Dissertacao Patricia Lourdes Silva
Dissertacao Patricia Lourdes Silva
Dissertacao Patricia Lourdes Silva
ESCOLA DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
Belo Horizonte
2020
Patrícia Lourdes Silva
Belo Horizonte
2020
Silva, Patrícia Lourdes.
S586m O modelo de cuidado centrado no paciente [manuscrito]: o caso de um hospital
geral de grande porte de Belo Horizonte/MG. / Patrícia Lourdes Silva. - - Belo
Horizonte: 2020.
165f.: il.
Orientador (a): Adriane Vieira.
Coorientador (a): José Ricardo de Paula Xavier Vilela.
Área de concentração: Gestão de Serviços de Saúde.
Dissertação (mestrado): Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
Enfermagem.
À Deus, por ser o dono dos meus pensamentos e o mestre das minhas ações, pela oportunidade
de aprender e pela esperança de que os frutos deste trabalho contribuíram para um cuidado de
qualidade.
À minha querida orientadora e amiga, Adriane, por me mostrar um mundo novo, repleto de
conhecimentos e sabedoria, pela disponibilidade e confiança, por ser responsável pelo meu
crescimento pessoal e profissional e por permitir a visualização de novas oportunidades.
Ao Dr. José Ricardo, pelas contribuições a deste estudo e pela gentileza, receptividade e
orientações.
Aos meus pais, Arlete e José, por me ensinarem, com muito amor, a vencer obstáculos e a
acreditar que a vida é a mais bela oportunidade concedida por Deus. A vocês devo o que sou e
o que sei. Minha eterna gratidão pelo amor que sempre recebi. Amo vocês!
Aos meus familiares e amigos, pela compreensão quanto aos momentos ausentes e,
principalmente, pela força e apoio nos momentos mais importantes da minha vida.
Aos meus colegas de trabalho do Hospital da Unimed, pela compreensão, palavras sábias e
apoio neste momento importante da minha caminhada profissional. A Fernando Brito e Dr.
Fábio Botelho, pela oportunidade de realizar este trabalho na instituição.
“Eu não sou um profeta. O meu trabalho é construir janelas onde antes havia somente paredes.”
Michel Foucault
Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta,
silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que
sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa,
verdadeira, pura enquanto durar.
Feliz aquele que compartilha o que sabe e aprende o que ensina.
(CAROLINA, 1987, p. 150-151).
RESUMO
SILVA, Patrícia Lourdes. The patient-centered care model: the case of a large general
hospital in Belo Horizonte. 2020. 162 f. Dissertation (Professional Master in Health Services
Management) - School of Nursing, Federal University of Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.
Patient-centered care is one of the six attributes of health quality established by the Institute of
Medicine (IOM), in the United States, in 2001. In this new model, the focus of care becomes
the patient, who must be actively informed, to participate in decisions about your treatment.
The general objective of this work is to analyze the contributions of the implementation of the
patient-centered care model to the quality of the service provided at Hospital Gama. The
specific objectives are: to describe the process of implementing the patient-centered care model
in the hospital; analyze the capacity of the professional team to provide patient-centered care,
through self-assessment of their skills; and to analyze the experience of care centered on the
patient's perspective. The investigation method chosen was the case study, using quantitative
and qualitative techniques for data collection and analysis. In quantitative terms, data were
collected using two structured instruments with a Likert scale: the instrument taken care of in
the dialogue - skills scale, applied to health professionals (multidisciplinary team) with more
than six months of contracting; and the Patient-Centered Care questionnaire instrument, applied
to adult patients or companions. Both went through the stages of translation, evaluation by a
specialist panel, back-translation, simplification and validation. 143 patients / companions and
148 health professionals answered the questionnaire. Semi-structured interviews were
conducted with 9 health professionals at Hospital Gama. The questionnaire data were subjected
to statistical analysis, which included: Average Variance Extracted (AVE), Cronbach's alpha
and composite reliability. In the qualitative part, semi-structured interviews were carried out
with nursing technicians, nurses, nursing supervisors, medical coordinator, nursing coordinator
and physician with five or more years of work at the institution. The selection technique was
random and not probabilistic, resulting from the availability to participate in the study. The
criterion for terminating data collection was theoretical saturation, with the end of inclusion of
new subjects when the data obtained started to show redundancy, in the researcher's assessment,
allowing to infer the need for relevant data to proceed with data collection. The interview script
included questions based on the centered care model, benefits, challenges and difficulties, being
directed to obtain information that related some questions in the questionnaire, in the subjects'
perception. The study showed that the patient perceives this model in care and that he feels he
is part of the care. It was found that health professionals were more critical in their self-
assessment, considering that the implementation of the patient-centered model is still in
progress, that there are some difficulties in the model transition. And also that effective
communication and shared management for making decisions together with the client still
represent a difficulty to be worked on from the perspective of health professionals. The
contributions of the implementation of the centered care model were: the organization of
processes: team cohesion; improvement of assistance assistance; and development of a more
humanized organizational culture. It is concluded that the transition to the patient-centered care
model requires changes in the organizational culture, as it is a long and gradual process, which
requires systematic and concentrated efforts. The technical products generated by this research
were two statistically validated questionnaires, which will be adopted by the organization under
study, which can serve as a benchmarking for other hospitals in the network, and another as an
instrument for periodic assessment of the evolution of the implementation of the care model
centered on the perspective of the patient / client, as well as the skills developed by health
professionals for dialogue in centered care. Another product is a technical report, to be delivered
to the Board containing the actions used so far for the implementation of the new model, duly
evaluated, and suggestions for improvement.
Tabela 1 – Medidas descritivas (média, desvio padrão e intervalo de confiança para os itens do
instrumento cuidado centrado no paciente) ................................................................................ 9
Tabela 2 – Percepção dos pacientes com relação a frequência das afirmativas relacionadas ao
instrumento cuidado centrado no paciente ............................................................................... 10
Tabela 3 – Medidas descritivas (média, desvio padrão e intervalo de confiança para os itens do
instrumento comunicação e diálogo com o cliente - CDC, gestão compartilhada do cuidado com
o cliente - CGC e comportamento proativo - CPR).................................................................. 13
Tabela 4 – Percepção dos profissionais de saúde com relação à frequência das afirmativas
relacionadas a competências de comunicação e diálogo, gestão compartilhada e
proatividade .............................................................................................................................. 14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 19
1.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 21
1.1.1 Objetivos específicos ....................................................................................................... 22
1.2 Justificativa .................................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 23
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
1.2 Justificativa
o diálogo no cuidado centrado. Outro produto é um relatório técnico, a ser entregue a Diretoria
contendo as ações empregadas até agora para a implantação do novo modelo, devidamente,
avaliadas e sugestões de aperfeiçoamento.
24
2 REFERENCIAL TEÓRICO
e espíritos bons e maus. A religião, nesse caso, era o ponto de partida para a compreensão do
mundo e do modo de organizar o cuidado (CRUZ, 2011). Embora não seja o modelo dominante,
o modelo mágico-religioso permanece presente na ideação de saúde atual. Segmentos religiosos
de diferentes culturas mantêm práticas de proteção ou de cura de doenças. No Brasil, são muito
comuns as benzedeiras, as cerimônias de cura, as cirurgias espirituais, o fluxo de energias, o
uso de patuás ou amuletos, o “pagamento” de promessas e vários outros ritos relacionados à
saúde (CEBALLOS, 2015).
O modelo holístico (2) congrega as medicinas hindu e chinesa, trazendo uma nova forma
de compreensão da doença. A noção de equilíbrio dá origem à medicina holística, associando a
ideia de proporção justa ou adequada com a saúde e a doença. Assim, saúde era entendida como
o equilíbrio entre os elementos e humores que compõem o organismo humano, em que um
desequilíbrio desses elementos permitiria o aparecimento da doença (CRUZ, 2011). A medicina
holística teve grandes contribuições de Alcméon (século V a.C.) trazendo a ideia do equilíbrio,
que implicava duas forças, ou fatores, na etiologia da doença. Esse filósofo partilhava as ideias
de Heráclito de que os opostos podiam existir em equilíbrio dinâmico ou sucedendo-se uns aos
outros (HERZLICH, 2004). A causa do desequilíbrio estava relacionada ao ambiente físico. De
acordo com tal visão, o cuidado deveria compreender o ajuste necessário à obtenção do
equilíbrio do corpo com o ambiente, corpo este tido como uma totalidade. Cuidado, em última
instância, significava a busca pela saúde, que neste caso, estava relacionada à busca do
equilíbrio do corpo com os elementos internos e externos (CRUZ, 2011).
O modelo empírico-racional (3) tem seus primórdios no Egito (3000 a.C.). Os primeiros
filósofos (século VI a.C.) pretendiam encontrar explicações não sobrenaturais para as origens
do universo e da vida, bem como para a saúde e a doença. Hipócrates (século VI a.C.)
estabeleceu a relação homem/meio ao desenvolver sua “Teoria dos Humores”, a qual defendia
que os elementos água, terra, fogo e ar estavam subjacentes à explicação sobre a saúde e a
doença (HERZLICH, 2004). Saúde, na concepção hipocrática, era fruto do equilíbrio dos
humores (sangue, linfa, bile amarela e bile negra) já a doença era resultante do desequilíbrio
deles, o cuidado dependia da compreensão desses desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio.
No modelo sistêmico de saúde e doença (4) reconhece que fatores políticos
socioeconômicos, culturais e ambientais e agentes patogênicos estão relacionados
sinergicamente, de forma que se um deles for modificado os demais também serão afetados
(ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006). Segundo tal concepção, a estrutura geral de um
problema de saúde é entendida como uma função sistêmica, na qual um sistema epidemiológico
se constitui em um equilíbrio dinâmico. Ou seja, cada vez que um de seus componentes sofre
26
alguma alteração, esta repercute e atinge as demais partes, em um processo em que o sistema
busca novo equilíbrio (CRUZ, 2011). Por sistema epidemiológico entende-se o conjunto
formado por agente suscetível e pelo ambiente, dotado de uma organização interna que regula
as interações determinantes da produção da doença, juntamente com os fatores vinculados a
cada um dos elementos do sistema (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006). Essa
definição de sistema epidemiológico aproxima-se da ideia de necessidade de um sistema de
saúde complexo que contemple um conjunto de ações e serviços de saúde capaz de identificar
as interações dos determinantes da produção e reprodução das doenças e de atuar de forma
efetiva no enfrentamento destes (CRUZ, 2011).
No modelo da história natural das doenças (5), também conhecido como “modelo
processual dos fenômenos patológicos”, propõe-se acompanhar o do processo saúde-doença em
sua regularidade, compreendendo as inter-relações envolvendo o agente causador da doença, o
hospedeiro da doença, o meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença
(CRUZ, 2011). Prevê que os estímulos patológicos do meio ambiente desencadeiam uma
resposta do corpo, a qual terá como desfecho a cura ou defeito, invalidez ou morte (ALMEIDA
FILHO; ROUQUAYROL, 2006). Ele se constitui como um avanço quando comparado ao
modelo biomédico, por reconhecer que as características sociais ou relacionais do indivíduo
interferem na chance de adoecer, na forma como ele adoece e na repercussão da doença
(CEBALLOS, 2015). Esta forma de sistematização ajuda a compreender os diferentes métodos
de prevenção e controle das doenças. À medida em que apresenta uma dimensão basicamente
qualitativa de todo o ciclo, dividindo em dois momentos sequenciais o desenvolvimento do
processo saúde-doença: o pré-patogênico e o patogênico. O primeiro, também considerado
período epidemiológico, diz respeito à interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do
meio ambiente. O segundo corresponde ao momento quando o homem interage com um
estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. O período pré-
patogênico permite ações de promoção da saúde e a proteção específica, enquanto o período
patogênico envolve a prevenção secundária e a prevenção terciária (CRUZ, 2011). A
sistematização sugerida por este modelo orientou a organização do cuidado por diferentes níveis
de complexidade, em termos de recursos e ações. Ao considerar a possibilidade de evitar a
morte, oferece diferentes possibilidades de prevenção e promoção da saúde, como, interromper
a transmissão, evitar o caso e promover vida com qualidade (CRUZ, 2011).
No modelo de determinação do processo saúde-doença (6), o processo saúde-doença se
configura como um processo dinâmico, complexo e multidimensional, por englobar dimensões
biológicas, psicológicas, socioculturais, econômicas, ambientais e políticas. Enfim, pode-se
27
identificar uma complexa interrelação, quando se trata de saúde e doença de uma pessoa, de um
grupo social ou de uma sociedade, como um esforço de operacionalização, do ponto de vista
analítico, do processo saúde-doença, tendo em vista os diferentes níveis de organização da vida
(CASTELLANOS, 1990). Trata-se de um conceito central da proposta de epidemiologia social,
que procura caracterizar a saúde e a doença como componentes integrados de modo dinâmico
nas condições concretas de vida das pessoas e dos diversos grupos sociais. Cada situação de
saúde específica, individual ou coletiva, é o resultado, em dado momento, de um conjunto de
determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos (CRUZ, 2011). A ênfase,
neste caso, está no estudo da estrutura socioeconômica, a fim de explicar o processo saúde-
doença de maneira histórica, mais abrangente, tornando a epidemiologia um dos instrumentos
de transformação social (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006).
Os determinantes sociais se tornaram importantes para esclarecer como a saúde é
sensível ao ambiente social, funcionando como um elemento de justiça social. Com esse
pensamento, Wilkinson e Marmot (2003) dividiram os determinantes sociais em:
No modelo biomédico (7) saber clínico, racionalizado e experimental, trouxe uma nova
forma de compreender a saúde (medicina científica ocidental). No contexto de grandes
descobertas, Descartes propôs que o corpo e a mente deveriam ser estudados de forma separada:
o corpo, pela medicina; e a mente, pela religião e filosofia (CEBALLOS, 2015). Este modo
separatista de pensar o fenômeno do adoecimento foi fortalecido pelas descobertas de Pasteur
e Virchow em seus trabalhos com micro-organismos (BARROS, 2002). Assim, apresentou
como a abordagem a patogenia e o tratamento, classificando as doenças segundo a forma e o
agente patogênico. Assim, pode ser caracterizado como individual, centrado na figura do
médico, especialista, curativo, fragmentado e hospitalocêntrico (ALMEIDA FILHO;
ROUQUAYROL, 2006). Focou, cada vez mais, na explicação da doença e passou a tratar o
corpo em partes cada vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico
(BARROS, 2002). Numa perspectiva crítica, Capra (1982) destaca a concepção fragmentária
do modelo biomédico ao defender que este consiste em um tipo de modelo da teoria
mecanicista, em que o homem é visto como corpo-máquina; o médico, como mecânico; e a
doença, como o defeito da máquina. A percepção do homem como máquina coincide
historicamente com o advento do capitalismo. Foi no Renascimento que a explicação para as
doenças começou a ser relacionada às situações ambientais, a causa das doenças passou a estar
atrelada a um fator externo ao organismo e o homem era o receptáculo da doença. Em
decorrência destas elaborações teóricas sobre o contágio, firmou-se a teoria dos miasmas, que
foi a primeira proposta de explicação, com base nos parâmetros da ciência, sobre a associação
entre o surgimento de epidemias e as condições do ambiente. Os miasmas seriam gases
decorrentes da putrefação da matéria orgânica, que produziam doenças quando absorvidos pelos
seres vivos. Com a descoberta dos microrganismos (teoria microbiana) como causa das
doenças, a teoria dos miasmas perdeu força explicativa e abriu espaço para a primeira revolução
sanitária, com o início das pesquisas sobre as relações entre organização social, pobreza e
frequência de doenças (CRUZ, 2011). Como se debruça sobre a prevenção da doença e não
aceita práticas não tradicionais de cura, este modelo prioriza o diagnóstico e a cura. A
intervenção de cuidado baseia se em visão reducionista e mecanicista, em que o médico
29
O termo cuidado centrado no paciente foi utilizado pelo Institute of Medicine (IOM),
dos Estados Unidos, em 2001, reconhecido como um dos atributos da qualidade em saúde. O
IOM definiu o cuidado centrado como: respeitoso e responsivo às preferências, necessidades e
valores individuais dos pacientes e assegurando que os valores do paciente orientem as decisões
clínicas (INSTITUTE OF MEDICINE, 2001).
Como consequência da busca pela excelência, o Institute for Healthcare Improvement
(IHI) lançou em 2007 o Triple Aim (três pilares), abrangendo três dimensões da qualidade:
melhorar a experiência do paciente nas ações de cuidado com qualidade e satisfação; melhorar
a saúde da população; e reduzir o custo per capita dos cuidados em saúde. Esses métodos de
cuidados baseados em valor dependem da eficácia dos serviços, e não dos insumos utilizados,
o cuidado de saúde passa a ser medido pelos resultados alcançados, e não pela quantidade ou
volume serviços prestados (BERWICK et al., 2008). O desenvolvimento simultâneo desses três
pilares (saúde, cuidado e custo per capta) veio com o propósito fundamental de reformular o
sistema de saúde e, consequentemente, de contribuir para a saúde geral da população
(BERWICK et al., 2008; BISOGNANO; KENNEY, 2015).
Donald Berwick, fundador da prestigiosa IHI, publicou um artigo em 2009 no qual
analisou a definição do atributo cuidado centrado no paciente, propondo uma nova definição: a
experiência, à medida em que o paciente deseja, de transparência, individualização,
reconhecimento, respeito, dignidade e escolha em todos os assuntos, sem exceção, relacionados
a uma pessoa, circunstâncias e relações na área da saúde (BERWICK, 2009).
Em 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ampliou o conceito do cuidado
centrado no paciente: cuidado que é organizado em torno das necessidades e expectativas das
pessoas e das comunidades, e não na doença. A OMS fez a recomendação de que esse cuidado
fosse implementado e incrementado também em países de média e baixa renda (WORLD
HEALTH ORGANIZATION, 2015). Em 2012, o atributo cuidado centrado no paciente
destacou-se como princípio chave da ampla reforma dos serviços nacionais de saúde do Reino
Unido (SILVA, 2014).
No Brasil, acompanhando os acontecimentos do mundo, o cuidado centrado no paciente
foi introduzido, principalmente, por médicos atuantes em Atenção Primária à Saúde (APS),
com especialidade em medicina de família e comunidade. Na APS, as pessoas, frequentemente,
apresentam-se com problemas físicos, psicológicos e sociais relacionados em uma rede causal
ou circunstância, que acaba por expor a insuficiência da abordagem centrada na doença
(KLINKMAN; WEEL, 2011). Com isso, os médicos de família e comunidade incorporam o
cuidado centrado no paciente em razão das características próprias da abordagem que praticam
34
na APS, não restringindo sua atenção a nenhum grupo populacional nem a nenhum tipo de
problema, doença ou intervenção. Eles acompanham as pessoas ao longo do tempo,
gerenciando uma variedade de problemas de saúde ou doenças e considerando, ainda, o
contexto delas com o problema ou doença (KLINKMAN; WEEL, 2011). O cuidado centrado
no paciente pode ser utilizado em todos os cenários de prática, por médicos de todas as
especialidades, pois a ampliação do foco é sempre possível e pode, como hipótese, qualificar o
cuidado prestado pelos serviços de saúde.
Para Stewart et al. (2010), a aplicação do cuidado centrado no paciente resulta nos
seguintes pontos positivos:
O cuidado centrado no paciente não se limita apenas ao paciente, mas também inclui as
famílias e os cuidadores envolvidos. A partir da relação paciente e familiares, o termo cuidado
centrado na família passou a ser empregado nas situações em que os familiares são envolvidos
ativamente no planejamento dos cuidados aos pacientes. Pode ser entendido como uma
abordagem que garante que o cuidado seja desenvolvido de forma a incluir questões e
necessidades dos familiares com relação ao tratamento do paciente, sendo pautado nos
princípios de dignidade e respeito (CRUZ; ANGELO, 2011).
O cuidado centrado no paciente envolve: enfoques multiprofissionais; parcerias;
respeito aos desejos do paciente a partir de suas necessidades social, emocional e física; apoio;
informação; comunicação; participação do paciente e de sua família; estímulo; respeito à
dignidade e à privacidade; e busca de conforto físico e emocional. Assim, o paciente deve ser
envolvido, ouvido e informado na terapêutica. Os profissionais da saúde devem levar em conta
suas necessidades físicas e emocionais e estabelecer uma relação de parceria com ele,
diminuindo as assimetrias desta relação e garantindo a participação do doente nas tomadas de
decisão sobre os rumos terapêuticos (ALBUQUERQUE et al., 2017).
O cuidado centrado requer empatia e profissionais de saúde mais atentos e informativos,
capazes de abandonar o status de autoridade para estabelecer uma relação de parceria,
solidariedade e colaboração (EPSTEIN; STREET JUNIOR, 2011). Pondera-se que cuidado
centrado no paciente é uma concepção holística, baseada em relações particularizadas entre o
profissional da saúde e o paciente (STEWART, 2001). Ou seja, cada paciente tem uma
identidade única, relacionada a sua experiência, o meio em que vive e sua condição física e
social.
O paciente é que deve nortear os cuidados a serem a ele oferecidos e por ele recebidos
(ELLS; HUNT; CHAMBERS-EVANS, 2011). Um estudo observacional realizado por Pluut
(2016) constatou que os cuidados centrados no paciente envolvem comunicação, parceria,
aproximação, promoção da saúde e interesse na vida do paciente e que, a partir da aplicação
concreta de tais requisitos, é possível apurar maior satisfação por parte dos pacientes,
diminuição dos sintomas e menores queixas (ELLS; HUNT; CHAMBERS-EVANS, 2011).
Resumindo, os cuidados centrados no paciente envolvem:
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Existem posições diferenciadas sobre como se atingir tais padrões de cuidado, ensejando
posicionamentos que valorizam aspectos diferentes do paciente e da relação em saúde. Assim
o cuidado deve ser centrado no paciente, para aliviar vulnerabilidades, amenizar sofrimentos e
melhorar a qualidade dos diagnósticos e experiência individual. O papel do profissional da
saúde é o de cuidar. Ele é o principal responsável pelas tomadas de decisão. A troca de
informações sobre a saúde do paciente tem a função de melhorar o diagnóstico e permitir que
o paciente entre em conformidade com os conselhos médicos (PLUUT, 2016). O profissional
da saúde deve aconselhar e ajudar o doente a decidir, bem como desenvolver a vontade e o
potencial dele para tomar decisões (PLUUT, 2016).
As informações sobre a saúde do paciente são fundamentais para um bom diagnóstico e
para facilitar suas escolhas. Existem múltiplas identidades e variadas preferências entre os
pacientes. Por isso o papel do profissional da saúde é compreender as necessidades, valores e
desejos de cada paciente no contexto do tratamento, atentando-se para o estilo da comunicação
e o desejo de envolvimento do doente na tomada de decisões (PLUUT, 2016). Tanto o paciente
quanto o profissional da saúde são responsáveis por decidir sobre o curso do tratamento. As
informações, são importantes a cada paciente e situação, podendo servir para obter a
conformidade do paciente com o tratamento ou incentivar outras escolhas (PLUUT, 2016).
A diversidade de discursos é inevitável e valiosa, pois incita ao diálogo e à busca de
melhores padrões de cuidados em uma cultura que deve estar atenta às diferentes expectativas
e necessidades dos pacientes e às intervenções médicas disponíveis (PLUUT, 2016).
É preciso reconhecer o paciente como um ser vulnerável, que precisa ser protegido e
aliviado em seu sofrimento. Por isso o tratamento deve considerá-lo de forma integral. De outro
lado, não se pode crer que as decisões devam ser confiadas apenas aos profissionais da saúde e
que o compartilhamento de informações sirva somente para melhorar o diagnóstico ou como
subsídio para que o profissional convença o paciente a se amoldar as suas convicções sobre o
tratamento (PARANHOS; ALBUQUERQUE, 2018).
Ao invés de ocupar uma posição passiva, o paciente deve ser estimulado a gerir sua vida
e exercer sua autonomia, a partir de um suporte e de um canal de comunicação adequados a
habilitá-lo e a estimulá-lo a se integrar ao processo decisório. Ao mesmo tempo, não se pode
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pretender que o paciente tome decisões isoladamente, sem o apoio dos profissionais da saúde e
de seus familiares, e que assuma sozinho a responsabilidade de suas escolhas, pois nem sempre
ele sabe o que quer ou o que é melhor para si, justamente por estar vivendo momentos de grande
fragilidade (PARANHOS; ALBUQUERQUE, 2018).
Para que o tratamento seja centrado no paciente de forma eficaz, deve-se ter em vista
que cada ser é único e enfrenta a doença de forma individualizada. Por isso, reconhecendo as
diversidades das pessoas e atentando-se para as variadas situações e preferências, as atitudes
dos profissionais devem ser moldadas considerando as particularidades de cada paciente, de
maneira a responder a seus anseios, necessidades, valores e preferências no contexto de cada
encontro (PARANHOS; ALBUQUERQUE, 2018).
A comunicação deve ser adaptada ao grau de entendimento de cada paciente, a troca de
informação deve servir para possibilitar escolhas e o processo de decisão deve respeitar a
vontade do paciente de se envolver. O compartilhamento e a cumplicidade esperados de um
modelo eficaz de cuidados centrados no paciente não devem ser impostos (PARANHOS;
ALBUQUERQUE, 2018).
O cuidado centrado no paciente tem sido associado à melhoria da qualidade dos
cuidados de saúde. Políticas recentes enfatizam o valor das opiniões dos pacientes, que não
apenas complementam as perspectivas dos profissionais de saúde, como também fornecem
informações exclusivas sobre a eficácia dos cuidados de saúde, incluindo a melhoria das
experiências, a satisfação do prestador de cuidados de saúde e a redução dos custos dos serviços
de saúde (McCORMACK; McCANCE, 2006). Em suma, o cuidado centrado no paciente é um
modelo em que os provedores de saúde são encorajados a formar parcerias com os pacientes,
para projetar e oferecer atendimento personalizado, oferecendo cuidados de alta qualidade e
melhorando a eficiência e eficácia do sistema de saúde (WALTERS; TOOMBS; RABUKA,
1994).
em 2002, revela que o cuidado centrado no paciente foi incluído como um dos eixos para
reformas. Uma de suas recomendações foi a criar de uma rede para promover o letramento em
saúde da população, com informações confiáveis e suporte para consulta dos pacientes
(ROMANOW, 2002). A intenção era preparar os profissionais para fortalecer o cuidado
centrado no paciente. Em sua prática, o Ministério de Saúde do Canadá, Health Canada, incluiu
a estratégia Interprofissional Education for Collaborative Patient-centred Practice no
programa de educação continuada, o Internationally Educated Health Professionals Initiative
(GILBERT, 2005). A capacitação envolvia profissionais de várias especialidades e promovia e
ciclos de debate, incentivando o compartilhamento de experiências entre os profissionais e
servindo como referência para implantar ações e estratégias para o cuidado centrado no paciente
em nível regional.
A divulgação sobre informações da saúde da população é realizada pela ONG Canadian
Institute for Health Information (CIHI), que desenvolveu um questionário para avaliar a
experiência dos pacientes na área hospitalar. Os aspectos avaliados, no atributo cuidado
centrado no paciente foram: comunicação; tempo de consulta; envolvimento na decisão
compartilhada; e suporte emocional (CANADIAN INSTITUTE FOR HEALTH
INFORMATION, 2001).
Nos EUA, na reforma do sistema de saúde que ocorreu em 2010, o Patient Protection
and Affordable Care Act (PPACA), ou Lei de Assistência Acessível, chamado comumente
como Affordable Care Act (ACA), ou Lei de Assistência Acessível, ou Obamacare, estabeleceu
a National Quality Strategy (NQS), que funciona como um guia orientador para a melhoria da
qualidade do cuidado em saúde e tem por objetivo desenvolver indicadores e mensurar
resultados (PETENATE; LAJOLO, 2013). A NQS apresentou como objetivos principais:
áreas é o cuidado centrado no paciente, que tem como prioridade engajar pacientes e familiares
como parceiros no cuidado. Foram estabelecidos como objetivos de longo prazo:
rendimento, e o Medicaid, programa de saúde social dos Estados Unidos para famílias e
indivíduos de baixa renda e recursos limitados (AGENCY FOR HEALTHCARE RESEARCH
AND QUALITY, 2015).
Em maio de 2005, o Fórum Nacional da Qualidade (NQF), organização criada para
padronizar a medição e os relatórios da qualidade dos serviços de saúde, endossou formalmente
a Pesquisa Hospitalar CAHPS. Tal endosso representou o consenso de muitos profissionais de
saúde, grupos de consumidores, associações profissionais, compradores, agências federais e
organizações de pesquisa e qualidade (AGENCY FOR HEALTHCARE RESEARCH AND
QUALITY, 2015).
Algumas diretrizes e iniciativas do governo deram relevância ao cuidado centrado no
paciente. A organização responsável pela qualidade em saúde, AHRQ, criou o modelo Patient-
centered Medical Home (PCMH), ou Lar Médico Centrado no Paciente que propunha a
melhoria do sistema de saúde mediante a reorganização da atenção primária, tendo como um
de seus cinco pilares o cuidado centrado no paciente (AGENCY FOR HEALTHCARE
RESEARCH AND QUALITY, 2012).
Nos Estados Unidos, muitas instituições utilizaram os questionários CAHPS para
avaliar a experiência dos pacientes com o cuidado. Foram criadas várias versões e incluídos
suplementos, de acordo com o que se pretendia avaliar. Os questionários foram utilizados nas
áreas de consulta ambulatorial, hospitalar, odontologia, atendimento domiciliar e centros de
hemodiálise. Os resultados na área hospitalar foram publicados no portal do Medicare, no qual
é possível comparar os resultados entre os hospitais, por meio de gráficos e tabelas (AGENCY
FOR HEALTHCARE RESEARCH AND QUALITY, 2012). Na área ambulatorial, a AHRQ
disponibilizou em seu portal os resultados de todos os CAHPS aplicados anualmente em
atenção primária em saúde, planos de saúde e clínicas (AGENCY FOR HEALTHCARE
RESEARCH AND QUALITY, 2012).
O governo dos Estados Unidos utilizou os resultados dos questionários CAHPS para
estabelecer metas de longo prazo para o sistema de saúde. Por intermédio do Office Disease
Prevention and Promotion (Escritório de Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde), em
parceria com várias instituições, criou um plano para melhorar o sistema de saúde, denominado
Healthy People 2020 (Pessoas Saudáveis 2020), em que se estabeleceram dez objetivos
nacionais, baseados em evidências científicas, e propôs metas de avaliação para monitorar
progressos ao longo de uma década (DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICE,
2010).
42
os pacientes do NHS tivessem acesso por internet a seus registros e prescrições. Esta iniciativa
constituiu uma verdadeira revolução da informação (NATIONAL HEALTH SERVICE, 2014).
Seguindo as recomendações propostas pelo NHS, algumas ONGs na Inglaterra fizeram
propostas de estratégias para implantar o cuidado centrado no paciente nos serviços de saúde.
A Health Foundation (Fundação de Saúde), organização independente de grande importância
no Reino Unido, conduz pesquisas e avaliações e prioriza duas áreas: segurança do paciente e
cuidado centrado no paciente. Ela criou uma área específica em seu portal onde disponibiliza
vídeos informativos e instrumentos para facilitar a implantação deste atributo na prática (THE
HEALTH FOUNDATION, 2013).
Outra organização do Reino Unido, a Care Quality Commission (CQC), ou Comissão
de Qualidade de Cuidados, que tem o papel de regular a prestação de cuidados na área de saúde
e social na Inglaterra, utiliza como instrumento para avaliar a experiência dos pacientes o
National Patient Survey Programme (Programa Nacional de Pesquisa de Pacientes) (CARE
QUALITY COMMISSION, 2013).
Outro instrumento utilizado pelo NHS para pesquisa da satisfação dos pacientes é o
Family and Friends Test (FFT), ou Teste de Amigos e Família. Lançado em abril de 2013, é
utilizado em todos os serviços hospitalares e de emergência no país para aferir a experiência
dos pacientes. Respondido de forma contínua e com resultado em tempo real, é constituído de
uma só pergunta: Qual é a probabilidade de você recomendar nossa enfermaria ou emergência,
ou ambulatório, para amigos e familiares se eles precisassem de cuidados ou tratamento similar?
(NATIONAL HEALTH SERVICE, 2014). O FFT é utilizado nacionalmente, ao lado de outros
instrumentos, como os NHS surveys.
Na Holanda, desde a década de 1980, uma mudança generalizada pode ser observada
em perspectivas sobre o cuidado. Isso está parcialmente ligado à individualização na sociedade
e ao aumento da autoafirmação entre os clientes. Isso contribuiu para a introdução de conceitos
de cuidados centrados no cliente. Os clientes tornaram-se mais críticos, solicitando cuidados
que atendam a seus desejos e demandas individuais (WITTE; SCHOOT; PROO, 2006).
O cuidado orientado para a demanda é atualmente um dos princípios predominantes na
política de saúde holandesa. É assim que o cuidado centrado no paciente é nomeado no país
(BOSMAN et al., 2008), o Conselho de Saúde Pública o descreve como um esforço conjunto
do cliente e profissionais de saúde, que resulta no cliente recebendo a ajuda que atende a seus
desejos e expectativas e que também atende aos padrões profissionais (BOSMAN et al., 2008).
Esta definição enfatiza a autonomia do cliente, mas, ao mesmo tempo, valoriza a
perspectiva do profissional. Além disso, destaca a colaboração, ou seja, a responsabilidade
44
que uma força de trabalho seja competente, conhecimentos e habilidades são necessários para
traduzir a teoria política e a pesquisa em ação efetiva, a fim de proporcionar o cuidado adequado
e desenvolvimento da promoção da saúde (HILBERT; DUARTE; MILARÉ, 2011).
A competência do indivíduo não é um estado e não se reduz a um conhecimento
específico, mas, sim, o resultado do cruzamento de três eixos: a formação da pessoa; sua
formação educacional; e sua experiência profissional (LE BOTERF, 2003). O conceito
ampliado passou a focar também realizações e entregas no contexto em que a pessoa está
inserida. Assim, o trabalho não significa mais o conjunto de tarefas associadas descritivamente
a um cargo, passando a abranger o prolongamento direto da competência que o indivíduo
mobiliza em face de uma situação profissional cada vez mais mutável e complexa (VIEIRA et
al., 2015).
De acordo com Vieira et al. (2015), as competências exigidas do indivíduo para a área
da saúde se apresentam como: saber agir, mobilizar, transferir conhecimentos para resolver
situações práticas, aprender constantemente e engajar-se em resposta às exigências e
necessidades de cada área de atuação, visando atender às necessidades de assistência.
Os princípios que orientam a prática do cuidado centrado no paciente são: dignidade,
compaixão e respeito; coordenação e integração do cuidado; cuidado personalizado; apoio ao
autocuidado; informação, comunicação e educação; conforto físico; apoio emocional, alívio do
medo e ansiedade; envolvimento de familiares e amigos; transição e continuidade; e,
incorporado mais recentemente, acesso ao cuidado (PICKER INSTITUTE, 2017).
Para realizar o cuidado centrado, é necessário que o profissional apresente competências
diferenciadas, como: capacidade para gerenciar conflitos; resolutividade; domínio de
argumentação; comunicação assertiva; negociação; tomada de decisão; e educação e
desenvolvimento profissional. Estes requisitos são essenciais para a qualificação na estratégia,
de modo a obter a qualidade do cuidado do paciente, destacando a importância da retomada dos
princípios básicos da relação profissional de saúde-paciente para desenvolver o cuidado
centrado (MANENTTI et al., 2012).
Essas competências são necessárias para que o profissional de saúde mantenha uma
comunicação fluida e escute o paciente, encontrando formas adequadas para lidar com o
tratamento. “Cabe ao profissional de saúde o papel de possibilitar que a relação seja centrada
no paciente e não apenas na doença.” (CAPRARA; RODRIGUES, 2004, p. 145). Os efeitos
positivos de uma boa relação profissional de saúde com o paciente propiciam a melhora da
qualidade do cuidado, com resultados imediatos sobre o estado de saúde dos pacientes
(CAPRARA; RODRIGUES, 2004).
51
além do saber-fazer científico/tecnológico. Isso permite o olhar para a pessoa além da doença
que apresenta, considerando-se o conhecimento que ela possui sobre si mesma, sobre o adoecer
e sobre a saúde, como focos essenciais na reconstrução conjunta de sentidos em direção a uma
vida saudável em seus diversos aspectos (MANDÚ, 2004).
O encontro de subjetividades na relação entre o profissional de saúde e o paciente
constitui um poderoso instrumento, capaz de contribuir para a emancipação dos envolvidos e
de possibilitar uma participação mais ativa destes na produção da saúde (BARROS, 2002).
Com relação à formação e ao desenvolvimento profissional, entende-se que se faz
imprescindível adotar de metodologias de ensino-aprendizagem que ultrapassem o saber
técnico-científico oferecido pelas instituições formadoras, incluindo o desenvolvimento de
habilidades para lidar com a dimensão subjetiva do ser humano: a do paciente, das
comunidades, dos colegas de trabalho e a sua própria (BARROS, 2002).
No cuidado centrado, o assunto “segurança assistencial” é de suma relevância. As
competências centrais que se destacam são: comunicação, ética, tomada de decisão, educação
e desenvolvimento profissional. Destacando-se a importância de retomar os princípios básicos
da relação profissional de saúde-paciente, para desenvolver o cuidado centrado no paciente.
Apesar de muitos estudos apontarem as vantagens de incluir o cuidado centrado no paciente na
prática clínica e, mesmo, reconhecendo-se sua importância, a adoção plena deste atributo ainda
está longe de ocorrer (SANTOS et al., 2010).
Estudo realizado em 2012 realizado pela European Commission destacou como os
principais desafios para obter o envolvimento do paciente com o seu cuidado: demanda de mais
tempo e atenção dos profissionais; e possibilidade de o paciente discordar abertamente do
profissional ou tentar diagnosticar-se e tratar de si mesmo, fazendo escolhas inadequadas. Este
estudo ressaltou que alguns pacientes, principalmente aqueles com doenças crônicas, precisam
receber informações mais detalhadas sobre sua doença e tratamento, para se envolverem na
tomada de decisão (EUROPEAN COMMISSION, 2012).
Berwick (2009) citou possíveis objeções dos profissionais com formação clássica, isto
é, uma formação que não incluiu a abordagem do cuidado centrado no paciente, para implantar
este tipo de abordagem nos serviços de saúde. Considerou a hipótese de o paciente escolher
opções de tratamento incorretas, contrariando as recomendações e diretrizes da medicina
baseada em evidências. Todavia, alertou que estes seriam casos de exceção. Portanto, não seria
uma objeção justificável.
Habilidades, atitudes e conhecimentos são essenciais e estruturantes no processo de
produção do cuidado em saúde, auxiliando no desafio constante de comunicar-se melhor e de
53
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
O método de pesquisa adotado neste trabalho foi o estudo de caso, pelo fato de se
examinar um acontecimento contemporâneo, sobre o qual não se pode manipular
comportamentos (YIN, 2001). Para Yin (2001, p. 35), “o estudo de caso, como outras
estratégias de pesquisa, representa uma maneira de se investigar um tópico empírico seguindo-
se um conjunto de procedimentos” quando o objetivo é reunir informações detalhadas e
sistemáticas sobre um fenômeno, enfatizando entendimentos contextuais.
A unidade de análise foram os pacientes e as equipes multidisciplinares do Hospital
Gama, trata-se de um hospital de grande porte, sem fins lucrativos, que presta assistência
médica ambulatorial e hospitalar a usuários credenciados por planos de saúde região
metropolitana de Belo Horizonte.
O Hospital Gama, fundado em 2010, foi estruturado para atender a casos de média e alta
complexidade, com a missão consolidar-se como referência em atendimento de urgência e
emergência com eficiência, praticando assistência humanizada e resolutiva, com foco na
segurança do cliente. Possui mais de 244 leitos de internação adulto, 40 leitos no centro de
terapia intensiva adulto (30 de UTI – Unidade de Terapia Intensiva – e 10 de UCO – Unidade
Coronariana), centro cirúrgico com 10 salas, pronto-socorro com 21 consultórios para casos
clínicos e cirúrgicos e 34 leitos de observação, sendo 24 adultos e 4 de emergência, completo
centro de radiologia e exames e um heliponto para a remoção de pacientes, quando necessário.
A equipe é composta por cerca de 250 médicos atuantes e 1266 colaboradores (662
assistenciais, 226 administrativos, 137 laboratório e imagem, 256 terceiros).
Desde o início da operação de suas atividades o hospital Gama tem buscado melhor
assistir seus pacientes, por meio de melhorias em sua estrutura e serviços. Em 2014, obteve a
certificação ISO 9001:2008, cujo foco é a eficácia da qualidade para atender aos requisitos dos
clientes. Em 2015, obteve a certificação ONA – Nível Pleno. O Serviço de Apoio ao Cliente
(SAC) é um importante canal de comunicação com usuários e colaboradores, responsável por
registrar reclamações, solicitações, elogios, esclarecimentos de dúvidas e outras demandas
relativas aos serviços do Hospital, via atendimento telefônico, através de número interno, ou
intranet.
A principal finalidade do estudo foi descrever as características do fenômeno estudado,
que compreende a implantação do cuidado centrado no paciente no Hospital Gama e a
55
percepção dos profissionais de saúde e dos usuários sobre a prestação desse serviço, respeitando
as características do modelo de atendimento.
fácil compreensão, mesmo para pessoas de baixo nível educacional. Ele contém 15 itens
direcionados ao paciente, envolvendo suas expectativas e valores. A maioria dos itens
representativos apresenta um aspecto da demanda de cuidado, bem como um aspecto da relação
de cuidado. Cada item é pontuado em uma escala Likert de 5 pontos, variando de 1 para
“Discordo totalmente” e 5 para “Concordo totalmente”. O instrumento foi testado entre clientes
de três agências de assistência de saúde no sul da Holanda, alcançando um total de 107
respondentes.
O desenvolvimento do instrumento de medição Care in Dialogue Competence Scale ou
Cuidado no Diálogo – Escala de Competência (SCHOOT; PROOT; WITTE, 2006) foi baseado
em uma pesquisa qualitativa (SCHOOT et al., 2005a, 2005b,) na perspectiva das partes
interessadas no atendimento orientado à demanda. Foram realizadas entrevistas abertas com
cliente, gerentes de organizações de assistência médica, seguradoras e prestadores de
assistência médica. O objetivo geral do instrumento era ter a perspectiva dos profissionais de
saúde e pacientes sobre cuidados centrados no paciente e perspectiva sobre as competências
desejadas de cuidados de saúde. O resultado da pesquisa qualitativa foi submetido a um comitê
gestor e a um grupo de composto por representantes de várias instituições vinculadas à área de
saúde. Com base nos resultados, foi construída a trajetória de aprendizado do cuidado,
operacionalizada por competências em uma escala. A escala consiste em três conjuntos:
Cada item foi pontuado em uma escala Likert de 4 pontos, variando de 1 “Discordo
totalmente” a 4 “Concordo totalmente”. O instrumento oferece oportunidades para reflexão e
avaliação de competências sobre o cuidado centrado. O pré-teste foi realizado em 74 diferentes
enfermeiros e cuidadores de quatro organizações de atendimento domiciliar do sul de Holanda.
A seleção baseou-se na participação em reuniões de treinamento adicionais planejados
(amostragem de conveniência) (SCHOOT et al., 2005a, 2005b).
Na fase quantitativa desta pesquisa, a população-alvo constituiu-se de profissionais da
saúde (equipe multidisciplinar) e clientes do hospital. O cálculo da amostra foi realizado de
58
1) Tradução inicial por pelo menos dois tradutores bilíngues e biculturais (com
experiência na cultura dos dois países);
2) Síntese I: comparação entre as duas traduções e a versão original por um terceiro
tradutor bilíngue;
3) Painel de especialistas, em que as discrepâncias devem ser discutidas, para a
obtenção de uma versão traduzida preliminar;
4) Retrotradução cega da versão preliminar por pelo menos dois tradutores cuja língua-
mãe seja a mesma da versão original da escala ou tradução para a volta ao idioma
original (back-translation);
59
5) Síntese II: compreende a comparação das duas versões retrotraduzidas com a original
e a obtenção de uma versão pré - final da escala;
6) Aplicação do Teste piloto da versão pré-final, com uma amostra que pode variar de
10 a 40 sujeitos.
e estudos sobre o mesmo tema (EREMENCO; CELL; ARNOLD, 2005). Escalas, questionários,
diretrizes e protocolos são utilizados em países diferentes daqueles de seu desenvolvimento,
tornando-se necessário adotar mais do que uma simples tradução literal. Neste caso, além da
tradução, devem-se realizar adaptações que envolvam a transformação linguística e cultural do
instrumento original a ser empregado em outros países ou regiões de culturas e línguas
diferentes, sem perder suas propriedades originais, mas adaptando a realidade no país ou região
em questão (GUILLEMIN; BOMBARDIER; BEATON, 1993; BEATON et al., 2000).
Quando cheguei, em 2015, não era muito claro para esse hospital o desenho da equipe
multiprofissional, em especial da equipe de enfermagem. Tínhamos quatro
coordenações, cada uma com a responsabilidade técnica fragmentada. Então, a gente
tinha um modelo extremamente fragmentado dentro do hospital. Eu comecei a
estruturar e fazer um desenho que a gente tem hoje, que é separar os pacientes por
grau de complexidade. Apresentei para a diretoria um modelo que chamei de GAR,
Gestão da Assistência por Resultados, levantando todos os problemas de
potencialidades que o hospital tinha e como que a gente deveria reorganizar o
organograma da assistência (COORD. ENF. 8).
O modelo hoje praticado no hospital é um modelo centrado no paciente que ainda está
caminhando, ainda está no início. É lógico que várias mudanças estão ocorrendo:
mudanças no modelo médico, mudanças no modelo de enfermagem... Estão iniciando
uma trilha. Isso promove melhorias de processos para a equipe multi e o paciente
(ENF. 6).
64
Quando eu entrei, ainda não existia esse movimento de cuidado centrado no paciente.
Esse movimento, ele tem começado no último ano. Um ano e meio para cá, a gente
fazia o cuidado centralizado na doença, e não no paciente. Esse movimento do cuidado
centrado no paciente chegou de forma mais tímida, ganhando espaço pela equipe
multiprofissional, pela equipe de enfermagem, incutido e trazido muito pelas nossas
lideranças. Nós fomos envolvidas mesmo pelo nosso gestor e isso foi desdobrado na
ponta, na área da enfermagem (SUPERV. ENF. 4).
Hoje a gente não olha o indivíduo e trata a doença. A gente cuida do indivíduo na sua
totalidade, na sua integralidade, pensando ao máximo no que a gente pode acrescentar
e agregar ao tratamento dele. E com isso a gente consegue contribuir para uma alta
mais segura, para uma desospitalização mais eficiente (SUPERV. ENF. 4).
Eu passei por uma evolução gigante em relação ao foco, que agora está no paciente.
Existe um médico à disposição do paciente durante as 12 horas de plantão. A equipe
toda está inteirada sobre o que está acontecendo com aquele paciente, com o que é
importante para ele. Não somente na enfermagem, na equipe administrativa também,
e a equipe médica agora está engajada para fazer isso acontecer (SUPERV. ENF. 5).
A gente tinha uma prática não tão organizada, que não fazia tanto vínculo com o
paciente e com a família. Com essas mudanças gerenciais, mudanças no modelo de
enfermagem, mudança na escala, mudança no modelo de trabalho, a gente percebe
que esse cuidado dele, mais voltado para paciente e familiares, foi um longo período
aí de mudanças recorrentes (ENF. 6).
Antigamente visava-se muito mais à redução dos custos do que ter mesmo a
preocupação da satisfação do cliente, de encantar o cliente. Hoje se busca isso, além
de um cuidado humanizado, com o foco na segurança, com transparência e respeito.
Os eventos adversos, hoje a gente compartilha com a família o que que aconteceu, o
que vai ser feito daqui para frente, para que isso não aconteça novamente. Isso é
mostrar para o cliente que a gente o respeita (SUPERV. ENF. 3).
São necessárias ações educativas em nível hospitalar que tenham como base as
experiências de ensino-aprendizagem e ações de saúde para a produção do cuidado. O
profissional de saúde precisa desenvolver iniciativa e apresentar disponibilidade para
desenvolver competências que propiciem uma assistência mais humanizada (FERREIRA;
KURCGANT, 2009). A necessidade de qualificação e desenvolvimento de competências dos
profissionais aparece na fala do coordenador de enfermagem e a técnica de enfermagem
apontou algumas ações que são realizadas voltadas para o desenvolvimento do profissional.
A gente ainda tem um caminho longo pela frente, o que eu acho que a gente tem hoje,
que a gente tem conseguido são pessoas com a disposição necessária, mas ainda
carentes de desenvolvimento e capacitação neste tipo de modelagem, nessa forma de
se trabalhar com o cuidado centrado no paciente (COORD. ENF. 8).
A gente é treinado a todo momento aqui, além de ser treinado online pelos cursos
EAD , a gente também é treinado pela nossa liderança, a gente é comunicado,
tudo material novo que entra, então assim a liderança sempre dá esses cursos ,
dá esse feedback para a gente e visando a melhoria da assistência ao paciente
(TEC. 1).
Em geral, os cursos de capacitação são mais focados nas equipes de enfermagem, mas
o que preconiza o modelo centrado no paciente é que todos os funcionários sejam treinados,
desde a equipe de saúde até os serviços administrativos (COSCRATO; BUENO, 2010). Assim,
a humanização estaria associada de modo íntimo à qualidade da comunicação e das relações
estabelecidas entre os profissionais. Essas relações poderiam ser aprimoradas ao se criarem
66
Nós precisando ter mecanismos de sentar na frente do paciente dividir com o paciente
as possibilidades terapêuticas que nós temos, dividir com ele e com a família as
limitações terapêuticas que a gente tem, para que a gente possa construir sempre em
conjunto, eu acho que a grande virada que a gente precisa ter é exatamente reconhecer
que o cuidado centrado se faz junto, não mais com um grupo de profissionais que
detém o saber e uma população que é submissa (COORD. ENF. 8).
De acordo com Vieira et al. (2015), as competências exigidas do indivíduo para a área
da saúde se apresentam como: saber agir, mobilizar, transferir conhecimentos para resolver
situações práticas, aprender constantemente e engajar-se em resposta às exigências e
necessidades de cada área de atuação, visando atender às necessidades de assistência.
Dentre as competências mais importantes para o sucesso do modelo centrado está a
comunicação, destacando-se sua complexidade e caráter dinâmico. Parte dos objetivos que
norteiam as instituições hospitalares é alcançada por intermédio da equipe multiprofissional
(COSTA, 1978). Estudos apontam que falhas no trabalho em equipe e na comunicação entre os
profissionais de saúde têm sido um dos principais fatores que contribuem para os erros, eventos
adversos e, consequentemente, diminuição da qualidade dos cuidados (NOGUEIRA;
RODRIGUES, 2015). Por conseguinte, a maneira como ocorre a comunicação entre os
profissionais tem sido apontada por pesquisadores como fundamental para um cuidado de saúde
seguro (NOGUEIRA; RODRIGUES, 2015).
Ao se comunicar, o ser humano tem uma expectativa em relação a esse processo. Essa
expectativa é sobre como será dada a resposta pelo receptor. Isso em relação à fonte. Mas o
receptor também tem sua expectativa em relação à fonte sobre o tipo de mensagem que essa
fonte irá produzir e se ele poderá tirar algum proveito dessa relação (mensagem). Essa relação
existe porque se criam expectativas que influenciam as ações antes mesmo de executá-las. Ou
seja, espera que o receptor tenha a capacidade, ou pelo menos tente assimilar corretamente a
mensagem transmitida (BROCA; FERREIRA, 2012).
A duas técnicas de enfermagem apontaram a comunicação assertiva como fator
importante no cuidado centrado, sendo necessário repetir determinada informação até que o
paciente compreenda tudo, mesmo que às vezes ele apresente certa intolerância e desconfiança.
Para se aproximar do paciente, é preciso deixar exercitar a escuta ativa e, assim, estabelecer
uma relação de confiança.
67
[…] a gente dá bom dia, deixa o paciente falar, e escuta atentamente para atender as
necessidades e para dar uma assistência qualificada (TEC. 1).
De acordo com Gabbay, Faleck e Tartuce (2014), a escuta ativa é uma das técnicas mais
utilizadas durante a medição e uma das ferramentas mais importantes na comunicação. Consiste
em escutar atentamente o interlocutor, não só com os ouvidos, mas com todos os sentidos em
alerta. Ao ouvir um discurso sobre um problema, é preciso focar atentamente no interlocutor e
buscar compreender realmente o que está sendo dito, quais são suas intenções e as preocupações
e os anseios contidos no discurso que se ouve. Durante a fala, atentar para todas as expressões
corporais e reações que a linguagem corporal pode trazer (GABBAY; FALECK; TARTUCE,
2014).
A escuta ativa é uma das habilidades mais importantes da inteligência emocional e se
conecta de forma direta com a empatia de poder olhar nos olhos do outro, e não deixar que suas
experiências e histórias de vida promovam julgamentos de seu interlocutor durante o discurso.
Escutar de forma ativa, em síntese, significa atender com respeito à outra pessoa, escutando-a
com todos os sentidos focados no discurso (GABBAY; FALECK; TARTUCE, 2014).
É importante ressaltar que o técnico de enfermagem é o professional que tem mais
contato com o paciente durante o período da internação, devido à rotina de trabalho assistencial,
necessitando emitir a mensagem e se fazer entender. A comunicação, portanto, é uma via de
mão dupla. Ou seja, é necessário que haja resposta e validação da troca de mensagens ocorrida
(BROCA; FERREIRA, 2012).
Porque a gente conversa com paciente e explica para ele o que você está fazendo,
o que você já fez, e ele não entende. Às vezes, alguns brigam, acham que você
está fazendo alguma coisa que está errada (TEC. 1).
[...] a gente melhora a cortesia, deixa o paciente falar, tenta melhorar a comunicação.
A gente pergunta o que ele quer. A gente dá essa liberdade ao paciente e foi treinada
e qualificada para esse tipo de assistência (TEC. 2).
E hoje a gente trabalha com o foco do cliente, não mais o foco no cliente, se colocar
no lugar do cliente, né. O cliente tem sempre razão, mesmo que não esteja certo, mas
a equipe multidisciplinar toda se coloca no lugar dele e planeja as coisas como se fosse
mesmo paciente, como eu gostaria de ser tratado nesse momento, como que aquele
paciente gostaria de ser tratado. Então, a gente planeja o cuidado todo voltado mesmo
na visão do paciente (SUPERV. ENF. 5).
níveis mais profundos de acolhimento e vínculo com as famílias. A relação se torna mais
humanizada e horizontal por meio de falas, perguntas, posturas e gestos capazes de gerar
empatia e acolhimento, minimizando os lugares de poder historicamente instituídos no
relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes (THE HEALTH FOUNDATION,
2013).
De maneira geral, os entrevistados afirmam que a boa relação com a família, os
pacientes e os profissionais de saúde permite que a equipe tenha uma comunicação efetiva,
tomadas de decisões mais assertivas e um convívio mais harmonioso.
A importância do diálogo com a família se destaca nas falas, pois é por meio dele que
se cria uma aproximação entre as pessoas e se inicia um contato mais próximo, uma relação de
integração de culturas (PINHEIRO; MATTOS, 2005). Uma relação de comunicação assertiva
e eficiente entre todos os membros da equipe multidisciplinar e o engajamento contribui para
que as inter-relações profissionais estabelecidas no trabalho favoreçam uma assistência
humanizada. Para que o processo de humanização seja efetivo e transformador, é
imprescindível estreitar os laços de comunicação, de forma a desvendar e respeitar o ser
profissional, favorecendo, assim, a compreensão contínua da realidade do paciente e do
trabalhador (CECÍLIO, 2001).
Outra competência destacada é a relevância do trabalho em equipe, ressaltando na noção
de que o trabalho em equipe favorece uma atenção integral ao paciente e seus familiars.
A gente não consegue andar sozinho. Às vezes, um paciente acamado precisa da área
da fisioterapia. Então, a gente tá trabalhando sempre em conjunto para a melhora do
cliente (TEC. 1).
Porque não adianta só a enfermagem estar envolvida. É importante que a equipe como
um tudo esteja olhando o paciente de forma multidisciplinar e acrescentando ao
tratamento dele. A gente aumentou a interação entre os membros da equipe
multiprofissional, e isso reflete diretamente no paciente, porque nas discussões que a
gente faz a gente consegue implementar medidas mais eficientes. As pessoas
conseguem ter resultados melhores porque a orientação que a gente consegue
construir em conjunto é um plano de cuidados mais robusto. Então, a gente não tem
esse olhar fragmentado (SUPERV. ENF. 4).
A relação com os membros da equipe multi é uma relação muito boa. Me reúno para
discutir casos... (MED. 9).
Para Pinheiro e Mattos (2001), a prestação de atenção integral dos serviços oferecidos
aos pacientes é fundamental para prevenir problemas, possibilitando encontrar melhores
soluções para as enfermidades já observadas. Ainda segundo os autores, na coordenação da
transferência do cuidado também é necessário o envolvimento da equipe de profissionais, dos
pacientes e de seus familiares ou responsáveis, é fundamental o adequado entendimento entre
as partes no processo terapêutico, monitorando constantemente sua efetividade e incentivando
a promoção da saúde e o acompanhamento da transição do cuidado realizado.
O paciente, os familiares ou responsáveis e os profissionais envolvidos na transição do
cuidado devem interagir de maneira que a comunicação e a informação sejam seguras para
todos. O implemento efetivo do processo de transição do cuidado de forma sistematizada
contribui para sua continuidade, evitando omissão, erros ou duplicidade nas informações das
recomendações do tratamento (SAYD, 2002).
Em síntese, para o desenvolvimento do cuidado centrado no paciente, é necessário
contar com profissionais preparados e engajados. Conforme Gabrielli (2004), na
contemporaneidade, as competências mais almejadas são aquelas que abordam a necessidade
de atentar para o paciente em sua integralidade possibilitando sua participação no próprio
cuidado. Essas competências tratam da incorporação no plano de cuidados do paciente, de seus
desejos, crenças e história e da avaliação da adesão ao tratamento recomendado. Estes são os
requisitos básicos para uma boa produção do cuidado e do desempenho nos processos, uma vez
que se vive a era da informação, do conhecimento e da experiência do cliente, em que a busca
de padrões de excelência é constante. Esta noção de competência possibilita o desenvolvimento
de profissionais de saúde pensantes, capazes de reflexão/ação crítica, de opção pela postura de
71
Com essas mudanças, também a gente ficou muito mais próximo da equipe
multiprofissional, tanto dos nutrólogos, das nutricionistas e da fisioterapia. Então, é
um trabalho mesmo em equipe (ENF. 6).
Eu só vejo vantagens no cuidado centrado, porque a gente não tem que fazer um
número de procedimentos, ou atendimentos que a gente faz no modelo tradicional,
mas a gente trabalha mais com qualidade e isso diminui o nosso estresse, diminui o
estresse médico e família (COOR. MED. 7).
Eu não tinha muitos elogios, mas agora que você conversa e aproxima mais e conhece
o paciente, dá mais atenção para o acompanhante. Eles te elogiam, e eu não estava
acostumada com isso. Minha autoestima aumentou. Percebi que faço a diferença para
alguém, que sou importante na vida de alguém. Ser reconhecida pelo meu trabalho
saber é revigorante (TEC. 2).
Trabalhar é uma atividade que exige diariamente boa saúde emocional. Para garantir
bons resultados, é fundamental manter o equilíbrio das emoções. Quem possui autoestima
elevada acredita em sua capacidade e, assim, produz mais resultados tanto na vida pessoal
quanto na profissional. A autoestima elevada faz com que a pessoa reconheça suas qualificações
e se sinta apta para trabalhar em qualquer lugar. Para o profissional de saúde, é essencial manter
a autoestima alta e ter motivação. A recuperação de pacientes internados pode refletir no estado
de espírito de quem cuida deles (SANTOS et al., 2017).
Os melhores desfechos são identificados quando há aumento do engajamento e parceria
do paciente e da família em suas experiências de cuidados em saúde. Explicações
fisiopatológicas e prescrição médica, por si sós, não garantem o seguimento da orientação
terapêutica. Porém, a exploração das ideias e expectativas do paciente aumentam a adesão ao
tratamento e a relação com a equipe multiprofissional (STEWART et al., 2010).
De acordo com Stewart et al. (2010), o cuidado centrado na paciente/pessoa resulta nos
seguintes benefícios:
73
Todos os entrevistados relataram que observaram melhorias tanto para o paciente quanto
para a equipe multiprofissional, pois a participação ativa dos pacientes os torna mais aderentes
ao tratamento e mais satisfeitos com os cuidados. Os profissionais de saúde, por sua vez,
sentem-se gratificados com o aumento do senso de integração e de melhoria no relacionamento
com os pacientes.
A relação do profissional com o paciente melhorou muito. Ajudou muito essa maior
proximidade, esse melhor entendimento, para tentar oferecer não aquilo que a gente
acha que ele precisa, mas sim o que ele realmente precisa, aquilo que família traz para
a gente. Aquilo que não foi dito, mas que a gente consegue identificar, possibilita
proximidade e melhor vínculo entre profissional e paciente. Além disso, essa mudança
também é na relação entre os membros das equipes, uma vez que eles passam a
conversar mais, a discutir os casos e mostrar o que aquele profissional pode oferecer,
o que aquele profissional pode acrescentar naquele caso do paciente, no
tratamento do paciente (ENF. 6).
O cuidado centrado mostra para equipe que ele tem que atender aquele paciente,
aquele cliente, como se fosse um parente, como se fosse ele mesmo, como eu gostaria
de ser tratado, e dar um retorno para o cliente, atender o cliente com sorriso no rosto,
fazer com que ele sinta o sentimento de ter sido cuidado naquele hospital (SUPERV.
ENF. 5).
Eu só vejo vantagens no cuidado centrado, porque a gente não tem que fazer um
número de procedimentos ou atendimentos que a gente faz no modelo tradicional, mas
a gente trabalha mais com qualidade, e isso diminui o nosso estresse, diminui o
estresse médico e família (COORD. MED. 7).
74
Segundo Malta e Merhy (2003), se o trabalhador não se sente sujeito ativo no processo
de reabilitação, ele perderá contato com elementos que potencialmente estimulam sua
criatividade, não se responsabilizando pelo objetivo final de sua intervenção. Para reverter este
quadro, deve-se aproximar o trabalhador do resultado do seu trabalho, valorizar o seu orgulho
profissional pelo esforço singular de cada caso. É fundamental abrir espaço para a liberdade
criadora, para a autonomia profissional, bem como para a reinvenção de novas maneiras
cotidianas de operar a instituição ou seu local de trabalho. Para assegurar a qualidade em saúde,
faz-se necessário combinar a autonomia profissional com certo grau de definição de
responsabilidade dos trabalhadores com os pacientes, assim como estabelecer de um pacto em
torno de um projeto coletivo. A recuperação da prática clínica assentada no vínculo ou na
responsabilização com o paciente é a forma de combinar autonomia e responsabilidade
profissional.
Então, não é fácil. Eu acho que lidar com a resistência profissional, nesse sentido de
fazer uma assistência mais centrada nas necessidades do paciente, dividindo as
informações, dialogando mais, nas individualidades do paciente, vai ser mais difícil
(ENF. 6).
E eu acho que a maior resistência que a gente tem é lidar com o médico cooperado,
por ele não estar no centro do planejamento estratégico, porque ele compartilha esse
espaço com os clientes e colabodores (SUPERV. ENF. 3).
75
Uma mudança dentro de uma empresa nasce para suprir uma necessidade, seja ela de
uma nova tecnologia, de um novo tipo de comportamento, de uma nova metodologia de
trabalho. Na maioria das vezes essa mudança, de modo geral, não agrada muito os funcionários
por ela envolvidos. Há sempre aquela percepção de que o seu espaço na organização está
ameaçado, gerando uma resistência à mudança (TEBOUL, 1991). Enfermeiros, técnicos e
médicos ressaltaram que, existe resistência de profissionais da área em adotar práticas de
cuidado diferentes das tradicionais e de incorporação a novas tecnologias. Eles demonstram
dificuldade de adaptação as mudanças, devido aos anos de experiência, apego ao modelo
biomédico ou dificuldade na comunicação.
Quando ocorreu a implantação de novos sistemas houve uma resistência dos técnicos
por não conseguirem mexer no computador, mas agora eu percebo que eles estão se
adaptando e achando muito melhor (TEC. 1).
Então não é fácil, eu acho que lidar com a resistência profissional, nesse sentido de
fazer uma assistência mais centrada nas necessidades do paciente, dividindo as
informações, dialogando mais as individualidades do paciente, vai ser mais difícil de
incorporar no dia a dia (ENF. 6).
A gente sempre quer mais, estamos em um momento de transição e para ampliar para
todo hospital é desbravador pois, temos que sair da mentalidade do modelo
tradicional. E a gente está tendo muita resistência, eu acho, porque é uma quebra da
tradição uma coisa nova e que as pessoas tem medo, e é engraçado porque a pessoa
tem tanto apego com o que ela tem aqui, e ir para o novo e não tem jeito (COORD.
MED. 7).
O que foi praticado a vida toda foi o modelo biomédico, então desconstruir toda uma
crença de valores, toda uma prática que para alguns profissionais, acreditam fielmente
que dá certo, o trabalho será maior, devido esta resistência (SUPERV. ENF. 4).
a mudança irá abranger e iniciar o processo com uma campanha de sensibilização, para que as
pessoas compreendam e, até, simpatizem com as mudanças que irão ocorrer (TEBOUL, 1991).
A maioria dos entrevistados destacou a relevância da mudança cultural e
comportamental e apontou a importância do engajamento de todos os níveis hierárquicos, tendo
as lideranças de média e alta gestão como disseminadoras e incentivadoras da nova cultura.
Eu acho que o modelo de cuidado centrado está em construção ainda, até porque essa
mudança requer também uma mudança cultural. O modelo médico nosso ainda é um
modelo muito centrado na doença. Então isso requer tempo (ENF. 6).
Tem que convencer esse profissional de que o modelo está mudando, a prática está
mudando e que modelo agora é centrado no paciente e nas suas necessidades
emocionais, necessidades sociais, e isso não é fácil mudar. A cultura não é fácil
(SUPERV. ENF. 3).
Porque mudar uma mentalidade, o mapa metal não é fácil. É lógico que conforme o
tempo vai passando e as práticas vão acontecendo e as discussões vão sendo feitas, a
tendência que se alcance um modelo mais próximo aí do ideal, melhorando a
comunicação, que ainda é fragil, porém a mudança de mentalidade é lenta (MED. 9).
Eu tenho tentado ensinar as pessoas aqui todo dia: antes de qualquer coisa, a gente
tem que acreditar naquilo que a gente faz. a crença é algo às vezes subjetivo, mas a
gente que tem posição de liderança se não acreditar, não transforma a realidade
(COORD. ENF. 8).
A gente tem reuniões semanais com representante. Somos acessíveis. A gente escuta.
Podemos ser questionados. Damos liberdade para as pessoas sugerirem, porque esta
escuta, ela é muito boa para o paciente e a equipe (COORD. MED. 7).
25/06/2019 Solicitação de autorização aos autores para tradução e aplicação dos instrumentos.
26/06/2019 Resposta dos autores autorizando a tradução e aplicação dos instrumentos.
(Conclusão)
Compreendeu a revisão das 2 versões de cada questionários e a obtenção de uma versão simplificada pré-final de cada escalas a síntese 5 (Apêndice R) e a
09/09/2019 síntese 6 (Apêndice S), que foram discutidas com a orientadora, refinadas e enviadas para a mesma avaliar novamente. Nesta parte foi discutida a exclusão
das perguntas sugeridas pelos especialistas.
10/09/2019 Retorno da orientadora com correção e liberado para pré-teste.
Pré-teste da versão final com uma amostra de 20 pacientes e 20 profissionais de saúde para os respectivos questionários. Teste realizado em um Hospital
15/09/2019
de Betim com o perfil similar ao hospital Gama.
30/09/2019 Término do pré-teste.
Realizada validação interna dos instrumentos do pré teste.
No instrumento ‘Cuidado Centrado no Paciente’, o primeiro item a ser medido foi o AVE. Ao realizar a análise obteve-se um AVE = 0,44 que é menor que
0,50. Nessas situações, deve-se eliminar variáveis que possuem cargas fatoriais menores. Dessa forma, foram eliminados os itens “Eu acho que os
profissionais de saúde às vezes dizem muito rápido algo que não é possível” e “Eu tive oportunidade de falar dos meus medos e inseguranças com os
profissionais de saúde no decorrer dos atendimentos”.
No instrumento ‘Cuidado no Diálogo – Escala de Competência’ Comunicação e Diálogo com o cliente o primeiro item a ser medido será o AVE. Ao realizar
a análise obteve-se um AVE = 0,322 que é menor que 0,50. Nessas situações, deve-se eliminar variáveis que possuem cargas fatoriais menores. Dessa
forma, foram eliminados os itens “Estou ciente da minha maneira de me comunicar no relacionamento com o cliente”, “Dou ao cliente a oportunidade de
abordar questões de interesse, desde que não entrem em conflito com as orientações de risco assistencial e normas hospitalares”, “Apoio o cliente quanto
04/10/2019 aos questionamentos sobre o atendimento e cuidado para verificar se nos entendemos”, “Eu oriento o cliente sobre as questões relativas ao seu atendimento
e cuidado” e “A partir do meu conhecimento profissional, eu posso expressar minhas dúvidas sobre desejos e preferências do cliente”.
Na competência Gestão compartilhada do cuidado com o cliente o primeiro item a ser medido será o AVE. Ao realizar a análise obteve-se um AVE = 0,474
que é menor que 0,50. Nessas situações, deve-se eliminar variáveis que possuem cargas fatoriais menores. Dessa forma, foi eliminado o item “Estou ciente
de que a questão do cliente é o ponto de partida para o atendimento a ser prestado”.
Na competência Comportamento proativo, o primeiro item a ser medido foi o AVE. Ao realizar a análise obteve-se um AVE = 0,408 que é menor que 0,50.
Nessas situações, deve-se eliminar variáveis que possuem cargas fatoriais menores. Dessa forma, foram eliminados os itens: “Dou clareza ao cliente sobre
as minhas possibilidades e limitações institucionais e pessoais” e “Eu procuro opções alternativas para atender à demanda do cliente diante de limitações
pessoais ou institucionais”.
Novas sínteses foram realizadas e deu-se início à aplicação dos questionários.
08/10/2019 (Apêndice A) Produto - Síntese 7 - Questionário Final Simplificado do Cuidado Centrado no Paciente
(Apêndice B) Produto - Síntese 8 - Questionário Final Simplificado do Cuidado no Diálogo - Escala de Competências
Início da aplicação dos questionários.
Fonte: Elaborada pela autora (2020).
2
A partir dos valores obtidos na validação interna do pré-teste, foram excluídos itens dos
dois instrumentos utilizados, devido a sua carga baixa fatorial, que é a porcentagem não
satisfatória, quanto a covariância existente entre o fator e o item.
No instrumento cuidado centrado no paciente, foram eliminados os itens “Eu acho que
os profissionais de saúde às vezes dizem muito rápido algo que não é possível” e “Eu tive
oportunidade de falar dos meus medos e inseguranças com os profissionais de saúde no
decorrer dos atendimentos”.
No instrumento cuidado no diálogo – escala de competência, na competência
comunicação e diálogo com o cliente, foram eliminados os itens “Estou ciente da minha
maneira de me comunicar no relacionamento com o cliente”, “Dou ao cliente a oportunidade
de abordar questões de interesse, desde que não entrem em conflito com as orientações de risco
assistencial e normas hospitalares”, “Apoio o cliente quanto aos questionamentos sobre o
atendimento e cuidado para verificar se nos entendemos”, “Eu oriento o cliente sobre as
questões relativas ao seu atendimento e cuidado” e “A partir do meu conhecimento
profissional, eu posso expressar minhas dúvidas sobre desejos e preferências do cliente”.
Seguindo a competência “gestão compartilhada do cuidado com o cliente”, foi
eliminado o item “Estou ciente de que a questão do cliente é o ponto de partida para o
atendimento a ser prestado”.
Por fim, na competência “comportamento proativo”, foram eliminados os itens: “Dou
clareza ao cliente sobre as minhas possibilidades e limitações institucionais e pessoais” e “Eu
procuro opções alternativas para atender à demanda do cliente diante de limitações pessoais
ou institucionais”.
Na sequência, apresenta-se a versão final traduzida, adaptada culturalmente e
simplificada dos instrumentos.
O Quadro 3 apresenta o instrumento questionário cuidado centrado no paciente e o
Quadro 4 o instrumento cuidado no diálogo - escala de competências.
3
positivamente com seu respectivo construto. Fornell e Larcker (1981) afirmam que valores de
AVE acima de 0,50 indicam validade convergente adequada.
Para avaliar a confiabilidade foram utilizados o alfa de Cronbach e a confiabilidade
composta, ambos usados para avaliar se a amostra está livre de viéses ou, ainda, se as respostas
– em seu conjunto – são confiáveis. De acordo com Fornell e Larcker (1981) e Hair Junior
(2009), valores do alfa de Cronbach e confiabilidade composta superiores a 0,8 são
considerados bons, enquanto coeficientes entre 0,7 e 0,8 são considerados aceitáveis.
Na escala cuidado centrado no paciente, a AVE obteve resultado igual a 0,580 e o ao
alfa de Cronbach, 0,900. Quanto à confiabilidade composta, o valor foi de 0,911. Em ambos
os casos os valores adequados se revelaram favoráveis para a validação do instrumento.
O Quadro 5 apresenta os dez itens da versão final do instrumento:
Dos itens que compõem o instrumento cuidado centrado do paciente, tem-se a maior
média observada para o item CCP05, apresentar a descrição (4,90), seguindo-se os itens CCP04,
CCP06, CCP09, entre 4,85 e 4,87 de média; CCP02 e CCP03 tem 4,81 e 4,78 de média,
respectivamente. O item CCP08 apresenta média de 4,73 e por fim, com tendência positiva e a
média mais baixa são CCP01 com 4,67 (Tabela 1).
O item CCP01 obteve a menor média (4,67) e o maior desvio padrão (0,75) indicado
uma maior a dispersão dos dados em torno da média. Sendo assim a afirmativa “Eu noto que
os profissionais de saúde levam em conta meus desejos pessoais” foi a que obteve mais
variabilidade de respostas.
O item CCP05 obteve a maior média (4,90) e o menor desvio padrão (0,34) indicando
o quão “confiável” é esse valor. Sendo assim a afirmativa “Incentivo o cliente e familiares a
trazerem seus próprios conhecimentos e experiências durante o processo de cuidado” foi a que
obteve menor variabilidade de respostas.
10
O perfil da amostra que compreendeu 148 respondentes, revela que 31,1% foi são
técnicos de enfermagem; 22,3% médicos; 18,2% enfermeiros; 16,2% fisioterapeutas e os 12,2%
demais profissionais. Foi considerado o universo de cada categoria profissional para que todas
tivessem representatividade (Gráfico 5).
Quanto a qualificação dos correspondentes apurou-se que 27,0% têm nível técnico;
35% nível superior; 37,0% pós - graduação ou MBA; 0,5% mestrado e 0,5% doutorado. O
Gráfico 6 apresenta a distribuição dos profissionais segundo o sexo declarado. Lembrando que
no universo dos profissionais de saúde do hospital Gama 85,0% são mulheres e 15,0% homens.
O item CDC01 obteve a maior média (4,60) e o menor desvio padrão (0,63) indicando
o quão “confiável” é esse valor. Sendo assim a afirmativa “Eu levo a sério as necessidades e
preferências pessoais do cliente” obtendo menor variabilidade de respostas.
O item CDC04 obteve a menor média (3,84) e o maior desvio padrão (1,06) indicado
uma maior a dispersão dos dados em torno da média. Sendo assim a afirmativa “Eu avalio
regularmente o plano de cuidados juntamente com o cliente e familiares” foi a que obteve alta
variabilidade de respostas.
O item GCC05 também apresentou a mesma característica com uma menor média (3,96)
e o maior desvio padrão (1,07). A afirmativa “Incentivo o cliente e familiares a trazerem seus
próprios conhecimentos e experiências durante o processo de cuidado” obteve alta variabilidade
de respostas.
A Tabela 4 apresenta a percepção dos profissionais de saúde com relação à frequência
pela escala de Likert destas afirmativas relacionadas a competências comunicação e diálogo,
gestão compartilhada e proatividade.
14
3. Estou aberto às críticas dos colegas. 0,0% 0,0% 5,4% 18,9% 75,7%
enfermagem (SCHOOT et al., 2005a). Foram testados entre clientes de três agências de
homecare no sul dos Países Baixos. Após um tempo, o instrumento foi traduzido para o inglês
(BOSMAN et al., 2008) e adaptado para clientes que recebiam cuidados assistenciais no lar. A
confiabilidade do questionário mostrou a consistência interna com um alfa de Cronbach de
0,912, o item 7 também foi removido do questionário, devido à formulação invertida. A média
de pontuação por item foi de 3,9, com um mínimo de 3,5 e um máximo de 4,5. Os pacientes
revelaram que percebem que estão sendo ouvidos pelos profissionais de saúde e que apreciam
isso.
Neste estudo, o alfa de Cronbach, 0,90, ficou próximo dos resultados das validações
anteriores de Witte et al. (2006) e de Bosman et al. (2008). Com base na alta pontuação dos
escores médios na versão brasileira adaptada e simplificada do instrumento, pode-se dizer que
a percepção dos clientes foi positiva no que se refere ao cuidado centrado no paciente. De
acordo com os escores, constatou-se que houve atenção às necessidades e aos desejos do
paciente e a identificação de objetivos comuns entre médicos e pacientes sobre a doença e sua
abordagem, com o compartilhamento de decisões e responsabilidades. Isso reforça que o
trabalho que vem sendo desenvolvido no Hospital Gama com relação à mudança de cultura
voltada para o cuidado centrado do paciente, beneficiando a assistência e a experiência do
paciente/ cliente.
Os pacientes que avaliaram o cuidado centrado, se mostraram satisfeitos com o serviço
prestado pelo Hospital Gama em todos os parâmetros abordados na avaliação. o instrumento
questionário “cuidado centrado no paciente”, contribuiu para a avaliação da qualidade do
cuidado, independentemente do fato do paciente, precisar utilizar o serviço novamente. Essa
voz dada ao sujeito que utiliza o serviço vem ao encontro da PNH, que procura tornar os
serviços resolutivos e de qualidade, tornando as necessidades de saúde dos clientes
responsabilidade de todos os atores envolvidos no processo de trabalho (FERREIRA et al.,
2016).
Na percepção do paciente, com base na análise dos dados coletados pelo instrumento
“Cuidado centrado no paciente”, algumas práticas foram identificadas: o envolvimento do
paciente e família no cuidado, atenção aos desejos do paciente; incentivo do autocuidado e
a sensibilização sobre as decisões compartilhadas. Tais práticas resumem relação
de cuidado, empatia e afeto assumida entre a equipe multiprofissional, o paciente e sua família
(TADDEO et al., 2012).
Um ponto que destacou foi a afirmativa mais bem avaliada “Incentivo o cliente e
familiares a trazerem seus próprios conhecimentos e experiências durante o processo de
16
carga fatorial. As exclusões de itens devido a baixa carga fatorial foi similar a versão atual
adaptada, conforme descrito na metodologia, que ainda considerou a cultura do país e dos
profissionais. O instrumento ofereceu possibilidades de avaliação e auto-reflexão dos
profissionais de saúde no que diz respeito às competências para o cuidado centrado no paciente.
Podendo auxiliar na determinação das necessidades de treinamento e trajetórias de
desenvolvimento pessoal.
A avaliação pode parecer muito ameaçadora para certas pessoas e, portanto, pode
provocar resistência. Os resultados das médias da autoavaliação do estudo de Schoot et al.
(2006b) foram maiores aos deste estudo, apontantando que as pessoas tentam proteger-se
das críticas negativas, mesmo todos os respondendetes tendo conhecimento do anomimato.
No caso do Hospital Gama profissionais de saúde, se mostraram receptivos com a pesquisa,
porém foi tomado o cuidado de explicar cuidadosamente sobre o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido e a garantia do anonimato do questionário. Estas considerações assumiram
um papel importante na avaliação da validade do instrumento.
Neste estudo, o alfa de Cronbach, para competência 1 = 0,82, competência 2 = 0,81,
competência 3 = 0,80), ficou próximo dos resultados das validações anteriores de (SCHOOT et
al., 2006). Com base na pontuação dos escores médios na versão brasileira adaptada e
simplificada do instrumento, pode-se dizer que a percepção dos profissionais de saúde de que
as competências são desempenhadas no cuidado centrado, porém não na proporção que deveria.
No instrumento cuidado no diálogo – escala de competências, o profissional realizou
uma autoavaliação quanto ao seu próprio desempenho sobre suas habilidades. A autoavaliação
é o ponto de partida nesse processo, sendo entendida como dispositivo de reorganização da
gestão. É nesse momento que os sujeitos implicados avançam na autoanálise e na identificação
dos problemas, bem como na formulação das estratégias de intervenção para a melhoria dos
serviços, das relações e do processo de trabalho. Os escores evidenciaram que a autoavaliação
do profissional de saúde do Hospital Gama foi inferior ao do paciente. Este olhar crítico revela
a necessidade de encontrar e reconhecer as falhas, para entender como se pode melhorar.
De modo geral os resultados demonstram que os profissionais de saúde revelam
conhecimento sobre os pressupostos que sustentam o modelo de cuidado, mas apresentam tanto
no a autoavaliação das competências, que esse conhecimento ainda não está totalmente
incorporado em sua prática, que ainda persistem dificuldades para sua implementação,
apresentado dificuldade de exercer a comunicação e diálogo, a gestão compartilhada do cuidado
na tomada de decisão e o comportamento proativo da equipe, conforme preconizado pelo
cuidado centrado no paciente (TRAJKOVSKI et al., 2012).
18
desejos e preferências pessoais do paciente nem sempre são avaliados e levados a sério. Dessa
forma, o baixo grau de concordância em relação a estas ações, sugere a carência de empatia do
profissional de saúde com seu paciente, que o profissional deixe passar algum detalhe, devido
a falha na comunicação e falta de escuta ativa. A empatia habilidade essencial do cuidar,
constitui-se um componente fundamental do tratamento dispensado ao cliente. O conhecimento
científico e a habilidade técnica do profissional enfermeiro são importantes, mas de pouco
adiantará se este mesmo profissional não apresentar um bom relacionamento interpessoal, ser
empático e assertivo. É necessário que os profissionais da saúde encontrem o equilíbrio entre o
conhecimento científico e a prática de comportamento humanístico.
E correlacionando as avaliações sobre o incentivo ao cliente e familiares a trazerem seus
próprios conhecimentos e experiências durante o processo de cuidado na percepção do cliente
a comunicação está acontecendo, porém na autoavaliação de que articula esta comunicação esta
ação não está sendo desempenhada na intensidade desejada do cuidado centrado. Conforme
estudo realizado Simpson et al. (1991) apontou que 54% das queixas dos pacientes e 45% de
suas preocupações passam despercebidas pelos profissionais de saúde ao longo dos
atendimentos por falta de comunicação efetiva.
Outro dado importante é que em pelo menos metade dos atendimentos profissionais de
saúde e pacientes não estão de comum acordo quanto ao motivo principal dos sintomas
apresentados. Por vezes, o paciente está incerto sobre o tratamento ou não se sente à vontade
para fazer perguntas. Outras vezes, o próprio profissional de saúde acaba não dando ao paciente
a oportunidade de falar. Nesse sentido, vale citar o estudo realizado por Boltanski (1979) sobre
consultas de pediatria na periferia de Paris, no qual constatou que de todas as palavras
pronunciadas durante as consultas, cerca de 83% eram ditas pelo médico. Esses dados sugerem
uma relação médico-paciente excessivamente hierarquizada e pouco propiciadora do diálogo.
Outro estudo publicado originalmente no The Journal of the American Medical
Association, realizado por Marvel et al. (1999), apurou que os médicos não demoram mais do
que 23 segundos até realizar a primeira interrupção na fala do paciente. Tudo isso demonstra
que o principal desafio para uma comunicação efetiva entre os profissionais de saúde e paciente
está em humanizar a relação. Pode ser quanto à maior abertura para que o paciente participe de
forma ativa da consulta ou ouvindo mais e compreendendo melhor suas preocupações.
Essa autoavaliação permitiu identificar possíveis discrepâncias no desempenho do
profissional no trabalho e na avaliação da capacidade da equipe multiprofissional de prestar o
cuidado centrado no paciente. Pode-se afirmar que o instrumento de autoavaliação contribuiu
significativamente para a interação dos profissionais de saúde e o cuidado prestado, em um
20
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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36
Instruções de preenchimento
Declarações
Indique até que ponto você concorda com as seguintes declarações, marcando a resposta
correta. Classifique o quanto cada item é verdadeiro para você atribuindo-lhe um número de 1
a 5. Quanto maior o número, mais este item é frequente para você.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
Dados demográficos e
socioeconômicos
Identificação ( ) 1.Paciente ( ) 2.Cuidador ( ) 3.Familiar ( ) 4.Outros
Sexo ( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino
Idade ( )1. De 12 a 18 anos
( )2. De 18 a 24 anos
( )3. De 25 a 34 anos
( )4. De 35 a 44 anos
( )5. De 45 a 54 anos
( )6. De 55 a 64 anos
( )7. De 65 ou mais.
Qual seu ( )1. Solteiro(a)
estado civil? ( )2. União estável
( )3. Casado(a)
( )4. Separado(a)
( ) 5. Viúvo(a)
( ) 6. Divorciado(a)
( ) 7. Outro
( ) 11. Não deseja informar
Você tem filhos? ( )1. Sim Quantos?
( )2. Não
Qual a sua ( ) 1. Menos de 1 salário mínimo (R$998,00)
( ) 2. De um a menos de dois salários mínimos (entre R$998 e R$1996)
renda individual
( ) 3. De dois a menos de três salários mínimos (entre R$1996 e R$2994)
mensal? ( ) 4. De três a menos de quatro salários mínimos (entre R$2994 e R$3992)
( ) 5. De quatro a menos de cinco salários mínimos (entre R$3992 e R$4990)
( ) 6. De cinco a menos de seis salários mínimos (entre R$4990 e R$5988)
( )7. De seis a menos de sete salários mínimos (entre R$5988 e R$6986)
( )8. De sete a menos de oito salários mínimos (entre R$6986 e R$7984)
( ) 9. De oito a menos de nove mínimos (entre R$7984 e R$8982)
( )10.Acima de dez salários mínimos (R$9980)
( ) 11. Não deseja informar
38
A finalidade deste questionário é estimular sua reflexão sobre os comportamentos que você
coloca em prática durante o atendimento. Cada uma das declarações abaixo indica até que ponto
o comportamento descrito se aplica a você mesmo na situação de trabalho com os clientes.
Classifique a frequência e cada item para você atribuindo-lhe um número de 1 a 5. Quanto
maior o número, mais este item é verdadeiro para você. Coloque um X na caixa de sua escolha.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário poderá utilizar este espaço.
Dados demográficos e
socioeconômicos do profissional
Qualificação ( )1. Nível técnico incompleto
( )2. Nível técnico completo
( )3. Ensino médio incompleto
( )4. Ensino médio completo
( )5. Ensino superior incompleto
( )6. Ensino superior completo
( )7. Pós-graduação stricto sensu Mestrado
( )8. Pós-graduação stricto sensu Doutorado
( )9. Pós-graduação lato sensu (especialização, MBA)
Formação ( )1.Médico
Profissional ( )2.Enfermeiro
( )3.Nutricionista
( )4.Fonoaudiólogo
( )5.Psicólogo
( )6.Técnico de enfermagem
( )7.Fisioterapeuta
( )8.Outro
Setor
O Sr. (a) está sendo convidado (a) a participar como voluntário (a) da pesquisa intitulada
“O MODELO CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE: O CASO HOSPITAL GAMA”, da
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O objetivo geral desta
pesquisa é analisar o processo de construção das identidades profissionais, levando em consideração
os elementos do contexto de formação profissional e das práticas cotidianas dos profissionais de
saúde.
Se concordar em participar deste estudo, será aplicado um questionário (Questionário de
autoavaliação do profissional de saúde ‘Cuidado no Diálogo – Escala de Competência’) que
contempla 11 questões de múltipla, subdivididas em 3 blocos (Processo de cuidado no diálogo,
Suporte para cliente-participação e Lidando com as tensões) escolha acompanhado de uma seção
para registro de dados, que serão realizada em seu local de trabalho ou em outro local previamente
agendado. O Sr.(a) gastará em média 20 minutos para responder às perguntas. O conteúdo do
questionário ficará em segredo e seu nome não será divulgado. Assim, os dados coletados na
pesquisa são confidenciais e não serão utilizados para outros fins. Os dados, materiais e
instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um
período de 5 (cinco) anos, na sala 510 da Escola de Enfermagem da UFMG e após esse tempo serão
destruídos. Os pesquisadores tratarão a sua identidade com padrões profissionais de sigilo,
atendendo a legislação brasileira (Resoluções Nº 466/12; 441/11 e a Portaria 2.201 do Conselho
Nacional de Saúde e suas complementares), utilizando as informações somente para fins
acadêmicos e científicos. Para participar desta pesquisa o Sr. (a) não terá nenhum custo, nem
receberá qualquer vantagem financeira. O Sr. (a) terá o esclarecimento sobre o estudo em qualquer
aspecto que desejar e estará livre para participar ou se recusar a participar a qualquer tempo e sem
quaisquer prejuízos, valendo a desistência a partir da data de formalização desta. A sua participação
é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer prejuízo ou penalização ao Sr. (a) ou
à instituição.
O benefício direto desta pesquisa é para a sociedade será prover os gestores de saúde de
informações que permitam estabelecer e acompanhar indicadores de desempenho que, associados
ao planejamento estratégico, propiciam a melhorias das ações de educação e o atendimento da
população. Os riscos em relação à sua participação nesta pesquisa são mínimos. Pode haver
desconforto pelo tempo dispensado, receio e constrangimento de se expor ou de ser avaliado. Mas,
informo que diante dos objetivos desta pesquisa e a garantia de confidencialidade e anonimato das
informações coletadas, estes riscos serão minimizados neste estudo. Se concordar em participar,
peço que assine este documento em duas vias sendo que uma ficará com o Sr. (a) e a outra será
arquivada juntamente com os demais dados da pesquisa.
_____________________________________________________________________
Nome completo do participante
______________________________________________________________________
Assinatura do participante
______________________________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Em caso de dúvidas, com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:
COEP-UFMG - Comissão de Ética em Pesquisa da UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627, Unidade Administrativa II, 2º andar, sala 2005, Campus Pampulha, CEP:
31.270-901, Belo Horizonte, MG. E-mail: [email protected] Telefone: 31 3409-4592
42
O Sr. (a) está sendo convidado (a) a participar como voluntário (a) da pesquisa intitulada
“O MODELO CUIDADO CENTRADONO PACIENTE: O CASO HOSPITAL GAMA”, da
Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O objetivo geral desta
pesquisa é analisar a implantação o cuidado centrado no paciente a partir da perspectiva do paciente.
Se concordar em participar deste estudo, será aplicado dois questionários, o primeiro
(Questionário de avaliação do Cuidado centrado no paciente) que contempla 10 questões de
múltipla escolha acompanhado de uma seção para registro de dados, que serão realizada em local
de atendimento ou previaente agendado.
O Sr. (a) gastará em média 20 minutos para responder às perguntas. O conteúdo dos
questionários ficarão em segredo e seu nome não será divulgado. Assim, os dados coletados na
pesquisa são confidenciais e não serão utilizados para outros fins. Os dados, materiais e
instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um
período de 5 (cinco) anos, na sala 510 da Escola de Enfermagem da UFMG e após esse tempo serão
destruídos. Os pesquisadores tratarão a sua identidade com padrões profissionais de sigilo,
atendendo a legislação brasileira (Resoluções Nº 466/12; 441/11 e a Portaria 2.201 do Conselho
Nacional de Saúde e suas complementares), utilizando as informações somente para fins
acadêmicos e científicos.
Para participar desta pesquisa o Sr. (a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer
vantagem financeira. O Sr. (a) terá o esclarecimento sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar
e estará livre para participar ou se recusar a participar a qualquer tempo e sem quaisquer prejuízos,
valendo a desistência a partir da data de formalização desta. A sua participação é voluntária e a
recusa em participar não acarretará qualquer prejuízo ou penalização ao Sr. (a) ou à instituição. O
benefício direto desta pesquisa é para a sociedade será prover os gestores de saúde de informações
que permitam estabelecer e acompanhar indicadores de desempenho que, associados ao
planejamento estratégico, propiciam a melhorias das ações de educação e o atendimento da
população. Os riscos em relação à sua participação nesta pesquisa são mínimos. Pode haver
desconforto pelo tempo dispensado, receio e constrangimento de se expor ou de ser avaliado. Mas,
informo que diante dos objetivos desta pesquisa e a garantia de confidencialidade e anonimato das
informações coletadas, estes riscos serão minimizados neste estudo. Se concordar em participar,
peço que assine este documento em duas vias sendo que uma ficará com o Sr. (a) e a outra será
arquivada juntamente com os demais dados da pesquisa.
_____________________________________________________________________
Nome completo do participante
______________________________________________________________________
Assinatura do participante
______________________________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Em caso de dúvidas, com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:
O Sr. (a) está sendo convidado (a) a participar como voluntário (a) da pesquisa intitulada
“O MODELO CUIDADO CENTRADO NO PACIENTE: O CASO DE UM HOSPITAL GERAL DE
GRANDE PORTE DE BELO HORIZONTE”, da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). O objetivo geral desta pesquisa é analisar o processo de construção das
identidades profissionais, levando em consideração os elementos do contexto de formação
profissional e das práticas cotidianas e seus efeitos sobre a saúde dos estudantes de graduação e dos
médicos-residentes.
Se concordar em participar deste estudo, será realizada uma entrevista, em seu local de
trabalho ou em outro local previamente agendado, em que o pesquisador fará algumas perguntas
que serão gravadas por meio de um gravador digital. O Sr. (a) gastará em média de 30 minutos
para responder as perguntas. A gravação da entrevista ficará em segredo e seu nome não será
divulgado. Assim, os dados coletados na pesquisa são confidenciais e não serão utilizados para
outros fins. Os dados, materiais e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com
o pesquisador responsável por um período de 5 (cinco) anos (ou até 10 (dez) anos) na sala 510
da Escola de Enfermagem da UFMG e após esse tempo serão destruídos. Os pesquisadores
tratarão a sua identidade com padrões profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira
(Resoluções Nº 466/12; 441/11 e a Portaria 2.201 do Conselho Nacional de Saúde e suas
complementares), utilizando as informações somente para fins acadêmicos e científicos.
O benefício direto desta pesquisa é para a sociedade será prover os gestores de saúde de
informações que permitam estabelecer e acompanhar indicadores de desempenho que, associados
ao planejamento estratégico, propiciam a melhorias das ações de educação e o atendimento da
população. Os riscos em relação à sua participação nesta pesquisa são mínimos. Pode haver
desconforto pelo tempo dispensado, receio e constrangimento de se expor ou de ser avaliado. Mas,
informo que diante dos objetivos desta pesquisa e a garantia de confidencialidade e anonimato das
informações coletadas, estes riscos serão minimizados neste estudo. Se concordar em participar,
peço que assine este documento em duas vias sendo que uma ficará com o Sr. (a) e a outra será
arquivada juntamente com os demais dados da pesquisa.
_____________________________________________________________________
Nome completo do participante
______________________________________________________________________
Assinatura do participante
______________________________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Em caso de dúvidas, com respeito aos aspectos éticos desta pesquisa, você poderá consultar:
COEP-UFMG - Comissão de Ética em Pesquisa da UFMG
Av. Antônio Carlos, 6627, Unidade Administrativa II, 2º andar, sala 2005, Campus Pampulha, CEP:
31.270-901, Belo Horizonte, MG. E-mail: [email protected] Telefone: 31 3409-4592
46
Questionário perspectiva do
cliente sobre cuidados
Indique em que medida concorda com as seguintes afirmações, assinalando a resposta adequada
para si.
01. Reparei que os prestadores de cuidados de saúde têm em conta os meus desejos pessoais
02. Reparei que os prestadores de cuidados estão mesmo a ouvir-me.
03. Reparei que os prestadores de cuidados de saúde têm em conta o que lhes disse.
04. Tenho muitas oportunidades para dizer que tipo de cuidados preciso...
05. Reparei que os prestadores de cuidados de saúde respeitam a minha decisão se eu discordar
deles.
06. Penso que os prestadores de cuidados de saúde são claros sobre o que podem e podem
fazer.
07. Acho que os prestadores de cuidados de saúde por vezes dizem demasiado depressa que
algo não é possível
08. Tenho muitas oportunidades de contribuir com o meu próprio conhecimento e experiência
sobre os cuidados de que preciso.
09. Eu tenho muitas oportunidades para fazer o que eu mesmo posso
10. Terei muitas oportunidades de co-decidir sobre os cuidados que estou a ter.
11. Eu tenho muitas oportunidades de co-decidir sobre a frequência com que recebo cuidados.
12. Terei ampla oportunidade de co-decidir sobre a forma como os cuidados serão prestados.
13. Posso ajudar a determinar quando é que os prestadores de cuidados irão ajudar-me.
14. Acho que há consulta suficiente comigo sobre quem presta os cuidados
15. Tenho muitas oportunidades para organizar e organizar os cuidados pessoalmente.
Espaço aberto:
Se você quiser responder a um ou mais itens do questionário, você pode indicar sua reação neste
espaço.
47
• Instrução de preenchimento
Preencha o questionário com uma caneta preta ou azul. Coloque um X na caixa de sua escolha.
No máximo uma resposta é possível para cada pergunta. Em caso da dúvida, escolha a caixa
que melhor corresponde á sua opinião.
• Declaração
Indique em que medida você concorda com as seguintes declarações marcando a responda
correta para você.
Discordo totalmente -1 Discordo -2 Não sei/ sem opinião -3 Concordo - 4 Concordo totalmente - 5
Espaço Aberto:
Se você quiser responder mais a um ou mais itens do questionário, você pode inserir sua
resposta neste espaço.
48
Escala de Competências
do Care in dialogue
INSTRUÇÃO
Para cada uma das afirmações abaixo, indique até que ponto o comportamento descrito se
aplica a si próprio na situação de trabalho com os clientes.Há quatro opções:
1 = Nem por isso 2 = de forma limitada 3 = regular 4 = muito frequente
N.B. Se, por qualquer razão, o cliente não for capaz de formular questões de cuidados de forma
independente e tomar decisões sobre os cuidados a serem prestados, o enfermeiro/cuidador irá
envolver os familiares do cliente neste processo. Neste caso, as perguntas podem ser
respondidas a partir dessa perspectiva.
COMPETÊNCIA 1:
01. Estou ciente do efeito da minha forma de fazer contato na relação com o cliente;
02. Dou ao cliente a oportunidade de pedir cuidados, desde que estes não estejam em conflito
com as normas aplicáveis;
03. Eu apoio o cliente em fazer perguntas de cuidados e verificar se nos entendemos;
04. Eu dou conselhos ao cliente sobre as questões de cuidados;
05. Eu dou ao cliente a oportunidade de procurar aconselhamento sobre questões de cuidados
de saúde em outros lugares também;
06. Encorajo o cliente a tomar decisões independentes sobre o plano de cuidados;
07. Tomarei decisões com o cliente sobre quando os cuidados serão prestados;
08. Eu tomo decisões com o cliente sobre quem irá fornecer os cuidados;
09. Levo a sério os desejos e preferências pessoais do cliente;
10. Eu respeito as escolhas/decisões do cliente (mesmo que eu discorde delas);
11. A partir do meu conhecimento profissional posso expressar minhas dúvidas sobre
escolhas/decisões com respeito ao cliente.
12. O plano de cuidados mostra que as necessidades/desejos e objetivos do cliente são centrais;
13. Na execução do atendimento adapto-me aos desejos e possibilidades do cliente;
14. Eu avalio regularmente o plano de cuidados e a execução dos cuidados com o cliente;
49
COMPETÊNCIA 2:
O enfermeiro apoia o cuidador na formulação das suas questões e desejos em relação a todo o
processo de cuidados e estimula a gestão pelo cliente. O enfermeiro/cuidador é capaz de lidar
com gargalos e áreas de tensão esperados.
01. Estou ciente de que o pedido do cliente é o ponto de partida para o atendimento a ser
prestado;
02. Encorajo o cliente a contribuir com o seu próprio conhecimento e experiência durante o
processo de cuidados;
03. Encorajo o cliente a assumir a responsabilidade pelo processo de cuidado;
04. Eu estimulo o cliente a orientar ativamente o processo de cuidados e a tomar decisões sobre
as atividades (diárias) de cuidados;
05. Encorajo o cliente a organizar e organizar o atendimento por si próprio;
06. Apoio e incentivo o cliente nas suas iniciativas;
07. Eu adapto o plano de cuidados aos desejos e demandas de cuidados do cliente.
COMPETÊNCIA 3:
A enfermeira procura activamente opções alternativas logo que surjam fronteiras pessoais,
profissionais e organizacionais.
01. Estou ciente das possibilidades e limitações organizacionais e posso formular ações de
melhoria nesta base;
02. Estou ciente das minhas possibilidades e limitações pessoais e profissionais e posso
formular ações de melhoria com base nisso;
03. Eu dou clareza ao cliente sobre as minhas possibilidades e limitações organizacionais e
pessoais;
04. Estou procurando ativamente maneiras alternativas de atender às necessidades de cuidados
do cliente dentro dos limites pessoais, profissionais ou organizacionais;
05. k ajudar os colegas a encontrar formas alternativas de satisfazer as necessidades do cliente
face a constrangimentos pessoais, profissionais ou organizacionais
06. Eu cuido das pré-condições na organização que apoiam a própria direção do cliente;
07. Estou aberto a críticas do cliente;
08. Estou aberto a críticas de colegas.
Espaço aberto:
Se você quiser responder a um ou mais itens do questionário, você pode indicar sua reação neste
espaço.
50
INSTRUÇÃO
Indique para cada uma das afirmações abaixo até que ponto o comportamento descrito se aplica
a você
está na situação de trabalho com os clientes.
COMPETÊNCIA 1:
O profissional de saúde passa pelo processo de cuidar a partir da perspectiva em diálogo com a
pessoa solicitando cuidado do cliente, com base na sua experiência profissional. A enfermeira
/ cuidador é capaz para lidar com os gargalos esperados e áreas de tensão.
01. Estou ciente do efeito da minha maneira de fazer contato no relacionamento com o cliente;
02. Eu dou ao cliente a oportunidade de fazer perguntas de saúde, desde que não entrem em
conflito com as normas aplicáveis;
03. Eu apoio o cliente em fazer perguntas de saúde e verificar se nos encontramos entender;
04. Eu aconselho o cliente em questões de cuidado;
05. Eu dou ao cliente a oportunidade de procurar aconselhamento sobre as questões de cuidado;
06. Encorajo o cliente a tomar decisões independentes sobre o plano de cuidados;
07. Junto com o cliente, tomo decisões sobre quando os cuidados serão concedidos;
08. Junto com o cliente, tomo decisões sobre quem vai prestar o atendimento;
09. Eu levo a sério os desejos e preferências pessoais do cliente;
10. Eu respeito as escolhas / decisões do cliente (mesmo que eu discorde delas)
11. A partir do meu conhecimento profissional, posso compartilhar minhas dúvidas sobre
escolhas / decisões com para mostrar respeito pelo cliente.
12. O plano de cuidados mostra que as necessidades / desejos e objetivos do cliente são centrais
ficar em pé;
13. Ao realizar o cuidado, me adapto aos desejos e possibilidades do cliente;
14. Eu avalio regularmente o plano de cuidados e a implementação de cuidados com o cliente.
51
COMPETÊNCIA 2:
01. Estou ciente de que a questão do cliente é o ponto de partida para o prestar cuidados;
02. Encorajo o cliente a trazer seu próprio conhecimento e experiência durante o processo de
cuidado;
03. Encorajo o cliente a assumir a responsabilidade pelo processo de cuidar;
04. Encorajo o cliente a orientar ativamente o processo de cuidado e as decisões assumir
atividades de cuidado (diário);
05. Encorajo o cliente a organizar e organizar os cuidados ele mesmo;
06. Apoio e incentivo ao cliente em suas iniciativas;
07. Eu ajustei o plano de cuidados aos desejos de mudanças e demandas de cuidados do cliente
COMPETÊNCIA 3:
O profissional de saúde procura ativamente por opções alternativas quando limites profissionais
e organizacionais.
01. Estou ciente das possibilidades e limitações organizacionais e posso continuar formular
ações de melhoria com base nisso;
02. Estou ciente das minhas possibilidades pessoais e profissionais e limitações e pode formular
ações de melhoria com base nisso;
03. Eu forneço clareza para o cliente sobre organizacional e meu pessoal possibilidades e
limitações;
04. Estou ativamente procurando opções alternativas para atender às necessidades de saúde do
cliente atender limites pessoais, profissionais ou organizacionais;
05. Eu apoio os colegas na busca de opções alternativas para a demanda do cliente para se reunir
com pessoal, profissional ou limites organizacionais
06. Eu cuido das condições da organização que apoiam apoiar a direção do próprio cliente;
07. Estou aberto a críticas do cliente;
08. Estou aberto a críticas de colegas.
Espaço aberto:
Se você quiser responder mais a um ou mais itens do questionário, você pode inserir sua
resposta neste espaço
52
Instruções de preenchimento
Declarações
Indique até que ponto você concorda com as seguintes declarações, marcando a resposta
correta. Classifique o quanto cada item é verdadeiro para você atribuindo-lhe um número de 1
a 5. Quanto maior o número, mais este item é frequente para você.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
Dados demográficos
e socioeconômicos
Identificação ( ) 1.Paciente ( ) 2.Cuidador ( ) 3.Familiar ( ) 4.Outros
Sexo ( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino
Idade ( )1. De 12 a 18 anos ( )5. De 45 a 54 anos
( )2. De 18 a 24 anos ( )6. De 55 a 64 anos
( )3. De 25 a 34 anos ( )7. De 65 ou mais.
( )4. De 35 a 44 anos
Qual seu ( )1. Solteiro(a)
estado civil? ( )2. União estável
( )3. Casado(a)
( )4. Separado(a)
( ) 5. Viúvo(a)
( ) 6. Divorciado(a)
( ) 7. Outro
( ) 11. Não deseja informar
Você tem ( )1. Sim Quantos?
filhos? ( )2. Não
Qual a sua ( ) 1. Menos de 1 salário mínimo (R$998,00)
( ) 2. De um a menos de dois salários mínimos (entre R$998 e R$1996)
renda
( ) 3. De dois a menos de três salários mínimos (entre R$1996 e R$2994)
individual ( ) 4. De três a menos de quatro salários mínimos (entre R$2994 e R$3992)
( ) 5. De quatro a menos de cinco salários mínimos (entre R$3992 e R$4990)
mensal?
( ) 6. De cinco a menos de seis salários mínimos (entre R$4990 e R$5988)
( )7. De seis a menos de sete salários mínimos (entre R$5988 e R$6986)
( )8. De sete a menos de oito salários mínimos (entre R$6986 e R$7984)
( ) 9. De oito a menos de nove mínimos (entre R$7984 e R$8982)
( )10.Acima de dez salários mínimos (R$9980)
( ) 11. Não deseja informar
54
A finalidade deste questionário é estimular sua reflexão sobre os comportamentos que você
coloca em prática durante o atendimento. Cada uma das declarações abaixo indica até que ponto
o comportamento descrito se aplica a você mesmo na situação de trabalho com os clientes.
Classifique a frequência e cada item para você atribuindo-lhe um número de 1 a 5. Quanto
maior o número, mais este item é verdadeiro para você. Coloque um X na caixa de sua escolha.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
________________________________________________________________________________________________________________________
Dados demográficos e
socioeconômicos do profissional
Qualificação ( )1. Nível técnico incompleto
( )2. Nível técnico completo
( )3. Ensino médio incompleto
( )4. Ensino médio completo
( )5. Ensino superior incompleto
( )6. Ensino superior completo
( )7. Pós-graduação stricto sensu Mestrado
( )8. Pós-graduação stricto sensu Doutorado
( )9. Pós-graduação lato sensu (especialização, MBA)
Instruções de preenchimento
Declarações
Indique até que ponto você concorda com as seguintes declarações, marcando a resposta
correta. Classifique o quanto cada item é verdadeiro para você atribuindo-lhe um número de 1
a 5. Quanto maior o número, mais este item é frequente para você.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
Dados demográficos e
socioeconômicos
Identificação ( ) 1.Paciente ( ) 2.Cuidador ( ) 3.Familiar ( ) 4.Outros
Sexo ( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino
Idade ( )1. De 12 a 18 anos ( )5. De 45 a 54 anos
( )2. De 18 a 24 anos ( )6. De 55 a 64 anos
( )3. De 25 a 34 anos ( )7. De 65 ou mais.
( )4. De 35 a 44 anos
Qual seu ( )1. Solteiro(a)
estado civil? ( )2. União estável
( )3. Casado(a)
( )4. Separado(a)
( ) 5. Viúvo(a)
( ) 6. Divorciado(a)
( ) 7. Outro
( ) 11. Não deseja informar
Você tem ( )1. Sim Quantos?
filhos? ( )2. Não
Qual a sua ( ) 1. Menos de 1 salário mínimo (R$998,00)
( ) 2. De um a menos de dois salários mínimos (entre R$998 e R$1996)
renda
( ) 3. De dois a menos de três salários mínimos (entre R$1996 e R$2994)
individual ( ) 4. De três a menos de quatro salários mínimos (entre R$2994 e R$3992)
( ) 5. De quatro a menos de cinco salários mínimos (entre R$3992 e R$4990)
mensal?
( ) 6. De cinco a menos de seis salários mínimos (entre R$4990 e R$5988)
( )7. De seis a menos de sete salários mínimos (entre R$5988 e R$6986)
( )8. De sete a menos de oito salários mínimos (entre R$6986 e R$7984)
( ) 9. De oito a menos de nove mínimos (entre R$7984 e R$8982)
( )10.Acima de dez salários mínimos (R$9980)
( ) 11. Não deseja informar
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A finalidade deste questionário é estimular sua reflexão sobre os comportamentos que você
coloca em prática durante o atendimento. Cada uma das declarações abaixo indica até que ponto
o comportamento descrito se aplica a você mesmo na situação de trabalho com os clientes.
Classifique a frequência e cada item para você atribuindo-lhe um número de 1 a 5. Quanto
maior o número, mais este item é verdadeiro para você. Coloque um X na caixa de sua escolha.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
Dados demográficos e
socioeconômicos do profissional
Qualificação ( )1. Nível técnico incompleto
( )2. Nível técnico completo
( )3. Ensino médio incompleto
( )4. Ensino médio completo
( )5. Ensino superior incompleto
( )6. Ensino superior completo
( )7. Pós-graduação stricto sensu Mestrado
( )8. Pós-graduação stricto sensu Doutorado
( )9. Pós-graduação lato sensu (especialização, MBA)
INSTRUCTIE Geef voor elk van de onderstaande verklaringen aan in hoeverre het beschreven
gedrag op u van toepassing is in de werksituatie met klanten.
Er zijn vier opties: 1 = niet echt 2 = beperkt 3 = beperkt 3 = regelmatig 4 = vaak 4 = zeer vaak
01. Ik ben me bewust van het effect van mijn manier van contact maken op de klantrelatie;
02. Ik geef de klant de mogelijkheid om zorgvragen te stellen zolang deze niet in strijd zijn
met de geldende normen;
03. Ik ondersteun de klant bij het stellen van gezondheidsvragen en ervoor zorgen dat we elkaar
begrijpen;
04. Ik adviseer de klant over zorgkwesties;
05. Ik geef de cliënt de mogelijkheid om advies in te winnen over andere zorgkwesties;
06. Ik moedig de cliënt aan om onafhankelijke beslissingen te nemen over het zorgplan;
07. samen met de klant beslis ik wanneer de dienst wordt verleend;
08. samen met de klant beslis ik wie de dienst gaat verlenen;
09. Ik neem de persoonlijke wensen en voorkeuren van de klant serieus;
10. Ik respecteer de keuzes / beslissingen van de klant (ook al ben ik het er niet mee eens);
11. Vanuit mijn professionele kennis kan ik mijn twijfels uiten over keuzes / beslissingen ten
opzichte van de klant.
12. uit het zorgplan blijkt dat de behoeften/wensen en doelstellingen van de cliënt centraal
staan;
13. bij het uitvoeren van de zorg pas ik me aan de wensen en mogelijkheden van de cliënt aan;
14. Ik evalueer regelmatig het zorgplan en de uitvoering van de klantenzorg;
63
01. Ik ben me ervan bewust dat het probleem van de klant het uitgangspunt is voor de te
verlenen service;
02. Ik moedig de cliënt aan om zijn eigen kennis en ervaring in te brengen tijdens het
zorgproces;
03. Ik moedig de klant aan om de verantwoordelijkheid te nemen voor het zorgproces;
04. Ik moedig de cliënt aan om het zorgproces actief te begeleiden en beslissingen te nemen
over zorgactiviteiten (dagelijks);
05. Ik moedig de cliënt aan om de zorg zelf te organiseren en te organiseren;
06. Ondersteuning en aanmoediging van de klant bij hun initiatieven;
07. Ik pas het zorgplan aan aan de wensen voor verandering en de vraag naar klantenservice.
Instructie Geef voor elk van de onderstaande verklaringen aan in welke mate het beschreven
gedrag op u van toepassing is in de situatie van de klant.
Er zijn vier opties: 1 = niet echt 2 = beperkte vorm 3 = regelmatig 4 = zeer vaak
Competentie 1: De verpleegkundige/verzorger gaat door het proces van het verzorgen van het
perspectief van de cliënt, gebaseerd op zijn professional, in dialoog met de ontvanger van
gespecialiseerde zorg. De verpleegster/verzorger kan de knelpunten en spanningsgebieden
aanpakken die worden verwacht.
01. Ik ben me bewust van het effect van mijn manier om contact te maken met de relatie met
de cliënt;
02. Ik geef de cliënt de gelegenheid om zorgvragen te stellen, mits zij niet in strijd zijn met de
geldende normen;
03. Ik steun de cliënt om gezondheidsvragen te stellen en te zien of begrijpen wij elkaar;
04. Ik adviseer de cliënt op het gebied van zorg;
05. Ik geef de cliënt de mogelijkheid om advies te vragen over andere zorgkwesties;
06. Ik moedig de klant aan om onafhankelijke beslissingen te nemen over het zorgplan;
07. Samen met de klant maak ik een beslissing over het tijdstip waarop de dienst zal worden
verleend;
08. Samen met de klant maak ik beslissingen over wie de dienst zal verlenen;
09. Ik neem serieus de persoonlijke wensen en voorkeuren van de klant;
10. Ik respecteer de keuzes/beslissingen van de klant (zelfs als ik het niet eens ben);
11. Vanuit mijn professionele kennis kan ik mijn twijfels uiten over keuzes/beslissingen ten
aanzien van de klant.
12. Uit het zorgplan blijkt dat de behoeften/wensen en doelstellingen van de klant centraal
staan;
13. Bij het uitvoeren van de zorg, pas ik me aan aan de wensen en mogelijkheden van de cliënt;
14. Ik evalueer regelmatig het zorgplan en de implementatie van klantenzorg;
65
01. Ik ben mij ervan bewust dat de vraag van de klant het uitgangspunt is voor de
dienstverlening;
02. Ik moedig de klant aan om zijn eigen kennis en ervaring tijdens het zorgproces mee te
brengen;
03. Ik moedig de klant aan om de verantwoordelijkheid voor het zorgproces te nemen;
04. Ik moedig de cliënt aan om het proces van zorg en het nemen van beslissingen over
zorgactiviteiten (dagelijks) actief te begeleiden;
05. Ik moedig de klant aan om de zorg zelf te organiseren en te organiseren;
06. Ondersteuning en aanmoediging van de cliënt bij haar initiatieven;
07. Aanpassing van het zorgplan aan de wensen van verandering en de wensen van de klant
past. Verklaringen
Vermeld de mate waarin u het eens bent met de volgende beweringen door het
juiste antwoord aan te duiden.
1-Ik ben het niet helemaal , 2-oneens , 3-weet niet / geen mening ,4- mee eens , 5-helemaal
mee eens
SPANNING OPEN: Als u meer dan een of meer items in de enquête wilt beantwoorden,
kunt u uw antwoord in deze ruimte aangeven.
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Statements
Geef aan in hoeverre u het eens bent met de volgende stellingen door het juiste antwoord te
markeren.
1-Ik ben het niet helemaal , 2-oneens , 3-weet niet / geen mening ,4- mee eens , 5-helemaal
mee eens
OPEN RUIMTE: Als u meer dan een of meer enquête-items wilt beantwoorden, kunt u uw
antwoord in deze ruimte aangeven.
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Instruções de preenchimento
- Preencha o questionário com caneta preta ou azul.
- Coloque um X na caixa de sua escolha.
- Marque somente uma resposta para cada pergunta.
- Em caso de dúvida, escolha a opção que melhor corresponda à sua opinião.
Declarações
Indique até que ponto você concorda com as seguintes declarações, marcando a resposta
correta. Classifique o quanto cada item é verdadeiro para você atribuindo-lhe um número de 1
a 5. Quanto maior o número, mais este item é frequente para você.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
Dados demográficos
e socioeconômicos
Identificação ( ) 1.Paciente ( ) 2.Cuidador ( ) 3.Familiar ( ) 4.Outros
Sexo ( ) 1. Feminino ( ) 2. Masculino
Idade ( )1. De 12 a 18 anos ( )5. De 45 a 54 anos
( )2. De 18 a 24 anos ( )6. De 55 a 64 anos
( )3. De 25 a 34 anos ( )7. De 65 ou mais.
( )4. De 35 a 44 anos
Qual seu ( )1. Solteiro(a)
estado civil? ( )2. União estável
( )3. Casado(a)
( )4. Separado(a)
( ) 5. Viúvo(a)
( ) 6. Divorciado(a)
( ) 7. Outro
( ) 11. Não deseja informar
Você tem ( )1. Sim Quantos?
filhos? ( )2. Não
Qual a sua ( ) 1. Menos de 1 salário mínimo (R$998,00)
( ) 2. De um a menos de dois salários mínimos (entre R$998 e R$1996)
renda
( ) 3. De dois a menos de três salários mínimos (entre R$1996 e R$2994)
individual ( ) 4. De três a menos de quatro salários mínimos (entre R$2994 e R$3992)
( ) 5. De quatro a menos de cinco salários mínimos (entre R$3992 e R$4990)
mensal?
( ) 6. De cinco a menos de seis salários mínimos (entre R$4990 e R$5988)
( )7. De seis a menos de sete salários mínimos (entre R$5988 e R$6986)
( )8. De sete a menos de oito salários mínimos (entre R$6986 e R$7984)
( ) 9. De oito a menos de nove mínimos (entre R$7984 e R$8982)
( )10.Acima de dez salários mínimos (R$9980)
( ) 11. Não deseja informar
70
A finalidade deste questionário é estimular sua reflexão sobre os comportamentos que você
coloca em prática durante o atendimento. Cada uma das declarações abaixo indica até que ponto
o comportamento descrito se aplica a você mesmo na situação de trabalho com os clientes.
Classifique a frequência e cada item para você atribuindo-lhe um número de 1 a 5. Quanto
maior o número, mais este item é verdadeiro para você. Coloque um X na caixa de sua escolha.
1 2 3 4 5
Se você quiser comentar um ou mais itens do questionário, poderá utilizar este espaço.
________________________________________________________________________________________________________________________
“O cuidado centrado prevê que profissionais de saúde devem trabalhar colaborativamente com
o paciente, construindo um tratamento que esteja adaptado às suas necessidades individuais, e
não na doença em si. As partes interessadas se concentraram em melhorar a experiência do
paciente contemplando elementos da qualidade da saúde e satisfação do paciente”.