Universidade Estadual Paulista Instituto de Geociências e Ciências Exatas Câmpus de Rio Claro
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Universidade Estadual Paulista Instituto de Geociências e Ciências Exatas Câmpus de Rio Claro
Rio Claro – SP
2013
RICHARD FONSECA FRANCISCO
Comissão Examinadora
Resultado: APROVADO
551.49 Francisco, Richard Fonseca
F819a Avaliação da vulnerabilidade natural à contaminação do
Sistema Aquífero Bauru, na região Centro-Sul do Estado de
São Paulo / Richard Fonseca Francisco. - Rio Claro, 2013
116 f. : il., figs., tabs., quadros, mapas
Primeiramente, a Deus e ao meu anjo da guarda, por terem me dado forças e inspiração para a
realização desse trabalho. Por terem guiado e abençoado meus passos nessa etapa que aqui se
encerra, para que outros desafios, aprendizados e conquistas tenham início em minha vida.
À minha mãe Marlene, meu pai João e à minha irmã Sheilla, por terem sonhado mais uma vez
esse sonho comigo, depositando suas esperanças mais sinceras em mim, sempre me
incentivando e me apoiando nessa jornada.
Ao Prof. Dr. Antonio Celso de Oliveira Braga, por tão gentilmente ter aceitado me orientar
nesse trabalho, por sua amizade, ensinamentos e compreensão.
Ao Prof. Dr. José Luiz Albuquerque Filho e ao Prof. Dr. Cesar Augusto Moreira, pelos
valiosos conselhos, apontamentos e críticas construtivas durante as bancas do exame geral de
qualificação e defesa da dissertação.
Ao IPT pela doação de dados e parceria, na figura dos Geólogos Pesquisadores Régis
Gonçalves Blanco e Carlos Alberto Birelli.
Provérbio Indígena
RESUMO
Given the importance of groundwater for diverse uses, particularly the public supply, and
considering the increasing impacts on underground reserves as a result of overexploitations,
as well as the degradation of water quality by anthropogenic activities, it becomes essential to
establish tools for planning and management of the use of groundwater resources. For this
reason, the aim of this research is to assess the natural vulnerability to contamination of the
Bauru Aquifer System, in the South-Central region of the State of São Paulo, between the
municipalities of Bauru and Marilia, through the analysis and integration of geological,
hydrogeological and geophysical data. Therefore, vulnerability maps were generated, using
the GOD, EKv and the Longitudinal Conductance (S) methods, whose results were compared
qualitatively. The determination of the natural vulnerability of the aquifer involved the use of
informations about the degree of confinement, lithology of the strata above the saturated zone,
depth to groundwater table, electrical resistivity and hydraulic conductivity of the unsaturated
zone. Except the lithological characterization employed in the GOD method, extracted from
regional geological mapping on 1:250.000 scale, the others parameters used were obtained
from the processing and interpretation of geophysical data relating to vertical electrical
soundings, performed by the Institute for Technological Research in the 1970s and 1980s.
The electrical resistivity ranged between 8,0 and 70,0 Ω.m, with an average value of 30,2
Ω.m, indicating geoelectrical behavior predominantly correlatable to sand-clayey materials in
the study area. Basing on the correlation with the electrical resistivity, were obtained
hydraulic conductivity values compatibles with those commonly observed in sediments of the
Adamantina and Marília formations, ranging between 1,2 x 10-5 and 0,25 m/d. The
vulnerability maps arising from the application of the GOD and EKv methods were quite
homogeneous, demonstrating that the vulnerability of the area ranges between low and
medium, results befitting with those reported in previous studies developed on smaller scale.
Among the utilized methods, the S method presented the best results, whereas produced a
more detailed map, with greater classes variability, predominating regions of low
vulnerability, and secondly, moderately vulnerable areas. Thus, it was concluded that, if the
necessary data are available, especially the electrical resistivity, it is recommended to use the
S method to evaluate the vulnerability of the area of interest.
Página
CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 14
1.1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVAS ..................................................................................... 14
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................................ 16
Página
Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo................................................................................ 18
Figura 2 - Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs) abrangidas pela área de
estudo. ................................................................................................................................................... 20
Figura 3 - Número de pontos monitorados por sistema aquífero (2010-2012). ................................... 22
Figura 4 - Proposta clássica de subdivisão estratigráfica dos sedimentos cretáceos suprabasálticos. . 25
Figura 5 - Relações entre as unidades litoestratigráficas do Grupo Bauru nos diferentes
compartimentos do Estado de São Paulo. ............................................................................................. 26
Figura 6 - Mapa das formações geológicas existentes na área de estudo............................................. 27
Figura 7 - Modelo conceitual hidrogeológico do Sistema Aquífero Bauru. ........................................ 30
Figura 8 - Divisão hidroestratigráfica do Sistema Aquífero Bauru no Estado de São Paulo. .............. 32
Figura 9 - Áreas contaminadas, de alta vulnerabilidade e áreas potenciais de restrição, controle de
captação e uso das águas subterrâneas. ................................................................................................ 35
Figura 10 - Distribuição de água na Terra............................................................................................ 37
Figura 11 - Ciclo hidrológico. .............................................................................................................. 37
Figura 12 - Distribuição da água no subsolo. ....................................................................................... 39
Figura 13 - Síntese dos processos de atenuação de contaminantes nas águas subterrâneas................. 40
Figura 14 - Tipos de aquíferos quanto à porosidade. ........................................................................... 42
Figura 15 - Classificação dos aquíferos segundo seus níveis de pressão. ............................................ 43
Figura 16 - Geofísica e suas principais áreas de atuação. .................................................................... 44
Figura 17 - Principais métodos geofísicos aplicados. .......................................................................... 45
Figura 18 - Determinação da resistividade elétrica dos materiais. ....................................................... 47
Figura 19 - Arranjo para medidas de resistividade. ............................................................................. 47
Figura 20 - Faixas de variação nos valores de resistividade de materiais naturais. ............................. 48
Figura 21 - Técnica da SEV - Arranjo Schlumberger. ......................................................................... 49
Figura 22 - Seção geoelétrica e os parâmetros Dar Zarrouk. .............................................................. 50
Figura 23 - Esquema conceitual do risco (perigo) à contaminação das águas subterrâneas. ............... 54
Figura 24 - Sistema GOD para avaliação da vulnerabilidade do aquífero à contaminação. ................ 59
Figura 25 - Elaboração de um mapa de vulnerabilidade pelo método GOD........................................ 59
Figura 26 - Condutância longitudinal unitária e a vulnerabilidade natural de aquíferos livres............ 63
Figura 27 - Arquitetura de sistemas de informação geográfica............................................................ 64
Figura 28 - Tipos de representação de dados geográficos.................................................................... 65
Figura 29 - Fluxograma das etapas de trabalho.................................................................................... 70
Figura 30 - Localização das SEVs utilizadas na área de estudo. ......................................................... 72
Figura 31 - Níveis de avaliação da vulnerabilidade e do perigo de contaminação das águas
subterrâneas. .......................................................................................................................................... 73
Figura 32 - Histograma da distribuição dos valores de resistividade da zona não saturada. ............... 84
Figura 33 - Relação entre as resistividades elétricas e a litologia da área de estudo. .......................... 85
Figura 34 - Relação entre a condutividade hidráulica (KV) e a litologia da área de estudo. ................ 86
Figura 35 - Distribuição espacial do parâmetro O na área de estudo. .................................................. 87
Figura 36 - Distribuição espacial do parâmetro D na área de estudo. .................................................. 88
Figura 37 - Mapa de vulnerabilidade resultante da aplicação do método GOD. ................................. 89
Figura 38 - Espessuras da zona não saturada e os índices estabelecidos pelo método EKv. ............... 90
Figura 39 - Valores de condutividade hidráulica e os índices estabelecidos pelo método EKv. ......... 91
Figura 40 - Mapa de vulnerabilidade obtido com a aplicação do método EKv. .................................. 92
Figura 41 - Mapa de vulnerabilidade resultante da aplicação do método S. ........................................ 93
Figura 42 - Comparação entre os mapas GOD, EKv e S. .................................................................... 95
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 - Distribuição de água na Terra. ............................................................................................ 36
Tabela 2 - Indexação atribuída aos valores da espessura da zona não saturada. .................................. 61
Tabela 3 - Intervalos de condutividade hidráulica vertical e seus respectivos índices. ........................ 62
Tabela 4 - Índices de vulnerabilidade para o método EKv. ................................................................. 62
Tabela 5 - Relação entre os parâmetros geoelétricos e os índices de vulnerabilidade do método S. ... 63
Tabela 6 - Relação de dados utilizados na pesquisa. ............................................................................ 68
Tabela 7 - Estimativa da escala de trabalho em função da quantidade de SEVs e das dimensões da
área da pesquisa..................................................................................................................................... 74
Tabela 8 - Correlação entre a resistividade elétrica e a condutividade hidráulica para os principais
tipos de sedimentos inconsolidados. ..................................................................................................... 78
Tabela 9 - Relação entre as classes de vulnerabilidade obtidas no método GOD e a área total. .......... 89
Tabela 10 - Relação entre as classes de vulnerabilidade obtidas no método EKv e a área total. ......... 92
Tabela 11 - Classes de vulnerabilidade obtidas no método S e a área total. ........................................ 94
LISTA DE QUADROS
Página
Quadro 1 - Municípios pertencentes à área de estudo. ........................................................................ 17
Quadro 2 - Pontos de amostragem na área de estudo e seus respectivos valores de IQA. ................... 21
Quadro 3 - Relação de áreas contaminadas cadastradas na área de estudo.......................................... 34
Quadro 4 - Distribuição vertical das águas subterrâneas. .................................................................... 40
Quadro 5 - Síntese dos principais métodos para a avaliação de vulnerabilidade de aquíferos. ........... 57
Quadro 6 - Definição prática das classes de vulnerabilidade de um aquífero...................................... 60
14
Capítulo 1 – Apresentação Francisco, R. F.
CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO
Ao longo das últimas décadas, a expansão das atividades agrícolas e industriais, aliada
ao aumento populacional verificado em diversos núcleos urbanos do país, incrementou a
demanda por água potável para o abastecimento público e privado, comprometendo a
quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
No Brasil, estima-se que do total de municípios, 47% são totalmente abastecidos por
mananciais superficiais, 39% por águas subterrâneas e 14% pelos dois tipos de mananciais
(abastecimento misto). No Estado de São Paulo, mais de 50% dos núcleos urbanos,
localizados majoritariamente na parte oeste, são abastecidos exclusivamente por recursos
hídricos subterrâneos (ANA, 2010).
Na área de estudo desta pesquisa, que abrange o Sistema Aquífero Bauru (SAB)
localizado na região Centro-Sul do Estado de São Paulo, são elevados os níveis de
dependência de aquíferos para o abastecimento público, sendo que os municípios de Gália,
Águas de Santa Bárbara, Piratininga, Espírito Santo do Turvo, Alvinlândia e Lucianópolis são
totalmente dependentes das águas subterrâneas, devido ao comprometimento das águas
superficiais (CETESB, 2012a).
Em grande parte dos casos, a crescente demanda conduz à utilização das águas
subterrâneas sem planejamento prévio e estudos detalhados sobre a recarga e vazão global
segura, que não provoque a superexplotação do aquífero. Como consequências, podem
ocorrer a diminuição da quantidade de água que abastece os rios, seca de nascentes,
esgotamento de reservatórios, rebaixamento do nível freático e indução de contaminação por
intrusão salina em regiões costeiras (HIRATA, 1993; MMA, 2007).
Além disso, devem ser consideradas as questões relativas à contaminação das águas
subterrâneas, tendo como principais fontes de contaminação: as fossas sépticas, esgotos
15
Capítulo 1 – Apresentação Fran cisco, R. F.
1.2 OBJETIVOS
A área de estudo situa-se na região Centro-Sul do Estado de São Paulo, nos domínios
do Sistema Aquífero Bauru (SAB). Possui superfície de aproximadamente 7.086 km² e tem
como principais vias de acesso as rodovias estaduais Presidente Castelo Branco (SP - 280) e
Marechal Rondon (SP - 300). Abrange total e parcialmente municípios pertencentes às
Regiões Administrativas de Bauru, Marília e Sorocaba (Quadro 1 e Figura 1).
Desde a década de 1990, a CETESB elabora relatórios sobre a qualidade das águas
subterrâneas brutas para abastecimento público do Estado de São Paulo. A avaliação da
qualidade dos aquíferos se baseia em dados coletados pela Rede de Monitoramento da
Qualidade das Águas Subterrâneas, a qual evoluiu ao longo do tempo, com a ampliação do
número de pontos de amostragem, abrangendo uma quantidade maior de aquíferos e de
parâmetros monitorados.
Atualmente, o Sistema Aquífero Bauru possui 75 pontos de monitoramento da
qualidade das águas subterrâneas (Figura 3) (CETESB, 2012a). Sem dúvida, é o aquífero livre
mais monitorado do Estado de São Paulo, devido à grande área exposta, aos impactos
ambientais adversos impostos e à importância para o abastecimento público de muitos
municípios da região.
contidos na área de estudo, como Bauru (GIAFFERIS; OLIVEIRA, 2006; HIRATA, 2000;
VARNIER et al., 2012) e Marília (VARNIER et al., 2012).
Varnier et al. (2012) estabeleceram a correspondência entre as concentrações mais
elevadas de nitrato e as áreas mais antigas e densamente ocupadas de núcleos urbanos, onde
há a presença de fossas desativadas e redes coletoras de esgotos obsoletas, com maior
possibilidade de vazamentos. Desse modo, foi possível avaliar as tendências de incremento
nas concentrações de nitrato nas águas subterrâneas, ao longo do tempo e espaço, frente aos
padrões de ocupação urbana nos municípios de Bauru, Marília e Presidente Prudente.
Soares et al. (1980) compilaram diversos trabalhos anteriores que versavam sobre o
mapeamento regional, propondo a primeira divisão formal da estratigrafia do Grupo Bauru,
considerada clássica e amplamente aceita pela comunidade científica. Nessa proposição, a
unidade Bauru foi elevada à categoria de Grupo, subdividindo-o nas formações Caiuá, Santo
Anastácio, Adamantina (incluindo as litofáceis Ubirajara, Taciba e São José do Rio Preto) e
Marília, cuja base correspondia às litofáceis Itaqueri (Figura 4).
LEGENDA
SG = Serra Geral
CA = Caiuá
PI = Pirapozinho
SA = Santo Anastácio
T = Analmicitos Taiúva
BI = Birigui
AR = Araçatuba
AD = Adamantina
MA = Marília
De acordo com o Mapa Geológico do Estado de São Paulo (DAEE et al., 1984), na
área de estudo predominam as formações Adamantina e Marília. Localmente, são encontrados
depósitos aluvionares, restritos às planícies dos principais cursos d’água. Secundariamente,
ocorrem pequenos afloramentos das formações Pirambóia e Corumbataí, concentrados no
município de Piratininga (Figura 6).
27
Capítulo 2 – Caracterização da Área de Estudos Francisco, R. F.
metros entre os rios Peixe e Turvo, adelgaçando-se dessas regiões em direção a leste e
nordeste (SOARES et al., 1980). Os autores citados concluíram que o ambiente deposicional
corresponde a um sistema fluvial meandrante pelítico a sul, tornando-se psamítico a leste e a
norte, com transição parcial para um sistema entrelaçado.
A Formação Marília ocorre na porção centro-sul do Estado de São Paulo, entre os
médios vales dos rios Tietê e Paranapanema, com ocorrência restrita quando comparada às
demais formações do Grupo Bauru. Depositou-se num embaciamento no término da
deposição Bauru, em situação parcialmente marginal, repousando sobre a Formação
Adamantina e, mais para leste, diretamente sobre os basaltos Serra Geral (MELO et al., 1982).
Na borda oriental da bacia, a Formação Marília apresenta contato inferior discordante
com as rochas basálticas. O contato com a Formação Adamantina é concordante interdigitado
na maioria de sua área de ocorrência, sugerindo contemporaneidade entre os processos de
sedimentação dessas unidades (PAULA e SILVA, 2003).
A princípio, Soares et al. (1980) descreveram essa formação como sendo composta por
arenitos grossos a conglomeráticos, com grãos angulosos, teor de matriz variável, seleção
pobre, ricos em feldspatos, minerais pesados e minerais instáveis. Ocorre em camadas com
espessura média de 1 a 2 metros, maciços ou com acamamento incipiente, subparalelo e
descontínuo, raramente apresentando estratificação cruzada de médio porte, com seixos
concentrados nos estratos cruzados. São raras as camadas descontínuas de lamitos vermelhos
e de calcários.
A cimentação dessa unidade e a presença de nódulos carbonáticos disseminados nos
sedimentos ou concentrados em níveis ou zonas são frequentes e expressam uma
característica peculiar da Formação Marília, cuja matriz argilo-siltosa ocorre em pequena
quantidade (ALMEIDA et al., 1981; SUGUIO; BARCELOS, 1983).
Paula e Silva (2003) descreveu a predominância de depósitos arenosos e finas
intercalações de material pelítico, com escassa matriz argilosa. O autor supracitado
mencionou a tendência de diminuição dos teores de argila em direção ao topo da Formação
Marília, característica considerada indicativo do assoreamento da bacia de sedimentação.
A sedimentação dessa unidade ocorreu num embaciamento restrito, em regimes
torrenciais característicos de leques aluviais, com deposição e cimentação de detritos
carbonáticos em clima semiárido (FERNANDES; COIMBRA, 1996; SOARES et al., 1980).
A espessura do pacote de sedimentos da Formação Marília apresenta redução no
sentido de norte para sul (IPT, 1981a). No município de Marília, a espessura máxima dos
30
Capítulo 2 – Caracterização da Área de Estudos Francisco, R. F.
sedimentos atinge 160 metros e, em Monte Alto, é de aproximadamente 150 metros, sendo
recobertos por sedimentos cenozóicos em alguns pontos (SOARES et al., 1980).
Devido à escala do mapeamento, na área de estudo ocorrem inexpressivamente
depósitos aluvionares originados durante o Cenozóico, que recobrem principalmente os
arenitos das formações Adamantina e Marília, inclusive os fundos de canais, margens e
planícies de inundação dos rios. Esses materiais sedimentares são compostos de cascalheiras,
areias, siltes, argilas e conglomerados basais, resultantes dos processos de erosão, transporte e
deposição a partir de diversas áreas fontes de sedimentos (DAEE et al., 1984).
LEGENDA
SG = Serra Geral
CA = Caiuá
PI = Pirapozinho
SA = Santo Anastácio
T = Analmicitos Taiúva
BI = Birigui
AR = Araçatuba
AD = Adamantina
MA = Marília
Com base na proposta de Paula e Silva (2003), na área de estudo ocorrem os Aquíferos
Adamantina e Marília, que correspondem à unidade hidrogeológica Bauru Médio/Superior
(DAEE, 1979).
O Aquífero Marília é representado por uma sucessão bastante homogênea,
predominantemente arenosa, de granulometria fina a grossa, com baixo conteúdo argiloso,
intercalações delgadas de material pelítico e zonas muito carbonáticas, sendo considerado de
extensão regional, contínuo, livre a semiconfinado. Frequentemente, nessa sucessão há
formação de aquíferos suspensos nas zonas de alteração superficiais da unidade, devido à
presença de estratos subjacentes, relativamente impermeáveis, isolando o corpo aquoso
principal (PAULA e SILVA, 2003).
Prandi (2010) ressalta que apesar de ser constituído por arenitos grossos a
conglomeráticos, com grãos angulosos, o Aquífero Marília possui características
hidrodinâmicas bastante desfavoráveis, quando comparadas às unidades aquíferas
subjacentes, devido à excessiva cimentação por carbonatos do tipo caliche, que tornou seus
sedimentos praticamente impermeáveis. Consequentemente, a reduzida permeabilidade desses
33
Capítulo 2 – Caracterização da Área de Estudos Francisco, R. F.
3.1 HIDROGEOLOGIA
Nesse item, são abordados conceitos básicos sobre o ciclo hidrológico, a ocorrência e
transporte das águas subterrâneas e a classificação dos tipos de aquíferos, segundo a
porosidade das rochas e a pressão submetida ao sistema.
Água Doce
Líquida Rios e Lagos
(0,6%) (1,5%)
Água Salgada
(97,3%)
Águas
Subterrâneas
Gelo (98,5%)
(2,1%)
Essa circulação se inicia com a evaporação direta da água, devido à energia solar
incidente na superfície da Terra. Ao alcançar altitudes mais altas e frias da atmosfera, o vapor
gerado se condensa e precipita na superfície terrestre em forma de chuva, granizo ou neve.
Quando essa água chega ao solo, uma parcela retorna à atmosfera através da evaporação, uma
parte percola no subsolo (60 a 70%), abastecendo os aquíferos e o remanescente, escoa
superficialmente (30 a 40%), desembocando nos cursos d’água, lagos, mares e oceanos
(ANA, 2002; FEITOSA; MANOEL FILHO, 2008).
Geralmente, as águas subterrâneas circulam e fluem constante e lentamente, por entre
os poros do solo e das rochas sedimentares. Em alguns materiais geológicos, a circulação
ocorre através de fraturas, que são estruturas resultantes da ruptura das rochas, devido à
movimentação da crosta terrestre. Um dos parâmetros que interferem no fluxo das águas
subterrâneas é a permeabilidade, pois sinaliza a facilidade com que a água flui através da
rocha, considerando o tamanho e o volume de poros interconectados, forma, distribuição e a
variação do tamanho dos grãos. A homogeneidade no tamanho e na distribuição dos grãos
resulta numa maior interconexão entre os poros, aumentando a capacidade do aquífero em
transmitir água (IRITANI; EZAKI, 2009).
Em termos hidrodinâmicos, a condutividade hidráulica (K) é uma medida da
capacidade do aquífero em conduzir água sob a influência do gradiente de uma superfície
potenciométrica, constituindo uma propriedade tanto do meio poroso como do fluido que o
atravessa. Quanto maior a condutividade, mais facilmente o aquífero conduzirá água
(CLEARY, 2013).
Essa propriedade possui dimensão de velocidade, que é a medida da capacidade
(rapidez) do aquífero em permitir o fluxo de água por seus poros, considerando características
do meio, tais como: porosidade, tamanho, distribuição, forma e arranjo das partículas; e, as
características do fluido que está escoando (viscosidade e massa específica) (BRAGA, 2006;
CABRAL, 2008).
Horton (1933) definiu a infiltração como sendo o fluxo em subsuperfície que percorre
a zona de aeração em direção à superfície potenciométrica, a qual delimita o topo da zona
saturada do solo e representa o contorno físico do lençol freático. Segundo o mesmo autor, o
volume de água infiltrado e sua velocidade no aquífero estão condicionados a diversos
fatores, tais como: uso e cobertura do solo, composição e grau de consolidação dos substratos
geológicos, que determinam a porosidade e permeabilidade do aquífero, topografia, cobertura
vegetal e a pluviosidade.
39
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica Francisco, R. F.
Esse processo natural é extremamente importante e vital, visto que além de recarregar
os aquíferos, originar nascentes, fontes e pântanos, é responsável pela regularização da vazão
dos rios (escoamento básico), sobretudo em épocas de estiagem, distribuindo-a ao longo de
todo o ano. Desse modo, garante-se o suprimento de água para o abastecimento de
populações, e simultaneamente, evita-se que os fluxos repentinos ocasionem inundações
frequentes e de grande proporção (MMA, 2007; TUCCI; BELTRAME, 2000).
Ao se infiltrarem no solo, as águas pluviais atingem duas zonas verticais distintas do
subsolo, divididas com base no grau de saturação em água (Figura 12).
saturada. Nesse caso, o aquífero está submetido a uma pressão maior que a
atmosférica, devido a uma camada confinante acima dele. Por isso, em poços
cujas superfícies potenciométricas se localizam acima da superfície do terreno, a
água jorra para além da zona aquífera, fenômeno chamado de artesianismo ou
surgência natural. As áreas de recarga de aquíferos confinados são
preferencialmente os aquíferos livres, através dos quais o excesso de águas
pluviais penetra no subsolo por infiltração. Assim como os aquíferos livres,
podem ser drenantes e não drenantes.
3.2 GEOFÍSICA
Nesse item, apresentam-se alguns aspectos gerais sobre a geofísica, com enfoque na
geofísica aplicada. Nesse âmbito, são descritos o método da eletrorresistividade, a técnica da
sondagem elétrica vertical, o arranjo Schlumberger e os parâmetros Dar Zarrouk, destacando
a importância e a aplicabilidade dos principais produtos em estudos e avaliações ambientais,
especialmente em etapas preliminares e de monitoramento.
44
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica Francisco, R. F.
3.2.1 Generalidades
A geofísica pode ser definida como uma ciência direcionada ao estudo, localização e
delimitação de estruturas/corpos presentes no interior da Terra. Para tanto, essa ciência utiliza
os contrastes existentes entre as propriedades físicas desses corpos e as do meio circundante,
baseando-se em medidas realizadas na superfície terrestre, interior de furos de sondagens e
levantamentos aéreos (ORELLANA, 1972). Assim como ocorre em outras ciências, a
geofísica divide-se em dois campos de atuação (Figura 16) (BRAGA, 2006; FIGUEROLA,
1974):
I. Geofísica Pura ou Básica: ocupa-se do estudo da gravidade, magnetismo,
eletricidade e sismologia terrestres, assim como de estudos sobre a vulcanologia,
geodinâmica, climatologia, oceanografia e outras ciências relacionadas com a física
da Terra, limitando na teoria sua área de atuação. Além disso, suas atividades
envolvem o desenvolvimento de softwares e instrumentação geofísica (Domínio
Teórico);
II. Geofísica Aplicada ou Prospecção Geofísica: representa a ciência que trata da
aplicação da Geofísica Pura, ou seja, é a arte de aplicar as ciências físicas ao estudo
de partes mais profundas ou superficiais da Terra, a qual pode ser explorada pelo
homem (Domínio Prático).
Onde:
ρ = resistividade elétrica (ohm.m);
R = resistência elétrica (ohm);
S = área da seção transversal (m²);
L = comprimento do condutor (m).
(2)
Onde:
ρa = resistividade aparente (ohm.m);
∆V = diferença de potencial (V);
I = intensidade da corrente elétrica (A);
K = fator referente à disposição geométrica dos eletrodos, que pode ser obtido através
da Equação 3, qual seja:
(3)
Desse modo, as medidas estão menos sujeitas às interferências geradas por ruídos,
minimizando a suscetibilidade a erros de interpretação em litologias heterogêneas. Por essa
razão, o erro registrado nesse tipo de arranjo, com base nos ajustes necessários nas equações
gerais básicas, é considerado insignificante. Orellana (1972) sugere uma relação entre os
eletrodos de corrente e potencial igual a MN ≤ AB/5.
Legenda:
(4)
Onde:
Ri = resistência elétrica (ohm);
ρi = resistividade (ohm.m);
Ei = espessura (m);
L = comprimento (m);
A = área da seção transversal (m²);
Ti = resistência transversal unitária da camada (ohm.m²).
(5)
Onde:
Ri = resistência elétrica (ohm);
ρi = resistividade (ohm.m);
Ei = espessura (m);
L = comprimento (m);
A = área da seção transversal (m²);
Como as resistências elétricas das camadas geoelétricas estão em paralelo, não se pode
somá-las. Por isso, torna-se conveniente somar suas inversas, uma vez que essa é a operação
que permite obter a resultante. O quociente obtido é denominado de Condutância
Longitudinal Unitária (S), cujas dimensões são expressas em siemens ou (mhos), conforme
Equação 6. O conjunto das n primeiras camadas da seção resultará na condutância
longitudinal unitária total (Equação 7).
(6) ∑ (7)
Onde:
Si = condutância longitudinal unitária da camada (siemens).
52
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica Francisco, R. F.
Ei = espessura (m);
ρi = resistividade (ohm.m);
S = condutância longitudinal unitária total (siemens).
A proteção das águas subterrâneas envolve o traçado de estratégias, que devem ser
baseadas na determinação de áreas ou atividades com elevado potencial de degradação dos
aquíferos. Assim, prioriza-se a aplicação de recursos técnicos e financeiros em locais de maior
interesse socioeconômico e ambiental, reduzindo custos e tempo (HIRATA, 1993).
53
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica Francisco, R. F.
Em diversos países, são dois os principais instrumentos utilizados para a proteção das
águas subterrâneas: os perímetros de proteção de poços e de fontes e os mapas de
vulnerabilidade à poluição de aquíferos, foco da presente pesquisa (FOSTER et al., 2006;
FELLER et al., 2012).
A avaliação de vulnerabilidade pode ou não considerar os diferentes comportamentos
dos diversos tipos de contaminantes possíveis no ambiente. Portanto, foram estabelecidas
duas modalidades para sua avaliação.
A primeira delas é denominada de vulnerabilidade específica, que é direcionada a um
contaminante específico, classes de contaminantes ou atividades antrópicas e seus potenciais
impactos sobre o uso da terra. A segunda refere-se à vulnerabilidade intrínseca, a qual não
considera os atributos e o comportamento de contaminantes específicos, sendo função apenas
dos fatores hidrogeológicos (STIGTER et al., 2006).
Em hidrogeologia, o conceito de vulnerabilidade foi inicialmente proposto por Le
Grand (1964), nos EUA, e um pouco mais adiante, por Albinet e Margat (1970), na França.
Na década de 1980, esse conceito difundiu-se mais amplamente com a publicação de outros
trabalhos extremamente relevantes, como Aller et al. (1987), Foster et al. (1987), Foster e
Hirata (1988). A partir dessas publicações, o conceito de vulnerabilidade se consolidou,
resultando em muitas interpretações para seu significado, tais como:
É a sensibilidade do aquífero a ser adversamente afetado por uma carga
contaminante imposta (FOSTER; HIRATA, 1988);
É uma propriedade intrínseca dos sistemas aquíferos (CIVITA, 1994);
Corresponde à sensibilidade da qualidade da água subterrânea a uma carga
contaminante imposta (VAN DUIJVENBOODEN; VAN WAEGENINGH,
1987);
Relaciona-se à facilidade com que um contaminante introduzido na superfície
atinge e difunde-se na água subterrânea (VRBA; ZAPOROZEC, 1994).
No entendimento de Foster et al. (1987), o termo “vulnerabilidade natural” expressa
características intrínsecas dos estratos acima da zona saturada, que determinam a
suscetibilidade de um aquífero ser afetado por uma carga contaminante aplicada na superfície
do terreno, conceito adotado para a realização deste trabalho. A vulnerabilidade natural à
contaminação de um aquífero relaciona-se intimamente com a:
Inacessibilidade hidráulica da zona saturada à penetração de contaminantes; e
54
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica Francisco, R. F.
Assim como ocorre com o risco, o perigo não é definido apenas com a avaliação de
um critério, mas através do cruzamento de diversas variáveis, baseando-se na vulnerabilidade
natural da área e sua associação com prováveis cargas poluidoras, conforme ilustrado na
Figura 23 (ESCADA, 2009).
A carga poluente (tipo, quantidade e forma de lançamento) será mais perigosa quanto
mais móvel e persistente se comportar nos meios saturados e não saturados. Caso a
quantidade de poluentes lançados no solo seja grande, a capacidade de atenuação poderá ser
superada (MATIAS, 2010).
É importante salientar que uma área pode apresentar altos índices de vulnerabilidade
sem, contudo, apresentar altos riscos de contaminação, em virtude da ausência de carga
contaminante significativa, e vice-versa.
De acordo com a National Resource Council - NRC (1993), todo aquífero sempre
apresenta algum grau de vulnerabilidade. Além disso, incertezas são inerentes a qualquer
processo de avaliação de vulnerabilidade e, em sistemas mais complexos, há o risco de que o
óbvio possa estar obscurecido e o sutil possa tornar-se indistinguível.
Desde a sua proposição, o método GOD tem sido amplamente utilizado, apresentando
resultados bastante satisfatórios, a partir de uma quantidade reduzida de parâmetros avaliados.
Resultados relevantes podem ser encontrados nos trabalhos de Nogueira (2010), Cunha
(2009), Osório et al. (2008) e Meaulo (2006).
Além de apresentar estrutura simples e pragmática, o método GOD é bastante flexível
quanto a adaptações e inserção de outros parâmetros igualmente importantes, visto que cada
área apresenta características próprias. Logo, os métodos propostos às vezes necessitam sofrer
modificações, para fornecer resultados mais confiáveis para a avaliação de vulnerabilidade de
uma dada área.
Como exemplo, pode-se mencionar a inserção dos parâmetros: densidade de
cabeceiras de mananciais e de drenagem (ESCADA, 2009); dados pluviométricos (RUSSO,
2009); propriedades dos solos como argilosidade e textura (CUSTÓDIO, 1995);
condutividade hidráulica da zona não saturada e declividade do terreno (SOUZA, 2009).
A quantidade reduzida de parâmetros necessários para o método GOD não implica em
diminuição da abrangência da análise (VÍAS et al., 2005). Por exemplo, no método
DRASTIC, o processo de recarga é avaliado individualmente, enquanto que no método GOD,
esse parâmetro é avaliado indiretamente, incluindo-o no âmbito da classificação dos estratos
de cobertura. Desse modo, enfatiza-se a ocorrência de sistemas de fraturamento bem
desenvolvidos, os quais podem favorecer o fluxo preferencial, aumentando significativamente
a acessibilidade dos contaminantes e, consequentemente, a vulnerabilidade de um aquífero
(TAVARES et al., 2009).
61
Capítulo 3 – Fundamentação Teórica Francisco, R. F.
(Figura 26). É oportuno ressaltar que Henriet (1975) relacionou o grau de proteção de um
aquífero livre aos valores de condutância longitudinal unitária. Contudo, foi necessário
modificar o termo “grau de proteção” para “vulnerabilidade”, a fim de adequar esse novo
método aos demais, possibilitando a comparação entre os resultados.
4.1 MATERIAIS
Todas as informações pertinentes à aplicação dos métodos EKv e S foram obtidas por
meio do conjunto de SEVs disponíveis. Somente para a caracterização litológica dos estratos
de cobertura, necessária à aplicação do método GOD, utilizou-se o Mapa Geológico do
Estado de São Paulo (DAEE et al., 1984), elaborado na escala 1:250.000. Para compor a
litologia da área de estudo descrita nesse documento cartográfico, foram utilizadas
parcialmente as folhas Bauru, Araraquara, Araçatuba e Marília.
Na etapa de coleta, organização e tratamento dos dados foram empregados dois
softwares: o Excel (MICROSOFT CORPORATION, 2007), para a organização das
informações e cálculo de variáveis relativas às SEVs; e o IX1D (INTERPEX LIMITED,
2008), utilizado para o processamento e reinterpretação das SEVs.
Os mapas temáticos de interesse foram gerados pelo software Surfer 8.0 (GOLDEN
SOFTWARE INC., 2002), cujos arquivos de saída possuem extensão (*.grd). Em seguida, foi
utilizado o software Grid Convert (GEOESPACIAL DESIGNS, 2013) para converter esses
grids para o formato (*.asc), a fim de serem importados para o software ArcGIS 10.0 (ESRI,
2010).
Durante as etapas de delimitação e caracterização da área de estudo e integração
dos mapas utilizou-se o ArcGIS 10.0 (ESRI, 2010), cujas principais operações efetuadas
foram: (i) localização das SEVs em suas respectivas cartas topográficas, divisas municipais e
nos limites do Sistema Aquífero Bauru; (ii) delimitação da área de estudo; (iii) integração dos
mapas temáticos, resultando nos mapas de vulnerabilidade; e (iv) elaboração dos layouts de
todos os mapas finais.
A pesquisa foi estruturada em nove etapas de trabalho (Figura 29), quais sejam:
I. Delimitação da área de estudo e definição da escala de trabalho;
II. Caracterização da área de estudo;
III. Fundamentação teórica;
IV. Coleta, organização e tratamento dos dados;
V. Estimativa da condutividade hidráulica;
VI. Estruturação do banco de dados geográficos;
VII. Geração e integração dos mapas temáticos;
VIII. Discussão dos resultados; e
IX. Considerações finais e recomendações.
70
Capítulo 4 – Materiais e Métodos Francisco, R. F.
Delimitação da
Área de Estudo e Aspectos Gerais:
Definição da Escala Localização; Clima;
de Trabalho Relevo; Tipos e Uso
do Solo.
Recursos Hídricos
Caracterização
da Área de
Estudo Contexto Geológico e
Hidrogeológico
Vulnerabilidade e
Áreas Contaminadas
Hidrogeologia
Geofísica
Fundamentação
Teórica
Vulnerabilidade
Natural dos Aquíferos
Geoprocessamento e
a Cartografia de
Vulnerabilidade
Coleta, Estimativa da
Condutividade Estruturação do
Organização e
Hidráulica da Banco de Dados
Tratamento dos
Zona Não Geográficos
Dados
Saturada
Geração e
Discussão
Resultados Integração dos
dos
Mapas
Resultados
Temáticos
Considerações
Finais
Finaise
Recomendações
Os levantamentos geofísicos realizados pelo IPT (1977, 1978, 1980a, 1980b, 1981b),
atendendo às solicitações do Consórcio Paulipetro e do DAEE, foram projetados e executados
com o intuito de investigar regionalmente a litoestratigrafia da bacia do rio Paraná, no interior
do Estado de São Paulo.
Geralmente, as SEVs eram locadas ao longo das margens das principais rodovias,
devido à logística privilegiada, reduzindo a necessidade de abertura de picadas ou
desenvolvimento das SEVs em terrenos muito íngremes, alagadiços ou cruzados por cursos
d’água. Além das margens de rodovias, as SEVs frequentemente eram posicionadas em
pontos estratégicos, onde as equipes encarregadas já possuíam conhecimento prévio sobre
alguma anomalia ou condição geológica de interesse, quer seja para a prospecção de petróleo
e gás natural, quer seja para pesquisa de águas subterrâneas para o abastecimento público.
Consequentemente, as SEVs não apresentaram uma distribuição geográfica uniforme
sobre toda a área avaliada, característica que juntamente com a quantidade de SEVs
disponíveis, direcionou a realização desse trabalho em escala regional, com vistas ao
reconhecimento preliminar da vulnerabilidade à contaminação.
Ante o exposto, a delimitação da área de estudo (Figura 30) considerou dois critérios
básicos, quais sejam:
I. Densidade de SEVs: foram selecionadas regiões com maior densidade e melhor
distribuição geográfica das SEVs, a fim de que os resultados obtidos pudessem
contribuir para a tomada de decisões, quanto à gestão das águas subterrâneas dos
municípios integrantes da área de estudo. Nesse contexto, inserem-se
principalmente os municípios de Bauru e Marília, pois já apresentam áreas
declaradas contaminadas e alterações na qualidade da água em função das altas
concentrações de nitrato, além de Bauru ser considerado uma das seis áreas
potenciais de restrição, controle da captação e uso das águas subterrâneas; e
II. Limites do Sistema Aquífero Bauru: a definição do limite final da área de estudo,
sobretudo na parte sul, seguiu os contornos do próprio SAB, utilizando os limites
geográficos das formações Adamantina e Marília como referência, constantes no
Mapa Geológico do Estado de São Paulo (DAEE et al., 1984).
72
Capítulo 4 – Materiais e Métodos Francisco, R. F.
Considerando que a área de estudo tem uma superfície de 7.086 km² (7,086 x 109 m²)
e que foram utilizadas 106 SEVs, a aplicação da Equação 9 apresentada na Tabela 6 sugere
uma escala de trabalho aproximada de 1:60.000. Dessa maneira, os mapas de vulnerabilidade
originados na escala 1:250.000 e que foram obtidos apenas a partir de dados de SEVs, isto é,
os resultantes dos métodos EKv e S, poderão ter suas escalas ampliadas até 1:60.000, que por
sua vez, é adequada à avaliação de vulnerabilidade em nível municipal.
(ANA), CETESB, DAEE e aos comitês de bacia hidrográfica que compõem a área
de estudo;
III. Documentos Cartográficos: representam o Mapa Geológico do Estado de São
Paulo (DAEE et al., 1984); Mapa de Águas Subterrâneas do Estado de São Paulo
(DAEE et al., 2005); Mapa de Vulnerabilidade das Águas Subterrâneas do Estado
de São Paulo (IG/CETESB/DAEE, 1997) e o Mapa de Unidades Hidrográficas de
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (DAEE et al., 2003).
Esses mapas foram obtidos em mapotecas de universidades e em consultas via
internet.
Os resultados encontrados nessa etapa foram apresentados anteriormente no Capítulo
2, com o intuito de viabilizar o completo entendimento dos procedimentos metodológicos
descritos nesse capítulo.
Primeiramente, cada uma das 106 SEVs utilizadas nessa pesquisa tiveram suas folhas
e curvas de campo originais digitalizadas, ou seja, todos os valores e informações constantes
nesses materiais foram inseridos em planilhas Excel (MICROSOFT CORPORATION, 2007),
contribuindo para a recuperação e conservação desses dados geofísicos.
Todos os dados coletados através dessas SEVs foram agrupados e organizados no
formato de um banco de dados geográficos. Por isso, foi elaborada outra planilha Excel
(MICROSOFT CORPORATION, 2007), inserindo, além de dados cadastrais, os seguintes
campos:
Resistividade elétrica da primeira camada da zona saturada (ohm.m);
Profundidade do nível d’água subterrânea (m); e
Condutividade hidráulica vertical da zona não saturada (m/d).
Excetuando a condutividade hidráulica, obtida em etapa posterior, os demais campos
dessa planilha foram preenchidos durante a etapa de tratamento dos dados, cujos
procedimentos básicos efetuados foram:
A Equação 10, que relaciona a resistividade elétrica dos sedimentos à sua respectiva
condutividade hidráulica (Tabela 8), foi obtida por meio da elaboração de um gráfico, cujo
eixo das abscissas representava os valores de resistividade e, o eixo das ordenadas, os
respectivos valores de condutividade hidráulica. O coeficiente de determinação R² foi igual a
0,98, corroborando a alta correlação entre as variáveis.
K 1 10 12 sat
4 ,585
(10)
Onde:
K = condutividade hidráulica vertical da zona não saturada (cm/s);
sat. = resistividade elétrica da primeira camada da zona saturada (ohm.m).
A) Método GOD
índice 0,5. Com relação à Formação Corumbataí, atribuiu-se o índice 0,3, mediante a
existência de litotipos com permeabilidade muito reduzida, como argilitos, siltitos, folhelhos e
arenitos argilosos.
A Formação Pirambóia recebeu o índice 0,7, cuja litologia é predominantemente
arenosa, formada por arenitos finos a médios, com baixo conteúdo argiloso nas camadas mais
superficiais. Com relação aos depósitos aluvionares, foi atribuído o índice 0,8, por se tratar de
materiais essencialmente arenosos e não consolidados, podendo apresentar elevada
permeabilidade.
Para a geração do mapa temático referente ao parâmetro O, converteu-se o arquivo
shapefile das formações geológicas para o formato raster, a partir da ferramenta Feature to
Raster do módulo Conversion Tools, utilizando o software ArcGIS 10.0 (ESRI, 2010).
parâmetro D, por meio da ferramenta Reclassify do módulo Spatial Analyst Tools, do ArcGIS
10.0 (ESRI, 2010).
Por fim, efetuou-se a operação algébrica de multiplicação entre os três mapas
temáticos referentes a cada parâmetro, ou seja: G x O x D, a partir da ferramenta Raster
Calculator do módulo Spatial Analyst Tools, no ArcGIS 10.0 (ESRI, 2010), resultando no
mapa de vulnerabilidade natural à contaminação.
B) Método EKv
Para produzir o mapa de vulnerabilidade natural para a área de estudo, foram gerados
mapas temáticos para cada um dos dois parâmetros do método S. A partir do quociente entre
esses mapas e reclassificação do resultado, conforme os intervalos estabelecidos para os
valores de condutância longitudinal, obteve-se o mapa de vulnerabilidade natural definitivo.
Assim, foram adotados os procedimentos metodológicos descritos a seguir.
- Resistividade elétrica
Segundo Braga (2008), os valores de resistividade obtidos para a primeira camada da
zona saturada podem ser extrapolados para a zona não saturada imediatamente acima, desde
que haja semelhança entre os materiais. Portanto, adotou-se esse procedimento para obter os
valores de resistividade da zona insaturada. Assim, foi elaborado um mapa de isovalores para
esse parâmetro, utilizando-se o software Surfer 8.0.
Após a obtenção dos mapas temáticos referentes aos dois parâmetros do método, foi
realizado o quociente entre eles: E / por meio da ferramenta Raster Calculator do módulo
Spatial Analyst Tools. Em seguida, o mapa obtido foi reclassificado conforme os intervalos de
condutância longitudinal, a partir da ferramenta Reclassify do módulo Spatial Analyst Tools,
do ArcGIS 10.0, resultando no mapa de vulnerabilidade final.
A resistividade elétrica da zona não saturada variou entre 8,0 Ω.m e 70,0 Ω.m, com
valor médio e desvio padrão iguais a 30,2 Ω.m e 12,7 Ω.m, respectivamente. De acordo com o
histograma, os valores mais frequentes encontram-se no centro da distribuição, no intervalo
entre 22 Ω.m e 42 Ω.m, indicando comportamento geoelétrico predominantemente
correlacionável a materiais areno-argilosos na área de estudo (Figura 32).
De modo geral, quanto menores são os valores de resistividade, mais argilosos serão
os materiais da zona saturada. As menores resistividades elétricas situam-se, sobretudo, nos
domínios das formações Adamantina e Corumbataí, nas quais há o predomínio de arenitos
argilosos e materiais siltosos.
85
Capítulo 5 – Resultados e Discussões Francisco, R. F.
Áreas com resistividades elétricas um pouco mais elevadas foram encontradas dentro
dos limites da Formação Marília, que possui conteúdo em argila levemente inferior ao
verificado na Formação Adamantina. Em linhas gerais, a Formação Pirambóia e os pequenos
fragmentos de Depósitos Aluvionares também apresentaram valores de resistividades elétricas
superiores aos registrados para a Formação Adamantina, devido a sua composição
predominantemente arenosa.
No interior dos limites geográficos de uma formação geológica sedimentar, pode
existir certa diversidade litológica em alguns locais conforme variações paleoambientais, no
momento da deposição das unidades, tendendo a ocorrer com maior frequência naquelas que
ocupam áreas extensas, como é o caso das formações Adamantina e Marília. Por esse motivo,
os limites das classes de resistividade apresentadas na Figura 33 não correspondem
exatamente aos limites daquelas formações geológicas, devido à heterogeneidade dos
materiais existentes e da distribuição espacial dos dados interpolados.
A integração dos mapas temáticos concernentes aos três parâmetros do método GOD
resultou num mapa de vulnerabilidade homogêneo (Figura 37). Aproximadamente 56% da
área de estudo apresentaram vulnerabilidade média, incluindo áreas com baixa
vulnerabilidade, que correspondem a 43,5% da superfície total (Tabela 9). Áreas com
vulnerabilidade desprezível não foram encontradas.
Áreas alta e extremamente vulneráveis foram identificadas, porém, são pequenos
fragmentos referentes aos locais de ocorrência de litotipos essencialmente arenosos e com
elevada permeabilidade, como os sedimentos da Formação Pirambóia e dos depósitos
aluvionares, onde as profundidades do nível d’água subterrânea são menores.
Na área de estudo, das vinte e três áreas declaradas contaminadas pela CETESB
(2011), quinze (65%) estão localizadas nas áreas classificadas como média vulnerabilidade.
As áreas contaminadas restantes (35%) situam-se em locais de baixa vulnerabilidade,
corroborando a afirmação de que é possível uma determinada área apresentar baixa
vulnerabilidade, porém alto risco à contaminação, em função do desenvolvimento de
atividades com alto potencial poluidor, no caso da área de estudo, postos de combustíveis.
89
Capítulo 5 – Resultados e Discussões Francisco, R. F.
Tabela 9 - Relação entre as classes de vulnerabilidade obtidas no método GOD e a área total.
Classes de Área
(%)
Vulnerabilidade (km²)
Baixa 3.082,47 43,50
Média 3.977,59 56,13
Alta 21,65 0,31
Extrema 4,29 0,06
TOTAL 7.086,00 100
Fonte: Elaborado pelo autor.
Com relação ao parâmetro E (espessura da zona não saturada), foram obtidos quatro
dos cinco intervalos estabelecidos pelo método EKv. A menor espessura foi igual a 2,5 metros
e a maior, 51 metros, visto que essa faixa de valores corresponde às profundidades do nível
d’água subterrânea (Figura 38).
Em grande parte da área de estudo, predominou o índice de espessura da zona não
saturada igual a 2 (10 – 30 metros). O índice menos frequente foi igual a 4 (2 – 5 metros),
com impacto reduzido no cálculo do índice de vulnerabilidade final.
Figura 38 - Espessuras da zona não saturada e os índices estabelecidos pelo método EKv.
Tabela 10 - Relação entre as classes de vulnerabilidade obtidas no método EKv e a área total.
Classes de Área
(%)
Vulnerabilidade (km²)
Baixa 4.532,56 63,97
Média 2.553,44 36,03
TOTAL 7.086,00 100
Fonte: Elaborado pelo autor.
Ao propor o método EKv, Auge (2004) estabeleceu faixas de valores muito amplas
para alguns índices, que podem influenciar no cálculo dos índices de vulnerabilidade finais e
resultar em mapas com maior homogeneidade de classes, conforme o apresentado na Figura
40.
No que se refere ao parâmetro Kv, por exemplo, o autor supracitado adotou para os
índices 3, 4 e 5 as faixas de 10-2 a 1, de 1 a 50 e de 50 a 500 m/d, respectivamente, as quais
poderiam ter sido subdivididas em mais índices, a fim de oferecer um produto final com
maior detalhamento. Tal observação também se aplica ao índice 2 (10 - 30m) do parâmetro E.
93
Capítulo 5 – Resultados e Discussões Francisco, R. F.
Com base na análise dos mapas EKv e S, predominam regiões com baixa
vulnerabilidade, tendência já esperada para a área de estudo, uma vez que em 55% da
superfície total ocorre a Formação Marília, cujo alto teor de cimento carbonático torna seus
sedimentos praticamente impermeáveis sob o ponto de vista prático.
Por outro lado, no mapa resultante da aplicação do método GOD, 56% da área de
estudo foram classificados como média vulnerabilidade a alguns contaminantes, mas somente
quando continuamente lançados ou lixiviados (FOSTER; HIRATA, 1988), embora a segunda
classe mais expressiva seja baixa vulnerabilidade (43,5%), indicando um ligeiro equilíbrio
entre as duas classes.
De modo geral, os métodos GOD e EKv produziram mapas mais homogêneos, com
pouca variabilidade de classes e detalhamento. Em contrapartida, a aplicação do método S
resultou num mapa mais detalhado, com maior variabilidade de classes (Figura 42). Por isso,
o método S pode ser considerado o mais adequado para avaliar a vulnerabilidade da área de
estudo, considerando a heterogeneidade e distribuição das classes e, sobretudo, os resultados
esperados com base nas características geológicas e hidrogeológicas.
Primeiramente, tal conclusão deve ser alicerçada no fato de que, o método S, não
avalia a vulnerabilidade por meio da atribuição de índices a formações geológicas, feições
altamente heterogêneas. Pelo contrário, esse método considera a vulnerabilidade da litologia
por meio da estimativa de parâmetros mensuráveis, como as espessuras e as resistividades
elétricas dos materiais da camada não saturada, reduzindo, desse modo, a subjetividade. A
ausência desse fator pode ser elencada como uma das limitações do método GOD, no qual os
estratos de cobertura sempre são considerados homogêneos em toda a extensão que ocupam,
no momento da atribuição dos índices, que resultam de uma comparação subjetiva entre as
litologias.
95
Capítulo 5 – Resultados e Discussões Francisco, R. F.
Além disso, as faixas dos índices de vulnerabilidade do método S são discretas, cuja
determinação proveio das razões entre as espessuras e resistividades. Logo, o mapa de
vulnerabilidade resultante é menos generalista e mais detalhado, oferecendo maior
variabilidade de classes, característica que pode ser apontada como uma deficiência do
método EKv.
É importante sinalizar que uma atenção especial deve ser dedicada ao município de
Bauru, por parte do Poder Público local e órgãos ambientais competentes, visto que
corresponde a uma das seis áreas potenciais de restrição, controle de captação e uso das águas
subterrâneas, definidas pela Resolução SMA nº 14/2010 (SMA, 2010). Conforme os três
mapas de vulnerabilidade obtidos na presente pesquisa, o Sistema Aquífero Bauru apresenta
vulnerabilidade moderada na zona urbana do município de Bauru, onde ocorrem atividades
com alto potencial poluidor.
A utilização de técnicas de geoprocessamento com auxílio de SIGs foi extremamente
importante para alcançar os objetivos propostos, pois um grande volume de dados de natureza
distinta pôde ser processado e integrado, de maneira rápida e eficiente, contribuindo para a
difusão e consolidação do uso das geotecnologias na gestão de recursos hídricos subterrâneos.
Com base na análise dos resultados, recomenda-se o desenvolvimento de estudos
futuros com o intuito de preencher lacunas do conhecimento surgidas no decorrer da pesquisa,
cujo escopo poderá contemplar o teste de interpoladores exatos para gerar os mapas temáticos
de interesse, como a Krigagem.
Adicionalmente, novas avaliações de vulnerabilidade poderão ser realizadas por meio
da aplicação de métodos mais detalhados como o DRASTIC ou pela inserção de novos
parâmetros nos métodos GOD, EKv e S, por exemplo, a declividade do terreno, dados
pluviométricos e de geologia estrutural, especialmente, a ocorrência de falhas e fraturas que
podem estabelecer caminhos preferenciais para a contaminação.
No que se refere à contribuição da geofísica na avaliação da vulnerabilidade de
aquíferos, poderá ser gerado um novo mapa a partir do método S, por intermédio de uma
malha de amostragem mais densa e melhor distribuída geograficamente pela área de estudo, a
fim de aumentar o nível de detalhe e minimizar as incertezas acerca das estimativas ora
efetuadas.
99
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