TCC - Ágata Tecnico em Canto
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho gira em torno do hino da cidade de Ourinhos - SP, que foi
composto no ano de 1991 por Fernando Cavezale. A pesquisa tem o intuito de
resgatar e reunir informações sobre o concurso de escolha do hino de
Ourinhos, assim como também sobre o próprio hino, se justificando pela
importância da preservação da memória que é uma parte importante da cultura
de um povo, e pode facilmente se perder com o passar dos anos se não for
devidamente perpetuada. Isso é reforçado por Pereira e Bonfim (2022, p. 5): “A
preservação patrimonial e cultural material e imaterial tem sido de suma
importância para a formação de identidade coletiva, e da preservação de
memória histórica de uma sociedade”, ou seja, é necessário armazenar dados
e acontecimentos históricos para que eles estejam disponíveis no futuro, e não
corram o risco de caírem no esquecimento, levando com eles parte da história
e da identidade de um povo.
A história do hino de Ourinhos se vê relevante nesse contexto porque é um
tema que se encontra propenso ao esquecimento, pelo motivo da falta de
armazenamento de dados em arquivos físicos e digitais, desse modo, há o
objetivo de responder, por meio de pesquisas bibliográficas e pesquisas de
campo, a seguinte pergunta: Como é e como surgiu o hino de Ourinhos?
2 CIDADE DE OURINHOS - SP
Ourinhos é uma cidade com cerca de 295,818 km² de extensão, localizada no
sudoeste do estado de São Paulo, tendo como cidades limítrofes Canitar,
Santa Cruz do Rio Pardo, São Pedro do Turvo e Salto Grande no estado de
São Paulo, e Jacarezinho no estado do Paraná. O município é banhado pelos
rios Pardo, Paranapanema e Turvo, e a população é de cerca de 115.139
pessoas (IBGE, 2021).
A cidade se originou no ano de 1908, quando a Sorocabana Railway Company
construiu um trecho de linha férrea indo em direção ao Rio Paraná, fazendo
com que uma civilização se iniciasse na área, movimentando uma economia
baseada na própria ferrovia, no café, no trabalho dos imigrantes e no comércio,
como explica PRADO (2021, p. 41):
A economia firmava-se no cultivo do café, no trabalho dos
ferroviários, dos imigrantes mineiros, japoneses, italianos, espanhóis),
na atividade ceramista das olarias implantadas pelos italianos na Vila
Odilon, no comércio de bens de subsistência, nos armazéns de
ferragem e na agricultura.
3 HINO DE OURINHOS
O hino de Ourinhos foi composto no ano de 1991 por Fernando Henrique Mella
Ribeiro, ou Fernando Cavezale, como era chamado, durante o concurso de
escolha do hino de Ourinhos, e é um dos símbolos cívicos da cidade, que
contribuiu para a formação da cultura ourinhense, exaltando aspectos
importantes do município, como sua história e sua geografia. Fernando
Henrique Mella Ribeiro nasceu dia 14 de maio de 1963, e faleceu dia 6 de
junho de 2021, de Covid-19. Ele era publicitário e foi secretário da Cultura entre
os anos de 2013 e 2016. Trabalhou também na redação do Jornal da Divisa, e
tinha uma paixão muito grande pela cidade, tendo sido considerado um ilustre
cidadão.
Jornalista, publicitário, empresário, músico e compositor, Fernando
Henrique Mella Ribeiro (Fernando Cavezale) foi um cidadão
politicamente ativo no município. Além de compositor do hino, Ribeiro
atuou como Secretário de Cultura entre os anos de 2013 e 1016.
Faleceu em 05 de junho de 2021, vítima da Covid-19. O funeral de
despedida foi realizado ao som do hino que compôs. Deixa-se aqui
uma homenagem “in memoriam” ao ilustre cidadão. (PRADO, 2020,
p. 45).
Uma das vozes que interpreta a gravação original pertence a Vânia Bastos,
que era amiga do autor e da sua família. Ela trabalhava cantando jingles e
hinos para gravadora em São Paulo, e só foi descobrir que Fernando foi quem
havia composto o hino, após seu falecimento.
4 CONCLUSÃO
Abstract: This paper is about the Ourinhos’ anthem and the contest that it was
chosen. It presents a comparison between the laws that originated the
composition, an analysis of the song based on a transcription and more
information about the contest, as well as interviews with relevant people on the
context.
REFERÊNCIA
Entrevista:
W - Wilson Pereira.
A minha irmã Vera, Vera Lúcia Ribeiro Neli, que era diretora da escola Maria do
Carmo passou a música para uma partitura, e o Fernando quis que o hino
fosse cantado por um grupo de crianças. Então a Vera escolheu algumas
crianças da escola Maria do Carmo para cantar o hino no dia do festival,
porque ele via as crianças cantando o hino nas escolas, né? Então ele queria
que fosse assim.
Ele era muito jovem, e de cara assim o hino encantou a todos. Todos mesmo.
Assim desde a primeira vez, mas naquela época o Fernando trabalhava para o
partido contrário, né, ele era do do Claury, trabalhava para o Claury e o atual
governo era do Clóvis Chiaradia, né? Doutor Clóvis. E a Haide fazia parte da
escolha do hino, dos jurados. Então de acordo com a dona Haide, no momento
eles pensaram em não escolher o Fernando que ele era do partido contrário ao
partido do Doutor Clóvis, mas daí o próprio Doutor Clóvis, prefeito de Ourinhos,
disse não, que isso nada tinha a ver com política, e que eles tinham que
escolher. O vencedor tinha que ser o melhor.
E assim foi, o hino venceu, e depois teve que ser gravado pela orquestra
sinfônica em São Paulo, a dona Haide que levou para ser gravado pela
Orquestra Sinfônica em São Paulo. Aí veio uma história que eu fiquei sabendo
a partir da morte do Fernando. A Vânia Bastos, minha amiga de infância, né,
nossa amiga que muitas vezes o Fernando trouxe pra Ourinhos, pra cantar,
enquanto secretário de cultura, nós éramos próximos. Ela não sabia que o
Fernando era o autor do hino de Ourinhos até o momento da morte dele. Foi
quando ela entrou em contato e falou “Alice, é o Fernando? Eu não sabia que
era o Fernando o autor do hino.”
Aí ela me contou uma outra história, que ela estava com o Euler em São Paulo,
ela fazia jingles. As pessoas chamavam “precisamos de uma voz, um tenor,
precisa um contralto” aí eles chamavam e tinha que ir correndo, pegar um táxi
pra lá, gravava a voz sozinha assim, ou as vezes em dupla, não sei, e daí nem
sabia pra que iria servir. As vezes era uma frase só, um refrão, assim para eles
montarem os jingles. E os hinos também das cidades.
Então ela foi chamada pra gravar o hino e o Euler tava junto, aí diz que eles
pegaram um táxi que justamente o motorista do táxi era de Ourinhos. Aí ela foi,
gravou, não sabia que estava gravando o hino de Ourinhos, uma das vozes do
hino de Ourinhos. No fim que ela viu o nome da dona Haide lá aí ela falou “não,
é o hino de Ourinhos, né” porque ela viu o nome da dona Haide. Mas ainda não
sabia que o hino era do Fernando e nunca soube, enquanto o Fernando era
vivo.