132e3 - RES. SC N 56 - AE Estrada de Ferro Perus-Pirapora
132e3 - RES. SC N 56 - AE Estrada de Ferro Perus-Pirapora
132e3 - RES. SC N 56 - AE Estrada de Ferro Perus-Pirapora
Considerando
I – Que a presente regulamentação do tombamento da Estrada de Ferro Perus-
Pirapora vem buscar sanar indefinições na proposta original de preservação deste bem
cultural;
II – Que cabe lembrar o que estabelece, em termos gerais, a relevância deste
conjunto para o patrimônio cultural paulista, e que são elementos de destaque na
definição deste conjunto, essencialmente:
• Seu peculiar acervo ferroviário, de procedências diversas, mas tendo como
característica especial a estreita bitola de 60 cm da linha definitiva (?)
• O traçado da linha férrea que evita ao máximo o confronto com acidentes
naturais: acompanha cursos d’água acomodando-se em curvas de nível em meio
a paisagem predominantemente natural (além das situadas nas regiões
metropolitanas de São Paulo);
• O potencial de recuperação da área para um projeto de criação de um
complexo turístico ligado à natureza e a preservação da estrutura ferroviária
paulista.
III – Que este tombamento, porém, tem sido marcado por uma série de dificuldades
das quais podem destacar-se:
• A peculiaridade do acervo gerando dificuldades epistemológicas para sua
identificação e análise pelo quadro técnico permanente do CONDEPHAAT;
• A grande extensão da malha ferroviária;
• O fato da linha e de seus domínios serem de propriedades particulares em
regiões muito valorizadas;
• A ausência de iniciativas concretas que estimulam a preservação, superem
o desinteresse e despertem nos vários setores sociais, o reconhecimento do valor
histórico e cultural de tais bens;
• O fato do conjunto de peças de reposição e manutenção do acervo
ferroviário não ser da mesma propriedade do conjunto ferroviário, e sim bens
públicos entendidos pelo seu eventual valor metal e não vinculado ao conjunto do
qual originalmente faz parte:
• A proximidade da metrópole de São Paulo que tem ocasionado fenômenos
de invasão e loteamentos clandestinos ao longo da área envoltória.
IV – Mais ainda, que apenas por estes aspectos se pode verificar que, ao lado da
complexidade de ordem técnica, há uma forte dimensão de natureza política a dificultar a
efetivação da preservação do monumento em termos de sua conservação e, sobretudo,
em termos de sua reativação que é a meta maior e premente deste tombamento;
V – Que, ademais, ao longo dos anos de convívio com este assunto a equipe técnica do
Condephaat foi, há um tempo, buscando aparelhar-se tecnicamente para abordar com
justiça a questão e, por outro lado, amadurecendo uma reflexão sobre o tema com o
mesmo objetivo, sendo que, achando-se ainda pendente de regulamentação o
tombamento do bem, a presente regulamentação é o resultado deste esforço, de modo a
oferecer os elementos básicos para:
• Buscar a revitalização e funcionamento da Estrada de Ferro Perus-
Pirapora;
• Permitir ao principal proprietário a utilização do ponto de vista econômico
de suas terras, e
• Ordenar as ocupações ao longo da área envoltória sem descaracterizar o
bem,
Resolve:
Artigo 2o – Com relação aos vagões de ferro, com muitos exemplares idênticos,
deverá ser feita uma seleção realizada em conjunto com pessoal especializado da
Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, para aproveitamento de parte como
reserva técnica em futuro projeto de revitalização da ferrovia, procedendo-se à liberação
do restante.