Profetas Menores - Lição 02

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EBD 02 CORRUPÇÃO E INJUSTIÇA NA LIDERANÇA

TEXTO BÍBLICO: MIQUEIAS 3:4


“Os seus chefes dão as sentenças por suborno, e os seus sacerdotes ensinam por
interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao
Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá”.
(Miqueias 3.11)
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS MIQUÉIAS
3.1-4 3.5-8 3.9-12 4.1-3 4.4-6 4.7-9 4.10-13

xercer a liderança, seja no âmbito secular ou eclesiástico, é um grande


privilégio, mas, também, traz consigo imensas responsabilidades.
Biblicamente falando, liderança pressupõe serviço em benefício do outro.
Principalmente no contexto do reino de Deus, liderar requer o serviço
abnegado em prol dos outros. Em seu livro Liderança cristã: a arte de
crescer com as pessoas, Nancy Dusilek conceitua liderança como “o processo
cooperativo, onde líder e liderados interagem para a concretização de
objetivos comuns” (p.12). Ela afirma que o conceito de liderança no Novo
Testamento está ligado diretamente ao serviço (p.35).
Infelizmente, muitas pessoas buscam a liderança, não com o propósito de
servir os outros, mas apenas para satisfazer seus interesses egoístas.
Embora este fato seja bem perceptível em nosso contexto
contemporâneo, sempre foi um problema ao longo da história do povo de
Deus. Sempre houve reis, juízes, sacerdotes e profetas que pautaram suas
vidas na prática da injustiça e da falsidade. Contra estes, várias vezes o
Senhor enviou suas mensagens de repreensão e juízo.
REPREENSÃO E ADVERTÊNCIAS AOS LÍDERES CIVIS
(Mq 3.1-4)
Como arauto do Senhor, o profeta Miqueias dirige suas críticas e ameaças
contra os líderes da nação. Eles tinham o dever de conhecer e zelar pelo
juízo e pela justiça (v.1), porém, em vez disso, eles são acusados de
“abominarem o juízo e perverterem tudo o que é direito" (v.9). Por meio
de suas ações, esses líderes “aborrecem o bem e amam o mal” (v.2). Neste
sentido, em vez de liderar o povo de Deus com verdade e justiça, eles
exploravam e oprimiam as pessoas de acordo com os seus próprios
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interesses pessoais e egoístas (v.2,3). Seu poder havia sido conseguido
mediante a prática da corrupção (v.11) e da violência (v.10).
Diante disso, o Senhor anuncia seu inescapável juízo contra esta liderança
perversa e corrupta. Uma vez que os líderes não estavam dispostos a
ouvir e atender a Palavra do Senhor anunciada por meio do seu servo,
chegará o dia em que eles clamarão ao Senhor e o Senhor também não os
ouvirá (v.4). Nesse tempo, a situação se inverterá, pois eles procurarão o
Senhor, mas não mais o encontrarão, pois ele se esconderá dessas pessoas
(v.4). Por causa dessa liderança má e corrupta, todo o país será arrasado
pelo juízo do Senhor (v.12).
A descrição acima se apresenta como um retrato da realidade do nosso
país, no qual prevalecem a corrupção, a injustiça e a exploração.
Observamos que, na história da humanidade, muitos têm usado seus
cargos para explorar o povo. Desviando os recursos, enquanto o povo
padece nas filas dos prontos socorros sucateados. Como afirma o profeta,
esses líderes “comem a carne do meu povo, e lhes arrancam a pele, e lhes
esmiúçam os ossos, e os repartem como para a panela e como carne no
meio do caldeirão” (v.3). Não há dúvida de que um dia terão que
responder por suas ações perversas.
REPREENSÃO E ADVERTÊNCIAS AOS LÍDERES RELIGIOSOS
(Mq 3.5-12)
Enquanto o povo recorria à idolatria e os líderes civis à prática da
corrupção e da opressão, os líderes religiosos com pactuavam com o que
estava acontecendo, omitindo-se e até oferecendo legitimidade espiritual
à situação (v.5-11). Os profetas são acusados de profetizarem por dinheiro
e não de acordo com a vontade do Senhor (v.5,11). Neste sentido, o
conteúdo e o teor de suas mensagens dependem de quem lhes paga mais.
Agindo desse modo, eles mantêm o povo na ignorância e no pecado (v.5).
Além disso, eles dão o aval espiritual para que os líderes continuem em
suas práticas de injustiça e opressão, garantindo que “nenhum mal lhes
sobrevirá” (v.11).
Ademais, os sacerdotes também são acusados de participarem da situação
de injustiça e opressão. Eles ensinam ao povo, não a verdade da Palavra
de Deus, mas a distorcem de acordo com seus próprios interesses (v.11).
Deste modo, os sacerdotes legitimam teologicamente uma situação que é
contrária à vontade de Deus. Eles o fazem distorcendo as Escrituras e
ensinando mentiras ao povo.
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Portanto, tanto os líderes políticos (os anciãos e juízes) quanto os líderes
religiosos (os profetas e sacerdotes) estavam vivendo em rebelião contra
o Senhor. Os juízes decreta-vam a sentença por suborno, os sacerdotes
ensinavam por interesse e os profetas adivi-nhavam por dinheiro (v.11).
Assim, a corrupção e a injustiça tinham contaminado todas as esferas da
sociedade israelita de então.
Infelizmente, muitos líderes da atualidade sucumbiram à fascinação do
deus mammon (riqueza) e usam a igreja e o povo para enriquecerem.
Porém, devemos lembrar que prestaremos contas ao Senhor pelo modo
como exercemos a nossa liderança e ensina-mos a Palavra de Deus. Como
líderes, temos a responsabilidade de ensinar e conduzir o povo de Deus de
acordo com a Palavra e a vontade do Senhor. Nunca devemos cair na
tentação de usar a liderança para alcançar os nossos próprios interesses
egoístas.
A ATITUDE DO VERDADEIRO ARAUTO DO SENHOR
(Mq 3.8)
Contrastando com toda a situação de caos ético e moral da nação,
apresenta-se o verdadeiro profeta do Senhor. Este não profetiza movido
por interesses pessoais nem tampouco para atender a vontade das
pessoas; ele não camufla o pecado do povo nem legitima a injustiça dos
poderosos. Seu único compromisso é anunciar a vontade do Senhor. Por
isso, o verdadeiro profeta do Senhor não apregoa bênção e prosperidade
independentemente da situação ética do indivíduo. Pelo contrário, cheio
do Espírito Santo, ele adverte o povo de Deus contra seus pecados e
anuncia o juízo que brevemente virá se não se arrependerem de suas
injustiças (v.8).
Portanto, a marca de um verdadeiro arauto do Senhor é que ele diz ao
povo o que ele precisa ouvir, não o que quer ouvir. Deste modo, como nos
adverte o apóstolo Paulo, devemos pregar a Palavra “quer seja oportuno,
quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e
doutrina” (2Tm 4.2). Não podemos negociar a vontade de Deus para
torná-la palatável ao contexto contemporâneo, pelo contrário, devemos
pregá-la com absoluta integridade. Para isso, devemos ser fiéis na
interpretação das Escrituras, tendo o cuidado para não distorcê-las para
se adequar à situação de injustiça e pecado que se apresenta diante de nós.
A Bíblia precisa ser, de fato, nossa única regra de crença e prática.

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PROMESSAS DE RESTAURAÇÃO E BÊNÇÃOS EM MEIO
AOS CAOS (Mq 4)
Embora anuncie o juízo divino que brevemente virá por causa da situação
de idolatria, corrupção, injustiça e opressão que tomou conta da nação, o
profeta Miqueias anuncia também a futura restauração que Deus operará
no seu povo. Chegará o tempo em que Israel cumprirá sua verdadeira
vocação como instrumento de salvação às nações. Os povos serão atraídos
ao Senhor e Israel os ensinará a Palavra de Deus e os liderará na
verdadeira adoração ao Senhor (v. 1-3).
O profeta descreve o reino de Deus futuro (v.7). Nesse reino, todo o povo
de Deus disperso será novamente reunido em sua terra (v.6,7); os gentios
serão congregados na adoração ao Senhor (v.2,3); a guerra será
substituída pela paz entre as nações (v.3,4); e haverá completa e eterna
justiça na terra.
Porém, por causa da presente situação pecaminosa da nação, essa
restauração só poderá acontecer depois do juízo divino (v. 9,10). Este
juízo conduzirá o povo de Deus ao verdadeiro e sincero arrependimento
de seus pecados. A libertação virá como um parto: primeiro a dor e o
sofrimento; depois, a alegria da restauração (v. 10).
CONCLUSÃO
Como líderes ou como liderados, temos a responsabilidade de exercer os
dons e habilidades que o Senhor nos concedeu, não visando aos nossos
próprios interesses egoístas, mas buscando o crescimento do reino de
Deus e a edificação de sua igreja. Ao exercer a liderança, devemos fazê-lo
visando servir aqueles que estiverem sob nossa responsabilidade. Liderar
é abrir mão dos próprios interesses em prol dos interesses coletivos.
Além disso, como professores ou pregadores da Palavra de Deus,
devemos ter integridade no nosso ensino. Nunca devemos cair na
tentação de negociar as verdades divinas, mas pregar todo o desígnio do
Senhor. As Escrituras não devem ser distorcidas ou adocicadas ao paladar
das pessoas. Precisamos anunciar o que elas precisam ouvir, não
necessariamente o que elas querem ouvir. O pecado, a injustiça e a
opressão precisam ser condenados e o caminho do arrependimento
precisa ser indicado para aqueles que estiverem vivendo nestas práticas.

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