Metodos de Avaliação e Conposiçao Corporal

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Métodos de Avaliação da

Composição Corporal

Brasília-DF.
Elaboração

Sâmia Keller Luccas

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 5

INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7

UNIDADE ÚNICA
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL........................................................................................... 9

CAPÍTULO 1
AVALIAÇÃO CORPORAL........................................................................................................... 9

CAPÍTULO 2
SOMATOTIPO......................................................................................................................... 28

CAPÍTULO 3
EQUAÇÕES DE PREDIÇÃO – PROTOCOLOS............................................................................. 35

CAPÍTULO 4
PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL.................................................................................. 38

CAPÍTULO 5
MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO............................................................ 42

PARA (NÃO) FINALIZAR....................................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 46

ANEXO............................................................................................................................................... 47
Apresentação
Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

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Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

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Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Exercício de fixação

Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).

Avaliação Final

Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,


que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução

Métodos de avaliação da composição


corporal de atletas
A disciplina Métodos de Avaliação da Composição Corporal de Atletas apresenta como meta principal
capacitar nossos alunos da Pós-Graduação de Nutrição Esportiva para a utilização, mediante os
padrões científicos e atuais, dos diferentes métodos de avaliação da composição corporal para
atletas e desportistas.

Antes de serem apresentados todos os métodos para a avaliação da composição corporal, esta
disciplina tem como objetivo a definição de composição corporal e sua utilização prática na área da
Saúde e da Nutrição Esportiva.

Uma vez entendido o conceito referente a composição corporal, torna-se necessário o conhecimento
dos diferentes métodos atualmente usados para a avaliação da composição corporal, tanto para
atletas como para não atletas (desportistas).

Como são vários os métodos existentes para a avaliação da composição corporal, esta disciplina
quer identificar, conhecer, analisar e discutir as vantagens, desvantagens, utilização prática e
especificidade de cada procedimento estudado para que nossos alunos tenham o conhecimento
necessário para realizar um atendimento especializado e satisfatório a seus pacientes/alunos.

Nesse sentido, a disciplina além de orientar, promove um diferencial no mercado de trabalho,


principalmente na área de Nutrição Esportiva, uma vez que a demanda por profissionais capacitados
atuantes nesta área ainda é grande e escassa.

Objetivos
»» Definir composição corporal e sua utilidade para desportistas e atletas.

»» Distinguir os diferentes métodos de avaliação da composição corporal para


desportistas e atletas e sua especificidade em relação a população recorrente.

»» Conhecer as individualidades das equações de predição utilizadas como


parâmetros/padrões científicos de avaliação do percentual de gordura corporal
total para desportistas e atletas.

»» Definir somatotipia e sua relação prática com a composição corporal.

»» Conhecer e analisar os padrões recomendados pela literatura científica para os


valores de porcentagem de gordura corporal total de desportistas e atletas.

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AVALIAÇÃO DA
COMPOSIÇÃO UNIDADE ÚNICA
CORPORAL

CAPÍTULO 1
Avaliação corporal

A composição corporal é uma variável de interferência direta sobre o desempenho motor e a


qualidade de vida, pois é capaz de indicar o estado de saúde de um indivíduo.

Outras variáveis ou medidas podem também ser utilizadas como parâmetros ou indicadores do
estado nutricional ou do estado de saúde de um indivíduo, porém, o estudo da composição corporal
torna-se mais específico e “preciso”, pois proporciona a visualização e a diferenciação entre os
diversos compartimentos do organismo, ou seja, favorece a distinção de cada um deles.

Dessa forma, o conceito de composição corporal é justificado a partir do momento em que se


tornaram necessárias avaliações mais precisas e específicas sobre a estrutura corporal do indivíduo
a ser avaliado. Nesse sentido, atletas ou mesmo os indivíduos praticantes de atividade física regular,
os desportistas, começaram a utilizar a avaliação da composição corporal como forma de aperfeiçoar
ou melhorar seu desempenho físico, e também, outros fatores, diferenciando de acordo com o
objetivo proposto, o treinamento e a alimentação.

Por isso, quando se menciona “avaliação da composição corporal” subentende-se que serão
estudados os compartimentos do corpo de um indivíduo. O peso corporal total é, então, dividido
em massa de gordura, massa óssea, massa muscular e massa residual, esta última, compreende
órgãos corporais e a pele. Para simplificar, esses compartimentos são, geralmente, divididos em
dois grandes grupos: massa corporal magra e massa de gordura.

A avaliação da composição corporal é importante por que:

»» Pode ser utilizada como objeto de pesquisa em diversas áreas;

»» Auxilia o diagnóstico nutricional;

»» Ajuda na elaboração de intervenções nutricionais;

»» Auxilia na elaboração e planejamento de programas de treinamento físico;

»» Promove melhorias no desempenho físico e na qualidade de vida.

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UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Métodos de avaliação da composição corporal


Os métodos de avaliação da composição corporal surgiram com a finalidade de investigar da
forma mais precisa possível a estrutura do corpo humano e seus compartimentos, por isso, alguns
métodos são mais precisos que outros, mais trabalhosos, e consequentemente, mais difíceis de
serem efetuados.

A classificação dos métodos existentes para a avaliação da composição corporal foi elaborada
levando em consideração a precisão dos dados obtidos; dessa forma, quanto maior a precisão dos
resultados, mais direto pode ser considerado o método. Portanto, foram assim denominados, por
ordem de precisão e especificidade, de métodos diretos, indiretos e duplamente indiretos.

Alguns exemplos podem ser observados na tabela a seguir:

Tabela 1. Classificação dos diferentes métodos de avaliação da composição corporal.

DIRETOS INDIRETOS DUPLAMENTO INDIRETOS

dissecação de tecidos estudos em animais antropometria dobras cutâneas bioimpedância


hidrodensitometria pletismografia DEXA
extração lipídica elétrica

Métodos diretos
Os métodos diretos ferecem alto nível de precisão para a avaliação da composição corporal e o erro
padrão de estimativa (EPE) é pequeno, por isso, o nome método direto.

A dissecação de cadáveres e a extração lipídica são os métodos diretos mais conhecidos.

A extração lipídica, feita em solução aquosa, pode ser considerada o melhor método direto de avaliação
da composição corporal quando comparada a dissecação de cadáveres, pois nesta última, ainda há
dificuldade para a extração total das gorduras existentes entre as fibras e as vísceras. Além disso, a
dissecação de cadáveres, embora um método direto e preciso, não conseguia retratar fielmente a
realidade da composição corporal de um indivíduo ativo (vivo), justamente devido a situação inerte
do corpo do avaliado.

Métodos indiretos
Os métodos indiretos são validados através da comparação entre os resultados obtidos pelos métodos
diretos e respaldados por princípios químicos e físicos que visam à extrapolação das quantidades de
gordura e de massa corporal magra. Quando os valores finais são parecidos, aceita-se que o método
indireto em questão seja um bom instrumento para a análise da composição corporal.

Entre os métodos químicos indiretos podem ser citados a contagem de potássio radioativo (K40 e
K42), diluição de óxido de deutério e excreção de creatinina urinária. Já entre os métodos físicos
destacam-se o ultrassom, o raio X, o raio X de dupla energia, a ressonância nuclear magnética e
a densimetria.

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Um dos princípios químicos que originou algumas das técnicas clássicas de mensuração da
composição corporal, como a hidrodensitometria ou pesagem hidrostática, é o das diferentes
densidades existentes entre a gordura e outras substâncias químicas presentes no organismo.

A partir do conhecimento de que a densidade da gordura é diferente da densidade da água


tornou-se possível desenvolver o modelo de dois compartimentos corporais distintos: os tecidos
metabolicamente ativos, que compõem a massa livre de gordura e a massa de gordura.

Dependendo da fase de crescimento e desenvolvimento, sexo, nível de atividade física e etnia, esses
compartimentos corporais (a massa livre de gordura e a massa de gordura) podem variar.

Devido a essas variações e com o avanço das pesquisas, foram criados modelos de três, quatro ou
múltiplos compartimentos, com o intuito principal de minimizar as mudanças estruturais dos seres
humanos de acordo com a fase da vida em que se encontram.

No modelo de três compartimentos, divide-se a massa livre de gordura em conteúdo de água (líquidos)
e conteúdo protéico e mineral (sólidos) para que sejam usadas as densidades da água, da gordura
e dos sólidos corporais para a avaliação. No modelo de quatro compartimentos a massa livre de
gordura, é então, dividida em três partes: massa celular, fluido extracelular e sólidos extracelulares.
Para finalizar, existe ainda o método de análise da composição corporal que é organizado em cinco
níveis: atômico, molecular, celular, tecidual e de corpo inteiro.

Para exemplificar, esses modelos levam em consideração os valores de densidade assim descritos:

Densidade da gordura = 0,9 g/cm3

Densidade da água = 1,0 g/cm3

Hidrodensitometria – pesagem hidrostática ou subaquática


(padrão ouro)

A avaliação da composição corporal efetuada pelo método de Hidrodensitometria é baseada no


princípio de Arquimedes no qual um corpo submerso desloca uma certa quantidade de água que
equivale ao volume corporal do indivíduo. A gordura ocupa mais espaço e desloca um volume maior
de água, porém, afunda menos. O contrário acontece em relação à massa corporal magra.

Na avaliação por Hidrodensitometria, o indivíduo fica submerso em um banco, situado no interior


do aparelho; dentro da piscina existe um tubo que o conecta a parte externa. O indivíduo, no interior
da piscina, faz uma expiração forçada para “retirar” o máximo de ar de dentro dos pulmões. O que
sobra de ar nos pulmões corresponde ao volume residual.

Após a expiração forçada, o indivíduo é pesado para que se compare seu peso corporal total dentro
da água com o peso corporal de fora da água; o valor encontrado é corrigido pela densidade da água,
nesta fórmula:

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UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

D = Peso no ar
_____________________________
(Peso ar – Peso água) – (VR + 100)
_________________
D. água

VR = volume residual

100 = ar restante nos intestinos, seios nasais e outras localidades corporais

Embora seja uma técnica complexa, demorada e cara, que necessite de equipe especializada e
que esbarre na resistência de certos indivíduos em relação ao teste de submersão e da exposição
corporal, se for realizada em condições ideais, o erro padrão de estimativa (EPE) é baixo, variando
entre 0,8 a 1,2%.

A seguir, a ilustração de como é efetuado o teste por Hidrodensitometria:

Figura 1. Avaliação da composição corporal por Hidrodensitometria.

Fonte: (Pitanga, 2004)

Plestimografia (bod pod)

O princípio do método por plestimografia é baseado no deslocamento de ar devido a presença do


corpo do indivíduo no interior de uma câmara.

Os cálculos efetuados para o deslocamento do volume de ar são computadorizados: compara-se o


antes (câmara vazia) com o depois (câmara com o indivíduo em seu interior).

Não há necessidade de calcular o volume residual, pois é aferido apenas o volume pulmonar.

Da mesma maneira que a avaliação por Hidrodensitometria, as desvantagens incluem exposição


corporal do indivíduo e o método em si que é dispendioso. No entanto, é mais rápido e fácil de ser
efetuado, contando com pouca cooperação individual e demorando cerca de cinco a dez minutos. O
erro padrão de estimativa (EPE) é semelhante a 1,8%.

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

DEXA (absorciometria de raio x de dupla energia)

Considerado um bom instrumento para avaliação da composição corporal, pois é capaz de


diferenciar o tecido ósseo, a massa de gordura e a massa corporal magra.

O princípio básico da avaliação efetuada por DEXA consiste na utilização de uma fonte de raio X
com um filtro que converte um feixe de raio X em picos fotoelétricos de baixa e de alta energia que
atravessam o corpo do indivíduo. Para a obtenção da composição corporal torna-se necessária a
medida de atenuação dos picos fotoelétricos no corpo.

Apresenta boa correlação com a pesagem hidrostática; sua vantagem em relação a esta última é
que se trata de um procedimento mais rápido. Exige pouca cooperação do avaliado e considera a
variabilidade individual.

É um método caro, que expõe o indivíduo a radiação laboratorial (0,05 a 1,5 mrem), com
duração de 10 a 20 minutos aproximadamente. A medida é realizada com o indivíduo deitado
em decúbito dorsal, por meio de inúmeras varreduras transversas efetuadas desde a cabeça
até o pé, obtendo-se, assim, o rastreamento. Para o exame, não é necessário qualquer tipo de
preparo anterior.

Algumas marcas possuem programas diferentes para avaliação, o que compromete a reprodutibilidade
do método. Alguns indivíduos obesos, com espessura transversa superior a 20-25cm, não conseguem
ser avaliados corretamente, assim como indivíduos muito altos, pois as máquinas apresentam
comprimento e largura padronizados.

Figura 2. Exemplo de avaliação da composição corporal efetuada pelo método DEXA.

Fonte: (Pitanga, 2004)

Métodos duplamente indiretos


A validação dos métodos duplamente indiretos é realizada com base nos métodos indiretos, o que
aumenta a chance de erro dos resultados obtidos.

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UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Antropometria

Corresponde ao ramo das Ciências Biológicas direcionado ao estudo dos caracteres mensuráveis da
morfologia humana (SOBRAL & SILVA, 1997 apud PITANGA).

Hipócrates, cerca de 400a.C., na Antiga Grécia, a partir de estudos relativos a composição corporal
dos homens de sua época, apresentou os primeiros esboços de classificação biotipológica: os homens
avaliados foram divididos em dois grupos, os compridos e delgados, denominados Tísicos, e os
curtos e encorpados, por ele chamados de Apopléticos.

Essa divisão estrutural do corpo humano realizada por Hipócrates somente foi possível graças aos
seus métodos baseados nos quatro elementos conhecidos naquela época: terra, água, fogo e ar.
Dessa maneira e com base nesses elementos naturais é que Hipócrates desenvolveu o seu exemplo
de composição corporal, dividido em sangue, bílis amarela, bílis preta e muco. Esses quatro fatores
orgânicos também eram utilizados para diferenciar saúde e doença, segundo Hipócrates.

Desde essa época muitos autores estabeleceram classificações antropométricas para os seres
humanos, como De Giovanni, por volta do ano de 1840. Seus discípulos, Viola e Pende, em 1905,
aperfeiçoaram a classificação de seu mentor, distinguindo os indivíduos em Normolíneo, Brevilíneo
e Longilíneo.

Em seguida, Sigaud e MacAuliffe propuseram uma classificação dividida em quatro categorias o que
representaria os quatro sistemas fundamentais: muscular, respiratório, digestivo e cerebral.

Até que Sheldon, por volta de 1940, apareceu sustentando a ideia de que cada folha blastodérmica
no indivíduo corresponderia a um tipo temperamental e morfológico o que refletiria, então, em
determinados temperamentos e em determinada estrutura corporal que foi denominada de
Endomorfo, Mesomorfo e Ectomorfo (vide Capítulo SOMATOTIPO).

A antropometria corresponde, portanto, a medida do tamanho corporal e de suas proporções;


assim sendo, é um dos indicadores diretos do estado nutricional uma vez que compreende o peso,
a estatura, as pregas cutâneas e as circunferências/perímetros como as medidas mais usadas na
avaliação antropométrica.

O monitoramento constante do perfil antropométrico, especialmente para atletas, permite o


acompanhamento linear e a evolução do indivíduo em questão, além da avaliação dos resultados do
treinamento, da dieta e de outras intervenções realizadas durante os períodos de avaliação.

A antropometria é um instrumento de avaliação da composição corporal importante,


pois:

»» Permite avaliar as condições da saúde da população em questão;

»» Oferece dados relevantes para o estudo da variabilidade morfológica


humana;

»» Permite avaliar o estado nutricional da população;

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

»» Apresenta informações sobre outros fatores que podem interagir com os


resultados apresentados pela avaliação, como sexo, idade, meio ambiente,
genética/hereditariedade;

»» Fornece subsídios para o acompanhamento de todos os aspectos


relacionados a performance esportiva e, consequentemente, seu
aprimoramento.

Peso corporal ou massa corpórea

Corresponde à somatória de todos os componentes corporais como ossos, vísceras, órgãos, músculos
e pele. É utilizado como instrumento na avaliação nutricional, pois é capaz de refletir a presença ou
não de um bom estado nutricional do indivíduo.

Importante ressaltar que na prática clínica, o peso corporal não pode ser considerado como único
método de avaliação já que esta medida pode ser extremamente variável: o clima (calor); a ingestão
excessiva de líquidos ou a desidratação; o excesso de sódio na alimentação; a ingestão excessiva
de alimentos ou bebidas alguns dias antes da pesagem; o ciclo menstrual e outros fatores podem
mascarar o peso real do indivíduo.

A avaliação nutricional efetuada apenas pelo peso corporal de um indivíduo pode ser realizada por
meio de sua relação com a altura, originando assim os valores padronizados do Índice de Massa
Corporal (IMC), que serão vistos na sequência desta apostila.

Uma avaliação nutricional mais precisa, principalmente para indivíduos em constante treinamento
e que precisam entender as mudanças estruturais que seus corpos podem apresentar como
consequência de um determinado treinamento, deve relacionar o peso corporal a outras medidas,
como a circunferência da cintura e dobras cutâneas, por exemplo.

Estatura

É a medida relativa a altura ou ao comprimento do indivíduo. Para medir a estatura de um


indivíduo, usa-se o estadiômetro ou antropômetro, posicionando o indivíduo em pé, descalço, com
os calcanhares juntos e com as costas retas; os braços ficam em repouso ao lado do corpo.

Para indivíduos impossibilitados de utilizar os meios convencionais de aferição da estatura foram


elaborados métodos alternativos utilizando-se apenas algumas regiões do corpo, como a altura do
joelho e a extensão de braços.

Altura do joelho

Para a avaliação, o indivíduo deve estar em posição supina ou sentado na extremidade de uma
cadeira, flexionando o joelho esquerdo em um ângulo de 90ºC. A medição pode ser feita com uma
régua ou calibrador específico entre o calcanhar e a superfície anterior da perna.

Esse método é comumente utilizado para avaliação de idosos e conta com as equações de Chumlea,
distinguindo o gênero:

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UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Homens = [64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho em cm)]

Mulheres = [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)]

Extensão dos braços

Para a avalição por este método, os braços devem estar estendidos totalmente formando um ângulo
de 90ºC com o corpo; dessa forma, é medida a distância entre os dedos médios das mãos por meio de
uma fita métrica. O valor encontrado pode ser entendido como a estimativa da estatura do indivíduo.

Índice de Massa Corporal (IMC)

Corresponde a relação entre o peso corporal do indivíduo em quilogramas e a sua estatura em


metros elevada ao quadrado.

É um instrumento de avaliação do estado nutricional frequentemente utilizado pelos profissionais da


área da saúde devido a sua praticidade e facilidade, e também por não ser um método dispendioso;
contudo, não é um bom parâmetro de avaliação da composição corporal, já que não diferencia a
massa de gordura da massa corporal magra.

Portanto, em alguns casos como em indivíduos com índice de massa corporal acima do ideal para
sua estatura é interessante utilizar outros métodos de avaliação da composição corporal com o
objetivo de facilitar a interpretação dos resultados obtidos ou correlacioná-los a outras medidas
efetuadas em diferentes regiões corporais.

A seguir, pode ser visualizada a classificação do estado nutricional de adultos, segundo os padrões
do IMC:

Tabela 2. Classificação do estado nutricional de adultos, segundo avaliação efetuada com base no Índice de
Massa Corporal (IMC).

IMC (Kg/m2) CLASSIFICAÇÃO

< 16,0 magreza grau III

16,0 - 16,9 magreza grau II

17,0 - 18,4 magreza grau I

18,5 - 24,9 eutrofia

25,0 - 29,9 pré-obeso

30,0 - 34,9 obesidade grau I

35,0 - 39,9 obesidade grau II

> 40,0 obesidade grau III

(Transcrita de CUPPARI, 2002 – fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), 1995-1997)

A avaliação da composição corporal efetuada pelo IMC em crianças e adolescentes é diferenciada


da realizada em adultos, uma vez que naquela população a caracterização da obesidade encontra-se
menos padronizada do que nos adultos.

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Um dos métodos de análise amplamente aceito é a utilização do IMC, assim como em adultos,
porém expresso em percentis. Dessa forma, os percentis entre 85 a 95 indicam sobrepeso, e o
percentil acima de 95, expressa obesidade.

Tabela 3. Classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes baseada em percentis.

PERCENTIL CLASSIFICAÇÃO
P < 05 desnutrição

P > 06 e < 15 indicativo de desnutrição

P > 16 e < 84 eutrofia

P > 85 e < 94 sobrepeso

P > 95 obesidade

(Tabela transcrita de DÂMASO, 2003).

Vale ressaltar que a classificação para indivíduos idosos, ou seja, com idade entre 60 anos ou mais,
é diferente da usual descrita anteriormente, uma vez que nesta população, justamente devido ao
processo de envelhecimento, ocorre uma variação fisiológica da composição corporal.

Tabela 4. Classificação do estado nutricional para indivíduos idosos de acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC).

IMC (kg/m2) CLASSIFICAÇÃO NUTRICIONAL

< 22,0 abaixo do peso

22,0 a 27,0 peso adequado (eutrofia)

> 27,0 excesso de peso

(Tabela transcrita de SAVIOLI, 2010)

Circunferências

As circunferências determinam o tamanho total de determinada região, ou seja, inclui a soma das
áreas constituídas pelos tecido ósseo, tecido muscular e tecido gorduroso da região aferida. Efetuadas
de forma isolada, as medidas de circunferências não conseguem definir o tecido predominante,
porém, para esse fim, podem ser correlacionadas a outras medidas, como as dobras cutâneas.

Circunferência do braço

Para sua obtenção, o braço avaliado deve estar flexionado em direção ao tórax, formando um ângulo
de 90ºC. O ponto médio entre o acrômio e o olécrano é o lugar onde será executada a medida da
circunferência do braço. Para que esta medida seja feita de forma correta, o indivíduo deve voltar o braço
na posição relaxada, com a palma da mão voltada para a coxa, sem fazer força ou pressionar os punhos.

Circunferência da cintura

Para que a medição desta região seja executada de forma correta, a fita métrica deve circundar o
indivíduo, que estará em pé, na região da cintura, no ponto médio entre a última costela e a crista
ilíaca. A leitura da circunferência da cintura deve ser feita no momento da expiração.

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UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Por meio da mensuração apenas da circunferência da cintura tem sido possível determinar a
extensão da obesidade abdominal e de suas alterações envolvidas.

A tabela 5 mostra os valores recomendados dessa medida para indivíduos caucasianos.

Tabela 5. Indicadores de risco à saúde para homens e mulheres segundo a medida da circunferência da cintura.

Risco de Complicações Metabólicas Associadas a Obesidade


ELEVADO MUITO ELEVADO

HOMEM > 94 cm > 102 cm

MULHER > 80 cm > 88 cm

(Tabela transcrita de CUPPARI, 2002)

Atualmente, a circunferência da cintura é considerada uma medida extremamente importante para


avaliação da concentração de gordura visceral (tecido adiposo visceral), e apresenta boa correlação
com o IMC, como pode ser visualizado na tabela 6.

Tabela 6. Relação do IMC, circunferência da cintura e dos fatores de risco para ambos os sexos.

Homens > 94cm Homens > 102cm


IMC (Kg/m2)
Mulheres > 80cm Mulheres > 88cm
25,0 - 29,9 aumentado alto

30,0 - 34,9 alto muito alto

35,0 - 39,9 muito alto muito alto

> 40 extremamente alto extremamente alto

(Tabela transcrita com modificações de DÂMASO, 2003)

Circunferência do quadril

Para que a medida seja aferida corretamente, a fita métrica deverá circundar o quadril do indivíduo
em pé, na região de maior perímetro entre a cintura e a coxa.

»» Razão cintura-quadril (RCQ)

A relação cintura-quadril é o indicador mais freqentemente utilizado para identificar


o tipo de distribuição de gordura corporal. Este índice é definido como a razão entre
a menor circunferência da cintura e a maior circunferência do quadril.

Corresponde ao método antropométrico mais utilizado para mensurar a distribuição


regional de gordura (tecido adiposo), pois é capaz de caracterizar se a obesidade é
central ou periférica.

circunferência da cintura
RCQ =
circunferência do quadril

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Se a relação obtida for superior a 0,90 para os homens e 0,85 para mulheres denota
risco aumentado para o desenvolvimento de alterações metabólicas.

Figura 3. Aferição da circunferência da cintura e do quadril.

Fonte: (Pitanga, 2004)

DICA: a avaliação antropométrica no idoso deve levar em consideração a especificidade desse grupo
etário e as referências desenvolvidas a partir de amostras representativas de idosos.

Diâmetros

Os diâmetros corporais compreendem, na maioria dos casos, medidas lineares transversais, e são
divididos em diâmetros do tronco e diâmetros ósseos.

Os diâmetros de tronco são caracterizados pelo comprimento de linhas imaginárias que unem dois
pontos simétricos do tronco. As medidas podem ser realizadas com um compasso de pontas rombas
ou com um antropômetro de deslizamento.

Os diâmetros ósseos são obtidos pela distância entre duas estruturas de um determinado osso,
situada transversalmente. As medidas são efetuadas geralmente com o paquímetro ósseo.

Convencionalmente, os diâmetros são medidos do lado direito do indivíduo avaliado. Segue uma
relação dos diâmetros que podem ser utilizados como medidas adicionais a avaliação da composição
corporal:

»» Biacromial;

»» Torácico transverso;

»» Torácico ântero-posterior;

»» Biiliocristal;

»» Bitrocanteriano;

»» Biepicondiliano umeral;

»» Biestiloide;

»» Bicondiliano femural;

»» Bimaleolar.

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UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Dobras cutâneas

São utilizadas como medidas isoladas para simples acompanhamento das medidas ou como
somatória das dobras, o que permite um acompanhamento mais preciso.

As medidas isoladas servem para acompanhar, num determinado período de tempo, a evolução
do indivíduo e os locais em que pode ocorrer mais depósito ou acúmulo de gordura corporal; e a
somatória das dobras nos oferece o percentual de gordura corporal total que pode ser obtido por
meio de equações específicas ou generalizadas.

Para esse tipo de avaliação são necessários avaliadores experientes já que as medidas precisam ser
efetuadas de forma correta em cada região corporal.

Além disso, existem muitas equações de predição para avaliação da porcentagem de gordura
corporal total, fato que pode aumentar a probabilidade de erro nos resultados obtidos, tornando-os
menos precisos.

Algumas complicações que contribuem para elevar ainda mais a estimativa de erro nesse tipo de
avaliação incluem o nível de hidratação do indivíduo avaliado, edema ou inchaço por ele apresentado
no dia da avaliação, grande acúmulo de gordura como em indivíduos obesos e a estrutura da pele,
em idosos. Por todos esses fatores, o erro padrão de estimativa (EPE) é de 3,5%.

Lembre-se:

Para aferição das dobras cutâneas é necessário:

»» Identificar e marcar o local a ser medido;

»» Segurar a prega formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos
polegar e indicador da mão esquerda;

»» Pinçar a prega exatamente no local marcado, usando o adipômetro;

»» Manter a prega entre os dedos até o término da aferição.

Também é importante relembrar que para o sucesso de uma avaliação antropométrica, principalmente
a realizada por dobras cutâneas, os indivíduos devem ser orientados a prestar atenção em alguns
detalhes antes de realizar o procedimento de avaliação, pois alguns fatores podem alterar os resultados
obtidos, tais como:

»» Não treinar (musculação ou aeróbio) antes (1 hora ou 2 horas) de realizar a avaliação


antropométrica;

»» Alimentar-se, com moderação (normalmente), 1 dia antes da avaliação;

»» Não fazer a avaliação nos dias do ciclo menstrual e nem 7 dias antes (TPM);

»» Usar, preferencialmente, shorts curtos; top ou sutiã para as mulheres.

20
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Para a estimativa da porcentagem de gordura corporal total utilizando-se a técnica de dobras


cutâneas podem ser utilizadas equações específicas ou generalizadas (vide Capítulo EQUAÇÕES DE
PREDIÇÃO), ou por meio da somatória de quatro pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular
e suprailíaca) de acordo com a equação de Durnin e Womersley (1974):

Densidade corporal (DC) = (A–B) x log somatória das 4 pregas

Os coeficientes A e B podem ser visualizados no APÊNDICE DENSIDADE CORPORAL e variam de


acordo com a idade e o gênero para o cálculo da densidade corporal. Após ser encontrada a DC, a
porcentagem de gordura corporal total é determinada pela fórmula de Siri (1961):

4,95
Gordura corporal (%) = - 4,50 x 100
DC

A seguir, alguns dos compassos, piclômetros ou adipômetros utilizados comumente para a aferição
das dobras cutâneas:

»» compasso tipo Harpenden;

»» compasso tipo Lange;

»» compasso tipo Cescorf: de fabricação nacional (pode ser estudantil, clínico e científico);

»» compasso Slim Guide;

»» compasso Ross;

»» compasso Skyndex (digital)

Figura 4. Tipos variados de compassos/adipômetros utilizados para aferição das dobras cutâneas.

Fonte: (Pitanga, 2004)

Dobras cutâneas

»» Tríceps

Corresponde a medida na face posterior do braço, realizada paralelamente ao eixo


longitudinal, no ponto médio da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio
e o olécrano.

21
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Figura 5. Dobra cutânea do tríceps.

Fonte: (Pitanga, 2004)

A prega do tríceps é comumente utilizada na prática clínica uma vez que sua medida
isolada pode servir de instrumento para avaliação do estado nutricional. Para tal
fim, a medida da prega tricipital é comparada ao padrão de referência de Frisancho.
A adequação é calculada com base na seguinte equação:

PCT obtida (mm)


Adequação da PCT (%) = x 100
PCT percentil 50

A tabela a seguir relaciona o estado nutricional, de acordo com a porcentagem de


adequação da prega cutânea tricipital:

Tabela 7. Porcentagem de adequação da prega do tríceps e sua relação com o


estado nutricional.

Estado Nutricional Prega Tríceps

desnutrição grave < 70%

desnutrição moderada 70 a 80%

desnutrição leve 80 a 90%

eutrofia 90 a 110%

sobrepeso 110 a 120%

obesidade > 120%

»» Subescapular

Corresponde a medida efetuada de forma oblíqua em relação ao eixo longitudinal, de


acordo com a orientação dos arcos costais, localizada a dois centímetros abaixo do
ângulo inferior da escápula.

22
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Figura 6. Dobra cutânea subescapular.

Fonte: (Pitanga, 2004)

»» Bíceps

Corresponde a medida da face anterior do braço, no sentido do eixo longitudinal, no


ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps.

Figura 7. Dobra cutânea do bíceps.

Fonte: (Pitanga, 2004)

»» Torácica/Peitoral

Corresponde a medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da


distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens e, para as mulheres,
a um terço da linha axilar anterior.

Figura 8. Dobra cutânea torácica ou peitoral.

Fonte: (Pitanga, 2004)

23
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

»» Axilar medial

Corresponde a medida efetuada no ponto de intersecção entre a linha axilar média


e uma linha imaginária transversal situada na altura do apêndice xifóide do esterno,
de forma oblíqua ao eixo longitudinal. O braço do avaliado deve estar deslocado
para trás, para facilitar a obtenção da prega.

Figura 9. Dobra cutânea axilar média.

Fonte: (Pitanga, 2004)

»» Suprailíaca

Corresponde a medida obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na


metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar
medial. É importante que o avaliado afaste o braço para trás para a execução
da prega.

Figura 10. Dobra cutânea suprailíaca.

Fonte: (Pitanga, 2004)

»» Supraespinal

Corresponde a dobra efetuada entre cinco a sete centímetros acima da espinha


ilíaca anterior, sobre uma linha que vai da borda axilar anterior para baixo e para a
região medial formando um ângulo de 45º.

24
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Figura 11. Dobra cutânea supraespinal.

Fonte: (Pitanga, 2004)

»» Abdominal

Corresponde a medida obtida paralelamente ao eixo longitudinal, cerca de dois


centímetros à direita da cicatriz umbilical.

Figura 12. Dobra cutânea abdominal.

Fonte: (Pitanga, 2004)

»» Coxa

Corresponde a medida efetuada paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o


músculo reto femural a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda
superior da patela, segundo protocolo de Guedes (1985). Outra referência, Pollock
& Wilmore (1993), recomenda que a medida seja efetuada na metade da distância
do ligamento inguinal e a borda superior da patela.

Para facilitar a aferição, o avaliado deve deslocar o peso de seu corpo para a perna
esquerda e a perna direita deve estar semi-flexionada a frente.

Figura 13. Dobra cutânea da coxa.

Fonte: (Pitanga, 2004)

25
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

»» Panturrilha medial

Corresponde a medida realizada no ponto de maior perímetro da panturrilha. Para


a medição, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de
90º, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio.

Figura 14. Dobra cutânea panturrilha medial.

Fonte: (Pitanga, 2004)

Bioimpedância elétrica
Esse método de avaliação da composição corporal leva em consideração o princípio da
condutividade elétrica para estimar os compartimentos corporais.

O método convencional dispõe de eletrodos pletismógrafos nos quais dois são colocados nos pés do
indivíduo e os outros dois, nas mãos. Assim, o indivíduo fica deitado numa maca, de forma que as
pernas e os braços não se toquem ou encostem uns nos outros e nem no tronco.

Por meio dos eletrodos é transferida uma corrente elétrica (de 500 a 800 microA e 50kHz)
imperceptível pelo corpo do indivíduo. Os tecidos magros são altamente condutores de corrente
elétrica, pois apresentam grande quantidade de água e de eletrólitos, no entanto, nos tecidos em
que a gordura é predominante, assim como nos ossos, não há boa condutividade elétrica, ou seja,
apresentam alta resistência a corrente elétrica.

No final do processo, os valores de reactância e resistência apresentados pelos tecidos são utilizados
para o cálculo dos percentuais de água corporal, massa magra e gordura corporal, de acordo com
o software fornecido pelo fabricante do aparelho de bioimpedância. Para tornar mais fidedigna a
avaliação, alguns aparelhos trazem equações específicas ou generalizadas que melhor se adaptem a
realidade do avaliado.

O método de avaliação da composição corporal por bioimpedância é aceito pela comunidade


científica, porém, como qualquer outro método de avaliação é passível de erro. Fatores como
alimentação, estado de hidratação ou desidratação, atividade física, retenção hídrica (edema), ciclo
menstrual e outros fatores individuais podem comprometer o resultado desse teste, por isso, o
indivíduo deve estar bem orientado antes de se submeter a esse procedimento.

O erro-padrão de estimativa (EPE) é semelhante ao das dobras cutâneas (3,5%).

26
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

A seguir, a figura 15 demonstra o procedimento de avaliação da composição corporal efetuado por


bioimpedância elétrica.

Figura 15. Teste de bioimpedância elétrica.

Fonte: (Pitanga, 2004)

Antes da realização da bioimpedância, o avaliado deve seguir as seguintes


recomendações:

»» Não usar medicamentos diuréticos nos sete dias que antecedem o teste;

»» Manter-se em jejum por volta de quatro horas antes do teste ser efetuado;

»» Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste;

»» Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao teste;

»» Urinar pelo menos 30 minutos antes o teste;

»» Permanecer por volta de 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal em


repouso antes da execução do teste.

Infravermelho próximo ou raios infravermelhos (Futrex)


O analisador geralmente utilizado é o Futrex, um aparelho portátil, razoavelmente caro, composto
por um mini computador, um protetor de luz e um sensor em forma de microfone, por onde
ocorre a emissão da luz.

O método baseia-se no princípio de emissão de raios infravermelhos em padrões de radiação com


dois comprimentos de ondas diferentes, sendo que a massa magra e a massa gorda absorvem e
refletem essa luz de maneira distinta.

O mini computador é importante para a inserção dos dados do indivíduo, como gênero, idade, peso,
estatura e compleição física. Uma vez inseridos os dados do indivíduo no aparelho, o sensor do
Futrex é apoiado sob o ponto médio do bíceps do indivíduo, que informa, em seguida, os valores de
água corporal, gordura corporal e massa magra do avaliado.

Embora tenha sido muito criticado por avaliar apenas um ponto do corpo, a aferição do bíceps pelo
Futrex mostrou melhor correlação com o padrão ouro, a hidrodensitometria, quando comparada a
aferição pelo mesmo aparelho de outras regiões corporais.

27
CAPÍTULO 2
Somatotipo

O termo somatotipo expressa a ideia de três componentes corporais primários determinados nos
seres humanos segundo suas características genéticas, que podem ser modificados pelo meio
ambiente e estilo de vida, o que inclui alimentação e atividade física. Foi desenvolvido por Sheldon,
em 1941, a partir da análise de homens por ele fotografados, de frente, lado e costas.

Em seus estudos, Sheldon pôde perceber que três perfis extremos destacaram-se estatisticamente:
arredondado, macio, gordo; alongado, magro; corpulento, angular, largo.

Baseado nessas categorias, Sheldon relacionou seus perfis de estudo as folhas blastodérmicas
embrionárias uma vez que estas originam certos sistemas e órgãos, definindo desta forma, os três
componentes: endomorfo, mesomorfo e ectomorfo.

Esses três componentes contribuem para a composição do somatotipo e foram calculados por
Sheldon a partir da observação de fotografias. A estimativa do somatotipo é realizada por meio do
cálculo de cada um destes componentes, numa escala de 1 a 7.

Este conceito original sobre o somatotipo de Sheldon foi aperfeiçoado por Heath e Carter em 1971,
com a inclusão de medidas antropométricas.

Segundo os próprios autores, Heath e Carter (1971) “...somatotipo é a descrição da configuração


morfológica atual do indivíduo”. Sheldon, por sua vez, descrevia que “...somatotipo é a trajetória
seguida pelo indivíduo desde o crescimento até a sua morte, em condições normais médias de
nutrição, e em ausência de doença muito perturbadora”.

A partir de então, esta técnica tem sido utilizada como forma de avaliação do tipo e da composição
corporal para descrição de grupos de atletas de elite. Além disso, o somatotipo permite acompanhar
a influência da alimentação, dos treinos, do clima, do estresse fisiológico e mental, dos períodos de
competição e de repouso que cada indivíduo possa apresentar durante um determinado período
de tempo.

O método de Heath e Carter (1971) considera o tipo físico do indivíduo no momento da avaliação,
diferentemente do método proposto por Sheldon, que entendia que o somatotipo possuía influência
genética e dificilmente seria modificado no decorrer do tempo de vida do indivíduo.

Os componentes predominantes são: endomorfia, mesomorfia e ectomorfia.

»» Endomorfia: corresponde ao primeiro componente. O termo é originado do


endoderma, que no embrião dá origem ao tubo digestivo e seus sistemas auxiliares,
como as vísceras. Representa a predominância do sistema vegetativo e certa
tendência ao acúmulo de gordura, e a obesidade.

28
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

»» Mesomorfia: corresponde ao segundo componente. No embrião, o mesoderma


origina tecidos como ossos, músculos e tecido conectivo. Indica predominância de
massa musculoesquelética.

»» Ectomorfia: indica o terceiro componente. Os tecidos predominantes são


derivados da camada ectodérmica, por isso apresenta predomínio de formas
lineares. Corresponde aos tipos longilíneos.

Na versão original cada componente pode variar de 1,0 a 7,0, o que permite definir três tipos extremos:
7-1-1 que corresponde ao endomorfo puro ou extremo; 1-7-1, que corresponde o mesomorfo puro, e
1-1-7, indicando o ectomorfo puro.

Os perfis extremos ou puros são muito contrastantes; por exemplo, o endomorfo puro além de
obesidade, apresenta, predominantemente, volume abdominal e flacidez muscular. Já o mesomorfo
puro, possui desenvolvimento muscular e massa óssea acentuados, medidas torácicas maiores de
abdome e aspecto enérgico. Contrastando com os demais, o ectomorfo puro lembra fragilidade, pois
é magro e seu comprimento predomina sobre os diâmetros e circunferências.

Para determinar o somatotipo são necessários medidas e cálculos com o intuito exclusivo de
estabelecer ao indivíduo avaliado o valor numérico dos três componentes do somatotipo (endomorfia,
mesomorfia e ectomorfia) que ele apresenta.

Segundo o método antropométrico de Heath e Carter são necessárias as seguintes medidas:

»» Peso;

»» Estatura;

»» Dobras Cutâneas (tríceps, subescapular, suprailíaca e perna medial);

»» Diâmetros ósseos (fêmur e úmero);

»» Circunferências (braço e perna).

Para o cálculo da endomorfia


ENDO = - 0,7182 + 0,1451 (x) – 0,00068 (x) + 0,0000014 (x)

Onde:

x = somatório das dobras tríceps, suprailíaca e subescapular

Para correção das dobras pela estatura:

Somatório das dobras corrigido = somatório das dobras x 170.18/Estatura

A tabela 8 expressa outra maneira de determinar o valor do componente endomorfia mediante


somatório das três dobras cutâneas.

29
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Tabela 8. Determinação do componente endomorfia


segundo os valores do somatório das dobras cutâneas tríceps, suprailíaca e subescapular.

Somatório dobras cutâneas


Componente ENDO
(tríceps + suprailíaca + subescapular)
7.0 – 10.9 0,5
11.0 – 14.9 1,0
15.0 – 18.9 1,5
19.0 – 22.9 2,0
23.0 – 26.9 2,5
27.0 – 31.2 3,0
31.3 – 35.8 3,5
35.9 – 40.7 4,0
40.8 – 46.2 4,5
46.3 – 52.2 5,0
52.3 – 58.7 5,5
58.8 – 65.7 6,0
65.8 – 73.2 6,5
73.3 – 81.2 7,0
81.3 – 89.7 7,5
89.9 – 98.9 8,0
99.0 – 108.9 8,5
109.0 – 119.7 9,0

Para o cálculo da mesomorfia


MESO = 0,858 (U) + 0,601 (F) + 0,188 (B) + 0,161 (P) – 0,131 (H) + 4,50

Onde:

U = diâmetro do úmero

F = diâmetro fêmur

B = circunferência de braço corrigido

P = circunferência de perna corrigida

H = estatura

Para excluir o tecido adiposo da medida da massa muscular, tornam-se necessárias correções:

CBC = CB – (DCTR / 10)

CPC = CP – (DCPM / 10)

Onde:

30
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

CBC = circunferência de braço corrigida

CPC = circunferência da perna corrigida

CB = circunferência de braço

CP = circunferência de perna

DCTR = dobra cutânea do tríceps

DCPM = dobra cutânea de perna medial

Para o cálculo da ectomorfia


IP (Índice Ponderal) = estatura/raiz cúbica do peso corporal

»» Se IP > 40,75

Ectomorfia = (IP x 0,732) - 28,58

»» Se IP estiver entre 38,25 e 40,75

Ectomorfia = (IP x 0,463) -17,63

Para IP < 38,25 atribui-se 0,1 ao valor do componente ectomorfia.

Também, como alternativa as fórmulas acima, pode ser calculado o valor aproximado do componente
ectomorfia a partir do IP e sua pontuação como descrito na tabela 9.

Tabela 9. Determinação do componente ectomorfia segundo valores do Índice Ponderal (IP).

IP Componente ECTO
39.11 0,5
40.20 1,0
41.09 1,5
41.79 2,0
42.48 2,5
43.14 3,0
43.84 3,5
44.50 4,0
45.19 4,5
45.89 5,0
46.32 5,5
47.24 6,0
47.94 6,5
48.60 7,0
49.29 7,5
49.99 8,0

31
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Para finalizar este adendo sobre determinação dos componentes corporais, o somatograma, como
ilustrado abaixo, é uma forma de representação gráfica de como os somatotipos se distribuem no
interior de uma amostra.

Figura 16. Somatograma ilustrando os três componentes corporais: endomorfia, mesomorfia e ectomorfia.

Fonte: (Pitanga, 2004)

O “Triângulo de Reuleux” é um triângulo de lados curvos, representando o somatograma.

Cada componente corporal forma um eixo que se intersecta no centro desse triângulo: no vértice
inferior esquerdo tem-se o primeiro componente endomorfia; no vértice superior tem-se o segundo
componente mesomorfia e, no vértice inferior direito o terceiro componente ectomorfia.

Para inserção dos componentes corporais no somatograma são necessárias as seguintes fórmulas:

X = III – I

Y = 2 x II – (I + III)

Onde:

I, II e III – primeiro, segundo e terceiro componentes, respectivamente.

Classificações do Somatotipo
Endomorfo equilibrado: o primeiro componente é predominante e os demais ou são iguais ou
não diferem mais de 0,5.

Meso-endomorfo: o primeiro componente é dominante e o segundo é maior que o terceiro.

Mesomorfo-endomorfo: o primeiro e o segundo componentes são iguais ou não diferem mais


que 0,5; o terceiro componente apresenta valor mais baixo.

32
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Endo-mesomorfo: o segundo componente é dominante e o primeiro é maior que o terceiro.

Mesomorfo equilibrado: segundo componente é dominante e o primeiro e o terceiro são iguais


ou não diferem mais de 0,5.

Ecto-mesomorfo: o segundo componente é dominante e o terceiro é maior que o primeiro.

Mesomorfo-ectomorfo: o segundo e o terceiro componentes são iguais ou não diferem mais que
0,5, e o primeiro componente apresenta valor mais baixo.

Meso-ectomorfo: o terceiro componente é dominante e o segundo componente é maior que


o terceiro.

Ectomorfo equilibrado: o terceiro componente é dominante, o primeiro e o segundo são iguais


ou não diferem mais de 0,5.

Endo-ectomorfo: o terceiro componente é dominante e o primeiro componente é maior que


o segundo.

Endomorfo-ectomorfo: o terceiro e o primeiro componentes são iguais ou não diferem mais que
0,5; o segundo componente tem o valor mais baixo.

Central: nenhum dos componentes corporais excede em mais de um ponto os demais; os valores
de todos os componentes ficam entre 3 e 4.

A seguir, as tabelas 10 e 11 demonstram a somatotipia de atletas de diferentes modalidades


esportivas.

Tabela 10. Somatotipo de campeões olímpicos, de acordo com as modalidades esportivas.

Somatotipo
Modalidade Esportiva Endomorfia Ectomorfia
Mesomorfia

Atletismo (100, 200, 4x100m) 1,7 5,0 2,8

Atletismo (400m) 1,5 4,5 3,3

Atletismo (3000, 5000, 10000m) 1,4 4,1 3,6

Maratona 1,4 4,3 3,5

Saltos (distância, altura) 1,7 4,4 3,4

Arremesso (peso, martelo) 3,3 7,1 1,0

Natação (livre) 2,2 4,7 2,9

Natação (peito) 2,2 5,3 2,8

Natação (costas) 2,1 4,6 3,4

Natação (golfinho) 2,0 5,2 2,6

(Transcrita de PITANGA, 2004)

33
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Tabela 11. Somatotipo de atletas brasileiros de futebol de salão.

Somatotipo
Futebol posição Endomorfia Ectomorfia
Mesomorfia
goleiro 3,16 3,87 2,67
fixo 2,33 2,65 3,64
ala 2,97 3,40 2,73
pivô 2,41 3,41 2,87
(Transcrita de PITANGA, 2004)

34
CAPÍTULO 3
Equações de predição – protocolos

Considerando que os componentes corporais que mais sofrem influência do exercício físico e da
alimentação são a massa muscular e a gordura, tende-se a simplificar o estudo da composição
corporal fracionando-a em dois compartimentos, a massa corporal magra e a massa gorda ou massa
de gordura.

Dessa forma, vários são os protocolos que podem ser adotados para a estimativa do percentual de
gordura corporal total obtido por meio de uma avaliação antropométrica, pois cada um leva em
consideração fatores distintos, como sexo, idade, fase de maturação e outros, para elaborar suas
equações específicas.

Por isso, é fundamental que o avaliador esteja atento a que população seu avaliado melhor
corresponde, garantindo, dessa forma, a obtenção de resultados mais precisos e fidedignos.

Uma vez aferidas as medidas corporais, incluindo as dobras cutâneas, os valores obtidos precisam
ser utilizados em equações de predição que estejam adequadas a população em questão, para que
possam ser visualizados os valores que correspondem a porcentagem de gordura corporal total, a
massa de gordura e a massa corporal magra.

O primeiro aspecto a fim de se evitar erros acentuados nesse tipo de avaliação é conhecer a população
de estudo que originou a equação de predição: homens ou mulheres, crianças, jovens ou idosos,
indivíduos ativos fisicamente ou atletas e qual a modalidades esportiva praticada. Outro fator que
prejudica a especificidade do resultado é que grande parte das equações de predição tiveram origem
em outros países, ou seja, levaram em consideração para a adequação dos resultados biótipos, culturas
e hábitos de seus habitantes.

Nesse sentido, com o intuito de garantir especificidade aos resultados de avaliações realizadas em
nosso país, surgiram algumas alternativas a partir de estudos organizados por Guedes (1985) e
Petroski (1995), com participação exclusivamente brasileira. No entanto, estes estudiosos avaliaram
habitantes do sul do Brasil, população que não reflete a maioria da população brasileira, já que esta
sofre uma miscelânea de culturas e origens externas.

Segue a relação das equações de predição mais conhecidas e a população a que se destinam:

Durnin & Womersley (1974)


Essa equação leva em consideração quatro pregas cutâneas (tríceps, bíceps, subescapular e
suprailíaca) e a idade do avaliado para o cálculo da densidade corporal e a porcentagem de gordura
corporal total para homens e mulheres.

Foi criada com base em um estudo feito com 209 homens de 17 a 72 anos de idade e 272 mulheres
na faixa etária entre 16 a 68 anos.

35
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

Faulkner (1968)
Corresponde a uma equação muito utilizada no Brasil e em países vizinhos, principalmente na
década de 1970 e 1980. Muito utilizada para nadadores e foi adaptada de uma equação de Yuhazs
(1962).

Cientificamente não se tem conhecimento concreto de que seja adaptada, do protocolo descrito
acima e, segundo o próprio autor, corresponde a uma equação geral, não específica para nadadores.

Para a avaliação, este protocolo considera quatro pregas cutâneas (tríceps, subescapular, suprailíaca
e abdominal) e não inclui a idade do indivíduo.

Guedes (1985)
Pesquisador brasileiro que realizou um estudo com 110 homens e 96 mulheres entre 18 a 30 anos,
frequentadores da Universidade Federal de Santa Maria (RS).

O protocolo para avaliação da porcentagem de gordura corporal total consta de três dobras cutâneas:
tríceps, suprailíaca e abdominal, que são relacionadas ao sexo do avaliado; também não leva em
consideração a idade.

Jackson & Pollock (1978)


Comumente utilizada para a avaliação de indivíduos do sexo masculino entre 18 a 61 anos de idade,
foi baseada em estudo realizado com 308 indivíduos. Geralmente é utilizada como referência em
avaliações da composição corporal efetuadas em academias de ginástica e em consultórios.

Pode ser realizada com base na somatória de sete dobras cutâneas (torácica, axilar medial, tríceps,
subescapular, abdominal, suprailíaca e coxa), ou mais simplificada, contendo apenas três dobras
cutâneas (tríceps, coxa e suprailíaca), além da idade.

Jackson, Pollock & Ward (1980)


Propõe equações para estimativa da densidade corporal de mulheres, com idade entre 18 a 55 anos,
também utilizando a somatória de sete ou três dobras cutâneas (as mesmas utilizadas no protocolo
Jackson & Pollock (1978)), além da idade.

Kacth & Mcardle (1973)


Foi desenvolvida com base em estudos com universitários de ambos os sexos. São propostas sete
equações, sendo três para homens e quatro para mulheres. Podem ser usados apenas os valores de
dobras cutâneas, de dobras e perímetros, dobras e diâmetro ósseo e apenas os de perímetros.

36
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

São fórmulas distintas para os sexos usadas para obtenção da porcentagem de gordura corporal
total; para homens, são consideradas as dobras do tríceps, subescapular e abdominal; perímetros
abdominal, do antebraço e do braço estendido.

Para mulheres: dobras do tríceps, subescapular, suprailíaca e coxa; perímetros abdominal,


antebraço, coxa e braço estendido, além do diâmetro biepicôndio umeral.

Petroski (1995)
Estudo também brasileiro efetuado com 213 homens e 304 mulheres de 18 a 66 anos de idade,
provenientes da região central do Rio Grande do Sul e da região litorânea de Santa Catarina.

Para a avaliação são necessárias as pregas tríceps, subescapular, suprailíaca, panturrilha medial e a
idade, para homens. Para as mulheres, axilar medial, suprailíaca, coxa , panturrilha medial e a idade.

Slaughter et al. (1988)


Equação indicada para a predição de gordura corporal em crianças e adolescentes, com idade entre
7 a 18 anos, pois leva em consideração o nível maturacional e o aspecto racial.

Para a obtenção dos resultados são necessárias duas pregas cutâneas: tríceps e subescapular, além
da definição do estágio maturacional em que se encontram os avaliados.

Thorland et al. (1984)


Indicada para atletas jovens de ambos os sexos, utilizando três ou sete dobras cutâneas (tríceps,
subescapular, axilar medial, suprailíaca, abdominal, coxa e panturrilha medial), além da
diferenciação pelo sexo.

37
CAPÍTULO 4
Percentual de gordura corporal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece a obesidade quando o valor do IMC (peso (Kg) /
altura (m2)) é superior a 30kg/m2. Como esse método não é capaz de indicar a proporção de gordura
corporal existente no corpo de um indivíduo tornaram-se necessários métodos de avaliação mais
específicos para diferenciar os tecidos corporais.

Dessa forma, foram estabelecidos os meios de avaliação da composição corporal levando em


consideração a porcentagem de gordura corporal total, dado que pode ser correlacionado a outras
medidas ou variáveis para melhor interpretação dos resultados obtidos.

Convém ressaltar que o estudo da obesidade, doença multifatorial, está em evidência primeiro
porque grande parte da população mundial encontra-se com algum tipo de sobrepeso, segundo
porque a obesidade traz consigo outras alterações metabólicas, que certamente prejudicam a saúde
e a qualidade de vida do indivíduo.

A OMS calcula que desde a década de 1980, a obesidade tenha mais que triplicado em todo o mundo,
inclusive em países em desenvolvimento.

A estimativa em 2005 era de que 1,6 bilhão de adultos (considerando os adultos com idade superior a 15
anos) estariam com sobrepeso, e cerca de 400 milhões de pessoas, obesas.

Para 2015, a OMS estimou que aproximadamente 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e
mais de 700 milhões com obesidade.

Além do crescimento da obesidade, crescem também as doenças a ela associadas, como diabetes e
hipertensão arterial, que juntas potencializam o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as
que mais matam no mundo.

Se anteriormente no Brasil, o problema nutricional era a desnutrição, atualmente, preocupamo-


nos muito mais com a epidemia de obesidade. Dessa forma, a procura por profissionais da saúde
capacitados a orientar os indivíduos com excesso de peso (excesso de gordura corporal) aumentará
e, o papel fundamental desses profissionais é justamente conhecer os diferentes mecanismos
que levam ao ganho de peso (tanto endócrinos como ambientais) e as diferentes estratégias
para o controle do ganho de gordura ou, melhor, para a redução da porcentagem de gordura
corporal total.

Com a finalidade de compreender os padrões e as recomendações da literatura científica sobre os


valores de porcentagem de gordura corporal total para indivíduos, sejam eles adultos, jovens ou
idosos; homens ou mulheres; praticantes de atividade física, atletas ou sedentários, seguem abaixo,
algumas das referências e protocolos internacionais e nacionais mais conhecidos sobre gordura
corporal e sua relação com o estado nutricional.

38
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

1 - Classificação do percentual de gordura corporal para indivíduos não atletas de ambos os sexos,
segundo Guedes, 1985:

Classificação Sexo Masculino Sexo Feminino

Normalidade 3 a 20% 12 a 25%

Excesso de peso > 20% 25 a 30%

Obesidade > 25% > 30%

2 - Classificação do percentual de gordura corporal para indivíduos não atletas de ambos os sexos,
segundo McArdle, 1975:

Classificação Sexo Masculino Sexo Feminino

Normalidade Até 20% Até 30%

Excesso de peso > 20% > 30%

3 - Classificação do percentual de gordura corporal para adultos atletas, segundo Faulkner, 1986:

Categoria Esportiva Sexo Masculino Sexo Feminino

Nadadores 9% ------

Futebolistas 12% ------

Demais esportes 14% 14%

4 - Classificação do percentual de gordura corporal para mulheres atletas, segundo Jackson, Pollock
& Ward, 1980:

Classificação Sexo Feminino

Normalidade 12 a 18%

Excesso de peso 20 a 25%

Obesidade > 25%

5 - Classificação do percentual de gordura corporal para homens atletas, segundo Jackson &
Pollock, 1978:

Classificação Sexo Masculino

Normalidade 6 a 14%

Excesso de peso 20 a 25%

Obesidade > 25%

39
UNIDADE ÚNICA │ AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

6 - Classificação do percentual de gordura corporal para indivíduos ativos de ambos os sexos,


segundo Lohman, 1992, transcrita de Cuppari, 2002.

Gordura corporal (%)


HOMENS MULHERES
risco de doenças associadas a desnutrição < 5,0 < 8,0
abaixo da média 6,0 - 14,0 9,0 - 22,0
média 15,0 23,0
acima da média 16,0 - 24,0 24,0 - 31,0
risco de doenças associadas a obesidade > 25,0 > 32,0

7 - Classificação média geral do percentual de gordura corporal para indivíduos ativos, segundo
fonte de diversos estudos:

Classificação Sexo Masculino Sexo Feminino


abaixo da normalidade até 12% até 16%
normalidade 12 a 18% 16 a 25%
acima da normalidade 18 a 25% 25 a 33%
tendência a obesidade > 25% > 33%

8 - Classificação do percentual de gordura corporal para atletas adultos, de alto rendimento, de


acordo com o esporte praticado:

Modalidade Esportiva Sexo masculino Sexo Feminino


Basquete 7 a 11% 20 a 27%

Ciclismo 8 a 10% 15%

Natação 9 a 12% 14 a 24%

Voleibol 11 a 12% 16 a 25%

Corrida de fundo 6 a 13% 10 a 19%

Triathlon 5 a 11% 7 a 17%

Tênis 15 a 16% 20%


Fonte: POLLOCK, SCHIMIDT & JACKSON, 1980.

9 - Classificação do percentual de gordura ideal para atletas, de acordo com a modalidade esportiva
praticada:

Modalidade Esportiva % de gordura ideal


Sexo feminino

basquete: armador 10 a 12%

basquete: ala 12 a 14%

basquete pivô até 16%

outros esportes 14%

40
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

Modalidade Esportiva % de gordura ideal


máximo tolerado até 16%

Sexo masculino

natação 11%

futebol 9%

demais esportes 14%

máximo tolerado até 16%


Fonte: FAULKNER, 1968.

10 - Classificação do percentual de gordura corporal total para algumas modalidades esportivas,


segundo o sexo:

Modalidade Esportiva Sexo Masculino Sexo Feminino


balé 8 a 14% 13 a 20%

ginástica 5 a 12% 8 a 16%

patinação 5 a 12% 8 a 16%

esqui 7 a 15% 10 a 18%

golfe 10 a 16% 12 a 20%

hipismo 6 a 12% 10 a 16%

remo 6 a 14% 8 a 16%

canoagem 5 a 11% 8 a 15%

ciclismo 6 a 9% 9 a 13%

pentathlon 8 a 15% -----

triathlon 5 a 12% 8 a 15%

natação 9 a 12% 14 a 24%

nado sincronizado ----- 10 a 18%

tênis 6 a 14% 10 a 20%

beisebol 8 a 14% -----

voleibol 7 a 15% 10 a 18%

basquete 6 a 12% 7 a 11%

futebol americano 6 a 19% -----

futebol de campo 6 a 14% 10 a 18%

levantamento de peso 5 a 12% 10 a 18%

salto 7 a 8% 8 a 14%

arremesso de peso 16 a 20% 20 a 28%

corrida de longa distância 6 a 13% 10 a 19%

corrida de média distância 7 a 12% 10 a 14%

corrida de velocidade 8 a 16% 11 a 19%


Fonte: FLECK (1983) e WILMORE (1983).

41
CAPÍTULO 5
Métodos para avaliação do
gasto energético

Como necessidade de conhecer o consumo de energia do corpo humano ao realizar determinadas


atividades do cotidiano, ou mesmo durante a prática de exercícios físicos programados, surgiram
vários métodos para a avaliação do gasto energético, tais como amostras do consumo de oxigênio,
análise da variação da frequência cardíaca, questionários retrospectivos dos padrões de atividades
do dia a dia, entre outros, apresentando cada um deles vantagens e desvantagens nos valores
encontrados considerando as dificuldades de cada método em relação a especificidade do resultado.

Atualmente, as necessidades energéticas de um indivíduo podem ser avaliadas por calorimetria


direta, calorimetria indireta e técnica da água duplamente marcada.

Calorimetria direta e indireta


A quantidade de energia produzida pelo corpo humano pode ser quantificada de forma direta
ou indireta.

O sistema de calorimetria é capaz de medir a quantidade de calor produzido pelo corpo em um


determinado período de tempo.

Para que esse procedimento seja efetuado, o indivíduo deve ser mantido em uma câmara fechada
contendo uma tubulação de cobre, por meio da qual a água circula.

O calor dissipado pelo corpo do indivíduo acontece por meio de vapor de água que é irradiado para
as paredes da câmara, esquentando a água que circula na tubulação.

Todos os fatores ambientais dentro deste ambiente são controlados e também, são registradas as
alterações da temperatura da água e do ar que entra e sai da câmara, conforme o indivíduo respira.

Esse tipo de avaliação é comumente realizado em Centros de Pesquisas e Universidades,


apresentando, porém, alto custo e rígidas condições experimentais, limitando a aplicabilidade do
método, além de não permitir a identificação do tipo de nutriente predominantemente oxidado.

A Calorimetria Direta é provavelmente o método que provê maior acurácia à realização de medidas
do gasto energético, pois mensura de maneira direta o calor gerado pelo organismo. Apresenta um
erro padrão de estimativa (EPE) com variação de 1 a 2%.

A Calorimetria Indireta tem a finalidade de estimar o gasto energético levando em consideração a


determinação da quantidade de oxigênio consumido e do dióxido de carbono produzido (denominada
quociente respiratório, conhecido como QR) pelo corpo em um determinado período de tempo.

Essa técnica permite, basicamente, determinar o tipo de substrato energético ou a mistura de


substratos oxidados como fonte de energia que estão sendo utilizados no momento da avaliação.

42
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL │ UNIDADE ÚNICA

O cálculo do QR é efetuado dividindo-se o CO2/O2, expresso em litros (a quantidade de CO2 produzido


pela quantidade de O2 consumido). As trocas gasosas são mensuradas em equipamentos específicos
denominados espirômetros.

Para a oxidação da glicose, por exemplo, a quantidade de oxigênio consumida é a mesma que a
quantidade de dióxido de carbono produzida, determinando uma relação final de 1.

Para lipídios a relação final é de 0,69 aproximando-a para o valor de 0,7; e para proteínas a relação
final é de 0,8.

Dessa forma, esses números produzidos pela relação CO2/O2 (QR) refletem em estado estável o
metabolismo dos nutrientes na célula.

O valor energético de 4,825 kcal/l de oxigênio é denominado de equivalente metabólico (MET),


aproximado para o valor de 5 MET, usado como fator para estimativa do gasto energético baseado
no consumo de oxigênio.

Por exemplo, a quantidade de energia gasta durante o sono equivale a 1,0 MET; para a atividade
física moderada são gastos 4,0 MET, para a intensa, 6,0 MET e muito intensa, 10,0 MET.

Além das outras técnicas para avaliação do gasto energético, a Calorimetria Indireta apresenta
ainda, como vantagem, o fácil transporte e o menor custo, possibilitando a estimativa do gasto de
energia específico para cada tipo de atividade física. Sua acurácia varia entre 2 a 5% de erro-padrão.

43
PARA (NÃO) FINALIZAR

Gostaria de expor a você, caro aluno, duas palavras que considero fundamentais em minha vida
profissional, e que certamente me ajudam a seguir frente as dificuldades que eu também enfrento,
assim como você, seja no trabalho ou seja na vida pessoal:

»» O conhecimento

»» O reconhecimento

Interessante é brincar com esse jogo de palavras: conhecimento e reconhecimento. Para mim
elas são, na verdade como causa e conseqüência: para que um indivíduo possa ser reconhecido
pelo trabalho honesto, ético e profissional que exerce, a ferramenta mais importante que possui
é o conhecimento. Não apenas o conhecimento adquirido de anos de colégio e de faculdade, mas
menciono aqui todo o conhecimento que um ser humano possa ter devido as experiências de vida
pelas quais passou.

Explicando melhor, o conhecimento que sempre me interessou e espero muito que também os
interesse, é aquele respectivo a responder os porquês da vida.

Nas crianças, por exemplo, podemos já perceber as mais interessadas em obter respostas e as que
não aparentam se incomodar com os acontecimentos que as rodeiam... As respostas aos porquês,
que as crianças questionadoras, desde muito cedo, vão obtendo, formam uma rede de conceitos,
teorias, paradigmas, mitos, que podem favorecer cada vez mais a vontade de esclarecer os outros
porquês decorrentes das respostas obtidas, criando assim, um ciclo vicioso de perguntas e respostas.

Acredito que esse questionamento desde muito cedo, associado ao não conformismo, mais a vontade
de aprender, crescer, evoluir e com uma pitada de criatividade seja, talvez, uma fórmula mágica
para o sucesso, ou seja, para o reconhecimento.

O meu conceito de sucesso, caros alunos, é o reconhecimento, e para que ele aconteça, asseguro que
serão necessários anos e anos de estudo, de leituras, de cursos, pesquisas... Palavras que uso nesse
texto como sinônimo de conhecimento, que pode e deve ser instigado em cada pessoa por meio de
seus professores.

Os meus professores, desde que me lembro, sempre foram muito dispostos e interessados a estimular
seus alunos a estudar e a aprender. Por isso, os bons professores que tive durante todos esses anos
marcaram a minha vida e me ajudaram a ser quem sou hoje, como pessoa e como profissional.

Por essas experiências positivas que tive desde a infância, sinto-me responsável, agora como
professora, para motivar, incentivar e instigar meus alunos a aprender, a estudar, a ler, a trabalhar,
e a sonhar!

Não deixe os sonhos morrerem, não perca a ilusão das coisas que você ainda pode fazer com o seu
conhecimento para melhorar o seu mundo. Não desista, reveja sempre as suas metas e objetivos,

44
PARA (NÃO) FINALIZAR

exerça a paciência, tenha força e coragem para seguir em frente em suas lutas pessoais e amplie
sempre seus conhecimentos, pois assim estará influenciando diretamente, mesmo que você ainda
não perceba, no seu futuro e no tão almejado reconhecimento.

Profª Sâmia Keller Luccas


Nutricionista – CRN3 20382
Especialista em Fisiologia do Exercício
Aperfeiçoamento em Obesidade

45
REFERÊNCIAS
CARRAZA, F.; MARCONDES, E. Nutrição clínica em Pediatria. São Paulo: Sarvier, 1991.

COMITEE ON SPORTS MEDICINE AND FITNESS. Promotion of healthy weight-control practices


in young athletes. American Academy of Pediatrics, 1995.

COSTA, R. F. Composição corporal. Teoria e Prática da Avaliação. 1. ed. São Paulo: Manole,
2001.

DAMASO, A. R. Nutrição e exercício na prevenção de doenças. Rio de Janeiro: Medsi/


Guanabara Koogan, 2001.

DÂMASO, A. R. Obesidade. Rio de Janeiro: Medsi/Guanabara Koogan, 2003.

GHORAYEB, N.; NETO, T. L. B. O exercício. Preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos


especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu, 1999.

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Controle do peso corporal: composição corporal, atividade


física e nutrição. 2. ed. Rio Janeiro: Shape, 2003.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica de Guyton & Hall. 11. ed. Elsevier,
2006.

KATCH, F. I. Nutrição, exercício e saúde. 4. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1996.

MAHAN, L. K. et al. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 9. ed. São Paulo: Rocca, 1998.

McARDLE, W. D. et al. Nutrição para o desporto e o exercício. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2001.

PITANGA, L. R. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 3. ed. São Paulo:
Phorte, 2004.

POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício. 3. ed. São Paulo: Manole, 2000.

VASCONCELOS, F. A. G. Avaliação nutricional de coletividades. 3. ed. Florianópolis: UFSC,


2000.

WILMORE, J. H. Fisiologia do esporte e do exercício. 2. ed. São Paulo: Manole, 2001.

WOLINSKY, I.; HICKSON, J. F. Nutrição no exercício e no esporte. 2. ed. São Paulo: Rocca,
1996.

46
ANEXO

Densidade corporal

Cálculo da Densidade Corporal (DC) para homens e mulheres, desenvolvido por Durnin & Womersley
(1974), segundo o somatório das dobras cutâneas bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca.

Homens
17 – 19 anos DC = 1,1620 – 0,0630 x (log somatória pregas cutâneas)

20 – 29 anos DC = 1,1631 – 0,0632 x (log somatória pregas cutâneas)

30 – 39 anos DC = 1,1422 – 0,0544 x (log somatória pregas cutâneas)

40 – 49 anos DC = 1,1620 – 0,0700 x (log somatória pregas cutâneas)

50 ou mais anos DC = 1,1715 – 0,0779 x (log somatória pregas cutâneas)

Mulheres
17 – 19 anos DC = 1,1549 – 0,0678 x (log somatória pregas cutâneas)

20 – 29 anos DC = 1,1599 – 0,0717 x (log somatória pregas cutâneas)

30 – 39 anos DC = 1,1423 – 0,0632 x (log somatória pregas cutâneas)

40 – 49 anos DC = 1,1333 – 0,0612 x (log somatória pregas cutâneas)

50 ou mais anos DC = 1,1339 – 0,0645 x (log somatória pregas cutâneas)

47

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