamento, outras citações de
Monteiro com relação à entrevista do matemático René Thom, em sua obra “Clima e
excepcionalismo”, são relevantes:
Figura 51 – Hipótese de alteração climática para o Oeste Paulista e norte do Paraná caso a política ambiental não consiga resultados expressivos.
Org: BEREZUK, A. G., 2006.
353
[...] como os homens da caverna, não vemos senão reflexos das coisas, e
para passar do reflexo à coisa verdadeira é necessário multiplicar a
dimensão do espaço e munirmos de uma fonte, que, no caso de Platão é o
fogo, o fogo que ilumina a teoria das catástrofes supõe justamente que as
coisas que vemos são reflexos e que, para chegar ao próprio ser, é preciso
multiplicar por um espaço auxiliar e definir este espaço produzido o ser
mais simples que, por definição, dá origem a morfologia observada (p. 86).
5) Seguindo essa linha de raciocínio, Monteiro revela mais uma vez ao leitor o procedimento
e o pensamento de Thom com relação à sua própria Teoria das Catástrofes, que ele próprio
não denominou como teoria:
Figura 52 – Exposição das duas vertentes do estudo climático, ambas inseridas no contexto da discussão dos fenômenos atmosféricos não-lineares e análise dos eventos
extremos e prognoses de alterações climáticas. Org: BEREZUK, A. G. & DAL MOLIN, J. P. (2006).
355
A questão política voltada aos estudos climáticos, que agiria principalmente com a
missão de proteger o ambiente, que se constituiria como a esfera das ações e das medidas, é
justamente o meio onde, por muitas vezes, apresenta-se dotado de uma grande inércia.
Percebe-se que a maioria dos esforços técnicos e teóricos das universidades e institutos
literalmente esmorece quando necessita que sejam tomadas as ações que exigem em seus
estudos.
A situação configura-se como séria e, caso as medidas necessárias não sejam
tomadas com relação a uma melhoria na proteção dos recursos naturais, dos recursos hídricos
e na organização do meio agroindustrial, o meio natural brasileiro pode realmente entrar em
uma fase marcadamente delicada, onde as alterações climáticas já iniciadas vão estar mais
presentes, com a transformação das paisagens nacionais em áreas gradativamente mais hostis.
O intervalo que o país terá para sanear o problema ou mesmo amenizá-lo é tão incerto quanto
debater sobre a natureza dos eventos extremos do Oeste Paulista e do Norte do Paraná,
podendo ser esse intervalo de vinte, cinqüenta ou mais de cinqüenta anos. O certo é que o
tempo está correndo e regiões como a área de estudo da tese terão suas características
climáticas nocivamente alteradas caso o país não apresente as medidas necessárias para conter
esse impasse ambiental.
357
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTALANFFY, L. V. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis : Vozes, 2 ed., 1975. 351 p.
BOIN, M. N. Chuvas e erosões no Oeste Paulista: uma análise climatológica aplicada. Rio
Claro: Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, 2000. (Tese, Doutorado).
HOUGHTON, J. T. et al. Climate change 1995 : the science of climate chance. Nova
Iorque : Cambridge, WMO/UNEP, 1998. 372 p.
LOMBARDO, M. A. Ilha de calor nas metrópoles: o exemplo de São Paulo. São Paulo :
HUCITEC, 1986. 244 p.
McGREGOR, G. R. & NIEUWOLT, S. Tropical climatology. New York : Wiley & Sons, 2
ed., 1998. 339 p.
360
MONTEIRO, C. A. F. A dinâmica climática e as chuvas no Estado de São Paulo. São
Paulo : Universidade de São Paulo, Instituto de Climatologia, 1973. 129 p.
SOUZA, C. G. A análise dos episódios climáticos extremos no oeste paulista a partir das
notícias veiculadas pela imprensa local. Presidente Prudente : FCT/ UNESP, 2005. 51 p.
(Monografia)
TELES, A. X. Introdução ao estudo da filosofia, 23 ed. São Paulo : Ática, 1985. 200 p.
regional, não voltado para outras regiões que possuem características climáticas e físicas
diferentes. Consiste-se, portanto, em um método mais embasado nos detalhes físicos e
geográficos do que veiculado a cálculos muito complexos que muitas vezes não conseguem
atingir um razoável grau de eficiência em se tratando de fenômenos caracterizadamente não-
lineares. Propõe-se, portanto, para a criação de um método para a confecção de um mapa de
vulnerabilidade climática regional, a criação de um índice de vulnerabilidade climática
regional, com etapas de planejamento mais relacionadas ao procedimento empírico, dotadas
de cálculos matemáticos simples e que reproduziriam um mapa confiável do grau de
vulnerabilidade climática das diferentes regiões de nossa área de estudo.
Dois fatores principais regem a formulação desse índice: os fatores de ordem
climática e os fatores relacionados às características físicas regionais que também influirão
nos níveis de vulnerabilidade de uma área aos eventos climáticos.
FATORES CLIMÁTICOS
mais de 25 dias
Mapa Fevereiro Mapa Agosto Mapa ou imagem das áreas urbanas regionais
Organograma 6 – Esquematização da primeira etapa para a confecção de um mapa de vulnerabilidade climática anual.
368
Figura 53 – Primeira etapa para elaboração do Mapa de Vulnerabilidade Climática com procedimento para inclusão da malha de pontos nos mapas
Org: BEREZUK, A. G. (2006)
369
Sendo assim, o volume pluviométrico localizado entre a média e uma vez o desvio
_ _
padrão para mais ou para menos terá valor zero. O valor pluviométrico entre x − 1s e x − 2 s e
_ _
x + 1s e x + 2s terá valor 1; os valores superiores a duas vezes o desvio padrão para mais ou
para menos terão valor 2 e os que excederem a marca de três desvios padrões terão valor 3.
Assim, prioriza-se a interpretação do evento extremo de cada área, dando importância ao que
é anômalo.
O passo seguinte é somar o número obtido pela soma dos valores dos doze meses
mais o número de chuvas torrenciais (temporais) do ano e dividir por 50, chegando-se a um
resultado entre 0 e 1 das precipitações do ano correspondente. O valor de 50 não deve ser
extrapolado, sendo números maiores que esse denominador também considerados como 50.
Quanto mais próximo de zero, mais uniformes e menos intensas foram as chuvas; quanto mais
próximo de um, maior foi a anormalidade e instabilidade da intensidade pluviométrica,
ocasionando, conseqüentemente, maior quantidade de eventos extremos.
Com relação aos períodos de estiagem / seca de cada ponto da malha, a sua
classificação ocorre da seguinte forma, levando em consideração o número de dias sem
precipitação significativa:
A somatória dos valores dos quatro fatores deve ser dividida por 10, gerando o
índice de estruturação local. Quanto mais próximo de um, maior é a vulnerabilidade física do
ponto da malha, sendo o ponto, conseqüentemente, mais propício a sofrer com adversidades
climáticas.
Obtendo-se os dois índices, somam-se ambos e divide-se por dois, chegando ao
índice de vulnerabilidade climática anual de cada ponto. Repete-se esse procedimento com
todos os pontos da malha, sendo organizada a planilha.
373
Ventanias resultado de 0 a 1
número de ventanias
(máximo de 20) : 20 0 = sem ocorrência de ventanias
O cálculo dos doze meses, segundo a distribuição O valor total do índice não
de Gauss pode chegar ao número máximo de 36 número de chuvas torrenciais pode ultrapassar o denominador 50
segundo o índice (temporais)
+ 0 = sem eventos extremos
Organograma 7 – Procedimento para a obtenção do índice de eventos extremos da área de estudo da tese. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
375
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DO
ÍNDICE DE VULNERABILIDADE CLIMÁTICA
Precipitação resultado de 0 a 1
Ventanias resultado de 0 a 1 :3 ÍNDICE DE EVENTOS EXTREMOS ANUAL
(0 a 1)
Áreas de Escarpa
3 (front da cuesta) Topografia Áreas Urbanas
2
ÍNDICE DE ESTRUTURAÇÃO LOCAL 2 Áreas Montanhosas
: 10 (0 a 1)
Áreas de Planalto
Colinas Suaves
1 FATORES FÍSICOS DA
Vertentes Convexizadas
ÁREA DE ESTUDO
Presença de cobertura arbórea
1 Áreas de Planície
1
Semi-presença de cobertura
2 vegetal arbórea e herbácea Vegetação
Cada ano subsequente, a metodologia deve ser repetida. Porém o resultado do índice de vulnerabilidade climática
deve ser somado com a média dos anos anteriores e dividido por 2
Organograma 9 – Fim de procedimento para confecção do mapa de vulnerabilidade climática. Org: BEREZUK, A. G. (2006)
377
ANEXO
378
ESCALA DE BEAUFORT