Pro - Med-Obs.005 - V4 Cardiotocografia
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PROTOCOLO PRO.MED-OBS.005 – Página 1/7
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CARDIOTOCOGRAFIA 02/03/2020 revisão:
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Versão: 4 01/03/2022
1. AUTORES
• Emilcy Rebouças Gonçalves
• Jordana Parente Paiva
• Francisco Edson de Lucena Feitosa
2. INTRODUÇÃO
A cardiotocografia consiste no registro gráfico da frequência cardíaca fetal (FCF), da
movimentação fetal e da contração uterina por meio do cardiotocógrafo (tabela 15). Através deste
exame, consegue-se estimar o bem-estar fetal. A cardiotocografia (CTG) pode ser realizada:
2.1 Anteparto
• Sem estresse
• Com estresse
2.2 Intraparto
Padrão pseudo-sinusiodal: aparência serrilhada, dura no máximo 30 minutos e tem padrão normal antes e
depois. Causas: administração de analgésicos à mãe; períodos de sucção fetal.
Estados comportamentais do feto: São mais claros após 32-34semanas. Caracterizam-se por períodos de
sono profundo (duração de até 50 minutos, com linha de base estável, acelerações muito raras e
variabilidade limítrofe), sono ativo (estado mais frequente, com um número moderado de acelerações e
variabilidade normal) e vigília ativa (mais rara, representada por um grande número de acelerações e
variabilidade normal, por vezes sendo difícil até estimar a linha basal). Indicação responsividade neurológica
fetal e ausência de hipóxia / acidose.
Tabela 1 - Definição de termos utilizados na cardiotocografia
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
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4. CARDIOTOCOGRAFIA ANTEPARTO SEM ESTRESSE
• Realização de CTG em gestantes na ausência contrações uterinas.
• Indicação: avaliação de vitalidade fetal sob a premissa de que fetos com boa oxigenação
têm aceleração transitória com a movimentação (tabela 2).
INDICAÇÕES PARA CARDIOTOCOGRAFIA ANTEPARTO
Condições maternas Condições relacionadas à gravidez
Diabetes mellitus pré-gestacional Hipertensão gestacional
Hipertensão Pré-eclâmpsia
Lúpus eritematoso sistêmico Diminuição do movimento fetal
Doença renal crônica Diabetes mellitus gestacional (mal
Síndrome do controlado)
anticorpo antifosfolípide Oligoâmnio
Hipertireoidismo (mal Restrição de crescimento fetal
controlado) Gravidez tardia ou pós-termo
Hemoglobinopatias Isoimunização
Doença cardíaca cianótica Morte fetal prévia (risco inexplicável ou
recorrente)
Gestação múltipla monocoriônica (com
significativa discrepância de crescimento)
Tabela 2 - Condições que indicam realização de cardiotocografia anteparto
• Interpretação:
▪ Reativa: presença de 2 ou mais acelerações em 20 minutos.
▪ Não reativa: quando não há acelerações suficientes em 40 minutos de exame.
• A presença de acelerações transitórias de pelo menos 15 bpm acima da linha de base e de
15 segundos de duração é considerada um bom indicador da função autônoma fetal
normal.
• Estímulo vibroacústico: reduz a incidência de teste não reativos em cerca de 40%. Para
realizá-lo, provocar estímulo vibratório, com dispositivo específico, sobre o abdome
materno por cerca de 1-2 segundos. Se não há resposta adequada, o estímulo pode ser
repetido até três vezes.
• Entre 24 e 28 semanas de gestação, até 50% das CTG sem estresse podem não ser reativas.
• Entre 28 e 32 semanas de gestação, o valor preditivo para prever bem-estar fetal foi melhor
quando utilizado acelerações de 10 bpm, com duração de 10 segundos.
6. CARDIOTOCOGRAFIA INTRAPARTO
• Indicação: gestantes com risco de hipoxemia/acidose fetal durante o trabalho de parto
(tabela 3).
• Não deve ser realizada de rotina na admissão hospitalar de pacientes de risco habitual,
essas pacientes devem ser conduzidas com ausculta intermitente (tabela 18). Aumenta em
20% a probabilidade de realização de cesárea, quando comparada ao uso de ausculta
intermitente.
7. REFERÊNCIAS
1. Adriana Suely de Oliveira Melo, Alex Sandro Rolland Souza, Melania Maria Ramos
Amorim. Avaliação biofísica complementar da vitalidade fetal. FEMINA. Junho 2011. vol
39, nº 6. 304-312.
2. Antepartum Fetal Surveillances. Practice Bulletin No. 145. American College of
Obstetricians and Gynecologists. Obstet Gynecol 2014; VOL. 124, NO. 1, JULY 2014.
3. Debrah Lewis, Soo Downe. FIGO consensus guidelines on intrapartum fetal monitoring:
Intermittent auscultation. International Journal of Gynecology and Obstetrics 131 (2015)
9–12.
4. Devane D, Lalor JG, Daly S, McGuireW, Cuthbert A, Smith
5. V. Cardiotocography versus intermittent auscultation of fetal heart on admission to
labour ward for assessment of fetal wellbeing (Review). Cochrane Database of Systematic
Reviews 2017, Issue 1. Art. No.: CD005122.
6. Diogo Ayres-de-Campos, Catherine Y. Spong, Edwin Chan- draharan. FIGO consensus
guidelines on intrapartum fetal monitoring: Cardiotocography. International Journal of
Gynecology and Obstetrics 131 (2015) 13–24.
7. George A. Macones, Gary D. V. Hankins, Catherine Y. Spong, John Hauth, and ftomas
Moore. fte 2008 National Institute of Child Health and Human Development Workshop
SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE
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Report on Electronic Fetal Monitoring: Update on Definitions, Interpretation, and
Research Guidelines. American College of Obstetricians. vol. 112, no. 3, September 2008
8. Management of intrapartum fetal heart rate tracings. Practice Bulletin No. 116. American
College of Obstetricians and Gynecologists. Obstet Gynecol 2010; 116: 1232-40.
9. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. Geneva:
World Health Organization; 2018.
8. HISTÓRICO DE REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO