Ação Monitoria - Cheque Prescrito

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CIVEL

DA COMARCA DE MANACAPURU/AM

Fulano de tal, brasileiro, casado, mecânico, RG: 000


SSP/SP e CPF: 000, residente e domiciliado na Av. 123 Bairro 123 CEP: 000
nesta cidade e Comarca de Barretos/SP, por seu advogado que esta
subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência com fulcro nos art. 700 e seguintes do CPC/2015 propor a
presente:
AÇÃO MONITÓRIA FUNDADA EM CHEQUE PRESCRITO

em face de Fulana de tal portador (a) do CPF 000, com


endereço na Rua Colômbia, número 000, bairro: 345, CEP 000, Barretos-sp,
pelos fatos e razões de direito a seguir expostos:
I – DOS FATOS
A parte autora é credora do réu por meio de um cheque
(Título (s) em anexo (s)
O título em questão alcança o montante desatualizado
de R$ 000
Uma vez que passou os 6 meses previstos para que o
cheque tenham eficácia de título executivo extrajudicial, não sobrou ao autor
outra alternativa a não ser buscar o adimplemento de crédito através dessa
ação monitória.
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.
Com a máxima vênia, Excelência, haja vista que,
anteriormente o (a) requerente já procurou pela requerido (a) objetivando o
pagamento das dívidas de forma amigável, restando infrutífera a tentativa,
desde já requer se a dispensa da designação da audiência de conciliação,
devendo, portanto, prosseguir a ação monitória em seus ulteriores atos.
II – DO DIREITO
2.1. Da possibilidade de propor ação monitória para
cobrança de cheques prescritos
O cheque emitido pelo requerido já se encontra prescrito,
por já ter transcorrido mais de 06 (seis) meses do prazo de apresentação do
referido título extrajudicial ao banco sacado, não sendo possível, destarte, a
sua cobrança via ação de execução de título extrajudicial.
Pensando justamente nessas situações, o legislador
criou a ação monitória, que é um meio pelo qual o credor poderá cobrar do
devedor soma em dinheiro, com base em prova escrita sem eficácia de título
executivo. Senão vejamos:
Art. 700 A ação monitória pode ser proposta por aquele
que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter
direito de exigir do devedor capaz:
I – o pagamento de quantia em dinheiro;
II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem
móvel ou imóvel;
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não
fazer.
A prova escrita, exigida pelo art. 700 do CPC/2015, é todo
documento que, embora não prove diretamente o fato constitutivo, permite ao
órgão judiciário deduzir, através de presunção, a existência do direito
alegado.
E previsão legal, jurisprudência e também entendimento
majoritário nas cortes brasileiras de que o detentor de prova escrita sem
eficácia de título executivo poderá intentar uma ação monitória para receber
uma determinada soma em dinheiro, coisa fungível ou determinado bem
móvel, já é categoricamente firmado entre os diversos Tribunais do nosso
país.
Outrossim em 2015 o Superior Tribunal de Justiça firmou
o entendimento de que é cabível ação monitória para cheques prescritos,
quando ajuizadas contra o emitente, não sendo necessário se quer fazer
menção ao negócio jurídico que originou a cártula, conforme Súmula 531:
Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque
prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio
jurídico subjacente à emissão da cártula. (STJ. 2ª Seção. Aprovada em
13/05/2015).
Ora, face as considerações aduzidas e a juntada da
respectiva prova escrita cheque, como prova da obrigação resta
comprovando o direito da parte autora de ter a obrigação do qual é credora
adimplida através do pagamento em dinheiro, destaca-se desde já que o
presente cheque se encontra endossado e conforme a lei 7.357/85.
“Art. 17 O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou
sem cláusula expressa “à ordem”, é transmissível por via de endosso.”
Requer, portanto, que Vossa Excelência determine na
forma do Art. 700, I do CPC/2015 o pagamento da quantia em dinheiro
referente ao valor da cártula de cheque em questão.
III – DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer a Parte Autora à Vossa Excelência
que se digne em determinar:
I – a citação do requerido, na forma do
Art. 246 do CPC/2015, para querendo este efetue o pagamento ou ofereça
embargos;
II – a total procedência da presente ação, uma vez
evidente o direito da parte autora, seja deferido mandado de pagamento no
valor de R$ 000, conforme memória de cálculo, relativos ao montante em, no
prazo de 15 dias, na forma do art. 701, caput, do CPC/2015;
III- a constituição de pleno direito do título executivo
judicial, caso não seja efetuado o pagamento ou oferecido os embargos
previstos no Art. 702 do CPC/15, sendo observado o disposto no Título II do
Livro I da Parte Especial do mesmo código.
IV - a concessão dos benefícios da justiça gratuita, por
ser a Parte Autora legalmente necessitada, com fulcro no art. 5º,
inc. LXXIV da Constituição da República e da Lei nº 1.060/50, vide declaração
de hipossuficiência econômica juntada;
V - Requer provar o alegado por todos os meios em
direito admitidos.
Dá-se à causa o valor de R$ 000
Termos em que
Pede deferimento.

Manacapuru/AM, 08 de Setembro de 2020.

Raimundo Pereira Brito


OAB/AM – 6.679

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