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AO JUÍZO DA _VARA CÍVEL DA COMARCA DE BATAGUASSU - ESTADO DE

MATO GROSSO DO SUL

FLÁVIO APARECIDO ALVES DOS SANTOS, brasileiro, união


estável, portador da cédula de identidade RG nº 001.357.425
SSP/MS, cadastrado no CPF/MF sob nº. 346.802.648-02, residente
e domiciliado à Rua Santa Isabel, 740, Jardim são Francisco
nesta cidade e Comarca de Bataguassu MS, vem mui
respeitosamente a Vossa honrada presença, em causa própria,
propor com fulcro no Artigo 700 do Código de Processo Civil
AÇÃO MONITÓRIA em face de FRANCISCO LOPES CARDOSO JUNIOR
devidamente cadastrado no CPF/MF 481.028.061-68, endereço
eletrônico desconhecido, residente e domiciliado na Rua
Silveira Cardoso, 267, Bairro Novo Horizonte na cidade e
comarca de Bataguassu MS CEP 79780-000, o que faz pelos
motivos de fato e razões de direito a seguir aduzidas:
Fone: (67) 99854 – 7797
e-mail: [email protected]
1 DOS FATOS
O requerente recebeu os cheques de números 900017 e
900018, nos valores R$ 870,00 (Oitocentos e Setenta Reais) e
R$ 910,00 (Novecentos e Dez Reais) respectivamente, emitidos
contra o Sacado Banco Caixa Agência 3735 na data de 06 de
Abril de 2015 e que foram emitidos pelo requerido.
Os cheques perderam a força executiva.
Em que pese os esforços para receber seu crédito, o
requerente até aqui amarga um prejuízo, portanto não resta
alternativa que seja a impetração da presente, para receber os
valores e evitar o enriquecimento sem justa causa do
requerido.
É a síntese do necessário.

2 DO DIREITO

Preliminarmente

O requerente nessa oportunidade vem requerer os


benefícios da assistência judiciária gratuita, por ser pobre
nos termos da lei, não possuindo condições de demandar em
juízo sem prejuízo próprio, de modo a comprovar o alegado
apresenta declaração de insuficiência financeira.
Nesse sentido o artigo 701 § 1º isenta o devedor de
custas caso cumpra o mandado monitório no prazo estipulado.
Inclusive não lhe é exigido à garantia do juízo, caso
opte por apresentar embargos à ação monitória.
Negar a justiça Gratuita seria equivalente a negar o
próprio acesso à justiça para forçar o devedor a satisfazer
obrigações assumidas espontaneamente, como ocorre no caso em
tela.
Pelo deferimento da Justiça Gratuita!

Fone: (67) 99854 – 7797


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DO MÉRITO

A Lei do Cheque disciplina nos artigos 59 e 61 os prazos


de prescrição para exercitar o direito utilizando os
princípios cambiários sem que haja necessidade em debater a
causa debendi, quais sejam: ação de execução e ação de
locupletamento.
Entretanto a Súmula 299 do STJ admite outra possibilidade
que é a ação monitória fundada em cheque prescrito.

Súmula 299 STJ – É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

"Na linha da orientação das Turmas da Segunda Seção, o cheque prescrito é


prova suficiente a ensejar o ajuizamento de ação monitória, pouco
importando a origem da dívida." (REsp 419477 RS, Rel. Ministro SÁLVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 04/06/2002, DJ
02/09/2002, p. 199).

Nesse sentido o Artigo 700 do Código de Processo Civil


permite àquele que possuir prova escrita sem eficácia de
título executivo o manejo da ação monitória para exigir do
devedor que efetue o pagamento de quantia em dinheiro.

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que
afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título
executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro; (DESTAQUEI)

O STJ já se posicionou sobre o tema, veja:

DIREITO COMERCIAL. RECURSO ESPECIAL. CHEQUES. BENEFICIÁRIA


DOMICILIADA NO EXTERIOR. PRAÇA DE EMISSÃO. OBSERVÂNCIA AO
QUE CONSTA NA CÁRTULA. AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO SEM CAUSA
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DE NATUREZA CAMBIAL. TRANSCURSO DO PRAZO PREVISTO NO
ARTIGO 61 DA LEI 7.357/85. POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE
AÇÃO DE COBRANÇA, COM DESCRIÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO
SUBJACENTE, OU DE AÇÃO MONITÓRIA, CUJO PRAZO PRESCRICIONAL
É DE 5 ANOS.
1. O cheque é título de crédito que se submete aos princípios
cambiários da cartularidade, literalidade, abstração, autonomia das
obrigações cambiais e inoponibilidade das exceções pessoais a
terceiros de boa-fé, por isso deve ser considerado como local de
emissão o indicado no título.
2. O artigo 33 da Lei 7.357/85 prevê expressamente que o cheque pode
ser emitido no exterior, não podendo, portanto, servir de escusa a
alegação de que o local consignado na cártula diverge daquele em que ela
foi efetivamente emitida por a beneficiária não ter domicílio no Brasil.
3. O fato de a tomadora ter domicílio no estrangeiro não elide, por si só, a
possibilidade de o cheque ter sido recebido na praça constante da cártula,
ainda que por um representante ou preposto da tomadora.
4. O cheque é ordem de pagamento à vista, sendo de 6 (seis) meses o
lapso prescricional para a execução após o prazo de apresentação, que é
de 30 (trinta) dias a contar da emissão, se da mesma praça, ou de 60
(sessenta) dias, também a contar da emissão, se consta no título como
sacado em praça diversa, isto é, em município distinto daquele em que se
situa a agência pagadora.
5. Prescrito o prazo para execução do cheque, o artigo 61 da Lei do
Cheque prevê, no prazo de 2 (dois) anos a contar da prescrição, a
possibilidade de ajuizamento de ação de locupletamento ilícito que, por
ostentar natureza cambial, prescinde da descrição do negócio jurídico
subjacente. Expirado o prazo para ajuizamento da ação por
enriquecimento sem causa, o artigo 62 do mesmo Diploma legal ressalva
ainda a possibilidade de ajuizamento de ação fundada na relação causal, a
exigir, portanto, menção ao negócio jurídico que ensejou a emissão do
cheque.
6. A jurisprudência desta Corte admite também o ajuizamento de
ação monitória (Súmula 299/STJ) com base em cheque prescrito,

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sem necessidade de descrição da causa debendi, reconhecendo que a
cártula satisfaz a exigência da "prova escrita sem eficácia de título
executivo", a que alude o artigo 1.102-A do CPC.
7. Recurso especial não provido. (STJ - Acórdão Resp 1190037 / Sp,
Relator(a): Min. Luis Felipe Salomão, data de julgamento: 06/09/2011,
data de publicação: 27/09/2011, 4ª Turma) (DESTAQUEI)

Assim plenamente demonstrado o direito do autor a


procedência da ação é medida que se impõe.
O prazo prescricional para ajuizamento de ação monitória
fundada em cheque prescrito é de 05 (cinco) anos contados do
dia seguinte ao da emissão, nos termos da Súmula 503 do STJ:

Súmula 503 STJ - O prazo para ajuizamento de ação monitória em


face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.

O artigo 397 do Código Civil estabelece estar plenamente


constituído em mora o devedor de obrigação líquida e positiva.

Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo,


constitui de pleno direito em mora o devedor.

No mesmo sentido é a Lei 7357/85 ao estabelecer ser o


cheque pagável à vista.

Art . 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-estrita qualquer


menção em contrário
Desse modo, a dívida acima demonstrada totaliza o valor
principal de R$ 3.714,78 (Três Mil Setecentos e Quatorze Reais
e Setenta e Oito Centavos), obtidos da atualização monetária
dos valores descritos nas lâminas pelo IGP-M da data da
emissão até 16 de Agosto de 2019 bem com juros simples de 12 %

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(doze por cento) ao ano pró-rata die a partir do vencimento,
conforme demonstrativos anexos.

3 DO PEDIDO

Por todo o exposto é a presente para REQUERER que Vossa


Excelência se digne a providenciar:

a- Que Conceda os benefícios da Assistência Judiciária


Gratuita.

b- Que nos termos d Artigo 701 do CPC determine a


expedição de mandado monitório a ser cumprido por
oficial de justiça para o requerido efetuar o
pagamento de R$ 3.714,78 (Três Mil Setecentos e
Quatorze Reais e Setenta e Oito Centavos), com o
devido acréscimo de honorários advocatícios.

c- Findo o prazo para pagamento, com ou sem a


apresentação de embargos monitórios seja constituído
Título Executivo Judicial, com o réu condenado ao
pagamento das custas judiciais acrescidas dos
honorários advocatício de sucumbência.

d- Caso seja proposto de má-fé embargos à ação monitória


que o réu seja condenado ao pagamento de multa de 10%
(dez por cento) sobre o valor atribuído a causa.

e- Nos termos do Artigo 334 § 4º do Código de Processo


Civil o requerente, manifesta expressamente pelo
interesse pela designação de audiência de tentativa de
conciliação.

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Protesta provar o alegado por todos os meios de provas
admitidos em direito, em especial, mas sem excluir nenhuma
outra, juntada de documentos, depoimento pessoal do requerido
sob pena de confesso, testemunhas, etc.

Dá-se a causa o valor de R$ 3.714,78 (Três Mil Setecentos


e Quatorze Reais e Setenta e Oito Centavos) para fins de
direito.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Bataguassu, 16 de Agosto de 2019.

FLÁVIO APARECIDO ALVES DOS SANTOS


ADVOGADO OAB/MS 21.419
(assinado por certificação digital)

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