Geologia Histórica

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Geologia Histórica

A natureza do tempo geológico - entendendo como dividimos o tempo de existência da


Terra

Discente: Uliana Franco Medina Procópio - 20192051007

1.Como uma sucessão é escolhida para abrigar um Golden Spike? Ou seja, quais
características ela deve ter?

Segunda a comissão internacional de estratigrafia, responsável pela escala de


tempo, uma sucessão deve obedecer aos seguintes critérios:
 Uma seção deve conter um marcador estratigráfico que defina o limite inferior
de um estágio geológico;
 O limite deve ser definido por uma mudança observável e inequívoca nas
propriedades físicas ou no conteúdo fóssil dos estratos, por exemplo, o dado de
primeira aparição de uma espécie fóssil;
 A seção estratigráfica de afloramento contendo o marcador deve ter espessura
adequada para suportar a correlação global;
 A sedimentação na seção que contém o limite deve ser contínua, sem alterações
na fácies;
 A seção que contém o marcador não deve ser afetada por movimentos tectônicos
e sedimentares, e metamórficos;
 A seção que contém o marcador deve ser acessível à pesquisa e de acesso livre.

2.Quais características deve ter um organismo para balizar um Golden Spike?

Ele deve estar bem preservado, apresentado características evolutivas, além de


precisar haver um grande número, com boa distribuição espacial e boa correlação dos
registros já conhecidos.

3.Quais os grupos mais utilizados para balizar Golden Spikes? O que eles têm em comum?

Conodontes, Amonites, Foraminídeos e Graptólitos. Nota-se que todos representam


animais marinhos, sendo este um ambiente com bom potencial de preservação e grande
distribuição espacial, facilitando a correlação de seus registros.
4.Por que grandes vertebrados não apareceram nesse levantamento?

Para ser considerado um Golden Spike, o registro deve estar bem preservado. Os
grandes vertebrados não foram muito bem preservados devido aos seus tamanhos e
ambientes de vida, o que dificulta realizar a correlação entre eles.

5.Faça uma breve consideração sobre os Golden Spikes holocênicos serem no gelo.

Isso advém de grandes eventos climáticos com baixas temperaturas ocorridos no


momento, ocasionando em glaciações. Além do mais, os Golden Spiker do holoceno estão
localizados em locais que atualmente ainda se encontram em baixas temperaturas. Os
Golden Spikes que marcam o holoceno médio e inferior estão localizados no espeço mando
de gelo da Groelândia, enquanto o marcador do holoceno superior, o Golden Spike de
Meghalaya, na India está localizo no que foi considerado o local mais chuvoso do mundo,
estando na caverna Mawmluh. O calcário das rochas presentes juntamente com o alto
índice pluviométrico favorece a formação de cavernas com grandes estalactites, ótimos
marcadores climáticos.

6.Em uma caverna, onde você procuraria pelo registro de um evento climático?

Como dito anteriormente, as estalactites são excelentes marcadores climáticos, uma


vez que levam milhares de anos para atingirem grande tamanhos, e dependem diretamente
da quantidade de água que passa pela rocha. Para que ocorra a formação de uma estalactite
é necessário que haja solo sobre a caverna, para que assim a água possa infiltrar e percolar
lentamente, de forma que o produto da dissolução da rocha possa cristalizar, assim
estalactites compridas e espeças indicam momentos de grande humidade e pluviosidade.

7.Por que não há Golden Spikes pré-cambrianos?

Os Golden Spikes são determinados em locais específicos, com uma localização, de


onde foi encontrado o evento usado para a delimitação da unidade, sendo usado o sistema
GSSP (Global Boundary Stratotype Section and Point). Para o pré-cambriano foi usado o
sistema GSSA (Global Standard Stratigraphic Age), que é baseada numa convenção de
idades absolutas, devido à baixa quantidade de registros fósseis, não havendo um lugar
específico na Terra que marque a delimitação da unidade.
8.Faça um resumo da Escala do Tempo Geológico (Éon, Era, Períodos).

A escala de tempo geológico está dividida em quatro éons Hadeano, Arqueano,


Proterozóico e Fanerozóico. Os três primeiros são agrupados em uma categoria chamada de
Pré-Cambriano, uma vez que o Cambriano é o primeiro período do Éon atual, o
Fanerozóico.

O Hadeano não possui subdivisões, ou seja, Eras e Períodos. Já o Arqueano é


subdividido em quatro Eras: Neo, Meso, Paleo e Eo-Arqueano. Em seguida, o Proterozóico
possui três Eras: Neo, Meso e Paleo-proterozóico. Estas também estão subdivididas, tendo
seus Períodos da seguinte forma:

 Neo-proterozóico: Ediacariano, Cryogeniano e Toniano;


 Meso-proterozóico: Steniano, Ectasiano e Calymmiano;
 Paleo-proterozóico: Staheriano, Orosiriano, Rhyaciano e Sideriano.

Da mesma forma, o Fanerozóico também possui suas Eras: Paleozoico, Mesozoico e


Cenozoico. E seus Períodos:

 Paleozoico: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e


Permiano.
 Mesozoico: Triássico, Jurássico e Cretáceo.
 Cenozoico: Paleógeno, Neógeno e Quaternário.

Cada Período do Fanerozóico também é subdividido em Épocas e Idades.

9.Por que utilizamos fósseis como balizadores do Golden Spike (com algumas exceções).

Devido aos seus altos potenciais de preservação, os fósseis contam a história da


vida e da Terra e podem ensinar sobre as origens do homem, e o porquê do mundo atual ser
como é. William Smith (1769-1839), foi o primeiro a reconhecer a importância dos fósseis
para determinar a possível idade das rochas sedimentares, uma vez que podem ser
ordenadas espacialmente de acordo com as características das rochas e a ordem dos fósseis
nelas contidos. Assim, foi possível correlacionar formações geológicas muito afastadas
entre si com base nos grupos semelhantes de fósseis presentes, devido a sua grande
distribuição espacial.
Fontes:

MOURA, David. O lugar mais chuvoso da Terra, 2019. Disponível em


https://tempo.com/noticias/actualidade/o-lugar-mais-chuvoso-da-terra.html. Acesso em: nov.
de 2022.

INTERNATIONAL COMMISSION ON STRATIGRAPHY. Global Boundary Stratotype


Section and Points. Disponível em: https://stratigraphy.org/gssps/. Acesso em: nov. de 2022.

TEIXEIRA, Wilson. Tempo geológico: a história da Terra e da vida. Geologia. Tradução. São
Paulo: USP/UNIVESP/EDUSP, 2014. p. 247-279. Disponível em:
https://repositorio.usp.br/directbitstream/4f6449c6-f857-44f6-8d50-
6fd3c36b94d8/2675489.pdf. Acesso em: nov. 2022.

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