Análise Da Depreciação de Áreas Com Uso Da Distribuição Gaussiana
Análise Da Depreciação de Áreas Com Uso Da Distribuição Gaussiana
Análise Da Depreciação de Áreas Com Uso Da Distribuição Gaussiana
ESTATE, AVALIAÇÃO E
CICLOS ECONÔMICOS:
O CENÁRIO PAN-AMERICANO
2016 BRASIL
RIO DE JANEIRO
HOTEL WINDSOR BARRA
Promoção Organização
Análise da depreciação de áreas com uso da distribuição Gaussiana
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I. Introdução
Existem metodologias para se calcular a depreciação de áreas do entorno
ou até da própria área que venha a sofrer uma instituição de servidão ou
desapropriação (parcial ou não). Temos o método do “antes e do depois”1
(Moreira, 2001), do “1/3”2 (Pellegrino, 1974), de “Philippe Westin”3 (apud
Pellegrino, 1974), além da metodologia publicada por “Arantes e Saldanha”4
(2009) dentre outras. Existem também inúmeros trabalhos publicados sobre o
tema em congresso brasileiro (COBREAP), mas em nenhuma instância foi
considerada a variável propagação de cheiro, ou existência de odor.
É sabido que no entorno de áreas contaminadas (lixões, por exemplo),
temos a emanação constante de odores, qual mais se intensifica frente a
presença de altas temperaturas, umidade (causando fermentações diversas),
direção e velocidade do vento. Essas emanações causam incômodos que,
conforme a intensidade das mesmas, inviabilizam a permanência de seres
humanos no local sem devidas proteções.
Não se discutirá nesse estudo o material particulado ou aerossol
atmosférico constituído pelas partículas sólidas e líquidas em suspensão na
atmosfera, nem os danos decorrentes, mas sim a influência da alteração na
qualidade do ar sobre valor de um determinado bem pela situação que este bem
está localizado.
Em inúmeros procedimentos avaliatórios é possível encontrar dificuldades
diversas ou por falta de dados ou pela qualidade destes. Da mesma forma, temos
algumas variáveis desejáveis no modelo que, por vezes, não conseguimos
utilizar devido à falta de uma equação apropriada.
No caso específico pensou-se na questão do quantum um determinado
bem sofreria de perda em seu valor monetário pela proximidade de uma fonte
emissora de odor desagradável (aterro sanitário, “lixão”, ETE Estação de
Tratamento de Esgoto, etc.).
Este estudo pretende desenvolver uma forma de promover a indenização
por esses incômodos, a qual poderá ser utilizada para qualquer modelo seja
servidão ou desapropriação que afete a circunvizinhança com emanações
gasosas.
II. Prejuízo e Desvalorização do Imóvel
O entendimento dos tribunais é pacífico na questão da desvalorização de
um bem afetado por externalidades que venham a causar desconforto, seja ele
de qualquer tipo, senão vejamos:
TJ-SC - Apelação Cível AC 20120763460 SC 2012.076346-0
(Acórdão) (TJ-SC)
Data de publicação: 06/11/2013
Ementa: Civil - Coisas - Direito de Vizinhança - Uso Anormal de
Propriedade - Estação de Tratamento de Efluentes - Emissão de
Odores Intoleráveis - Danos Materiais (Desvalorização Imobiliária)
e Morais (Prejuízo à Saúde e Constrangimento Familiar) - Sentença
1 Moreira, A.L. Princípios de Engenharia de Avaliações. Ed. Pini. 5ª Ed. Pág 292
2 Pellegrino, J.C. Avaliação de Faixas de Servidão de Passagem. Anais do I Congresso Brasileiro de
Engenharia de Avaliações. São Paulo/SP. 1974
3
Vasconcelos Filho, Phillippe Westin, Indenização nas servidões.
4 Arantes, C.A., Saldanha, M.S., Avaliações de Imóveis Rurais - Norma NBR 14.653-3 – ABNT –
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Procedente em Parte (Concessão de Danos Materiais) ...
5 Seinfeld, J. H., Atmos. Chem. and Phys. of Air Pollution. Editado por John Wiley & Sons (1986).
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De seu entendimento linear temos que as fontes emissoras impactarão os
receptores pela emanação de poluentes através da atmosfera.
O odor é uma forma de poluição tendo em vista o desconforto causado ao
bem estar de uma população.
III.1. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A DISPERSÃO DOS
POLUENTES
Segundo o Instituto Astronômico e Geofísico da USP6 temos que:
Os poluentes do ar são perigosos quando as condições
atmosféricas não contribuem para sua diluição. Veremos agora
fatores que podem afetar a dispersão desses poluentes.
A velocidade do vento: O vento pode contribuir na mistura dos
poluentes com o ar limpo, causando assim a sua diluição. Mas
quando o vento está calmo, a diluição se torna um processo muito
lento. Assim como o vento depende das condições meteorológicas
ele também depende dos obstáculos que irá encontrar na
superfície da Terra, ou seja, construções, prédios, etc, podem
contribuir na diminuição da velocidade do mesmo. Desse modo, em
áreas urbanas há uma diminuição da diluição dos poluentes do ar
pelo vento, pois este encontra impedimentos em seu caminho.
Estabilidade Atmosférica: A estabilidade atmosférica afeta o
movimento vertical do ar. Convecção e turbulência são
aumentadas quando o ar é instável e inibido quando o ar é estável.
A estabilidade do ar traz influências na taxa com a qual os
poluentes são misturados no ar limpo. Uma parcela de poluentes
do ar emitida quando o ar está instável é melhor misturada do que
quando há estabilidade. A estabilidade inibi o transporte dos
poluentes no ar.
A profundidade de mistura é a distância vertical entre a superfície
da Terra e a altitude das correntes de convecção. Quando a mistura
em profundidade é grande (muitos quilômetros, por exemplo),
observamos uma grande quantidade de ar limpo misturada com
poucas quantidades de poluentes. Nós podemos, algumas vezes,
estimar a estabilidade do ar observando uma pluma que surge de
uma chaminé. Se a fumaça entra em uma camada de ar instável, a
pluma fica ondulada. Em geral, esta pluma indica que os poluentes
estão sendo misturados, ou seja, diluídos. Por outro lado, se a
pluma de fumaça fica suspensa e vagarosamente sobe, significa
que as condições são estáveis.
Inversão de Temperatura: Em condições normais, existe um
gradiente de diminuição de temperatura do ar com o aumento da
altitude (o ar é mais frio em lugares mais altos). Ao longo do dia, o
ar frio tende a descer (por que é mais denso) e o ar quente tende a
subir (pois é menos denso), criando correntes de convecção que
renovam o ar junto ao solo. Em algumas ocasiões e locais
(especialmente junto a encostas de montanhas ou em vales) ocorre
uma inversão: uma camada de ar frio se interpõe entre duas
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camadas de ar quente, evitando que as correntes de convecção se
formem. Dessa forma, o ar junto ao solo fica estagnado e não sofre
renovação. Se houver uma cidade nessa região, haverá acúmulo
de poluentes no ar, em concentrações que podem levar a efeitos
danosos. Um exemplo de cidade brasileira que sofre com a
inversão térmica é São Paulo.
IV. Do modelo a considerar
Analisando-se a necessidade dos cálculos entendeu-se por bem utilizar
um modelo matemático consagrado onde as variáveis de importância pudessem
ser consideradas.
Entendendo que a pluma se concentra e distribui conforme desenho a
seguir, formando uma campana (Q=ponto de origem da emanação):
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o desvio padrão (σ).
Consoante Moraes8 (2004): “O modelo Gaussiano é baseado em uma fórmula
simples que descreve um campo de concentrações tri-dimensional gerado por
uma fonte pontual elevada sob condições meteorológicas constantes. As
condições de emissão também são consideradas como sendo constantes neste
tipo de modelo”.
Representando a situação de um imóvel dentro da pluma, teremos:
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na atmosfera. Portanto, havendo existência de odor, há que se entender a
existência de um percentual de depreciação do bem.
Gifford apud Kerr10 (2006) comenta ainda a existência de uma série de
proposições de fórmulas de interpolação para valores de σy e σz, baseadas em
funções de potências:
࣌ࢠ = ࢉ࢞ࢊ
࣌࢟ = ࢇ࢞࢈
Kerr (op. cit.) afirma que, “para a Pluma Gaussiana, os principais
elementos a serem determinados são os coeficientes de dispersão σi (i=y, z)
adequados ao local em estudo”.
Sendo somente um ponto no solo, chaminé, ou outra fonte de emissão,
temos como modelagem da emissão o seguinte:
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Portanto, temos que, a concentração de determinado poluente (no caso,
o odor) em determinado ponto, é identificada pelo Modelo Gaussiano, sendo o
ponto mais próximo da fonte emissora (origem) onde estariam mais
concentrados tais odores e o inverso no ponto mais distante. Com essa lógica
poderíamos identificar a desvalorização que um imóvel sofreria por sua
proximidade ao ponto de origem da emissão, em comparação com outros dados
amostrais situados em distâncias diversas, afetados ou não pela pluma. Como
variáveis a considerar: direção e intensidade dos ventos, insolação, distância do
ponto de origem da emissão (coordenadas “x”, “y”), altura da origem da emissão
(coordenada “z”), altura do ponto receptor (coordenada “z”) e categorias de
estabilidade.
A movimentação do ar é uma variável de alta importância a considerar,
anto pelo movimento médio do ar carregando os odores quanto pela difusão
turbulenta no espaço tridimensional. Evidente que o que se pretende identificar
não é a concentração do poluente (no caso o odor), como já dito, mas a
existência deste afetando o valor do imóvel avaliando, portanto, é plenamente
aceitável a utilização de valores médios em certas escalas de tempo para muitos
parâmetros (BRAGA et al., 200512).
Os valores dos coeficientes de dispersão σy e σz são representados pelas
equações seguintes além das tabelas 1, 2 e 3, conforme descrito pela US EPA
(1995) derivada dos trabalhos de Gifford (1961), Pasquill (1961), Pasquill (1961),
Turner (1964) e da formulação de Biggs para obtenção dos coeficientes de
McElroy-Pooler (Sampaio & Portezani13, 2014), conforme observado a seguir
ߪ௬ = 465,11628 ݔ. tan(ܶ)ܪ
O valor de σy é dado em metros.
Onde:
ܶ = ܪ0,017453293 × ሺܿ − ݀ × ݈݊௫ ሻ
Sabendo que nas equações acima a coordenada “x” é fornecida em
quilômetros, representando a distância no eixo “x” entre o ponto onde se está
estimando a concentração e o ponto de origem da emissão. Pode-se efetuar o
cálculo de distância entre coordenadas com a seguinte fórmula:
ݐݏ݅ܦâ݊ܿ݅ܽ = ඥሺݔଵ − ݔଶ ሻଶ + ሺݕଵ − ݕଶ ሻଶ
Onde:
x1 = coordenada “x” do ponto de emissão
x2 = coordenada “x” do ponto de recepção
y1 = coordenada “y” do ponto de emissão
y2 = coordenada “y” do ponto de recepção
Para o cálculo da variável auxiliar TH (em radianos), deve-se considerar
os coeficientes “c” e “d” dependentes da classe de estabilidade atmosférica,
conforme tabela 1 a seguir:
12
BRAGA, B., HESPANHOL, I., CONEJO, J., MIERZWA, J.C., BARROS, M., SPENCER, M., PORTO, M.,
NUCCI, N., NEUSA, J, EIGER, S. Introdução à Engenharia Ambiental. O desafio do desenvolvimento
sustentável. 2ª Edição. Pearson Prentice Hall. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária. São Paulo, 2005.
13 SAMPAIO, Augusto Silva. PORTEZANI, Carlos Henrique. Modelagem da dispersão de poluentes
atmosféricos através da dinâmica dos fluidos computacionais. 8º ENEPE / UFGD. 56º EPEX UEMS. 2014.
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Tabela 1. Valores dos coeficientes "c" e "d" utilizados para
calcular o coeficiente de dispersão de Pasquill-Gifford σy de acordo
com a classe de estabilidade atmosférica para regiões de
características rurais (US EPA, 1995).
Classe de
Valor do coeficiente Valor do coeficiente
estabilidade
"c" "d"
atmosférica
A 24,1670 2,5334
B 18,3330 1,8096
C 12,5000 1,0857
D 8,3330 0,7238
E 6,2500 0,5429
F 4,1667 0,3619
O valor de σz (em metros) para áreas rurais é dado pela seguinte equação:
ߪ௭ = ܽ. ݔ
Os valores dos coeficientes “a” e “b”, dependentes da coordenada “x”,
como também da estabilidade atmosférica, são apresentados na tabela 2, como
vemos:
Tabela 2. Valores dos coeficientes "a" e "b" utilizados para calcular o
coeficiente de dispersão de Pasquill-Gifford σz de acordo com a classe de
estabilidade atmosférica e a coordenada "x" para regiões de características
rurais (US EPA, 1995).
Classe de Valor do
Valor do
estabilidade Coordenada "x" coeficiente
coeficiente "a"
atmosférica "b"
< 0,10 122,8000 0,94470
0,10 a 0,15 158,0800 1,05420
0,16 a 0,20 170,2200 1,09320
0,21 a 0,25 179,5200 1,12620
A 0,26 a 0,30 217,4100 1,26440
0,31 a 0,40 258,8900 1,40940
0,41 a 0,50 346,7500 1,72830
0,51 a 3,11 453,8500 2,11660
> 3,11 ** **
<0,20 90,6730 0,93198
B 0,21 a 0,40 98,4830 0,98332
> 0,40 109,3000 1,09710
C Qualquer 61,1410 0,91465
<0,30 34,4590 0,86974
0,31 a 1,00 32,0930 0,81066
1,01 a 3,00 32,0930 0,64403
D
3,01 a 10,00 33,5040 0,60486
10,01 a 30 36,6500 0,56589
>30,00 44,0530 0,51179
<0,10 24,2600 0,83660
0,10 a 0,30 23,3310 0,81956
0,31 a 1,00 21,6280 0,75660
E 1,01 a 2,00 21,6280 0,63077
2,01 a 4,00 22,5340 0,57154
4,01 a 10,00 24,7030 0,50527
10,01 a 20,00 26,9700 0,46713
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Tabela 2. Valores dos coeficientes "a" e "b" utilizados para calcular o
coeficiente de dispersão de Pasquill-Gifford σz de acordo com a classe de
estabilidade atmosférica e a coordenada "x" para regiões de características
rurais (US EPA, 1995).
Classe de Valor do
Valor do
estabilidade Coordenada "x" coeficiente
coeficiente "a"
atmosférica "b"
20,01 a 40,00 35,4200 0,37615
> 40,00 47,6180 0,29592
<0,20 15,2090 0,81558
0,21 a 0,70 14,4570 0,78407
0,71 a 1,00 13,9530 0,68465
1,01 a 2,00 13,9530 0,63227
2,01 a 3,00 14,8230 0,54503
F
3,01 a 7,00 16,1870 0,46490
7,01 a 15,00 17,8360 0,41507
15,01 a 30,00 22,6510 0,32681
30,01 a 60,00 27,0740 0,27436
>60,00 34,2190 0,21716
* Se o valor calculado de σz exceder 5.000m, σz é ajustado para 5.000m.
** σz é igual a 5.000m
extremamente levemente
A C E levemente estável
instável instável
moderadamente moderadamente
B D neutra F
instável estável
Sendo:
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Velociade
Superficial do
Vento (medido Insolação Durante o Dia Nebulosidade Durante a Noite
a 10 m de
Altura)
Pouco nublado
(m/s) Forte Moderado Leve ou ≥ 4/8 de ≤ 3/8 de nuvens
nuvens baixas
<2 A A-B B - -
2-3 A-B B C E F
3-5 B B-C C D E
5-6 C C-D D D D
>6 C D D D D
* O nível de nebulosidade é definido como a fração do céu acima do horizonte aparente que está coberto por
nuvens.
Notas:
1. Insolação é a taxa de radiação solar incidente por unidade de superfície terrestre.
2. Forte insolação corresponde a I > 700Wm−2 , insolação Moderada corresponde a 350 ≤ I ≤ 700Wm−2 e
Leve insolação corresponde a I < 350Wm−2 .
3. Para A-B, B-C, etc. tome a média dos valores de A e B para as variáveis que dependem desta
classificação.
4. Noite refere-se ao período de 1 hora antes do pôr do sol até uma hora antes do alvorecer
5. Indiferente à velocidade do vento, a categoria neutra D deve ser assumida para condições encobertas
durante o dia ou noite e para quaisquer condições de céu durante a hora precedendo ou seguinte à noite.
Como classificação da radiação solar incidente segundo valor medido
(Seinfeld; Pandis; 1997, apud Sampaio & Portezani, 2014, op. cit.) temos:
Valor Medido Radiação solar
(W/m²) incidente
> 700 Forte
350 a ≤700 Moderada
< 350 Leve
Briggs (op. cit.), com base em Pasquill (op. cit.), apresentou uma tabela
diferenciando áreas urbanas e áreas rurais com equações próprias, à saber:
Parâmetros para dispersão em ambientes urbanos (distâncias
de 100 a 1.000m) - Formulação de Briggs
Classe de Pasquill σy (em metros) σz (em metros)
A-B 0,32x(1+0,0004x) -0,5 0,24x(1+0,001x)0,5
C 0,22x(1+0,0004x)-0,5 0,20x
D 0,16x(1+0,0004x)-0,5 0,14x(1+0,0003x)-0,5
E-F 0,11x(1+0,0004x)-0,5 0,08x(1+0,0015x)-0,5
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V. Condições para uso do modelo
Como condições pré-estabelecidas para uso deste modelo temos:
A substância ou odor vertido é conservativo (T=Zero), ou seja, a fonte de
emissão é “fixa”.
O regime é estacionário
O eixo “x” está ligado a direção do vento.
O fluxo é paralelo ao terreno.
A velocidade é uniforme (intensidade e direção constantes em um
intervalo de tempo) na dimensão vertical.
A pluma é completamente desenvolvida na dimensão vertical.
A dispersão turbulenta é muito menor que o transporte convectivo.
Os coeficientes de dispersão vertical e transversal (nas outras direções
que não a predominante do vento) são constantes.
O terreno é genericamente homogêneo em sua característica.
Não há perda de material poluente.
Distância da emissão até o ponto receptor menor que 10 quilômetros.
E a condição especifica para modelagem em avaliação de imóveis é que
Qs=1.
VI. Aplicação do Modelo
Passos:
a) Vistoria ao local e identificação da presença do odor, de forma natural ou
com uso de “nariz eletrônico”.
b) Coleta de coordenadas (x,y,z) do ponto de emissão e do ponto onde se
pretende avaliar (mensurar).
c) Coleta dos dados amostrais identificando distância do ponto de emissão
e presença da variável “odor”, com devida coleta de coordenadas (x,y,z)
– no caso de uso do modelo comparativo.
d) Tabulação dos dados.
e) Aplicação do modelo
f) Identificação dos percentuais de concentração.
g) Conclusões.
Vamos tomar por exemplo a seguinte situação: Um imóvel rural localizado
nas coordenadas 217.625,711m, 7.482.553,878m, distando 450m do marco zero
de emissão (Coordenadas: 217.251,140m, 7.482.304,487m). Supondo a
velocidade do vento (u) em 3,0m/seg, com altura (H) de emissão do solo a 1,0m,
e Qs=1, Classe de Pasquill “D”, onde pretende-se calcular a distribuição das
concentrações no modelo e para o imóvel afetado. Pois bem, aplicando as
fórmulas:
௭ .
௬ 465,11628 . tan
0,017453293 ௫
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Utilizando as tabelas seguinte, temos como valores:
Classe de
Valor do Valor do
estabilidade
coeficiente "c" coeficiente "d"
atmosférica
D 8,3330 0,7238
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Coordenadas (m) Coordenadas (km) Distri buição das Concentrações
Di stânci as
Pontos x y z (m) x y σz (m) T H (rad) σy (m) C(x,y,z) Pontual Acumulado
(m)
0 0 217.251,140 7.482.304,487 425,0 217,251 7.482,304 3.714,0869 0,077459 7.842,72 2,30E-09 0,0000% 100,00%
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Em representação gráfica teremos:
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VII. Conclusões
A distribuição gaussiana é uma modelagem consagrada para cálculo de
dispersão com o viés ambiental. A adaptação para este uso nos apresenta
extremamente viável além de ser lógica, resultando em mais uma ferramenta de
auxílio ao engenheiro ou arquiteto avaliador.
O estudo pode ser utilizado como variável (ou fator) de um modelo onde
seriam comparados os dados amostrais e o imóvel avaliando conforme grau de
afetação. Entendendo que, quanto maior o grau de afetação maior a depreciação
que o imóvel avaliando sofreria. Da mesma, em ações indenizatórias, pode ser
utilizada para cálculo do quantum indenizatório ocasionado pela depreciação do
bem pela maior ou menor distância do ponto de emissão, ajustado pelos
percentuais de concentração das emissões.
VIII. Bibliografia
Braga, B., Hespanhol, I., Conejo, J., Mierzwa, J.C., Barros, M., Spencer,
M., Porto, M., Nucci, N., Neusa, J, Eiger, S. Introdução à Engenharia
Ambiental. O desafio do desenvolvimento sustentável. 2ª Edição. Pearson
Prentice Hall. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária. São Paulo, 2005.
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Diffusion, Office of Health and Environmental Research, Office of Energy
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Gifford, Franklin A. Jr (1961). Use of Routine Meteorological Observations
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Gifford, Franklin A. Jr (1968). Meteorology and atomic energy, US Atomic
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Gifford, Franklin A. Jr (1976), Turbulent Diffusion-Typing Scheme: A Review,
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Kerr, Américo Sansigolo. Modelamento da difusão atmosférica de poluentes.
Curso de Física da Poluição do Ar. 2º Semestre/2006. Departamento de
Física Aplicada. Departamento de Física da USP.
Martins, Eduardo Monteiro. Fortes, Júlio Domingos Nunes. Lessa, Ricardo
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Moraes, M.R., Ferramenta para a previsão de vento e dispersão de
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Federal de Santa Catarina. 2004.
Pasquill, F. (1961). The Estimation of the Dispersion of Windborne Material,
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Sampaio, Augusto Silva. Portezani, Carlos Henrique. Modelagem da
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<http://www.iag.usp.br/siae98/meteorologia/poluicao.htm>. Acesso em
15.01.2016
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